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Conduta Vedada Tse
Conduta Vedada Tse
Condutas vedadas são normas proibitivas sobre o modo de agir e de se comportar, durante um
determinado espaço de tempo, direcionadas exclusivamente aos agentes públicos que se
candidatam a cargos eletivos. Essas normas visam proporcionar igualdade de tratamento a todos
os candidatos concorrentes às eleições, bem como evitar o uso da máquina administrativa
pública direta e indireta em benefício de candidatos.
Previsão legal
Art. 73, 74, 75, 76, 77 e 78 da Lei nº 9.504/97 – Lei das Eleições (LE)
Legitimidade passiva – refere-se àquele que causou dano ou está prejudicando o direito
perseguido na ação
Devem sofrer representação contra as condutas vedadas os agentes públicos, servidores ou não.
Considera-se agente público quem exerce, ainda que temporariamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta,
indireta, ou fundacional (art. 73, § 1º, LE).
Legitimidade ativa – refere-se àquele que sofreu algum dano ou está sendo privado de
algum direito
Essa proibição não atinge os bens públicos de uso comum do povo, que são as praças, os
parques, as ruas etc.
CONDUTA VEDADA. Não caracterização. Uso de estádio de futebol. Bem
público de uso comum. Recurso especial não admitido. Improvimento ao
agravo regimental. Precedentes. Inteligência do art. 73, I, da Lei nº 9.504/97.
A vedação do uso de bem público, em benefício de candidato, não abrange
bem público de uso comum. (ARESPE nº 25377, rel. Min. Cesar Peluso, de
01/08/2006)
É importante destacar que, nos bens de uso comum, é proibida a veiculação de propaganda
eleitoral nos termos do artigo 37 da LE.
Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público,
ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de iluminação
pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de
ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda
de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas,
estandartes, faixas e assemelhados.
O presidente da República pode usar o carro oficial em campanha desde que o partido pague as
despesas com o transporte (art. 76 da LE). Os chefes do Poder Executivo, quando são
candidatos a reeleição, podem usar suas residências oficiais para realizar contatos, encontros e
reuniões de campanha, desde que não tenham caráter de ato público (art. 73, § 2, LE).
b) Usar materiais ou serviços, pagos pelos governos ou casas legislativas, que ultrapassem
o limite previsto por esses órgãos.
Se o uso de materiais ou de serviços públicos, mesmo dentro da cota que cabe ao agente
público, tiver conotação de propaganda eleitoral, poderá ser considerado desvio de finalidade.
Não é considerada conduta vedada o uso dos serviços de segurança e de atendimento pessoal ao
chefe do Executivo.
Em ano de eleição, é proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da
administração pública, exceto nos casos de calamidade pública, estado de emergência ou
programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos
em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e
administrativa.
O programa social autorizado por lei e já em execução orçamentária desde o ano anterior não é
proibido, mas, em hipótese alguma, pode ser usado em promoção de candidato, partido ou
coligação.
e) Nomear, contratar, admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens,
impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar
servidor público, na circunscrição das eleições, nos três meses que as antecedem e até a
posse dos eleitos, exceto em caso de:
- Nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de
funções de confiança;
- Nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais
ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República;
- Nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início
daquele prazo;
- Nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável
de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do chefe do
Poder Executivo;
- Transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes
penitenciários.
[...]
2. Essa norma não proíbe a realização de concurso público, mas, sim, a
ocorrência de nomeações, contratações e outras movimentações funcionais
desde os três meses que antecedem as eleições até a posse dos eleitos, sob
pena de nulidade de pleno direito.
3. A restrição imposta pela Lei nº 9.504/97 refere-se à nomeação de servidor,
ato da administração de investidura do cidadão no cargo público, não se
levando em conta a posse, ato subseqüente à nomeação e que diz respeito à
aceitação expressa pelo nomeado das atribuições, deveres e responsabilidades
inerentes ao cargo.
4. A data limite para a posse de novos servidores da administração pública
ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento,
nos termos do art. 13, § 1º, Lei nº 8.112/90, desde que o concurso tenha sido
homologado até três meses antes do pleito conforme ressalva da alínea c do
inciso V do art. 73 da Lei das Eleições.
5. A lei admite a nomeação em concursos públicos e a conseqüente posse dos
aprovados, dentro do prazo vedado por lei, considerando-se a ressalva
apontada. Caso isso não ocorra, a nomeação e conseqüente posse dos
aprovados somente poderão acontecer após a posse dos eleitos.
