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A OBJETIVIDADE NA CIÊNCIA, SEGUNDO THOMAS KUHN

 A evolução da ciência depende do trabalho dos cientistas.


 O cientista é um investigador condicionado e contextualizado.
 A mudança de um paradigma para outro NÃO é comulativa.
 A verdade e a objetividade são relativas ao paradigma em que se
inserem: aquilo que é verdadeiro num paradigma, pode não ser noutro.
A PERSPETIVA DE THOMAS KUHN
Kuhn reconhece que existem critérios que presidem à avaliação de uma boa
teoria científica:
 EXATIDÃO: uma boa teoria deve estar de acordo com os resultados da
experimentação e da observação.
 ABRANGÊNCIA E SIMPLICIDADE: devem poder aplicar-se a muitas
observações e conferir ordem aos fenómenos que se explica.
 FECUNDIDADE: dar ocasião a novas pistas de investigação.
 CONSISTÊNCIA
INCOMENSURABILIDADE DE PARADIGMAS: os paradigmas são
incomensuráveis, porque são incomparáveis.
AS CONSEQUÊNCIAS DA INTRODUÇÃO DA NOÇÃO DE “COMUNIDADE
CIENTÍFICA”
1. COMPONENTE SOCIAL: as leias e as descobertas científicas não se
aferem numa relação divina com o funcionamento da natureza, mas são
sempre mediadas por uma comunidade que avalia e decide a
aceitabilidade de determinadas conclusões.
2. COMPONENTE HISTÓRICA: as verdades científicas são históricas,
relativas a determinadas convicções temporais e não verdades
absolutas estabelecidas de uma vez para sempre.
3. COMPONENTE RETÓRICA: a objetividade científica é na verdade uma
objetividade intersubjetiva, na medida em que para o seu
estabelecimento concorre o acordo da comunidade científica.
Um novo método explicativo tem de ser aceite pela comunidade científica, pelo
que o método científico está dependente de ARGUMENTAÇÃO.
A ESCOLHA ENTRE TEORIAS RIVAIS OBEDECE A CRITÉRIOS:
• PARTILHADOS (OBJETIVOS): por toda a comunidade científica
dependentes de fatores objetivos.
• INDIVIDUAIS: dependentes da subjetividade do cientista, relativos ao
que, individualmente, cada cientista sente em relação à teoria que escolhe.
Para Kuhn, a subjetividade está presente não apenas no CONTEXTO DE
DESCOBERTA de novas teorias, mas também no CONTEXTO DA SUA
JUSTIFICAÇÃO. O sujeito e o objeto do conhecimento não são puros, mas
sempre CONTEXTUALIZADOS.
A validade das teorias está dependente do paradigma no qual se inserem. Os
cientistas devem convencer os seus pares da comunidade científica da
RAZOABILIDADE E DA PLAUSIBILIDADE DAS SUAS TEORIAS, recorrendo a
processos argumentativos.
OBJETIVIDADE FORTE
 Ideal a atingir pela ciência de modo a chegar a proposições e teorias
universalmente válidas.
 Aceitar que a ciência atinge objetividade no sentido forte é assumir uma
posição realista, isto é, é admitir que é possível ao homem, pela ciência
alcançar e descrever a realidade em si mesma. O conhecimento dar-
nos-ia a ESSÊNCIA DA REALIDADE e as teorias científicas que o
homem constrói seriam a TRADUÇÃO FIEL DESSA REALIDADE.
OBJETIVIDADE FRACA
 É o consenso estabelecido pelos cientistas relativamente à verdade das
proposições e teorias cientificas.
 Kant conclui que o entendimento humano só atinge a representação da
realidade, o FENÓMENO, e nunca a realidade em si mesma, o
NÚMENO. Por isso, assumir o conceito de objetividade fraca é, de certo
modo, admitir na ciência o MODELO IDEALISTA de conhecimento. A
objetividade fraca funde-se no acordo dos investigadores conscientes de
que as teorias científicas são sempre CONFIGURAÇÕES
APROXIMADAS DA REALIDADE e não a realidade em si mesma.

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