Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Petições Penais de Defesa - Maerterlin Camarço Lima - 2014 PDF
Petições Penais de Defesa - Maerterlin Camarço Lima - 2014 PDF
PETIÇÕES PENAIS
DE DEFESA
3ª Edição
Leme - SP
2014
Defesa Preliminar - Crime de Concussão - Praticado Por
Funcionário Público
Protocolo .............
DEFESA PRELIMINAR
Os Acusados, ora Defendentes, foram denunciado sob a suposta prática do ilícito penal
inserto nas normas incriminadoras dos arts. 316 do Código Penal Brasileiro, citados
regularmente, instados a se pronunciarem ao tempo do art. 396-A, manifestam-se conforme os
fatos e fundamentos a seguir perfilados:
Na realidade, a modificação imposta pelo novo ordenamento jurídico, possui efeito prático
insípido e placébico, uma vez que a investigação engendrada pelo MP substitutiva do Inquérito
Policial, pela sua própria essência inquisitorial, parcial e unilateral, raríssimas vezes produzirá
matéria ou elementos capazes de embasar eventual tese defensória, levando-se em conta que o
indiciado não representa, ali, uma entidade apta a exercer qualquer atividade de defesa e
produzir eventual prova que lhe favoreça na presente fase alborial defensiva, com força ou
eficácia de provocar a absolvição sumária prevista no art. 397, do mesmo Codex. Tanto é verdade
que o inquérito policial, continua tendo como primacial objetivo: a formação do opinio delicti.
Como bem pontuou, a defesa técnica dos acusados em sua “resposta escrita” tecida
alhures, sob o pálio do art. 514, do CPP, tanto aquela como esta defesa preliminar são
improducentes, estéreis e inoperantes, pois o presente processo já tem o juízo eivado pela
parcialidade vez que em seu pronunciamento na decisão que aplicou a medida cautelar de
afastamento das funções públicas, (com o caráter de adiantamento de pena), tornou-se patente e
indisfarçável um velado prejulgamento favorável à pretensão do Ministério Público deduzida na
exordial acusatória.
Assim sendo, a presente fase processual é de efeito meramente formal e sem sentido de ser
diante do estado de prevenção já demonstrado pelo órgão judicante, no alvorecer da instrução
criminal
Neste prisma resta evidente que a absolvição sumária prevista, no artigo 397, do CPP, na
prática, é utópica e inalcançável, configura letra morta no texto legal, metaforicamente: é como
uma “estrela na testa da mula sem cabeça”.
Em conclusão e tão somente por imposição legal, a defesa pugna pelo reconhecimento da
improcedência dos fatos narrados na denúncia, atribuídos ao Acusado.
Pede deferimento.
Local e Data
____________________
OAB-GO
Exceção de Litispendência
Protocolo nº .....................
EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA
DOS FATOS
1. O Opoente, responde a presente ação penal, em epígrafe, perante este juízo, como
incurso nas penas do artigo 35, caput da Lei nº 11.343/2006, relativa a fato ocorrido entre os
meses de janeiro e junho de 2012, referente ao Auto de Prisão em Flagrante que serviu de base
para a denúncia destes autos, porém o mesmo fato já foi objeto de ADITAMENTO DE
DENÚNCIA editado em 4/07/2012, empolgado pelo Ministério Público às fls.195 (doc.04) da
Ação Penal nº 2012.01.1.082010-7, já em andamento por este foro, ocorrendo o fenômeno da
LITISPENDÊNCIA, conforme cópia da documentação em apenso (doc.01/03).
4. Segundo se constata da versão trazida à baila, o Excipiente está sendo alvo de duas
ações penais, objetivando elucidar os mesmos fatos possuindo, ainda, a mesma causa de pedir,
embora com análises, quanto a tipificação penal divergentes, por parte das Acusações Oficiais.
5. Pela simples leitura das denúncias e do aditamento, é de fácil constatação que o
Excipiente está sendo duplamente processado pelos mesmos fatos e com idênticas causas de
pedir, já que fora denunciado nos autos .............tramitando por este mesmo Juízo.
EX POSITIS,
Nestes termos
Pede deferimento.
Local e Data
__________________
OAB-GO
Resposta Escrita - Crime Praticado Por Funcionário Público -
Procedimento Especial
Protocolo:
RESPOSTA ESCRITA
A presente fase etiquetada de “resposta escrita” é de toda inútil e sem razão de existir pela
inocuidade de seus efeitos e consequências pro defesa dos imputados - tanto que é de eleição
facultativa.
Então, a presente “resposta escrita” é placébica, insípida e sem conteúdo que em nada
socorre o interesse da defesa dos Denunciados, constituindo mero formalismo inócuo que
antecederá o despacho de recebimento da denúncia alhures anunciado pelo posicionamento
judicial já delineado na fase inquisitiva com a imposição de medida cautelar alternativa de
afastamento das funções de policiais civis.
Pede Deferimento.
Local e data.
______________________
OAB
Alegações Preliminares com Pedido de Exame de DNA - Estupro de
Vulnerável
PROTOCOLO Nº .......................
Alegações Preliminares
................., já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a justiça
pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem
perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 396-A, do
Código de Processo Penal, com a nova redaçãoque lhe deu a Lei 11.719/2008, tempestivamente
apresentar
Requer, ainda, que se proceda com urgência, exame de DNA entre o Acusado, a vítima e o
nascituro, como forma de determinar se há vínculo genético de paternidade.
LOCAL, DATA
_______________
OAB
Alegações Iniciais ou Defesa Preliminar com Pedido de Suspensão
do Processo
Protocolo ..........
........................, já qualificada, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a
justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, (m.j.), permissa máxima
vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo
396-A, do Código de Processo Penal, tempestivamente apresentar
DEFESA PRELIMINAR,
1. O delito apontado na exordial acusatória está dentro do elenco daqueles que comportam
o benefício previsto no art. 89, da Lei nº 9.099/95, sendo imperioso que o Ministério Público
manifeste acerca da proposta de suspensão condicional do processo, vez que a Acusada
preenche todos requisitos para usufruir da referida benesse legal.
Isto posto, requer seja dado vistas dos autos ao Ilustre Representante do Parquet, para
manifestar sobre a possibilidade de oferecer proposta de suspensão do processo nos termos do
dispositivo retro apontado.
Pede deferimento.
___________________
OAB
Alegações Iniciais – Justiça Militar
Deserção nº .................
......................, já qualificado nos autos da Ação penal, em epígrafe, que lhe move a Justiça
Militar desta CJM, via de seu Advogado, in fine assinado, premissa máxima vênia vem perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, sob o comando normativo
do § 4º, do art. 457 do Código de Processo Penal Militar, apresentar em o rol de testemunhas em
apenso, cujos depoimentos ficam gravados pelo caráter de imprescindibilidade, oferecer a
inclusa prova documental, requerendo sua juntada aos autos.
Pede deferimento.
Local, data
_________________
OAB
Alegações Iniciais com Pedido de Absolvição Sumária –
Falsificação de Documento Grosseira
Defesa Preliminar
PRELIMINARMENTE
Embora a exordial tenha descrito fato, que in tese, amoldável ao tipo penal inserto no artigo
297 do nosso Estatuto Repressivo Penal, verifica-se que a “ rasura ou falsificação”, foi detectada
pela Senhora Escrivã a vista desarmada em face da forma grosseira com que a alteração foi
realizada, não restando assim, configurada lesão sequer à fé pública, pois a falsidade da
documentação foi suspeitada e atestada sem maiores problemas, o que comprova a fragilidade do
meio iludente empregado, neste caso, deve ser aplicado o princípio da insignificância ou
bagatela, para excluir-se a tipicidade penal.
É nesse diapasão que acena o Direito Penal moderno e nossa jurisprudência vem
preconizando seu entendimento conforme o seguintes arestos:
Sendo assim, é plausível a conclusão de que, se o fato não acarretou uma ofensa de certa
magnitude ao bem jurídico protegido, para que se possa concluir por um juízo positivo de
tipicidade, é imperioso o reconhecimento da ocorrência de circunstância excludente da
tipicidade penal, caracterizada pelo Princípio da Insignificância das condutas anti-sociais
narrada na denúncia, com a conseqüente reforma do despacho de recebimento da peça exordial.
EX POSITIS,
Pede deferimento.
Local, data.
___________________
OAB
Defesa na Corregedoria de Polícia Civil
Os fatos narrados na portaria de fls..........., não ocorreram da forma ali descrita, haja vista
que não houve qualquer ameaça a funcionários ou atendentes do hospital como descreveram as
pessoas ouvidas por esta, Egrégia Corregedoria.
Mesmo afirmando dispor de dinheiro para o pagamento, e diante do quadro grave que se
encontrava ......................, os funcionários do referido nosocômio protelavam o atendimento
provocando desespero do Primeiro Sindicado, que exasperou com os mesmos apenas com
palavras sem em nenhum momento se servir da qualidade de policial ou fazer uso da arma que
portava discretamente sob a camisa.
Conforme depoimentos dos policiais militares de fls. ....... percebe-se que nenhum deles
afirma que o Primeiro Sindicado estivesse portando arma ostensivamente, e seu estado de ânimo
era em decorrência da flagrante omissão de socorro por parte dos funcionários do hospital que se
mostraram indiferentes com a possibilidade de ocorrer óbito da paciente em questão, além do
que estavam sóbrios.
Por outro lado, é oportuno salientar que no Hospital Evangélico de ..............., é comum a
ocorrência de omissão de socorro como demonstram as cópias do TCO ....... e Boletim de
Ocorrência nº ......., em a penso, sendo que no primeiro caso a negligência e descaso no
atendimento por parte dos funcionários e médicos do hospital ocasionaram a morte do
Sr..................................., logo, percebe-se que a versão apresentada pelos atendentes não possui a
credibilidade suficiente para, por si só, nortear um juízo de valor em detrimento das pessoas do
Sindicados.
A estória manipulada pelos funcionários do hospital nada mais representa do que uma
forma de justificar a desídia, incúria e negligência no atendimento da paciente conduzida pelo
Primeiro Sindicado, cuja reação foi natural ante o iminente óbito que ocorreria caso não fosse
atendida com extrema urgência.
Como demonstram as provas coligidas, o Segundo Sindicado não praticou qualquer ato
configurativo de eventual transgressão disciplinar devendo ser excluído do pólo passivo do
presente procedimento administrativo, principalmente quando dos depoimentos dos
funcionários do hospital em nenhum momento há menção de qualquer conduta imprópria
atribuída a sua pessoa.
Pelo Exposto, requerem seja a presente defesa recebida, vez que própria e tempestiva e
final, julgado improcedente a presente Sindicância Policial Disciplinar, absolvendo-os da
aplicação de qualquer penalidade administrativa, pois assim Vossa Excelência estará decidindo
conforme os mais elevados ditames do direito da justiça.
LOCAL E DATA
......................................... ......................................................
1º Sindicado 2º Sindicado
Defesa Preliminar – Tráfico de Drogas
Protocolo ...............
Defesa Preliminar:
Acusado:
DEFESA PRELIMINAR
Como enfrentar o mérito, se todas as diligências, realizadas pela polícia visam criar um
terreno propício à cultura da pretensão da acusação?.
O que tempo já vem demonstrando é que a maioria esmagadora das denúncias será
recebida, e, que somente serão rejeitadas aquelas flagrantemente despropositadas, cuja
improcedência fique demonstrada estreme de dúvidas, no mais a presente “ defesa preliminar”
continuará, como a defesa prévia, de caráter meramente formal e não substancial ausente de
conteúdo de mérito, cuja finalidade é a de enfrentar eventuais questões processuais e arrolar
testemunhas.
No caso em apreço, porém, a defesa não poderá silenciar diante da flagrante improcedência
do enunciado na exordial acusatória, uma vez que a ínfima quantidade da droga apreendida (.....
gramas), ser insuficiente para provocar a dependência psíquica ou física, ou configurar o ilícito
penal denunciado, tornando atípica a conduta atribuída ao Acusado, além de irrelevante na seara
penal.
Desta forma, não há como receber a denúncia por tráfico de entorpecentes, quando a
ínfima quantidade de droga apreendida, .... gramas, não tem repercussão penal, à mingua de
lesão ao bem jurídico tutelado, enquadrando-se o tema no campo da insignificância, sendo, a
conduta denunciada, penalmente irrelevante.
Pede deferimento.
Local, data.
__________________
OAB
Pedido de Habilitação Para Atuar Como Assistente de Acusação
Protocolo .......
Réu: ..............
Pede deferimento.
Local e data
____________________
OAB
Incidente de Insanidade Mental – Estupro - Pedofilia
do Acusado, com fundamento no art. 149 do Código de Processo Penal, pelas razões a
seguir expostas:
1. Consoante consta dos autos, o Acusado, no presente feito foi denunciado como incurso
nas penas do art. 217-A, do Código Penal Brasileiro, com a nova redação emprestada pela Lei
12.015 de 07.08.2009, por ter supostamente mantido relação sexual com uma criança de .....
anos
2. Conforme, consta dos autos principais, às fls. ........, o Acusado, respondeu além do
presente processo, a outros da mesma natureza, sempre envolvendo menores da mesma faixa
etária, o que denota de forma inequívoca indícios de comprometimento de sua higidez mental.
3. De acordo com Laudo Pericial Psiquiátrico (doc. ....), e Atestado Médico (doc. ....), em
apenso, o Acusado é portador de distúrbio da saúde mental (pedofilia CID 302.2/8).
LOCAL E DATA
_________________________
OAB
Pedido de Juntada de Procuração e Concessão de Prazo Para
Apresentar Defesa Preliminar
PROTOCOLO Nº .........
...................................... já qualificado, nos autos da ação penal, epígrafe, que lhe move a
justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, (m.j.), permissa máxima
vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, requerer a juntada do
incluso instrumento procuratório, protestando pelo prosseguimento do feito, abrindo-se vistas
dos autos para cumprimento do comando normativo insculpido art. 396 do CPP.
Local, data
____________________
OAB
Pedido de Juntada de Procuração
PROTOCOLO Nº ...................
LOCAL, DATA.
______________________
OAB
Pedido de Juntada de Procuração e Prosseguimento do Processo
Local e data
________________________
OAB
Pedido de Juntada de Procuração e Vistas dos Autos
Pede Deferimento.
LOCAL, DATA
____________________
OAB
Pedido de Juntada de Procuração em Caso de Réu Foragido
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data.
___________________
OAB
Pedido de Juntada de Renúncia de Procuração
Protocolo ...................
LOCAL, DATA.
___________________
OAB
Pedido de Juntada de Renúncia de Procuração
Protocolo ....................
1. Este ilustrado Juízo exarou as fls. o seguinte despacho: “ Intime-se o defensor para, no
lapso IMPRETERÍVEL, de ... horas, manifestar sobre as certidões carreadas as laudas ......, (...).”
Isto posto, levando-se em conta que a relação entre o advogado e o cliente deve ser
equacionada entre ambos, na forma ditada pela legislação ut retro citada, e, uma vez vencido o
lapso temporal de dez dias, após a cientificação da renúncia, o causídico não está mais a
obrigado, contratual ou processualmente, a atuar no processo, pelo que com a devida vênia deixa
de atender o disposto no supradito despacho.
Local, data
____________________
OAB
Pedido de Juntada de Substabelecimento
PROTOCOLO Nº .........
Pede deferimento.
Local, data.
_______________
OAB
Notificação de Renúncia à Procuração
LOCAL, DATA.
Ilmo. Sr.
...........................
NESTA
Prezado Senhor.
Pela presente, nos termos do art. 5º, § 3º, da Lei nº 8.906/94, combinado com art.
45, do Código de Processo Civil e 688, do Código Civil ,estamos NOTIFICANDO Vossa Senhoria,
da rescisão do contrato de nº ......, em virtude de descumprimento de sua cláusula ...ª, por parte
do Constituinte, devendo, assim, constituir novo defensor nos autos ..........., em andamento pela
segunda vara criminal de ......., no prazo de lei.
Sem mais.
________________________
OAB
Renúncia à Procuração
Protocolo nº ................
LOCAL, DATA
____________________
OAB
Pedido de Proposta Para Suspensão Condicional do Processo
Protocolo .......................
Isto Posto, protesta pela oitiva da nobre representante do Ministério Público, sobre a
possibilidade de apresentar proposta de suspensão do processo, nos termos do dispositivo legal
ut retro citado, vez que o Acusado já foi devidamente citado nos autos da carta
precatória ....................., em andamento pela 3ª Vara Criminal de ..............., cujo interrogatório foi
designado para o dia ................ as .......... horas.
Requer ainda, em caso positivo, Vossa Excelência digne em oficiar ou expedir carta
precatória estendendo a jurisdição para tal fim, à Ilustre Juíza daquele foro.
Pede deferimento.
__________________
OAB
Alegações Finais Por Memorial - Tráfico de Influência e Associação
Criminosa - Fraude em Processo Licitatório de Bilhetagem
Automática - Lei nº 12.850 de 02/08/2013
Ação Penal
Alegações Finais por Memorial
(...)
Durante a instrução criminal foram ouvidas as testemunhas José _________ e Carlos ______,
arroladas na denúncia, as quais negaram conhecer o acusado ____, ora defendente, bem como
informaram que nunca mantiveram qualquer tipo de contato direto ou indireto com sua pessoa,
principalmente, em relação aos fatos descritos na exordial acusatória de fls 02/25.
In summa o acusado Carlos ____ usaria o tráfico de influência (art. 332 CPB) para alcançar
o objetivo final: fraudar o processo licitatório (art. 90 da Lei 8.666/93). Ou seja o suposto crime
tráfico de influência configuraria ato preparatório do crime-fim: fraude de licitação, que
conforme ordenamento jurídico adotado no Brasil, pela Teoria Finalista da Ação o delito
almejado ou desejado pelo autor do fato absorveria o delito meio.
Por outro lado, não há dentro dos autos nenhuma prova confirmatória da existência da
suposta organização criminosa com o fim de fraudar o ato licitatório do Sistema de Bilhetagem
Automática do transporte coletivo do Distrito Federal através da utilização de eventual tráfico de
influência.
Por outro prisma, a prática do crime de fraude de licitação configura verdadeiro crime
impossível vez que sequer foi publicado edital licitatório para o Serviço de Bilhetagem
Automática dos transportes coletivos do _______.
Do mesmo modo, não foi produzida nenhuma prova em juízo sob o manto do contraditório
que pudesse confirmar o conteúdo das interceptações telefônicas carreadas para os autos.
Perscrutando detidamente o acervo de interceptações telefônicas é de fácil constatação de
que o acusado ............................. jamais manteve relacionamento com algum dos acusados, com
exceção de ____, bem como não existe nenhuma ligação ou contato com qualquer funcionário
público no âmbito do ___, contrariando o que foi enfatizado pelo MP em seus memoriais de fls.,
que pudesse autorizar a ilação de possível prática do crime de tráfico de influência ou delito
diverso.
Por outro lado, conforme patenteou a testemunha José _____, às fls._____, ex secretário de
transportes do _______, os serviços apresentados pelos coreanos em reunião realizada no dia
19/06/2011, não se coadunavam com os objetivos e interesses do ____ para implantação do
Sistema de Bilhetagem Automática, de modo que não havia a mínima possibilidade da empresa
____ vencer o processo licitatório.
Ressalta ainda a referida testemunha, que reuniões com empresários interessados na
prestação de serviços ao governo são normais e corriqueiras, antes, durante e depois de qualquer
processo licitatório, não constituindo fato determinante para a aferição dos delitos objetos do
presente feito.
Com relação à prática do art. 288 do CP, com nova redação emprestada pela Lei 12.850 de
02 de Agosto de 2013, a acusação não logrou êxito em carrear para os autos prova de que o
acusado ________ tenha se associado de forma permanente e estável com identidade de desígnios
com os demais réus com o fim de cometer crimes, ao contrário, pelo acervo probatório dos autos
restou constatado que a sua atuação nos fatos narrados na denúncia foi de mero agendamento de
uma reunião entre empresários e empresa _________.
Em resumo, não foi produzida nenhuma prova durante a instrução criminal que pudesse
dar amparo à pretensão ministerial deduzida na exordial acusatória, principalmente, de qualquer
participação do acusado ____________ em qualquer atividade ou conduta criminosa.
Conforme documentação inserta no bojo dos autos, o Acusado, ora, defendente, ocupa
cargo de vereador na cidade de ________, onde presta relevantes serviços à sociedade, gozando
de respeito e consideração de seus concidadãos, com família regularmente constituída, nunca
tendo infringido qualquer norma penal, por mais insignificante que seja.
DO DIREITO
Código Penal
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público
no exercício da função:
Da simples leitura do dispositivo penal ut retro não surge outra conclusão que não seja
aquela em o sujeito ativo do referido tipo penal é quem exige, cobra ou obtém a vantagem e não
quem a paga.
A peça vestibular, do presente feito, reprisada nos memoriais do MP de fls., afirma que
hipoteticamente, o corréu Valdir dos Reis exigiu vantagem pecuniária para si ou pra outrem a
pretexto de influir em ato a ser praticado por funcionário público do __, especificamente diante
da Secretaria de Transportes, visando favorecer interesses da empresa ___________, na obtenção
do serviço de sistema de bilhetagem automática do transporte coletivo do _____.
De igual modo, os nossos Pretórios Superiores têm sufragado o entendimento de que aquele
que paga pela vantagem ao “ corretor de ilusões”, no crime de tráfico de influência, é sujeito
passivo secundário e, portanto, inexiste previsão legal para sua punibilidade pois, embora aja
com má fé, atente contra a dignidade da administração pública e milite em desacordo com a ética
profissional, sua conduta é atípica, penalmente irrelevante e fora da órbita de repressão penal.
Conforme os seguintes arestos:
“PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. ARTIGO 332 DO CP.
SUJEITO PASSIVO SECUNDÁRIO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA.
I - O crime do artigo 332 do CP, tem como sujeito passivo principal o Estado,
envolvendo o prestígio e credibilidade da Administração Pública e como sujeito
passivo secundário o indivíduo que pretende “comprar” o prestígio que o sujeito
ativo diz ter. Para esse sujeito passivo secundário a hipótese é de crime putativo
quanto à participação na corrupção ativa.
Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais
evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda
conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a
pena, como consequência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato
jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).
Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita
colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí,
dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável,
atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou
antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno,
Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.).
De forma mais singela, a concepção de crime exige prova absoluta e incontestável de uma
conduta violadora da norma penal que atente de forma significativa e suficiente para repercutir
contra a ordem social ou administrativa. O que vale dizer comprometa de tal forma que exija a
aplicação da pena correspondente.
No caso em apreço, a Acusação, competia o ônus da prova dos fatos alegados na denúncia,
e nada conseguiu provar durante a instrução criminal, situação inaceitável no processo penal,
onde a condenação exige a certeza inabalável da culpabilidade do réu.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
Arremate-se com a velha e atualíssima lição do esteio mestre da escola penal italiana,
representa pelo insuperável CARRARA, que assim ensina com luminescência:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica.
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre
desativada de dúvidas”.
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a
exclusão de todo motivo para duvidar.
EX POSITIS,
Nestes termos
Pede deferimento.
Local e Data
__________________
OAB
Alegações Finais por Memorial - Organização Criminosa Lei nº
12.850 de 02 de Agosto de 2013 - Tráfico de Influência
Ação Penal
Alegações Finais por Memorial
(...)
Por outro lado, não há dentro dos autos nenhuma prova confirmatória da existência da
suposta organização criminosa com o fim de fraudar o ato licitatório do Sistema de Bilhetagem
Automática do transporte coletivo de.......................... através da utilização de eventual tráfico de
influência.
Por outro prisma, a prática do crime de fraude de licitação configura verdadeiro crime
impossível vez que sequer foi publicado edital licitatório para o Serviço de Bilhetagem
Automática dos transportes coletivos de...............................
Do mesmo modo, não foi produzida nenhuma prova em juízo sob o manto do contraditório
que pudesse confirmar o conteúdo das interceptações telefônicas carreadas para os autos.
Com relação à prática do art. 2º da Lei 12.850 de 02/08/2013, a acusação não logrou êxito
em carrear para os autos prova de que o acusado .......................... tenha se formado com os
demais acusados associação criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de
tarefas, com o objetivo de obter vantagem mediante a prática de infrações penais, cujas penas
sejam superiores a 4 anos, ao contrário, pelo acervo probatório dos autos restou constatado que a
sua atuação nos fatos narrados na denúncia foi de mero agendamento de uma reunião entre
empresários e empresa coreana.................., sem nenhuma intenção de angariar alguma vantagem
econômica ou financeira.
Em resumo, não foi produzida nenhuma prova durante a instrução criminal que pudesse
dar amparo à pretensão ministerial deduzida na exordial acusatória, principalmente, de qualquer
participação do acusado....................... em qualquer atividade ou conduta criminosa.
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função:
Da simples leitura do dispositivo penal ut retro não surge outra conclusão que não seja
aquela em o sujeito ativo do referido tipo penal é quem exige, cobra ou obtém a vantagem e não
quem a paga.
A peça vestibular, do presente feito, reprisada nos memoriais do MP de fls., afirma que
hipoteticamente, o corréu Valdir dos Reis exigiu vantagem pecuniária para si ou pra outrem a
pretexto de influir em ato a ser praticado por funcionário público do ........., especificamente
diante da Secretaria de ........., visando favorecer interesses da empresa .............................., na
obtenção do serviço de sistema de bilhetagem automática do transporte coletivo de.............
De igual modo, os nossos Pretórios Superiores têm sufragado o entendimento de que aquele
que paga pela vantagem ao “ corretor de ilusões”, no crime de tráfico de influência, é sujeito
passivo secundário e, portanto, inexiste previsão legal para sua punibilidade pois, embora aja
com má fé, atente contra a dignidade da administração pública e milite em desacordo com a ética
profissional, sua conduta é atípica, penalmente irrelevante e fora da órbita de repressão penal.
Conforme os seguintes arestos:
“PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. ARTIGO 332 DO CP.
SUJEITO PASSIVO SECUNDÁRIO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA.
I - O crime do artigo 332 do CP, tem como sujeito passivo principal o Estado,
envolvendo o prestígio e credibilidade da Administração Pública e como sujeito
passivo secundário o indivíduo que pretende “comprar” o prestígio que o sujeito
ativo diz ter. Para esse sujeito passivo secundário a hipótese é de crime putativo
quanto à participação na corrupção ativa.
A Organização Criminosa definida pela nova Lei guarda harmonia com o antigo delito de
bando e quadrilha que segundo preceitua Nelson Hungria, “ à quadrilha ou bando pode ser dada
a seguinte definição: reunião estável ou permanente (que não significa perpétua), para o fim de
perpetração de uma indeterminada série de crimes. A nota da estabilidade ou permanência da
aliança é essencial”10.
Dessa forma, não estão presentes os elementos da definição legal para a configuração de
eventual “organização criminosa”, na definição dada pela nova Lei 12.850/2013 primeiro: não há
pluralidade de infrações penais, segundo: não existe prova da união mediante vínculo estável e
duradouro com o fim de praticar infrações penais. Impondo-se a absolviçãoi, nos termos do
art.386 do CPP, como melhor forma de restabelecer o império do Direito, da Lei e da Justiça.
Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais
evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda
conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a
pena, como conseqüência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato
jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).
Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita
colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí,
dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável,
atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou
antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno,
Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.).
De forma mais singela, a concepção de crime exige prova absoluta e incontestável de uma
conduta violadora da norma penal que atente de forma significativa e suficiente para repercutir
contra a ordem social ou administrativa. O que vale dizer comprometa de tal forma que exija a
aplicação da pena correspondente.
Arremate-se com a velha e atualíssima lição do esteio mestre da escola penal italiana,
representa pelo insuperável CARRARA, que assim ensina com luminescência:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica.
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre
desativada de dúvidas”.
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a
exclusão de todo motivo para duvidar.
No caso em apreço, não existe qualquer prova jurisdicionalizada no sentido de que o
Acusado, ora defendente, tenha praticado os ilícitos penais contidos na exordial acusatória que
possa dar suporte ou servir de alicerce para eventual decreto condenatório, impondo-se sua
absolvição nos termos do art. 386, do CPP, com a nova redação que lhe deu a Lei 11.690/08.
EX POSITIS,
Nestes termos
Pede deferimento.
Data
____________
OAB
Recurso - Revisão Criminal - Nulidade Absoluta do Processo - Lei nº
12.850 02/08/2013
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
REVISÃO CRIMINAL
1 Conforme cópia integral da ação penal 9600844763, em apenso, que tramitou pela
primeira vara criminal da comarca de Anápolis-Go., o Recorrente foi denunciado e final
condenado à pena de 12 (doze) anos e 10 (dez) meses de reclusão, a ser cumprida integralmente
no regime fechado, como incurso nas sanções do art. 213 e 214 c/c 69 e 65, I, todos do Código
Penal Brasileiro, cuja sentença condenatória transitou em julgado em dezembro de 1.998 com se
vê nas certidões exaradas as fls. 99 e 103.
2Ao Recorrente, foi nomeado defensor dativo ao tempo de seu interrogatório judicial (fls.
_____), o qual exerceu papel meramente decorativo durante a instrução criminal, não tendo
sequer comparecido a audiência de inquirição de testemunhas (fls. ____), além do que, em suas
alegações finais (fls. ____), promove uma verdadeira barafunda jurídica chegando ao cúmulo de
sustentar que o crime de estupro não estaria configurado uma vez que ausente a prova da
“inexperiência” e “justificável confiança” da vítima, confundindo, assim, os delitos denunciados
“estupro e atentado violento ao pudor” com o crime de sedução. É óbvio que o
Condenado/recorrente esteve indefeso durante todo processado e que houve indisfarçável afronta
a Súmula 523 do STF, devendo ser reconhecida a nulidade absoluta do processo a partir da
nomeação do advogado dativo.
4Por outro lado a sentença abjurada atuou contra legis e à evidência dos autos ao
condenar o Recorrente pela prática do delito de atentado violento ao pudor, que se
eventualmente tivesse ocorrido o coito anal constante da denúncia, haveria de representar mero
ato preparatório do crime de estupro ( prelúdio coiti) devendo ser por este absorvido , e não
concurso material com consta no decisório questionado. A própria vítima ao narrar os fatos
assim se reporta as fls 15;
“A declarante desmaiou e mesmo nesta situação, sentiu muitas dores, pois um dos
rapazes penetrou em seu anus e pouco depois foi virada de bruços e penetrada em
sua vagina”
DO DIREITO
O presente recurso extremo tem como fundamento a tríplice justificativa, insertas no art
621 do CPP, de ter a sentença condenatória violado o texto expresso da lei, aliada a
contrariedade a evidência das provas contidas nos autos, e, ocorrência de nulidades processuais,
cujos objetivos estão delineados no art. 626 do mesmo Codex, em se julgando procedente a
revisão, Este Egrégio Tribunal haverá como justo alterar a classificação da infração, absolver o
réu, modificar a pena ou anular o processo.
Na sempre abalizada lição de Eduardo Espínola Filho, a circunstância de, com a revisão
criminal, buscar o reexame de um processo findo, sobre o qual existe sentença definitiva,
passado em julgado, focaliza a necessidade de assentar o fundamento de um instituto que erige
contra a autoridade da coisa julgada, sob o pretexto de haver erro judiciário, injustiça de decisão,
a corrigir,2 viabiliza a pretensão do Recorrente perante Este Egrégio Sodalício.
Discorre Paulo Vicente de Azevedo que “Já nas primeiras páginas da Bíblia, no Velho
Testamento, encontramos esta lição admirável: no primeiro julgamento que se realizou na Terra,
ao réu foi garantido o direito de defesa: Deus não condenou Adão sem ouvi-lo... Sêneca, que
viveu e floresceu três séculos antes de Cristo, deixou, entre outros, este pensamento admirável:
julgar alguém sem ouvi-lo é fazer-lhe injustiça, ainda que a sentença seja justa”. 3
O direito de defesa vem expressamente garantido na Constituição Federal pelo inciso LV, do
art. 5º, que assegura “aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral, o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Entende-se com
isso que para a observância desse comando, deve a proteção derivada da cláusula constitucional
exigir que a defesa técnica vez que indeclinável e necessária, se apresente de modo efetivo, pleno
e real, não se contentando que se realize de forma virtual, aparente e decorativa apenas para,
formalmente, atender o disposto no art. 261 do Código de Processo Penal.
Daí, a conclusão de que a defesa não constitui mera exigência formal dentro do processo
penal, devendo para suprir a exigência da Lei Maior ser efetiva.
Nesses lindes, a efetividade da defesa, entre nós, deveria decorrer de um raciocínio lógico,
de árdua construção doutrinária e jurisprudencial imposta ao longo das décadas, afinal omisso é
o art. 261, CPP... No entanto, com a proximidade da reforma do Caderno Processual Penal,
através dos ataques pontuais (como preferiu a celebrada Comissão), tratamento especial mereceu
a efetividade do direito de defesa.
O Projeto de Lei nº 4.204/2001, que rege o Capítulo III do CPP, prevê expressamente, dando
nova disciplina ao art. 261, a efetividade do direito de defesa, nestes termos:
Art. 261 - Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou
julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo,
será sempre exercida através de manifestação fundamentada. (Parágrafo acrescentado
pela Lei nº 10.792, de 01.12.2003 - DOU 02.12.2003)
Além disso, consagra com outras alterações a efetividade, alterando o ritual para o
interrogatório do acusado.
“Todavia, não padece dúvida, sobre a materialidade do fato criminoso, eis que ficou
afirmado o defloramento.
Sabido e ressabido, que o bem jurídico que o artigo 213 protege é a liberdade sexual
da mulher é o direito de dispor o corpo, é a tutela do critério de eleição sexual de que
goza na sociedade. É um direito seu que não desaparece, mesmo quando se dá a uma
vida licenciosa , pois, nesse caso, ainda que mercadejando com o corpo, ela conserva
a faculdade de aceitar ou recusar o que a solicita.”
Às fls. 82, a defesa técnica passa a beira de uma confissão expressa quando afirma:
“O processo penal, pela relevância do interesse que nele está em jogo, a liberdade do
acusado, pelas gravíssimas consequências que acarreta uma decisão condenatória,
não pode se satisfazer com uma simples aparência de defesa. Esta deve ser real,
concreta, efetiva, atuante e combativa, pouco importando a condição sócio-
econômica do acusado ou, mesmo, a natureza do delito” (RT 519/383).
“No processo penal, quando a defesa é de tal modo omissa e deficiente, em condições
que não asseguram o mínimo de diligência e de iniciativa, incorrendo em prejuízo do
interesse processual do acusado, a situação deve ser equiparada à falta de defesa,
com a consequente nulidade absoluta, nos termos da Súmula 523” (RT 542/438 e
JTACrimSP 60/366).
A atuação da defensoria dativa foi tão perniciosa aos interesses da defesa do Recorrente,
que se sucumbiu diante de uma condenação cuja pena foi extremamente exacerbada, sem,
contudo empolgar recurso de Apelação, deixando o destino do réu à deriva e indefeso. Portanto,
Excelências, deve a presente preliminar de nulidade ser reconhecida com a decretação da
nulidade do processo a partir da nomeação do advogado dativo às fls. 52.
No caso em pauta, o juiz presidente do feito, deu por encerrada a instrução criminal sem
que a defesa fosse instada a manifestar acerca da testemunha faltosa arrolada na defesa prévia,
fazendo-o tão somente com relação ao Ministério Público, com isso inquinando de nulidade o
processo afrontando assim, a garantia constitucional da ampla defesa, do contraditório e do
devido processo legal.
Na lição de Eduardo Spínola Filho, proclama “por isso em nosso juízo, nunca satisfizemos
coma certidão do oficial de justiça , participando o insucesso de sua diligência ; fazíamos intima
r a parte interessada a esclarecer o destino da sua testemunha, cuja localização , também,
pedíamos a polícia”.10.
Espera o Recorrente seja o presente recurso de Revisão Criminal conhecido, vez que
próprio à espécie, preenchidos todos requisitos legais e pressupostos de legitimidade e
admissibilidade, final dado provimento pelos fatos, razões e fundamentos que o sustentam, pois
desta forma este Egrégio Sodalício estará, como de costume, editando decisão amparada nos mais
elevados e lídimos princípios da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Data.
____________________
OAB
Alegações Finais por Memorial - Sonegação de Verba
Previdenciária - Responsabilidade Objetiva
PROTOCOLO
Alegações Finais por Memorial
Durante a instrução criminal, foram ouvidas duas testemunhas arroladas pela acusação, às
fls. 143/144, e uma testemunhas arrolada pela defesa, às fls. 208.
Desse modo, a autoria do fato não restou provada por nenhum elemento de convicção
produzido durante o persecutio criminis in juditio. Nesse particular, convém destacar que uma
coisa é dirigir e ficar responsável pelos pagamento dos encargos da empresa e outra é executar os
lançamentos contábeis que demandam conhecimento técnico para tal mister. Não existe também,
em todo o processado, nenhuma prova de que o acusado tenha determinado à sua sessão de
contabilidade a sonegação da verba tributária objeto da NFLD ...........
Em que pese a existência de débito previdenciário, a empresa gerida pelo Acusado sempre
honrou seus compromissos trabalhistas, tributários e previdenciários, exercendo relevante papel
dentro da sociedade anapolina, gerando significativa receita para os erários federal, estadual e
municipal, sendo responsável pela implementação de mais de 500 (quinhentos) empregos
diretos.
DO DIREITO
Código Penal
Com o advento da Lei nº 9.983, de 14 de julho de 2000, que introduziu, no Código Penal, o
art. 337-A, cujo caput veicula descrição de conduta similar àquela anteriormente tipificada no
art. 1º, caput, da Lei nº 8.137/90, ou seja, a evasão tributária mediante fraude que recebe a
denominação vulgar de “Sonegação Fiscal”.
Porém, o tipo descrito no art. 337-A, caput, é especial em relação ao art. 1º, caput, da Lei
8.137/90, pois, além de indicar a elementar “contribuição social previdenciária”, delimitando a
natureza jurídica do objeto material sobre o qual recai a conduta nuclear do tipo, prevê (em seus
incisos) de forma específica, as condutas instrumentais mediante as quais o agente deve realizar
a fraude por intermédio da qual viabilizará o resultado (evasão tributária).
No caso vertente, não foi objeto de levantamento durante o ato fiscalizatório contido nos
autos em apenso, quem seria o responsável pela contabilidade da empresa da qual o acusado era,
por ocasião dos fatos, sócio proprietário pelo que se deduz que a autoria do fato contido na
denúncia ficou pendente de comprovação, impondo-se a aplicação do non liquet, com sua
conseqüente absolvição.
Esse malfadado expediente – que muitos chamam de princípio, mas que, em verdade, não
passa de uma deturpação das efetivas garantias constitucionalmente previstas – é aceito pela
jurisprudência na fase inicial do processo, determinando que o Magistrado, na dúvida, receba a
exordial acusatória. Em outros termos, a utilização desse expediente determinava que fossem
recebidas denúncias e inauguradas ações penais em desfavor de acusados sem que se houvesse
delimitação concreta da autoria, e, sobretudo, sem que o órgão Ministerial realizasse uma
individualização das condutas de cada acusado.
A fundamentação para esse “princípio” é a de que, na fase inicial do processo, “não seria
razoável exigir que o MP descrevesse de forma minuciosa os atos atribuídos a cada um dos
denunciados, sob pena de adentrar-se num cipoal fático” (Trecho da ementa do Inq. 2471, STF,
noticiado no informativo 642).
Nossa jurisprudência hodierna de teto tem sufragado o entendimento de que não se pode
presumir a responsabilidade penal, devendo o órgão de acusação demonstrar de forma
inequívoca o liame subjetivo entre a conduta criminosa e o acusado, principalmente nos crimes
societários, conforme remansosa jurisprudência formada no STJ:
II - Ainda, na maioria das vezes, conforme dicção da doutrina, o dolo vem a ser
demonstrado com o auxílio de raciocínio, tal não se confunde com mera presunção
que possa excepcionar o disposto no art. 156 do CPP. Recurso desprovido”. 2
1 - Desprovida de vontade real, nos crimes em que figure como sujeito ativo da
conduta típica, a responsabilidade penal somente pode ser atribuída ao Homem,
pessoa física, que como órgão da pessoa jurídica, a presentifique na ação qualificada
como criminosa, ou concorra para sua prática;
Nesse diapasão, muito embora o Acusado, ora Defendente, por ocasião dos fatos descritos
na denúncia, era sócio proprietário da empresa autuada pela NFLD .........., pelo conjunto
probatório carreado para os autos, não restou demonstrada a descrição de eventual conduta
caracterizadora de sua responsabilidade penal pela sonegação da verba previdenciária, objeto da
presente Ação Penal, o que impõe sua pronta absolvição.
Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais
evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda
conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a
pena, como conseqüência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato
jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).
Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita
colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí,
dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável,
atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou
antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno,
Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.).
De forma mais singela, a concepção de crime exige prova de uma conduta violadora da
norma penal que atente de forma significativa e suficiente para repercutir contra a ordem social
ou administrativa. O que vale dizer comprometa de tal forma que exija a aplicação da pena
correspondente.
Conforme a melhor doutrina toda conduta criminosa exige um uma ação positivada na
realização de um tipo penal, ativa ou omissiva, o que resta dizer que nosso ordenamento jurídico
não contempla nem adota a teoria da responsabilidade objetiva, vez que o fato das
irregularidades nos lançamentos contábeis foram perpetrados pelos responsáveis do
departamento de contabilidade da empresa, estando fora da ação gerencial do Acusado.
Desta forma, a autoria do fato criminoso descrito na denúncia, não restou provada em
nenhum elemento de convicção colacionado durante a persecutio criminis in juditio, com o
condão de ancorar ou servir de fundamento para eventual sentença condenatória impondo-se,
deste modo, a absolvição do Acusado nos termos do art. 386, VII do Código de Processo Penal.
No caso em apreço, a Acusação, competia o ônus da prova da autoria direta dos fatos
alegados na denúncia, e nada conseguiu provar durante a instrução criminal, situação
inaceitável no processo penal, onde a condenação exige a certeza inabalável da culpabilidade do
réu, ou o nexo causal de sua conduta com o resultado finalístico a dispositivo penal
supostamente violado.
É correto afirmar que o NULLUM CRIMEN SINE ACTIO seja o reitor do direito penal. E o
agente ativo da conduta fática só pode ser punido por fato cuja autoria restasse provada estreme
de dúvida. Jamais pela presunção da culpabilidade, assim sendo a absolvição do acusado
__________________________, se impõe diante da fragilidade da prova coligida nos autos, no que
pertine a autoria do fato narrado na denúncia.
O Órgão Ministerial, em suas perfunctórias alegações finais de fls. 261/297, sustenta sua
pretensão condenatória referente a autoria do fato, exclusivamente, aportado em deduções e
elementos existentes na esfera administrativa do inquérito policial, Porém, impera o
entendimento doutrinário e jurisprudencial de que quando existe a participação imediata e
direta da própria autoridade policial, na produção da prova, o caráter inquisitivo, que tem a
persecução administrativa, torna imprescindível a judicialização ulterior do ato probatório para
que a instrução ali contida se apresente com o valor de prova, e seja utilizado como elemento na
formação da convicção judicial, no momento de decidir a causa penal.
Verifica-se, assim, que a prova penal é objeto de duas operações distintas: a investigação
(inquérito policial) e a instrução. Aquela, por ser extrajudicial, não pode servir de base ao
julgamento final da pretensão punitiva, pelo que só a instrução, como elemento integrante do
processo, fornece ao julgador os dados necessários sobre a quaestio facti da acusação a ser
julgada.
“É evidente que o conjunto probante do inquérito, por não obedecer aos preceitos
constitucionais da amplitude da defesa e de instrução contraditória, há de ser
encarado como qualquer outra prova extrajudicial e, portanto, não leva a coisa
alguma útil se não é confirmado, ao menos quantum satis, pela prova colhida no
ambiente judicial, este saudavelmente arejado pelo oxigênio do Direito”. 4
Outrossim, nem cabe assertar que posicionamento diverso seria possível, por força do livre
convencimento ou íntima convicção do Juiz, que não sofre limitações, importando pois,
preponderantemente, a realidade dos fatos que entreveja nas provas, e não o lugar onde estas
foram colhidas. Concessa vênia daqueles que assim sustentam, sufragar-se tal escólio implicaria
postergar-se, de maneira flagrante, o princípio basilar do contraditório e da ampla defesa,
fazendo-se dele tabula rasa e simples quimera, com sua colocação no esquecimento.
Outra não é a lição de Frederico Marques: embora o princípio do Livre convencimento não
permita que se formulem regras apriorísticas sobre a apuração e descoberta da verdade, certo é
que traz algumas limitações a que o Juiz não pode fugir; e uma delas é a de que, em face da
Constituição, não há prova (ou como tal não se considera), quando não produzida
contraditoriamente”
Se a Constituição solenemente assegura aos acusados ampla defesa, importa violar essa
garantia valer-se o Juiz de provas colhidas em procedimento em que o réu não podia usar do
direito de defender-se com os meios e recursos inerentes a esse direito.
Justamente porque carece o inquérito do contraditório penal, nenhuma validade tem, para
amparar um decreto condenatório, por colocar em ângulo sombrio o princípio do contraditório e
por transportar, para a fase judicial, a feição inquisitiva do caderno administrativo, onde o
depoimento foi carreado sem o descortino da defesa do acusado.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
Arremate-se com a velha e atualíssima lição do esteio mestre da escola penal italiana,
representa pelo insuperável CARRARA, que assim ensina com luminescência:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser
claro como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza
algébrica. Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o
processo na precisão morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar
ainda: a verdade sempre desativada de dúvidas”.
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a
exclusão de todo motivo para duvidar.
No caso em apreço, não existe qualquer prova jurisdicionalizada de que o acusado tenha
motu próprio ou determinado a sonegação da contribuição previdenciária levantada na
NFLD ............., não havendo qualquer suporte probatório jurisdicionalizado,para servir de
alicerce para eventual decreto condenatório, impondo-se sua absolvição nos termos do art. 386,
do CPP, com a nova redação que lhe deu a Lei nº 11.690/08.
EX POSITIS,
Nestes termos
Pede deferimento.
Local e data
____________________
OAB
Alegação Final Por Memorial - Estupro de Vulnerável - Hiperemia
Vulvar - Condição de Padrasto - Exclusão de Majorante
As testemunhas arroladas pela de defesa foram unânimes ao afirmar que o Acusado era
zeloso, cuidadoso e responsável no trato para com a criança, tratando-a como verdadeira filha, ao
passo que a mãe (.............) era desleixada, negligente e desatenciosa pouco se preocupando com
a segurança e cuidados para com a infante.
A séria preocupação com o estado de saúde de ............., por parte do Acusado, fica patente
em depoimento de sua patroa à época dos fatos, Sra. ............., que em juízo noticiou que o
mesmo, no dia seguinte ao fato, logo pela manhã, a procurou indagando se era normal crianças
apresentarem sangramento vaginal, sendo percebido pela interlocutora que o Acusado assim
procedeu com semblante de quem realmente estava preocupado com a saúde de ..............
Conforme documentação acostada aos autos (Fls. 204), e depoimentos constantes dos
autos, informa que a vítima já fora hospitalizada por diversas vezes, tendo, em uma das ocasiões,
caído de um sofá onde fora deixada sem vigilância pela mãe, e fraturado o ombro, o que
confirma a falta de zelo e preocupação da mãe para com a filha.
Com relação à prova da autoria do fato, os elementos de convicção coligidos para os autos
são insuficientes para apontar o acusado como provocador das lesões descritas no laudo pericial
de fls. 52/53, mormente quando a testemunha ............. reporta em juízo que no dia posterior a
prisão do Réu, ............. procurou uma senhora de nome “Cida” questionando acerca de quem
teria adentrado em sua residência e lesionado sua filha, pois seu marido (o Réu) estava preso por
um fato que não praticara (mídia de fls. 205, 4’14"/5’60").
Fazendo um confronto das declarações da mãe de ............. com as lesões descritas no laudo
de conjunção carnal de fls. 52/53, verifica-se que seria impossível, mediante uma ação rápida,
conforme descrito na denúncia, ocorrer a “hiperemia vulvar” que demandaria a provocação de
atrito ou pressão prolongada nos tecidos da mucosa vaginal para sua ocorrência.
Se não, vejamos:
Nas declarações de ______ (mídia de fls. 205, 6’32"/6’43") “foi muito rápido, eu tava... ora
que eu coloquei o leite na mamadeira, coloquei no microondas, ela já gritou...” . Como se vê, o
fato conforme relatado pela mãe de __________, ocorreu em frações de segundos, tempo
insuficiente para provocar “hiperemia vulvar” ou até mesmo “edema” na região genital.
Não foi produzida qualquer prova em juízo que possa sustentar pretensão ministerial
deduzida na exordial acusatória, uma vez que a testemunha arrolada pela acusação, tia da
vítima, ............., trouxe a lume apenas que houve a lesão, não sabendo-se quem fora seu autor,
tendo em vista que a mesma sequer presenciou os fatos, e não trouxe à baila qualquer
comportamento anterior do Acusado que possa levar a crer ser o autor das supracitadas lesões.
O enfoque dado pela defesa, com relação à forma relapsa que ________ tratava sua filha,
não se trata de campanha de caráter difamatório para denegrir sua imagem, mas sim objetiva dar
ao juízo uma dimensão da forma irresponsável com que portava-se na qualidade de mãe, que
poderia ter propiciado a ocorrência das lesões descrita no laudo de fls. 52/53, principalmente
diante do fato de que em nenhum momento de seu depoimento prestado no Auto de Prisão em
Flagrante (fls. 10/11), na narrativa do prontuário médico (fls. 174), bem como nas declarações
prestadas em juízo (fls. 205), há a afirmação de que tenha presenciado o suposto ato libidinoso
eventualmente praticado pelo Acusado na forma sustentada pela Acusação Oficial.
O Órgão Ministerial em suas alegações finais de fls. 207/211, alicerça sua pretensão
condenatória na versão de Danielle, que declara não ter visto e sim presumido a conduta
atribuída ao acusado, e nos depoimentos de ............. e ............., que declararam nada saberem
acerca de como os fatos ocorreram, o que vale dizer que a parte da acusação oficial não se
desincumbiu do ônus processual de provar o fato com todas as circunstâncias e a autoria da
ocorrência do ilícito penal constante na denúncia. O que impõe a decretação da absolvição do
réu como forma de fazer a devida Justiça.
O que se tem nos autos é a prova inequívoca de lesões na genitália da infante que pela sua
sede presumir-se-ia serem provocadas por suposto ato libidinoso, porém a autoria das lesões não
restou demonstrada de forma cabal e incontroversa, tendo o Ministério Público alicerçado sua
pretensão condenatória no terreno movediço das presunções e conjecturas, situação inconcebível
no Estado Democrático de Direito que é o esteio mestre do Direito Penal do fato.
DO DIREITO
No caso em apreço, evidenciadas pelo laudo pericial de fls. 52/53, a presença de lesões na
genitália da pretensa vítima, competia ao Órgão de Acusação Oficial trazer a juízo prova
inequívoca da autoria do fato, ônus processual não suprido pelo parquet, que erigiu seu pedido
de condenação baseado exclusivamente em conjecturas e presunções, situação inaceitável no
processo penal, onde a condenação exige a certeza inabalável da culpabilidade do réu.
“No processo penal condenatório o acusado não tem qualquer ônus probatório,
porque a regra constitucional da presunção de inocência assegura que qualquer
dúvida sobre fato relevante deve ser resolvida em favor do acusado. Não há para o
acusado, seque, o ônus de gerar dúvida sobre a ocorrência dos fatos que lhes sejam
favoráveis, tendo em vista que tal posição equivale a afirmar que, para a condenação,
o Ministério Público tem o ônus levar ao juiz a certeza da ocorrência de tais fatos.” 3
É correto afirmar que o NULLUM CRIMEN SINE ACTIO seja o reitor do direito penal. E o
agente ativo da conduta fática só pode ser punido pelo fato existente na realidade. Jamais pela
presunção, assim sendo a absolvição do acusado .........................., se impõe diante da fragilidade
da prova coligida nos autos, no que pertine a autoria do fato delituoso narrado na denúncia.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica.
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre
desativada de dúvidas”.
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a
exclusão de todo motivo para duvidar.
A hiperemia, que consiste no aumento de sangue dentro dos vasos na região ou território
orgânico por intensificação do aporte sanguíneo ou diminuição do escoamento venoso, para
perdurar durante período longo, necessitaria que o tecido fosse submetido a pressão ou atrito por
tempo prolongado, obstruindo algum vaso sanguíneo, provocando irritação e vermelhidão na
zona afetada, conforme estudos científicos sobre o assunto, 8 ou por patologia infecciosa ou
inflamatória aguda.
Deste modo, restou extremamente duvidoso o momento exato e quem teria provocado as
lesões descritas no laudo pericial de conjunção carnal de fls. 52/53, uma vez que não estão em
harmonia com a narrativa da mãe da suposta vítima, impondo-se, como forma de fazer a devida
Justiça, a decretação do non liquet com a consequente absolvição do Acusado, nos termos do art.
386, IV e VII do CPP.
“Causa específica de aumento de pena, prevista no art. 226, III, do CP, que não é de
ser considerada, na espécie, por não se tratar de agente juridicamente casado, não
sendo lícito assemelhar-se ao mesmo o que vive maritalmente com outra mulher,
visto que a lei penal não comporta interpretação extensiva”. 10
Em conclusão, reitera o Acusado, ora Defendente, que o Ministério Público não trouxe a
colação elementos de convicção robustos relativos à existência do fato criminoso descrito na
denúncia, nem tampouco referente à autoria, impondo-se, via de consequência, a edição de édito
absolutório. Em caso de pensamento divergente, é imperiosa a extirpação da majorante prevista
no inciso III do art. 226 do CPB.
EX POSITIS,
Espera, o Acusado ............., sejam as presentes alegações finais por memoriais recebidas,
vez que próprias, e, tempestivas, por tudo o mais que dos autos consta, julgado improcedente a
denúncia, nos termos do artigo 386, do Código de Processo Penal, decretando a absolvição do
Acusado/Defendente, pois desta forma Vossa Excelência estará, como de costume, editando
decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local e Data
_____________________
OAB
Desaforamento Criminal – Defesa
Desaforamento Criminal
Protocolo nº .............
Alega, também, que durante o julgamento havia uma platéia de aproximadamente 200
pessoas, dentre as quais, 50 supostamente vinculadas a pessoa do pronunciado e que agiam de
modo anormal vez que entravam e saíam do plenário constantemente, fato que causou
preocupação da magistrada, ora, Representante.
Ato seguinte, em sala secreta, na presença dos sujeitos processuais foi indagado aos jurados
o seguinte quesito: “Os Senhores se sentem livres para proferir julgamento imparcial acerca dos
fatos narrados na denúncia?”. Na verdade, 4 jurados responderam “SIM” e 3 jurados
responderam NÃO, sendo que o escore contido na representação não está invertido, embora o
erro também tenha sido transcrito na ata de julgamento, por um descuido (?) da Juíza Presidente.
Pouco importa, porque uma resposta NÃO já seria suficiente para contaminar o Conselho de
Sentença e provocar sua dissolução.
Ocorre, Senhor Desembargador e Colenda Turma, datíssima vênia, que os fatos não se
deram da forma narrada na Representação. Nem a defesa, nem o Réu e tampouco a assistência do
público contribuiu para o encerramento prematuro da sessão, com quer fazer crer a Magistrada
postulante.