6. Pode acontecer que a nomeação dos aprovados ocorra muito próxima ao
início do período vedado pela Lei Eleitoral, e a posse poderá perfeitamente
ocorrer durante esse período.
[...] (RES.-TSE nº 21.806, rel. Min. FERNANDO NEVES, de 08/06/2004)
Quanto à definição de “serviço público essencial”, a expressão deve ser entendida em sentido
estrito, ou seja, aquele vinculado à sobrevivência, saúde ou segurança da população.
[...]
3. Em sentido amplo, todo serviço público é essencial ao interesse da
coletividade. Já em sentido estrito, essencial é o serviço público emergencial,
assim entendido aquele umbilicalmente vinculado à “sobrevivência, saúde ou
segurança da população".
4. A ressalva da alínea d do inciso V do art. 73 da Lei nº 9.504/97 só pode ser
coerentemente entendida a partir de uma visão estrita da essencialidade do
serviço público. Do contrário, restaria inócua a finalidade da lei eleitoral ao
vedar certas condutas aos agentes públicos, tendentes a afetar a igualdade de
competição no pleito. Daqui resulta não ser a educação um serviço público
essencial. Sua eventual descontinuidade, em dado momento, embora acarrete
evidentes prejuízos à sociedade, é de ser oportunamente recomposta. Isso por
inexistência de dano irreparável à "sobrevivência, saúde ou segurança da
população".
[...] (RESPE nº 27563, rel. Min. CARLOS AYRES BRITO, de 12/12/2006)
[...]
1. Nos termos do art. 73, § 8º, da Lei nº 9.504/97, tendo sido realizada
publicidade institucional em período vedado, deve ser responsabilizado não
apenas o agente público que autorizou a referida publicidade, como também
o agente público que dela se beneficiou. Precedente: AgR-REspe nº
35.517/SP, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJe de 18.2.2010.
2. Na espécie, o agravante é beneficiário da prática da conduta vedada de que
trata o art. 73, VI, b, da Lei nº 9.504/97, porque - na qualidade de vice-
prefeito do Município de Carlos Chagas - sua imagem estava intimamente
ligada à administração municipal da qual se fez a vedada propaganda
institucional.
3. A divulgação do nome e da imagem do beneficiário na propaganda
institucional não é requisito indispensável para a configuração da conduta
vedada pelo art. 73, VI, b, da Lei nº 9.504/97.
[...] (AgR-REspe nº 999897881, rel. Min. ALDIR PASSARINHO, de
31/03/2011)
1. “[...] entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro
ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de
determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde” (art. 25, da Lei
Complementar nº 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal).
Não configura conduta vedada entrevista concedida para informação jornalística.
h) Contratar shows artísticos, pagos com recursos públicos, nos três meses que
antecederem as eleições.
Apuração
Sanções
A dosagem da multa deve ser feita de acordo com a capacidade econômica do infrator, a
gravidade da conduta e a repercussão do fato.
[...]
2. Caracterizada a infração às hipóteses do art. 73 da Lei 9.504/97, é
necessário verificar, de acordo com os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, qual a sanção que deve ser aplicada. Nesse exame, cabe
ao Judiciário dosar a multa prevista no § 4º do mencionado art. 73, de acordo
com a capacidade econômica do infrator, a gravidade da conduta e a
repercussão que o fato atingiu. Em caso extremo, a sanção pode alcançar o
registro ou o diploma do candidato beneficiado, na forma do § 5º do referido
artigo.
[...] (Rp nº 295986, rel. Min. HENRIQUE NEVES, de 21/10/2010)
O valor da multa será de R$ 5.320,50 (cinco mil trezentos e vinte reais e cinquenta centavos) a
R$ 106.410,00 (cento e seis mil quatrocentos e dez reais), conforme a Res.-TSE nº 23.370/2011.
É importante destacar que os partidos políticos que, por acaso, sejam beneficiados por alguma
conduta vedada que tenha sido apenada com multa não receberão recursos do Fundo Partidário2.
Estas condutas vedadas também são consideradas atos de improbidade administrativa conforme
previsão do art. 11, inciso I, da Lei nº 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa.
Logo, ao praticar tais condutas, o agente público ficará sujeito também às sanções previstas no
art. 12, inciso III, da citada lei que são: