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Uma das ideias mais polemicas de Kuhn e que os cientistas são resistentes a mudança.

Os cientistas estão mais preocupados em manter as teorias que defendem do que procurar
novas, nos períodos de ciência normal os cientistas não poem em causa os paradigmas.

Paradigma- funciona como modelo, quadro conceptual, pano de fundo a partir do qual as
teorias vao surgindo.

Se é assim como aparecem teorias revolucionarias, se o cientista e assim tao conservador?

A historia da ciência tem tempestades acontecem quando as teorias revelam anomalias, nos
períodos de ciência extraordinária há uma mudança na atitude dos cientistas. Os cientistas que
já defendiam o paradigma atual procura encaixar a nova teoria.

A ciência da saltos de gigante na ciência extraordinária.

Segundo kuhn a historia da ciência e feita de alternância entre períodos de ciência norma e
ciência extraordinária.

bjectivo e subjectivo 

Embora estejam relacionadas, objectividade não é o mesmo que verdade ou certeza.


O conceito é  bastante mais moderno. Objectividade significa a procura da
fidelidade ao real. Preocupa-se com a filtragem das variações que provocam
incertezas. Mas comecemos por ver a definição do termo «objectivo» no referido
dicionário: «1. Que é relativo a um objecto. 2. Que existe por si, independentemente
do conhecimento, do pensamento ou do sujeito. 3. Que é válido para todos e não
para um indivíduo em particular. 4. Que assenta na observação, na experiência.»
Em contraste, «subjectivo» é: «1. Que é próprio do sujeito pensante ou relativo a
ele. 2. Que é próprio do sujeito individual, que assenta na interioridade, no modo de
ser de cada pessoa = pessoal. 3. Que emite juízos de valor sobre a realidade das
coisas. 4. Que não corresponde a nenhuma realidade, que é aparente, ilusório.»
Embora possa parecer clara a dicotomia entre objectivo e subjectivo – entre o que é
próprio do mundo exterior e aquilo que é próprio do eu interior –, essa dicotomia é
um dos temas da filosofia, por não ser fácil separar o eu do mundo.

 É curiosa a deriva semântica que ocorreu com as palavras «objectivo» e


«subjectivo». Os escolásticos medievais, como Guilherme de Ockham, usavam
essas palavras com significado oposto ao actual, isto é, objectivo dizia respeito a
uma impressão individual e subjectivo, a uma comum (e ainda em Descartes se
encontram marcas desse uso primitivo). Só com o filósofo Immanuel Kant, no
século XVIII, se iniciou o uso moderno dos termos; e só a partir de 1820 os
dicionários começaram a introduzir o significado actual.

 A ideia de objectividade remonta a um tempo anterior a Kant: nos Princípios de


Filosofia de Descartes encontramos as qualidades primárias (tamanho, forma,
movimento), que diríamos hoje objectivas, e as secundárias (cores, odores,
sabores), que diríamos subjectivas, e no Novo Órgão de Bacon surgem os «ídolos
da caverna», que bloqueiam a mente de um indivíduo. Mas só a meio do século
XIX, após Kant, o conceito de objectivo ganhou um consenso alargado tanto na
filosofia como na ciência. A Crítica da Razão Pura, de 1781, obra principal da teoria
do conhecimento de Kant, foi a primeira das suas três Críticas: as outras foram a
Crítica da Razão Prática, de 1788, e a Crítica do Juízo, de 1790. A «validade
objectiva» de Kant refere- se não a objectos externos, mas a «formas de
sensibilidade», como o tempo, o espaço e a causalidade, que são condições da
experiência. Para ele, subjectivo aplica-se a sensações meramente empíricas. A
distinção é, portanto, entre o universal e o particular, em vez de ser entre o mundo
e o indivíduo. Escreveu KANT na sua Crítica da Razão Pura: «Se algo for válido
para todos os que estejam na posse da razão, seus fundamentos serão objectivos e
suficientes.» O significado de objectivo ficou operacional com cientistas como o
físico e médico Hermann von Helmholtz, o médico Claude Bernard e o biólogo
Thomas Huxley: o primeiro, muito influenciado por Kant, ensaiou criar uma física
do corpo humano; o segundo criou a medicina experimental ou baseada na
evidência; e o terceiro foi o maior defensor da teoria da evolução de Darwin.

Como conseguir a objectividade em ciência? Os instrumentos que permitem


registos sempre foram meios de procurar a objectividade, uma vez que uma visão
individual, que é aliás difícil de partilhar, pode não ser segura. A fotografia surgiu
em 1826 e a sua utilidade na ciência sobressaiu logo nessa altura: as imagens
fotográficas são vistas da mesma maneira por todos os observadores. Uma
fotografia da Lua feita com uma câmara primitiva acoplada ao telescópio era mais
objectiva do que um dos desenhos que Galileu fez do nosso satélite enquanto a
observava com o seu telescópio. E uma fotografia feita com uma câmara moderna é
ainda mais objectiva, no sentido de ser mais fiel à realidade. Mas em que medida
serão as imagens fotográficas objectivas? Mesmo um instrumento como uma
câmara fotográfica pode não fornecer um meio de prova objectiva. Já na época de
Galileu, houve quem afirmasse que as lentes podiam ter defeitos que alterassem as
imagens. E o mesmo pode, afinal, ser dito de uma lente moderna. A fotografia é
uma tecnologia baseada na ciência, mas também é uma arte, sendo passível de
manipulação. Essa possibilidade tornou-se particularmente evidente no mundo
digital em que vivemos hoje, no qual o Photoshop é tecnologia  comum. O certo é
que uma imagem é sempre diferente de um objecto real. Podem-se tirar, em várias
circunstâncias e de vários modos, várias imagens do mesmo objecto, que diferirão
necessariamente. O juízo treinado de um cientista é que permitirá escolher as
imagens que mais se aproximam da realidade.

Os filósofos de ciência Lorraine Daston e Peter Galison escreveram uma história da


objectividade em que enfatizam o poder da imagem; distinguem três fases na
evolução histórica: a fidelidade à Natureza (uma ancestral preocupação da ciência),
a objectividade mecânica (recorrendo, por exemplo, à câmara fotográfica) e o juízo
treinado (um cientista experiente não se deixa enganar por uma imagem). O
caminho para a objectividade não se faz sem dificuldades. Segundo aqueles autores,
«a objectividade está para a epistemologia como o extremo ascetismo está para a
moralidade».

 Terminemos com a ética. Kant começou por estudar mecânica celeste, antes de
enveredar pela filosofia. Na conclusão da Crítica da Razão Prática, KANT
contrasta o mundo exterior, regulado por leis imperativas, e o eu, no qual as leis
morais surgem: «Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre
novas e crescentes, quanto mais frequentemente e com maior assiduidade delas se
ocupa a reflexão: O céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim. Não as hei-de
procurar e simplesmente presumir a ambas como envoltas em obscuridades ou no
transcendente, fora do meu horizonte; vejo-as perante mim e religo-as
imediatamente com a consciência da minha existência.» De acordo com o programa
iluminista, não existe nem ciência nem moralidade sem consciência.

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