De início, em que pese o zelo pela segurança do recinto do júri e dos participantes, o
aparato policial montado foi espalhafatoso e assustador, com inúmeros policiais munidos de
armas pesadas no interior dentro provocando um clima hostil e intolerável para o membros do
Conselho de Sentença, que de regra não estão acostumados com o ambiente forense.
Os trabalhos transcorreram de forma normal, sem incidentes que pudessem comprometer o
bom andamento e a continuidade do julgamento, inclusive o MP, em sua primeira sustentação
oral, pugnou pela absolvição do Réu em relação a duas tentativas brancas de homicídio, ou seja,
o julgamento caminhava para uma decisão favorável ao réu. Não havia interesse da parte da
defesa, do réu ou da assistência ameaçar quem quer que seja.
Na verdade, ao que tudo indica, existe uma franca e indisfarçável prevenção de ordem
negativa da Juíza Presidente para com a pessoa do Réu, pois as medidas de segurança sugeridas e
tomadas estão em franca colidência com a realidade dos fatos e provocaram uma imagem
distorcida com relação à pessoa do Acusado.
É princípio basilar da instituição do Júri garantir ao Réu ser julgado pelos seus pares, como
forma de dar amparo a sua eleição de Juízo Natural para apreciar julgar o crimes dolosos contra
vida ex vi inciso XXXVIII, do artigo 5º, da Constituição Federal, sendo que a derrogação de sua
competência só poderá ocorrer excepcionalmente quando se fizerem presentes, de forma clara e
transparente, os motivos exigidos pela lei processual (art. 427, CPP).
Local e data
__________________
OAB
Recurso - Contra Razões - Tribunal do Júri - Impossibilidade de
Recorrer Pela Segunda Vez Sob o Mesmo Motivo
Autos nº
Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO
Apelado:
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara,
PRELIMINARMENTE
A parte final do § 3º do art. 593, do CPP, veda a interposição de segunda apelação com base
no inciso III, alínea “d” (decisão manifestamente contrária à prova dos autos), mesmo que a
primeira apelação tenha sido interposta pela parte ex adversa.
A fundamentação do julgado retro citado reverbera que a norma do artigo 593, parágrafo
terceiro, do CPP, ao impedir que a parte se utilize do recurso de apelação para exame do mesmo
propósito de anterior apelo interposto, prima pela segurança jurídica, porquanto impede a
utilização do expediente recursal como forma de eternizar a lide criminal.
No caso em apreço poder-se-ia, içar o argumento de que embora tenha a parte sucumbente
utilizado do mesmo dispositivo legal no recurso original, este aspecto não fora apreciado pelo
órgão revisor, porém, o objeto que se pretendia no primeiro apelo: submissão do réu a novo
julgamento fora plenamente alcançado tendo sido absolvido novamente pelo Júri.
Este Egrégio Sodalício por sua Primeira Câmara Criminal, já se posicionou em caso análogo
na Apelação Criminal Nº 32.657-0/213 (200705200978), de Luziânia.GO. exarando a seguinte
Ementa:
“JÚRI - Decisão contrária à prova dos autos - Hipótese de segunda apelação pelo
mesmo motivo ou fundamento legal - Mérito reapreciado pelos jurados - Pretendida
anulação do julgamento sem amparo legal para uma nova anulação em respeito ao
princípio da soberania do júri - Recurso parcialmente conhecido e na parte
conhecida improvido.”3
“JÚRI - Segunda apelação pelo mesmo motivo - Decisão que se diz manifestamente
contrária à prova dos autos - Inadmissibilidade - Inteligência do artigo 593, parágrafo
3º, do Código de Processo Penal - Não conhecimento do recurso. 1. Não cabe segunda
apelação por estar a decisão contrária à prova dos autos, qualquer que seja a parte
recorrente na primeira oportunidade, porque a expressão contida no artigo 593,
parágrafo 3º, do Código de Processo Penal “pelo mesmo motivo” tem também o
significado de “pelo mesmo fundamento”.2. Seria ilógico, incongruente e até mesmo
absurdo que o acórdão do Tribunal acolhesse a apelação para submeter o réu
condenado a novo julgamento, se no primeiro julgamento recursal entendeu que a
absolvição fora conferida em decisão manifestamente contrária ao acervo probatório
analisado nos autos.5
Desse modo, com o não conhecimento do apelo, fica respeitado o princípio da soberania do
Júri, tão constitucional quanto o da isonomia, evitando-se com a aplicação da norma em exame
que a sentença proferida pelo Tribunal do Júri seja sempre objeto de ataque pelo mesmo
fundamento, causando insegurança jurídica que o processo busca impedir além de vedar a
utilização do expediente recursal como forma de eternizar a lide criminal, com inequívoco
prejuízo ao status libertatis do cidadão.
Não é muito rememorar que nossas Constituições Federais de 1946 e de 1988 asseguraram
ao Tribunal Popular a soberania dos veredictos, extirpando do ordenamento constitucional o
vetusto e nefando Tribunal de Apelação, responsável pelo maior erro judiciário de nosso país,
que sob a égide do Decreto Lei nº 167 de 05 de Janeiro de 1937, condenou os Irmão Naves
quando o Júri de Araguari-MG., já os havia absolvido por duas vezes. Justamente como no
presente caso.
DO PREQUESTIONAMENTO
1O Apelado foi denunciado pela suposta prática do crime previsto no artigo 121, § 2º,
inciso IV (última figura), do Código Penal. Pronunciado, libelado e submetido a julgamento pelo
júri por homicídio qualificado pelo uso meio que dificultou ou tornou impossível a defesa da
vítima, na modalidade da surpresa.
4Todo conjunto probatório carreado para os autos, inclusive produzido no decorrer dos
julgamentos, em plenário, dá conta de que a vítima era pessoa belicosa e violenta e que por
várias vezes havia ameaçado o acusado, caso o mesmo fosse à casa de sua mãe, onde também
residia a vítima. Inclusive a vítima já havia agredido com golpes de cabo de revólver o Sr. João
_______, (Fls. 765) cunhado do réu, por uma questão irrelevante, e espancado o Sr. _______, na
porta do BEG da Avenida ________ no centro da cidade de _________ (fls. 56).
6Exigir a exteriorização inequívoca de uma atitude agressiva e violenta por parte da vítima
seria, sepultar o instituto da descriminante putativa, que tem sua sede e essência justamente na
má apreciação dos fatos, ou seja, num erro plenamente justificado pelos antecedentes fáticos.
7Consta ainda, dos autos, que o Apelado, através de seu irmão ................, autorizou a
tomada de todas e quaisquer providências no sentido de salvar a vida da vítima, tendo custeado
com todas despesas hospitalares, inclusive, determinou que a removesse para __________, ou
outro local onde pudesse ser melhor atendida pelos médicos, sugestão repelida
peremptoriamente pelos familiares da vítima, que não permitiram sua remoção do hospital onde
se encontrava.
8 Dizem as testemunhas:
Fulano de tal:
“Fls. 17 - QUE, fincando de fato, digo, quando do fato não houve nenhum
desentendimento entre os protagonistas, por pequeno que fosse, pois ele não
chegaram nem mesmo a conversar, contudo, já uma certa animosidade entre ambos,
que vinha aumentando em decorrência de fuxicos de ................ e ................,
respectivamente, peões de ................ e ................, originada em decorrência de uma
dívida de ................ para ................, sócio de ................, que era o avalista, mas
posteriormente conseguiu a transferência do aval para ................, o que gerou um
certo rancor entre os dois (................e ................), tornando mais acentuado depois de
uma discussão entre seus irmãos ................ e ................, esposa de ................,
contudo, conforme já disse em linhas atrás, acredita o depoente que os referidos
peões foram os que mais influíram para a tragédia finalmente acontecesse; QUE, após
a discussão havida entre ................ e ................, ................ procurou o depoente
bastante contrariado com certas coisas ditas por .........., à sua esposa (da vítima), o
que não teria ficado bem se estivesse presente, pois ele iria fazer com ele (.............) o
mesmo que havia feito com seu concunhado .............., ou talvez ainda pior, pois se
o ............. era tão valente um dos dois tinha que “ir”, oportunidade em que o
depoente a mudar de opinião, inclusive nem iria levar aquelas conversas ao
conhecimento de ................ para não piorar as coisas, não sabendo contudo precisar
se ................., realmente não se inteirou do assunto;” (Grifei).
Em Juízo:
“Fls. 224v. – que, certa vez sua irmã ............... discutiu com o acusado porque este
teria aconselhado sua mãe a não fazer uma reforma ou construção, fato que
irritou ............; que, por isso ................. conversou com o depoente que aquela
discussão só não deu em nada porque estava ausente que a partir daquela
data ............. não conversava mais com o acusado; ... que ............. lhe pediu que
falasse ao acusado que quando voltasse na casa de sua mãe, para pisar mais macio,
ou melhor quando fosse para o lado de ..................; ” (Grifei).
Em Plenário
“Fls. 762 que o relacionamento da vítima com o declarante era muito bom, sendo que
nunca tiveram desavenças; além do episódio envolvendo o ........., a vítima tinha um
atrito com o ........, inclusive ele tinha pedido ao declarante para dizer para ele
(...........) para não ir na casa de sua mãe, tudo em razão de uma discussão do acusado
com a esposa da vítima;”
Fs. 762 o declarante e o acusado, a pedido de sua mãe (do declarante), foram até a
casa do ............ e ele (...........) disse que se o ......... não retirasse a queixa ele mataria o
.........., pois na veia dele (........) não corria sangue de barata; tentaram
Fls. 762 que o sofá em que a vítima estava localizava-se na saída obrigatória do
recinto para quem fosse sair do ambiente, ou seja, quem fosse sair tinha que passar
em frente ao ............; por esse local o acusado entrou também; quando o acusado
despediu-se do declarante ele o fez em voz alta, anunciando que iria embora; (… )
o ............ saiu, levou uma menina no quarto e voltou;(…) que a vítima estava meio se
levantando e estava a mercê do acusado; a vítima era alta e forte; a vítima estava há
um metro e meio mais ou menos do acusado;” (Grifei)
Fls. 763 quando deu socorro à vítima o diagnóstico foi de tiros na perna, sem maiores
consequências, razão porque ficaram tranquilos; quando saíram do hospital a vítima
estava fora de perigo de morte e isso foi dito ao declarante pelo médico, razão porque
ficaram absolutamente tranquilos; dias depois infeccionou a perna e generalizou pelo
corpo; o declarante estava autorizado pelo acusado para fazer o que fosse preciso para
que a vítima fosse tratada com todos os recursos e da melhor maneira possível,
inclusive, se necessário, vender gado dele (acusado); quando conversou com o
acusado acerca do fato ele disse que não tinha intenção de matar a vítima e que
queria apenas imobilizá-la;”
JOSÉ...............
FERREIRA...............
“Fls. 760 que quando sentava naquele sofá ele abaixava, de maneira que para se
levantar obrigatoriamente projeta-se os braços para frente, como se tivesse fazendo
um abdominal”
JOÃO ...................
“Fls. 765 quer acrescentar que a ocorrência não teve seguimento por ameaças da
vitima; o declarante foi ao delegado e pediu o arquivamento da queixa por temer as
ameaças. (...) no entrevero entre o declarante e a vítima ocorrido por causa do desvio
de uma água, o declarante procurou a vítima para resolver a situação e em nenhum
momento foi mal educado com a vítima; a vítima disse que resolveria isso com uma
bala na cabeça do declarante; o declarante disse que iria procurar um advogado; a
vítima foi ao filtro, bebeu um pouco, retornou a água para o copo e jogou o resto no
declarante; a vítima pegou um revólver e deu uma coronhada na cabeça do
declarante, empunhando-lhe uma arma direcionada para sua cabeça, dizendo para o
declarante não prosseguir com aquela ocorrência; a vítima era maior que o
declarante; ela era alta e forte.”
MACEDO..............
Fls. 262 “Que certa vez se encontrava na casa de Jose ......, irmão do acusado e se
recorda que lá apareceu a vítima chamando o acusado (..........) para conversar; Que
viu os dois conversando, mas não pareceu que estava brigando; Que após a saída da
vítima o depoente perguntou ao ............ sobre o que a vítima tinham conversado;
quando ................ lhe disse que a vítima deu o seguinte recado ao acusado “Quando
o ........ fosse na casa de sua mãe era pra falar baixo e pisar macio” não explicando o
motivo e nem as consequências da desobediência; Que não ficou sabendo o motivo
que levou a vítima a ter este comportamento; (...) “Que não ouviu falar de nenhum
outro crime praticado pela acusado;
Em Plenário
“Fls 764 - que na ocasião em que a vítima havia agredido o ............ o declarante
estava no BEG, quando chegou o ..........; quando saíam dalì o ............ montou na
moto e a vítima atravessou na frente, dizendo para o ................ “vamos acertar
agora, preto safado. Eu bato em você, no ..........., no seu patrão e em quem achar
ruim”; o depoente atravessou na frente e disse para não brigarem; no local havia
dois soldados que se aproximaram, ao que a vítima disse para não se chegarem
até ela e o .......; alguém puxou a traseira da moto, mas não sabe quem o fez,
sendo que o ......... foi-se embora; o declarante estava de frente ao .......... para
evitar que ele agredisse o .............; a vítima estava armada, pois sempre andava
armada; quando falou que batia no patrão do ............. ele não falou o nome do
acusado;” Grifei).
9Os jurados tomaram a decisão mais condizente aos fatos, ao sufragar a tese da legítima
defesa putativa na conduta do Réu, haja vista não ser necessário um exercício mental acrobático,
para se chegar à conclusão de que uma pessoa que depara com um indivíduo, sabidamente de
espírito beligerante e violento, que o houvera ameaçado anteriormente, ao mínimo esboço de
aproximação se disponha em assumir uma posição de defesa, mesmo que o ataque não passe de
uma falsa impressão, decorrente de um erro plenamente justificável.
10 A versão apresentada pelo réu, e sustentada pela defesa técnica por ocasião do
julgamento, está em perfeita sintonia e concordância com todo conjunto de provas produzido
nos autos, tanto na fase administrativa quanto judicial, principalmente no Plenário do Júri, não
havendo qualquer indicativo de que o Conselho de Sentença tomado a decisão manifestamente
contrária as provas dos autos.
11 Decisão manifestamente contrária à prova dos autos é aquela que não encontra
qualquer respaldo no processo. Havendo o mínimo de respaldo nas provas apresentadas no
processo, não será manifestamente contrária.
“CRIMINAL. HC. JÚRI. DECISÃO ABSOLUTÓRIA. RECURSO MINISTERIAL.
PLEITO DE NOVO JULGAMENTO. CONTRARIEDADE À PROVA DOS AUTOS.
INOCORRÊNCIA. EXISTÊNCIA DE DUAS VERSÕES A RESPEITO DO CRIME.
ORDEM CONCEDIDA.
II. Ordem concedida para cassar o acórdão proferido pelo e. Tribunal de Justiça do
Estado da Paraíba, determinando-se o restabelecimento da decisão proferida pelo
Tribunal do Júri.” (Habeas Corpus nº 21503 – PB, 5ª Turma, Rel. Min. GILSON DIPP, j.
12/11/2002, D.J.U. de 03/02/2003, p. 326)
III.
CRIMINAL. RECURSO ESPECIAL. JÚRI. NOVO JULGAMENTO. CONTRARIEDADE
À PROVA DOS AUTOS. INOCORRÊNCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
“Não se pode falar em decisão contrária à prova dos autos se os jurados apreciaram os
elementos probantes e firmaram seu convencimento adotando a versão que lhes
pareceu mais convincente” (RT 590/405).
“Decisão contrária à prova dos autos. Caracterização de nulidade somente quando for
manifesta a contrariedade, ressurgindo de análise não aprofundada dos elementos
dos autos. Necessidade de estudo acurado para a conclusão que configura invasão da
competência privativa do Tribunal do Júri, cuja soberania dos veredictos é
estabelecida no art. 5º, XXXVIII, “c”, da CF” (RT 658/323).
Que se poderá entender por manifesto, por evidente, senão aquilo que se impõe à
percepção de todos, que todos vêem necessariamente, e sobre o que não é admissível, em sã
consciência, e possibilidade de afirmações díspares?
Assim, sempre que o fato se apresente suscetível de ser divisado à luz de critério
divergentes, capazes de lhe emprestarem diversa fisionomia moral ou jurídica, qualquer que seja
a orientação vencedora, refletida na decisão do Tribunal Popular, não poderá ser havida como
manifestamente contrária à prova”6
De fato, em qualquer processo há duas versões sendo apresentadas. Optando o jurado por
uma delas, não há que se falar que sua decisão é nula, pois tenha decidido contra texto de lei ou
prova dos autos.
A apelação de mérito contra a decisão dos jurados é recurso, não apenas de efeito restrito à
cassação de julgado, mas também de devolução incompleta de conhecimento da causa, que deve
cessar, se e quando baste o exame para verificar que o veredicto não é manifestamente contrário
à prova dos autos, e, sim, que, ex informata conscientia, escolheu uma dentre as versões
plausíveis que o conjunto contraditório da prova admita; esse, porém, não é o caso se, ao
veredicto, não se opõe apenas outra versão dos fatos, acaso melhor, mas a frontal
incompatibilidade da decisão com circunstâncias objetivas evidenciadas por prova material
inequívoca (HC 68.047-0 - MS - 1ª T. - Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - DJU 105/4932, 1/6/90).
No que concerne à abrangência do presente recurso há que se entender que pode ser
utilizado para os casos em que há total discrepância entre o que foi colhido nos autos e aquilo
que foi decidido pelo conselho leigo quando agiu sem a menor concordância com a logicidade
presumida em situações idênticas. Isso não significa que o conselho de sentença não possa dar
interpretação que considera conveniente. Pode, desde que essa interpretação esteja em
consonância com as provas dos autos, como no caso vertente.
O Apelado foi submetido a julgamento pelo Egrégio Tribunal Popular por duas vezes e em
ambas teve veredicto favorável, de modo que, vale dizer: a Acusação vergou-se vencida diante de
dois Conselhos de Sentença diversos, que à toda evidência não vislumbraram presença de provas
suficientes para condenar o réu, forma sugerida pelos Acusadores.
EX POSITIS,
Local e data.
___________________
OAB
Recurso - Embargos de Declaração - Sentença Que Deixa de
Mandar Expedir Guia de Execução Provisória, Mudança do Local
Para Cumprimento de Pena
Protocolo:
Pelo Acusado:
Embargos de Declaração
...............................já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a
justiça pública desta comarca, via de seus advogados in fine assinados, permissa máxima vênia
vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, com
supedâneo no art. 5º, inc. LVII da Constituição Federal, Súmulas 716 e 717 do Supremo
Tribunal Federal, art. 382, do Código de Processo Penal, art. 1º e 86 da LEP e Resolução nº
113/2.010 do CNJ, opor
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
1A sentença condenatória prolatada por este Juízo as fls., publicada no Diário da Justiça nº
2761, pág. 34, disponibilizado em 08.11.2011, em sua parte ordenatória, deixou de determinar a
expedição Guia de Recolhimento para Execução Provisória, conforme determina o art. 8º do
Provimento nº 113/2010, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), configurando invencível
omissão a ser sanada via do presente embargo de declaração.
3 Por outro lado, o decisório abjurado embora reconheça que o Embargante reside e possui
vínculo familiar e social na cidade de _________., deixou de determinar, expressamente, que o
cumprimento da pena se dê naquela comarca, conforme faculta o art. 1º e 86 da Lei de Execução
Penal.
Como as omissões objeto dos presentes embargos representam, meramente, erro material
passivo de corrigenda através do presente recurso, protesta o Embargante pelo seu conhecimento
e deferimento na forma do dispositivo ut retro citado.
EX POSITIS,
com fundamento nos dispositivos legais ut retro alinhados, ouvido o ilustre Representante
do MP, espera seja dado conhecimento ao presente recurso dando-lhe provimento em todos seus
termos, pois desta forma Vossa estará editando decisão compatível com os mais elevados
princípios do Direito e da Justiça.
Pede Deferimento.
Local e data
__________________
OAB
Recurso - Razões de Apelação - Erro na Dosimetria da Pena -
Corrupção de Menores Para o Cometimento de Crimes ECA -
Extorsão Mediante Sequestro
RAZÕES DE RECURSO
Apelante:
Protocolo:
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
1 A exordial acusatória de fls. 02/05, imputa ao Acusado, a suposta prática do ilícito penal
previsto nos art. 159, § 1º, art. 29 ambos do Código Penal, c/c art. 244-B, da Lei nº 8.069/90.
3Durante a instrução criminal, além da suposta vítima e seus familiares, foi ouvida a
testemunha ................, frentista do posto de gasolina de propriedade do pai de ................, além
de três policiais civis que participaram das diligências que culminaram com as prisões dos
Acusados, em nenhum momento qualquer elemento probatório foi produzido no sentido de
comprovar a prática do ilícito penal incrustado no art. 244-B do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
9Neste passo conclui-se que a sentença recorrida não se sustenta por seus próprios
argumentos e fundamentos, razão pela qual este Egrégio Sodalício deve cassá-la, efetivando as
devidas corrigendas.
DO DIREITO
Para que seja consubstanciada a prática do ilícito penal de corrupção de menores nos
termos do estatuto da Criança e do Adolescente, é sabido que o menor deva ter consciência da
prática da infração e que seja efetivamente induzido a praticá-la, conforme previsão no art. 244-B
do referido Codex :
No caso em apreço, embora o menor ................, irmão do acusado ................, tenha sido
apreendido no local do cativeiro, não foi o mesmo assediado a praticar qualquer crime, pois sem
ter ciência do que realmente se passava, foi convidado por seu irmão a cuidar de um sobrinho do
co-réu .................
“Que indagado respondeu que não sabia nada acerca do sequestro da vítima; (...)
Nesse local ............. lhe pediu para que olhasse a casa e seu sobrinho, a vítima,
enquanto ................ e ................ iam para festa, como não estava fazendo nada,
aceitou o encargo.”
Observa-se que Lucas, desde o princípio, afirmou que nada sabia acerca do seqüestro, não
tendo cometido crime algum, ficando ausente nos autos sequer indícios de sua participação na
execução do crime, restando somente o fato de ter sido encontrado no local dos fatos,
O Exmo. Sr. Juiz substituto Dr. Fabiano Ribeiro desta comarca de ................ reconheceu a
inexistência de indícios suficientes da participação do menor na empreitada delitiva,
determinando o relaxamento do Auto de Apreensão, e deixando de decretar sua internação
provisória, às fls. 83/88, nos seguintes termos:
“No caso dos autos, o parquet a quem cabe analisar, prima facie, possibilidade de
remissão ou legalidade do ato, entende não se fazer presente indícios suficientes da
participação do menor na empreitada delitiva, razão pela qual também pugnou pelo
relaxamento do Auto de Apreensão. (...)
A pretensa vítima, asseverou desde o início que não tinha consciência do que se passava,
afirmando acreditar que se encontrava no local para tomar conta do sobrinho do
acusado ................, sendo indispensável para a existência do ilícito penal de corrupção de
menores que a vítima tenha pleno conhecimento da atividade criminosa em andamento, sem
esta peculiaridade não há que se falar em participação do menor ou adolescente na prática
delituosa.
Este assunto já foi objeto do crivo judicial, tendo a autoridade judiciária, acolhendo pedido
do Ministério Público, decidido de que menor não cometera nenhuma conduta subsumível na
descrição de eventual ato infracional determinando o arquivamento do feito.
Por outro prisma, é pacífico, na doutrina dominante, que a corrupção de menores trata-se
de crime material, que só se aperfeiçoa com a positivação do resultado como característico do
tipo penal, com a objetiva lesão do bem jurídico tutelado. O que vale dizer: que para sua
consumação é imperioso e indispensável que a vítima efetivamente fique corrompida em sua
conduta moral.
Verifica-se, assim, que a descrição legal do crime, possui dois núcleos alternativos:
corromper, que tem o significado de perverter, viciar, depravar, etc, e facilitar a corrupção, que é
tornar mais fácil, prestar auxílio à iniciativa do menor, para que a vítima seja corrompida
incitando ou estimulando para que precocemente enverede na senda da criminalidade. Situações
inexistentes no caso em apreço.
Pelos argumentos ut retro estendidos impõe-se que seja a sentença recorrida deve ser
cassada no que concerne a condenação do Apelante nas penas do art. 244-B da Lei 8.069/90,
decretando sua ABSOLVIÇÃO, como forma de restaurar o império da legalidade e da justiça.
Caso assim não entenda, Este Colegiado, incontestável se torna a ilação de que a pena
imposta pelo magistrado da instância singela, para o delito do art. 244-B do ECA., foi
demasiadamente exacerbada, ao ser fixada no seu patamar médio, enquanto que o crime de
seqüestro teve a a mesma aferição das questões judiciais e sua reprimenda penal foi delimitada
próximo ao mínimo legal.
A fixação da pena dentro das balizas estabelecidas pelas margens penais constitui,
conforme o art. 59 da Parte Geral do Código Penal, de 1984, uma tarefa que o juiz deve
desempenhar de modo discricionário, mas não arbitrário. O juiz possui, no processo
individualizador da pena, uma larga margem de discricionariedade, mas não se trata de
discricionariedade livre e sim, como anota Jescheck1 de discricionariedade juridicamente
vinculada, posto que esteja preso às finalidades da pena e aos fatores determinantes do quantum
punitivo.
Além de ser indispensável fundamentar, de modo preciso, a razão pela qual condena, está
o juiz, ainda na obrigação tornar claro e evidente por que aplica determinada sanção penal,
especialmente no que diz respeito ao seu quantum. Na abalizada lição de Hélio Tornaghi, o juiz
tem que dizer não somente porque razão condena, mas também porque aplica determinada
pena, especialmente no que diz respeito a quantidade2.
Neste particular, diz a Exposição de Motivos do Código de Processo Penal: A sentença deve
ser motivada. Com o sistema do relativo arbítrio judicial na aplicação da pena, consagrado pelo
novo Código Penal, e do livre convencimento do juiz, adotado no presente projeto, é motivação
da sentença que oferece garantia contra os excessos, os erros de apreciação, as falhas de
raciocínio ou de lógica ou os demais vícios de julgamento . Assim, no dizer de Nucci, trata-se de
um processo judicial de discricionariedade vinculada visando à suficiência para a prevenção e
reprovação da infração penal3, e não um instrumento de arbítrio e prepotência.
Já não há espaço, dentro do panorama atual do mundo jurídico, para aqueles que encaram
a pena simplesmente como instrumento de caráter retributivo e expiatório, atuando como meio
de intimidação, incutindo o medo nas pessoas (prevenção geral). A pena deve atender também a
ponderações de prevenção, para fortalecer o sentimento jurídico e a fé da sociedade no direito, e,
ainda, ser suficiente para criar condições que permitam a harmônica integração do condenado na
sociedade.
Com efeito, um direito penal que se quer democrático deve utilizar a pena aferindo no caso
concreto a sua real necessidade e eficácia, tanto para o agente do delito, quanto para sociedade
que sofreu o prejuízo com a infração. Para tanto, o legislador e o juiz devem estar atentos aos
princípios norteadores da sanção penal em um Estado Democrático de Direito, principalmente na
imposição da pena privativa de liberdade, que é a que menos tem auferido resultados no sentido
de satisfazer as aspirações de um moderno Direito Penal Democrático.
“Na fixação da pena o juiz deve pautar-se pelos critérios legais e recomendados pela
doutrina, para ajustá-la ao seu fim social e adequá-la ao seu destinatário e ao caso
concreto”4
“O Juiz não pode, sem nenhum dado concreto, carregar na dosimetria da pena,
arbitrariamente e segundo sua opinião pessoal a respeito de um determinado tipo
penal, mormente depois de ter considerado a primariedade do agente 6”
Com relação a questão judicial da personalidade, o juiz sentenciante assevera que o
acusado “denota má índole e perversão, mormente por introduzir um adolescente no submundo
do crime”, porém não há registros de que o ilustre magistrado tenha formação técnica para aferir
peculiaridade da psicologia humana.
A doutrina de vanguarda7 afirma que a análise da personalidade e conduta social realizadas
pelos juízes de direito, representa pura retórica, vez que os mesmos não possuem habilitação
técnica para proferir juízos de natureza antropológica, psicológica ou psiquiátricas, além do
processo judicial não dispor de elementos hábeis (condições mínimas) para o julgador proferir
“diagnóstico” desta natureza. Por isso, devem sempre ser analisadas de forma favorável ao réu.
EX POSITIS
Nestes termos
Pede deferimento.
Local e data
_________________
OAB
Alegações Finais por Memorial– Favorecimento a Prostituição
Protocolo...............
Alegações Finais Por Memorial
......................., qualificada nos autos, via de seu procurador, (m.j.), vem a presença de
Vossa Excelência, com fulcro do artigo 403, do Código de Processo Penal, com redação dada pela
Lei nº 11.719, de 20.06.2008 apresentar, no prazo legal, ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL,
nos seguintes termos:
DOS FATOS
A Acusada, foi denunciada como incursa nas penas do artigo 228, do Código Penal, com
redação dada pela Lei nº 12.015, de 07.08.2009 - DOU 10.08.2009 sob acusação de induzir e
atrair a pretensa vítima à prostituição, pelo fato de ter sido surpreendida, no interior do
Motel ......, no dia ........, na companhia da mesma, e do co-réu ..................
“que sua amiga conhecida como ......, lhe contou que uma pessoa
chamada ......................, do Juizado de Menores do Setor ............, havia armado um
flagrante para o acusado ........... e que o mesmo a ameaçara dizendo que se ela não
mantivesse relação sexual com o ......., este iria contar para sua mãe que a menor saía
com esse senhor; que ........ não manteve relações sexuais com o .......; que não sabe
de onde ....... tirou essa ideia e nem se o mesmo conhecia ou não o ..........; que não
sabe de nenhuma pessoa que tenha sido convidada por ........ , para sair com
homens;” (GRIFEI)
A versão de que o flagrante foi preparado ardilosamente, pelos policiais, encontra respaldo,
também, no depoimento da testemunha ........................, em apenso, (doc. .......), assim como a
suposta vítima realizava programas espontaneamente:
“que conhece o ......, que este é um agente do Juizado de Menores do Setor; que o
mesmo disse para ....... marcar um encontro como ............, pois ia armar o flagrante
que também o ...... ainda tentou agarrar a ..... que ..... agarrou a ....... dizendo que se a
mesma não cedesse ia contar alguma coisa para a mãe dela” (grifei)
A própria mãe da suposta vítima Sra. ............., (doc.......), reconhece e declara que sua filha
jamais foi induzida ou atraída a prostituição pela Acusada, em seu depoimento, incluso, com as
seguintes palavras:
“Que sua filha lhe contou depois que havia ido ao motel com o médico porque o .....
morador do setor tinha combinado com a mesma para pegá-lo em flagrante que não
sabe porque o ...... queria o flagrante; que não sabe porque sua filha resolveu ir...”
O auto de Prisão em Flagrante, além de preparado, o que vale dizer nulo e ilícito, não
obedeceu as prescrições legais, uma vez que o crime atribuído a Acusada, é do rol daqueles que
exigem a representação do ofendido ou seu representante legal para legitimar a ação da
autoridade policial, conforme o próprio Órgão Ministerial o admitiu em sua cota, nos autos em
apenso, de pedido de relaxamento de prisão em flagrante, nos seguintes termos:
“Além da vítima ......, os denunciados ........ e ...... ainda induziram outras menores à
prostituição atraindo-as com oferta de R$ ........ por cada programa, menores estas
constantes nas declarações, anexadas ao inquérito.”
As menores apontadas na denúncia são: ............... (fls. .....); ................ (fls. ...); ................
(fls. ...); e ............................. , (fls. .....), que ouvidas perante a ilustre juíza da comarca de ......, em
deprecata da comarcas de ...................., nos autos nº ...................., conforme documentação, em
apenso, (doc. .... ) negaram peremptoriamente e de forma unânime a veracidade das referidas
declarações, assim se pronunciaram:
1) ......: “...que nunca teve intimidade e nunca conversou com ....... que; que não sabe
de nenhuma pessoa que tenha sido convidada por ...... , para sair com homens;”
2) .....: “...conhece ........... apenas de vista não pode dar informações sobre o
comportamento e vida passada dela; que nunca soube que ela tivesse praticado ato
desabonador e nunca soube que ela tivesse intermediado menores para o acusado;”
3) ................: “que não sabe se ........... fazia programas; que a mesma nunca lhe
propôs fazer programa;”
4) ..............: “Que .............. nunca a convidou para sair com pessoa alguma”
DO DIREITO
No caso em apreço, a Acusada, foi vítima de uma prisão engendrada artificiosamente pela
polícia, que de maneira ilegal e ilícita, forçou a suposta vítima a provocar uma situação,
supostamente flagrancial, geradora do presente feito, obtendo prova por meio ilícito,
inadmissível no processo, conforme garantia constitucional estampada no artigo 5º, LVI, de nossa
Constituição Federal e Art. 157, do Código de Processo Penal, com redação dada pela Lei nº
11.690, de 09.06.2008 - DOU 10.06.2008, em juízo, sob o crivo do contraditório nada de positivo
conseguiu, a Acusação, no sentido de provar o alegado na denúncia, a não ser os depoimentos
contraditórios dos policiais, que efetuaram a diligência, que por si só, não tem a força para
amparar uma possível decisão condenatória.
Ressalte-se, também, que após sua prisão, a Acusada, foi objeto do sensacionalismo e
execração pública por parte da mídia selvagem, e principalmente, do Ministério Público da
Infância e Juventude que a transformou num monstro execrável, violando o seu direito de
respeito a sua dignidade e integridade moral e a preservação de sua imagem de cidadã, que
embora pobre e miserável: é humana, como também expôs de forma irresponsável a imagem das
menores cujos direitos e prerrogativas tinha o dever de zelar.
Código Penal:
A conduta da Acusada não se enquadra no tipo penal acima descrito, pois a suposta vítima,
a acompanhou por livre e espontânea vontade, sem qualquer ato que pudesse designar
induzimento ou atração, como bem esclarece a testemunha ...............; além do que, a condição
de prostituta da vítima, que é elemento sine qua non, não restou demonstrado nos autos, muito
pelo contrário, ela afirma ter perdido a virgindade com seu namorado, com o qual se casou
civilmente (doc.), comportamento incompatível com a de uma prostituta.
O Crime previsto, no artigo 228, do Estatuto Substantivo Penal, é crime instantâneo - sua
consumação é constatada em um só instante, e se exaure num só momento; é também crime
material – que só se aperfeiçoa com a positivação do resultado previsto no tipo legal, sendo
portanto, por conseqüência, crime de dano – que só se considera consumado com a lesão efetiva
do bem jurídico tutelado. Portanto, se não ficou provado a realização da conduta típica e se o
resultado prostituição não ocorreu, obviamente, não se pode falar em conduta criminosa ou
típica, ou de crime consumado.
EX POSITIS,
Espera, a Acusada, sejam as presentes Alegações Finais por Memorial recebidas, com a
juntada aos autos da inclusa documentação (doc. 1/9), julgando-se improcedente a denúncia de
fls......., e decretando em consequência, sua absolvição, pois desta forma Vossa Excelência, como
de costume, estará editando decisão compatível com os mais elevados ditames da JUSTIÇA.
Local, data
___________________
OAB
Alegações Finais por Memorial – Homicídio Pedido de Absolvição
Sumária – Legítima Defesa
Protocolo nº ..........
Alegações Finais por Memorial
............................ , já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública
desta comarca, via de seu advogado e defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem
perante conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, nos termos do art.
415, inc. IV, do Código de Processo Pena, com a nova redação dada pela Lei 11.689/2008,
apresentar
Conforme restou demonstrado de forma plena e cabal, pela prova coligida durante o
judicium acusationnes, no momento do fato a vítima, além de dirigir palavras ofensivas, passou
a agredir fisicamente o Acusado fazendo uso de uma cadeira de ferro contra sua pessoa, tendo,
aquele, lançado mão do único meio de defesa de que dispunha, para fazer cessar a injusta e
atual agressão sofrida.
Consta ainda, dos autos, que a vítima era de caráter e temperamento beligerante, agressiva,
e que constantemente provocava outras pessoas, sendo tida como arruaceira no meio em que
vivia.
Neste sentido é o magistério do ilustre processualista José Frederico Marques, que assim
leciona:
Devem ser abolidas expressões como: “o réu é culpado”, “O réu agiu em legítima
defesa”, “O réu agiu com torpeza...”, “O réu provocou a vítima...”, “O réu confessou
plenamente o delito, tanto na polícia quanto em juízo...”, e outras que conduzem a
prejulgamento, em prejuízo da defesa em plenário.” (in: Teoria e Prática do JÚRI,
pag. 261, 7a Ed., 2000).
Porém, no presente caso, s.m.j., entende a defesa do Acusado, que o conjunto probatório é
suficiente para a prolação de uma sentença terminativa, pois conforme unanimidade da prova
carreada para autos, ficou provado estreme de dúvidas que o Acusado agiu sob o pálio protetor
da excludente de ilicitude prevista no art. 23, II, e 25 do Código Penal Brasileiro.
EX POSITIS,
LOCAL, DATA.
__________________
OAB
Alegações Finais por Memorial – Justiça Militar
Processo
.....................................,
já qualificado nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a Justiça Militar desta CJM, via
de seu Advogado, in fine assinado, premissa máxima vênia vem, tempestivamente, perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 428 CPPM., apresentar
PRELIMINARMENTE
“O Ministério Público editou denúncia em desfavor do Acusado .........., ora defendente, por
ter, em co-autoria com os soldados .............................., supostamente infringido a norma
incriminadora insculpida no art. 195 do Código Penal Militar, ns seguintes termos;
“No dia ..................., durante o período compreendido entre as ............ e a ..............
HS, o soldados ....................., mesmo estando de serviço, conforme escala publicada
no Boletim Interno Ostensivo ....., de ............. (fls.........), ausentaram-se da Base Aérea
de .......... para comprar bebidas alcoólicas na cidade de ............, sem autorização do
Oficial –de-dia e com a anuência do Comandante-da-Guarda, 3 o Sargento ...............,
que participava da conduta delituosa.
Instado a emitir suas alegações derradeiras, as fls. ........, o ilustre e zeloso representante do
Ministério Público Militar, em bem lançadas argumentações pugnou pela absolvição dos
Acusados, reconhecendo que os fatos narrados na denúncia possuem feição e adequação
nitidamente de transgressão disciplinar, fora da órbita jurisdicional desta Egrégia Corte
castrense, posicionamento ao qual se comunga e adere integralmente a defesa técnica do
Acusado, ora defendente.
DO DIREITO
A escassa doutrina penal castrense define o crime militar, (art. 9 o. CPM), como sendo a
grave e acentuada violação ao dever militar e aos valores das instituições militares. Distingue-se
da transgressão disciplinar porque esta embora constitua a mesma violação, sua manifestação
elementar é mais simples 2 e sua ofensividade aos bens juridicamente tutelados de menor
gravidade.
Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais
evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda
conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a
pena, como conseqüência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato
jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).
Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita
colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí,
dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável,
atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou
antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno,
Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.).
De forma mais singela, a concepção de crime exige uma conduta violadora da norma penal
que atente de forma significativa e suficiente para repercutir contra a ordem social ou
administrativa. O que vale dizer comprometa de tal forma que exija a aplicação da pena
correspondente.
As condutas atribuídas e confessadas pelos acusados violaram o dever militar, sem contudo
colocar em perigo a segurança ou administração da OM 3, estando, portanto, dentro da esferas das
transgressões disciplinares previstas no Decreto supracitado, e não a tipificação como o crime
militar insculpido no art. 195, do CPM, que exigiria maior gravidade
Pelo Exposto, espera o Acusado _________, sejam as presentes alegações recebidas, vez que
próprias e tempestivas, final acatando perecer do Ministério Público Militar, exarado as
fls. ........., Este Egrégio Conselho Permanente de Justiça para a Aeronáutica, julgue improcedente
a denúncia de fls. ......, para absolve-lo, pois desta forma estará restabelecendo o império do
direito, da Lei e da Excelsa JUSTIÇA.
LOCAL E DATA
___________________
OAB
Alegações Finais por Memorial – Porte Ilegal de Arma de Uso
Proibido
Protocolo .............
Alegações Finais Por Memorial
.................... , já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta
comarca, via de advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e
preclara presença de Vossa Excelência, em tempo do artigo 403, do Código de Processo Penal,
com a redação que lhe deu a Lei 11.719/2008, apresentar
O Ministério Público aportou nos cancelos deste Juízo, ação penal em desfavor do
Acusado, imputando-lhe a prática delituosa inserta na norma proibitiva do artigo 14, da Lei
10.826/2003, se propondo, na proemial acusatória, provar durante o persecutio criminis in
judicio a prática dos seguintes fatos in verbis as fls. 02/03:
É de se observar que embora o Acusado tenha respondido por vários TCOs. na comarca
de ............, conforme demonstram os IACs., de fls. ....., trata-se de pessoa que exerce profissão
lícita, vez que é comerciante naquela urbe, com excelente conduta social, possui residência fixa,
com família regularmente constituída, conforme noticiam a documentação acostado nos
autos .............., (fls. ........), em apenso, não havendo nenhuma ordem judicial restritiva de seu
status libertatis, que poderia constituir óbice para o restabelecimento de sua liberdade, além do
que é acadêmico do curso de Direito na Faculdades Integradas ...........
DO DIREITO
Por imposição legal, e que não ocorra violação da Súmula 523, do STF, a defesa técnica do
Acusado, protesta pela edição de decreto absolutório nos termos do art. 386, VII do CPP, pelos
seguintes motivos.
Além do mais, nossos tribunais pátrios tem repudiado a adoção dos depoimentos de
policiais que efetuaram a prisão como razão de decidir, vez que representam apenas uma forma
de justificar suas atuações arbitrárias, como ocorreu no presente feito.
Justamente porque carece o inquérito do contraditório penal, nenhuma validade tem, para
amparar um decreto condenatório, por colocar em ângulo sombrio o princípio do contraditório e
por transportar, para a fase judicial, a feição inquisitiva do caderno administrativo, onde o
depoimento foi carreado sem o descortino da defesa do acusado.
Caso prevaleça no espírito de Vossa Excelência o entendimento de que o acusado deva ser
condenado, é indeclinável a conclusão de que, o mesmo preenche todos os requisitos para
exercer o direito de recorrer em liberdade, uma vez que demonstrou através da juntada de vasta
documentação, que embora tenha antecedentes judiciais de pequeno porte, regulados pela Lei
9.099/95, é pessoa trabalhadora, com residência fixa, estudante do curso de direito, com família
regularmente constituída, sendo que sua liberdade não importará em prejuízo da harmonia
social.
É neste mesmo sentido que se posicionam nossos mais elevados Tribunais Pátrios,
consoante os seguintes arestos:
LOCAL E DATA.
___________________________
OAB
Alegações Finais por Memorial – Roubo – Falta de Reconhecimento
da Vítima
PROTOCOLO ............
Alegações Finais Por Memorial
O Órgão Ministerial editou denúncia de fls. ........, em desfavor do Acusado, ora defendente,
se propondo em provar durante o persecutio criminis in judicio a autoria do delito previsto no
art. 157, do Código Penal, nos seguintes termos in verbis:
“Narra inclusa peça informativa que, no dia ............... do ano fluente (.....), por volta
das ....... horas, na ......, próximo ao .............., neste município, o denunciando
subtraiu, para si, mediante grave ameaça, com emprego de um revólver, .......... (...)
pares de ....., no valor aproximado de R$ ........... (............), imobilizando, para tanto,
as vítimas .................. e ...............
Por ser o denunciando pessoa conhecida da vítima ..........., com quem negociara
anteriormente, esta vendeu-lhe a mercadoria por R$ .......... (............).
Encerrada a transação, o denunciando pediu a ......... que o acompanhasse até ...........,
onde pegaria o numerário para pagar-lhe. Este, sem prever a intenção do
denunciando, prontificou-se a ir e convidou a vitima ..... para acompanhá-los.
Destarte, está o denunciando incurso as sanções do art. 157, 2°. incisos I (emprego de
arma) do Código Penal Pátrio...”.
A denúncia foi recebida, tendo o Réu na ocasião de seu interrogatório negou a autoria do
fato nos seguintes termos:
“Que alega que nunca esteve nesta cidade, sendo esta a primeira vez que aqui vem;
Que alega que não conhece as vítimas; Que alega que nunca esteve no Trevo ......,
na ....., e que nunca saiu do município de ........., onde nasceu e se criou; Que nunca
negociou com a vítima ........, dizendo que não a conhece; Que o interrogando é
portador da Carteira de Identidade n° .............., expedida em .........., pela .....; Que
alega que nunca foi proprietário de um veículo .....; Que desconhece o motivo pelo
qual as vítimas e as testemunhas mencionadas na denuncia estão lhe imputando
autoria do delito descrito na inicial. (…) Que o interrogado alega que na data do fato
mencionado na denuncia não possuía habilitação para conduzir o veículo e nem era
proprietário de veículo; Que tomou conhecimento dos fatos mencionados na
denuncia há cerca de ... mês, alegando que antes nunca tinha sido procurado pela
Polícia pelos fatos já mencionados; Que alega que tomou conhecimento do decreto de
prisão preventiva através de seus familiares e que aqui compareceu, mesmo ciente de
que poderia ser preso, porque disse que não cometeu o crime e nada tem a temer.”
Durante a instrução criminal foram ouvidas a suposta vítima, mais três testem unhas do rol
da denúncia e duas arrolada pela defesa, destacando-se de seus depoimentos o seguinte:
................ (vítima?)
“Que o (...) quando ali chegou o acusado em um ...... (...) Que no dia dos fatos, o
depoente chegou a anotar a placa do carro em que o acusado estava, mas a polícia
constatou que a placa era fria; sendo que o depoente também conseguiu anotar o
nome do acusado olhando seu carteira de identidade quando ele desceu do veículo
tratando-se de ....................; Que o depoente na ..... foi descrevendo as características
do acusado e foi feito o retrato falado do mesmo; Que o depoente embora não possa
afirmar com absoluta certeza reconheceu, o acusado nesta data por fotografia
consoante cópias constante as fls...... dos autos” (Grifei).
......................
Em Juízo:
“que o depoente na data dos fatos, encontrava-se na residência de seu amigo .........
(...) quando ali chegou o acusado em um ......, de cor ....., salvo engano, dizendo que
estava interessado emcom0prar o restante do estoque de uma loja de sapatos
que ........ possuía e havia fechado.” (grifei).
.......................................
Na Delegacia:
“QUE, quando foi por volta das ...... horas, .............. e ........... chegaram em casa
muito apavorados e comunicando que após o Trevo ....... neste município, .........
apontou um revólver para eles, fizeram com eles descessem do veiculo” (grifei).
Em Juízo:
“Que ............... e ............... retornaram a noite à pé, dizendo a depoente que seguiram
para ........... no veículo ...... do acusado, e no trajeto o acusado parou o veículo e disse
a eles que havia um defeito na roda, e pediu a eles que descessem e olhassem o
defeito, mas quando ............... foi entrar novamente no carro, o acusado
obrigou .............. e ................ a descerem...” (grifei).
É indiscutível que o fato imputado ao acusado constitui uma farsa, engendrada pela
suposta vítima e sua mãe, em conluio com as duas testemunhas e a polícia civil, basta observar
que o delegado endereçou o ofício nº ......., no dia ....., (fls.....) ao Diretor do Instituto de
Identificação da ......, e, pasme, no mesmo dia, às ....... hrs., (fls...), foi expedida a cópia do
prontuário requerida, a qual foi objeto de reconhecimento de fls.... Tamanha rapidez, que só seria
possível se a Delegacia de ....... estivesse on line com o Instituto de Identificação, fato este que
na data de hoje não existe.
O referido procedimento policial falacioso, apresenta outras facetas de caráter sui generis,
pois vejamos: da data do fato ao relatório que concluiu o inquérito, demandaram apenas .... dias,
nenhuma diligência foi realizada no sentido de localizar o “assaltante”, e o que é mais fantástico:
o acusado, que é ...., foi reconhecido através de uma fotocópia de sua fotografia, na qual só se vê
apenas um tição1 no local do rosto.
Por outro lado o Acusado afirmou em seu interrogatório judicial de fls., que nunca esteve
em ........, e que desde adolescente se dedica a profissão de marceneiro, jamais possuiu veículo de
marca ........., inclusive, na ocasião do suposto crime, não possui habilitação para dirigir, o que
foi confirmado pelas testemunhas arroladas na defesa prévia, e documentação acostada aos autos
de nº ....... de Pedido de Revogação de Prisão Preventiva.
O Ilustre Representante do Ministério Público, em suas alegações finais de fls., fez jus ao
papel institucional de atuar como custus legis, pugnando pela improcedência da denúncia,
demonstrando elevado senso de justiça e imparcialidade, virtudes que enobrece e dignifica sua
gloriosa instituição,
DO DIREITO
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a
exclusão de todo motivo para duvidar.
EX POSITIS,
Local, data
_________________
OAB
Alegações Finais Por Memorial– Roubo – Insuficiência de Provas
Para a Condenação
Protocolo nº ..............
Alegações Finais Por Memorial
Acusado:................
Ressai dos autos que a vítima e sua namorada trafegavam em uma motocicleta no
local acima mencionado, quando os denunciados em outra motocicleta abordaram-
nos anunciando o assalto. Simulando estarem armados, os denunciados fizeram com
a vítima parasse a moto e, violentamente, revistaram ele e a namorada, subtraindo-
lhes tudo que de valor tinham, ou seja, a carteira do bolso, os capacetes e a moto.
DO DIREITO
No mesmo diapasão tem sido o entendimento esposado pelo Tribunal de Justiça goiano, na
venerável decisão proferida no Habeas Corpus nº ............., da comarca de Jaraguá, cuja ementa
assim dita:
No descortino da lei processual penal, edita o artigo 156 do CPP “A prova da alegação
incumbirá a quem a fizer; mas o juiz poderá, no curso da instrução ou antes de proferir sentença,
determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.”
No caso em apreço, a Acusação, competia o ônus da prova dos fatos alegados na denúncia,
e nada conseguiu provar durante a instrução criminal, erigindo sua pretensão condenatória
única e exclusivamente na versão apresentada pelo co-réu ........... , cuja pessoa não pertence ao
circulo de conhecidos do Acusado, ora defendente.
O juiz decide pelo princípio da não culpabilidade, mesmo que vigorosas sejam a s
presunções e ilações. Como no caso em apreço, em que se poderia indagar, sem sucesso, se o
Acusado/defendente teria ou não conhecimento da existência de droga no interior de seu carro,
quando o suporte probatório não traz prova robusta neste sentido.
É correto afirmar que o NULLUM CRIMEN SINE ACTIO seja o reitor do direito penal. E o
agente ativo da conduta fática só pode ser punido pelo fato existente na realidade. Jamais pela
presunção, assim sendo a absolvição do acusado ............................, se impõe diante da
fragilidade da prova coligida nos autos, no que pertine a sua suposta participação no fato narrado
na exordial acusatória.
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica.
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre
desativada de dúvidas”.
EX POSITIS,
Finais, recebidas, vez que próprias e tempestivas, julgando improcedente a denúncia nos
termos das argumentações ut retro invocadas, decretando-se sua ABSOLVIÇÃO, pois desta forma
Vossa Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Local, data.
_________________
OAB
Alegações Finais Por Memorial – Roubo – Reconhecimento
Defeituoso
PROTOCOLO ...............
Cód. TJ.... – ... -Alegações Finais por Memorial
IV- É dos elementos primários, que o acusado concertado com terceiros, provenientes
da Cidade de ...... vieram para estas plagas intencionados a cometerem crimes
patrimoniais. Aqui chegando, portando armas pretas e capuzes, observaram
atentamente as vítimas com bens de valores consideráveis, razão pela qual, pegaram
de assalto primeiro o veiculo utilitário e utilidades várias do seu senhor, para, depois,
invadirem a confecção apoderando-se injustamente das peças de vestuário e outros
móveis, colocando-as na carroceria do veículo e saindo em carreira desabalada.
Ainda levaram outro automóvel que se encontrava estacionado nas cercanias.
VI- Emergiu por fim, que todo os crimes ocorreram mediante o concurso de várias
pessoas, com utilização de armas pretas para aumentar o poder intimidativo, ,como
também, mediante a restrição da liberdade das vítimas, quando os assaltantes
mantiveram por período considerável os ofendidos sob seus jugos.
Durante a instrução criminal foram ouvidas seis vítimas, e muito embora algumas tenham
afirmado ter reconhecido a pessoa de ..................., como sendo um dos meliantes que executaram
o assalto, seus reconhecimentos foram inconsistentes, incoerentes e insuficientes para alicerçar
eventual decreto condenatório, além do que, não obedeceram a exigências legais, ao ponto de
caracterizar prova penal válida.
Eis alguns fragmentos dos depoimentos prestados em Juízo:
“que um destes assaltantes não estava usando capuz estava apenas com uma
camiseta tentando encobrir o rosto; que este assaltante entrou no escritório onde
estava e deu voz de assalto e lhe dizendo que não era para olhar para ele pois senão o
mataria” (...) que o rosto do acusado ....... estava parcialmente coberto pela camiseta
estando do lado de fora o olho, as orelhas e costeleta e a nuca; que esteve com o
acusado ......... por aproximadamente um minuto; que não ficou nervoso e nem as
outras vítimas; que o .............. e ............. não reconheceram o acusado .............; que a
vítima ....... não chegou sequer a olhar para o acusado ....... pois quando tentou fazer
isto ele lhe deu uma coronhada na cabeça; que a vítima ....... também não olhou para
o acusado .......; QUE O ÚNICO QUE OLHOU PARA O ACUSADO ......... FOI A
VÍTIMA .......; QUE A VÍTIMA ......... AFIRMA QUE NÃO TEM CERTEZA SE É O
ACUSADO ....... O AUTOR DO DELITO mas reconhece que o acusado ....... é muito
parecido com um dos autores do delito; que a vítima ......... também reconheceu o
acusado como sendo o autor do delito; que quando viu a foto do acusado ........ pela
televisão já o reconheceu como sendo um dos autores do delito; que o
reconhecimento feito na delegacia de polícia no município de ......... foi feito somente
pela foto; que não viu o acusado .............. naquela oportunidade; que também não
foram colocadas outras pessoas do lado do acusado” (Grifei).
“que todos os assaltantes estavam encapuzadas e sabe dizer que o acusado ....... é
forte mas não capaz de reconhecê-lo pois não chegou a ver o seu rosto .”
“que não viu os outros assaltantes mas o único que viu estava com a camiseta
encobrindo parte do rosto; (...) que não se recorda se o acusado ....... estava usando
boné”
“que não viu quantos assaltantes eram; que somente viu um deles; que este
assaltante que viu estava apenas com a camiseta encobrindo parte do rosto (...) que
não foi até o município de ....... fazer o reconhecimento dos assaltantes; que foi até a
delegacia de polícia para reconhecer um dos assaltantes mas não teve certeza; que
lhe mostrado a foto de fls... dos autos o declarante reconheceu o assaltante de
camiseta preta como sendo um dos autores do delitos; que não confirma este fato
com certeza; que as características são semelhantes; (...) que o assaltante que fez a
abordagem dando voz de assalto não estava de boné; que não sabe dizer quais das
vítimas ficou mais próxima do assaltante; que chegou a ficar bem próximo do
assaltante; que o assaltante chegou inclusive a tocar nele” (Grifei).
É evidente que os reconhecimentos das testemunhas .... (fls...) e ............. (fls....), não
possuem qualquer validade, como elemento de prova, eis que são flagrantemente forjados, pois
o próprio ........... é categórico quando afirma que a única pessoa que olhou para o rosto do
assaltante foi .... (fls...), e, esta vítima afirma não ser possível afirmar com certeza de que o
meliante se tratava da pessoa do réu.
Por outro lado o Acusado afirmou em seu interrogatório judicial de fls..., que no dia e hora
apontados na denúncia estava na Exposição Agropecuária de ..., onde realizava um show ..., com
o cantor ......, na companhia de seu amigo ......., que em Juízo as fls...., assim se posicionou:
“(...) a última vez que esteve em companhia do Acusado foi no Show ....” de ....., na
pecuária, no final de ......; chegou por volta das .... horas e encontrou-se com ele pó
volta das ... as ... horas naquele local; assistiu todo show na companhia de sua
namorada e também do acusado, sendo que no final o depoente foi embora, mas ele
(acusado) continuou no local; soube a data específica do show por intermédio do pai
do acusado, podendo dizer que era dia ..... e esclarece que disse ao mesmo (pai do
acusado) tinha estado juntos durante todo show (...)”
A versão apresentada pelo réu e confirmada pela testemunha ...., está condizente com a
programação oficial da ..... – Exposição Agropecuária de ...., realizada entre .... à .... de ....,
publicada no Jornal “.......” edição de ...º a ........, (cópia em anexo) onde consta no rol de atrações:
...................
Deste modo o Acusado, cumpriu seu encargo processual de provar o alegado, quando
afirmou que na data e horário em aconteceram os fatos narrados na denúncia, estaria assistindo
ao Show do cantor .........., na exposição Agropecuária de ............
O acusado, embora responda a outra ação penal, conforme depoimentos prestados pelas
testemunhas arroladas na defesa prévia, exerce ocupação lícita, vive em ambiente familiar
exemplarmente constituído na companhia de seus pais, que no decorrer do presente se fizeram
atuantes na luta pela prova de sua inocência porque ciosos que o mesmo não possui
personalidade voltada para a senda criminosa, sendo primário, gozando de respeito e admiração
no meio social onde vive.
DO DIREITO
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a
exclusão de todo motivo para duvidar.
No caso em apreço, os reconhecimentos das vítimas, não podem por si só, servir de alicerce
para eventual decreto condenatório, porque foram realizados ao arrepio da exigências contidas
no art. 226 do CPP, além das circunstâncias como ocorreram os fatos, quando o meliante atuou
com o rosto parcialmente coberto com uma camiseta e no período noturno, condições que
avultam a possibilidade erros na apreciação e fixação das imagens no subconsciente.
Observa-se que, na confecção, apenas duas vítimas afirmam ter reconhecido o réu, assim,
vale relembrar o trecho do depoimento da vítima .......... (fls...): que o rosto do acusado ..... estava
parcialmente coberto pela camiseta estando do lado de fora o olho, as orelhas e costeleta e a
nuca; que esteve com o acusado ......... por aproximadamente ....minuto; (grifei). Do mesmo modo
asseverou a testemunha/vítima ...... (fls....): que não viu os outros assaltantes mas o único que viu
estava com a camìseta encobrindo parte do rosto ; (…) saiu pela porta e olhou para ver quem era,
ocasião em que viu o acusado ........ que estava dirigindo a caminhonete; que quando olhou o
acusado .......... já havia descido da camínhonete mas a porta estava aberta; que o
acusado ............. já estava com a camiseta encobrindo o rosto. (grifei).
A prova da acusação referente a autoria do fato denunciado, restou imbele e frágil, vez que
fundamentado exclusivamente nos reconhecimentos da vítimas, nada foi apreendido em poder
do Acusado, que o ligasse ao crime, nenhum outro indício foi gerado durante a fase instrutória,
que pudesse corroborar, fortalecer ou confirmar os citados reconhecimentos.
Por outro lado, o Réu, ao negar a autoria do fato, alegou que no dia e hora em que houve a
perpetração do crime estava na Exposição Agropecuária de ......., assistindo um show de
música ......., quando ali se apresentava o cantor ............., versão esta confirmada pela
testemunha: ........., ouvido as fls......, conforme trecho de seu depoimento retro transcrito, assim
como, na cópia do Jornal “.......” de Anápolis, em apenso.
Neste ponto, Excelência, é inarredável o entendimento de que o Acusado cumpriu, a
contento e satisfatoriamente, o comando normativo inserto no art. 156, do Código de Processo
Penal, que atribui o encargo processual de provar aquilo que foi alegado em suas declarações.
EX POSITIS,
Requer ainda, nos termo do art. 231 do CPP, a juntada, aos autos, da inclusa cópia da capa
do jornal “........”, edição ..º de ...............
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data
__________________
OAB
Alegações Finais Por Memorial – Tentativa de Homicídio –
Absolvição Sumária – Desclassificação para Lesão Corporal
Protocolo ...................
Conforme restou demonstrado de forma plena e cabal, pela prova coligida durante o
judicium acusationnes, principalmente pelos depoimentos prestados pelos familiares da dupla
penal, no momento do fato o acusado estava sendo agredido verbal e fisicamente pela vítima,
tendo lançado mão do único meio de defesa de que dispunha, naquele momento, para fazer
cessar a injusta e atual agressão sofrida.
Consta ainda, dos autos, que a vítima é pessoa beligerante, agressiva, e que constantemente
agredia a própria mãe como também já houvera agredido o pai, e, há muito tempo vinha
impondo toda sorte de provocações contra a pessoa do Acusado, ora apossando-se de suas
roupas, dinheiro e até mesmo chamando-lhe de “viado”, inclusive já houvera agredido
fisicamento com um soco no rosto. (fls. ......).
O Acusado, embora jovem, sempre foi dedicado aos estudos e ao trabalho, gozando no seio
familiar e social de respeito e admiração, inclusive, foi obrigado a se exilar fora das fronteiras de
nosso país, para obter meios de concluir o curso de engenharia aeronáutica interrompido por
falta de recursos financeiros.
DO DIREITO
O fato objeto do presente feito, é ímpar e singular nas raias dos tribunais, uma vez que
representa o retrato de uma tragédia urbana intra familiar a exigir do Órgão Judicante um
posicionamento que talvez deva transcender os princípios regularmente aplicados no dia a dia
da prestação jurisdicional, para proferir uma decisão mais consentânea, adequada e conveniente
para realização dos ideais da Justiça.
Ensina o saudoso e festejado Evandro Lins e Silva, que muitos advogados abstêm-se de
apresentar alegações finais nos processos de competência do Tribunal do Júri. Outros as fazem
bem sucintas, apenas para tornar efetiva sua presença nos autos. Casos há, porém, em que se
deve lutar até pela absolvição sumária ou impronúncia, e, nesses casos as alegações devem ser
bem deduzidas e fundamentadas.
Porém, no presente caso, s.m.j., entende a defesa do Acusado, que o conjunto probatório é
suficiente para a prolação de uma sentença terminativa, pois como a própria Acusação
reconheceu em suas alegações finais de fls..., e estreme de dúvidas que o Acusado não agiu
animus necandi pugnando pela desclassificação do fato imputado para o de lesão corporal leve.
EX POSITIS,
LOCAL, DATA.
_________________
OAB
Alegações Finais – Violação de Domicilio – Estupro
Protocolo nº .................
Cód. TJ.... – ..... - - Alegações Finais
................................, já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública
desta comarca, via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia vem perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, nos termos do artigo 403,
do CPP inovado pela Lei 11.719/2008, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS
A inaugural acusatória de fls......, imputa ao Acusado, a prática dos ilícitos penais previstos
nos arts. 150, 213 e 344 do Código Penal.
A Acusação Oficial se propôs a provar durante o persecutio criminis, que o Acusado,
constrangeu a suposta vítima a manter atos de libidinagem diversos da conjunção carnal, quais
sejam beijos e braços lascivos, em duas ocasiões distintas, nos seguintes termos:
E ainda:
“que ao descobrir que havia sido instaurado inquérito policial para apurar o fato, o acusado
passou a proferir ameaças contra a mãe da vítima e sua família , através de recados para vizinhos
e telefonemas...”(fls...)
Nas declarações da mãe da suposta vítima extrai-se, que a mesma tinha conhecimento do
fato e de quem era seu autor desde .........., quando assim se expressa às fls...:
Na delegacia Fls......:
Em Juízo Fls.......:
“que, no dia em que o acusado entrou no apartamento, passaram-se uns quarenta
minutos dede a chegada dele até a de sua mãe, sendo que nesse meio tempo ele
ficava pegando em sua. mão e tentando se aproximar, ao passo que a declarante
ficava sempre se afastando dele; que, a mãe da declarante falou que, se ela não
chegasse, ele tentaria fazer alguma coisa a mais com a mesma; que, nesse dia ele não
chegou a beijar nem a tentar beijar a declarante.” (Grifei).
A versão apresentada pela suposta vítima está em harmonia com os demais depoimentos
“QUE, a comunicante esclarece ainda que antes deixava a chave com a ........., e
soube através dela que no dia ................., a ............. tinha dado uma cópia da chave
do apartamento para o ............., não sabendo a época..” (Grifei).
DO DIREITO
PRELIMINARMENTE
Assim ensina a festejada doutrinadora Ada Pellegrini Grinover, em sua obra “As
Nulidades no Processo Penal”, 2ª Edição, pag. 57:
“Quando faltar uma só que seja das condições da ação ou de procedibilidade, diz-se
que o autor é carecedor desta. A consequência é que o juiz, embora exercendo a
função jurisdicional, não chegará a apreciar o mérito.
“A ação penal pública condicionada é regida pela regra - para muitos, princípio - da
oportunidade. É que razões sobram para que assim procedesse o legislador, pois,
muitas vezes, pode ter o ofendido um legítimo interesse em que o fato não ganhe o
publicidade, e, nesse caso, o interesse do ofendido se sobrepõe ao estatal, na
repressão do ato criminoso. Por tal razão, a lei faz a atuação do Ministério Público
ficar na dependência da manifestação do ofendido, mas, uma vez oferecida a
denúncia, a representação torna-se irretratável, prosseguindo a ação penal
condenatória até o seu final.(grifei)
O exercício da ação penal é de natureza pública, consoante dispõe a regra do artigo 100, do
Código Penal. Tratando-se, porém, de crime contra os costumes (art. 213 à 221 CP), a ação penal
só se procede mediante queixa. Na hipótese do § 1 °, do artigo 225, I, do Código Penal a ação
penal será pública mas condicionada à representação de quem de direito, obedecendo ao
princípio da conveniência, que é absoluto, e da disponibilidade, que é relativo, posto que ao
titular do direito a representação, como condição da ação, lhe é facultado a retratação da delação
(art. 25, do CPP e 102 do CP), desde que o faça anteriormente a denúncia.
Embora a representação não exija rigor formalístico, no caso em apreço, com relação ao
delito tipificado no art. 213, do CPB, não restou inequívoco o interesse do representante da
suposta vítima em ver instaurado o persecutio criminis, com relação a suposta prática do delito
do art. 213, do CPB, vez que o Boletim de Ocorrência de fls...., não possui o condão de assumir o
papel da representação criminal, porque a delação ali contida diz respeito única e
exclusivamente a uma possível violação de domicílio.
É imperativo legal contido no Art. 28 do Código de Processo Penal, que salvo disposição em
contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá do direito de queixa ou de
representação, se não o exercer dentro do prazo de ... (...) meses, contado do dia em que vier a
saber quem é o autor do crime, ora, se a genitora da suposta vítima em .................. já tinha
conhecimento da conduta do Acusado, deveria exercer seu direito de representação dentro
daquele lapso temporal, e, não o fez.
Deve, assim, a presente preliminar ser reconhecida, e por força do que dispõe o inciso II,
do Art. 564, ser decretada a nulidade processo com relação ao delito tipificado no art. 214 do
CPB, pois assim Vossa Excelência editará decisão inspirada nos mais lídimos princípios do
direito.
DO MÉRITO
Com referência aos fatos ocorridos em ..........., não há como sustentar ter havido qualquer
ato libidinoso como pretende a Acusação Oficial, pois a própria vítima é segura em afirmar que
“; que, nesse dia ele não chegou a beijar nem a tentar beijar a declarante.” E ainda a declarante
disse ainda que , o que o ..... fez foi ficar pegando em sua mão, não tentando nada mais com a
declarante, nem beijos e nem abraços.. Considerar os fatos acima descritos como aqueles atos
libidinosos, previstos no tipo penal sugerido pela Acusação, suscetíveis de grave apenação, é
ferir o bom senso e agredir de forma voraz o princípio da proporcionalidade.
Embora, a conduta atribuída ao Acusado, possa ser censurável do ponto de vista ético,
moral ou religioso, é óbvio que ela está fora da órbita da proibição penal, na forma sugerido pelo
Ministério Público.
Em conclusão, tem-se que a conduta descrita na denúncia por ocasião dos fatos ocorrido no
apartamento da mãe da suposta vítima é penalmente atípica.
Deve-se ressaltar, também, que a suposta vítima esclareceu em Juízo que permitia que o
Acusado buscasse no colégio e espontaneamente se dava ás possíveis carícias e beijos, e visando
fugir a fiscalização da mãe pedia que lhe deixasse no ponto de ônibus afastado de sua residência.
A própria genitora declara que a suposta vítima ardilosamente forneceu uma cópia da chave do
apartamento para o Acusado, além do que “...... “acoitava” muita coisa que ele fazia” (fls.....).
caso já apontadas.
É patente, que a conduta atribuída ao acusado está longe de alcançar a gravidade dos atos
elencados no artigo 213 do CPB, pelo que reverteria em notória injustiça, em caso de
condenação, que sua reprimenda penal fosse alçada nos parâmetros definidos na norma
incriminadora ali inserta: ..... (...) a (...) anos de reclusão, o que exige do Ilustre Julgador critérios
redobrados e sopesando-se as diretrizes do princípio da proporcionalidade.
Assim sendo, se a parte Acusação afirma in tese, que o intuito do Acusado era a prática de
crime contra liberdade sexual, a violação de domicílio passou a ser delito-meio pelo que fica
absorvido pela conduta proibida de maior relevo em obediência ao princípio major absorbet
minorem.
No que pertine a acusação de ter o Réu usado de grave ameaça, com o fim de favorecer
interesse próprio conra parte ou qualquer pessoa que funcione ou é chamada a intervir em
processo judicial ou policial, contida na exordial, não ficou cabalmente demonstrado durante a
instrução criminal, razão que exige ser a denúncia ser julgada improcedente neste particular.
Consoante, o entendimento esposado pela melhor doutrina, o referido crime tem como
objeto material o emprego de violência ou grave ameaça. A primeira é representada pela vis
corporalis, consistente no uso de força física contra a pessoa da vítima, enquanto que a grave
ameaça é representada pela vis compulsiva, que é a violência moral, a qual a lei exige que seja de
natureza grave, capar de incutir justificável temor, o que não se confunde com a atuação do
Acusado que num momento de desespero implorou a vítima que se abstivesse de dar
prosseguimento ao persecutio criminis.
A Leitura das transcrições da fitas de áudio de fls....., demonstra nas palavras do Acusado
mais um teor de angústia e medo do que ameaças contra os familiares da suposta vítima.
Observando-se, ainda, que todas expressões naquele sentido eram instigadas pelos seus
interlocutores.
Assim sendo Excelência, deve o Acusado ser absolvido da referida imputação, por ausência
do elemento subjetivo e do objeto material da imputação, por um princípio de Justiça.
EX POSITIS,
Requere a juntada aos autos da inclusa documentação, com fulcro no artigo 231 do Código
de Processo Penal, e, espera o Acusado, ora defendente, sejam as presentes alegações recebidas,
vez que próprias, e, tempestivas, por tudo o mais que dos autos conste, seja acatada a preliminar
suscitada e julgado improcedente a denúncia, nos termos do artigo 386, do mesmo Estatuto, pois
desta forma Vossa Excelência, estará, como de costume, editando decisório compatível com os
mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data
____________________
OAB
Alegações Finais – Estelionato - Associação Criminosa - Uso de
Documento Falso - Falta de Prova pericial - Absorção do Falso
Pelo Estelionato
ESCRIVANIA DO CRIME
Protocolo .................
................................, já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a Justiça
Pública desta comarca, via de seu defensor, in fine assinado, permissa máxima vênia, vem
perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, com supedâneo no art. 403, do
Código de Processo Penal, com a redação que lhe deu a Lei 11.719/2008, apresentar
1Na exordial acusatória, de fls ....., o órgão da Acusação Oficial, imputou ao acusado, ora
defendente, a prática do ilícito penal incrustado na norma proibitiva do artigo 171, “caput”, 288
e 304, em concurso de pessoas com os co-réus ..........., ................ e ...................., nos seguintes
termos in verbis:
Que alguns dias depois, o primeiro denunciado retornou até a referida empresa e
apresentou o segundo denunciado, que utilizando também de documentos
falsificados, adquiriu uma moto ....... Fazer, no valor de R$ ....... (...........................),
cujo pagamento fora feito através da emissão de ..... cheque, também “clonados” da
conta ....., agência ......, Banco ........, cujo titular, segundo apurado, seria na
verdade, ............................
Assim, não obtendo êxito na tentativa de receber o prejuízo sofrido e diante das
informações de que o primeiro denunciado teria utilizado dos mesmos artifícios em
outras oportunidades, a vítima procurou a Delegacia de Polícia local para a adoção da
providencias cabíveis. (...)”
A denúncia foi recebida as fls. ......; ocasião em decretou-se a prisão preventiva; citado via
editalícia (fls. ........), não compareceu para ser interrogado, tendo sido determinada a suspensão
do processo (fls.....).
As fls. o Acusado, ora defendente fez juntar instrumento procuratório aos autos, pugnando
pelo prosseguimento do feito se a sua presença física, pedido que foi indeferido nesta instância
singela e deferido pelo TJ... através do HC ................).
A prova coligida durante a instrução criminal, é insuficiente para embasar eventual decreto
condenatório, vez que todas testemunhas ouvidas em Juízo são empregados da suposta vítima, e
por isso indignos de valor probante são seus depoimentos.
Com relação ao crime de tipificado no art. 304 do Código Penal Brasileiro, insta a
conclusão, como delito-meio, de que o mesmo restou absorvido pelo crime de estelionato, que no
presente feito, representa o delito-fim.
DO DIREITO
PRELIMINARMENTE
O Código de Processo Penal, no Livro que trata das nulidades processuais impõe o
seguinte comando normativo:
(...) 0missis
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
(...) omissis
b) O Exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o
disposto no artigo 167.
Nosso Estatuto de Ritos Processuais Penais, no artigo ut retro citado, dispõe que ocorrerá
nulidade no caso de falta de termos ou fórmulas, dentre os quais a realização de exame de corpo
de delito nos crimes que deixam vestígios, como no caso em pauta, por corporificar e
instrumentalizar a materialidade dos fatos objeto da persecução judicial. Isso, porque a Justiça
Criminal, principalmente, deve exteriorizar-se através de formas, absolutamente cogentes e
inalteráveis ao arbítrio das partes. Assim, sua falta já traduz nulidade por si mesmo,
independentemente da ocorrência ou não de prejuízo.
“Causa nulidade absoluta a ausência do exame de corpo de delito nos crimes que
deixam vestígios. Na hipótese de delicta lactis permanentis é por ele que se
comprova a existência do crime quando este deixa vestígios, sob pena de nulidade,
para evitar-se acusações infundadas. Ressalva o artigo 167, porém, que não sendo
possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal pode suprir-lhe a falta.” 1(Grifei).
Diz a jurisprudência
Correta a advertência de que quando o ilícito penal deixa vestígios torna-se necessária e
imprescindível a realização do exame de corpo de delito. Desta ótica, destina-se a comprovação
por perícia da existência dos elementos objetivos do tipo, os quais são aferidos, principalmente,
ao resultado produzido pelo atuar reprovável, de que houve o evento, do qual depende a
existência objetiva do crime, ex vi do artigo 13, do Código Penal.
É preciso insistir, no entanto, que se trata de nulidade absoluta e não relativa, que por força
do que dispõe normativamente o artigo 573, do CPP, e pela ausência de dispositivo que lhe
outorgue qualquer sanatória (v. por falta do exame de corpo de delito, direto ou indireto, nos
crimes que deixam vestígios, ex vi do artigo 564, III, letra b do CPP.
No caso em tela, a documentação acostada aos autos, pela suposta vítima, constitui talvez
ou simplesmente, mero indício da ocorrência de possível ilícito penal, não podendo ser elevado
a categoria de prova da materialidade de um delito, que por sua natureza e sede deixa vestígios
constatáveis através de elaboração de Laudo Pericial em documentos que se submetidos ao crivo
dos senhores peritos poderiam comprovar a existência ou não da alegada fraude ou artifício.
A evidência do aspecto ora suscitada encontra eco nas próprias palavras das testemunhas
ouvidas em Juízo, que de forma uníssona declaram que o Acusado teria utilizado de documentos
falsificados para a aquisição dos bens da suposta vítima.
DO MÉRITO
A denúncia imputa ao Acusado a conduta descrita no art. 288, que assim preconiza
“associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometerem crimes”.
De igual modo não merece prosperar a acusação referente o delito previsto no art. 304, do
Código Penal Brasileiro, vez que, no presente caso, a suposta falsidade configurou ato
meramente preparatório do crime de estelionato, pelo que dever por este ser absorvido, conforme
inteligência do art. 14 do mesmo Codex.
A doutrina mais abalizada tem proclamado que os atos preparatórios, quais sejam aqueles
que representam a forma de atuar, que criam condições prévias para a realização do delito
planejado, não são puníveis. Assim sendo, aquela conduta que precede, sob o prisma temporal, a
execução do fato criminoso, é meramente uma fase do iter criminis, ou seja ato preparatório
indiferente ao nosso direito penal, que pune a cogitação e a preparação.
Deste modo, imperioso que se proceda a absolvição do Acusado, ora defendente com
relação ao delito do art. 304 do Código Penal Brasileiro, vez que pelo princípio da consunção este
foi absorvido pelo delito de estelionato.
O Acusado, embora responda por outra ação penal na comarca de................ é primário,
possui endereço certo e sabido na cidade de Ceres, onde reside em companhia de sua mãe, pelo
que, no caso de eventual condenação deve sua pena ser cumprida naquela urbe conforme lhe
faculta o art. 86, da Lei de Execução Penal.
EX POSITIS,
Espera o Acusado, ......................, sejam as presentes Alegações finais, recebidas, vez que
próprias e tempestivas, julgando procedente a preliminar suscitada, com a decretação da
nulidade absoluta do processo nos termos do art. 564, III, “b”, do Código de Processo Penal, em
caso de análise de mérito, julgada improcedente a denúncia e todos seus termos, decretando-se
sua ABSOLVIÇÃO, pois desta forma Vossa Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do
Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
LOCAL, DATA.
_____________
OAB
Alegações Finais – Estupro – Falta de Dissenso da Vítima - Relação
Sexual consentida
Protocolo ................
Alegações Finais
Acusado:..............
...................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta
comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua
e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 403, do Código de Processo Penal
com a redação que lhe deu a Lei 11.719/2008, apresentar
1O Acusado foi denunciado como incursos na penas do art. 213, do Código Penal
Brasileiro, com a nova redação que lhe emprestou a Lei 12.015/2009, sob a suposta prática do
seguinte fato delituoso in verbis (Fls........).
Fls. ......:
“ QUE, o ... falou para a declarante , você está com fome ?, então vamos sair para
comer alguma coisa, a declarante respondeu para o ...., não! Não vou não! Nem te
conheço e ..... falou então eu te levo na sua casa, que ficava duas quadras acima onde
a declarante estava; (...) QUE a declarante, esclarece que aceitou a carona do rapaz, a
qual pediu para ir embora para casa, e o mesmo concordou em levar a declarante
para casa, porém, o ....... ainda falou então a gente vai dar umas voltinhas e depois eu
te levo para sua casa, até então a vítima ainda estava fora da ............, não anotando a
placa, e resolveu entrar no carro, e QUE ........ virou o carro e rumo ao centro da
cidade; QUE, a declarante esclarece ainda que o ........... passou no Churrasquinho
do ......., situado nas proximidades da ............., nesta cidade, esclarecendo ainda que
comeu ....... ......., e que a declarante sempre pedindo para o .......... para ir embora
para casa o qual falava a gente já vai “
Fls. ...
“QUE a declarante disse que o ........ parou em um ......... situado na ........., o qual
ficou uns minutinhos só, e saindo de lá por volta das ..... horas, e que o ........ falou
que ia passar na casa da mãe dele, por perto da praça ..........., não sabendo o
endereço e nem lembrando o local, pois o ........ deu muitas voltas para ir até a casa
da mãe dele, onde ele parou em um local perto da praça, não lembrando onde, vendo
a declarante que o ......... apertou um interfone, não ouvindo o que ele conversou”
(Grifei)
Fls. .....:
“aceitou a carona, mais assim que entrou na camionete o acusado pegou um outro
caminho, pediu para ir embora para casa que não queria ir em outro lugar, ele disse
que ia ali e logo a levaria para casa, passou no ...................., foi agressivo com
o ..........., depois tornou a entrar no carro e a declarante sempre pedindo para ir
embora, que a deixasse em casa, ele disse que ia ali e logo a levaria, ficou dando
volta, passou na ........... na cassa da mãe dele, entrou na casa da mãe e sai passarem
em outro ......................e a declarante sempre pedindo para que a levasse em casa e
ele disse que já ia leva-la; que ao invés de leva-la para casa levou para casa dele
no ............; que continuou insistindo que queria ir embora, mais ele trancou o
portão” (Grifei)
A adesão aos intuitos lascivos do Acusado está bem estampado no trecho das declarações
da suposta vítima quando, naquele fantasioso momento de opressão, ela aconselha que o mesmo
ao menos use camisinha:
Fls.
“esclarece a declarante que já que ele estava fazendo isto tudo, podia usar uma
camisinha, o qual respondeu que não ia usar, pois “puta ele gostava de comer
daquele jeito mesmo”
Está claro que a suposta vítima opôs uma simulada resistência, ao voluptuoso enlace
sexual, com aspecto meramente formal, platônico, e frágil, quando diz:
Fls. ...:
“...e depois jogou na , fazendo sexo de todas as maneiras, oral, penetrava,
tirava, colocava o pênis, ora em sua boca, ora em sua vagina, não fazendo sexo
anal , pois a declarante conseguiu não deixar...”
O congresso sexual foi tão espontâneo que, conforme a própria “vítima” afirmou em juízo
às fls. 351: “que surgiu um boato no bairro depois do estupro que a declarante namorava com o
Acusado”, é óbvio, que para que surgisse um boato desta natureza é necessário que houvesse um
relacionamento, no mínimo, amistoso ou afetuoso entre ambos.
Outro fator relevante, é que pela narrativa da suposta vítima, e pelas agressões que alegou
ter sofrido, haveria de constar no laudo de exame de corpo de delito, de fls. 29/31, lesões de
grandes proporções, tais como hematomas, equimoses, principalmente queimaduras, uma vez
que alegou ter sido queimada com cigarro, do seguinte modo:
Fls. 350:
“que ao invés de leva-la para casa levou para casa dele no Anápolis City; que
continuou insistindo que queria ir embora, mais ele trancou o portão e começou a
ficou muito agressivo com a declarante, que lhe puxava o cabelo, batia no chão e
esfregava seu rosto por diversas vezes, depois de bater muito no declarante que se
debatia sempre, ele a violentou, queimou com cigarro,” (Grifei)
Conforme laudo de exame de corpo de delito – “conjunção carnal”, foi constatado apenas
“escoriações finas na região mamária”, estigmas próprios de uma relação sexual normal e
consentida. Não foi detectado nenhuma queimadura, ou escoriações no rosto, o que vale dizer, se
realmente a suposta vítima tivesse sido agredida os Senhores Peritos teriam consginado no laudo
a existência dos referido vestígios ou lesões.
Por seu turno, o Acusado, ao ser interrogado em juízo, (fls. ..), não negou ter mantido
relação sexual com a suposta vítima, inclusive confirmou que estiveram em vários “bares” da
cidade, antes de irem para sua residência de forma livre e espontânea.
Como pode ser visto, a violência ou grave ameaça foram frutos da imaginação da suposta
vítima. É obvio, que jamais prestaria um depoimento sincero diante da conduta pouco
recomendável que assumiu ao se entregar sexualmente ao acusado _______ por livre e
espontânea vontade.
DO DIREITO
No caso em apreço, o Julgador, deverá edificar seu juízo com redobrada cautela e
parcimônia, com a necessária e acurada análise de todo conjunto dos fatos, para aferir se dentro
do contexto estão contidas todos os elementos e circunstâncias que integram a definição legal
típica. Principalmente quando a suposta vítima traz para o bojo dos autos uma versão
inverossímil e carregada de contradições.
Edita o artigo 213, de nosso Código Penal, com a nova redação dada pela Lei 12.015 de 07
do agosto de 2009:
“Art. 213 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
(“Caput” com redação dada pela Lei nº 12.015, de 07.08.2009 - DOU 10.08.2009)
Pelos fragmentos acima citados, denotam que a suposta vítima estava bastante à vontade,
que em nenhum momento pediu socorro, ou tentou fugir do suposto algoz.
Diz a jurisprudência a cerca do dissenso da vítima com relação aos crimes desta natureza:
O festejado mestre em medicina legal, HELIO GOMES, assim discorre sob o tema:
A versão apresentada pela suposta vítima além de incoerente, é contraditória, pois nas
declarações prestadas tanto na fase policial quanto judicial, afirma que foi vítima de violenta
sessão espancamento, inclusive, queimadura com cigarro, porém, em seu corpo não foi
detectado nenhuma lesão, principalmente na área genital, coxas, braços, pois a pressão
provocada pelas agressões indubitavelmente provocaria hematomas, ou outra lesão provocada
por instrumento contundente:
“Mera menção à existência de lesão grave não faz presumível o emprego de força,
que a ofensa física pode decorrer da própria cópula, realizada sob precárias
condições ambientais”9
O argumento de que a vítima se entregou lascivamente, ao Acusado, de forma consensual,
está no fato de que o exame de corpo de delito foi realizado, há poucas horas após a prática da
suposta ocorrência das agressões, e não foi constatado nem ao menos uma leve tumefação ou
hiperemia na mucosa vaginal ou equimoses em suas parte íntimas, estigmas que
indubitavelmente deveriam estar presentes no caso da ocorrência de coito violento.
Ressalte-se, finalmente excelência, que a vítima acompanhou o Acusado, por sua livre e
espontânea vontade, permanecendo em sua companhia sem qualquer consternação, ou
constrangimento, agindo com desembaraço, sem timidez ou acanhamento, tomando cervejas em
bares, conduta que não coaduna com a de que está sob coação, ou contra sua vontade.
No caso em apreço, as declarações da suposta vítima são, não merecem credibilidade, uma
vez que falseou a verdade acerca de fatos relevantes com o intuito de incriminar a pessoa do
acusado, pelo que devem ser analisadas com redobrada cautela.
Em conclusão, ficou demonstrado pelo conjunto de provas abalizadas nos autos que a
palavra da suposta vítima restou carregada de vícios, contradições e embustes, trazendo para os
autos uma versão enganosa e pérfida, sendo, pois insuficientes para alicerçar qualquer decreto
condenatório. Diz a Jurisprudência:
“a condenação exige certeza e não basta, sequer, a alta probabilidade, que é apenas
um juízo de nossa mente em torno da existência de certa realidade”. Mesmo a íntima
convicção do Juiz - pondera Sabatini -, como sentimento da certeza, sem o concurso
de dados objetivos de justificação - , não é verdadeira e própria certeza...”; “no lugar
da certeza, em espécie tal, tem-se a simples crença.’’ “Dessa forma, uma condenação
somente terá lugar quando o exame sereno da prova conduza à exclusão de todo
motivo sério para duvidar.” (in – “Jurisprudência Criminal, Borsoi, 1973, vol. II, pág.
389)
Deste modo a palavra da vítima deixou de possuir aquela credibilidade, sustentada pela
jurisprudência dominante, vez que está contaminada pela inverossimilhança, razão pelas qual
impõe-se a decretação do non liquet, com a consequência absolvição do réu nos termos do art.
386, VII, do Código de Processo Penal, com a nova redação que lhe deu a Lei 11.690/2008.
Caso prevaleça no espírito de Vossa Excelência o entendimento de que o acusado deva ser
condenado, é indeclinável a conclusão de que, o mesmo preenche todos requisitos para exercer o
direito de recorrer em liberdade, uma vez após a revogação de sua custódia, nenhum fato novo
ocorreu a ponto de obstacularizar a concessão do benefício de exercitar recurso voluntário em
liberdade.
EX POSITIS,
espera o Acusado ..........................., sejam as presentes alegações finais, recebidas, vez que
próprias e tempestivas, julgado improcedente a denúncia de fls. 02/04, com a decretação da
absolvição do Acusado, pois desta forma Vossa Excelência, como de costume, estará editando
decisório compatível com o mais elevado senso de JUSTIÇA.
Nestes Termos
Pede deferimento.
Local, data.
______________________
OAB
Alegações Finais – Estupro de Vulnerável – Depoimento Infantil
Fantasioso
Protocolo nº ...................
Alegações Finais
Acusado: ...............
....................................., já qualificado, nos autos da ação penal, que lhe move a justiça
pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem
perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, ao tempo do artigo 403, do Código
de Processo Penal com a redação dada pela Lei 11.719/2008, apresentar
“Consta do incluso inquérito policial (autos .................) que, no dia ......., por volta
das ......, em sua residência, o acusado constrangeu a menor ........... (... anos de
idade), a permitir que praticasse com ela ato libidinoso.
Segundo se apurou, no dia dos fatos, .................., mãe da vítima deixou a mesma na
casa do acusado, enquanto ajudava a esposa do mesmo, a levar a empregada desta ao
Hospital.
Apurou-se, ainda, que no momento em que a vítima dormia, o acusado puxou sua
calcinha e ficou passando a língua em sua vagina. Momento em que a vítima acordou
e o acusado disse a mesma que não contasse a ninguém o ocorrido, pois se o fizesse
ele negaria.
Ao chegar em casa, a vítima contou todo o ocorrido a sua mãe, a qual levou o fato a
conhecimento da Autoridade Policial.”
Ao ser submetida a exame de corpo de delito, (fls. ...) logo em seguida a suposta ocorrência
do fato, os senhores peritos não encontraram qualquer vestígio, como mancha de saliva na
calcinha nem na vulva da infante periciada, como também não houve constatação de
edemas,hiperemia vulvar ou eventual irritação de pele ou mucosa próxima a genitália da
pretensa vítima, pois consoante depoimentos das testemunha ouvidas em juízo, naquela época, o
Acusado encontrava-se com sua barba por fazer, a qual é crespa, o que induvidosamente irritaria
a pele sensível da criança caso houvesse um contato direto com ela.
“Que, conversou com o perito por ocasião da realização do exame de corpo de delito;
que, o perito disse para o declarante que não havia nenhum tipo de sinal na criança,
esclarecendo que foi informado que não haviam trocado a roupa dela, nem lhe dado
banho, tendo ele dito que, se houvesse algum tipo de contato, ainda que fosse um
beijo, seria possível constatar a presença de saliva, o que ele não encontrou durante o
exame, tendo dito, ainda, que ela não apresentava nenhum tipo de sinal; que, ao
acompanhar o exame, sua intenção não era proteger o acusado, porque se houvesse a
constatação de alguma coisa seria o primeiro a acusa-lo e ficar do outro lado, uma
vez que o seu relacionamento com os familiares da vítima era muito bom,...”
Por outro lado, no relatório de avaliação social de fls..., a própria mãe da pretensa vítima,
relata para a Assistente Social “ que os familiares não acreditam que ......... foi abusada, dizem
que a menina inventou toda a história” , dando mostras de que embora muito nova a vítima teria
capacidade suficiente para fantasiar os fatos atribuídos ao Acusado narrados na denúncia.
Pelo conjunto de provas coligido para os autos percebe-se que não há provas suficientes
para a condenação do Acusado.
Na lição sempre abalizada de Maria Lúcia Karam, 1 pode-se conceituar a prova como um
instrumento de demonstração da veracidade de afirmações feitas a propósito da ocorrência ou da
inocorrência de fatos, em que alegadamente fundamentada uma pretensão exposta no processo,
de modo que o juiz, formando seu convencimento, esteja apto a resolver as questões àquelas
relativas (isto é, as questões de fato), sobre as quais controvertem as partes. Assim entendida a
prova, é fácil perceber que a distribuição do ônus a ela relativo, tanto no processo penal como no
processo civil, deverá partir da premissa de que é sobre a parte que alega um direito que irá
recair a incumbência de demonstrar a existência dos fatos dos quais o pretende fazer derivar. É o
que dispõe a regra contida no art. 156 do CPP, ao estatuir que “ a prova da alegação incumbirá a
quem a fizer”,regra que, como já advertia Frederico Marques, a rigor, não apresenta diferença
substancial com as que norteiam a matéria no processo civil. 2
Esta exigência da certeza para a condenação, materializadora do princípio in dúbio pro reo,
vem preconizada, em nosso ordenamento jurídico, nas regras que asseguram a efetividade da
garantia constitucional inscrita no inc. LVII, do art. 5º, da Constituição Federal, bem como no
inciso VII do artigo 386, do Código de Processo Penal determinam que seja o réu absolvido
quando , “não existir prova suficiente para a condenação”. (Inciso acrescentado pela Lei nº
11.690, de 09.06.2008 - DOU 10.06.2008)
A respeito obtempera Heleno Cláudio Fragoso 4, que a condenação exige certeza e não basta,
sequer, a alta probabilidade , que é apenas um juízo de nossa a mente em torno da existência de
certa realidade. Mesmo a íntima convicção do Juiz – pondera Sabatine – como sentimento da
certeza, sem o concurso de dados objetivos de justificação , no lugar da certeza, em espécie tal,
tem simples crença . Desta forma, uma condenação somente terá lugar quando o exame sereno
da prova conduza a exclusão de todo motivo sério para duvidar.
Assim, durante a instrução criminal, quando se realiza reconstituição dos fatos alegados
pela parte autora da ação penal, que se pode chegar a uma conclusão de certeza da prática da
infração penal imputada ao réu ensejando a imposição da pena respectiva, ou, caso contrário,
quando pela prova ali produzida, se estabeleça uma dúvida e acenar uma possibilidade de
inocência, por mínima que seja, impõe-se a absolvição.
No caso vertente, a versão apresentada pela suposta vítima, que de acordo com a
jurisprudência dominante, possui acentuado relevo e valor probante quando plausíveis,
coerentes, equilibradas, harmônicas e apoiadas em outros elementos ou circunstâncias que
direcionem quanto a pratica delituosa. Porém, aqui se mostrou inverossímil e fantasiosa, além do
que, a defesa do Acusado, demonstrou com os depoimentos das testemunhas inquiridas na
instrução criminal e o exame de corpo de delito, a impossibilidade do Acusado ter agido da
forma descrita na denúncia. colocando em dúvida razoável a existência e a autoria do fato
denunciado.
Caso fosse verdadeira a estória apresentada pela pretensa vítima, da ação atribuída ao
Acusado, haveriam de ser detectados vestígios da prática delituosa, por mínimos que fossem,
porém, nada foi constatado, colocando por terra a versão por ela apresentada, tornando-a
insuficiente para ancorar decreto condenatório.
As Ordenações Filipinas, germe do direito penal brasileiro, em seu Livro III titulo 56, nº 6,
já proclamava essa incapacidade:
“Por maior que seja o valor que se dê a candura, nas suas ingênuas palavras, que,
sem macular as consequências , só exprimem o que realmente caiu sob os seus
sentidos, o legislador deverá recear da leviandade natural de seu espírito, da falta de
seus meios de observação, do seu hábito de só verem as coisas superficialmente e se
contentarem-se com as primeira impressões”.
Além dos enganos inerentes à idade, em que a criança pode incorrer, salienta-se que a
facilidade ser enganada constitui outro motivo para que sempre se recebam com redobradas
cautelas seus testemunhos. Acrescenta-se a isto tudo, poder de imaginação do infante. Como é
sabido, fortis imaginatio generat casum (uma robusta imaginação cria acontecimentos por si
mesma).
No caso em preço a vítima, de apenas quatro anos de idade atribui, ao Acusado, um fato de
extremo relevo na resposta penal imposta pelo Estado, porém, sua versão restou isolada no
contexto probatório, portanto insuficiente, por si só, para lastrear eventual decreto condenatório.
Desta forma, a aplicação do non liquet, ao que tudo indica, seria decisão mais sensata e de
elevada lucidez, a ser aplicada ao caso em apreço, relambrando a sempre preciosa lição de La
Bruyere: “Um culpado punido é exemplo para os delinqüentes; Um inocente condenado,
Preocupação para todos homens de bem.”
EX POSITIS,
Local, data.
_____________________
OAB
Alegações Finais – Roubo – Participação de Menor Importância
......................, pelo seu defensor que esta subscreve, vem no prazo legal, apresentar
alegações finais, contestando de forma veemente a denúncia de fls. ........ e alegações finais de
fls., do ilustre Representante do Ministério Público, pelos fatos e fundamentos que passa a
escandir:
Preliminarmente
O Inquérito Policial iniciou através de Auto de Prisão em Flagrante. (fls......), onde foram
ouvidos os policiais que efetuaram a detenção, e a vítima do fato narrado na denúncia de fls. ....,
a qual imputou ao Acusados e os demais co-réus a pratica do ilícito penal estampado no art. 157,
§ 2º, inc. I, II e V do Código Penal brasileiro, sob a pretensa acusação de terem, no dia ................,
por volta da .... horas, subtraíram da vítima ........... os bens móveis descrito as fls......, mediante
uso de arma, em concurso de pessoas e com restrição da lliberdade da vítima.
A versão apresentada pelo acusado não foi contrariada em todo seu conteúdo pela prova
produzida no processo, devendo assim prevalecer no momento da decisão de mérito no presente
feito, de forma que está claro e evidente que não participou ativamente dos fatos narrados na
denuncia que teve como mentor e executor o menor de idade ...........
Ademais, a versão apresentada pela vítima não aponta com exatidão qual foi o grau de
participação do Acusado, razão pela qual nada impede de dar azo aos fatos da forma narrada em
seu interrogatório de fls. ..............
Vale Frisar que o Acusado, é pessoa de excelente relacionamento com sua família e sua
conduta social está integrada dentre da normalidade, é tecnicamente primário, devendo em caso
de condenação ter sua pena fixada no mínimo legal.
Pelo exposto, Espera sejam as presentes argumentações recebidas, por estarem dentro do
prazo legal, e por tudo o mais que dos autos consta, julgado improcedente a denúncia, nos
termos do artigo 386, do Código de Processo Penal, decretando a absolvição do
Acusado/defendente, pois desta forma Vossa Excelência, estará como de costume editando
decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL, DATA.
_____________
OAB
Alegações Finais - Estelionato - Ausência de Exame de Corpo de
Delito - Atipicidade - Ônus da Prova
Protocolo nº ........................
Alegações Finais Por Memorial
Acusados:...............
Consta dos mencionados autos que, no dia e hora acima referidos, sendo o
DENUNCIADO vendendor da ......................................., VENDEU VÁRIOS VEÍCULOS
PERTENCENTES A ................ (CERCA DE ..... VEÍCULOS) para diferentes pessoas e
empresas, entre as quais, ................................................., de ................, recebendo as
respectivas quantias, em sua própria conta corrente, OU EM CONTA DE
TERCEIROS, DE QUEM TOMAVA DINHEIRO EMPRESTADO, sem REPASSAR OS
DEVIDOS VALORES PARA A FIRMA ......, ONDE TRABALHAVA,
ESTELIONATANDO-A E LHE PROVOCANDO SÉRIOS PREJUÍZOS FINANCEIROS,
na faixa de .............................. REAIS” (Grifei).
3Recebida a denúncia em ....................., de forma atípica, vez que não consta dos autos
qualquer requerimento ou manifestação do Parquet para sua atuação como assistente de
acusação, a suposta vítima, através da petição de fls. ......, em ............, (fls. ........) protestou pelo
não recebimento da denúncia, com a remessa dos autos a procuradoria de justiça, para os fins do
artigo 28 do Código de Processo Penal.
2º DENUNCIADO
......................................
“Que, foi feito alguns depósitos em nome da firma, da qual o interrogando é Diretor,
tendo como sócio: ...........................................,; Que, todos os depósitos foram feitos
pelo ...........; Que, teve conhecimento deste fato, porque o seu
filho ..................................., usando o crédito da firma conseguiu alguma importância
em dinheiro para emprestar para o ......................, pois eram amigos, e os depósitos
acima eram para cobrir estes empréstimos; Que, além dos empréstimos
o ............................, não tinha outros tipos de negócios com o ............., da mesma
foram ............................................;” (Fls.........).
............................................
“Que o esposo da interrogada, ........................., pediu a mesma que levantasse no
banco algumas importâncias em dinheiro, em nome de sua firma e também de sua
conta particular; Que a referidas importâncias eram para emprestar ao .......... , que
era seu amigo, somente de pois do fato foi que ficou sabendo que era para emprestar
para o ............................., mas não chegou a saber por que motivo ou para que seria
aquele dinheiro; Que tem conhecimento que todas as quantias foram pagas a
interroganda e a sua firma, via depósito em conta corrente; (...) Que, seu marido
nunca teve qualquer tipo de transação comercial com o .................;” (Fls. ....).
6Os diretores da suposta vítima .........., assim como as demais testemunhas, arroladas no
aditamento da denúncia, ouvidas em juízo, foram unânimes em confirmar as versões
apresentadas pelos Acusados, ora defendentes, quando assim se expressam:
..........................................:
“Afirma que as tratativas eram mantidas tanto com o ora acusado quanto com “.....”
e os respectivos pagamentos efetuados, mediante depósitos bancários em diversas
contas correntes, por indicação deles, tanto em favor da “.........”, quanto de ....... e do
próprio “.......”. Havia também depósitos em contas de terceiras pessoas. “ (Fls. ......)
Já nos autos em apenso (N.º ......), o Acusado ..............., prestou vários depoimentos na fase
policial, instigado e coagido para afirmar qualquer envolvimento de ........................., em
eventuais falcatruas porém, sempre confirmou a mesma versão, como pode ser visto a seguir:
“que passou a sua conta corrente n.º ........, do Banco ................., (conta particular),
para o comprador ......... para o mesmo pagar os veículos e depositar em sua conta
particular assina citada esclarecendo ainda que deu o n.º da conta corrente do .....,
particular do ........................ para depositar “...” esclarecendo que pediu o ............
para fazer o depósito na conta do ......., pois o declarante estava devendo o ......”
(fls......).
“Que a partir de ................, propôs ao amigo ................., seu amigo desde
os ..............., trabalharem em conjunto, nas seguintes condições: .....................
entraria com o dinheiro para a compra de veículos, sendo que ao efetuar a venda,
devolveria a ele o principal, acrescido de juros cobrados pelos bancos, mais a metade
do lucro que tivessem; Que trabalharam em conjunto de ................, período em que
realizaram inúmeras negociações; Que os diretores da ....... não tinham conhecimento
deste negócio entre o declarante e ...................., até porque o que interessava a ... era
vender e receber;” (Fls....)
“Que informa que .............. não tinha conhecimento de qual o tipo de negociação que
era realizada, ele sabia sim, o numerário que saia e que entrava;” (Fls. .....)
Denunciado: ....................
Parecer ministerial de fls. .............., requerendo a remessa à ....ª Vara para serem
apensados aos autos ......... (.............)
Decisão de fls. .... – determinando a remessa dos autos para a ...ª Vara Criminal.
PROCESSO Nº .....................
Indiciado: ...................
Vítima: ........................
Parecer ministerial de fls. ............., requerendo a remessa à ..ª Vara para serem
apensados aos autos ........... (................)
Decisão de fls. ............... – determinando a remessa dos autos para a ...ª Vara Criminal.
PROCESSO Nº .............
Indiciados: ............................
Vítima: ..............................
Parecer ministerial de fls. ..... – requerendo a remessa à ...ª Vara para serem apensados
aos autos ...... (..........)
Decisão de fls. ... – determinando a remessa dos autos para a ...ª Vara Criminal.
Em apenso: .... volumes
Assunto: .......................
Requerente: ...................
9Como bem frisou o diretor da suposta vítima (.....), .................., o envolvimento dos
Defendentes prende-se única e exclusivamente, em uma declaração isolada do
Acusado ................, na fase investigatória, e nos comprovantes de depósitos existentes em seus
nomes, que foram exaustivamente comprovados serem oriundos de pagamentos de empréstimos
de dinheiro de ................. sem qualquer demonstração nos autos de envolvimento nos possíveis
ilícitos penais perpetrados pelo Primeiro Denunciado.
10 O Órgão Ministerial, às fls. ......, embora tenha protestado pela absolvição dos
Acusados, ................... , ......................... e .................., assume uma posição de indisfarçável
mandatária da empresa ......, ao pugnar pela condenação do Acusado ..................., quando sequer
ficou provado nos autos a responsabilidade penal do Acusado ....................., diante da barafunda
que se tornou o processo pela atuação desorientada da suposta vítima ............... Ao pedir a
condenação de ........................, ao arrepio da prova jurisdicionalizada nos autos, a Acusação
Oficial, data vênia abandonou seu munus constitucional de zelator do ordenamento jurídico
para defender interesses particulares buscando uma condenação temerária e injusta.
DO DIREITO
PRELIMINARMENTE
1O Código de Processo Penal, no Livro que trata das nulidades processuais impõe o
seguinte comando normativo:
(...) 0missis
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
(...) omissis
b) O Exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o
disposto no artigo 167.
Nosso Estatuto de Ritos Processuais Penais, no artigo ut retro citado, dispõe que ocorrerá
nulidade no caso de falta de termos ou fórmulas, dentre os quais a realização de exame de corpo
de delito nos crimes que deixam vestígios, como no caso em pauta, por corporificar e
instrumentalizar a materialidade dos fatos objeto da persecução judicial. Isso, porque a Justiça
Criminal, principalmente, deve exteriorizar-se através de formas, absolutamente cogentes e
inalteráveis ao arbítrio das partes. Assim, sua falta já traduz nulidade por si mesmo,
independentemente da ocorrência ou não de prejuízo.
“Causa nulidade absoluta a ausência do exame de corpo de delito nos crimes que
deixam vestígios. Na hipótese de delicta lactis permanentis é por ele que se
comprova a existência do crime quando este deixa vestígios, sob pena de nulidade,
para evitar-se acusações infundadas. Ressalva o artigo 167, porém, que não sendo
possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal pode suprir-lhe a falta.”
Diz a jurisprudência
Correta a advertência de que quando o ilícito penal deixa vestígios torna-se necessária e
imprescindível a realização do exame de corpo de delito. Desta ótica, destina-se a comprovação
por perícia da existência dos elementos objetivos do tipo, os quais são aferidos, principalmente,
ao resultado produzido pelo atuar reprovável, de que houve o evento, do qual depende a
existência objetiva do crime, ex vi do artigo 13 do Código Penal. Incensurável é o
posicionamento de que configura-se nulidade absoluta a ausência do exame de corpo de delito
nos crimes que deixam vestígios, e no caso sub examine, trata-se de delicta factis permanentes,
sendo por ele que se comprova a existência típica só quando há vestígios positivados, sempre sob
o crivo da nulidade absoluta. Neste sentido é pacífica a orientação pretoriana já apontada: (RTJ
99/101; RT 534/416, 548/339, 554/335, 556/348, 580/316 e 637/267).
É preciso insistir, no entanto, que se trata de nulidade absoluta e não relativa que por força
do que dispõe normativamente o artigo 573 do CPP, e pela ausência de dispositivo que lhe
outorgue qualquer sanatória (v. por falta do exame de corpo de delito, direto ou indireto, nos
crimes que deixam vestígios, ex vi do artigo 564, III, letra b do CPP, se essa falta não foi suprida
pelo depoimento das testemunhas, ex vi do artigo 167 do CPP).
No caso em tela, a documentação acostada aos autos, pela suposta vítima ....., constitui
talvez ou simplesmente, mero indício da ocorrência de possível ilícito penal, não podendo ser
elevado a categoria de prova da materialidade de um delito, que por sua natureza e sede deixa
vestígios constatáveis através de perícias contábeis ou fiscais, pois conforme versão, diga-se
inverossímil da dita empresa, o Acusado ....... teria agido fraudulentamente ao emitir
irregularmente Proposta de Compras e Vendas de Veículos, Contratos de Compras e Vendas de
Veículos, Ordens de Faturamentos, etc.. quirógrafos que se submetidos ao crivo dos senhores
peritos poderiam comprovar a existência ou não da alegada fraude ou artifício.
A evidência do aspecto ora suscitada encontra eco nas próprias palavras da então patrona
da suposta vítima da empresa ......, em suas alegações finais às fls...... , protesta pela realização
Laudo Pericial de exame do corpo de delito, in verbis;
DO MÉRITO
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento:
Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais
evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda
conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a
pena, como conseqüência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato
jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).
Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita
colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí,
dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável,
atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou
antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno,
Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.)
No presente caso não se vislumbra o dolo (direto ou indireto) por parte do acusado ............
nem sequer uma possível co-autoria entre este e ..........., uma vez que não há prova nos autos da
preexistência de uma adesão de vontades dirigida a consumação do fato típico a ele imputado,
haja vista, pela prova coligida, sua intenção era simplesmente de auferir eventual lucro com
empréstimo de dinheiro sem almejar a obtenção de vantagem ilícita em detrimento de bem
patrimonial alheio através de ardil, artifício ou qualquer outro meio fraudulento.
Diz a jurisprudência:
Verifica-se, assim, que a prova penal é objeto de duas operações distintas: a investigação
(inquérito policial) e a instrução. Aquela, por ser extrajudicial, não pode servir de base ao
julgamento final da pretensão punitiva, pelo que só a instrução, como elemento integrante do
processo, fornece ao julgador os dados necessários sobre a quaestio facti da acusação a ser
julgada.
“É evidente que o conjunto probante do inquérito, por não obedecer aos preceitos
constitucionais da amplitude da defesa e de instrução contraditória, há de ser
encarado como qualquer outra prova extrajudicial e, portanto, não leva a coisa
alguma útil se não é confirmado, ao menos quantum satis, pela prova colhida no
ambiente judicial, este saudavelmente arejado pelo oxigênio do Direito”(ac. un. de
27. 11 . 70, da 4ª Câm. do TACrimSP, na Ap. 22.830, de Itanhaém, rel. Juiz Azevedo
Júnior, in RT 426/395).
Outrossim, nem cabe assertar que posicionamento diverso seria possível por força do livre
convencimento ou íntima convicção do Juiz, que não sofre limitações, importando pois,
preponderantemente, a realidade dos fatos que entreveja nas provas, e não o lugar onde estas
foram colhidas. Concessa vênia daqueles que assim sustentam, sufragar-se tal escólio implicaria
postergar-se, de maneira flagrante, o princípio basilar do contraditório, fazendo-se dele tabula
rasa e simples quimera, com sua colocação no esquecimento.
Outra não é a lição de Frederico Marques: embora o princípio do Livre convencimento não
permita que se formulem regras apriorísticas sobre a apuração e descoberta da verdade, certo é
que traz algumas limitações a que o Juiz não pode fugir; e uma delas é a de que, em face da
Constituição, não há prova (ou como tal não se considera), quando não produzida
contraditoriamente”
Se a Constituição solenemente assegura aos acusados ampla defesa, importa violar essa
garantia valer-se o Juiz de provas colhidas em procedimento em que o réu não podia usar do
direito de defender-se com os meios e recursos inerentes a esse direito.
Justamente porque carece o inquérito do contraditório penal, nenhuma validade tem, para
amparar um decreto condenatório, por colocar em ângulo sombrio o princípio do contraditório e
por transportar, para a fase judicial, a feição inquisitiva do caderno administrativo, onde o
depoimento foi carreado sem o descortino da defesa do acusado.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
“Condenação exige certeza E certeza absoluta, quer do crime quer da autoria. “Não
basta a alta probabilidade desta ou daquele.
“A certeza é, aqui, “a consciência dubitandi secura° de que falava Vico e que não
admite graus. Tem de fundar-se em dados objetivos indiscutíveis, de caráter geral,
que evidenciem o delito e autoria (Sauer, Grundlagen des Prozessrechts, 1929, p. 75),
sob pena de conduzir tão-somente à íntima convicção insuficiente” (Heleno Fragoso,
“RDPenal Vol. 5, Pág. 148, ed. Borsói”).
A íntima convicção, sem apoio em dados ou elementos indiscutíveis, leva à simples crença
e não àquela certeza necessária e indispensável à condenação. Essa certeza não pode ser,
igualmente, a certeza subjetiva, formada na consciência do julgador.
“O processo criminal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica.
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: A da verdade sempre
desativada de dúvidas”.
Como ressaltou o Juiz Lúcio Urbano, do TAMG, ao relata a Ap. Crim. 5.520, de Belo
Horizonte, “tudo aquilo que oferece duas conclusões lógicas não permite ao Juiz criminal admitir
a contrária ao réu, porque a condenação é fruto de prova induvidosa, já que o Estado não tem
maior interesse na verificação da culpabilidade do que na verificação da inocência, como
procedentemente afirmou Carrara” in (RT 524/449). Por isso, “em matéria criminal a prova deve
ser límpida; qualquer dúvida deve vir a favor do imputado, porque temerária a condenação
alicerçada em elementos eivados de incertezas” (RT 523/375). “Uma condenação não pode estar
alicerçada no solo movediço do possível ou do provável, mas apenas no terreno firme da certeza”
(RT 529/367). Portanto, “a dúvida in poenalibus deve ser decidida pro libertate” (RT 525/348),
pois “um culpado punido é exemplo para os delinqüentes”, ao passo que um inocente
condenado - como corretamente ponderou La Bruyére - constitui “preocupação para todos os
homens de bem”.
“Prova. Dúvidas.”In dúbio pro reo”. Absolvição. Se diante do fato há duas versões,
uma fornecida pela declarada vítima e outra pelo acusado, não se trata de questionar
o velho adágio testius unus, testius nullus, mas de constatar dentro do conjunto
probatório na variante de possibilidades a versão cabal, firme e inconteste da
dinâmica do acontecer, caso contrário, diante da intranqüilidade da dúvida, o único
caminho que resta ao julgador sereno e imparcial é a aplicação do consagrado
princípio in dúbio pro reo ínsito no artigo 386,VI,do CPP. Recurso do órgão do
Ministério Público improvido.” ( TACRIM-RJ, Ap. 46.108,28 câmara julgadora, em
24/09/1992.
Trilhando neste mesmo sentido, ou seja, mesma linha de raciocínio justo e na defesa do
moderno Estado de Direito, está o nosso Egrégio Tribunal de Justiça, conforme ementa que segue:
Deste modo, a Acusação Oficial, com a edição do aditamento da denúncia, com relação aos
Acusados, ora defendentes, assumiu o ônus da prova da autoria, dos fatos e suas circunstâncias,
durante a instrução, encargo do qual no se desvencilhou até o presente momento, com provas
robustas e idôneas capazes de fundamentar um juízo condenatório, o que vale dizer ALLEGARE
NIHIL ET ALLEGATUM NON PROBARE PARIA SUNT, ainda mais porque na fase do judicium
causae impera o princípio do in dúbio pro reo.
Ressalte-se, finalmente, que tanto o Acusado ....................., quanto os demais são pessoas
de notório respeito entre seus concidadãos, não existindo qualquer mácula em suas condutas,
tanto familiar e social quanto no aspecto empresarial, que possa desabona-los.
EX POSITIS,
Pedem deferimento.
_________________
OAB
Alegações Finais - Estupro de vulnerável – Versão da Vítima
Inverossímil – Ônus da Prova
Protocolo nº .................
Alegações Finais Por Memorial
Acusado:...........
.........................., já qualificado, nos autos da ação penal, que lhe move a justiça pública
desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, ao tempo do artigo 403, do Código de
Processo Penal, com a nova redação que lhe deu a Lei 11.719/2008, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS
Apurou-se, outrossim, que no dia cinco de setembro de ......., o denunciado, após ter
afastado o irmão e a prima da vítima, foi até o quarto dela, agarrou-a pelos pulsos e a
jogou contra a parede, imobilizando-a, momento em que mandou que a vítima se
despisse, porém diante da sua recusa o denunciado a dominou com um dos braços e
com a outra mão tirou-lhe a roupa. Neste dia o denunciado tentou manter conjunção
carnal com a vítima, mas como ela reclamou das dores que estava sentindo, o mesmo
retirou o pênis das coxas da vítima e masturbou-se sobre ela.
Logo após estes fatos, ........ chegou e viu que a vítima estava deitada no sofá e
chorando, enquanto o denunciado estava no banheiro, momento em que a vítima lhe
disse o que havia ocorrido. Ao perceber que a vítima havia dito à sua prima o que
tinha lhe acontecido, o denunciado disse-lhes que seriam espancadas e expulsas de
casa caso alguém ficasse sabendo o que aconteceu, garantindo, dessa forma, o
silêncio das mesmas.
Apurou-se, por fim, que no dia ..... de ..........., após ter feito com que os irmãos e a
prima da vítima saíssem, o denunciado arrastou a vítima para o quarto do seu irmão
e a despiu, oportunidade em que deitou-a na cama e manteve com ela conjunção
carnal, sendo que após uns ........ minutos masturbou-se na presença da vítima..”
“QUE, por volta das ...... horas do dia ................ a declarante chegou da escola e foi
para seu quarto se trocar; QUE, diz a declarante que quando chegou viu .......... na
casa de uma vizinha de nome ........, que hoje está residindo na ........ e que sua mãe
não se encontrava ali; QUE, sabedor que seu irmão gostava de motocicleta, ele lhe
emprestou a sua e dando três reais a sua prima, mandou que fossem comprarem
chocolates e assim afastou-os da casa; QUE, a declarante estava trocando de roupas
em seu quarto, quando, escutou ........... entrando no banheiro e já sabia que era ele,
porque viu quando o mesmo estava dando a chave de sua moto a seu irmão e
dinheiro para sua prima; QUE, pouco depois, ele abriu a porta de seu quarto e ali
entrou, quando a declarante estava vestindo somente a calcinha; QUE, nesse
momento, a declarante mandou que ele saísse do quarto, no que ......... obedeceu e
então ela se vestiu; QUE, nem bem a declarante se vestiu e já estava saindo do
quarto, quando o indiciado veio em seu encontro e agarrando-a pelos pulsos, jogou-a
de encontro a parede e ali a imobilizou; QUE, devido a violência e força com que ele
a manietando-a , a declarante pediu pediu-lhe que a soltasse, dizendo que ele estava
machucando-a; QUE, nesse instante , ele mandou que tirasse sua roupa, tendo esta se
recusado e então, ......., a dominou com um dos braços e com a outra mão ele abaixou
sua saia e sua calcinha; QUE, com um dos joelhos o indiciado obrigou-a abrir as
pernas e depois descendo sua calça, tentou penetra-la , tendo a declarante lhe dito
para ele parar , pois estava doendo muito;” (...)”QUE, no dia seguinte , ao chegar da
escola ........ telefonou para sua casa e quando a declarante atendeu ele lhe
perguntou se sua mãe estava em casa, tendo ela dito que não e desligou; QUE, pouco
depois o telefone novamente chamou mas a declarante diz que não atendeu e nem
deixou sua prima faze-lo; QUE, minutos depois ele chegou e entrou na casa, quando
a declarante estava na cozinha bebendo água; QUE, novamente a declarante foi
agarrada e comprimida contra a geladeira e ali despida e possuída como da primeira
vez; QUE, diz a declarante que quando foi penetrada sentiu muitas dores e que
depois ........ tirou o pênis de sua vagina e mandou que ela “o chupasse”; QUE, nesse
instante, o indiciado percebeu que alguém se aproximava da porta da cozinha que
estava somente encostada e prontamente subiu sua calça e fingiu que estava
tomando água, quando ........ ali apareceu; QUE, então ele puxou ....... reais e mandou
que ela fosse comprar o que quisesse; QUE, ao verem a sós novamente, ........... tirou a
calça e mandou que “ela o chupasse” e como esta se recusasse, ele agarrou sua
cabeça e empurrou sua boca rumo ao seu pênis, obrigando-a a abocanha-lo” (...)
“QUE, no dia seguinte sua mãe buscou-a depois do desfile de ........... e deixou-a
sozinha em casa com sua prima e seus dois irmãos; QUE, novamente ....... ali chegou
e deu a moto para ........ passear e dinheiro para ......... ir comprar alguma coisa, sendo
que, seu outro irmão já havia saído antes; QUE, depois disso, o indiciado fechou a
janela do quarto de seu irmão e arrastando-a para ali, a despiu e deitou-a na cama,
quando lhe “enfiou tudo” e depois de uns dez minutos se masturbou; QUE, dessa vez
não viu liquido nenhum saindo de seu pênis, mas que quando foi ao banheiro,
notou que o mesmo liquido branco que dali saíra, escorria de sua vagina;” (Grifei).
“que, nas ....... vezes a declarante não tinha visto sua prima e seu irmão saírem,
sendo que quando notou já estava só; que, ficou sabendo que o acusado tinha
dado ..... reais para ...... porque esta lhe contou; que, com relação às chaves da moto
foi seu irmão que lhe contou;” (Grifei)
“que, duas das relações foram em pé e uma delas, a que ocorreu no quarto de seu
irmão, foi deitada; que, não houve sangramento nas relações, sendo que na terceira
oportunidade a declarante estava menstruada;” (Grifie).
Os fatos narrados pela suposta vítima soam de forma incoerente, vacilante e insustentável
não possuindo a mínima verossimilhança suficiente para formar um eventual juízo desfavorável
ao Acusado, pois vejamos:
A assertiva de que o Acusado tivesse praticado ato sexual com a pretensa vítima, uma
mulher virgem de apenas ..... (....) anos de idade, em pé, está fora de qualquer possibilidade,
mormente quando se trata de pessoas de compleições físicas visivelmente desproporcionais, o
que em caso de eventual congresso vagínico, indubitavelmente provocaria uma série de lesões na
mucosa vaginal com sangramento, além do traumatismo psicológico que as agressões dessa
natureza geram nas vítimas de violência sexual, que dificilmente poderia ser superado,
sublevado ou disfarçado da forma com a suposta vítima narra em suas declarações.
Observe-se, também, o malabarismo que o Acusado teria que realizar para conseguir a
suposta relação sexual na versão apresentada por _______ as fls. 18: “ com um dos braços
subjugava a vítima, outra mão retirava-lhe a saia e a calcinha e com o joelho abria-lhe as pernas ,
e neste azáfama ainda conseguiria penetrar o membro viril em sua exígua vagina, e isso levando-
se em conta que ela era virgem, estavam de pé, e ela relutava para evitar a cópula. Percebe-se
claramente a falta de coerência e a impossibilidade do fato narrado ter realmente acontecido.
Além disso, face aos traumatismos anatômicos próprios da ruptura himenal, e da forma
violenta a que fora subjugada, a pretensa vítima, de acordo com a versão apresentada, nos dias
subseqüentes ao da primeira relação sexual apresentaria um quadro de intensas dores com
edemas na região vaginal de forma a tornar pouco provável as repetidas relações sexuais
mencionadas, sendo, portanto, inverossímil sua versão acerca dos fatos.
Outro fato que chama a atenção nas declarações da pretensa vítima é quanto afirma que na
terceira vez que manteve relação sexual com o acusado, estava menstruada e pode perceber um
“líquido branco” saindo de sua vagina (fls........), é óbvio que devido ao fluxo menstrual esta
percepção se tornaria inviável.
Por outro lado, a versão apresentada por ................. não se harmoniza com o relato de sua
prima ......, com relação ao momento em que o Acusado teria entregado dinheiro para última,
como também os locais onde se realizaram as suposta agressões, e até mesmo a ocasião em ....
tivesse lhe confidenciado os fatos, conforme o fragmento de seu depoimento as fls......:
“que, antes dos fatos acontecerem, o denunciado passou a ir “direto” na casa de sua
tia, mãe da vítima, sendo que em um determinado dia a vítima chegou à declarante e
lhe disse que contaria algo, mas era para a mesma não falar nada para ninguém;
(...)que, a vítima disse que, na primeira vez, a relação foi em pé, na segunda, teria
sido no quarto do ......., irmão da vítima, e, na terceira, no quarto dela;” (Grifei)
Assim, pela análise perfunctória da versão apresentada pela suposta vítima verifica-se a
sua total improcedência, em função da falta verossimilhança e harmonia com as demais provas
carreada para os autos, configurando uma estória fantasiosa engendrada para tripudiar a vida do
Acusado.
Quid ita?
Como a própria prima da suposta vítima lhe confidenciou, (fls.......), ela nutria pelo
Acusado uma atração de caráter sentimental e amorosa inconfessa, além de desejos lúbricos, que
por certo se desvaneciam após o noivado dele com ...... logo que retornou da ...... Poder-se-ia
argumentar que esta argúcia e sagacidade seriam impróprias para uma criança de apenas ....
anos, porém, a realidade atual nos mostra a cada momento que já não temos “ crianças de .....
anos” e sim “moças de ..... anos”, com capacidade de dissimulação perspicácia, que outrora era
atributo exclusivo dos adultos.
Nos depoimentos acima apontados, ficou bem caracterizado que ......... sempre foi uma
menina criada por terceiros, e costumeiramente era vista no feirão da ......., local freqüentado por
viciados, prostitutas, vândalos, etc., em horários impróprios para pessoas de sua faixa etária.
Com relação a estadia do Acusado na cidade de ..............., entre os dias ......................, não
restou nenhuma dúvida, pois além de sua noiva, outras testemunhas confirmaram tal fato,
vejamos:
“Que o acusado chegou na Pousada no dia ................., parece numa quarta feira e
saiu no ..............; (...) “Que o acusado fez um churrasco no dia ................. e ficou até
tarde; que o churrasco começou por volta do ........ dia, quando chegaram uns dez
amigos do acusado e foi até as ...... horas da noite quando acertou com o depoente;”
Além das testemunhas ouvidas em juízo sob o manto do contraditório, a defesa do acusado
fez juntar aos autos Escrituras Públicas de Declarações as fls........., nas quais a ......
(fls.....), ............... (fls...) e o ............. (fls.......), confirmaram que o acusado e sua noiva realmente
estiveram presentes na cidade de .......... no período indicado em seus depoimentos.
É óbvio que as referidas declarações não revestem de valor probante no aspecto formal e
processual, vez que não foram produzidos perante o juiz presidente do processo de
conhecimento e com a participação das partes, porém, não é menos verdade que indiciariamente
podem colaborar, de forma indireta, na formação da convicção judicial, pois seus editores estão
sujeitos as sanções previstas em lei em caso inserção de declaração falsa em documento público.
DO DIREITO
Consoante o entendimento doutrinário-jurisprudencial dominante, a pretensão deduzida
na exordial acusatória para que tenha repercussão jurídica deve ser amplamente provada durante
a instrução criminal desenvolvida sob o manto da garantia constitucional do contraditório, da
ampla defesa e do devido processo legal assumindo a acusação oficial o ônus probandi da
autoria, da materialidade e de todas as circunstâncias do fato.
Na lição sempre abalizada de Maria Lúcia Karam 1, pode-se conceituar a prova como um
instrumento de demonstração da veracidade de afirmações feitas a propósito da ocorrência ou da
inocorrência de fatos, em que alegadamente fundamentada uma pretensão exposta no processo,
de modo que o juiz, formando seu convencimento, esteja apto a resolver as questões àquelas
relativas (isto é, as questões de fato), sobre as quais controvertem as partes. Assim entendida a
prova, é fácil perceber que a distribuição do ônus a ela relativo, tanto no processo penal como no
processo civil, deverá partir da premissa de que é sobre a parte que alega um direito que irá
recair a incumbência de demonstrar a existência dos fatos dos quais o pretende fazer derivar. É o
que dispõe a regra contida no art. 156 do CPP, ao estatuir que “ a prova da alegação incumbirá a
quem a fizer”,regra que, como já advertia Frederico Marques, a rigor , não apresenta diferença
substancial com as que norteiam a matéria no processo civil 2.
Esta exigência da certeza para a condenação, materializadora do princípio in dúbio pro reo,
vem preconizada, em nosso ordenamento jurídico , nas regras que asseguram a efetividade da
garantia constitucional inscrita no inc. LVII do art. 5º da Constituição Federal determinam que
seja o réu absolvido quando insuficientes às provas para a condenação (art. 386, VII, CPP), com a
nova redação dada pela Lei 11.690/2008.
A respeito, obtempera Heleno Cláudio Fragoso, 4que a condenação exige certeza e não
basta, sequer, a alta probabilidade , que é apenas um juízo de nossa a mente em torno da
existência de certa realidade. Mesmo a ítima convicção do Juiz – pondera Sabatine – como
sentimento da certeza, sem o concurso de dados objetivos de justificação , no lugar da certeza, em
espécie tal, tem simples crença . Desta forma, uma condenação somente terá lugar quando o
exame sereno da prova conduza a exclusão de todo motivo sério para duvidar.
Assim, durante a instrução criminal, quando se realiza reconstituição dos fatos alegados
pela parte autora da ação penal, que se pode chegar a uma conclusão de certeza da prática da
infração penal imputada ao réu ensejando a imposição da pena respectiva, ou, caso contrário,
quando pela prova alí produzida, se estabeleça uma dúvida e acenar uma possibilidade de
inocência, por mínima que seja, impõe-se a absolvição.
No caso vertente, a versão apresentada pela suposta vítima, que de acordo com a
jurisprudência dominante, possui acentuado relevo e valor probante quando plausíveis,
coerentes, equilibradas, harmônicas e, apoiadas em outros elementos ou circunstancias que
direcionem quanto a pratica delituosa, porém, aqui se mostrou inverossímil, em todos aspectos,
além do que, a defesa do Acusado, demonstrou com provas idôneas e harmoniosas da existência
de circunstâncias que excluem ou colocam em dúvida razoável a a existência e a autoria do fato
denunciado.
Caso fosse verdadeira a estória apresentada pela pretensa vítima, o primeiro congresso
sexual violento, fatalmente provocaria lesões expressivas na região vaginal, que poderiam
comprometer até mesmo o ato de caminhar normalmente, e, a relações subseqüentes seriam
extremamente dolorosas e insuportável, impossível de se concretizar, principalmente pela
desproporcionalidade de tamanho entre o órgão genital intumescido de um homem adulto com a
vagina diminuta e virgem de uma criança de .... anos.
EX POSITIS,
Local, data.
___________________
OAB
Alegações Finais – Estupro de vulnerável - Valor Probante da
Palavra da Vítima - Ilegitimidade do MP diante da Retratação
das Representações - Provas não Jurisdicionalizadas -
Influência da Mídia
Protocolo Nº .........
Alegações Finais Por Memorial
........................, já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta
comarca, via de advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e
preclara presença de Vossa Excelência, em tempo do artigo 403 do Código de Processo Penal com
a nova redação que lhe emprestou a Lei. 11.719/22008, apresentar
6. O imputado para praticar suas condutas pervertidas sempre levava suas vítimas
para locais previamente escolhidos, sendo acompanhado por mais de uma vítima,
quase sempre três. E ao chegarem ao local, todas se despiam, inclusive o imputado,
as vezes todas entravam na piscina juntamente com o imputado, onde eram
praticados atos libidinosos diversos, tais como masturbação, pegava nas partes
íntimas das vítimas, não satisfeito escolhia uma e ia para um lugar reservado aonde
mantinha conjunção carnal.
Ante o exposto, incorreu o imputado ..................... nas sanções dos artigos 217-A,
artigo 228, caput c/c artigo 71, todos do Código Penal ...” (Fls. 3/7).
Quanto a autoria dos fatos narrados na denúncia todas testemunhas e vítimas, arroladas
pela acusação, ouvidas em juízo, foram unânimes e categóricas em afirmar que os fatos
narrados na exordial não foram praticados pelo Acusado ..............................:
Disse a vítima ............, às fls. ...:
“que, não conhece o Acusado ......... e ........ conhece lá do setor onde reside; que, nem
por ouvir dizer pode dar informações sobre o acusado .........; que, também nunca
ouviu dizer que o acusado havia levado menores para motéis; que sobre a denúncia
não pode dar informações porque não conhece o fato; que, jamais se encontrou com
o Acusado ......; que, nunca foi procurada pelos acusados depois que se tornou
público o fato narrado na denúncia; (...) “que o .......... não se encontra presente;”
(GRIFEI)
:”Que conheceu o ........ através das irmãs gêmeas .............. e ...................., sendo que
elas estavam saindo com o mesmo e a chamaram para sair com elas; que nunca tinha
visto o Dr. Fernando antes; que o ................ era alto, magro, moreno da cor da
informante, tinha o cabelo meio ruim e uma pinta do lado direito do rosto, sendo que
a mesma apresentava pêlos; que na época já fazia programas, (...)que o ..............
nunca esteve na casa da informante; (...)que por volta do mês de agosto daquele ano,
o acusado .......... esteve duas ou três vezes na casa da informante, fazendo política
porque queria ser deputado” (GRIFEI)
.............................. – Fls.
“que conheceu o acusado ....., no meio do ano ......., na época da política; que
conheceu o acusado ...... na casa de ...... de tal, quando o mesmo fazia campanha, não
sabendo para que cargo; que não sabe o sobrenome da referida dona Maria, cuja casa
frequentava; que viu o acusado apenas uma vez, sendo que nesta o acusado
prometeu emprego, para trabalhar em campanha e também deu uma cesta para a mãe
da depoente; que a depoente não tem e não tinha título de eleitor à época, somente
sua mãe; que não se recorda o nome todo do Boadir; que reconhece a pessoa referida
como sendo o acusado aqui presente, nesta oportunidade, na sala de audiências; que
não foi procurada pela família do acusado, nem por este, nem pela acusada ...........,
nem foi ameaçada ou pressionada e também não recebeu nenhuma promessa de
recompensa pelo seu depoimento; que nunca saiu na companhia do acusado ..........;
que sua irmã .......... também conheceu o acusado .........., na mesma ocasião, na casa
de ..... que ......... também não chegou a ver o acusado mais de uma vez”.(...) também
desconhece que qualquer moça daquele setor tenha mantido qualquer tipo de
relacionamento sexual com o acusado;) (GRIFEI).
......................................... - Fls.
“...que não sabe dizer que idade o ........... aparentava; que o chamavam de Dr.
Fernando porque foi assim que o mesmo se apresentou; que o referido homem ainda
tinha uma pinta escura na face direita; que pode afirmar que os dois acusados .........
e ........ estão presentes; que o ........... não está presente nesta sala; que não sabe dizer
o que a história do ......... pode ter em comum com a história do acusado ...... ;”
(GRIFEI)
Em juízo, a mãe das vítimas ...... e ..........., .............., às fls. ......, é taxativa em excluir
qualquer responsabilidade penal do Acusado ........... com relação aos fatos narrados na denúncia:
“... que a informante tem certeza de que suas filhas não tem nenhum envolvimento
com Adrinéia ou com o ...........”
....................................., Fls.
“que conheceu o acusado ........... quando o mesmo estava fazendo política na casa da
mãe da .............; que não sabe o nome da mãe da ...............; que isso ocorreu há mais
de ano; que não sabe para que cargo o acusado fazia campanha; que nessa
oportunidade estava acompanhada de sua mãe e esta recebeu uma cesta do acusado;
que não conversou com o acusado nessa ocasião; que pode afirmar que tanto o
acusado quanto ........... estão presentes, nesta sala e não se sente constrangida de
depor na presença dos mesmos; que nunca mais viu o ..........;” (GRIFEI)
......................– Fls.
“Que conhece a ............. há cerca de ..... meses somente e não conhece ..............
nunca tendo visto... que não conhece o réu aqui presente; que ......... e ........ nada
têm em comum e nem conhece este último;” (GRIFEI)
............................. – Fls.
“que foi chamada pelo Promotor de Justiça, ignorando seu nome; que o mesmo a
chamou para depor porque pensou que a informante estava saindo com o .............;
que não sabe porque o Promotor pensou isso; que não estava saindo com o ..........;
que conheceu o ...... há cerca de um ano,”
O Órgão Ministerial, em suas alegações finais de fls. sustenta sua pretensão condenatória,
exclusivamente, com suporte em deduções e elementos e existentes na esfera administrativa do
inquérito policial, e noticiários veiculados pela imprensa local. Porém, quando existe a
participação imediata e direta da própria autoridade policial, na produção da prova, o caráter
inquisitivo, que tem a persecução administrativa, torna imprescindível a judicialização ulterior
do ato probatório para que a instrução ali contida se apresente com o valor de prova, e seja
utilizado como elemento na formação da convicção judicial, no momento de decidir a causa
penal.
Verifica-se, assim, que a prova penal é objeto de duas operações distintas: a investigação
(inquérito policial) e a instrução. Aquela, por ser extrajudicial, não pode servir de base ao
julgamento final da pretensão punitiva, pelo que só a instrução, como elemento integrante do
processo, fornece ao julgador os dados necessários sobre a quaestio facti da acusação a ser
julgada.
“É evidente que o conjunto probante do inquérito, por não obedecer aos preceitos
constitucionais da amplitude da defesa e de instrução contraditória, há de ser
encarado como qualquer outra prova extrajudicial e, portanto, não leva a coisa
alguma útil se não é confirmado, ao menos quantum satis, pela prova colhida no
ambiente judicial, este saudavelmente arejado pelo oxigênio do Direito”(ac. un. de
27. 11 . 70, da 4ª Câm. do TACrimSP, na Ap. 22.830, de Itanhaém, rel. Juiz Azevedo
Júnior, in RT 426/395).
Outrossim, nem cabe assertar que posicionamento diverso seria possível por força do livre
convencimento ou íntima convicção do Juiz, que não sofre limitações, importando pois,
preponderantemente, a realidade dos fatos que entreveja nas provas, e não o lugar onde estas
foram colhidas. Concessa vênia daqueles que assim sustentam, sufragar-se tal escólio implicaria
postergar-se, de maneira flagrante, o princípio basilar do contraditório, fazendo-se dele tabula
rasa e simples quimera, com sua colocação no esquecimento.
Outra não é a lição de Frederico Marques: embora o princípio do Livre convencimento não
permita que se formulem regras apriorísticas sobre a apuração e descoberta da verdade, certo é
que traz algumas limitações a que o Juiz não pode fugir; e uma delas é a de que, em face da
Constituição, não há prova (ou como tal não se considera), quando não produzida
contraditoriamente”
Se a Constituição solenemente assegura aos acusados ampla defesa, importa violar essa
garantia valer-se o Juiz de provas colhidas em procedimento em que o réu não podia usar do
direito de defender-se com os meios e recursos inerentes a esse direito.
Justamente porque carece o inquérito do contraditório penal, nenhuma validade tem, para
amparar um decreto condenatório, por colocar em ângulo sombrio o princípio do contraditório e
por transportar, para a fase judicial, a feição inquisitiva do caderno administrativo, onde o
depoimento foi carreado sem o descortino da defesa do acusado.
Quando se tem presente, salientou Nicola Framarino dei Malatesta, que a condenação não
pode basear-se senão na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável -
também mínima da inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve,
necessariamente, conduzir à absolvição, assim leciona o mestre peninsular:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica.
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre
desativada de dúvida.”
A respeito, obtempera Heleno Cláudio Fragoso que:
“a condenação exige certeza e não basta, sequer, a alta probabilidade, que é apenas
um juízo de nossa mente em torno da existência de certa realidade”. Mesmo a íntima
convicção do Juiz - pondera Sabatini -, como sentimento da certeza, sem o concurso
de dados objetivos de justificação - , não é verdadeira e própria certeza...”; “no lugar
da certeza, em espécie tal, tem-se a simples crença.’’ “Dessa forma, uma condenação
somente terá lugar quando o exame sereno da prova conduza à exclusão de todo
motivo sério para duvidar.” (in – “Jurisprudência Criminal, Borsoi, 1973, vol. II, pág.
389)
“Ninguém duvida que o NULLUM CRIMEN SlNE ACTIO seja princípio reitor do
direito penal do fato. E o agente ativo da conduta fática só pode ser punido pelo fato
existente na realidade. Jamais pela presunção. E diga-se: regra incompatível com o
princípio da não culpabilidade. (Vide ensinamento de Bobio).”(GRIFEI)
Deste modo, a Acusação Oficial, com a edição da denúncia assumiu o ônus da prova da
autoria, dos fatos e suas circunstâncias, durante a instrução, encargo do qual no se desvencilhou
até o presente momento, com provas robustas e idôneas capazes de fundamentar um juízo
condenatório, o que vale dizer ALLEGARE NIHIL ET ALLEGATUM NON PROBARE PARIA
SUNT, ainda mais porque na fase do judicium causae impera o princípio do in dúbio pro reo.
“Ser o que não se é, é errado. Imprensa não é justiça. Esta relação é um remendo. Um
desvio institucional. Jornal não é fórum. Repórter não é juiz. Nem editor é
desembargador. E quando, por acaso, acreditam ser, transformam a dignidade da
informação na arrogância da autoridade que não têm. Não raramente, hoje, alguns
jornais, ao divulgarem a denúncia alheia, acusam sem apurar. Processam sem ouvir.
Colocam o réu, sem defesa, na prisão da opinião pública. Enfim, condenam sem
julgar.” (GRIFEI)
Na sua função de investigar e punir, o poder público, com certa freqüência, está longe de
ser respeitoso com os direitos fundamentais da pessoa. Exorbita quase sempre, de várias formas
(violência desnecessária, corrupção etc.). O mais moderno modo de destroçar (injustamente) um
ser humano, e nisso entra a conivência da mídia, consiste na divulgação intempestiva e
irresponsável do fato que se investiga, com a conseqüente divulgação dos nomes de todas as
pessoas envolvidas: suspeito, testemunhas, vítimas etc. Emblemático, entre nós, é o caso da
“Escola Base”. E tudo é feito, lamentavelmente, não só de forma prematura e inconsistente,
senão especialmente contra expresso mandamento legal: CPP, art. 20 - “A autoridade assegurará
no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da ‘` sociedade’,
sobretudo, os de interesse particular , quais sejam de proteger a honra, a imagem e a intimidade
de todo cidadão.
Diante, deste contexto, seria de bom alvitre, que na circunspecção que todo operador do
direito deve habituar-se, principalmente os da área penal, o levantamento da seguinte indagação:
após o Acusado, ter se sucumbido à este interminável e doloroso calvário, sob o manto da
vergonha, da indignação dos familiares, da execração pública, e da desmoralização profissional,
qual seria o valor profilático de uma eventual pena? Ou quiçá, o valor da recompensa de sua
absolvição, quando já se tem demandados seis décadas de uma vida reta e proba? e, por fim qual
será o laurel de seus algozes contumeliadores, por terem destruído toda uma existência humana?
Ressalte-se, por fim, que consoante a unanimidade das provas coligidas no presente feito,
ser o Acusado, pessoa elevado conceito social e profissional, de excelentes antecedentes, além do
que tecnicamente primário, e, mesmo desfigurado pela contumélia e pela calúnia que lhe
emprestou a imprensa e outros órgãos estatais, teve seu nome sufragado pelo povo da cidade
de ........., que o elegeu para o cargo máximo do executivo em outubro próximo passado.
EX POSITIS,
espera o Acusado, .............., ora defendente, sejam as presentes alegações recebidas, vez
que tempestivas e próprias, para final julgar improcedente a denúncia, sem julgamento do mérito
face a preliminar invocada, e quanto ao mérito seja decretada sua absolvição, nos termos da
legislação pertinente, pois desta forma Vossa Excelência, estará editando decisório carregado de
equidade, restabelecendo o império da Lei, do Direito de Excelsa JUSTIÇA.
Local, data.
______________________
OAB
Alegações Finais – Estupro de Vulnerável – Lei nº 12.015/2009 -
Depoimento Infantil – Inimputabilidade Relativa – Portador de
Distúrbio “Pedofilia”
Protocolo nº .............
Alegações Finais por Memorial
Em síntese a denúncia alega que no dia .........., no período vespertino a vítima foi abordada,
supostamente, pelo Acusado, na rua ...., da vila ......... e que mediante artifício a colocou no porta
malas do carro dirigindo-se para um lugar ermo, onde a teria estuprado, provocando as lesões
descritas no Laudo de Exame de Conjunção Carnal fls...............
Conforme Termo de Reconhecimento de fls ....., o Acusado foi reconhecido pela vítima no
dia ..............., ou seja quase um ano após o fato, o que compromete a validade daquele ato como
prova da autoria do fato.
Em todas ocasiões em que foi interrogado negou a pratica do fato, restando contra sua
pessoa única e exclusivamente a palavra da vítima que ficou isolada no contexto probatório.
DO DIREITO
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina processual penal, sentença de
conteúdo condenatório exige, para sua prolação, a certeza de ter sido cometido um crime e de ser
o acusado o seu autor. A menor dúvida a respeito acena para a possibilidade de inocência do réu,
de sorte que a Justiça não faria jus a essa denominação se aceitasse, nessas circunstâncias, um
édito condenatório, operando com uma margem de risco - mínima que seja - de condenar quem
nada deva.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
As Ordenações Filipinas, germe do direito brasileiro, em seu Livro III titulo 56, nº 6, já
proclamava essa incapacidade:
E nesse mesmo sentido que o insuperável mestre germânico Mittermayer, em sua obra
“Tratado da Prova em Matéria Criminal”, ed. 1834, pág. 391:
“Por maior que seja o valor que se dê a candura, nas suas ingênuas palavras, que,
sem macular as conseqüências , só exprimem o que realmente caiu sob os seus
sentidos, o legislador deverá recear da leviandade natural de seu espírito, da falta de
seus meios de observação, do seu hábito de só verem as coisas superficialmente e se
contentarem-se com as primeira impressões”.
Além dos enganos inerentes à idade, em que a criança pode incorrer, salienta-se que a
facilidade ser enganada constitui outro motivo para que sempre se recebam com redobradas
cautelas seus testemunhos. Acrescenta-se a isto tudo, poder de imaginação do infante. Como é
sabido, fortis imaginatio generat casum (uma robusta imaginação cria acontecimentos por si
mesma).
Neste passo deve o processo ser chamado a ordem e remetido ao Juízo da primeira vara
criminal de nossa comarca, onde o acusado já cumpre pena por outro fato da mesma espécie e,
pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, impondo a unificação dos processos.
Por outro lado verifica-se que o Acusado, nos autos ......... de incidente de insanidade
mental, foi considerado semi imputável, pelos Senhores Peritos psiquiatras, da Junta Médica
Oficial do Poder Judiciários de ____, ensejando, em caso de eventual condenação que seja
reprimenda penal diminuída no grau máximo editado pelo Parágrafo único do art. 26 do Código
Penal.
EX POSITIS,
espera, o Acusado sejam as presentes alegações finais por memorial recebidas, vez que
próprias e tempestivas, final julgando improcedente a denúncia de fls. .., e, conseqüentemente
decretando-se sua absolvição ou, em caso de eventual condenação seja reconhecido a
continuidade delitiva na forma invocada, ou, ainda, o reconhecimento da semi-imputabilidade
aplicando-se a redução da pena no máximo legal, pois desta forma Vossa Excelência, estará
editando acórdão compatível com os excelsos ditames da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos,
Pede deferimento.
LOCAL, DATA
_____________________
OAB
Alegações Finais – Estupro de Vulnerável – Lei nº 12.015 de
07.08.2009 – Vítima de 08 anos Grávida do Próprio Pai – Exame
de DNA Positivo
Protocolo nº ......................
Cód. TJ...... - Alegações Finais
......................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta
comarca, via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia vem perante a conspícua
e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, nos termos do artigo 403, do CPP,
apresentar
Emerge pois, que nos últimos ..... meses a vítima foi morar com o denunciado tendo o
mesmo passado a importuná-la com maior freqüência ao ponto de numa dessas
vezes, em que praticava coito inter fèmura com ela, tê-la engravidado.” (Grifei)
Embora a suposta vítima tenha reiterado, na fase policial e na instrução criminal, que o
Acusado a compelia à prática de atos libidinosos diversos da conjunção carnal, esta versão, por
si só, não se robustece a ponto de ser considerada uma prova absoluta capaz de servir de alicerce
para eventual decisão condenatória, uma vez que a mesma, em suas declarações, teceu um
rosário infinito de mentiras e inverdades denotando ser uma criança precocemente habilidosa e
adestrada na arte da perfídia.
Do mesmo modo a suposta vítima falseou a verdade dos fatos quando afirmou ter faltado a
aula apenas ..... vezes, quando, na realidade, a cópia de seu histórico de aproveitamento escolar,
acostado as fls. ......, aponta a existência de nada menos que .... faltas durante o ano letivo.
As testemunhas ouvidas em juízo dão conta de que a suposta vítima era precocemente
desenvolvida no trato de assuntos e comportamentos caráter libidinoso, conforme reporta sua
irmã ................................ as fls. .....:
“Que o comportamento da .......... era terrível; que ela ficava com os meninos na
escola dava dinheiro do caixa para os meninos ficar com ela e que isto tudo mundo
da escola sabe, que prometeu dar um celular para um menino ficar com ela; que
deixou o pai dela doido por causa desse celular; que quando morava com a mãe ela
tinha este comportamento, ficava com os meninos , direto a mãe tinha que ir a
escola; que pelo o que a declarante sabe a .......... estava muito custosa e a mãe
resolveu entregar ela para o acusado; inclusive a mãe foi despedida de um emprego
que uma mulher pegou a ........... beijando o neto dela; que a ................. mente
demais; que ela falou para a declarante que não queria mais morar com o pai e
contaria uma mentira para sair da casa dele; que a declarante é filha do irmão do
acusado; que quando a mãe teve um relacionamento com ......., nunca a desrespeitou
nenhuma delas;”
“que uma vez depois que ficou sabendo que o pai da vítima a teria engravidado ele
teria na escola perguntando a declarante se ela sabia se a filha tinha saído com algum
rapazinho da escola, ela afirmou que nunca tinha visto nem ouvido falar, quando
estavam conversando passou um menino ........... de aparência de ..... anos, e o
acusado falou que era aquele menino, perguntou ao menino se já tinha saido
com ......... pagado a ............. ele disse que já” (...) “que o senhor ...... perguntou se
a ............ pagou para sair com você o menino disse que sim;”
Por sua vez a Senhora ..........., vizinha do Acusado assim mencionou, as fls. .....:
“que o sabe informa que seu ........ foi um vizinho muito correto e que a ............
mentia muito inclusive foi a. declarante e sua filha quem escreveu as cartas
anônimas contando o comportamento da ............. e que ela pagava os meninos
para sair com ela; que O sobrinho da declarante contava que a ....... tinha esses
namorados e que ............ também falava e por isso que escreveu as cartas para
o seu ......., que era um homem muito respeitador.”
Mais elucidativo foi o depoimento da colega de classe da vítima que assim reportou, as
fls. .....:
“a declarante estudava junto com ........., na escola estadual ...................; que ...........
sempre dava em cima dos meninos que tinham namorada que ela sempre sentava em
cima da mesa com as pernas abertas e virada para os meninos; que deu muita
confusão porque as meninas queriam brigar com ela, muitas vezes ela xingava as
meninas; que .......... não copiava as tarefas direito muitas vezes a declarante copiava.
para ela; que conhece a letra de ............. porque copiava para ela; que sabe informar
que a letra escrita em verde das fls, ....., dos autos é da ..........; que ............ fa!tava
muito as aulas; que uma vez foi entregue para ..... um termo para entregar para. o pai
e ela jogou no lixo e que ....... entregou outro termo para ela; que sabe informar o
nome dos meninos que namoravam ......... era ........., .........., ........ e ...........; que
.........já recebeu R$ ...........para namorar com ele só sabe que eles namoravam atrás do
colégio, que .............disse que ia dar um celular para ..........; que ficou sabendo disso
através dele; que na hora do recreio a declarante voltava. primeiro e que as vezes
a ...............perdia uma aula;” (...) “que o ................ia para trás do muro na hora do
recreio e depois da aula quando o pai dela não ia busca-la; que foi o ..................que
disse a declarante que ela dava R$ .................., que ela perguntou para a declarante se
dava o dinheiro, disse que não porque o homem não presta, que os dinheiro era para
ele namorar com ela; que acha que o pagamento era só pro dia; não sabe como era o
namora sabe que namorava; que a ..............brigou com a declarante; que todas a as
professoras que viam .............e sentada na mesa mandava ela ter postura.”
Como pode ser observado, o acervo probatório constante dos depoimentos prestados em
juízo, são harmoniosos no sentido de que a suposta vítima, embora muito jovem, possui um
desenvolvimento psicológico e mental bastante desenvolvido par sua idade, e que era e é
plenamente capaz de simular situações inexistentes, fabricar mentiras para iludir os professores
e o pai, além de ser portadora de uma precocidade exagerada de motivação sexual;
demonstrando uma lubricidade, lascívia, e sensualismo incompatível com sua faixa etária. Tanto
é que teve o primeiro fluxo menstrual aos oito anos de idade.
1ª - O fato do exame de DNA ter dado resultado positivo, por si só, constitui prova
absoluta de que houve relação sexual ou ato libidinoso, mesmo que seja inter femura, ou
existem outras maneiras (não ortodoxas) de ocorrer uma fecundação?
2ª - É somente através da atividade sexual entre pessoas de sexos opostos que pode
ocorrer a intromissão de espermatozóides no interior da vagina?
Em todas oportunidades em que foi ouvida, a vítima afirma que o Acusado, tentava
introduzir o pênis em sua “perereca”, do seguinte modo:
fls. .....- “...percebeu que seu pai estava tirando sua roupa e passou seu “ pinto” entre
suas coxas e depois tentou pô-lo em sua perereca” (...) “diz a declarante que, as
vezes chegava a doer quando ele punha seu pinto nela” (Grifei)
fls.........– “...ele terminava de ver televisão ia deitar mandava que tirasse a roupa e
colocava o pênis em sua vagina e fazia isto todo dia, (...) que ele colocava um pouco
do pênis em sua vagina...” (Grifei).
O Acusado é pessoa sem qualquer mácula judicial pretérita, nunca tendo sido processado
civil ou criminalmente (fls.......... dos autos .........), excelente pai de família, trabalhador e
detentor do respeito e admiração no meio social em que vive (fls. ............... dos autos ...........),
colaborou de forma livre e espontânea na coletas das provas judiciais, mantendo sempre este
Ilustrado Juízo informado de suas mudanças de endereço, fazendo, assim, jus, ao benefício de
apelar em liberdade no caso e eventual condenação.
DO DIREITO
Estupro de vulnerável
Art. 217-A - Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
Consoante nossa melhor doutrina o ato libidinoso diverso da conjunção carnal, exigido
para tipificar o crime previsto no dispositivo ut retro, inclui todo tipo de ação atentatória ao
pudor, praticada com o propósito lascivo, sejam sucedâneos da conjunção carnal ou não. 1 A lei
exige sempre que haja o contato físico com o ofendido, pois, é imprescindível que ocorra ação
corpórea do agente sobre a pessoa da vítima.
Neste caso, e indispensável que a parte Acusadora, prove de forma inequívoca a ocorrência
de uma ação positivada num contato físico, material do Acusado com a vítima.
No caso em apreço, como se verá adiante, a palavra da suposta vítima, se mostrou carente
de credibilidade, pelas inúmeras inverdades proferidas durante suas declarações prestadas em
juízo.
No caso em apreço, as declarações da suposta vítima são, não merecem credibilidade, uma
vez que falseou a verdade acerca de fatos relevantes com o intuito de incriminar a pessoa do
acusado, pelo que devem ser analisadas com redobrada cautela.
Em conclusão, ficou demonstrado pelo conjunto de provas abalizadas nos autos que a
palavra da suposta vítima restou carregada de vícios, contradições e embustes, trazendo para os
autos palavras enganosas e pérfidas, sendo, pois insuficientes para alicerçar qualquer decreto
condenatório. Diz a Jurisprudência:
Deste modo a palavra da vítima deixou de possuir aquela credibilidade, sustentada pela
jurisprudência dominante, vez que está contaminada pela inverossimilhança, razão pelas qual
impõe-se a decretação do non liquet, com a conseqüência absolvição do réu nos termos do art.
386, VII, do Código de Processo Penal, com a nova redação que lhe deu a Lei 11.690/2008. 3
Outro fator que não tem caráter de absoluto é o fato do resultado do exame de DNA ter
apontado afirmativamente para a paternidade do Acusado, vez que não ficou provado nos autos
que o mesmo tenha praticado os atos articulados pela suposta vítima.
O Acusado é pessoa sem qualquer mácula judicial pretérita, nunca tendo sido processado
civil ou criminalmente (fls........ dos autos ...........), excelente pai de família, trabalhador e
detentor do respeito e admiração no meio social em que vive (fls. ............... dos autos ..........),
colaborou de forma livre e espontânea na coletas das provas judiciais, mantendo sempre este
Ilustrado Juízo informado de suas mudanças de endereço, fazendo, assim, jus, ao benefício de
apelar em liberdade no caso e eventual condenação.
Realidade esta que foi sufragada por vossa Excelência na decisão que concedeu a liberdade
provisória as fls. 30, da seguinte maneira: “De primo, registro que estão ausentes os pressupostos
para a prisão preventiva e os fundamentos que a autorizam,... ” (...) “É notório que os motivos
ensejadores da custódia preventiva não mais subsistem, tendo em vista que quase toda a
instrução já fora concretizada, ou seja, as testemunhas arroladas foram todas inquiridas, já foram
coletados os materiais para a realização dos exames requeridos, portanto, demonstra-se
desnecessária a manutenção do acusado no cárcere até o julgamento.”
É neste mesmo sentido que se posicionam nossos mais elevados Tribunal Pátrio, consoante
os seguintes arestos:
EX POSITIS,
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data
________________
OAB
Alegações Finais - Exploração Sexual de Menor - Site Pornográfico
PROTOCOLO ..............
Alegações Finais Por Memorial
Acusado:
.................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta
comarca, via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia vem perante a conspícua
e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, nos termos do artigo 403, do CPP,
com a redação inovadora da Lei 11.719/2008, apresentar:
A exordial acusatória de fls. ......, imputa ao Acusado, a prática do ilícito penal previsto no
art 244-A E 244-b, do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90, com a nova redação
dada pela Lei 12.015 de 07 de agosto de 2009.
........................
Fls......:
“Que sua filha está grávida de ...... meses; que sabe informar que acusado ...... tinha
um “site” na internet, sendo que, o nome desse “site” www.........com; esclarecendo
que a foto de sua filha não está ali por ser menor, mas há fotos de outras moças; que
os jornais de ........... havia o anúncio do “..................”, localizado na rua primeiro de
maio; que a promessa era de que as moças receberiam R$ ...... (............ Reais) por
semana; que não sabe informar se o acusado receberia alguma coisa” (Grifei)
...............................
Fls. ......
“ Que, retifica o trecho do seu depoimento no sentido de que quem a chamou para ir
ate ......... foi a ........., juntamente com outras pessoas e não com o acusado( que,
conhece ....... sabendo que ela fazia programas, esclarecendo que ela e quem passou o
telefone da depoente para as pessoas com quem fez programas; que, quando o
acusado soube que a depoente era menor de idade disse que não a colocaria no site
porque neste (site) não havia nenhuma menina menor ;(...) que, em relação aos
programas feitos pela depoente não passou dinheiro para ninguém que a depoente é
civilmente emancipada há uns ....... meses pelos seus pais; que foram as meninas que
disseram que os R$ ..... eram destinados a participar do site e não para passar para o
acusado; que não foi pressionada e nem sofreu constrangimento para participar dessa
atividade”.
(Grifei).
Pelo que apurou no bojo dos autos, principalmente pela prova testemunhal, o acusado em
nenhum momento explorou sexualmente as pessoas nominadas como vítimas na vestibular
acusatória.
DO DIREITO
“Na atualidade depois de 15 anos, já começa a ser problemático saber quem seduz
quem.”
(LUIZA NAGIB ELUF, promotora de justiça, Secretária Nacional dos Direitos da Cidadania do Ministério
da Justiça, Líder Feminista)
O supracitado dispositivo legal foi inserido em nosso ordenamento jurídico pela Lei nº
9.975, de .............e Lei 12.015 de 07.08.2009, que alterou o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) para efeito de acrescentar, na tipologia dos delitos contra menores, uma nova
figura criminosa: a submissão de criança ou de adolescente à prostituição ou à exploração sexual
e a corrupção de menores, que situava no art. 218 do Código Penal.
Nesse caso, será necessário sempre que haja uma relação dominadora/dominado entre o
agente e a vítima e, portanto, a existência de um vínculo explícito de submissão do menor. É
exato que, no “Dicionário Houaiss”, se aventa também como outro significado do verbo submeter
o “fazer (alguém ou algo) de alvo de alguma ação” o que poderia, à primeira vista, abrigar, na área
de significado desse verbo, a idéia de que estaria incriminada toda conduta que tornasse a
criança ou o adolescente alvo da ação de prostituição ou de exploração sexual. Mas essa
interpretação por demais abrangente do verbo submeter poderia resultar no enquadramento
típico não apenas de quem se utilizou de mecanismos de pressão contra o menor, mas também
de quem induziu, atraiu, agenciou, favoreceu ou aliciou, enfim, de quem, por qualquer outro
modo de execução, levou o menor à prostituição ou à exploração sexual. Não obstante entenda
que fazer alguém de alvo, de mira, de uma ação qualquer indica que a pessoa alvejada ou mirada
está numa posição de subordinação ou de inferioridade, força é convir que se a pretensão do
legislador fosse efetivamente a de dar amplitude máxima no processo de criminalização, sua
opção não deveria ser, com exclusividade, o verbo submeter, mas sim a composição de um tipo
misto alternativo no qual as diversas formas de manifestação da conduta criminosa pudessem ser
configuradas, tornando-se fungíveis3.
É um axioma que não se pode contestar, pois seria incoerente alegar que o Acusado estaria
explorando sexualmente a referidas adolescentes, sem exercer qualquer tipo de domínio sobre
elas. O que os autos dão conta é que o tipo de relacionamento que eventualmente poderiam ter
numa suposta ligação com o Réu, obviamente não era, aquele que elas desfrutavam com um
número indeterminado de homens, mercantilizando seus corpos, sem qualquer interferência,
conhecimento ou auferimento de lucro ou outra espécie vantagem em favor do réu.
A ausência de qualquer espécie de dominação por parte do réu se depreende das próprias
versões apresentadas pelas supostas vítimas e testemunhas ouvidas em juízo, onde aquelas
afirmaram que se entregavam livres, espontânea e desembaraçadamente, aos instintos lúbricos e
lascivos, pois, já eram dissolutas, experientes na arte do Kama Sutra, sem que houvesse qualquer
espécie submissão, pressão psicológica, coação moral ou física. 5
Por outro prisma, se se inclinar à concepção de que a conduta típica em comento, por
interpretação extensiva, representa forma equiparada aos delitos previstos no capítulo destinado
ao “lenocínio” do Código Penal, (ar. 227 ao 231), ou seja, que o agente exerça uma ação
parasitária sobre a prostituição alheia, ensejaria a absolvição do Acusado, haja vista que, não há
em todo processo nenhuma prova jurisdicionalizada, de que tenha induzido alguém a satisfazer
a lasciva de outrem; atraído para a prostituição ou tentado impedir seu abandono, assim como
jamais manteve casa de tolerância ou tirado proveito econômico da prostituição de outrem.
Não se compreende que se possa dar esse nível de amplitude e porosidade ao verbo
submeter a não ser que se queira, intencionalmente, lesar o princípio constitucional da
legalidade, de capital importância em nível penal. Exercer a missão salvífica de preservar um
tipo que o legislador penal não soube estruturar de forma correta não se inclui entre as tarefas de
um intérprete ou de um julgador.
No campo penal, não há espaços vazios que possam ser ocupados por meio de uma
interpretação de extensão máxima ou analógica. É evidente, assim, que o legislador penal falhou
uma vez mais - como de hábito - na construção típica na medida em que omitiu condutas
criminalizáveis e deixou de expressar os meios ou os modos de execução, através dos quais a
criança e o adolescente pudessem ser submetidos à prostituição ou à exploração sexual. Para a
correção dessa situação, é obrigação do legislador - e não, do intérprete ou do julgador -
reformular o tipo para atribuir-lhe um raio maior de abrangência 6.
S.m.j. nesta ótica não há outra conclusão senão aquela em que a conduta assumida pelo
Réu, é penalmente irrelevante, ou seja, carente de tipicidade.
Na lição do festejado doutrinador em voga Luiz Flávio Gomes, que a tipicidade necessária à
caracterização do fato típico se biparte em formal e material. Tipicidade formal é justamente a
adequação da conduta do agente ao modelo abstrato (tipo) previsto na lei penal. Entende-se por
tipicidade material aquele critério de adequação da conduta do agente a um tipo penal
incriminador. Se interrompida aqui a definição do conceito de tipicidade material, nada
diferente da tipicidade formal. No entanto, além da necessidade de existir um modelo abstrato
que preveja com perfeição a conduta praticada pelo agente, é preciso que, para que ocorra essa
adequação, seja levada em consideração a relevância do bem que está sendo objeto de proteção,
mais ainda, que a conduta implemente ou incremente um risco socialmente proibido.
Segundo CLAUS ROXIN: “só pode ser castigado aquele comportamento que lesione direitos
de outras pessoas e que não seja simplesmente pecaminoso ou imoral. À conduta puramente
interna, puramente individual - seja pecaminosa, imoral, escandalosa ou diferente, falta a
lesividade que pode legitimar a intervenção penal”.
Os foros superiores possuem decisões ainda apoucadas e tímidas acerca neste assunto,
porém, em um caso com certa semelhança, assim decidiu o Tribunal de Justiça do Estado do
Mato Grosso do Sul:
Neste aspecto imperioso a ilação de que a não houve adequação da conduta atribuída ao
Réu ao tipo penal incriminador sugerido na exordial acusatória, pelo sua absolvição se impõe
nos termos do art. 386 e seus incisos, do Código de Processo Penal Brasileiro.
Ressalte-se, por fim, que consoante a unanimidade das provas coligidas no presente feito,
ser o Acusado, pessoa, de excelentes antecedentes, além do que tecnicamente primário, espera
que se faça justiça decretando-se sua absolvição da imputação contida no caderno processual.
EX POSITIS,
espera o Acusado, ora defendente, sejam as presentes alegações finais de defesa recebidas,
vez que próprias, e, tempestivas, por tudo o mais que dos autos consta, julgando improcedente a
denúncia, pois desta forma Vossa Excelência, estará, como de costume, editando decisório
compatível com os mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data
____________________
OAB
Alegação Final por Memorial – Homicídio – Pedido de
Desclassificação Para Lesão Corporal
Protocolo ...............................
Alegações Finais Por Memorial
Conforme restou demonstrado de forma plena, cabal e incontroversa, pela prova coligida
durante o judicium acusationnes, o Acusado não agiu com animus necandi, que constitui o
elemento subjetivo do tipo incrustado no art. 121, do CPB.
Consta dos autos, pela unanimidade dos depoimentos prestados em juízo, que após desferir
o disparo que feriu a vítima, o Acusado tomou todas as providências para salvar-lhe a vida,
conduzindo-a, espontaneamente, ao hospital onde foi atendida e preservado sua vida.
DO DIREITO
Ensina o festejado Evandro Lins e Silva, que muitos advogados abstêm-se de apresentar
alegações finais nos processos de competência do Tribunal do Júri. Outros as fazem bem
sucintas, apenas para tornar efetiva sua presença nos autos. Casos há, porém, em que se deve
lutar até pela absolvição sumária ou impronúncia, e, nesses casos as alegações devem ser bem
deduzidas e fundamentadas.
Sabe-se que a decisão intermediária da pronúncia, não comporta análise aprofundada de
mérito, vez que constitui ato processual de caráter meramente formal e não substancial, possui
feição de despacho interlocutório por não se revestir de força de decisão terminativa,
proclamando, assim, simples admissibilidade da acusação uma vez provada a materialidade do
fato e indícios de sua autoria.
Neste sentido é o magistério do ilustre processualista José Frederico Marques, que assim
leciona:
Devem ser abolidas expressões como: “o réu é culpado”, “O réu agiu em legítima
defesa”, “O réu agiu com torpeza...”, “O réu provocou a vítima...”, “O réu confessou
plenamente o delito, tanto na polícia quanto em juízo...”, e outras que conduzem a
prejulgamento, em prejuízo da defesa em plenário.” 2
Entende a defesa do Acusado, que nos presentes autos não deve silenciar e omitir, mas
em articulações sucintas, colocar a imputação tipológica, sugerida pela Acusação, dentro de seu
justo e razoável limite, para que, casos como este não ultrapassem a presente fase processual.
Ora, se para aperfeiçoar a tentativa de homicídio o resultado morte, não ocorre por
circunstâncias alheias à vontade do agente (art. 14, II do CPB), e, no caso em apreço o próprio
agente motu próprio procurou evitar este evento, não há que se falar em crime doloso contra a
vida.
Esta realidade processual está delineada nos autos estreme de dúvidas, de forma cristalina
e incontroversa.
EX POSITIS,
LOCAL E DATA
_________________
OAB
Memorial Defensório – Tráfico de Drogas – Pedido de Absolvição
Pelo MP
Protocolo .................
MEMORIAL DEFENSÓRIO
DO DIREITO
No caso em apreço, a Acusação, competia o ônus da prova dos fatos alegados na denúncia,
e nada conseguiu provar durante a instrução criminal, tanto que ao elaborar suas alegações
finais, a Ilustre Promotora de Justiça, pediu a absolvição do Acusado ..........., dando um exemplo
a seus pares de desprendimento, de imparcialidade e insuperável senso de justiça, além de
demonstrar que realmente neste processo está exercendo em toda inteireza sua função de custus
legis.
Sendo, pois, a prova, insuficiente para lastrear decreto condenatório a absolvição se impõe,
como tem entendido o nosso Egrégio Tribunal de Justiça, conforme ementa que segue:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica.
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre
desativada de dúvidas”.
Deste modo, a defesa do Acusado .... está de pleno acordo com a Acusação no sentido de
ser-lhe decretada a absolvição nos termos do art. 386 do CPP,.
EX POSITIS,
espera o Acusado, ................., seja o presente memorial recebido, vez que próprio e
tempestivo, final julgando improcedente a denúncia em todos seus termos, e, por via de
conseqüência, decretando-se sua absolvição, nos termos dos incisos IV e VI, do art. 386 do
Código de Processo Penal, pois desta forma Vossa Excelência, estará restabelecendo o império da
Lei, do Direito e da excelsa JUSTIÇA.
Local, data
_______________________
OAB
Contra Razões de Apelação – Acusado Absolvido nos crimes de
estupro e Exploração Sexual de Menor
PROTOCOLO Nº ................
Apelante: Ministério Público
Apelado : ...........................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara.
Fls. ......
“as fotos de folhas ............. são da declarante e tinha treze anos de idade quando
estas fotos foram tiradas, no apartamento do acusado, quando este saiu para comprar
refrigerante; quem tirou as fotos foi uma amiga da declarante chamada .........,
apelidada de ..........; só tirou essas fotos; só viu as fotos nesta data; mentiu na
delegacia quando disse que o denunciado a obrigou a tirar as fotos e fez isso porque
teve medo do pai que estava do lado de fora; não manteve relação sexual com o
denunciado e fez essa declaração porque havia perdido a virgindade com o
namorado chamado ............; esse namoro foi depois da ida ao apartamento do
denunciado e pensou que ninguém ia saber quando tinha perdido a virgindade;
namorou ......... por ...... meses; tinha uns ........ meses de namoro com .......... quando
perdeu a virgindade.” (Grifei)
Fls. ..........
“(...) mudou suas declarações nesta data, hoje, porque ficou arrependida de ter
mentido e por causa disso uma pessoa vai ficar na cadeia...”
Por outro lado, a mãe de ............, ao ser interrogada em juízo, nada de acréscimo trouxe
para os autos limitando-se a afirmar que “ supõe” que o Acusado tivesse mantido relação sexual
com a referida adolescente:
Fls. ....
“ ...não sabe denunciado manteve relação sexual com ......; supõe que sim pois ela
chorou muito quando fala no assunto...”
Fls. 719
“............ tem o apelido de ........... e uma vez no ............. a depoente ouviu ela
comentar que tinha ido ao apartamento do denunciado mas não tinha nenhum
envolvimento com ele; nesta oportunidade ela contou que havia tido a primeira
relação sexual com o namorado dela, ........., e isso foi antes de conhecer o
denunciado; ela contou ainda que havia jogado a responsabilidade sobre o acusado,
pela perda da virgindade, com medo do pai dela;”
A suposta ameaça sofrida por ............... reportada durante seu depoimento perante a
autoridade policial, e retratada em juízo, foi também desmentida pela adolescente ..........., por
ocasião de seu depoimento de fls........., quando de forma livre e consciente assim se pronunciou:
DO DIREITO
A princípio fica superada a pretensão da aplicação da causa majorante do inc. III, do art.
226 do Código Penal, dispositivo este revogado pelo art. 5º da Lei 11.106 de 28/04/05.
É preciso ver, a propósito, que é a ocupação de cargo público e o exercício eficiente de suas
funções o fundamento da aplicação do dispositivo em comento, de tal modo que esta, subsiste
ligada intrinsecamente ao cargo, perde sua legitimidade se o funcionário inativo pela concessão
de aposentadoria obtida muito antes dos fatos.
Por outro lado a sentença recorrida deve ser mantida no que se refere as absolvições
atacadas pelo presente recurso, vez que foram decretadas com embasamento na prova coligida
sob o manto do contraditório.
EX POSITIS,
Local e data.
__________________
OAB
Pedido de Desaforamento do Júri
Eminente Relator
Colenda Câmara.
1Os Requerentes, como dito, foram pronunciados como supostamente incursos nas
sanções do artigo 121, § 2º, I, III e IV, do Código Penal, na forma de participação e autoria
mediata do crime que vitimou a esposa do primeiro, fato que causou um grande clamor público
na sociedade anapolina, e mereceu um efusivo destaque na mídia regional, tendo, inclusive, já
ter sido gravado reportagem para o programa ......................, que poderá vir ao ar a qualquer
momento, vez que os Acusados ................. e .................... se encontram foragidos.
5Por seu turno, a imprensa de modo sistemático, passou a repetir todos os dias as
gravações das confissões dos co-réus ............., ................. e ............... dadas em entrevistas no ano
de ................, conclamando toda população para assistirem a condenação do Requerente.
6Na véspera do julgamento foi que pela primeira vez o Requerente foi procurado pela
equipe de reportagem da ................ (...), dando-lhe oportunidade apresentar sua versão, porém a
opinião pública já se encontrava irreversível como demonstra a enquete contida na fita cassete
em apenso (doc...) na qual as pessoas entrevistadas são unânimes em pugnar pela condenação, e,
até mesmo pela prisão perpétua ou pena capital, dando uma demonstração clara e indeclinável,
de que os jurados de ........, neste clima de convulsão social já estão destituídos do uso de sua
livre apreciação do fato.
7Não se trata de mera conjectura pois publicamente o Jurado ........., declarou na sala da
OAB do fórum de ........., que o pai da vítima foi até sua residência argumentando por várias
horas acerca da necessidade de se condenar os Requerentes, fato que será apurado
oportunamente mediante procedimento próprio, e levado aos presentes autos.
DO DIREITO
Nossa melhor doutrina Processual Penal tem proclamado que sempre que houver indícios
através de elementos seguros de que a ordem pública estiver ameaçada quanto a realização do
julgamento num ambiente de paz e tranqüilidade, que não assegure ao conselho de sentença a
tomada de uma decisão desativada de qualquer coação ou influência externa que venha
contaminar sua imparcialidade, deverá ser deferido o pedido de desaforamento.
“As dúvidas sobre a imparcialidade do julgamento existem sempre que haja fatos que,
sem conturbar a ordem pública, alterem a serenidade do julgamento, afugentando-
lhe a imparcialidade. Elas não se confundem com os casos de suspeita de julgadores,
mas se referem a causas ambientais, de pressão, adesão ou influência, e também de
coação ou violência moral, ‘cabalas; indignação popular com relação ao réu, ou
circunstancias decorrentes da posição social da vítima ou do acusado.” (in “Da
Competência em matéria Penal- Saraiva - ed. 1953 – pag. 281)
É no mesmo sentido o ensinamento de Hermínio Alberto Marques Porto, em sua obra “Júri”
quando leciona:
“De outra parte, pode servir para gerar dúvidas sobre a imparcialidade dos jurados,
especialmente em centros populacionais menores onde a cabala e as pressões - de
varias origens e formas as mais diversas - podem conseguir até a criação de clima de
receio por parte dos jurados, a prova de uma sistemática, poderosa, direta,
envolvente ou coativa campanha de coação da vontade dos cidadãos alistados, e mais
diretamente voltada para os sorteados. “ (pag. 107)
De igual forma tem sido o entendimento esposado pela Suprema Corte conforme o seguinte
aresto:
No caso em apreço pelo material acostado nos autos principalmente, pelo conteúdo da
opinião prestada da pessoa denominada de ................., entrevistada pela .............. (fita cassete em
apenso), denota-se que o julgamento do Requerente pelo Tribunal do Júri de .........., caso realize
terá efeito meramente formal vez que pelo alarido da imprensa e as manifestações orquestradas
pelos familiares da vítima ele já se encontra definitivamente condenado.
Como se vê, não se trata de “ meras suspeitas” (RT486/291) ou “vagos temores” (RF
255/335), mas de prevenção tornada necessária pela ocorrência de comprovados e até invocados
“fatos inequívocos” (Bento de Faria, 2/35, Espínola Filho, VI/233): o abaixo-assinado, a campanha
induzida “pelos meios de comunicação, tanto escrita como falada e televisionada” caracterizam o
que o eminente Ministro Hermes Lima pedia como “ notícia de algum fato indiscutível, que prove
uma trama, um esforço para subverter o estado de ânimo dos jurados” (RT 44/646).
O pedido de liminar impeditiva da realização de qualquer seção pelo Tribunal do Júri, até
julgamento do mérito do presente feito tem acento no artigo 324 do RITJ-GO, uma vez que os
motivos elencados no presente pedido demonstram a existência inequívoca do periculum in
mora, caso venha a ser julgado no foro de ............., além da imanente proximidade da data
designada para a sessão.
Quanto ao segundo requisito, fumus boni iuris se encontra presente em vários aspectos e
sobre sai da documentação em anexo.
EX POSITIS,
Local, data.
______________
OAB
Pedido de Desistência de Recurso na Justiça Militar
Processo .............
.................................,já qualificado nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a
Justiça Militar desta CJM, via de seu advogado, in fine assinado, premissa máxima vênia vem,
perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tendo em vista a decisão de fls. que
reconheceu a incidência da prescrição da pretensão punitiva, DESISTIR do prosseguimento do
presente recurso de apelação, protestando pelo arquivamento do feito para todos os fins de
direito.
Pede deferimento.
Local, data.
____________
OAB
Pedido de Desistência do Prosseguimento de Recurso
Protocolo ...................
Cód. TJ... - .... - Desistência
Local, data
___________________
OAB
Pedido de Juntada de Contra Razões de Apelação
Protocolo nº .................
Código TJ.......... - Contra-Razões de Apelação
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
_____________________________
OAB
Razões de Apelação – Estupro – Violência Presumida
RAZÕES DE APELAÇÃO
PROTOCOLO Nº .........
Apelante: ..................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Insigne Relator,
DO DIREITO
PRELIMINARMENTE
O presente feito nada mais é do que um elo da ação penal de nº ......................, pois, os
ilícitos penais atribuídos ao Acusado, aqui, pelas condições de tempo, lugar, modus operandi, e
outras semelhantes, configuram in tese a continuidade delitiva, prevista no art. 71, do Código
Penal Brasileiro, o que impunha a Magistrada de piso determinar a reunião dos processos, para
prolação de uma única sentença. Assim deve, pela presente preliminar decretar-se a nulidade da
sentença recorrida para que os fatos ali julgados integrem o rol daqueles julgados na referida
ação penal.
Desta forma, Excelência, os fatos objeto do presente feito estão em plena harmonia com
aqueles apurados nos autos ................, no que concerne aos requisitos para o reconhecimento da
continuidade delitiva, caso haja condenação, pelo que não deveria ter sido instaurada ação
penal distinta, cuja unificação deve ser decretada no presente momento processual, decretando-
se a nulidade da sentença recorrida, sob pena de insurgência contra a garantia constitucional do
devido processo legal, incrustado no inciso LIV, do art. 5ª da Constituição Federal.
DO MÉRITO
É pacífico, na doutrina dominante, que a corrupção de menores, trata-se de crime material,
que só se aperfeiçoa com a positivação do resultado como característico do tipo penal, com a
objetiva lesão do bem jurídico tutelado. O que vale dizer: que para sua consumação é imperioso e
indispensável que a vítima efetivamente fique corrompida em sua conduta moral, ex pert nos
prazeres da carne, degradada e escrava da luxúria.
Verifica-se, assim, que a descrição legal do crime, possui dois núcleos alternativos:
corromper, que tem o significado de perverter, viciar, depravar, etc, e facilitar a corrupção, que é
tornar mais fácil, prestar auxílio à iniciativa da menor, para a mesma corrupção. Quanto a
modalidade da ação do agente, há uma tríplice previsão; a) com ela praticando ato libidinosos; b)
ou induzindo-a a pratica-lo, e , c) ou induzindo-a a presencia-lo.
Invoca-se o magistério de nosso ilustre mestre conterrâneo Geraldo Batista Siqueira, que
assim leciona:
A sentença hostilizada não levou em conta a prova produzida durante a instrução que
confirma o estado de corrupção das supostas vítimas antes de conhecerem o Apelante, o que se
afiguraria como crime impossível, a consumação do delito previsto no art.. 244-B da Lei
8.069/90, com a nova redação emprestada pela Lei 12.015/2009. Resumindo é impossível
corromper uma pessoa já corrompida.
Neste ponto de vista, pelo conjunto probatório existente nos autos, é inafastável a realidade
do estado deletério da moral em já se encontravam as pretensas vítimas, que levavam vida
leviana, dissoluta de pessoas notoriamente já corrompidas, não podendo assim figurar como
sujeito passivo do referido delito. Diz a jurisprudência:
“Não padece dúvida de que o Estado, através do art. 218 do CP, quis estender a sua
proteção aos menores inexperientes nos prazeres sexuais, e que tem vencido o seu
natural recato, o pudor, pela indução à prática ou à assistência de ato libidinoso.
Evidente é que, se a vítima não guarda pudor, não há o que se resguardar. Daí, a
orientação dos julgados no sentido de que a simples conjunção carnal consentida,
sem nenhum ato de aliciamento conducente à destruição do pudor, não configura o
crime de corrupção de menor” (STF - HC - Rel. Djaci Falcão - RTJ 49/I12).
Assim, não há como confirmar a condenação exarada pela juíza a quo pela prática do
crime de corrupção de menores, impondo-se sua absolvição por Esta Egrégia Corte.
Como também ficou demonstrado que as fotografias eróticas constantes dos autos foram
tiradas pelas próprias menores, que aproveitando da ausência do Acusado se auto fotografavam,
devendo também, ser cassada sua condenação na sentença recorrida.,
EX POSITIS,
espera o Apelante, ...................., , sejam as presentes razões recebidas, vez que tempestivas
e próprias, para final dar provimento ao presente apelo, conseqüentemente, decretada sua
absolvição, nos termos da legislação pertinente, pois desta forma Este Egrégio Sodalício, estará
editando decisório carregado de equidade, restabelecendo o império da Lei, do Direito de Excelsa
JUSTIÇA.
Local, data.
___________________
OAB
Razões de Apelação – Estupro – Falta de Dissenso da Vítima
RAZÕES DE APELAÇÃO
Protocolo ................
Apelante: ....................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
A sentença recorrida afrontou visceralmente a prova coletada durante todo processado, vez
que, pelo que se apurou, restou claro e incontroverso, que a suposta vítima não esboçou nenhum
ato enérgico que denotasse real e sério dissenso para realização do congresso sexual com o
Apelante.
1A denúncia que capeia os autos narra o suposto fato ilícito atribuído ao Apelante do
seguinte modo in verbis (Fls. .......):
2Ao prestar suas declarações perante a autoridade policial, a suposta vítima afirma que
mesmo, o Apelante sendo pessoa desconhecida, aceitou de bom grado a carona oferecida, e que
embora o mesmo tenha tomado um caminho diferente ao que levaria até sua residência, não
tomou nenhuma providencia enérgica que denotasse indignação, descontentamento ou
dissidência, deixando-se levar de forma livre e voluntária, noite a dentro, perambulando e
bebendo, na companhia do Apelante, por bares da cidade até altas horas da madrugada:
Fls. .....:
“ QUE, o ....... falou para a declarante , você está com fome ?, então vamos sair para
comer alguma coisa, a declarante respondeu para o ........, não! Não vou não! Nem te
conheço e .......... falou então eu te levo na sua casa, que ficava duas quadras acima
onde a declarante estava; (...) QUE a declarante, esclarece que aceitou a carona do
rapaz, a qual pediu para ir embora para casa, e o mesmo concordou em levar a
declarante para casa, porém, o ........ ainda falou então a gente vai dar umas voltinhas
e depois eu te levo para sua casa, até então a vítima ainda estava fora da camioneta,
cor vermelha, não anotando a placa, e resolveu entrar no carro, e QUE ........ virou o
carro e rumo ao centro da cidade; QUE, a declarante esclarece ainda que o .........
passou no ................., situado nas proximidades da ..............., nesta cidade,
esclarecendo ainda que comeu churrasquinho com cerveja, e que a declarante
sempre pedindo para o ...... para ir embora para casa o qual falava a gente já vai “
Fls. .....
Fls. .....:
“aceitou a carona, mais assim que entrou na camionete o acusado pegou um outro
caminho, pediu para ir embora para casa que não queria ir em outro lugar, ele disse
que ia ali e logo a levaria para casa, passou no .............., foi agressivo com o garçom,
depois tornou a entrar no carro e a declarante sempre pedindo para ir embora, que a
deixasse em casa, ele disse que ia ali e logo a levaria, ficou dando volta, passou
na ................ na casa da mãe dele, entrou na casa da mãe e saiu e passaram em outro
bar na ................. e a declarante sempre pedindo para que a levasse em casa e ele
disse que já ia leva-la; que ao invés de leva-la para casa levou para casa dele
no ............; que continuou insistindo que queria ir embora, mais ele trancou o
portão” (Grifei)
Fls.
“esclarece a declarante que já que ele estava fazendo isto tudo, podia usar uma
camisinha, o qual respondeu que não ia usar, pois “puta ele gostava de comer
daquele jeito mesmo”
5Restou induvidosio que a suposta vítima opôs uma simulada resistência, ao voluptuoso
enlace sexual, com aspecto meramente formal, platônico, e frágil, quando diz:
Fls. 12:
“...e depois jogou na, fazendo sexo de todas as maneiras, oral, penetrava, tirava,
colocava o pênis, ora em sua boca, ora em sua vagina, não fazendo sexo anal , pois a
declarante conseguiu não deixar...”
6O congresso sexual foi tão espontâneo que, conforme a própria “vítima” afirmou em juízo
às fls. ....: “que surgiu um boato no bairro depois do estupro que a declarante namorava com o
Acusado”, é óbvio, que para que surgisse um boato desta natureza é necessário que houvesse um
relacionamento, no mínimo, amistoso ou afetuoso entre ambos.
7Outro fator relevante, ignorado pela sentença recorrida, é o fato de que pela narrativa da
suposta vítima, e pelas agressões que alegou ter sofrido, haveria de constar no laudo de exame de
corpo de delito, de fls......, lesões de grandes proporções, tais como hematomas, equimoses,
principalmente queimaduras, uma vez que menciona ter sido queimada com cigarro, do seguinte
modo:
Fls. 350:
“que ao invés de leva-la para casa levou para casa dele no ...............; que continuou
insistindo que queria ir embora, mais ele trancou o portão e começou a ficou muito
agressivo com a declarante, que lhe puxava o cabelo, batia no chão e esfregava seu
rosto por diversas vezes, depois de bater muito no declarante que se debatia sempre,
ele a violentou, queimou com cigarro,” (Grifei)
8Conforme laudo de exame de corpo de delito – “conjunção carnal”, foi constatada apenas
“escoriações finas na região mamária”, estigmas próprios de uma relação sexual normal e
consentida. Não foi detectada nenhuma queimadura, ou escoriações no rosto, o que vale dizer, se
realmente a suposta vítima tivesse sido agredida, os Senhores Peritos teriam consignado no laudo
a existência dos referido vestígios ou lesões, principalmente as de queimaduras provocadas por
pontas de cigarro.
9Por seu turno, o Acusado, ao ser interrogado em juízo, (fls.......), não negou ter mantido
relação sexual com a suposta vítima, inclusive confirmou que estiveram em vários “bares” da
cidade, antes de irem para sua residência de forma livre e espontânea.
10 Como podem ser visto a violência ou grave ameaça foram frutos da imaginação da
suposta vítima. É obvio, que jamais prestaria um depoimento sincero diante da conduta pouco
recomendável que assumiu ao se entregar sexualmente ao acusado ______ por livre e espontânea
vontade.
DO DIREITO
Senhores Julgadores, no caso em apreço, o magistrado de piso, deveria ter edificador seu
juízo de valor, com redobrada cautela e parcimônia, pautando-se com a necessária e acurada
análise de todo conjunto dos fatos sem parcialidade, para aferir se dentro do contexto global
taduzido pela prova jurisdicionalizada, se estavam presentes todos os elementos e circunstâncias
que integram a definição legal típica. Principalmente quando a suposta vítima traduz uma versão
inverossímil e carregada de contradições.
Edita o artigo 213 de nosso Código Penal, com nova redação dada pela LEI 12.015 DE
07.08.2009:
Estupro
Art. 213 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
(“Caput” com redação dada pela Lei nº 12.015, de 07.08.2009 - DOU 10.08.2009)
Nossa melhor doutrina tem conceituado, o estupro como crime comissivo e material, cuja
consumação depende da realização da conduta contida na norma proibitiva, aqui representada
pelo verbo “constranger mediante violência ou grave ameaçar”, que conceitualmente representa
cópula vagínica, contra a vontade da vítima, utilizando-se de violência ( vis corporalis illata),
que é o emprego de força física, com a necessidade para sua configuração de que haja, pelo
menos, lesões leves (HUNGRIA)1 , ou, a grave ameaça ( vis compulsiva), consistente na violência
moral, que é a promessa idônea do agente de causar mal sério e grave ao á vítima, (ANIBAL
BRUNO)2, sendo, fundamental e indispensável que ocorra o dissenso da vítima, pois sua
concordância acarreta a atipicidade do fato. É preciso que a falta de consentimento da ofendida
seja sincera epositiva, que a resistência seja inequívoca, demonstrando vontade de evitar o ato
desejado pelo agente, que será quebrada pelo emprego pela violência física ou moral.
(DAMÁSIO)3.
Não há divergência, no entendimento doutrinário e jurisprudencial de na modalidade
delituosa, em questão, o dissenso da vítima deve ser sincero e positivo, manifestando-se uma
inequívoca e real resistência. Ensina o festejado NELSON HUNGRIA, que não basta uma
platônica ausência de adesão, uma recusa meramente verbal, uma oposição passiva e inerte. É
necessário uma vontade decidida e militantemente contrária, uma oposição que somente a
violência física ou moral consiga vencer. Sem duas vontades embatendo-se em conflito, não há
crime. Nem é de confundir a efetiva resistência com a instintiva ou convencional relutância do
pudor, (MANFREDINI), ou como o jogo de simulada esquivança ante uma vis grata, como
daquelas ninfas de que fala CAMÕES (Os Lusíadas, canto IX, estrofe LXX4):
Pelos fragmentos acima citados, denotam que a sentença recorrida não aferiu com presteza
e isenção, o conjunto probatório construído no decorrer da instrução criminal, uma vez que a
suposta vítima demonstrou em juízo, que durante o desenrolar dos fatos, sempre esteve à
vontade e que em nenhum momento pediu socorro, ou tentou fugir do suposto algoz.
Diz a jurisprudência a cerca do dissenso da vítima com relação aos crimes desta natureza:
“Uma jovem estuprada há de opor-se razoavelmente à violência, não se podendo
confundir como inteiramente tolhida nessa repulsa quem nada faz além de tentar
gritar e nada mais. A passividade, que muitas vezes se confunde com a tímida
reação, desfigura o crime, por revelar autentica aquiescência” (TJSP - AC - Rel ODYR
PORTO - RT 429/400).
O festejado mestre em medicina legal, HELIO GOMES, assim discorre sob o tema:
“Mera menção à existência de lesão grave não faz presumível o emprego de força,
que a ofensa física pode decorrer da própria cópula, realizada sob precárias
condições ambientais”9
No caso em apreço, as declarações da suposta vítima são, não merecem credibilidade, uma
vez que falseou a verdade acerca de fatos relevantes com o intuito de incriminar a pessoa do
acusado, pelo que devem ser analisadas com redobrada cautela.
Em conclusão, ficou demonstrado pelo conjunto de provas abalizadas nos autos que a
palavra da suposta vítima restou carregada de vícios, contradições e embustes, trazendo para os
autos uma versão enganosa e pérfida, sendo, pois insuficientes para alicerçar qualquer decreto
condenatório. Diz a Jurisprudência:
“a condenação exige certeza e não basta, sequer, a alta probabilidade, que é apenas
um juízo de nossa mente em torno da existência de certa realidade”. Mesmo a íntima
convicção do Juiz - pondera Sabatini -, como sentimento da certeza, sem o concurso
de dados objetivos de justificação - , não é verdadeira e própria certeza...”; “no lugar
da certeza, em espécie tal, tem-se a simples crença.’’ “Dessa forma, uma condenação
somente terá lugar quando o exame sereno da prova conduza à exclusão de todo
motivo sério para duvidar.” (in – “Jurisprudência Criminal, Borsoi, 1973, vol. II, pág.
389)
Deste modo a palavra da vítima deixou de possuir aquela credibilidade, sustentada pela
jurisprudência dominante, vez que está contaminada pela inverossimilhança, razão pelas qual a
sentença recorrida deve ser cassada , com a conseqüência absolvição do réu nos termos do art.
386, II e VII do Código de Processo Penal, com a redação que lhe emprestou a Lei 11.690/2008.
EX POSITIS,
Pede deferimento.
Local, data
________________
OAB
Razoes de Apelação – Atentado Violento ao Pudor – Falta de Provas
RAZÕES DE RECURSO
Protocolo: .....................
Apelantes: ................................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
A exordial acusatória de fls. ...., imputa ao Acusado, ora defendente, a suposta autoria do
seguinte fato:
“Infere-se dos autos que, no dia ............., por volta das ........h, a vítima e seu primo
de nome ................... saíram de casa para tomarem banho em um poço que fica nas
imediações do Bairro ...............a convite deste último.
Ao chegarem no local a vítima se despiu, ficando só de calcinhas banhando.
Decorrido uns minutos, seu primo saiu do local para urinar em um canavial
próximo, neste ínterim, apareceu o acusado já totalmente despido, entrou no poço e,
no afã de satisfazer sua irrefreada concupiscência, agarrou a vítima, usando de
violência.
A vítima reagiu à investida de seu algoz, o qual rasgou as suas vestes, e se debateu
tentando se desvencilhar, instante que chegou o seu primo, ajudando-a se livrar do
denunciado, e, juntos saíram e desabalada carreira.”
Em juízo, embora a suposta vítima tenha reafirmado sua versão inicial, não menciona
qualquer tipo de ato libidinoso praticado pelo Acusado, dizendo simplesmente que o mesmo
tentou agarra-la, pelo que se concluiu que não se realizou o tipo previsto no artigo 217-A, do
Código Penal Brasileiro, com a nova feição trazida pela Lei 12.015 de 07.08.2009..
Conforme depoimentos de fls. ..........., verifica-se que o Apelante, conta com 69 anos de
idade, nunca tendo infringido qualquer norma legal, sendo pessoa dedicada ao trabalho e com
família regularmente constituída.
DO DIREITO
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina processual penal, sentença de
conteúdo condenatório exige, para sua prolação, a certeza de ter sido cometido um crime e de ser
o acusado o seu autor. A menor dúvida a respeito acena para a possibilidade de inocência do réu,
de sorte que a Justiça não faria jus a essa denominação se aceitasse, nessas circunstâncias, um
édito condenatório, operando com uma margem de risco - mínima que seja - de condenar quem
nada deva.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
A íntima convicção, sem apoio em dados ou elementos indiscutíveis, leva à simples crença
e não àquela certeza necessária e indispensável à condenação. Essa certeza não pode ser,
igualmente, a certeza subjetiva, formada na consciência do julgador.
Com fulcro no escólio de Carrara, escorreitamente já se aduziu que:
“O processo criminal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica.
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: A da verdade sempre
desativada de dúvidas”.
EX POSITIS,
esperam, os Apelantes seja o presente recurso conhecido, vez que próprio e tempestivo,
final julgando suas razões procedentes dando-lhe provimento para cassar in totum a sentença
recorrida, e, conseqüentemente decretando-se a absolvição do recorrente, pois desta forma Essa
Colenda Câmara, estará editando acórdão compatível com os excelsos ditames da Lei, do Direito
e da JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
_____________________
OAB
Razões de Apelação – Estupro e Corrupção de Menores –
Retratação da Representação
RAZÕES DE RECURSO
Protocolo .........................
APELANTE:........................................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Alegou também a acusação oficial que o apelante “apresentava-se nos encontros como
sendo “....................”, sendo que as vítimas até lhe dispensava o tratamento de “Tio”, e utilizava
uma camioneta para conduzi-las”.
Ouvidas em Juízo as supostas vítimas, de forma uníssona e harmoniosa negaram conhecer
a pessoa do Apelante, bem como afirmaram categoricamente que a o mesmo não se tratava do
indivíduo que conheciam como ..............., com o qual mantiveram relações sexuais e praticaram
atos libidinosos (fls. ....).
Com relação a validade das retratações, vale dizer que duas representantes das menores
(mães), ao serem indagadas em Juízo assim reportaram:
............................ (mãe das menores, .................................), fls. ...: “que a informante tem
certeza que as suas filhas não tem nenhum envolvimento com ........ ou com ............. porque as
pressionou e as mesmas teceram que tinham um envolvimento sexual com um senhor
chamado ............, mas isto no Setor Aeroviário a cerca de 3 anos;” (...) “que ....................... foram
chamadas para depor sobre o................ e não sobre ...........;”
No tocante ao vício de vontade sugerido pela sentença recorrida a referida testemunha foi
categórica ao afirmar: “que, não recebeu qualquer gratificação em recompensa para desistir da
representação...”
Melhor sorte não teve o Juiz a quo com relação a atribuição da autoria dos fatos narrados
na denuncia ao apelante, pois todas as vítimas ouvidas em juízo foram incisivas e categóricas ao
afirmar e reafirmar que o acusado ..................... não é o indivíduo conhecido como
“........................” com o qual mantiveram relações sexuais e praticaram atos libidinosos.
A sentença recorrida foi editada de forma tão parcial e tendenciosa que ignorou por
completo que o delito do art. 213, com sua combinação com o art.224, “a”, esta fora do rol dos
crimes contemplados pela Lei nº 8.072.
DO DIREITO
A sentença recorrida ignora por completo a prova judicializada da autoria dos fatos
constantes na denuncia, invocando como sustentação da condenação de que as vítimas negaram
ter tido qualquer relação sexual com o acusado .................... porque supostamente teriam sido
orientadas pela defesa, porém, não indica de forma objetiva de onde retirou tal entendimento.
Diz a sentença:
“esteve certo em afirmar que as investigações do inquérito, por si só, não tem valor
probante e não podem ensejar condenação, porque conseguidas a revelia do
contraditório.
Esta máxima, no entanto, não se aplica ao presente caso, uma vez que praticamente
todas as afirmações das vítimas feito o inquérito, foram confirmadas em Juízo. Aqui
apenas não reafirmaram que o fato foi praticado pelo acusa ..............., por razões
óbvias, um vez que, com certeza, já haviam recebido orientação segura por parte da
defesa”. (fls.....) (Grifei)
........................................ :
“que não conhece o acusado .......... ... que jamais encontrou com a acusado .......... (...)
que o ................. não se encontra presente;” (fls.....)
............................................ :
..................................................... :
.................................................... :
“...que os dois acusados ............... e ................ estão presentes; que o .................... não
esta presente nesta sala;” (fls.....)
................................................... :
“...não conhece ................ nunca tendo visto... que ............... e ............... nada tem em
comum, e nem conhece este último;” (fls......)
.................................................. :
“que não estava saindo com o ...................; que conheceu o .................. a cerca de um
ano;” (fls.........)
................................................... :
“conheceu o acusado ........, quando o mesmo estava fazendo política na casa da mãe
da ............; (...) que nunca mais viu ...............;” (fls.........)
Pelos trechos acima citados percebe-se que a sentença condenatória recorrida está
frontalmente divorciada das provas dos autos.
“É evidente que o conjunto probante do inquérito, por não obedecer aos preceitos
constitucionais da amplitude da defesa e de instrução contraditória, há de ser
encarado como qualquer outra prova extrajudicial e, portanto, não leva a coisa
alguma útil se não é confirmado, ao menos quantum satis, pela prova colhida no
ambiente judicial, este saudavelmente arejado pelo oxigênio do Direito”(ac. un. de
27. 11 . 70, da 4ª Câm. do TACrimSP, na Ap. 22.830, de Itanhaém, rel. Juiz Azevedo
Júnior, in RT 426/395).
Outra não é a lição de Frederico Marques: embora o princípio do Livre convencimento não
permita que se formulem regras apriorísticas sobre a apuração e descoberta da verdade, certo é
que traz algumas limitações a que o Juiz não pode fugir; e uma delas é a de que, em face da
Constituição, não há prova (ou como tal não se considera), quando não produzida
contraditoriamente”
Se a Constituição solenemente assegura aos acusados ampla defesa, importa violar essa
garantia valer-se o Juiz de provas colhidas em procedimento em que o réu não podia usar do
direito de defender-se com os meios e recursos inerentes a esse direito.
Justamente porque carece o inquérito do contraditório penal, nenhuma validade tem, para
amparar um decreto condenatório, por colocar em ângulo sombrio o princípio do contraditório e
por transportar, para a fase judicial, a feição inquisitiva do caderno administrativo, onde o
depoimento foi carreado sem o descortino da defesa do acusado.
Quando se tem presente, salientou Nicola Framarino dei Malatesta, que a condenação não
pode basear-se senão na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável -
também mínima da inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve,
necessariamente, conduzir à absolvição, assim leciona o mestre peninsular:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica.
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre
desativada de dúvida.”
“a condenação exige certeza e não basta, sequer, a alta probabilidade, que é apenas
um juízo de nossa mente em torno da existência de certa realidade”. Mesmo a íntima
convicção do Juiz - pondera Sabatini -, como sentimento da certeza, sem o concurso
de dados objetivos de justificação - , não é verdadeira e própria certeza...”; “no lugar
da certeza, em espécie tal, tem-se a simples crença.’’ “Dessa forma, uma condenação
somente terá lugar quando o exame sereno da prova conduza à exclusão de todo
motivo sério para duvidar.” (in – “Jurisprudência Criminal, Borsoi, 1973, vol. II, pág.
389)
“Ninguém duvida que o NULLUM CRIMEN SlNE ACTIO seja princípio reitor do
direito penal do fato. E o agente ativo da conduta fática só pode ser punido pelo fato
existente na realidade. Jamais pela presunção. E diga-se: regra incompatível com o
princípio da não culpabilidade. (Vide ensinamento de Bobio).”(GRIFEI)
Deste modo, a Acusação Oficial, com a edição da denúncia assumiu o ônus da prova da
autoria, dos fatos e suas circunstâncias, durante a instrução, encargo do qual no se desvencilhou,
com provas robustas e idôneas capazes de fundamentar um juízo condenatório, o que vale dizer
ALLEGARE NIHIL ET ALLEGATUM NON PROBARE PARIA SUNT, ainda mais porque na fase do
judicium causae impera o princípio do in dúbio pro reo.
A sentença recorrida, condenou o acusado como incurso nas penas do art. 217-A, do
Código Penal e 244-B, do Estatuto da Criança e do Adolescente, com as novas redações dadas
pela novel Lei 12.015 de 07.08.2009, contrariando diametralmente toda prova produzida no
processo, pelo que deve ser cassada por essa Egrégia Corte decretando sua absolvição
Ressalte-se, por fim, que consoante a unanimidade das provas coligidas no presente feito,
ser o Acusado, pessoa elevado conceito social e profissional, de excelentes antecedentes, além
do que tecnicamente primário, e, mesmo desfigurado pela contumélia e pela calúnia que lhe
emprestou a imprensa e outros órgãos estatais, teve seu nome sufragado pelo povo da cidade de
______, que o elegeu para o cargo máximo do executivo em outubro próximo passado.
EX POSITIS,
espera o Apelante, .................. , sejam as presentes razões recebidas, vez que tempestivas e
próprias, para final dado provimento ao presente recurso, cassando a sentença recorrida sem
julgamento do mérito face a preliminar invocada, e quanto ao mérito seja decretada sua
absolvição, nos termos da legislação pertinente, pois desta forma este Egrégio Sodalício, estará
restabelecendo o império da lei do direito e da excelsa JUSTIÇA.
LOCAL E DATA.
____________________
OAB
Razões de Apelação – Homicídio Privilegiado – Legítima Defesa
RAZÕES DE RECURSO
Protocolo Nº .............
Apelantes: .....................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
1Conforme consta dos autos, no dia ............., houve uma festa na ...... da Vila ....... para a
escolha da rainha da indústria e após o desfile o Apelante, pegou seis balões que se encontravam
enfeitando a passarela, e, ao passar próximo a vítima ............................., esta lhe pediu um balão,
tendo estourado o mesmo, imediatamente, próximo ao rosto do Apelante, que não gostou
daquela atitude agressiva da vítima, e a partir deste momento inicio-se uma discussão, e a
vítima, por ser pessoa forte e mestrada em artes marciais, passou a agredi-lo violentamente,
provocando-lhe as lesões constantes do Laudo de Exame Pericial de fls. ......... Ato seguinte, o
Apelante foi socorrido por dois rapazes que se encontravam na arquibancada, os quais também
foram surrados pela vítima.
3A mesma versão foi contada pela testemunha ........................ às fls...., da seguinte forma:
“ QUE, em dado momento, viu um rapaz, que depoente, ficou sabendo chamar-
se ......., dentro da quadra com uns balões na mão; QUE, logo em seguida, veio um
outro rapaz, seu desconhecido, que ficou sabendo chamar-se ............. e furou alguns
balões de ........ e, em Seguida, passou a espancá-lo, dando tapas no rosto, pontapés e
depois deu um soco no mesmo, derrubando-o; QUE, como ninguém separasse a
briga, ....... o chamou, para ajudá-lo a separar a briga, pois o rapaz que estava:
apanhando era seu amigo; QUE, na tentativa de separar aquela briga, acabaram se
envolvendo na mesma e foram também espancados por ........; QUE, o declarante
tomou uma cadeirada, lado esquerdo do tórax e na mão esquerda, e passou a sentir
muitas dores;”
4Ato contínuo ao espancamento que sofrera, o Apelante se dirigiu até sua residência
retornando ao ......., logo em seguida quando, os rapazes que o socorreu, percebendo que se
encontrava emocionalmente transtornado, saíram em sua companhia para que o mesmo se
acalmasse, ao retornarem depararam com a vítima, tendo o Apelante solicitado que parasse o
veículo, saindo do mesmo imediatamente, e rumando em direção de ......, que ao perceber sua
presença disse-lhe “aí bonitão quer apanhar de novo?”, iniciando uma nova discussão, quando a
vítima desferiu um pontapé na pessoa do Apelante que incontinenti disparou a arma que portava
na direção da vítima, que veio a falecer em consequência dos ferimentos sofridos.
“Que confirma que o acusado ........., estando muito nervoso, continuou a xingar a
vítima de filho de uma égua , filho de uma puta”, e com o revólver na mão apontado
para a vítima, instante em que esta se irritou e desferiu um chute na perna de .......,
que ato contínuo, deu um tiro na vítima...”
6Durante a instrução criminal, o Apelante fez juntar os autos certidões negativas dos
cartórios criminais de .........., (fls........); declarações de boa conduta moral e social, (fls..............);
diploma de ..................... (fls......), além dos depoimentos prestados em juízo (fls................),
dando conta de ser pessoa trabalhadora, boa índole e estimada no meio social que vive.
DO DIREITO
Conforme nossa melhor doutrina, o rigor formal das sentenças, em geral, é suavizado
quando a decisão emana do julgamento pelo Tribunal do Júri, porque nada mais é que a
interpretação da deliberação do Conselho de Sentença, órgão jurisdicional, que na verdade
condena, sem dizer os motivos de sua íntima convicção, de acordo com a sua consciência, e os
ditames da justiça. Assim, como mero intérprete, da decisão dos jurados, o juiz está dispensado
de declinar os motivos da procedência da acusação, senão expor as conseqüências das respostas
aos quesitos. Embora, no tocante a dosimetria da pena, o Juiz Presidente, aja de acordo com o
princípio da livre convencimento, cabe-lhe ao editar as razões da imposição da reprimenda,
explicitar os motivos, causas, circunstâncias e critérios de que se valeu, sempre em harmonia e
consonância com a prova produzida pelas partes e o veredicto emanado dos jurados.
Conforme magistério sempre autorizado do isígne Anibal Bruno, que a lei ou a disposição
de lei especial prepondera sobre a lei ou disposição de posição especial, que prevalece sobre a
disposição, geral, assim o homicídio qualificado do § 2º ou privilegiado do § 1º do artigo 121,
representam tipos específicos que excluem a figura genérica do homicídio simples do caput do
mesmo artigo; nesta hipótese tanto o homicídio qualificado quanto o privilegiado não funcionam
como meras circunstância, mas como elementos integrativos típicos. Daí, extrai-se, que tendo o
Conselho de Sentença decidido que o acusado agiu sob o domínio de violenta emoção logo em
seguida a injusta provocação da vítima, o quis condena-lo como incurso nas penas do artigo 121,
§ 1º, (homicídio privilegiado), e não no caput (homicídio simples), como entendeu o ilustre Juiz
Presidente em sua sentença. Portanto, aqui tem-se a presença de sentença contrária à decisão
soberana do Tribunal Constitucional do Júri, passiva da aplicação medida reformadora, pelo
Juízo ad quem, prevista no § 2º, do artigo 593, do Código de Processo Penal
De igual modo, a sentença atacada, na avaliação das questões judiciais, insertas no artigo
59 do Código Penal, na fixação da pena, não guarda harmonia com a prova produzida nos autos,
apresentando-se dissociada da essência da decisão tomada pelos Senhores Jurados, configurando
notária e indisfarçável injustiça, a sua dosagem extremamente exacerbada, conforme adiante
expostos.
1 - Da Culpabilidade
A sentença:
- o agente agiu com dolo intenso, uma vez que desferiu os tiros contra a vítima
com a nítida intenção de tirar-lhe a vida. Segundo podemos extrair dos autos,
diante dos depoimentos testemunhais e das declarações do próprio acusado, em
plenário, ficou demonstrado que o acusado, após ter sido agredido pela vítima, foi
até sua casa, armou-se do revólver e retornou ao mesmo local. Em seguida, saiu
acompanhado de dois amigos e, após encontrar com a vítima, abordou-o para tirar
satisfações, momento em que iniciaram uma discussão e o acusado acabou por
desferir-lhe os tiros, que o levou a morte. Não existem registros nos autos de que o
acusado seja portador de qualquer anomalia que o impedisse de conhecer o
caráter ilícito de sua conduta ou de determinar-se de acordo com aquele
entendimento. Poderia e deveria ter o acusado adotado conduta diversa, conforme
decidiu os Senhores Jurados ao rejeitarem a tese de inexigibilidade de conduta
diversa, por ..... votos a ..... Além do que, conforme podemos extrair dos autos, a
vítima não expôs o acusado a qualquer espécie de risco, pois após as primeiras
agressões, ocorridas em decorrência de uma discussão, não voltou a procurar o
acusado. O que ocorreu foi exatamente o contrário. Assim, deve este Juízo adotar
elevado senso de culpabilidade em desfavor do acusado;”(grifei)
Embora, o ilustre Juiz Presidente, haja formalmente motivado a decisão, sua análise, no
trecho acima, admitindo elevado grau de culpabilidade em desfavor do sentenciado, além de dar
uma conclusão contrária à decisão dos senhores jurados, vez que reconheceram ter agido sob o
manto da causa especial de diminuição de pena, do homicídio privilegiado, por estar sob o
domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima, olvida que a
iniciativa da agressão, foi única e exclusiva da vítima que sem qualquer motivo espancou
barbaramente o Apelante. Se mostra contraditório, também, quando uma vez reconhecido o
motivo do crime (art.121, § 1º CPB), inviável a admissão do grau elevado de culpabilidade, pois
o reconhecimento desta causa especial de diminuição de pena, por si só, demonstra a
diminuição do grau de culpa do Apelante, consoante ensina o príncipe do direito penal
brasileiro NELSON HUNGRIA, nos seguintes termos:
“E não deixa de ser assim ainda quando a emoção seja violenta e ocasionada por
grave injustiça, pois, em tal caso, apenas se reconhece uma diminuição ou
degradação da culpabilidade, pela qual se mede a pena in concreto.
Responsabilidade com menor culpabilidade ou menor punibilidade, mas nunca
irresponsabilidade...” in “Comentários ao Código Penal, Vol. V, 6ª Ed., 1.959, Forense,
pág.137.).
“Para o direito penal, que trabalha sobre o agir humano, os estados emocionais
adquirem especial relevância, por razões óbvias, desde que apresentem grau de
intensidade capaz de interferir nos processos de inibição e controle. Não se lhes
atribui, entretanto, como regra, papel decisivo na área da exclusão da culpabilidade,
a não ser em casos especiais, quando traduzam situações de inexigibilidade
(exemplo: o medo na coação moral irresistível), ou sintomas de estados patológicos.
Na primeira hipótese, o legislador reservou para si a regulamentação dos
mencionados casos especiais, em que se deva dar relevância aos estados emocionais,
considerados, o mais das vezes, componentes ou fatores motivacionais do
comportamento, para efeito tão-somente de atenuação da pena ou do grau da culpa.
Na última hipótese, a solução se desloca para a área do art. 26 e seu parágrafo do
Código Penal.” (grifei)
Afirma a sentença:
Neste sentido ministra, Alberto Silva Franco, em sua obra “Código Penal e Sua
Interpretação Jurisprudencial”, 6ª Edição, 1.997, Vol. 1, Tomo 1, pág.897/898, da seguinte
maneira:
Ora, se nos termos da legislação pretérita, quando a conduta social estava integrada nos
antecedentes, os processos em andamento não podiam ser considerados, nesta fase, para
prejudicar o réu, e, este entendimento não foi abolido, injustificável, a postura do Juiz
Presidente, a dar como desfavorável ao Apelante a conduta social e personalidade, pelo simples
fato de responder a TCOs. como salienta Damásio E. de Jesus:
“Não devem ser considerados como maus antecedentes, prejudicando o réu
3 - Dos Motivos
A sentença edita:
É neste sentido a pronta advertência de Celso Delmanto, em sua obra “Código Penal
Comentado”, 4ª Ed., 1.998, Pág. 219, deste modo:
A Sentença diz:
“- as consequências do crime foram graves, uma vez que foi eliminada uma vida e
de pessoa que não possuía qualquer mácula perante a sociedade;”
Não pode assim ser considerada a morte da vítima no delito de homicídio: TJRS,
ACrim 687.001.842, RJTJRS, 122:126 e 131; ACrim 686.048.828, RJTJRS, 120:173"
(in. “Código Penal Anotado em CD ROM.- Ed. 1.998 - Damásio E. de Jesus).
Desta forma, Senhores Julgadores, pela análise das motivações contidas na sentença
apelada, conclui-se que foram edificadas em contradição com o veredicto tomado pelo conselho
de Sentença, que, como Juizes Constitucionais, desejavam um apenamento mais brando ao réu,
face às circunstancias que envolveram os fatos e seus protagonistas; contrárias, também, com as
provas carreadas para os autos, que aquelas favoráveis ao sentenciados foram desprezadas com o
objetivo de justificar o posicionamento equivocado do ilustre Juiz Presidente, e, alfim
contaminadas de extrema injustiça face a exacerbação injustificável da pena-base, fixada em ...
(...) anos de reclusão, no grau médio, e, muito acima do mínimo, o que ofende as novas diretrizes
da ciência e, a jurisprudência dominante, no que diz respeito a penalização de infrator menor
de ..... (...) anos, conforme o seguintes julgados:
Embora, nessa fase da sentença condenatória proferida no Tribunal do Júri, o Juiz exerça
sua função regido pelo princípio do livre convencimento, isto não lhe um dá um poder
discricionário absoluto, a ponto de emitir juízo em oposição aos elementos probatórios constante
dos autos e em afronta à decisão de mérito proferida pelos jurados. É pois a lição de Tourinho
Filho, quando disserta acerca da motivação na sentença no seguinte tom:
“Na motivação, o Juiz analisa os fundamentos fáticos em que se arrima a pretensão
deduzida, sopesa e valora as provas produzidas, analisa regras de direito, dando,
enfim, a conhecer o desenvolvimento do trabalho intelectual do Magistrado que o
leva à conclusão, que é a decisão propriamente dita. Dai dizer o inc. III do art. 381 do
CPP que a sentença deve conter a indicação dos motivos de fato e de direito em que
se fundar a decisão.
EX POSITIS
espera, o Apelante, seja o presente recurso conhecido vez que próprio e tempestivo, dando-
lhe provimento, com o fim de cassar a sentença condenatória editada pelo Juiz Presidente do
Tribunal do Júri, retificando-lhe as irregularidades, com a adequação da pena-base, nos termos
das razões e fundamentos retro perfilados, pois desta forma Vossas Excelências estarão , como de
costume, restabelecendo o império da Lei, do Direito e da excelsa JUSTIÇA.
LOCAL, DATA
_________________
OAB
Razões de Apelação – Homicídio Qualificado – Decisão
Manifestamente Contra as Provas dos Autos – Pena Exacerbada
RAZÕES DE RECURSO
Protocolo nº ...................
Apelante: ............................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
“Faz certo os autos que no dia do crime, a vítima estava na residência, situada na Rua
..........., ........., nesta cidade, quando por volta das ....... horas o denunciado chegou
em seu lar, onde estava também o filho do casal, com dois anos de idade, e agrediu
sua esposa, asfixiando-a, com uma solução ainda não identificada.
O crime foi confessado pelo acusado para sua amásia, ......................, a qual ao ser
ouvida na polícia, disse que ........, depois de muito insistir, disse que havia matado
sua mulher ...................., naquele dia, asfixiando-a com um pano embebido em
amoníaco (fls.....).
A vítima foi submetida a exame pericial (f1s....) comprovando a sua morte “em
decorrência de asfixia resultante de ação de substância química não identificada
sobre os pulmões, levando ao quadro de insuficiência respiratória. Ato praticado com
crueldade.
O local também foi periciado, assim como remetida as vísceras da vítima, para a
identificação da substância química, cujos laudos serão encaminhados
oportunamente
Assim procedendo, o acusado subsumiu no disposto estatuído no artigo 121, § 2°,
inciso II (motivo fútil) e III (veneno e asfixia) c/c 61 II, letra “e” (contra cônjuge) do
CPB.
Em face da incidência penal acima descrita, o Ministério Público do Estado
de .........., oferece a presente denúncia, requerendo, após registrada e autuada com os
inclusos autos de inquérito policial, seja a mesma recebida e citado o acusado,
requisitando o seu comparecimento perante este Juízo, para ser processado, nos
termos do artigos 394/ 497 todos do CPPB, produzindo a sua defesa, caso seja este o
seu desejo, sob pena de revelia, e ao final ser pronunciado.
“QUE, por volta das ......, ........saiu com o namorado e eles ficaram na casa e mais ao
menos as ......., seu namorado convidou-a para sair e que ele, inclusive, precisava de
comprar leite para o filho dele; QUE, ficaram rodando, dentro da cidade. no carro
.dele. um ................ de cor verde, pois. como era um feriado, não achavam nenhuma
panificadora aberta; . QUE, após encontrarem o local ele comprou uma caixa de leite
numa panificadora e entrando numa mercearia; que fica junto à essa panificadora,
comprou duas latas de leite em pó, e que esse local fica em frente a uma igreja
protestante; QUE, após isso eles foram até a um bar situado em frente a residência de
um irmão dele. chamado .............., pois falou que precisava encontrar esse irmão
para dar um dinheiro e ali ficou por cerca de meia hora esperando, vez que, esse
irmão ali não se encontrava; QUE, nesse bar, tomaram um refrigerante e depois disse
que estava tarde e que não poderia mais esperai e foram embora; QUE, no caminho, a
declarante observando que seu namorado estava meio esquisito, perguntou-lhe o que
estava se passando com ele e depois de muito insistir ele disse que havia matado sua
mulher, ............., naquele dia, asfixiando-a com um pano embebido em amoníaco...”
(...) QUE, por volta das ele a deixou em sua casa e nessa hora ainda não tinha
chegado com o namorado e que foi-se embora imediatamente, dizendo que voltaria a
vê-la no dia seguinte; QUE, nessa mesma noite, a declarante contou o caso para, que
não acreditou na história;”
A testemunha supra citada após prestar depoimentos na delegacia, tomou destino ignorado
não comparecendo em juízo para jurisdicionalizar a versão apresentada naquela fase.
O acusado, por seu turno negou a imputação, na fase inquisitória administrativa, bem
como, durante seu interrogatório, no judicium accusationnis.
“QUE, na casa estavam .............., sua amante ......... e duas crianças, além da genitora
de ............, que é doente mental; QUE, depois de um curto espaço de tempo, ele saiu
em companhia de ....... em seu veículo ............ de cor verde metálica para passearem;
QUE, no caminho o declarante lembrou-se que tinha de comprar Toddy e leite para
seu filho e em companhia de sua amante foi até a Rua ................ onde numa
mercearia e numa panificadora comprou esse leite e toddy deixando sua namorada
no carro; QUE, deixando sua amante num orelhão localizado na última rua da Nova
Vila foi até sua casa para deixar o alimento de seu filho, onde chegou por volta
entre .................; QUE, ao chegar sem sua casa encontrou sua esposa, ora vítima,
deitada na cama pois a mesma era muito friorenta e que seu filho de dois anos estava
brincando pela casa; QUE, após entregar-lhe as compras, o declarante retornando,
apanhou sua namorada no telefone público onde tinha deixado a mesma e dali se
dirigiu até a casa de seu irmão ........., no ..........; QUE, como seu irmão não estivesse
em casa, foi até o boteco do ......... , localizado em frente a casa do seu irmão e ali
esperou algum tempo, enquanto tomava um refrigerante e que sua amante também
tomou um refrigerante sem no entanto entrar no bar; QUE, depois saiu deixando um
recado com ......... dizendo que “iria ali mas que voltaria já” e era para ....... aguarda-
lo; QUE, dali, o declarante deixou sua namorada na casa de ..........., no B. .............. e
dali voltou a casa de seu irmão ........., onde encontrou-se com o mesmo, por volta
de ..........; QUE, permaneceu com seu irmão até depois das .......: QUE, depois dirigiu-
se para sua casa onde chegou por volta das ......., e entrando foi até o quarto de
dormir do casal, verificou que o guarda-roupas estava aberto e que tinha peças de
roupas no chão e seu filho estava dormindo na cama de solteiro, encostado à cama de
casal; QUE, indo até a cozinha, ali deparou com sua esposa caída de bruços no chão
e com as pernas cruzadas e com esta já tivera, anteriormente crise de taquicardia
acreditou que a mesma tivesse desmaiado e agachando-se ao seu lado chamou-a pelo
nome que como sua esposa não desse resposta saiu correndo e foi até a casa de seu
vizinho ......... e chamando-o voltou a sua casa; QUE, seu vizinho e sua esposa além
de um outro vizinho a quem não se recorda o nome o acompanharam e o declarante
foi até seu carro para arruma os bancos, enquanto seus dois vizinhos tentavam
levantar o corpo de sua esposa para leva-lo até o veículo do declarante, tendo a
esposa de seu vizinho apanhado seu filho e levado para a casa dela; QUE, nesse
tempo seus dois vizinhos vieram ter com ele dizendo que não adiantava na da pois
sua esposa já estava morta;
Durante a instrução criminal, foram ouvidas sete testemunhas, das arroladas na denúncia
(fls.......), e, sete testemunhas (fls. .......), arroladas pela defesa, por ocasião da defesa prévia,
sendo que nenhuma delas, apontou o réu como o autor do fato contido na denúncia de fls......
Por outro lado, a prova testemunhal foi unânime em afirmar que o Acusado, é pessoa de
excelentes antecedentes, elogiável conduta social, fixado nesta cidade desde a infância onde
exerce ocupação lícita, tecnicamente primário conforme reconhece a sentença ora hostilizada.
Levado a julgamento pelo Tribunal do Júri, o apelante, negando a autoria do fato, sustentou
a inexistência de prova cabal e irretorquível para sua condenação, uma vez que a acusação
restou única e exclusivamente no depoimento isolado da testemunha .............., prestado na
polícia (fls.......), que sequer foi confirmado em juízo, sob o crivo do contraditório,
consubstanciando sua condenação em ato temerário e contrário as provas dos autos.
Uma vez admitida a autoria do fato, contraditória se tornou a aceitação, pelo Conselho de
Sentença, da qualificadora do motivo fútil, vez que os autos dão conta de que o réu foi
compelido pelas constantes cobranças efetivadas pela amante, que exigia exclusividade no
relacionamento com o mesmo. Assim, se por houvesse agido da forma ditada na denúncia,
imporia a conclusão de estar excluída, de forma taxativa, a pretensa futilidade do ato.
DO DIREITO
Pelo conjunto de provas produzido durante a instrução criminal, sob o manto do princípio
constitucional do contraditório e do devido processo legal, outra conclusão no há senão a de que
o Conselho de Sentença proferiu veredito manifestamente contrário às provas dos autos, tanto
com relação a admissão da autoria do fato ao Apelante, como do acatamento da qualificadora do
motivo fútil.
Embora seja soberana a decisão proferida pelo Conselho de Sentença, o Jurado não pode,
de modo pouco responsável, ignorar totalmente a prova coligida nos autos e valer-se de uma
versão pouco provável, sobretudo do ponto de vista lógico, e desacompanhada de qualquer
evidência que denote certeza absoluta da criminalidade, sob pena de se transformar sua decisão
em arremedo de justiça.
Verifica-se, assim, que a prova penal é objeto de duas operações distintas: a investigação
(inquérito policial) e a instrução. Aquela, por ser extrajudicial, não pode servir de base ao
julgamento final da pretensão punitiva, pelo que só a instrução, como elemento integrante do
processo, fornece ao julgador os dados necessários sobre a quaestio facti da acusação a ser
julgada.
“É evidente que o conjunto probante do inquérito, por não obedecer aos preceitos
constitucionais da amplitude da defesa e de instrução contraditória, há de ser
encarado como qualquer outra prova extrajudicial e, portanto, não leva a coisa
alguma útil se não é confirmado, ao menos quantum satis, pela prova colhida no
ambiente judicial, este saudavelmente arejado pelo oxigênio do Direito”(ac. un. de
27. 11 . 70, da 4ª Câm. do TACrimSP, na Ap. 22.830, de Itanhaém, rel. Juiz Azevedo
Júnior, in RT 426/395).
Outrossim, nem cabe assertar que posicionamento diverso seria possível por força do livre
convencimento ou íntima convicção do Juiz, que não sofre limitações, importando pois,
preponderantemente, a realidade dos fatos que entreveja nas provas, e não o lugar onde estas
foram colhidas. Concessa vênia daqueles que assim sustentam, sufragar-se tal escólio implicaria
postergar-se, de maneira flagrante, o princípio basilar do contraditório, fazendo-se dele tabula
rasa e simples quimera, com sua colocação no esquecimento.
Outra não é a lição de Frederico Marques: embora o princípio do Livre convencimento não
permita que se formulem regras apriorísticas sobre a apuração e descoberta da verdade, certo é
que traz algumas limitações a que o Juiz não pode fugir; e uma delas é a de que, em face da
Constituição, não há prova (ou como tal não se considera), quando não produzida
contraditoriamente”
Se a Constituição solenemente assegura aos acusados ampla defesa, importa violar essa
garantia valer-se o Juiz de provas colhidas em procedimento em que o réu não podia usar do
direito de defender-se com os meios e recursos inerentes a esse direito.
Justamente porque carece o inquérito do contraditório penal, nenhuma validade tem, para
a prolação de um decreto condenatório, a prova testemunhal que, embora colhida em Juízo,
reporte-se a depoimento anterior, prestado por ocasião’ da informatio delicti. A remissão assim
feita, a par de censurável e de retirar do testemunho a sua espontaneidade, desnatura a fase
judicial da instrução, por colocar em ângulo sombrio o princípio do contraditório e por
transportar, para a fase judicial, a feição inquisitiva do caderno administrativo, onde o
depoimento foi carreado sem o descortino da defesa do acusado.
É evidente, Senhor Relator e Egrégia Câmara que a decisão dos jurados embasada
exclusivamente no depoimento de ........................., prestado unicamente na fase policial, e não
renovado durante a instrução probatória, por si só não autoriza o reconhecimento da autoria com
a consequente prolação do decreto condenatório. É neste diapasão que tem se posicionado a
jurisprudência, conforme o seguintes julgados:
A soberania dos vereditos proferidos pelo Conselho de Sentença não dá sinal aberto que
permita aos Jurados tomarem decisões estrabilárias, dissociadas dos princípios reguladores da
norma jurídica, a ponto de julgar de modo pouco responsável, ignorando totalmente a prova
coligida nos autos e valer-se de uma versão pouco provável, sobretudo do ponto de vista lógico, e
desacompanhada de qualquer evidência, sob pena de se transformar sua decisão em arremedo de
justiça, o que impõe ao Juízo ad quem a determinação de que o Apelante seja submetido a novo
julgamento.
Deste modo, a íntima convicção deve prevalecer quando respaldada e arrimada em provas
cuja validade seja prescrita na norma processual penal (contraditório), principalmente quando a
repercussão da condenação temerária recai de modo drástico no status libertatis de qualquer
cidadão. Se o Juiz monocrático não pode ser liberal em matéria de provas para condenar,
inconcebível que se outorguem ao Juiz leigo o poder discricionário ilimitado para editar veredito
no campo nebuloso e movediço da incerteza e da dúvida com relação a autoria do fato.
“Ninguém duvida que o NULLUM CRIMEN SlNE ACTIO seja princípio reitor do
direito penal do fato. E o agente ativo da conduta fática só pode ser punido pelo fato
existente na realidade. Jamais pela presunção. E diga-se: regra incompatível com o
princípio da não culpabilidade. (Vide ensinamento de Bobio).”(GRIFEI)
Deste modo, a Acusação Oficial, com a edição da denúncia assumiu o ônus da prova da
autoria, dos fatos e suas circunstâncias, durante a instrução, encargo do qual no se desvencilhou
até o presente momento, com provas robustas e idôneas capazes de fundamentar um juízo
condenatório, o que vale dizer ALLEGARE NIHIL ET ALLEGATUM NON PROBARE PARIA
SUNT, ainda mais porque na fase do judicium causae impera o princípio do in dúbio pro reo.
Prova. Dúvidas. “In dúbio pro reo”. Absolvição. Se diante do fato há duas versões,
uma fornecida pela declarada vítima e outra pelo acusado, não se trata de questionar
o velho adágio testius unus, testius nullus, mas de constatar dentro do conjunto
probatório na variante de possibilidades a versão cabal, firme e inconteste da
dinâmica do acontecer, caso contrário, diante da intranqüilidade da dúvida, o único
caminho que resta ao julgador sereno e imparcial é a aplicação do consagrado
princípio in dúbio pro reo ínsito no artigo 386,VI,do CPP. Recurso do órgão do
Ministério Público improvido. ( TACRIM-RJ, Ap. 46.108,28 câmara julgadora, em
24/09/1992.
Trilhando neste mesmo sentido, ou seja, mesma linha de raciocínio justo e na defesa do
moderno Estado de Direito, está o nosso Egrégio Tribunal de Justiça, conforme ementas que
seguem:
“que o relacionamento entre ..... e ........ era bom e ele estava muito envolvido
com ela, e ele estava apaixonado por ela” (Fls. .....).
“... ela os dois discutirem em sua frente , ela dizendo que ele fez ela deixar sua
família e chegando aqui ele morava com a esposa (...) que o acusado e ...........
não brigavam ela apenas cobrava dele o fato dele estar casado e ela morando na
casa da declarante, que achava que a incomodava” (fls. .......).
Diz a jurisprudência:
“Não se deve confundir o motivo fútil com o motivo injusto. Aliás, a injustiça da
motivação do agente é elemento integrante do crime. Para que se reconheça a
futilidade da motivação, é necessário que, além de injusto, o motivo seja
insignificante. Isso, contudo, não se pode dizer quando entram em jogo a separação
de um casal e o crime. Se tais motivos justificassem a atuação do réu,
corresponderiam a causas excludentes de criminalidade, que evidentemente, não
são” (TJSP - Rec. - Rel. Geraldo Arruda - RJTJSP 62/356).
A fixação da pena dentro das balizas estabelecidas pelas margens penais constitui,
conforme o art. 59 da Parte Geral do Código Penal, de 1984, uma tarefa que o juiz deve
desempenhar de modo discricionário, mas não arbitrário. O juiz possui, no processo
individualizador da pena, uma larga margem de discricionariedade, mas não se trata de
discricionariedade livre e, sim, como anota Jescheck (in “Tratado de Derecho Penal”, vol. II/1191,
1981), de discricionariedade juridicamente vinculada, posto que está preso às finalidades da
pena e aos fatores determinantes do quantum punitivo.
“Na fixação da pena o juiz deve pautar-se pelos critérios legais e recomendados pela
doutrina, para ajustá-la ao seu fim social e adequá-la ao seu destinatário e ao caso
concreto” (TJMT - AC - Rel. Shelma Lombardi de Kato - RT 612/353).
“Nunca é demais lembrar que o fim último da pena não é o de eternizar e muito
menos infernizar a situação do apenado; para reintegrá-lo, ou reinseri-lo ao meio
social torna-se fundamental dinamizar o tratamento prisional estimulando o homem
apenado e preparando-o necessariamente para o retorno. A esperança de momentos
mais fáceis e menos rigorosos, de liberdade ainda distante, é inerente ao complexo
tema da recuperação do condenado” (TARS - RA 290108117 - JUTARS 76/27).
“O Juiz não pode, sem nenhum dado concreto, carregar na dosimetria da pena,
arbitrariamente e segundo sua opinião pessoal a respeito de um determinado tipo
penal, mormente depois de ter considerado a primariedade do agente” (TACRIM SP -
AC - Rel. Vanderlei Borges - RJD 23/214).
No caso em apreço, quando o sentenciado, ora Apelante, é reconhecido pela própria
sentença impugnada como tecnicamente primário, de bons antecedentes, e boa conduta social.
(fls. ...), imporia por via de regra a fixação da pena base ancorada ao mínimo legal
Por outro lado, se a aplicação da sanção penal traz, no texto legal, a exigência de se
perscrutar todos parâmetros contidos no artigo 59 do CPB, objetivos e subjetivos, à luz dos
elementos fáticos extraídos do processo, com o condão de individualizar racionalmente a
reprimenda de cada réu, chegando-se à pena-base, no presente feito, tem-se que a ilustre
Magistrada elevou a pena do Apelante, em função do motivo fútil, que não poderia ser
considerado para majorar ou diminuir a pena, haja vista se trata de uma circunstância legal já
inserta na própria condenação, o que caracteriza bis in idem, inadmissível.
Do mesmo modo, nas conseqüências penais colacionadas pela sentença, têm-se: “ foram as
mais danosas possíveis que a vida de uma mulher jovem foi ceifada.. ”, que realça o mesmo fato
pelo qual o Apelante já houvera sido condenado pelo Conselho de Sentença (artigo 121 CPB),
não podendo assim ser objeto de elevação da pena-base, pois a inteligência do comando
normativo do artigo 59 CPB, alude as consequências extrapenais não contidas no tipo.
Pelo conjunto probatório contido no processo, não há como justificar uma pena fixada
muito acima do mínimo legal, conforme o entendimento adotado por nossos Tribunais
Superiores:
“Não tem sentido a aplicação da pena, além do mínimo legal, a indivíduo primário e
de bons antecedentes, que vai cumpri-la depois de tantos anos após o fato criminoso.
Na aplicação da pena o juiz há que buscar o equilíbrio necessário entre o máximo
interesse social e o mínimo de expiação do réu” (TJMG - AC - Rel. José Arthur - RT
519/425).
Sendo o réu primário e de bons antecedentes, não há motivo para aplicar-lhe uma
pena além do mínimo legal, visto que a primariedade e os bons antecedentes
sobrepujam as demais condições estabelecidas no artigo 59 do CP, podendo a pena
imposta ser corrigida em sede revisional. Em se tratando de co-autores, as penas
devem ser idênticas para todos os partícipes, salvo diferença advinda de outros
operadores de cálculos de individualização da pena. Se, ao fixar a pena-base, o
Magistrado considera as circunstâncias do artigo 59 do CP não em relação ao
criminoso, mas em razão do crime praticado, a decisão incorre não apenas em
injustiça, mas em erro técnico, cabendo a correção da pena imerecida, o que
constitui, entre outros, o intuito da revisão criminal.” (TJMG - Rv. Cr. nº 18.104/0 -
TP - Rel. Des. Sebastião Rosenburg - DJMG 07.09.95).
Nossa melhor doutrina e a jurisprudência hodierna tem proclamado que com o advento da
Lei nº 9.455/97 (Lei de Tortura), restou abolido e removido o impedimento legal à
progressividade do regime, relativamente ao homicídio qualificado, uma vez que não se pode
descurar que o escopo maior da pena é a ressocialização do condenado, isto é, reincorporá-lo à
sociedade, propiciando-lhe a condição dignificante, traduzida na opção do trabalho.
A tortura é crime equiparado aos crimes hediondos por força do artigo 5º, XLIII, da CF, e do
artigo 2º da Lei nº 8.072/90. Assim, não se justifica a discrepância entre o parágrafo sétimo do
artigo 1º da Lei nº 9.455/97 e o artigo 2º, parágrafo primeiro, da Lei nº 8.072/90, que prevê o
cumprimento da pena, aplicada por crime hediondo ou equiparado, integralmente em regime
fechado. O tratamento diverso, mais benéfico, dado ao responsável pela tortura, em
contraposição àquele previsto para os demais crimes previstos na Lei nº 8.072/90, não se
justifica. O artigo 2º, parágrafo primeiro, da Lei nº 8.072/90, embora não infrinja a CF, como
reiteradamente têm decidido nossos Tribunais superiores, entrava o processo de integração
social do condenado, tido como objetivo primordial da execução da pena (artigo 1º da LEP).
O STJ. por sua 6ª Turma., por unanimidade e de ofício, concedeu habeas corpus para o
único fim de transformar o regime de cumprimento de pena em inicialmente fechado, conforme
ementa do seguinte teor:
De igual modo, nosso TJ..., tem acolhido entendimento igualitário ao esposados nos demais
Colegiados de Superior Grau de Jurisdição do país, conforme a decisão proferida no Agravo
nº ......, julgado em ........., por esta Segunda Câmara Criminal, tendo relator o eminente
Desembargador ............., cuja ementa assim edita:
Assim, protesta o apelante pela reforma da sentença, também, para consignar o regime de
cumprimento de pena na forma progressiva.
EX POSITIS
espera o Apelante, sejam as presentes razões recebidas, vez que próprias e tempestiva,
dando provimento ao presente recurso, em todos seus termos, pois desta forma Egrégio
Sodalício, estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da excelsa JUSTIÇA.
Local, data.
_____________________
OAB
Razões de Apelação – Homicídio Qualificado – Nulidade
RAZÕES DE RECURSO
Protocolo Nº .....................
Apelante: .........................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Submetido a novo julgamento, o Juiz Presidente, sob protesto da defesa, consignado na ata
de julgamento de fls., ignorou a decisão proferida pelo superior grau de jurisdição, e submeteu a
apreciação dos jurados a qualificadora extirpada no primeiro recurso, provocando manifesta
nulidade processual por desrespeito da hierarquia jurisdicional e afrontar o instituto da coisa
julgada.
DO DIREITO
Por imperativo legal incrustado na norma prevista no art. 571, V e VIII, do Código de
Processo Penal, as nulidades ocorridas após a pronúncia e durante o julgamento do Tribunal do
Júri devem ser argüidas na própria sessão, registrando-se na ata o eventual indeferimento.
Por ocasião da leitura dos quesitos a defesa insurgiu-se contra a presença no questionário
da indagação aos Juizes leigos acerca da qualificadora do meio cruel, haja vista que no recurso de
apelação anterior esta Egrégia Corte reconheceu sua total improcedência. Assim, s.m.j., a defesa
entendeu que a inclusão daquela qualificadora ao crivo do Conselho de sentença, sobre fato já
decidido na instância superior, importaria na quebra da hierarquia jurisdicional, acarretando
nulidade processual.
Embora o objeto do presente recurso, por imposição e vedação legal, não se assente no
motivo de ser a decisão proferida pelos jurados manifestamente contrária as provas dos autos, é
bom ressaltar que a soberania dos veredictos proferidos pelo Conselho de Sentença não dá sinal
aberto que lhe permita tomar decisões estrabilárias, dissociadas dos princípios reguladores da
norma jurídica, a ponto de julgar de modo pouco responsável, ignorando totalmente a prova
coligida nos autos e valer-se de uma soberania atentatória aos princípios basilares incrustados na
Constituição Federal, sobretudo do ponto de vista lógico, e desacompanhada de qualquer
evidência, sob pena de transformar a decisão dali emanada em arremedo de justiça, o que impõe
ao Juízo ad quem promover a devida corrigenda.
O entendimento acima esposado além das inúmeras outras justificativas, vislumbra-se que
a garantia constitucional da soberania dos veredictos do Júri deriva das garantias individuais e
não da instituição propriamente dita, além do que se deve dar prevalência ao interesse social do
status libertatis.
A ordem jurídica, com certeza, iria a pique se os Tribunais Superiores não dispusessem de
algum instrumento legal para sanar eventuais disparates e injustiças emanadas das cortes
inferiores, como no caso em apreço em que o juizes leigos emitiram um julgamento descabido e
afrontoso ao ordenamento jurídico em vigor, além do que, cuja matéria já fora sopesada e
decidida por esta Egrégia Turma.
Por outro lado, a fixação da pena dentro das balizas estabelecidas pelas margens penais
constitui, conforme o art. 59 da Parte Geral do Código Penal, de 1984, uma tarefa que o juiz deve
desempenhar de modo discricionário, mas não arbitrário. O juiz possui, no processo
individualizador da pena, uma larga margem de discricionariedade, mas não se trata de
discricionariedade livre e, sim, como anota Jescheck (in “Tratado de Derecho Penal”, vol. II/1191,
1981), de discricionariedade juridicamente vinculada, posto que está preso às finalidades da
pena e aos fatores determinantes do quantum punitivo.
“Na fixação da pena o juiz deve pautar-se pelos critérios legais e recomendados pela
doutrina, para ajustá-la ao seu fim social e adequá-la ao seu destinatário e ao caso
concreto” (TJMT - AC - Rel. Shelma Lombardi de Kato - RT 612/353).
“O Juiz não pode, sem nenhum dado concreto, carregar na dosimetria da pena,
arbitrariamente e segundo sua opinião pessoal a respeito de um determinado tipo
penal, mormente depois de ter considerado a primariedade do agente” (TACRIM SP -
AC - Rel. Vanderlei Borges - RJD 23/214).
EX POSITIS
espera o Apelante, sejam as presentes razões recebidas, vez que próprias e tempestiva,
dando provimento ao presente recurso, em todos seus termos, pois desta forma este Egrégio
Sodalício, estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da excelsa JUSTIÇA.
LOCAL, DATA
__________________
OAB
Razões de Apelação – Júri – Decisão Manifestamente Contrária as
Provas dos Autos
RAZÕES DE RECURSO
Apelante: .......................................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara
1Conforme consta dos autos, o Acusado, ora Apelante, no dia ............... , teve um entrevero
com seu vizinho de barraco, e, após terem sido conduzidos até a delegacia de polícia, serenaram
os ânimos, retornando à suas casas, ocasião em que o réu se desentendeu com sua esposa, a qual
o abandonou levando os filhos e os trecos que guarneciam a mísera habitação para a residência
do irmão do mesmo. Inconformado, o Acusado, passou a beber o resto de pinga que possuía e a
certa altura, já embriagado, juntou alguns trastes próximo à divisória de madeira que separava o
cômodo em que morava, do ocupado pelas vítimas, ateando fogo, que se expandiu incendiando o
barraco, e, provocando a morte de seus vizinhos.
2Os escombros do incêndio foram minuciosamente analisados pelos senhores peritos, que
elaboraram o Laudo de Exame Pericial em Local de Incêndio de fls. ... , fartamente ilustrado por
reportagem fotográfica de fls. .... , onde não se detectou qualquer vestígio denunciador de terem,
as vítimas, sido amarradas com arame, e, que os fios desencapados encontrados sobre os
entulhos pertenciam à instalação elétrica aérea, conforme noticiam os peritos ás fls. ....... (1 a
linha). Logo inexiste no processo qualquer prova da qualificadora do inciso IV do parágrafo 2 o
do artigo 121 do Código Penal.
4Chamado a se pronunciar acerca do Laudo Pericial realizado pela Junta Médica do Poder
Judiciário, a acusação, através do Órgão Ministerial, em sua cota de fls. .... , além de elogiar o
trabalho realizado pelos peritos, não se insurgiu contra suas conclusões no sentido da
responsabilidade diminuída do Acusado, fazendo jus à redução da pena prevista no parágrafo
único, do artigo 26 do Código Penal.
DO DIREITO
Incrustado no pórtico dos Direitos e Deveres Fundamentais, da Constituição Federal, o
Tribunal do Júri tem seus vereditos assegurados pela soberania de suas decisões, configurando,
assim, talvez, a única expressão da democracia no Poder Judiciário, onde o povo é conclamado a
exercer a tutela jurisdicional, julgando seus pares nos crimes dolosos contra vida.
Júri, por sua própria essência de juízo leigo, não julga a lei, logo não está comprometido
com o equacionamento de jurisprudências ou a obediência às fórmulas técnicas ou jurídicas,
como o juízo togado, vez que julga o fato em toda sua inteireza, dentro de um critério sui generis
fundado no princípio da íntima convicção, porém, esta autonomia ou elastério na aferição dos
vereditos, ou na escolha das versões apresentadas pelas partes, não outorga ao Jurado um poder
ilimitado ou uma alforria sem fronteiras, para, assim, editar julgamentos ilógicos, incoerentes e
absurdos, totalmente dissociados do conjunto probatório erigido no processo, pois, se assim não
fosse, com a simples desculpa de preservar e garantir a soberania de suas decisões estar-se-ia
diante de uma verdadeira heresia jurídica, propiciando o prevalecimento de decisões
comprometedoras dos princípios basilares da própria justiça.
No caso em apreço a decisão proferida pelo Conselho de Sentença está frontalmente
dissociada das provas dos autos, quando, embora todas perícias médico-psiquiátricas apontaram
para a responsabilidade penal diminuída, pela incidência de perturbação da saúde mental, ao
tempo do fato, retirando do Acusado a sua capacidade de determinação, esta realidade
incontroversa foi negada, injustificadamente, pelos Jurados, mesmo tendo a Acusação Oficial se
posicionado no sentido de que não haveria como subtrair ao acusado o benefício previsto no
artigo 26, parágrafo único, do Código Penal (fls. .... apenso), e, em plenário.
“Não pode o juiz, havendo prova pericial afirmativa da inimputabilidade dos réus,
desprezá-la, com base em considerações pessoais.” (TAPR - AC - Rel. Des. MOACIR
GUIMARÃES - RT 678/365).
“Comprovado pericialmente ser o réu psicopata, que não tinha plena capacidade de
entender o caráter ilícito dos atos praticados ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento, pode e deve ser beneficiado com a redução da pena prevista no art.
22, parágrafo único do Código Penal.” (TACRIM-SP - AC - Rel. Des. SILVA LEME - RT
398/304).
É pois, Senhores Julgadores, notório e incontroverso o reconhecimento através de dois
laudos periciais, que ao tempo do fato, por influência de perturbação da saúde mental, o
Acusado, ora Apelante, não era inteiramente capaz de se determinar, sendo inconcebível, neste
contexto, o não reconhecimento da semi-imputabilidade, pelos Jurados, conseqüentemente
devendo neste sentido ser reformada a decisão por esse Egrégio Sodalício.
A prova testemunhal produzida não traz dados suficientes de convicção no sentido de que
as vítimas tenham sido amarradas e trancadas no interior do barraco incendiado, inclusive a
testemunha ............................................... (fls. ...), ao ser apresentado, em plenário, as fotografias
das vítimas não vacilou em dizer que se encontravam das mesma forma em foram encontradas
nos escombros, ou seja, sem qualquer sinal de arames ou amarras (vide fotos).
espera o Recorrente, sejam o presente recurso conhecido, vez que próprio e tempestivo,
final julgadas suas razões procedentes dando-lhes provimento para reconhecer que a decisão
proferida pelo Conselho de Sentença, ora hostilizada, foi manifestamente contrária às provas dos
autos, devendo ser devidamente retificada com o ajustamento da reprimenda penal, pois desta
forma Essa Colenda Câmara, estará editando acórdão compatível com os excelsos ditames da Lei,
do Direito e da JUSTIÇA.
LOCAL E DATA.
_____________________
OAB
Razões de Apelação – Júri – Legítima Defesa – Homicídio
Privilegiado
RAZÕES DE RECURSO
Apelante: .....................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
DOS FATOS
O deslinde da dita contenda findou com o reconhecimento, por parte da vítima, que
realmente a construção havia adentrado na área de propriedade do Apelante, elaborando-se um
acordo, no que ficou consignado que, a título de indenização pagaria certa importância ao
esbulhado, e, futuramente, em caso de eventual construção de outro muro, o mesmo deveria
obedecer a mesma linha divisória que fora objeto do acordo.(vide fotos apensadas as fls.....).
Observa-se, na fotografia, claramente, que o muro antigo não seguia o mesmo alinhamento da
parede do barracão.
Inbostante, o acordo elaborado entre vítima e réu, no dia ......, por volta das .... horas, o
Apelante ao perceber que a vítima, novamente, estava construindo outro muro, avançando o
limite anteriormente pactuado em juízo, se dirigiu até os pedreiros, que efetuavam a obra,
pedindo para que os mesmo parassem com o serviço, até que houvesse um entendimento entre
ele e a vítima, sendo obedecido.
Ato contínuo o Apelante, procurou por seu advogado, Dr. ......... (fls.....), a qual havia lhe
representado na ação cível anterior, sendo aconselhado a procurar o agrimensor que havia feito o
laudo pericial, naquela contenda, para que o mesmo lhe acompanhasse até o local da invasão,
vez que a vítima tratava-se de pessoa beligerante e agressiva que poderia agredir a pessoa do
Apelante.
Como o Apelante não encontrou o ............., em sua residência, retornou para o local do
fato, onde já se encontrava a vítima, que ao vê-lo já passou a proferir insultos, com imprecações,
impropérios e agressões verbais, acerca da divisa entre os lotes, tendo, inclusive, em tom de
acinte dito que até compraria o referido imóvel. Depois de acalorada discussão, a vítima
caminhou em direção do acusado com intuito de agredi-lo, quando este sacou de sua arma e
desferiu ... tiros, como meio de defesa, tendo o último disparo atingido o agressor que caiu já
desfalecido sobre o corpo do réu. Conforme noticia a testemunha ....................., em seu
depoimento de fls....., prestado em plenário:
“Trabalha como ...... há ......... anos; foi contratado pela vítima para derrubar um
muro velho de placas pré-moldadas que já estava caindo e construir no mesmo lugar
um muro novo para separar os lotes pertencentes à vítima e ao acusado; quando
ocorreu o fato da denúncia, o qual foi presenciado pelo depoente, tinha três dias que
estava trabalhando no local e já tinha feito o alicerce do muro; a linha deste novo
muro foi feita exatamente no lugar onde antes existia o muro de placa pre-
moldada”(...); “por volta de oito e trinta o denunciado chegou acompanhado de uma
criança e perguntou pela vitima e pela esposa desta, mas os dois tinham saído; o
acusado mandou o depoente parar o serviço porque não era para ser erguido o muro
ali e da parte dele o serviço estava embargado; não mostrou nenhum documento
para o depoente e foi embora, depois que os pedreiros pararam de trabalhar; uns
cinco minutos depois a mulher da vitima chegou e ao saber do ocorrido telefonou
para a vitima e esta veio para casa e mandou que os trabalhos prosseguissem, e assim
foi feito; por volta de dez e trinta a vitima estava na porta da cozinha conversando
em um telefone sem fio e os dois filhos da vitima estavam andando de bicicleta em
volta da vitima ; o acusado chegou pelo lote dele, isto é, pelos fundos e falou para
vitima “você e cabeçudo eu falei que esse muro não é para ser feito aí”; o acusado
não falou onde era para o muro ser feito; a vitima respondeu que o muro precisava
ser feito porque ela tinha escritório ali com computadores e quando o denunciado
quisesse vender o lote a vítima o compraria; o acusado respondeu que não tinha lote
para vender; a vitima retrucou que não sabia o que o acusado queria pois a proposta
dela era boa;”
Restou inequívoco que entre vítima e Acusado, além de existir uma desavença pretérita, no
momento do fato, discutiriam com veemência, acerta do local correto em que seria a divisa entre
suas propriedades, inclusive, a vítima se propôs comprar o lote do Apelante. Logo, inconcebível
e inaceitável a admissão, pelos Jurados, da qualificadora da surpresa.
Por outro lado, a sentença lavrada pela Juíza Presidente, não espelha a realidade dos fatos,
no momento da dosagem da pena-base, ao sustentar, na análise das questões judiciais, que a os
motivos foram injustificáveis, quando na realidade o mote dos disparos foi à agressão (real ou
ficta) sofrida pelo Apelante, e não invasão de sua propriedade, como bem salientou em seu
interrogatório, versão esta confirma pela testemunha ouvida em plenário; e, ainda, sustentar que
a vítima em nada concorreu para evento, é ignorar a prova insofismável de que o novo muro
realmente não obedecia ao mesmo alinhamento daquele preexistente, (foto superior fls. 32), e
sim o alinhamento do barracão (foto superior fls....). O que vale dizer que os reclames do réu,
relativos a invasão na divisa, não eram improcedentes.
Deste modo no primeiro momento da dosagem da pena, no sistema trifásico, não andou
bem a Magistrada ao fixar a pena-base acima do mínimo legal.
Da mesma forma em que ao efetuar a diminuição da pena pelo reconhecimento das duas
atenuantes (confissão e idade superior a setenta anos na data da sentença), subtraiu em apenas
dois meses.
DO DIREITO
Pelo conjunto de provas produzido durante a instrução criminal, sob o manto do princípio
constitucional do contraditório e do devido processo legal, outra conclusão no há senão a de que
o Conselho de Sentença proferiu veredicto manifestamente contrário às provas dos autos, ao
rechaçar a tese defensiva da legítima defesa própria, do homicídio privilegiado, e,
principalmente quando reconheceu a qualificadora do uso de surpresa, quando dos autos
sobejamente restou provadas todas hipóteses levantadas pela defesa.
A soberania dos veredictos proferidos pelo Conselho de Sentença não dá sinal aberto que
permita aos Jurados tomarem decisões estrabilárias, dissociadas dos princípios reguladores da
norma jurídica, a ponto de julgar de modo pouco responsável, ignorando totalmente a prova
coligida nos autos e valer-se de uma versão pouco provável, sobretudo do ponto de vista lógico, e
desacompanhada de qualquer evidência, sob pena de se transformar sua decisão em arremedo
de justiça, o que impõe ao Juízo ad quem a determinação de que o Apelante seja submetido a
novo julgamento, ou adequação da reprimenda, no caso de cassação da qualificadora.
Deste modo, a íntima convicção deve prevalecer quando respaldada e arrimada em provas
cuja validade seja prescrita na norma processual penal (contraditório), principalmente quando a
repercussão da condenação temerária recai de modo drástico no status libertatis de qualquer
cidadão. Se o Juiz monocrático não pode ser liberal em matéria de provas para condenar,
inconcebível que se outorgue ao Juiz leigo o poder discricionário ilimitado, irrestrito para editar
veredicto no campo nebuloso e movediço da incerteza e da dúvida com relação ao acatamento
da qualificadora sugerida pela Acusação Oficial, a qual está visceralmente alheia ao conteúdo
probatório dos autos.
“A soberania do Júri não se traduz no arbítrio irresponsável dos jurados. É certo que
não fundamentam sua decisão. Mas, esta deve se circunscrever à prova dos autos. Se
avulta a prova em sentido contrário, força é concluir que a decisão contrariou a
evidência e outra alternativa não há que outro julgamento se realize” (TJSP - Ap. -
rel. Des.Cunha Bueno - RT 609/322).
“Não pode ser mantida a decisão do Conselho de Jurados que contraria a prova dos
autos, ante o que se extrai do conjunto probatório. Anula-se o julgamento para que o
réu a outro seja submetido, em consonância com os ditames legais” (TJMT - Ap. - rel.
Des. Onésimo Nunes Rocha - RT 606/395).
Conforme foi exposto nos depoimentos transcritos, nas presentes razões, a prova que
resplandeceu foi de que o Apelante agiu em legítima defesa própria, quando ao reclamar de
eventual esbulho de sua propriedade foi recebido com agressões verbais e físicas por parte da
vítima , que se lançou contra sua pessoa, não havendo outro meio para repelir a injusta e atual
agressão senão o uso da arma que portava, pelo que se traduz ter o Conselho de Sentença
decidido manifestamente contra as provas dos autos, tornando imperioso que este Colendo
Tribunal decrete a anulação do julgamento para que seja submetido a outro.
Se a parte acusadora não produziu provas suficientes, de que o Apelante tenha agido de
inopino e de forma surpreendente, e, que a vítima não possuísse, naquele instante, motivos
atuais ou remotos, para esperar ação do réu, injustificável a manutenção da condenação sem
nenhum suporte fático dentro do processo, o que ficou provado de forma indiscutível foi que
entre vítima e réu, havia desentendimento pretéritos, em função do mesmo motivo, no momento
do fato ambos discutiam calorosamente, sendo, assim, previsível uma agressão de qualquer dos
contendores.
“Ninguém duvida que o NULLUM CRIMEN SlNE ACTIO seja princípio reitor do
direito penal do fato. E o agente ativo da conduta fática só pode ser punido pelo fato
existente na realidade. Jamais pela presunção. E diga-se: regra incompatível com o
princípio da não culpabilidade. (Vide ensinamento de Bobio).”(GRIFEI)
Não há como sufragar o veredicto proferido pelos Juizes Leigos, vez que a legítima defesa
se resplandeceu com todos seus requisitos na conduta do réu, que agiu diante de um a injusta
agressão, atual, usando de forma moderada do único meio de que dispunha, no momento, para
fazer cessar aquele ataque, tanto é, que a vítima veio a expirar sobre o corpo do Apelante,
conforme versão apresentada de forma unânime nos presentes autos.
“Não se pode exigir, para configuração da legítima defesa que o agredido proceda
como um covarde e trate de fugir ao invés de repelir a agressão atual e iminente,
contribuindo, muitas vezes, para a maior audácia e prepotência do agressor. Embora
não seja dever jurídico. A legítima defesa é dever moral ou político que a nenhum
pretexto deve deixar de ser estimulado pelo direito Positivo.”(TACRIM/SP – AC –
REL. Juiz Albano Nogueira – RT 562/355 e TJSP – REC - REL. SILVA LEME – RJTJSP –
89/359).
“No sistema do Código Penal, basta a presença concreta de perigo para que surja, sem
qualquer outra indagação, a necessidade de defesa. A existência desta ajuíza-se pela
situação externa, meramente objetiva, e não pela íntima posição do agente,
independendo, pois de elementos subjetivos”(3 º CCRIM. DO TJSP, REC. CRIM. N
25.132-3, V. UN. EM 2.4.1984, REL. Des. SILVA LEME, RT 589/295).
“Reconhece-se a legítima defesa quando a versão sustentada pelo réu, na ausência de
quaisquer testemunhas presenciais do fato, é que se harmoniza com as demais
circunstâncias apuradas no processo” (TACRIM-SP – AC – REL JUIZ CUNHA
CAMARGO – RT 418/285).
“Em caso de agressão mútua, ocorrendo dúvida a respeito de quem a ela tenha dado
início, a melhor solução será sempre a absolutória, porque, em tese qualquer dos
contendores poderá estar em situação de legítima defesa, então, para que não se
condene um provável inocente, mais justo que se absolva dois possíveis
culpados”(TACRIM-SP – AC – REL. JUIZ ERCÍLIO SAMPAIO).
Diante das evidenciasse comprovações que o caso apresenta, tem-se com estrabilária e
desafeiçoado das provas dos autos, devendo ser anulado o referido julgamento, por Este Egrégio
Sodalício.
Maior absurdo, ainda, foi o acatamento da qualificadora da surpresa, pelo Conselho de
Sentença, quando a doutrina mais abalizada esposa o entendimento que a referida qualificadora
somente se faz presente quando o ato homicida é totalmente inesperado, impedindo ou
dificultando a defesa, encontrando-se essa circunstância na cognição do agente 1, sendo
indispensável, ainda, que a vítima esteja descuidada, desprevenida, e não tenha razões próximas
ou remotas para espera-la2. Diz a Jurisprudência:
“Não se admite a surpresa, como meio que impossibilita a defesa, quando o crime é
precedido de discussão e havia inimizade antrior entre o réu e vítima” (RJTERGS
185/159)
“Não basta, para configurar a surpresa, que a vítima não espere a agressão. É preciso,
também, que o agente aja com insídia, isto é, procure, com a ação repentina,
impossibilitar ou dificultar a defesa do ofendido” (TJSP - Rec. - rel. Des. Mendes
Pereira - RT 512/375).
“Se o agente já havia revelado, anteriormente, sua atitude agressiva para com a
vítima, não se pode dizer que esta foi surpreendida com o seu ataque, o que a
impossibilitou de se defender” (TJSP - Rec. rel. Des. Alves Braga - RT 461/345).
Deste modo, in casu era público e notório a existência de animosidade entre o Apelante e a
vítima, em virtude desta já haver invadido a propriedade daquele, cuja perlenga alcançou a
esfera judicial, e, no dia do fato novamente foi surpreendida esbulhando, ao avançar o muro de
divisa, que ao ser interpelada pelo réu, redargüiu com ofensas e agressões, sendo injustificável e
dissociada da prova dos autos, a decisão proferida pelos jurados ao responderem positivamente o
quesito relativo a qualificadora da surpresa.
Pelas razões retro perfiladas impõe-se a cassação da decisão proferida pelo Conselho de
Sentença, determinando-se que o Apelante seja submetido a um novo julgamento por força das
diretrizes do parágrafo 3º do artigo 593, do Código de Processo Penal, ou proceda a adequação da
pena com a cassação da qualificadora retro alinhada.
DA SENTENÇA
A fixação da pena dentro das balizas estabelecidas pelas margens penais constitui,
conforme o art. 59, da Parte Geral do Código Penal, de 1984, uma tarefa que o juiz deve
desempenhar de modo discricionário, mas não arbitrário. O sentenciante possui, no processo
individualizador da pena, uma larga margem de discricionariedade, mas não se trata de
discricionariedade livre e, sim, como anota Jescheck3, de discricionariedade juridicamente
vinculada, posto que está preso às finalidades da pena e aos fatores determinantes do quantum
punitivo.
“Na fixação da pena o juiz deve pautar-se pelos critérios legais e recomendados pela
doutrina, para ajustá-la ao seu fim social e adequá-la ao seu destinatário e ao caso
concreto” (TJMT - AC - Rel. Shelma Lombardi de Kato - RT 612/353).
“O Juiz não pode, sem nenhum dado concreto, carregar na dosimetria da pena,
arbitrariamente e segundo sua opinião pessoal a respeito de um determinado tipo
penal, mormente depois de ter considerado a primariedade do agente” (TACRIM SP -
AC - Rel. Vanderlei Borges - RJD 23/214).
No caso em apreço, a prova dos autos mostra que o Apelante é pessoa de excelente conduta
social, sem qualquer antecedente judicial,detentor de primariedade o que imporia por via de
regra a fixação da pena base no mínimo legal.
Art. 1.210 - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de
ser molestado.
Por outro lado, a decisão apelada foi bastante econômica ao diminuir apenas dois meses no
momento em aplica a minoração referente as duas atenuantes reconhecidas pelos Jurados
(confissão espontânea e idade superior a setenta ao tempo da sentença) devendo ser corrigida por
Esta Colenda Corte.
EX POSITIS,
espera o Apelante, sejam as presentes razões recebidas, vez que próprias e tempestiva, dando-se
provimento ao presente recurso, em todos seus termos, como forma de prestigiar e aplicar a mais
reta e lídima JUSTIÇA.
Local, data
____________________
OAB
Razões de Apelação – Roubo – Participação de Menor Importância
RAZÕES DE APELAÇÃO
Protocolo : .....................
Apelante: ..........................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Insigne Relator,
A sentença recorrida de fls. ......., condenou o Recorrente pela suposta prática do ilícito
penal prescrito no art. 157, § 2º, inc. I, II e V de nosso Estatuto Substantivo Penal, imputando-lhe
a conduta descrita na denúncia, assim relatada:
“No dia ...................., por volta das ......... , no cruzamento da ........................ , nesta
cidade , os denunciados .................... e ......................... , em concurso e com unidade
de desígnios , com o adolescente ....................... ,subtraíram , mediante violência ,
perpetrada com o emprego de arma de fogo e , ainda , restringindo a liberdade de
locomoção da vitima ................................., o veiculo .................. , ............,
placa ............ ( fls....), de propriedade de ..............................., bem como os bens
móveis descritos às ...... dos autos, pertencentes à citada vítima.
Segundo apurado, no dia dos fatos, a vítima trafegava pela cidade no automóvel
supramencionado quando , no cruzamento da ....................., enquanto aguardava o
semáforo abrir, foi abordado pelos denunciados.
Apurou-se que o denunciado ......... encostou um revolver na cabeça da vitima e
anunciou um assalto, tomando a direção do carro.Os denunciados pegaram então a
carteira e o celular da vitima e logo depois a empurraram para o centro do veículo, os
denunciados ............ e .........., portando também outro revolver, entraram no veiculo
pela porta de trás, ,tendo o adolescente ............ sentado no banco da frente junto com
o denunciado ...........
Restou apurado que, dentro do carro. O adolescente encapuzou a vitima e os
denunciados foram em direção dão ......................., ficando, por aproximadamente
uma hora, dando voltas pela cidade, ocasião em que agrediram aquela com murros
no nariz, no rosto, pancadas no tórax e varias coronhadas também no rosto.
Consta que em determinado momento, os denunciados pararam o veiculo e
colocaram a vitima no porta-malas do automóvel, seguindo, posteriormente, rumo à
cidade de ...............
Segundo que consta, os denunciados ao pararem no ............, perceberam a presença
de policiais militares.
Informam os autos que os policiais militares, assim que avistaram o veiculo da
vitima, já avisados do roubo, iniciaram um perseguição, consta que os denunciados e
a policia passaram a trocar tiros, sendo que, em determinado, momento, aqueles
pararam o veiculo, já nas proximidades do trevo de ......................., e empreenderam
fuga pelo matagal
Durante a fase instrutória, não se apurou de forma clara e inconteste a suposta participação
do Acusado/defendente na prática do ilícito penal denunciado, ficando a autoria, com relação a
sua pessoa, nebulosa e controvertida tendo a sentença recorrida emitido juízo temerário ao
condena-lo a uma exacerbada pena constritiva da liberdade.
A prova produzida no processo não contraria a versão apresentada pelo acusado devendo
assim ser cassada a sentença proferida pela ilustre magistrada que presidiu o feito de cognição,
de forma que embora tenha ficado claro e evidente sua não participação ativa nos fatos narrados
na exordial, culminou o procedimento, injustificadamente, com édito condenatório.
Ademais, a versão apresentada pela vítima não aponta com exatidão qual foi o grau de
participação do Apelante, razão pela qual nada impede de dar credibilidade aos fatos da forma
narrada em seu interrogatório de fls. ..........
Por outro lado, Senhor Relator, a sentença recorrida restou carente de fundamentação ao
fixar a pena-base acima do mínimo legal, do mesmo modo que de forma injusta, no segundo
momento da dosimetria da reprimenda, elevou no limite máximo a majoração prevista no § 2º
do art. 157 do CPB, quando pela análise das questões judiciais, verifica-se que a pena-base
deveria ser ancorada no mínimo legal assim como a majorante referente as qualificadoras deveria
ser dosadas no patamar de um terço (....) e não na metade como fez a Juíza sentenciante.
DO DIREITO
Senhores Desembargadores, consoante o entendimento doutrinário-jurisprudencial
dominante, a pretensão deduzida na exordial acusatória para que tenha repercussão jurídica
deve ser amplamente provada durante a instrução criminal desenvolvida sob o manto da
garantia constitucional do contraditório, assumindo a acusação oficial o ônus probandi da
autoria, da materialidade e de todas as circunstâncias do fato. É corrente o entendimento, de que
o crime, como entidade jurídico-penal, só se aperfeiçoa ou se consuma quando o agente realiza
todos elementos que compõem a descrição do tipo legal.
“Não se presumindo a culpa, deve ser cumpridamente provada, dentro dos elementos
de sua configuração, desprezadas as deduções e as ilações ou a conclusões que não
se assentem em prova concreta, acima de qualquer dúvida” (Revista Forense
175/375).
Da Pena Exacerbada
A fixação da pena dentro das balizas estabelecidas pelas margens penais constitui,
conforme o art. 59 da Parte Geral do Código Penal, de 1984, uma tarefa que o juiz deve
desempenhar de modo discricionário, mas não arbitrário. O juiz possui, no processo
individualizador da pena, uma larga margem de discricionariedade, mas não se trata de
discricionariedade livre e, sim, como anota Jescheck1 de discricionariedade juridicamente
vinculada, posto que está preso às finalidades da pena e aos fatores determinantes do quantum
punitivo.
“Nunca é demais lembrar que o fim último da pena não é o de eternizar e muito
menos infernizar a situação do apenado; para reintegrá-lo, ou reinseri-lo ao meio
social torna-se fundamental dinamizar o tratamento prisional estimulando o homem
apenado e preparando-o necessariamente para o retorno. A esperança de momentos
mais fáceis e menos rigorosos, de liberdade ainda distante, é inerente ao complexo
tema da recuperação do condenado” (TARS - RA 290108117 - JUTARS 76/27).
“O Juiz não pode, sem nenhum dado concreto, carregar na dosimetria da pena,
arbitrariamente e segundo sua opinião pessoal a respeito de um determinado tipo
penal, mormente depois de ter considerado a primariedade do agente” (TACRIM SP -
AC - Rel. Vanderlei Borges - RJD 23/214).
Mesmo sabendo-se que aquela avaliação do art. 59 do CPB. destina-se, no sistema trifásico,
à alcançar a pena base, não se pode negar que deve ter repercussão no segundo e terceiro
momentos da equação que trata das causas especiais de aumento de pena, pelo que não se
justifica o aumento no patamar máximo previsto no § 2º do art. 157 do CPB.
“Não tem sentido a aplicação da pena, além do mínimo legal, a indivíduo primário e
de bons antecedentes, que vai cumpri-la depois de tantos anos após o fato criminoso.
Na aplicação da pena o juiz há que buscar o equilíbrio necessário entre o máximo
interesse social e o mínimo de expiação do réu” (TJMG - AC - Rel. José Arthur - RT
519/425).
Assim, Senhores Julgadores, não há como chancelar a condenação imposta pela sentença
recorrida, principalmente quando a clareza dos elementos produzidos nos autos indica que não
existem provas suficientes dos fatos narrados na denúncia, além do que o Recorrente, teve
participação de menor importância, circunstância esta não analisada no decreto do Juízo a quo, e
finalmente, teve o aumento de sua pena, injustificavelmente, afastada do mínimo previsto no §
2º do art. 157 do Código Penal, devendo a sentença recorrida ser cassada na forma pleiteada nas
presentes razões.
Vale Frisar que o Acusado, é pessoa de excelente relacionamento com sua família e sua
conduta social está integrada dentre da normalidade, é tecnicamente primário, devendo em caso
de prevalecer a condenação ter sua pena fixada no mínimo legal.
Pelo exposto, Espera sejam as presentes razões conhecidas, vez que próprias e tempestivas,
e por tudo o mais que dos autos consta, julgado procedente o apelo para cassar a sentença
recorrida, in totum, decretando-se a absolvição do Apelante, ou, ajustando a reprimenda penal
imposta, ao mínimo legal, pois desta forma Este Egrégio Sodalício, estará como de costume,
editando decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data.
___________________
OAB
Razões de Apelação – Roubo – Participação de Menor Importância
– Dosimetria da Pena
RAZÕES DE RECURSO
Protocolo : ................
Apelante: ...................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Segundo apurado, no dia dos fatos, a vítima trafegava pela cidade no automóvel
supramencionado quando , no cruzamento da..........................., enquanto aguardava
o semáforo abrir, foi abordado pelos denunciados.
Apurou-se que o denunciado ........ encostou um revolver na cabeça da vitima e
anunciou um assalto, tomando a direção do carro.Os denunciados pegaram então a
carteira e o celular da vitima e logo depois a empurraram para o centro do veículo,os
denunciados ......................, portando também outro revolver, entraram no veiculo
pela porta de trás, ,tendo o adolescente .............. sentado no banco da frente junto
com o denunciado ...........
Restou apurado que, dentro do carro. O adolescente encapuzou a vitima e os
denunciados foram em direção ............., ficando, por aproximadamente uma hora,
dando voltas pela cidade, ocasião em que agrediram aquela com murros no nariz, no
rosto, pancadas no tórax e varias coronhadas também no rosto.
Consta que em determinado momento, os denunciados pararam o veiculo e
colocaram a vitima no porta-malas do automóvel, seguindo, posteriormente, rumo à
cidade de ...........
Segundo que consta, os denunciados ao pararem no ..........., perceberam a presença
de policiais militares.
Informam os autos que os policiais militares, assim que avistaram o veiculo da
vitima, já avisados do roubo, iniciaram um perseguição, consta que os denunciados e
a policia passaram a trocar tiros, sendo que, em determinado, momento, aqueles
pararam o veiculo, já nas proximidades do trevo de ..............., e empreenderam fuga
pelo matagal
Durante a instrução criminal, não foi apurado, de forma clara e inconteste, a eventual
participação do Apelante na prática do ilícito penal denunciado, ficando a autoria, com relação a
sua pessoa, nebulosa e controvertida tendo a sentença recorrida emitido juízo temerário ao
condena-lo a uma exacerbada pena constritiva da liberdade.
Há que ressaltar fato relevante, não considerado pela decisão do juízo a quo, de que as
testemunhas arroladas na denuncia apontam a pessoa do co-réu _____ e o menor de idade ____,
como os autores diretos do fato, e que apenas ouviram dizer que ____ também estava presente
no local onde o crime foi praticado, o que vale dizer que a sentença condenatória foi erigida no
terreno movediço da incerteza, o que impõe a edição de reparo por Esta Egrégia Corte.
Assim, era imperioso que na sentença, ora hostilizada, fosse detraído da reprimenda
imposta o quantum referente ao reconhecimento da participação de menor importância com
relação a pessoa do Apelante.
Por outro lado, o Apelante ................, conforme depoimentos prestados pelas testemunhas
arroladas na defesa prévia exerce ocupação lícita, é estudante regularmente matriculado em
estabelecimento de ensino, vive em ambiente familiar exemplarmente constituído na companhia
de seus genitores, que no decorrer do presente se fizeram atuantes na luta pela prova de sua
inocência porque ciosos que o mesmo não possui personalidade voltada para a senda criminosa,
sendo primário, gozando de respeito e admiração no meio social onde vive.
A prova produzida no processo não contraria a versão apresentada pelo acusado devendo
assim ser cassada a sentença proferida pela ilustre magistrada que presidiu o feito de cognição,
de forma que embora tenha ficado claro e evidente sua não participação ativa nos fatos narrados
na exordial, culminou o procedimento, injustificadamente, com édito condenatório.
Por outro lado, Senhor Relator, a sentença recorrida restou carente de fundamentação ao
fixar a pena-base acima do mínimo legal, do mesmo modo que de forma injusta, no segundo
momento da dosimetria da reprimenda, elevou no limite máximo a majoração prevista no § 2º
do art. 157 do CPB, quando pela análise das questões judiciais, verifica-se que a pena-base
deveria ser ancorada no mínimo legal assim como a majorante referente as qualificadoras deveria
ser dosadas no patamar de ....... (...) e não na metade como fez a Juíza sentenciante.
DO DIREITO
“Não se presumindo a culpa, deve ser cumpridamente provada, dentro dos elementos
de sua configuração, desprezadas as deduções e as ilações ou a conclusões que não
se assentem em prova concreta, acima de qualquer dúvida” (Revista Forense
175/375).
“Na fixação da pena o juiz deve pautar-se pelos critérios legais e recomendados pela
doutrina, para ajustá-la ao seu fim social e adequá-la ao seu destinatário e ao caso
concreto” (TJMT - AC - Rel. Shelma Lombardi de Kato - RT 612/353).
“O Juiz não pode, sem nenhum dado concreto, carregar na dosimetria da pena,
arbitrariamente e segundo sua opinião pessoal a respeito de um determinado tipo
penal, mormente depois de ter considerado a primariedade do agente” (TACRIM SP -
AC - Rel. Vanderlei Borges - RJD 23/214).
Mesmo sabendo-se que aquela avaliação do art. 59 do CPB. destina-se, no sistema trifásico,
à alcançar a pena base, não se pode negar que deve ter repercussão no segundo e terceiro
momentos da equação que trata das causas especiais de aumento de pena, pelo que não se
justifica o aumento no patamar máximo previsto no § 2º do art. 157 do CPB.
“Não tem sentido a aplicação da pena, além do mínimo legal, a indivíduo primário e
de bons antecedentes, que vai cumpri-la depois de tantos anos após o fato criminoso.
Na aplicação da pena o juiz há que buscar o equilíbrio necessário entre o máximo
interesse social e o mínimo de expiação do réu” (TJMG - AC - Rel. José Arthur - RT
519/425).
Assim, Senhores Julgadores, não há como chancelar a condenação imposta pela sentença
recorrida, principalmente quando a clareza dos elementos produzidos nos autos indica que não
existem provas suficientes dos fatos narrados na denúncia, além do que o Recorrente, teve
participação de menor importância, circunstância esta não analisada no decreto do Juízo a quo, e
finalmente, teve o aumento de sua pena, injustificavelmente, afastada do mínimo previsto no §
2º do art. 157 do Código Penal, devendo a sentença recorrida ser cassada na forma pleiteada nas
presentes razões.
Vale Frisar que o Acusado, é pessoa de excelente relacionamento com sua família e sua
conduta social está integrada dentre da normalidade, é tecnicamente primário, devendo em caso
de prevalecer a condenação ter sua pena fixada no mínimo legal.
EX POSITIS,
espera sejam as presentes razões conhecidas, vez que próprias e tempestivas, e por tudo o
mais que dos autos consta, julgado procedente o apelo para cassar a sentença recorrida, in
totum, decretando-se a absolvição do Apelante, ou, ajustando a reprimenda penal imposta, ao
mínimo legal, pois desta forma Este Egrégio Sodalício, estará como de costume, editando
decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data
________________
OAB
Razões de Apelação – Tráfico de Drogas
RAZÕES DE APELAÇÃO
Protocolo ............................
Apelante: .....................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
A denúncia que capeia os autos narra o suposto fato ilícito atribuído ao Apelante do
seguinte modo in verbis (Fls. ........):
“Em ....................... , por volta das ......... horas, nas proximidades do posto da
Policia Rodoviária Federal localizado na BR ........, nesta cidade, os
denunciados ............ , ........................ e ......................................................,
transportavam cerca de ... quilos e .... gramas de maconha, substância entorpecente
capaz de causar dependência física e psíquica, de circulação proibida em todo o
território nacional, nos termos da Portaria nº 344/98 do DIMED. “ (fls. ....).
Por seu turno o Acusado ................., confirma in totum a versão apresentada por ............,
no sentido de que o Acusado ............, ignorava a existência da droga no interior do veículo que
dirigia, quando assim reporta as fls. .........:
“que não conhecia .........., mas apenas .............; (...) que no dia dos fatos , o
interrogando saiu do trabalho por volta das ........ horas e passou na casa de ............,
seu conhecido de infância; que é usuário de maconha a exemplo de ...............; que
em .............. não estava havendo maconha para comprar; que chamou ................ para
irem até .................... comprar maconha; que chegando em ............., pararam em um
posto de gasolina de gasolina, a margem da rodovia, do lado esquerdo; que ali
encontraram um hippie; que essa pessoa indicou uma terceira pessoa para vender a
droga; que o interrogando e ............. compraram ........ mil reais de maconha; (...); que
essa droga seria destinada apenas ao uso do interrogando e .................; (...) que após a
compra da droga resolveram retornar para .............. e como tinha ido para ............. de
lotação, resolveram pedir carona a uma pessoa que estava no posto, cujo veículo
tinha placa de .................; que essa pessoa é ............ que lhe cobrou o valor de vinte
reais para transporta-los até ...............; (...); que em certa altura da rodovia havia uma
blitz da PRF; que ............ não viu a blitz e continuou a sua marcha; (...); que não
viram que estavam sendo seguidos por uma viatura da PRF; que viram apenas no
momento em que foram interceptados no meio da rodovia; nesse momento ficou
assustado pois não sabia o que estava acontecendo;” (Grifei).
Nenhuma das testemunhas ouvidas em juízo declarou que a substância apreendida era
destinada ao comércio ilegal de drogas, conforme informa o policial rodoviário
federal, ..........................................., às fls. .........:
“que o depoente não tem conhecimento se no interior do veículo foram encontrados
outros elementos que fizesse concluir que os acusados transportavam a droga para
comércio”
Além disso, não fez prova de que realmente estava retornando de ................. , onde
alega que tinha ido para comprar um carro; prova esta fácil de produzir, já que para
adquirir veiculo teve que entrar em contato com pessoas ali domiciliadas ou
empresas ali instaladas.
Todas estas circunstancias são premissas que levam a. conclusão de que ...............
tinha pleno conhecimento de que transportava a droga.” (Grifos nossos)
Em primeiro lugar não existe nos autos qualquer indícios de que a droga exalava qualquer
tipo de odor, principalmente porque estava acondicionado em embalagem plástica, o que veda a
exalação de eventual propagação de cheiro; em segundo lugar, não restou comprovado que o
Apelante deixou de parar ao sinal do policial da PRF, somente em função da existência de droga
no interior do veículo, como poderia também advir de falta de atenção ao entender que seria
apenas uma ordem para diminuir a velocidade; em terceiro lugar, o dado de ser o entorno
de .............. região violenta não inviabiliza a hipótese de se dar carona a pessoas desconhecidas
(a não ser que o proprietário seja uma mulher e juíza de direito da região, que lida no dia a dia
com a criminalidade), e, em quarto lugar a Ilustre Magistrada se esqueceu de que o co-
réu ............... , as fls. ......, afirmou categoricamente que pediu carona a .............. “ cujo veículo
tinha placa de ......................”
Por outro lado, o réu, não tem a obrigação processual de provar sua inocência, que já
presumida constitucionalmente, porém ao Ministério Público competia se desincumbir do ônus
probandi que assumido ao editar a denúncia.
Logo se percebe que a condenação do Apelante .................. , foi fruto da imaginação fértil
da magistrada prolatora da sentença recorrida, devendo ser cassada por este Egrégio Tribunal.
DO DIREITO
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica. Nada
de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre
desativada de dúvidas”. (CARRARA)
Art. 156 -
Acentua, ainda, o ilustre jurisconsulto: A regra inserta na Carta Política (art. 5º, LVII)
inverte, totalmente, o ônus da prova para o Ministério Público. Hoje não é mais o réu que tem
que provar o álibi alegado; é o Ministério Público que tem que provar a inexistência deste álibi. 2
Nesta esteira de entendimento já pontuou o Supremo Tribunal Federal, tendo como relator
o Ministro Celso de Mello, ao prolatar o acórdão, cujo trecho da ementa se transcreve adiante:
“A exigência de comprovação plena dos elementos que dão suporte à acusação penal
recai por inteiro e com exclusividade, sobre o Ministério Público. Essa imposição do
ônus processual concernente à demonstração da ocorrência do ilícito penal reflete na
realidade e dentro de nosso sistema positivo, uma expressiva garantia jurídica que
tutela e protege o próprio estado de liberdade que se reconhece às pessoas em geral.
(Grifei).
(...)
Nenhuma acusação penal se presume provada. Não compete ao réu demonstrar a sua
inocência. Cabe ao Ministério Público comprovar, de forma inequívoca,a
culpabilidade do acusado. Já não mais prevalece , em nosso sistema de direito
positivo, a regra, que, em dado momento histórico do processo político brasileiro
(Estado Novo), criou, para o céu, com a falta de pudor que caracteriza os regimes
autoritários, a obrigação de o acusado provar sua própria inocência (Decreto-lei nº
88, de 20.12.37, art. 20, nº 5). Não se justifica sem base probatória idônea, a
formulação possível de qualquer juízo condenatório, que deve sempre assentar-se -
para que se qualifique como ato revestido de validade ético-jurídica - em elemento de
certeza, os quais, ao dissiparem ambigüidades, ao esclarecerem situações equivocas
e ao desfazerem dados eivados de obscuridade, revelam-se capazes de informar,
como objetividade, o órgão judiciário competente, afastando, desse modo, dúvidas
razoáveis, sérias e fundadas que poderiam conduzir qualquer magistrado ou tribunal
a pronunciar o non liquet3" (Grifei)
A Constituição Federal assegura o princípio da presunção de inocência, figurando, agora,
verdadeiro direito público subjetivo constitucional do acusado. O ônus da prova da ocorrência
do crime cabe ao órgão da acusação. Não logrando obter êxito, a absolvição torna-se imperativo
de ordem pública nada justificando o decreto condenatório editado pelo Juízo de piso.
No caso em apreço, a Acusação, competia o ônus da prova dos fatos alegados na denúncia,
e nada conseguiu provar durante a instrução criminal, erigindo sua pretensão condenatória
única e exclusivamente na quantidade da droga apreendida, com meio de presunção da
destinação para o comércio clandestino, situação inaceitável no processo penal, onde a
condenação exige a certeza inabalável da culpabilidade do réu.
Logo, Senhores Julgadores, a propriedade da substância apreendida, ficou clara, eis que os
co-réus .............. e ........................, assumiram que realmente a adquiriram em .................. ,
informando que a destinação seria para uso próprio.
A doutrina mais conceituada, afirma que o juiz, no momento da decisão, deve se nortear
pelo princípio da não culpabilidade, mesmo que vigorosas sejam as presunções e ilações. Como
no caso em apreço, em que se poderia indagar, sem sucesso, se o Acusado/defendente teria ou
não conhecimento da existência de droga no interior de seu carro, quando o suporte probatório
não traz prova robusta neste sentido, a declaração do non liquet era um imperativo de ordem
pública ao invés de uma condenação erigida no terreno movediço da dúvida e suposição.
É correto afirmar que o NULLUM CRIMEN SINE ACTIO seja o reitor do direito penal. E o
agente ativo da conduta fática só pode ser punido pelo fato existente na realidade. Jamais pela
presunção, assim sendo a absolvição do acusado ......................, era um imposição lógica, diante
da fragilidade da prova coligida nos autos, no que pertine a autoria do fato narrado na denúncia.
Deste modo seria indeclinável que o Juízo de piso, indicasse de forma verossímil e lógica,
quais foram os elementos de provas existentes no processo que pudesse eliminar a possibilidade
da droga ser destinada ao uso próprio, para daí articular o raciocínio na direção do tráfico. Haja
vista que a prova da mercancia, e da circulação constitui elemento sine qua non para a
configuração do ilícito penal insculpido no art. 33 da Lei nº 11.343/06.
Efetivamente, todavia, não há nos autos prova de que a substância tenha circulado, muito
menos que teria esta destinação, de tal modo que não está integrado o tipo. Nem a norma. Toda
discussão sobre a quantidade expressiva de maconha apreendida é irrelevante. E bem assim são
inconsistentes os demais indícios, porque não dizem sobre a circulação, no sentido do tipo.
Convém, também, ressaltar que os policiais da PRF que depuseram em juízo, não
traduziram prova de que a droga destinava-se ao comércio clandestino, ficando esta ilação
atrelada única e exclusivamente na quantidade expressiva apreendida. A jurisprudência
dominante tem rechaçado a presunção de traficância exclusivamente pela quantidade elevada de
droga apreendida:
Vejamos a jurisprudência:
EX POSITIS,
espera o Apelante, sejam as presentes razões recebidas, vez que próprias e tempestiva,
dando provimento ao presente recurso, reformando-se a sentença recorrida para absolve-lo,
mandando que se expeça o competente ALVARÁ DE SOLTURA, na forma requerida, pois desta
forma Vossas Excelências, estarão restabelecendo o império da Lei, do Direito e da excelsa
JUSTIÇA.
Nestes Termos
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
___________________
OAB
Razões de Apelação – Tráfico de Drogas – Insuficiência de Provas
RAZÕES DE RECURSO
Protocolo
Apelante:
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Ora, nota-se que ......... está sendo processado pelo simples fato de ter transportado
indivíduos que supostamente poderiam praticar um ilícito e/ou um possível telefone celular de
sua propriedade para facilitar a comunicação entre ...... e os transportados. Todavia, tanto na fase
inquisitorial quanto na judicial todos foram unânimes em frisar que o acusado ......., por possuir
um caminhão baú e ser devedor de ......, compensaria sua dívida realizando um frete, de levar a
família deste para o ........ Também, para liquidar a dívida, entregaria seu aparelho de telefone
celular, haja vista que só o valor do frete seria insuficiente para saldar seu débito, para com o
acusado .......
“QUE como ........ devia R$ .......... ao interrogado o frete seria descontado desta
dívida; QUE tal dívida decorre de empréstimo em dinheiro feito pelo interrogado
a ...........; (...) QUE ............. recusou-se a transportar a maconha;” (Auto de
Qualificação e Interrogatório de .............................. – fls....)
“QUE no dia seguinte fez contato com ................. por meio de um telefone público,
uma vez que não conseguiu ligar do celular que estava com ..........; (...) QUE
como .................. não quiseram ficar com a maconha no caminhão, então, pediu uma
carona para ............... e foi levar a maconha para casa de sua mãe; (...) ............ não
quis voltar com o entorpecente; QUE não sabe o que ............ conversou com ........
durante o trajeto .......-........; QUE não sabe dizer qual seria a parte de ............. no
negócio; (Auto de Qualificação e Interrogatório de ................ – fls. ...)
“QUE na semana passada foi procurado por .......... e ......... e estes lhe disseram que
gostariam de passear em ...................., indagando qual seria o valor de um frete,
pois ....... gostaria de levar sua moto para negociá-la naquele município; ...............
disse que naquele município o valor da moto seria mais alto; QUE o valor do frete
seria de aproximadamente R$ .............. e como devia a ............... R$ .............. seria
feita a compensação; QUE tomou conhecimento que ........... iria trocar a moto por
maconha na segunda-feira, momento em que ....... encontrou-se com ............; (...)
QUE recusou-se a transportar a droga de ........ para ......... em seu caminhão; (...) QUE
vendeu o seu telefone celular linha 974-7858 para ..........., um dia antes da viagem,
ou seja, na (data), ; QUE ........... nada pagou pelo aparelho, pois o valor do celular
também foi descontado da dívida;” (Auto de Qualificação e Interrogatório
de .................... – fls. ....).
“que o depoente alega que a acusada ......., acusada aqui presente, portava um
telefone celular, não dizendo se era dela ou não;”( Termo de Assentada de .............. –
fls..../...)
“Que na época dos fatos narrados na denúncia apenas alugou o seu caminhão
para .................. e ................., mais não teve notícia da infração. (...) Que o declarante
trabalha aqui em .............. com fretes de caminhões e estava no ponto onde trabalha
quando foi procurado por ........... e ......., para fazer um frete para a cidade de ........ no
........, perguntou por quanto o declarante fazia, disse para deixá-los lá cobraria
R$ .............. então eles disseram que precisava viajar com a família, levando colchão
e outra tralhas, por que iam visitar a mãe que morava lá; que iam ficar apenas quatro
dias e pediram para que o declarante ficasse lá esses dias, pelo valor de R$ ...........,
que o declarante achou muito pouco por causa da quantidade de dias, mais como o
declarante já tinha trabalhado com ............, por que trabalhava no mesmo ponto de
táxi e ............ tinha vendido o seu táxi e o declarante pegou com ele R$ .........
emprestado para comprar um baú para o seu caminhão que era de carroceria aceitou
a fazer o frete, porque assim pagaria ......... (...) encontraram uma pessoa
chamada .......... que se interessou pela moto, e ouviu eles conversando e ............
disse a ........... e .........., que dava ..... quilos de maconha pelo veículo; que quando o
declarante ouviu essa proposta disse a eles que tinha ido apenas para fazer um frete e
que nunca tinha mexido com isto e não transportaria de forma alguma maconha em
seu caminhão; (...) que chegando em ..................., ..........ligou para ...... de um celular,
que o declarante tinha vendido para ......... e ainda está em seu nome em pagamento
dos juros da dívida que tinha com ..................; (Termo de Qualificação e
Interrogatório de ................ – fls. ..../....)
“que o depoente alega que com a ............... foi aprendido um aparelho celular, não
recordando se a mesma disse a quem pertencia; (...) Que o depoente alega que
a ............... disse que a maconha pertencia a seu .......”(Termo de Assentada
de .......................... – fls. (.../...)
Por outro lado, as testemunhas arroladas pela defesa do Acusado .........., foram unânimes
em afirmar que a viagem para a cidade de ......... foi acertadas em suas presença e se destinava
apenas ao transporte da família de ........ até a cidade de .........., não ficando ajustado qualquer
atividade de mercancia de tóxicos:
“Que o depoente trabalha como chapa, fazendo serviços para diversos proprietários
de caminhão, sendo que um dia estava no ponto nas proximidades do Terminal
Urbano desta cidade, quando chegaram dois rapazes e conversaram com o
acusado ..........., solicitando um frete em um caminhão baú para o mesmo; que
apenas ouviu eles conversando que precisavam de um caminhão fechado, porque
queriam levar umas crianças também até a cidade de ........., onde visitariam a mãe
deles, sendo que a finalidade de estarem fretando um caminhão baú era em razão
deles quererem ficar lá uns três dias e também para poderem, no caminho, pararem e
cozinhar; que apenas ouviu esse diálogo; (...) que, conhece o acusado ........ há ....
anos, período no qual nunca viu um mal comportamento da parte dele; (...) que, o
acusado ......... informou ao depoente que, chegando naquela cidade, os mencionados
rapazes foram e adquiriram droga, pedindo para o mesmo trazer até esta cidade; que,
no entanto, ........... disse que não traria no seu caminhão, pois tinha sido contratado
apenas para o passeio referido e não transportava aquele tipo de coisa no seu veículo;
Que o acusado ......... informou que vendeu o telefone celular par a acusada .........,
sendo que não ficou sabendo se esta negociação foi feita em ............, durante a
viagem ou na cidade mato-grossense;” (Termo de Assentada de ................... –
fls. .....) (GRIFEI)
“Que dos acusados conhece ............ e .........., de vista e, quanto a ..........., trabalha no
ponto em que o mesmo mantém um caminhão para frete; (...) que se encontrava no
mencionado local, quando os acusados ............ e .......... chegaram e foram conversar
com o acusado ...........; que como sempre que chega alguém se aproxima dos donos
do caminhão para ver se é algum frete, em que poderão trabalhar no carregamento, se
aproximou deles, quando pode ouvir que aqueles queriam contratar os serviços deste
para que fossem levados até o ..............., juntamente com uma criança, até a
residência da mãe de ...............; (...) que parece que ficaram combinado pelo frete no
valor de .........., para sair no dia seguinte; que por intermédio de outras pessoas, após
o acusado .......... retornar daquela viagem, ficou sabendo que aqueles, ......... e ..........,
queriam trazer uma droga, com o que .......... não concordou; (...) que não ficou
sabendo se o acusado Agnaldo emprestou o aparelho de telefone celular para a
acusada .........;” (Termo de Assentada de .................................... – fls.....v) (GRIFEI)
DO DIREITO
Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais
evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda
conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a
pena, como conseqüência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato
jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).
Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita
colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí,
dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável,
atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou
antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno,
Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.)
Inicialmente, Senhores Julgadores no caso em apreço, há que ressaltar sendo a tipicidade, a
justaposição ou adequação da conduta atribuída ao Apelante ao tipo legal de crime, ou seja, a
conformidade do fato com a descrição precisa da definição legal da infração penal objeto do
persecutio criminis in judicio. Nesta linha de raciocínio, a ação do Apelante não pode ser
considerada típica ou ilícita, vez que descaracterizada de qualquer feição criminosa, por
ausência dos requisitos elementares típicos, indispensáveis para o aperfeiçoamento da conduta
punível (crime), que são a tipicidade, a ilicitude ou antijuridicidade, entendida “como a relação
de contrariedade entre a conduta da vida real e o ordenamento jurídico” (Welzel, Das Deutsche
Strafrecht, pag. 50; Jescheck, Lehrbuch, pag. 175; Petrocelli L’antigiuridicitá,pag. 13 - Apud. -
Francisco de Assis Toledo, “Princípios..” pag. 85 - Ed. 1991).
Diz a jurisprudência:
“Não se pode ter como provada a autoria intelectual do delito com base nas
declarações dos co-réus, aliás desmentidas pelos mesmos em juízo e não
corroboradas por qualquer outra prova testemunhal.” (TJBA – 1ª Cam. Crim. – Rel.
Oliveira Martins – in Rev. Bahia Forense, vol. V pág. 233).
Verifica-se, assim, que a prova penal é objeto de duas operações distintas: a investigação
(inquérito policial) e a instrução. Aquela, por ser extrajudicial, não pode servir de base ao
julgamento final da pretensão punitiva, pelo que só a instrução, como elemento integrante do
processo, fornece ao julgador os dados necessários sobre a quaestio facti da acusação a ser
julgada.
“É evidente que o conjunto probante do inquérito, por não obedecer aos preceitos
constitucionais da amplitude da defesa e de instrução contraditória, há de ser
encarado como qualquer outra prova extrajudicial e, portanto, não leva a coisa
alguma útil se não é confirmado, ao menos quantum satis, pela prova colhida no
ambiente judicial, este saudavelmente arejado pelo oxigênio do Direito”(ac. un. de
27. 11 . 70, da 4ª Câm. do TACrimSP, na Ap. 22.830, de Itanhaém, rel. Juiz Azevedo
Júnior, in RT 426/395).
Outrossim, nem cabe assertar que posicionamento diverso seria possível por força do livre
convencimento ou íntima convicção do Juiz, que não sofre limitações, importando pois,
preponderantemente, a realidade dos fatos que entreveja nas provas, e não o lugar onde estas
foram colhidas. Concessa vênia daqueles que assim sustentam, sufragar-se tal escólio implicaria
postergar-se, de maneira flagrante, o princípio basilar do contraditório, fazendo-se dele tabula
rasa e simples quimera, com sua colocação no esquecimento.
Outra não é a lição de Frederico Marques: embora o princípio do Livre convencimento não
permita que se formulem regras apriorísticas sobre a apuração e descoberta da verdade, certo é
que traz algumas limitações a que o Juiz não pode fugir; e uma delas é a de que, em face da
Constituição, não há prova (ou como tal não se considera), quando não produzida
contraditoriamente”
Se a Constituição solenemente assegura aos acusados ampla defesa, importa violar essa
garantia valer-se o Juiz de provas colhidas em procedimento em que o réu não podia usar do
direito de defender-se com os meios e recursos inerentes a esse direito.
Justamente porque carece o inquérito do contraditório penal, nenhuma validade tem, para
amparar um decreto condenatório, por colocar em ângulo sombrio o princípio do contraditório e
por transportar, para a fase judicial, a feição inquisitiva do caderno administrativo, onde o
depoimento foi carreado sem o descortino da defesa do acusado.
No caso em apreço, o que se apurou pela prova coligida na instrução criminal foi que o
Apelante ao transportar os demais até a cidade de ................. tinha a finalidade única e exclusiva
de recebimento do respectivo frete com o consequente abatimento em débito contraído junto a
pessoa do acusado ..............., não tendo agido com animus delinquendi, não sendo assim
suficiente para configurar a co-autoria o simples auxílio material, sendo necessária a
demonstração inequívoca de um acordo de vontades, no sentido de uma participação ciente e
consciente na obtenção do resultado visado pela prática do delito.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
“Condenação exige certeza E certeza absoluta, quer do crime quer da autoria. “Não
basta a alta probabilidade desta ou daquele.
“A certeza é, aqui, “a consciência dubitandi secura° de que falava Vico e que não
admite graus. Tem de fundar-se em dados objetivos indiscutíveis, de caráter geral,
que evidenciem o delito e autoria (Sauer, Grundlagen des Prozessrechts, 1929, p. 75),
sob pena de conduzir tão-somente à íntima convicção insuficiente” (Heleno Fragoso,
“RDPenal Vol. 5, Pág. 148, ed. Borsói”).
A íntima convicção, sem apoio em dados ou elementos indiscutíveis, leva à simples crença
e não àquela certeza necessária e indispensável à condenação. Essa certeza não pode ser,
igualmente, a certeza subjetiva, formada na consciência do julgador.
No mesmo diapasão tem sido o entendimento esposado por este Colendo Sodalício, na
venerável decisão proferida no Habeas Corpus nº 13.490-4/217 , da comarca de Jaraguá, tendo
como Relator o Ilustre Desembargador Byron Seabra Guimarães, cuja ementa assim dita:
Prova. Dúvidas. “In dúbio pro reo”. Absolvição. Se diante do fato há duas versões,
uma fornecida pela declarada vítima e outra pelo acusado, não se trata de questionar
o velho adágio testius unus, testius nullus, mas de constatar dentro do conjunto
probatório na variante de possibilidades a versão cabal, firme e inconteste da
dinâmica do acontecer, caso contrário, diante da intranqüilidade da dúvida, o único
caminho que resta ao julgador sereno e imparcial é a aplicação do consagrado
princípio in dúbio pro reo ínsito no artigo 386,VI,do CPP. Recurso do órgão do
Ministério Público improvido. ( TACRIM-RJ, Ap. 46.108,28 câmara julgadora, em
24/09/1992.
No caso em apreço, a Acusação, competia o ônus da prova dos fatos alegados na denúncia,
e nada conseguiu provar durante a instrução criminal, erigindo sua pretensão condenatória
única e exclusivamente nos depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão dos acusados, os
quais em juízo não confirmaram seus depoimentos prestados na delegacia de polícia.
...
Sendo, pois, a prova, insuficiente para lastrear decreto condenatório a absolvição se impõe,
como tem entendido o nosso Egrégio Tribunal de Justiça, conforme ementa que segue:
Segundo MALATESTA:
“sendo a prova o meio objetivo pelo qual o espírito humano apodera da verdade, sua
eficácia será tanto maior quanto mais clara, mais plena e mais seguramente ela
induzir no espírito a crença de estarmos de posse da verdade. Logo, o espírito
humano, relativamente ao conhecimento de um fato pode encontrar-se em estado de
ignorância, dúvida ou certeza, e somente o último autoriza a prolação de decreto
condenatório no processo penal
- Exaurida a figura típica descrita no artigo 12, c/c o artigo 18, inciso III, da Lei n°
6.368/76 e havendo prova suficiente para a condenação, não merece reparo a
sentença prolatada.
- Desde que o condenado pela prática do crime definido pelo artigo 12, da Lei n°
6.368/76, preencha os requisitos objetivos e subjetivos exigidos pelo artigo 44 do
Código Penal, é tecnicamente possível a aplicação da Lei n° 9.714/98, a fim de
substituir-se a pena corporal imposta por outras restritivas de direitos, incabível
neste caso, como demonstrado, por falta de requisitos mínimos. - Recurso
improvido.”
Na hipótese dos autos, em caso de condenação, convém registrar que o Acusado preenche
os requisitos subjetivos para ver sua reprimenda ancorada ao mínimo legal, e, aplicada o
benefício da substituição da pena, prevista no art. 44 e seguintes do Código Penal.
EX POSITIS,
espera sejam as presentes razões conhecidas, vez que próprias e tempestivas, e por tudo o
mais que dos autos consta, julgado procedente o apelo para cassar a sentença recorrida,
ajustando a reprimenda penal imposta, pois desta forma Este Egrégio Sodalício, estará como de
costume, editando decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Local, data.
___________________
OAB
Razões de Recurso de Apelação – Corrupção de Menores
RAZÕES DE APELAÇÃO
PROTOCOLO ....................
Apelante: ...................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Insigne Relator,
A matéria objeto da presente irresignação já foi motivo de recurso do mesmo jaez, tendo
esta Egrégia Corte ex officio declarado a nulidade da sentença, no tocante a individualização da
pena, determinando a lavratura de outra em obediência aos critérios do art. 68 e 59 do Código
Penal. Embora, não haver apreciado mérito ficou sufragado a manutenção das condenações
impostas pelo Juízo de piso.
Com a devida vênia, como diz o dito popular “a emenda ficou pior que o soneto”.
Pois vejamos:
A nova sentença alicerçou-se nos mesmos pilares do conjunto probatório, que serviu de
base à aquela anulada, cuja conclusão a que chegou foi de que a quantidade de pena suficiente
para reprovação e prevenção do crime seria de ... anos e ... meses de reclusão a serem cumprida
no regime aberto., agora, sem que houvesse qualquer mudança no cenário criminoso, obteve-se
um total de ... anos e ... meses. Ou seja, de lá para cá houve um acréscimo radical na reprimenda
penal, diga-se injustificável, porquanto o fato continuou o mesmo e as circunstâncias judiciais
permaneceram inalteradas.
De igual modo, não há justificativa plausível para a dupla condenação por corrupção de
menores (art. 218 CPB), pois se trata de crime de múltipla ação, sendo que a condenação na
forma prescrita na sentença recorrida constitui indisfarçável bis in idem, uma vez que ambas as
figuras “presenciar a prática de atos libidinosos e praticar ato libidinoso” estão no inseridos na
mesma conduta, pelo que não poderiam ocasionar duas condenações.
Diz a jurisprudência:
Outro fator discrepante da boa lógica é a exasperação da pena na segunda figura, do art.
218-A, do Código Penal com sua recentíssima redação que lhe emprestou a Lei 12.015/2009,
quando a análise das questões judiciais são visceral e totalmente idênticas as da primeira, o que
seria mais coerente a colocação da reprimenda penal no mesmo patamar, e não o dobro como
equacionou a magistrada de piso.
“O Juiz não pode sem nenhum dado concreto, carregar na dosimetria da pena,
arbitrariamente e segundo sua opinião pessoal a respeito de um determinado tipo
penal, mormente depois de ter considerado a primariedade do agente” 4
“(...) Em face disso, surpreendido na realização de uma das ações, seja inicial, seja
intermediária ou final, responde por um só delito..” 5
Do mesmo modo obrou a Juíza sentenciante na fixação das penas com relação aos crimes
previsto no art. 241 do ECA, com relação as vítimas ........ e ............. Análise das questões
judiciais idênticas e penas diferentes.
É indeclinável que Esta Egrégia Corte, mais uma vez, julgue procedente o presente recurso,
decretando a nulidade da sentença e faça a adequação da reprimenda penal, de forma lógica e
racional.
Com relação a matéria de mérito o Apelante, pugna pela incorporação das argumentações
contidas nas fls. .............., nas presentes razões.
EX POSITIS,
espera o Apelante, ................, sejam as presentes razões recebidas, vez que tempestivas e
próprias, para final dar provimento ao apelo, conseqüentemente, decretada sua absolvição, nos
termos da legislação pertinente, pois desta forma Este Egrégio Sodalício, estará editando
decisório carregado de equidade, restabelecendo o império da Lei, do Direito de Excelsa
JUSTIÇA.
Local, data.
_________________
OAB
Razões de Recurso de Apelação – Júri Decisão Manifestamente
Contrária as Provas dos Autos e Erro ou Injustiça na Aplicação
RAZÕES DE RECURSO
Protocolo Nº ...........................
Apelante:............................................
Apelado : Justiça Pública
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Conforme ficou apurado nos autos, o Apelante, no dia .............. , por volta das ........ horas,
ao sair de uma quermesse que se realizava na paróquia do bairro ................. , em companhia de
seus irmãos e co-réus ............................................... E .................................................., o último foi
abordado pela vítima que fez um gesto de sacar uma arma do interior de uma bolsa, quando foi
alvejado por ......... com vários disparos de arma de fogo, provocando lesões que foram a causa de
sua morte.
Em todas ocasiões em que foi ouvido o co-réu ......... , admitiu ter desferido todos disparos
que provocaram a morte da vítima.
Fls. 35 – “QUE era por volta das ........ quando a depoente saiu da barraca para em
sua residência que fica muito perto do local; QUE estava a depoente quase chegando
em sua residência quando ouviu dois tiros aproximadamente; QUE em seguida a
depoente ouviu dizer que ram tiros de revolver e com medo a depoente recuou em
direção a barraca da festa.” (Grifei).
Já em Juízo, a referida testemunha, altera sistematicamente a versão apresentada, por
ocasião dos fatos, ao afirmar:
Fls. 82v. “estava na barraquinha quando a vítima convidou a depoente para ir até a
porta com ele; Que a depoente achou estranho a vítima a ter convidado para ir até a
porta com ele; (...) Que a vítima ao montar na moto já foi recebendo os tiros os quais
foram detonados por ............... e ...........;”
Daí abstrai-se, que restou inexistente qualquer prova jurisidicioonalizada que confirmasse
a participação do Apelante na execução do crime. Senão vejamos:
...............................................
FLS ..... - “ ...QUE estava no balcão quando ouviu vários tiros...”quando chegou a
porta da barraquinha viu somente um veiculo se distanciando e pelo comentário era
um Chevette...,diz que viu somente esse veiculo se afastar , mas não era o veículo
que estava os elementos que matou ...........”
.........................................
FLS .....- “... Estava no dia ............ do corrente ano, estava nesta barraca quando
ouviu vários tiros...,quando saiu viu somente um veiculo de cor branca, tipo
Chevette , que já se distanciava sendo que após o fato tomou conhecimento que
naquele Chevette estava sendo socorrido o Sr. ..................”
..........................................
FLS ..........- “...Que logo que a vitima saiu ouviu uns 10 tiros mais ou menos quando
saiu só viu várias pessoas socorrer ...............”
.............................................
FLS .......”... Estava neste bar ouvindo musica a quase uma hora quando ouviu varias
detonações de bala...quando cessou os tiros ele saiu do a porta do bar e viu um
veículo de cor branca sair em desabalada carreira...”
Os fatos retro narrados são incontroversos em todo processado, de modo que nenhuma das
testemunhas, presenciou o Apelante disparar contra a pessoa da vítima, pois, todas, de forma
unânime, afirmam que apenas ouviram os referidos tiros.
Por outro lado, o juiz presidente, ao prolatar sua sentença de fls........ equivocou-se quando
atribuiu algumas questões judiciais desfavoráveis ao Apelante, principalmente ao afirmar, de
forma absurda, que a vítima não contribuiu de forma decisiva para eclosão do evento,
exacerbando, assim, a reprimenda injustificadamente, devendo ser corrigida por Este Egrégio
Sodalício.
DO DIREITO
Pelo conjunto de provas produzido durante a instrução criminal, sob o manto do princípio
constitucional do contraditório e do devido processo legal, outra conclusão no há senão a de que
o Conselho de Sentença proferiu veredicto manifestamente contrário às provas dos autos, tanto
com relação ao reconhecimento autoria, como também ao negar a existência de qualquer
atenuante em favor do réu quando ficou provado que o mesmo não teve qualquer participação na
execução do fato delituoso.
A soberania dos veredictos proferidos pelo Conselho de Sentença não dá sinal aberto que
permita aos Jurados tomarem decisões estrabilárias, dissociadas dos princípios reguladores da
norma jurídica, a ponto de julgar de modo pouco responsável, ignorando totalmente a prova
coligida nos autos e valer-se de uma versão pouco provável, sobretudo do ponto de vista lógico, e
desacompanhada de qualquer evidência, sob pena de se transformar sua decisão em arremedo
de justiça, o que impõe ao Juízo ad quem a determinação de que o Apelante seja submetido a
novo julgamento.
Deste modo, a íntima convicção deve prevalecer quando respaldada e arrimada em provas
cuja validade seja prescrita na norma processual penal (contraditório), principalmente quando a
repercussão da condenação temerária recai de modo drástico no status libertatis de qualquer
cidadão. Se o Juiz monocrático não pode ser liberal em matéria de provas para condenar,
inconcebível que se outorgue ao Juiz leigo o poder discricionário ilimitado, irrestrito para editar
veredicto no campo nebuloso e movediço da incerteza e da dúvida com relação a negativa de ter
sido réu o autor dos disparos que provocaram a morte da vítima:
“A soberania do Júri não se traduz no arbítrio irresponsável dos jurados. É certo que
não fundamentam sua decisão. Mas, esta deve se circunscrever à prova dos autos. Se
avulta a prova em sentido contrário, força é concluir que a decisão contrariou a
evidência e outra alternativa não há que outro julgamento se realize” (TJSP - Ap. -
rel. Des.Cunha Bueno - RT 609/322).
“Não pode ser mantida a decisão do Conselho de Jurados que contraria a prova dos
autos, ante o que se extrai do conjunto probatório. Anula-se o julgamento para que o
réu a outro seja submetido, em consonância com os ditames legais” (TJMT - Ap. - rel.
Des. Onésimo Nunes Rocha - RT 606/395).
Conforme foi exposto nos depoimentos transcritos, nas presentes razões, inexiste prova
segura de que tenha sido o Apelante o autor dos disparos que provocou a morte da vítima, pelo
que se traduz ter o Conselho de Sentença decidido manifestamente contra as provas dos autos,
tornando imperioso que este Colendo Tribunal decrete a anulação do julgamento para que seja
submetido a outro.
“Ninguém duvida que o NULLUM CRIMEN SlNE ACTIO seja princípio reitor do
direito penal do fato. E o agente ativo da conduta fática só pode ser punido pelo fato
existente na realidade. Jamais pela presunção. E diga-se: regra incompatível com o
princípio da não culpabilidade. (Vide ensinamento de Bobio).”(GRIFEI)
Prova. Dúvidas. “In dúbio pro reo”. Absolvição. Se diante do fato há duas versões,
uma fornecida pela declarada vítima e outra pelo acusado, não se trata de questionar
o velho adágio testius unus, testius nullus, mas de constatar dentro do conjunto
probatório na variante de possibilidades a versão cabal, firme e inconteste da
dinâmica do acontecer, caso contrário, diante da intranqüilidade da dúvida, o único
caminho que resta ao julgador sereno e imparcial é a aplicação do consagrado
princípio in dúbio pro reo ínsito no artigo 386,VI,do CPP. Recurso do órgão do
Ministério Público improvido. ( TACRIM-RJ, Ap. 46.108,28 câmara julgadora, em
24/09/1992.
Pelas razões retro perfiladas impõe-se a cassação da decisão proferida pelo Conselho de
Sentença, determinando-se que o Apelante seja submetido a um novo julgamento por força das
diretrizes do parágrafo 3º do artigo 593, do Código de Processo Penal.
A fixação da pena dentro das balizas estabelecidas pelas margens penais constitui,
conforme o art. 59, da Parte Geral do Código Penal, de 1984, uma tarefa que o juiz deve
desempenhar de modo discricionário, mas não arbitrário. O sentenciante possui, no processo
individualizador da pena, uma larga margem de discricionariedade, mas não se trata de
discricionariedade livre e, sim, como anota Jescheck1, de discricionariedade juridicamente
vinculada, posto que está preso às finalidades da pena e aos fatores determinantes do quantum
punitivo.
“Na fixação da pena o juiz deve pautar-se pelos critérios legais e recomendados pela
doutrina, para ajustá-la ao seu fim social e adequá-la ao seu destinatário e ao caso
concreto” (TJMT - AC - Rel. Shelma Lombardi de Kato - RT 612/353).
“O Juiz não pode, sem nenhum dado concreto, carregar na dosimetria da pena,
arbitrariamente e segundo sua opinião pessoal a respeito de um determinado tipo
penal, mormente depois de ter considerado a primariedade do agente” (TACRIM SP -
AC - Rel. Vanderlei Borges - RJD 23/214).
No caso em apreço, o Apelante, embora possua antecedentes judiciais é tecnicamente
primário, o que imporia por via de regra a fixação da pena base no mínimo legal.
Pelo conjunto probatório contido no processo, não há como justificar uma pena fixada
acima do mínimo legal, conforme o entendimento adotado por nossos Tribunais Superiores:
EX POSITIS,
espera o Apelante, sejam as presentes razões recebidas, vez que próprias e tempestiva,
dando-se provimento ao presente recurso, em todos seus termos, pois desta forma Egrégio
Sodalício, estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da excelsa JUSTIÇA.
LOCAL E DATA
_______________
OAB
Razões de Recurso em Sentido Estrito Contra Decisão de
Pronúncia – Legítima Defesa
RAZÕES DE RECURSO
Protocolo .........................
Acusado: .............................
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara,
Embora nossa melhor doutrina tenha. até então proclamado ser a decisão de pronúncia.
fundada unicamente na admissibilidade da acusação, não sendo assim, decisão de mérito e sim
de conteúdo meramente declaratório e de uma certeza provisória da autoria, e indícios da
responsabilidade penal do acusado, na atual conjuntura de nosso ordenamento jurídico, este
entendimento, simplista não pode prosperar.
Alfim, cabe uma pergunta que, de tão óbvia, transparece à primeira vista como
desnecessária, conquanto ainda não devidamente respondida: a sociedade envelhece;
as leis não?
Em conclusão, Senhores Julgadores é de se dizer, que havendo nos autos provas suficientes
e inconcussas para que se decrete a absolvição sumária do Acusado, torna-se imperioso ao
magistrado, a prolação de uma decisão terminativa. Não o fazendo, este mister se transfere ao
Superior Grau de Jurisdição.
EX POSITIS,
Espera, o acusado, ora recorrente, em não havendo o despacho de retratação, seja o
presente recurso conhecido, vez que tempestivo e próprio, e dado provimento para o fim de
reformar a decisão de pronúncia, para absolver sumariamente o Recorrente, nos termos da
legislação pertinente, pois desta forma, como de costume, este Egrégio Sodalício, estará
restabelecendo o império da Lei, do Direito e da excelsa JUSTIÇA.
LOCAL E DATA
_____________________
OAB
Razões em Agravo – Recurso Especial
RAZÕES DE AGRAVO
RECORRENTE: ..................
Protocolo ...............................
Egrégio Tribunal
Colenda Turma
Eminente Ministro Relator,
1O Recorrente, foi condenado pela Douta Juíza da .............. Vara Criminal da comarca
da ............., como incurso nas penas do artigo 214, “caput” c/c art. 224, alínea “a”, 226, II, e 71,
todos do Código Penal Brasileiro, pelo manejou recurso voluntário, o qual por unanimidade foi
improvido pela Primeira Câmara do Tribunal Goiano, afrontando o imperativo legal do ônus
probandi..
2Em suas razões de recurso apelatório, o Recorrente, deixou consignado sua indignação
com relação à condenação imposta pelo Juízo de piso, a qual foi editada frontalmente contrária a
prova colacionada durante todo processado, configurando uma afronta à norma estabelecida no
art. 156 do CPP, onde se registras que “ o ônus da prova incumbe a quem fizer a alegação. Logo, o
acórdão fustigado ao convolar a decisão estapafúrdia do Juízo de Piso negou a vigência do citado
dispositivo legal, dando uma interpretação divorciada do entendimento esposado pela
jurisprudência hodierna dominante”.
DO DIREITO
DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
Conforme art. 26, da Lei nº 8.038/90, o recurso especial, está sujeito ao juízo de prelibação,
devendo ser recebido quando presentes seus pressupostos legais comuns a todos recursos, qual
sejam: tempestividade, legitimidade recursal e sucumbência, exigindo-se, também,
especificamente, o enfrentamento de decisões emanadas pelos Tribunais de Estado quando
presentes os motivos elencados no inciso III, do art. 105, da Constituição Federal, além de que as
matérias objeto do recurso tenham sido pré-questionadas nas esferas inferiores.
“Art. 156 - A prova da alegação incumbirá a quem a fizer; mas o juiz poderá, no curso
da instrução ou antes de proferir sentença, determinar, de ofício, diligências para
dirimir dúvida sobre ponto relevante.”
Pelo conjunto de provas produzido durante a instrução criminal, sob o manto do princípio
constitucional do contraditório e do devido processo legal, outra conclusão no há senão a de que
não há provas suficientes para justificar a condenação do Recorrente, sendo imperioso a
aplicação do comando normativo inserto no art. 386, VI, do Código de Processo Penal, impondo-
se o competente decreto absolutório.
Outrossim, nem cabe acertar que posicionamento diverso seria possível por força do livre
convencimento ou íntima convicção do Juiz, que não sofre limitações, importando pois,
preponderantemente, a realidade dos fatos que entreveja nas provas, e não o lugar onde estas
foram colhidas. Concessa vênia daqueles que assim sustentam, sufragar-se tal escólio implicaria
postergar-se, de maneira flagrante, o princípio basilar do contraditório, fazendo-se dele tabula
rasa e simples quimera, com sua colocação no esquecimento.
Outra não é a lição de Frederico Marques: embora o princípio do Livre convencimento não
permita que se formulem regras apriorísticas sobre a apuração e descoberta da verdade, certo é
que traz algumas limitações a que o Juiz não pode fugir; e uma delas é a de que, em face da
Constituição, não há prova (ou como tal não se considera), quando não produzida
contraditoriamente”.
O Acórdão recorrido deu a prova dos autos interpretação dissonante dos princípios
reguladores da matéria probatória abraçados pela jurisprudência dominante, que preconiza ser
aprova colhida na esfera policial, e, não reproduzida em juízo insuficiente para embasar decreto
condenatório.
o conjunto probatório apontado somente para o uso de maconha pelo agente impõe-
se à condenação nesse tipo penal, sendo defeso expedir decreto condenatório diverso
com vbase apenas em prova extrajudicial.” (TJMG – ACr. – 000.178.515-3/00 – 2ª
CCrim. – Rel. Dês. Reynaldo Ximenes Carneiro – D.J. 11.05.2000).
Com isso, tem-se que o Tribunal de Justiça do Estado de ____ deu interpretação divergente
da jurisprudência firmada pelo TJMG, conforme julgado acima transcrito, ao entender ser
suficiente para prolação de decreto condenatório as provas existentes exclusivamente no
inquérito policial pelo que deve a matéria, ser revista por este Colendo Sodalício de teto.
EX POSITIS
Espera o Recorrente seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo, dando-
se provimento em todos seus termos, pois desta forma este Egrégio Tribunal estará
restabelecendo o império do Direito, da Lei e da Excelsa JUSTIÇA.
Local, data.
________________
OAB
Razões em Recurso em Sentido Estrito – Homicídio –
Desclassificação Para Lesões Corporais
Protocolo: .....................................
Pronunciado: .....................................
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara,
PRELIMINARMENTE
Data vênia, a decisão intermediária de pronúncia deve ser desentranhada dos autos, vez
pela sua linguagem candente é evidente que extrapolou os limites de “ mero juízo de
admissibilidade da ação”1 , ou na lição de José Frederico Marques “ sentença de conteúdo
declaratório, em que o juiz proclama admissível a acusação para que esta seja decida no plenário
do júri,”2 da forma em que foi redigida terá nefasta e sugestiva influência na decisão dos jurados,
quando explicitamente proclama que: “(...) impossível falar que o pronunciado agiu com animus
necandi...” (fls. 375), e logo adiante concluiu “(...) em evidente demonstração do animus
necandi...” (fls. 276).
Embora a neo-nata Lei 11.689, tenha dado nova redação ao artigo 478 do CPP, na qual
taxativamente proíba que as partes façam referências à decisão de pronúncia, bem como das
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, como argumento de autoridade. A
manutenção da pronúncia nos termos em que foi elaborada é franco aval à arbitrariedade judicial
e ingerência inoportuna na soberania das decisões do Tribunal do Júri.
Devem ser abolidas expressões como: “o réu é culpado”, “O réu agiu em legítima
defesa”, “O réu agiu com torpeza...”, “O réu provocou a vítima...”, “O réu confessou
plenamente o delito, tanto na polícia quanto em juízo...”, e outras que conduzem a
prejulgamento, em prejuízo da defesa em plenário.” 3
Imperioso, pois, que a decisão de pronúncia seja anulada, para que outra venha substituí-la
com termos mais sóbrios para, assim, cumprir seu papel jurisdicional dentro dos seus razoáveis
limites de despacho interlocutório.
DO MÉRITO
Embora nossa melhor doutrina tenha. até então proclamado ser a decisão de pronúncia.
fundada unicamente na admissibilidade da acusação, não sendo assim, decisão de mérito e sim
de conteúdo meramente declaratório e de uma certeza provisória da autoria, e indícios da
responsabilidade penal do acusado, na atual conjuntura de nosso ordenamento jurídico, este
entendimento, simplista não pode prosperar.
Em conclusão, Senhores Julgadores é de se dizer, que havendo nos autos provas suficientes
e inconcussas para que se decrete a absolvição sumária do Acusado ou que opere o mutatio
libelli torna-se imperioso ao magistrado, a prolação de uma decisão terminativa. Não o fazendo,
este mister se transfere ao Superior Grau de Jurisdição.
EX POSITIS,
__________________
OAB
Razões em Recurso Especial
RECORRENTE: .....................
Egrégio Tribunal
Colenda Turma
1O Recorrente, foi denunciado e processado com incurso nas penas do artigo 121, § 2º, I e
IV, do Código Penal, e pronunciado no mesmo dispositivo legal, pelo manejou recurso voluntário,
o qual por unanimidade foi improvido pela Primeira Câmara do Tribunal Goiano, afrontando o
imperativo legal do ônus probandi..
2Em suas razões de recurso apelatório, o Recorrente, deixou consignado sua indignação
com relação a decisão intermediária de pronúncia, que foi editada frontalmente com a prova
colacionada durante todo processado, configurando uma afronta à norma estabelecida no art.
156 do CPP, onde se registras que “ o ônus da prova incumbe a quem fizer a alegação. Logo, o
acórdão fustigado ao convolar a decisão estapafúrdia do Juízo de Piso negou a vigência do citado
dispositivo legal, dando uma interpretação divorciada do entendimento esposado pela
jurisprudência hodierna dominante”.
DO DIREITO
DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
Conforme art. 26, da Lei nº 8.038/90, o recurso especial, está sujeito ao juízo de prelibação,
devendo ser recebido quando presentes seus pressupostos legais comuns a todos recursos, qual
sejam: tempestividade, legitimidade recursal e sucumbência, exigindo-se, também,
especificamente, o enfrentamento de decisões emanadas pelos Tribunais de Estado quando
presentes os motivos elencados no inciso III, do art. 105, da Constituição Federal, além de que as
matérias objeto do recurso tenham sido prequestionadas nas esferas inferiores.
Dispõe o art. 156 do Código de Processo Penal. (Dec. Lei 3689/41), com a nova redação
dada pela Lei 11.690/08:
Art. 156 - A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao
juiz de ofício:
I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida;
II - determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Pelo conjunto de provas produzido durante a instrução criminal, sob o manto do princípio
constitucional do contraditório e do devido processo legal, outra conclusão no há senão a de que
o Recorrente, por ocasião do fato, agiu sob o pálio da excludente de ilicituyde prevista no art. 23,
II e 25 do Código Penal Brasileiro, o que impunha sua absolvição sumário nos termo do art. 411
do Código de Processo Penal.
Outrossim, nem cabe assertar que posicionamento diverso seria possível por força do livre
convencimento ou íntima convicção do Juiz, que não sofre limitações, importando pois,
preponderantemente, a realidade dos fatos que entreveja nas provas, e não o lugar onde estas
foram colhidas. Concessa vênia daqueles que assim sustentam, sufragar-se tal escólio implicaria
postergar-se, de maneira flagrante, o princípio basilar do contraditório, fazendo-se dele tabula
rasa e simples quimera, com sua colocação no esquecimento.
Outra não é a lição de Frederico Marques: embora o princípio do Livre convencimento não
permita que se formulem regras apriorísticas sobre a apuração e descoberta da verdade, certo é
que traz algumas limitações a que o Juiz não pode fugir; e uma delas é a de que, em face da
Constituição, não há prova (ou como tal não se considera), quando não produzida
contraditoriamente”.
Com isso, tem-se que o Tribunal de Justiça do Estado de _____ deu interpretação divergente
da jurisprudência firmada pelo TJMG, conforme julgado acima transcrito, ao entender ser
suficiente para prolação de decreto condenatório as provas existentes exclusivamente no
inquérito policial pelo que deve a matéria ser revista por este Colendo Sodalício de teto.
EX POSITIS
Espera o Recorrente seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo, dando-se
provimento em todos seus termos, pois desta forma este Egrégio Tribunal estará restabelecendo o
império do Direito, da Lei e da Excelsa JUSTIÇA.
Local, data
___________________
OAB
Pedido de Juntada de Razões de Apelação
Protocolo .......................
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL, DATA
__________________
OAB
Embargos de Declaração – Sentença que Deixou de Determinar o
Recolhimento de Mandado de Prisão
ESCRIVANIA DO CRIME
Protocolo .........................
......................................... ,
já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a Justiça Pública desta comarca, via
de seu defensor, in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara
presença de Vossa Excelência, com supedâneo no art. 382, do Código de Processo Penal opor
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
1 O Acusado, ora Embargante, foi denunciado, na presente ação penal, e final condenado,
como incurso nas penas do art. 171, do Código Penal, ao cumprimento de uma pena restritiva de
liberdade, a ser cumprida inicialmente no regime semi-aberto, podendo manejar recurso
voluntário em liberdade, e, como consectário lógico é a revogação da prisão preventiva
automática, conforme sentença embargada de fls.
3 Por outro lado, a sentença abjurada embora reconheça que o Embargante reside
em ............... , deixou de determinar, expressamente, que o cumprimento da pena se dê naquela
comarca, conforme faculta o art. 86, da LEP.
Como as omissões objeto dos presentes embargos representam, meramente, erro material
passivo de corrigenda através do presente recurso, protesta o Embargante pelo seu conhecimento
e deferimento na forma do dispositivo ut retro citado.
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
_________________________
OAB
Embargos de Declaração – Sentença Condena no Regime Semi
Aberto Mas Mantém o Réu Fechado
Protocolo - ...................
Embargos Declaratórios
Acusado:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
espera o Embargante seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo, final
julgado procedente, inaudita altera pars, determinando a imediata expedição de ALVARÁ DE
SOLTURA, com a observação se por al não estiver preso, pois desta forma Vossa Excelência,
estará como de costume restabelecendo o império da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data
___________________
OAB
Pedido de Juntada de Razões de Apelação
Protocolo: .................
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL, DATA
_______________________
OAB
Pedido de Juntada de Razões de Recurso
Protocolo: ...................
Código TJ... - ... - Razões de Apelação
............................., Já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública
desta comarca, via de seu defensor, in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, requerer a juntada aos
autos das inclusas razões de apelação, e, após os trâmites legais, sejam encaminhadas ao
Superior Grau de Jurisdição, para apreciação e julgamento.
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL, DATA
_______________________
OAB
Petição de Recurso Especial ao STJ
Código TJ.... -
RECURSO ESPECIAL
para o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, face aos fatos, razões e fundamentos expostos
nas razões que seguem, em apenso, que ora requer sejam juntadas aos autos e após o juízo de
prelibação sejam encaminhados aos superior grau de jurisdição para conhecimento e
provimento.
LOCAL E DATA.
_____________________________
OAB
Petição de Recurso de Apelação – Júri Quando Ocorrer Nulidade
Posterior à Pronúncia
PROTOCOLO Nº ..................
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data
___________________
OAB
Razões de Apelação – Estupro – Violência Presumida
RAZÕES DE APELAÇÃO
PROTOCOLO Nº .........
Apelante: ..................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Insigne Relator,
DO DIREITO
PRELIMINARMENTE
O presente feito nada mais é do que um elo da ação penal de nº ......................, pois, os
ilícitos penais atribuídos ao Acusado, aqui, pelas condições de tempo, lugar, modus operandi, e
outras semelhantes, configuram in tese a continuidade delitiva, prevista no art. 71, do Código
Penal Brasileiro, o que impunha a Magistrada de piso determinar a reunião dos processos, para
prolação de uma única sentença. Assim deve, pela presente preliminar decretar-se a nulidade da
sentença recorrida para que os fatos ali julgados integrem o rol daqueles julgados na referida
ação penal.
É neste sentido o entendimento esposado pelos nossos tribunais de teto, conforme os
seguintes arestos:
Desta forma, Excelência, os fatos objeto do presente feito estão em plena harmonia com
aqueles apurados nos autos ................, no que concerne aos requisitos para o reconhecimento da
continuidade delitiva, caso haja condenação, pelo que não deveria ter sido instaurada ação
penal distinta, cuja unificação deve ser decretada no presente momento processual, decretando-
se a nulidade da sentença recorrida, sob pena de insurgência contra a garantia constitucional do
devido processo legal, incrustado no inciso LIV, do art. 5ª da Constituição Federal.
DO MÉRITO
Verifica-se, assim, que a descrição legal do crime, possui dois núcleos alternativos:
corromper, que tem o significado de perverter, viciar, depravar, etc, e facilitar a corrupção, que é
tornar mais fácil, prestar auxílio à iniciativa da menor, para a mesma corrupção. Quanto a
modalidade da ação do agente, há uma tríplice previsão; a) com ela praticando ato libidinosos; b)
ou induzindo-a a pratica-lo, e , c) ou induzindo-a a presencia-lo.
Invoca-se o magistério de nosso ilustre mestre conterrâneo Geraldo Batista Siqueira, que
assim leciona:
A sentença hostilizada não levou em conta a prova produzida durante a instrução que
confirma o estado de corrupção das supostas vítimas antes de conhecerem o Apelante, o que se
afiguraria como crime impossível, a consumação do delito previsto no art.. 244-B da Lei
8.069/90, com a nova redação emprestada pela Lei 12.015/2009. Resumindo é impossível
corromper uma pessoa já corrompida.
Neste ponto de vista, pelo conjunto probatório existente nos autos, é inafastável a realidade
do estado deletério da moral em já se encontravam as pretensas vítimas, que levavam vida
leviana, dissoluta de pessoas notoriamente já corrompidas, não podendo assim figurar como
sujeito passivo do referido delito. Diz a jurisprudência:
EX POSITIS,
espera o Apelante, ...................., , sejam as presentes razões recebidas, vez que tempestivas
e próprias, para final dar provimento ao presente apelo, conseqüentemente, decretada sua
absolvição, nos termos da legislação pertinente, pois desta forma Este Egrégio Sodalício, estará
editando decisório carregado de equidade, restabelecendo o império da Lei, do Direito de Excelsa
JUSTIÇA.
Local, data.
______________
OAB
Razões de Apelação – Estupro – Violência Presumida
RAZÕES DE APELAÇÃO
PROTOCOLO Nº .........
Apelante: ..................
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Insigne Relator,
DO DIREITO
PRELIMINARMENTE
O presente feito nada mais é do que um elo da ação penal de nº ......................, pois, os
ilícitos penais atribuídos ao Acusado, aqui, pelas condições de tempo, lugar, modus operandi, e
outras semelhantes, configuram in tese a continuidade delitiva, prevista no art. 71, do Código
Penal Brasileiro, o que impunha a Magistrada de piso determinar a reunião dos processos, para
prolação de uma única sentença. Assim deve, pela presente preliminar decretar-se a nulidade da
sentença recorrida para que os fatos ali julgados integrem o rol daqueles julgados na referida
ação penal.
Desta forma, Excelência, os fatos objeto do presente feito estão em plena harmonia com
aqueles apurados nos autos ................, no que concerne aos requisitos para o reconhecimento da
continuidade delitiva, caso haja condenação, pelo que não deveria ter sido instaurada ação
penal distinta, cuja unificação deve ser decretada no presente momento processual, decretando-
se a nulidade da sentença recorrida, sob pena de insurgência contra a garantia constitucional do
devido processo legal, incrustado no inciso LIV, do art. 5ª da Constituição Federal.
DO MÉRITO
Verifica-se, assim, que a descrição legal do crime, possui dois núcleos alternativos:
corromper, que tem o significado de perverter, viciar, depravar, etc, e facilitar a corrupção, que é
tornar mais fácil, prestar auxílio à iniciativa da menor, para a mesma corrupção. Quanto a
modalidade da ação do agente, há uma tríplice previsão; a) com ela praticando ato libidinosos; b)
ou induzindo-a a pratica-lo, e , c) ou induzindo-a a presencia-lo.
Invoca-se o magistério de nosso ilustre mestre conterrâneo Geraldo Batista Siqueira, que
assim leciona:
A sentença hostilizada não levou em conta a prova produzida durante a instrução que
confirma o estado de corrupção das supostas vítimas antes de conhecerem o Apelante, o que se
afiguraria como crime impossível, a consumação do delito previsto no art.. 244-B da Lei
8.069/90, com a nova redação emprestada pela Lei nº 12.015/2009. Resumindo é impossível
corromper uma pessoa já corrompida.
Neste ponto de vista, pelo conjunto probatório existente nos autos, é inafastável a realidade
do estado deletério da moral em já se encontravam as pretensas vítimas, que levavam vida
leviana, dissoluta de pessoas notoriamente já corrompidas, não podendo assim figurar como
sujeito passivo do referido delito. Diz a jurisprudência:
Assim, não há como confirmar a condenação exarada pela juíza a quo pela prática do
crime de corrupção de menores, impondo-se sua absolvição por Esta Egrégia Corte.
Como também ficou demonstrado que as fotografias eróticas constantes dos autos foram
tiradas pelas próprias menores, que aproveitando da ausência do Acusado se auto fotografavam,
devendo também, ser cassada sua condenação na sentença recorrida.,
EX POSITIS,
espera o Apelante, ...................., , sejam as presentes razões recebidas, vez que tempestivas
e próprias, para final dar provimento ao presente apelo, consequentemente, decretada sua
absolvição, nos termos da legislação pertinente, pois desta forma Este Egrégio Sodalício, estará
editando decisório carregado de equidade, restabelecendo o império da Lei, do Direito de Excelsa
JUSTIÇA.
Local, data.
___________________
OAB
Recurso de Apelação Perante o Juizado Especial Criminal – Por
Falta de Defesa
Protocolo ...................
......................, já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a justiça
pública desta comarca, via de seu patrono in fine, assinado, permissa máxima vênia,
inconformado com a sentença condenatória de fls......., vem à presença de Vossa Excelência,
tempestivamente, da mesma APELAR, ao Superior Grau de Jurisdição, com fulcro no § 1º do art.
82, da Lei 9.099/95 face as razões a seguir expostas:
PRELIMINARMENTE
Colenda Turma Julgadora, edita a Súmula 523 do Supremo Tribunal Federal:
“No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua
deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.”
No caso em apreço em virtude da ausência do defensor constituído do Apelante, foi-lhe
nomeado defensor dativo na segunda parte da audiência de instrução e julgamento, o qual além
de exercer apenas um papel figurativo, acabou por concordar com a pretensão da Acusação
Oficial de que realmente o acusado/recorrente teria praticado uma contravenção penal, assim:
A defesa técnica do acusado, por conseguinte, não há de figurar no processo penal como
simples fantasia legal, mero adereço processual, colocada em ângulo sombrio e a título de mera
espectadora. Deve ser efetiva, real, contestadora, como uma entidade viva e sempre presente.
Isso não significa que, porém, deva ser erudita e brilhante, mas que não se limite a expressões
vagas e de nenhum conteúdo, como “ seja o acusado absolvido das imputações que lhe foram
impostas..” (Fls....). O pedido de absolvição ali consignada não possui sustentação em nenhum
fato ou articulado jurídico, por mínimo que seja, não podendo assim, ser confundido com a
defesa que a Lei garante e exige a todos acusados no processo penal.
“No processo penal, quando a defesa é de tal modo omissa e deficiente, em condições
que não asseguram o mínimo de diligência e de iniciativa, incorrendo em prejuízo do
interesse processual do acusado, a situação deve ser equiparada a falta de defesa,
com a conseqüente nulidade absoluta, nos termos da Súmula 523.” (STF – RT
542/438 e JTACrimSP 60/366)
A nomeação de advogado para servir como defensor dativo não se restringe a mera
formalidade processual, devendo-se garantir efetiva defesa ao acusado. “No processo
penal, quando a defesa é de tal forma omissa e deficiente, em condições que não
asseguram o mínimo de diligência e de iniciativa, incorrendo em prejuízo do
interesse processual do acusado, a situação deve ser equiparada à falta de defesa,
com a conseqüente nulidade absoluta, nos termos da Súmula 523” (RT 542/438). Nas
alegações finais não é admissível que o defensor dativo limite-se tão-só a pedir a
absolvição do réu, sem qualquer análise do processo e das provas e das alternativas
possíveis surgidas na instrução. (TJSC - Ap. Crim. nº 9.282 - 1ª Câm. Crim. - Rel. Des.
Nilton Macedo Machado - J. 17.12.96).
No caso em apreço, a deficiência defensória pode ser percebida a olho nu, sem qualquer
esforço intelectual ou elevado conhecimento jurídico da norma penal ou processual penal, assim
como o prejuízo que provocou a defesa do réu que viu sua condenação ser efetivada sem
qualquer resistência.
Desta forma Senhores Membros desta Colenda Turma Julgadora, deve a presente preliminar
ser reconhecida com a conseqüente decretação da nulidade processual.
DO MÉRITO
Quanto ao mérito, pela prova produzida na audiência de instrução e julgamento,
principalmente pelo depoimento da testemunha ............ (gravado em fita magnética), nenhuma
pessoa presenciou os fatos narrados pela suposta vítima, ficando suas declarações isoladas no
conjunto probatório, sendo assim, insuficiente para embasar decreto condenatório.
EX POSITIS,
espera o Apelante seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo, final julgado
procedente, nos termos que circunscrevem o pedido, pois desta forma esta Egrégia Corte, estará
como de costume restabelecendo o império da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL, DATA
__________________
OAB
Recurso em Sentido Estrito
Protocolo ............
Cód. TJ........ - Recurso em Sentido Estrito
ao Egrégio Tribunal de Justiça de ........, nos termos do artigo 581, IV, do CPP, e, após o
atendimento ao comando normativo do artigo 413, do mesmo Estatuto, seja aberto vistas dos
autos para a apresentação das respectivas razões recursais.
Pede, ainda, recebido o presente recurso, por próprio e tempestivo, depois de cumpridas as
formalidades legais, em não havendo juízo de retratação, (art. 589 CPP), remetidos os autos, ao
superior grau de jurisdição para ser conhecido e dado provimento.
LOCAL E DATA.
_____________________
OAB
Recurso em Sentido Estrito – Contra Decisão que Negou o Pedido
de Prosseguimento do Processo Suspenso de Réu Foragido
ESCRIVANIA DO CRIME
Protocolo .........................
PREAMBULARMENTE
Embora não haja previsão legal sobre o recurso cabível da decisão (despacho) que suspende
o curso do processo, nos termos da Lei 9.271/96, ou de sua manutenção, a jurisprudência
dominante, entende que deve ser adotado o recurso em sentido estrito para a manifestação da
irresignação, por interpretação analógica do inc. XVI, do art. 581, do CPP, uma vez que se trata de
decisão interlocutória.1
É manejado tempestivamente, pelo que deve ser conhecido e julgado procedente, com a
edição do juízo de reconsideração.
Conforme consta dos autos o Acusado/recorrente, não foi encontrado para citação pessoal,
no endereço fornecido na fase inquisitória, tendo sido determinado seu chamamento via
editalícia, porém, na data designada para interrogatório, não compareceu nem constituiu
advogado, tendo sido determinado, a suspensão do processo e do prazo prescricional, bem como
a decretação da prisão preventiva, por força da nova redação que a Lei nº 9.741/96 deu ao art.
366 do CPP, conforme decisão de fls. 165/166.
Às fls. ........, o Acusado deu novo panorama ao processo constituindo defensor para
representá-lo durante o persecutio criminis in judicio, abdicando, por ora, de seu direito
constitucional de estar presente fisicamente nos atos processuais.
Deste modo, o pedido de fls. ................., não representa, em nenhum momento, desejo ou
intenção de “estabelecer barganha” com o Juízo, e sim, a reivindicação de direito
constitucionalmente assegurado pelo inc. XVI, do art. 5º, da Constituição Federal, objetivando o
estabelecimento do contraditório e o pleno exercício da garantia da ampla defesa.
DO DIREITO
A norma do art. 366 do CPP, sendo de natureza mista e tendo como objetivo, de um lado,
em prol da sociedade, evitar a impunidade, com a suspensão do prazo prescricional, evitando a
extinção da punibilidade pela prescrição daqueles que se furtavam à ação da justiça, de outro,
assegurar para que o réu, citado por edital, não seja processado sem ter a certeza de sua ciência
da existência da ação penal, suspendendo o andamento do processo, até que constitua defensor
de sua confiança. Ou seja, no dizer de Paulo Rangel a lei dá um tratamento equilibrado e
igualitário, ao acusado e a sociedade2
Neste prisma, tem-se que com a constituição de advogado para representá-lo na ação penal,
o processo deve sair da inércia, resguardando o interesse da sociedade, e, da própria vítima, de
ver aqueles que in tese violaram a norma, responderem em juízo pelo atos atribuídos na
denúncia, o quer vale dizer que o Estado Administração, através do Juiz e Ministério Público,
estará exercendo seu múnus social, com a retomada da persecução judicial, por outro lado, surge
para o réu ausente a possibilidade de tentar provar sua inocência, através da defesa técnica
manejada pelo defensor constituído.
Salvo melhor Juízo, não há neste aspecto qualquer interesse em barganhar, negociar ou
tirar proveito com a retomada do andamento do processo, muito pelo contrário, em primeiro
lugar porque a presença física do acusado durante a ação penal é um direito seu e não uma
obrigação, tanto o é que no interrogatório, poderia ficar em silêncio, sem acarretar prejuízo para
sua defesa; em segundo, não condiciona o prosseguimento do feito, por exemplo, a revogação de
sua prisão preventiva, e, em terceiro, está contribuindo com a Justiça ao possibilitar ao ofendido
a sensação de que o Estado não está inoperante, ou seja, seu interesse processual não está
estagnado, parado e inerte.
A título de ilustração, com relação ao acusado revel, que devidamente intimado para o
interrogatório, e não comparece, demonstrando eventual desprezo para com a justiça ou
desinteresse em se defender, na dicção do art. 367 do CPP, ser-lhe-á decretada a revelia com o
prosseguimento do processo sem sua presença, porém, é indispensável a nomeação de defensor
dativo, pois, no ensinamento do ilustre Guilherme de Souza Nucci, “O réu pode acompanhar o
processo pessoalmente, mas não é obrigado a tal. Estando presente seu defensor, o que é
absolutamente indispensável, ainda que “ad hoc. (...) O que ocorre na esfera penal é a simples
ausência do processo, conseqüência natural do direito a audiência.3”(Grifei).
EX POSITIS,
espera ao recorrente seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo,
pedindo-se nesta oportunidade que Vossa Excelência digne reformar a decisão guerreada (art.
589 do CPP), ou ordenar a remessa dos autos para a Superior Instância, para o devido
processamento, conhecimento e provimento do presente recurso, por ser medida de Justiça.
Nestes temos,
Pede deferimento.
LOCAL E DATA.
_____________________
OAB
Recurso Especial
Protocolo ...............
Cód. TJ.... - .... – Recurso Especial
RECURSO ESPECIAL
para o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, face aos fatos, razões e fundamentos expostos
nas razões que seguem, em apenso, que ora requer sejam juntadas aos autos e após o juízo de
prelibação sejam encaminhados aos Superior Grau de Jurisdição para conhecimento e
provimento.
Local, data.
_________________
OAB
Liberdade Provisória com Aplicação de Medidas Cautelares -
Organização Criminosa - Lei nº 12.850 de 02/08/2013
LIBERDADE PROVISÓRIA
1Conforme cópia do APF em apenso (doc. 01), o Requerente foi preso e autuado em
flagrante delito sob a imputação de supostamente ter infringido a norma proibitiva contida no
art. 2º da lei 12.850 de 02 de Agosto de 2013, combinado com art. 342, do Código Penal
Brasileiro, sob a suposta participação em Organização Criminosa destinada a obter indevida
vantagem em ato licitatório no âmbito da Secretaria de Transportes do GDF.
4Deste modo, Excelência os fundamentos e motivos que ensejaram e deram suporte para a
decretação da custódia preventiva do requerente, restaram suplantados e inexistentes, pela
documentação ora costada ao presente pedido, que dá conta
DO DIREITO
Tanto a doutrina mais abalizada, quanto à jurisprudência hodierna, tem proclamado que
em casos de desaparecimento das razões que, originalmente, determinaram a decretação da
custódia provisória, deixa a mesma carente de justo motivo para sua manutenção, conforme o
ensinamento de Júlio Fabbrini Mirabete:
Excelência, é correto dizer que o juiz ao receber o Auto de Prisão em Flagrantre pode
conceder o benefício da liberdade provisória se , verificar a falta de motivo para a decretação da
prisão preventiva, (artigo 310, do CPP), logo é de bom alvitre conceder oportunidade para que o
Requerente demonstre que os motivos que ensejaram a decretação de sua custódia processual
não mais existam, bem como que preenche os requisitos legais para aguardar o andamento da
instrução criminal em liberdade. Neste sentido é o entendimento esposado por nossos Tribunais
de teto consoante o seguinte aresto:
“RECURSO EM HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO. ROUBO
CIRCUNSTANCIADO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. PLEITO
PELA REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA. DECRETO PRISIONAL COM
FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. AUSÊNCIA DE SITUAÇÃO FÁTICA CONCRETA.
PRECEDENTES.
1. A gravidade do crime, com supedâneo em circunstâncias que integram o próprio
tipo penal, não constitui, de per si, fundamentação idônea a autorizar a prisão
cautelar.
2. Tratando-se de fundamento que fulmina por inteiro o decreto prisional, é de ser
estendido os efeitos desta decisão à corré, na forma do artigo 580 do CPP.
3. Recurso em Habeas corpus provido.”2
Pelo que foi exposto verifica-se que o Requerente,preenche todos requisitos para a
concessão do benefício da liberdade provisória, não havendo, pois, justo motivo para persistir a
coerção da liberdade do Requerente, no presente feito. Assim, Excelência, é perfeitamente
aplicável o benefício disposto no art. 310, III, do Código de Processo Penal.
Além do que o Requerente fez prova de exercer ocupação lícita, com residência fixa, com
bons antecedentes e tecnicamente primário, fazendo jus a concessão da graça prevista no
parágrafo único do art. 310 do CPP.
EX POSITIS,
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, apensado aos autos principais, e
depois de ouvido o ilustre Representante do Parquet, deferido para o fim de revogar sua prisão
preventiva, nos termos da legislação suscitada, mandando que se expeça em seu favor o
competente ALVARÁ DE SOLTURA, pois desta forma Vossa Excelência estará restabelecendo o
império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Pede deferimento.
Data.
_________________
OAB
Liberdade Provisória com Aplicação de Medida Cautelar
Alternativa Lei nº 12.403 de 2011
DO DIREITO
“ninguém será levado a prisão ou nela mantido, quando alei admitir liberdade
provisória, com ou sem fiança”.
E, ainda vem estampado no artigo 310, inciso III, do CPP, com nova redação que lhe
emprestou a Lei nº 12.403/2011, que o juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, não
vislumbrando as hipóteses previstas no art. 312 do mesmo codex, deverá conceder o benefício da
liberdade provisória, dispositivo legal perfeitamente aplicável no presente caso onde o
Requerente preenche todos os requisitos legais para a obtenção da referida benesse judicial.
Conforme, entendimento de nossa melhor doutrina, a prisão provisória, por ser atentatória
a liberdade individual da pessoa humana, e por constituir-se em prisão sem inflição anterior de
pena, somente há de ser decretada em casos excepcionais e cercado das necessárias cautelas, a
fim de que não se constitua em cerne ou caldo de cultura de injustiça. Sendo esta injustiça, fato
que compromete o jus libertatis do cidadão, ainda não definitivamente considerado culpado,
somente poderá ser convalidada se presentes além dos pressupostos básicos e necessários, que se
atenda ainda, as circunstâncias que a autorizam: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal e asseguração de eventual pena a ser imposta. , conforme se detrai do artigo
312 do Código de Processo Penal.
Neste ponto, mister, se faz, que as hipóteses autorizativas da segregação provisória estejam
demonstradas de forma concreta nos elementos fáticos contidos no bojo dos autos, o que não
ocorre no presente caso em que o fato ilícito atribuído ao Requerente configura-se ímpar e
singular em toda a sua existência.
Ordem pública, como de curial ciência de todos, é a paz e a tranquilidade do meio social,
que no caso vertente, em momento algum foram atingidas ou conturbadas por atos do
Requerente, uma vez que o fato que lhe foi atribuído não se revestiu de gravidade suficiente para
causar comoção na sociedade, nem tampouco está no rol daqueles previstos na Lei 8.072/90 (Lei
dos Crimes Hediondos).
No que concerne à conveniência da instrução criminal , cuidado especial há que ser dado a
esta hipótese, que somente poderá ser atendida quando ficar evidenciado que o agente, esteja
afugentando ou aliciando testemunhas que possam depor contra ele, ou assumindo qualquer
conduta que venha a deturpar o bom andamento da instrução criminal, situações que em
nenhum momento se fazem presentes no caso em tela.
Neste diapasão, é o pensamento do insuperável mestre Tourinho Filho, que assim leciona:
“sua concessão, a princípio pareceu-nos mera faculdade do juiz. Meditando sobre o
assunto, concluímos tratar-se de um verdadeiro direito público subjetivo do
indiciado ou réu. Nem teria sentido ficassem satisfeitos todos os pressupostos para a
obtenção da liberdade provisória, sem necessidade da prestação da fiança e o juiz
deixasse de lha conceder, por entender tratar-se de mera possibilidade de poder fazer,
a ele conferida pelo texto legal. Seria uma rematada injustiça permitir-se que a
liberdade provisória ficasse na dependência da boa ou má vontade do magistrado...” 1
EX POSITIS
Local e data
___________________
OAB
Prisão Especial - Portador de Diploma em Curso Superior
3Conforme cópia do Diploma em apenso (Doc. 01), o Requerente é diplomado pelo curso
superior de “Ciência da Computação da Faculdade .............. “, tendo colado grau no dia 13 de
abril de 2012, gozando da prerrogativa de ser instalado em estabelecimento adequado e
compatível com os dispositivos legais ut retro alinhados, sendo a sua permanência no local onde
se encontra constitutivo de ato violador da norma de execução penal e atentatório à garantia
constitucional de ser “assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral” incrustado
no inciso XLIX da Constituição Federal.
EX POSITIS
Local e data.
_____________________
OAB
Relaxamento de Prisão - Excesso de Prazo Para Oferecimento da
Denúncia
RELAXAMENTO DE PRISÃO
2Inobstante já suplantado o lapso temporal de 05 (cinco) dias previsto pelo art. 46, do CPP
para oferecimento da denúncia, os autos volveram à delegacia de origem para novas diligências,
configurando inquestionável excesso de prazo para o encerramento do Inquérito Policial e
oferecimento da denúncia acarretando a ilegalidade da manutenção da prisão do Requerente,
cujo relaxamento, ex officio, constitui imperativo insculpido no inciso LXV, do art. 5º, da
Constituição Federal1.
3De outra ótica, o Requerente é primário, de bons antecedentes, tem residência fixa nesta
urbe e exerce ocupação lícita (Doc. 4/18), pelo que preenche todos os requisitos legais para
responder o processo de cognição em liberdade plena ou clausulada com a imposição de
cumprimento de alguma das medias cautelares alternativas previstas no art. 319 do CPP, dando
amplas e ilimitadas garantias ao Juízo.
DO DIREITO
Edita o inciso LX, do artigo 5º, da Constituição Federal:
O Código de Processo Penal preconiza em seu artigo 10 que o Inquérito Policial deverá ser
concluído em 10 (dez) dias quando o indiciado estiver preso e em seu art. 40 estabelece que o
órgão acusatório deverá ofertar a denúncia em 05 (cinco) dias. Ora, tendo o Ministério Público,
dentro desse limite temporal,. requerido a devolução dos autos para novas diligências, tem-se aí
duas afrontas ao status libertatis do Requerente, primeiro o inquérito policial restou inconcluso e
em segundo o Parquet excedeu o tempo limite para ofertar a denúncia: nasceu a ilegalidade da
prisão.
Nossa melhor doutrina entende que os prazos acima citados são peremptórios e em caso de
descumprimento a prisão deve ser imediatamente relaxada. “Caso não seja observado pelo órgão
acusatório, enseja o constrangimento ilegal e a determinação de soltura do indiciado preso pelo
magistrado.”2
Nossa Corte de teto, em caso análogo, assim decidiu: “Ultrapassado, em muito, o prazo de
cinco dias para o oferecimento da denúncia previsto no art. 46 do Código de Processo Penal,
configura-se o constrangimento ilegal.”4
Deste modo, resplandece, à vista desarmada, a ilegalidade da prisão.e o que por imperativo
constitucional, impõe a este ilustrado juízo a revogação da custódia, sem pestanejar,
incontinentemente como forma de garantir a incolumidade do status libertatis do Requerente,
hora violado.
EX POSITIS
Requer, nos termos do dispositivos legais uti retro alinhavados, o Relaxamento da Prisão
Preventiva do Requerente como forma de restabelecer o império do Direito, da Lei e da Justiça.
Pede deferimento.
Local e data.
___________________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva - Tráfico de Drogas - Adoção de
Medida Cautelar Alternativa
3De acordo com os documentos ora inclusos, o Requerente, trabalha como corretor der
imóveis na imobiliária ................, possui endereço certo, onde reside com sua companheira e o
filho menor, nascido em 22/08/2012, contando atualmente com apenas 02 meses de idade, os
quais dependem única e exclusivamente da força laborativa do suplicante para assegurar suas
subsistências e atualmente cursa o 7º período de Ciência da Computação da UNI................,
sendo primário e de excelentes antecedentes (doc. 03/10).
4Deste modo, Excelência os fundamentos e motivos que ensejaram e deram suporte para a
decretação da custódia preventiva do requerente, restaram suplantados e inexistentes, pela
documentação ora costada ao presente pedido, que dá conta
DO DIREITO
Na neonata estética cristalizada pelas marcantes mudanças inseridas pela Lei 12.403/2011,
no título IX, do Livro I, do Código de Processo Penal, que trata “da Prisão, das Medidas
Cautelares e da Liberdade Provisória”, exige dos órgãos judicantes redobrado cuidado na exegese
do art. 312, do Diploma de Ritos e art. 44, da Lei de Tóxicos (Lei nº 11.343/06), principalmente
com relação a decretação ou manutenção da prisão preventiva, que agora alcançou o status de
verdadeira e autêntica ultima ratio.
Hoje é de entendimento pacífico nas nossas Cortes de Teto, que a proibição contida no
nefasto art. 44 da Lei 11.343/06, ao vedar a concessão do benefício se livrar solto da acusação de
suposta violação do art. 33 do mesmo Codex é de constitucionalidade duvidosa, conforme se
recente voto proferido pelo iluminado Ministro Marco Aurélio, no HC 97.976-MG, que assim
lecionou:
Pontua, com a autoridade de sempre, o Ministro, que a sentença que nega liberdade
provisória, nos acasos do art.. 33 da Lei 11.343/06: cuida-se de decisão juridicamente equivocada
e político-criminalmente incorreta (porque seguidora de um punitivismo exacerbado, típico do
Direito penal do inimigo, que refoge do abrigo da razoabilidade). Não constitui, evidentemente,
expressão da cultura jurídica do seu eminente prolator, nem tampouco configura uma lição de
Direito penal. Só retrata mais uma manifestação do “poder punitivo interno bruto” (PPIB), que é
exercido pelas agências repressivas típicas do Estado de Polícia. 1
Ainda, mais com os novos horizontes delineados pela Lei nº 12.403/2011, que alterou de
sobremaneira a matéria referente a prisão e a liberdade provisória dentro do Código de Processo
Penal, ao munir os magistrados com medidas cautelares diversas da prisão preventiva, como
forma de dar garantia ao bom andamento do processo, resguarda a ordem pública e garantir a
aplicação da lei penal, como verdadeiros instrumentos acautelatórios do processo sem se
descuidar dos princípios e garantias do cidadão, assegurados pela Constituição Federal.
Art. 316 - O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo,
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem.
Tanto a doutrina mais abalizada, quanto à jurisprudência hodierna, tem proclamado que
em casos de desaparecimento das razões que, originalmente, determinaram a decretação da
custódia provisória, deixa a mesma carente de justo motivo para sua manutenção, conforme o
ensinamento de Júlio Fabbrini Mirabete:
“A prisão preventiva tem a característica de “rebus sic stantibus,” podendo ser
revogada conforme o estado da causa, ou seja, quando desapareceram as razões de
sua decretação durante o processo. Não estando presentes os motivos que a
determinaram, não deve ser mantida diante de seu caráter excepcional. Assim, se foi
decretada para garantir a instrução criminal, finda esta deve ser revogada. Também é
possível que o juiz, apreciando o conjunto probatório amealhado após a decretação
da medida cautelar, verifique que ela é desnecessária ou inconveniente, o que
permite também sua revogação”2
Ora Excelência, é correto dizer que o juiz pode revogar a prisão preventiva se no decorrer
do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem (artigo 316, do CPP), logo é de bom alvitre conceder
oportunidade para que o Requerente demonstre que os motivos que ensejaram a decretação de
sua custódia processual não mais existam, bem como que preenche os requisitos legais para
aguardar o andamento da instrução criminal em liberdade. Neste sentido é o entendimento
esposado por nossos Tribunais de teto consoante o seguinte aresto:
Além do que o Requerente fez prova de exercer ocupação lícita, com residência fixa, com
bons antecedentes e tecnicamente primário, fazendo jus a concessão da graça prevista no
parágrafo único do art. 310 do CPP.
EX POSITIS,
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, apensado aos autos principais, e
depois de ouvido o ilustre Representante do Parquet, deferido para o fim de revogar sua prisão
preventiva, nos termos do artigo 316 do CPP, mandando que se expeça em seu favor o
competente ALVARÁ DE SOLTURA, pois desta forma Vossa Excelência estará restabelecendo o
império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Pede deferimento.
Local e data.
___________________
OAB
Excesso de Prazo Global Para Encerramento da Instrução Criminal
PROTOCOLO Nº .............
............. ............. ............., já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, via de seu
advogado in fine assinado permissa vênia vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa
Excelência, nos temos do inciso LXV do artigo 5º da Constituição Federal, requerer o
reconhecimento de
EXCESSO DE PRAZO
3Por outro lado, é de se verificar que o Acusado, conforme documentação acostada aos
autos e no pedido de liberdade provisória (autos .............), é portador de bons antecedentes,
possui endereço certo e sabido na comarca de Anápolis-GO. e tecnicamente primário, dando
amplas garantias ao juízo no caso da concessão da liberdade clausulada.
DO DIREITO
Nossos tribunais superiores têm sufragado o entendimento de que uma vez ocorrido o
excesso de prazo para a conclusão da instrução criminal, não havendo a defesa concorrido para
tal desiderato, deve a prisão do acusado ser relaxada, por configurar constrangimento ilegal
violador das garantias constitucionais do cidadão. Vejamos os seguintes arestos:
Paciente segregado cautelarmente há mais de 60 dias sem que a denúncia tenha sido
oferecida. Embora, por vezes, a jurisprudência flexibilize os prazos para conclusão de
inquérito e oferecimento da denúncia, a dilação temporal, no caso concreto, exorbita
qualquer limite de razoabilidade, evidenciando contornos de ilegalidade no ato
constritivo da liberdade do paciente. Ordem concedida. À unanimidade, concederam
a ordem.”3
A matéria relativa a possibilidade de reconhecimento do excesso de prazo, mesmo em se
tratando de crime elencado na Lei 8.072 de 25/07/90, já foi sumulado pelo STF, conforme se vê
adiante:
“A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o
relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.”
Legislação:
CF, artigo 5º, LXV
Julgados:
HC 70.856, IG, 1ª T, 14.12.93, DJU de 29.9.95
HC 80.379, CM, 2ª T, 18.12.2000, DJU de 28.5.2001
Aprovado pelo Tribunal Pleno, na sessão de 24.09.2003 - Publicado no DJU de 9, 10 e
13.10.2003.”
Assim, não tendo a instrução criminal sido encerrada dentro do prazo global de (110) cento
e dez dias, conforme maioria da jurisprudência delimita o prazo máximo para o encerramento da
instrução criminal, não tendo a defesa contribuído para a ocorrência do referido elastério, impõe-
se o reconhecimento da incidência de excesso de prazo, conseqüentemente, o relaxamento da
prisão do acusado, ora Requerente.
Nestes Termos
Pede deferimento.
Local e data
__________________
OAB
Excesso de Prazo – Atraso provocado pela Acusação
Protocolo nº ..................
............................, já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, via de seu advogado
in fine assinado permissa vênia vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa
Excelência, nos termos do art. 5º, inc. LIV, da Constituição Federal, requerer o reconhecimento
de
EXCESSO DE PRAZO
para o encerramento da instrução criminal, pelos seguintes fatos, e fundamentos:
DO DIREITO
EX POSITIS,
Nestes Termos
Pede deferimento.
Local, data
________________
OAB
Excesso de prazo – Dilação não provocada pela Defesa
Protocolo ..............
......................................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça
pública desta comarca via de seu advogado in fine assinado permissa vênia vem perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, sob as diretrizes do inciso LXV, LVII do artigo
5o, da Constituição Federal, requerer o reconhecimento de
EXCESSO DE PRAZO
2 A suposta vítima foi ouvida perante este Juízo às fls. ...., com relação a
menor ....................... não foi encontrada para ser intimada conforme certidão exarada ás fls.....
Muito embora, a dilação probatória tenha sido determinada ex officio pelo juiz, e encontra
sustentação legal no Código de Processo Penal (art. 156 e Parágrafo Terceiro do art. 403, do
Código de Processo Penal, com a nova redação imposta pela Lei 11.719/2008,), os referidos
dispositivos não possuem o condão de sublevar ou afrontar os princípios e garantias
constitucionais do devido processo legal, da presunção de não culpabilidade, da ampla defesa e
do direito de ir e vir.
O entendimento de que encerrada a instrução criminal não mais pode ser alegado o excesso
de prazo, contido na Súmula 52 do STJ, deve ser analisado com reservas, tendo a jurisprudência
hodierna proclamado a existência de constrangimento ilegal quando a demora na conclusão do
processo decorre de diligências do juiz para a elucidação do fato, sem que a defesa tenha dado
causa, tornando a sua custódia abusiva e injustificada, vez que, o direito de liberdade do cidadão
não pode ficar indefinidamente cerceado em decorrência das deficiências do aparelho judiciário.
De mais a mais, o Acusado/Requerente oferece todas garantias ao Juízo uma vez que é
primário, de bons antecedentes, exerce ocupação lícita e com residência fixa em nossa cidade
Nestes Termos
Pede deferimento.
LOCAL, DATA
____________________
OAB
Excesso de Prazo Global
Protocolo nº ..................
EXCESSO DE PRAZO
DO DIREITO
Nesta passo, verifica-se que o Requerente encontra-se preso por mais tempo que a lei
determina, contaminando sua custódia processual de inaceitável ilegalidade, tornado imperiosa
seu relaxamento nos termos do inciso LXV, do artigo 5º de nossa Carta Magna.
Em caso análogo, Egrégio Tribunal Federal de Recurso da 4a Região, no HC n. 91.04.17092-
0, tendo como relator o Ministro Teori Albino Zavascki, assim decidiu:
Assim, não tendo a instrução criminal sido encerrada dentro do prazo global de (....) ........
dias, impõe-se o reconhecimento da incidência de excesso de prazo, conseqüentemente, o
relaxamento da prisão do acusado, ora Requerente.
Nestes Termos
Pede deferimento.
Local, data.
___________________
OAB
Excesso de Prazo Para Conclusão do Judicium Accusationes
PROTOCOLO ......
EXCESSO DE PRAZO
para o encerramento da instrução criminal, pelos seguintes fatos, e fundamentos:
DO DIREITO
Edita o art. 412, do Código de Processo Penal com a nova redação dada pela debutante Lei
11.689 de 09 de junho de 2008:
Art. 412 – O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias.
Bem pontuou o jurista Walfredo Cunha Campos, em sua recente obra “O Novo Júri
Brasileiro”:
Guilherme de Souza Nucci, vai além em acentuar que de nada adiante a lei determinar o
impossível, pois a busca da verdade real, a plenitude de defesa, o contraditório e o devido
processo legal precisam efetivar-se, pouco interessando o que preceitua a lei ordinária uma vez
que os princípios e garantias constitucionais estão acima dela 3
Neste ponto não se pode de forma alguma em sacrifício do sagrado direito ao satatus
libertatis do cidadão, constitucionalmente assegurado, por contingências alheias a atuação da
defesa, sustentar a manutenção de sua prisão por mais tempo do que a lei determina.
Nesta passo, verifica-se que a Requerente encontra-se presa por mais tempo que a lei
determina, contaminando sua custódia processual de inaceitável ilegalidade estatal, tornado
imperiosa seu relaxamento nos termos do inciso LXV, do artigo 5º de nossa Carta Magna.
E ainda, o que se espera é que o Ministério Público aja conforme o novo mandamento legal,
atuando como fiscal da execução da lei, e faça valer os princípios norteadores da função pública:
imparcialidade, impessoalidade e legalidade exarando seu parecer favorável ao pleito.
EX POSITIS,
Nestes Termos
Pede deferimento.
LOCAL, DATA
_______________
OAB
Pedido de Expedição de Alvará de Soltura, por Cumprimento de
Mandado de Prisão já Revogada
PROTOCOLO nº ..........................
.................................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a Justiça
Pública desta comarca, via de seu advogado in fine, assinado permissa máxima vênia, vêm
perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, expor e requerer o seguinte:
1O Requerente, responde a presente ação penal onde foi condenado a pena restritiva de
liberdade, ora em grau de recurso, em cuja sentença condenatória foi-lhe concedido o direito de
apelar em liberdade;
2Ocorre, que no dia de ontem (...................), foi abordados por Policiais da PM, sem
uniformes, em seu local de trabalho, informando que havia pendência de um mandado de prisão
contra sua pessoa, expedido por este Ilustrado Juízo no presente processo. Imediatamente fez o
comunicado ao seu advogado, que esta subscreve, e foi informado que não havia nos autos
notícia de eventual mandado, e, inobstante as argumentações do causídico, foi algemado e
encarcerado sendo que somente na madrugada de hoje (...................), é que lhe foi apresentado o
malfadado mandado de prisão, o qual foi cumprido.
EX POSITIS,
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
___________________
OAB
Pedido de Expedição de Folha de Antecedentes Criminais
Cartório do Crime
Nestes termos
Pede deferimento.
Loca, data.
________________
OAB
Pedido de Liberdade Provisória – Homicídio Qualificado – Crime
Hediondo
Protocolo .........................
1Conforme cópia do Auto de Prisão em Flagrante, em apenso (doc. ...), o Requerente, foi
preso e autuado em flagrante delito sob a acusação de ter infringido a norma incriminadora do
artigo 121 “caput” do Código Penal Brasileiro, cuja inocência será provada, oportunamente,
durante o persecutio criminis in judicio.
3O requerente, exerce ocupação lícita (doc. ...), reside em lugar certo e sabido no distrito de
.............., município de ................ ., (doc......), além de ser primário e de bons antecedentes, não
existindo qualquer registro judicial de relevo que possa desabonar sua pessoa e ausente qualquer
das hipóteses autorizativas da prisão preventiva insertos no artigo 312 do Código de Processo
Penal
4O requerente, embora jovem, possui família constituída, com filhos menores, cuja
subsistência depende exclusivamente de sua atividade laborativa.
DO DIREITO
Com advento da neonata Lei 12.403 de 04 de maio de 2011, abriu-se um nova era no
tocante a decretação da custódia processual de qualquer cidadão sendo esta supressão da
liberdade individual, na ótica da nova regulamentação, cabível somente em casos de extrema
necessidade, conforme proclama o parágrafo 4º. Artigo 282, do Código de Processo Penal
constituindo uma ultima ratio.
Se é verdade que o Juiz não pode, na fase de recebimento da denúncia, desclassificar o
crime nela indicado, ou rejeitar a acusação por considerar menos exata a capitulação dada ao
fato, não é menos certo que “o despacho de recebimento da denúncia não importa no
reconhecimento de determinado crime com as conseqüências decorrentes da classificação
provisória da inicial”. Assim já entendia a jurisprudência (RT 241/109) e a boa doutrina (José
Frederico Marques, Elementos de direito processual penal, Forense, 1965, v. IV, p. 51), ao tempo
da prisão preventiva obrigatória.
Por ser esta a tradição de nosso direito, os Tribunais Superiores, agora sob o império da
chamada Lei dos Crimes Hediondos, voltou a proclamar, em v. acórdão da lavra do saudoso Des.
Dínio Garcia, que, “se se entender infundada a capitulação inicial, nem por isso deve ser
rejeitada a denúncia. Mas possível, em tal caso, a concessão do benefício previsto no artigo 310,
par. ún., do CPP.” Da mesma forma,” se duvidosa a hipótese, consoante as circunstâncias
concretas que o caso apresenta, pode ser aconselhável a libertação do paciente” (RJTJSP
111/553). O entendimento vem encontrando eco no Colendo STJ (HC 5.356 - PR, 5ª T., em
15.04.1997, rel. Min. Félix Fischer, DJU de 25.08.1997, p. 39.398 e HC 5.818 - DF, 6ª T.,
27.05.1997, rel. Min. William Patterson, DJU de 23.06.1997, p. 29.192) e deve ser adotado,
sempre que o Juiz vislumbre excesso de acusação ou, como na hipótese, a capitulação
motivadora da prisão-custódia, ou impeditiva das contracautelas previstas em lei, apareça, sem a
necessidade de exame aprofundado da prova, como capaz de não vir a prevalecer.
Perfilhado esse entendimento, vale dizer, não basta ter o crime qualificação de hediondo
para que a liberdade provisória seja vedada, sendo imprescindível fundamentar-se sua negação.
Face a digressão retro perfilada e a jurisprudência dominante, não obstante tenha o réu sido
denunciado por homicídio qualificado, é admissível a concessão da liberdade provisória, se o
juiz, após a análise das provas, entender que o acusado é primário, de bons antecedentes, possui
residência fixa e ainda houver a possibilidade de desclassificação do crime pelo Tribunal do Júri.
A hediondez do crime não pode ficar adstrita, tão-somente, ao entendimento inicial do
Ministério Público, que assim se expressou na denúncia. A definição típica inicial inserta na
peça acusatória não pode valer, por si só, como se imutável fosse, o que, muitas vezes, não resiste
à apuração dos fatos até o desfecho do processo. Assim, deve o juiz da causa, depois de
verificadas as circunstâncias que envolveram o delito praticado e examinados os elementos
probatórios, aferir a necessidade ou não de manter o acusado encarcerado até o julgamento, pois,
em tese, poderá até ocorrer a desclassificação da capitulação exordial considerada pelo Parquet.
Destarte, pelo acima alinhavado, seria indispensável para a manutenção da segregação
provisória do Requerente, que uma das circunstâncias mencionadas aflorasse das provas até
agora coligidas, o que não ocorreu, ou que ficasse demonstrado sua necessariedade, vez que se
trata de medida drástica e excepcional, impondo-se, assim a concessão da liberdade provisória
ora pleiteada.
Neste diapasão, é o pensamento do insuperável mestre Tourinho Filho, que assim leciona:
LOCAL E DATA
___________________
OAB
Pedido de Liberdade Provisória – Porte Ilegal de Arma
LIBERDADE PROVISÓRIA
DOS FATOS
DO DIREITO
Com advento da neonata Lei 12.403 de 04 de maio de 2011, abriu-se um nova era no
tocante a decretação ou a manutenção da custódia processual de qualquer cidadão sendo esta
supressão da liberdade individual, na ótica da nova regulamentação, cabível somente em casos
de extrema necessidade, conforme proclama o parágrafo 4º. Artigo 282 do Código de Processo
Penal constituindo uma ultima ratio.
No caso em apreço, o Requerente, embora, responda a outra ação penal, trata-se de pessoa
com família regularmente constituída com filhos menores, (doc.), cuja subsistência depende
exclusivamente de seu trabalho como produtor rural, (doc. ), não estando, assim, presentes as
hipóteses que autorizam a prisão preventiva.
Conforme, entendimento de nossa melhor doutrina, a prisão provisória, por ser atentatória
a liberdade individual da pessoa humana, e por constituir-se em prisão sem inflição anterior de
pena, somente há de ser decretada em casos excepcionais e cercado das necessárias cautelas, a
fim de que não se constitua em cerne ou caldo de cultura de injustiça. Sendo esta injustiça, fato
que compromete o jus libertatis do cidadão, ainda não definitivamente considerado culpado,
somente poderá ser convalidada se presentes além dos pressupostos básicos e necessários, que se
atenda ainda, as circunstâncias que a autorizam: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal e asseguração de eventual pena a ser imposta. , conforme se detrai do artigo
312 do Código de Processo Penal.
Neste ponto, mister, se faz, que as hipóteses autorizativas da segregação provisória sejam
escorreitamente analisadas.
Ordem pública, como de curial ciência de todos, é a paz e a tranqüilidade do meio social,
que no caso vertente, em momento algum estão atingidas ou conturbadas por atos dos
requerentes, já que não praticaram in tese qualquer dos crimes previstos na Lei nº 8.072/90, que
via de regra causam comoção na sociedade, e não apenas a manifestação sensacionalistica e
isolada da imprensa, que geralmente levam à execração pública pessoas honestas, que ainda se
encontram sob o manto constitucional da presunção de inocência.
No que concerne à conveniência da instrução criminal , cuidado especial há que ser dado a
esta hipótese, que somente poderá ser atendida quando ficar evidenciado que o agente, esteja
afugentando testemunhas que possam depor contra ele, aliciando testemunhas falsas, ou
assumindo qualquer conduta que venha a deturpar o bom andamento da instrução criminal,
situações que em nenhum momento se fazem presentes no caso em tela.
Neste diapasão, é o pensamento do insuperável mestre Tourinho Filho, que assim leciona:
Local, data
______________________
OAB
Pedido de Liberdade Provisória – Receptação
3O requerente, exerce ocupação lícita e reside em lugar certo (doc. .../...), além de ser
primário e de bons antecedentes, (doc. ...) não existindo qualquer registro judicial que possa
desabonar sua pessoa e ausente qualquer das hipóteses autorizativas da prisão preventiva
insertos no artigo 312, do Código de Processo Penal
4O requerente, embora jovem, possui família constituída, com filhos menores, cuja
subsistência depende exclusivamente de sua atividade laborativa.
DO DIREITO
“ninguém será levado a prisão ou nela mantido, quando alei admitir liberdade
provisória, com ou sem fiança”.
E, ainda vem estampado no parágrafo 3º. do artigo 310, do Código de Processo Penal:
Conforme, entendimento de nossa melhor doutrina, a prisão provisória, por ser atentatória
a liberdade individual da pessoa humana, e por constituir-se em prisão sem inflição anterior de
pena, somente há de ser decretada em casos excepcionais e cercado das necessárias cautelas, a
fim de que não se constitua em cerne ou caldo de cultura de injustiça. Sendo esta injustiça, fato
que compromete o jus libertatis do cidadão, ainda não definitivamente considerado culpado,
somente poderá ser convalidada se presentes além dos pressupostos básicos e necessários, que se
atenda ainda, as circunstâncias que a autorizam: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal e asseguração de eventual pena a ser imposta. , conforme se detrai do artigo
312 do Código de Processo Penal.
Neste ponto, mister, se faz, que as hipóteses autorizativas da segregação provisória sejam
escorreitamente analisadas.
Ordem pública, como de curial ciência de todos, é a paz e a tranquilidade do meio social,
que no caso vertente, em momento algum estão atingidas ou conturbadas por atos dos
requerentes, já que não praticaram in tese qualquer dos crimes previstos na Lei 8.072/90, que via
de regra causam comoção na sociedade, e não apenas a manifestação isolada de pessoas
interessadas em atribuir a responsabilidade dos Requerentes por toda sorte de abigeatos que
tenham ocorrido na região com autoria desconhecida.
Neste diapasão, é o pensamento do insuperável mestre Tourinho Filho, que assim leciona:
EX POSITIS
Local e data
______________________
OAB
Pedido de Liberdade Provisória – Roubo Qualificado Pelo Uso de
Arma
3A Requerente, exerce ocupação lícita e reside em lugar certo (doc. ), além de ser primária
e de bons antecedentes, (doc. ) não existindo qualquer registro judicial que possa desabonar sua
pessoa e ausente qualquer das hipóteses autorizativas da prisão preventiva insertos no artigo
312, do Código de Processo Penal
4A Requerente, embora jovem, possui família constituída, com filhos menores, cuja
subsistência depende exclusivamente de sua atividade laborativa.
DO DIREITO
“ninguém será levado a prisão ou nela mantido, quando alei admitir liberdade
provisória, com ou sem fiança”.
Com advento da neonata Lei 12.403 de 04 de maio de 2011, abriu-se um nova era no
tocante a decretação da custódia processual de qualquer cidadão sendo esta supressão da
liberdade individual, na ótica da nova regulamentação, cabível somente em casos de extrema
necessidade, conforme proclama o parágrafo 4º. Artigo 282 do Código de Processo Penal
constituindo uma ultima ratio.
E, ainda vem estampado no artigo 310, e seu parágrafo único, do Código de Processo Penal
com a nova redação que lhe emprestou a Lei 12.403 de 04 de maio de 2011:
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente
praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.” (Redação dada
pela Lei 12.403 de 04/05/2011).
Conforme, entendimento de nossa melhor doutrina, a prisão provisória, por ser atentatória
a liberdade individual da pessoa humana, e por constituir-se em prisão sem inflição anterior de
pena, somente há de ser decretada em casos excepcionais e cercado das necessárias cautelas, a
fim de que não se constitua em cerne ou caldo de cultura de injustiça. Sendo esta injustiça, fato
que compromete o jus libertatis do cidadão, ainda não definitivamente considerado culpado,
somente poderá ser convalidada se presentes além dos pressupostos básicos e necessários, que se
atenda ainda, as circunstâncias que a autorizam: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal e asseguração de eventual pena a ser imposta. , conforme se detrai do artigo
312 do Código de Processo Penal.
Neste ponto, mister, se faz, que as hipóteses autorizativas da segregação provisória sejam
escorreitamente analisadas.
Ordem pública, como de curial ciência de todos, é a paz e a tranquilidade do meio social,
que no caso vertente, em momento algum estão atingidas ou conturbadas por atos da Requerente,
já que não praticara in tese qualquer dos crimes previstos na Lei, que via de regra causam
comoção na sociedade, como um todo, hipótese inexistente no presente caso.
“Não se pode confundir ordem pública com o estardalhaço causado pela imprensa
pelo inusitado crime. Como ficar em liberdade é a regra geral, deveria o juiz justificar
substancialmente a necessidade de paciente ficar preventivamente preso. Não basta
invocar de ordem formal, palavras abstratas do artigo 312 do CPP. Ordem
concedida”. (RSTJ 81/361).
No que concerne à conveniência da instrução criminal , cuidado especial há que ser dado a
esta hipótese, que somente poderá ser atendida quando ficar evidenciado que o agente, esteja
afugentando testemunhas que possam depor contra ele, aliciando testemunhas falsas, ou
assumindo qualquer conduta que venha a deturpar o bom andamento da instrução criminal,
situações que em nenhum momento se fazem presentes no caso em tela.
Neste diapasão, é o pensamento do insuperável mestre Tourinho Filho, que assim leciona:
EX POSITIS
Local, data.
_______________
OAB
Pedido de Prisão Especial Portador de Diploma em Curso Superior
PRISÃO ESPECIAL
1O Requerente, encontra-se custodiado à disposição deste Ilustrado Juizo, por força de sua
autuação em flagrante delito, e, inobstante ter realizado prova documental de sua condição de
médico, (doc. 1), vez que formado pela Faculdade de Medicina da UFG, a doutora delegada
titular da Delegacia de Defesa da Mulher de ..............., determinou a expedição, em seu desfavor,
da inclusa Guia Para Recolhimento de Preso, (doc. 2), encarcerando-o na Casa de Prisão
Provisória, juntamente com os presos comuns daquele estabelecimento correcional,
desrespeitando o direito do requerente de se ver recolhido em prisão especial, antes do trânsito
em julgado de eventual sentença condenatória.
2É notório e do conhecimento geral que a CPP não possui recursos estruturais, para
receber presos com direito à prisão especial, portanto, o Requerente, diligenciou junto ao
Comando Geral de nossa gloriosa Polícia Militar e conseguiu vaga no quartel do 7º BPM, nesta
cidade, (doc. 3), para seu recolhimento provisório, em condições adequadas, até que se defira
seus pedidos de Relaxamento de Prisão em Flagrante e Arbitramento de Fiança.
DO DIREITO
EX POSITIS
requer a Vossa Excelência, sua transferência da Casa de Prisão Provisória, para o quartel do
7º Batalhão de Polícia Militar, até que se defira seus pedidos de liberdade provisória já em
tramitação por Este Juizo, pois desta forma estará editando decisão amparada nos mais lídimos
preceitos de JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
______________________
OAB
Prova Ilícita – Pedido de Desentranhamento
Protocolo ........
............................, já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública
desta comarca, via de seu advogado e defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem
perante conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 157, do Código de
Processo Penal, com a nova redação dada pelo Lei nº 11.690, de 09.06.2008 - DOU 10.06.2008.
requerer o desentranhamento do interrogatório policial, prestado no dia .........., acostado as fls. ,
sob os seguintes fatos e fundamentos:
2Porém, dois policiais militares, conduziram o Acusado até o “lixão” da cidade onde o
torturaram barbaramente, com o objetivo de extorquir-lhe a versão apresentada no interrogatório
questionado, causando-lhe as lesões descritas no Exame Médico em apenso, doc..., cujo original
está acostado nos autos da representação pela prisão preventiva, fato também confirmado por
familiares e amigos ouvidos durante o persecutio criminnis in judicio.
3É inequívoco que a versão apresentada na Delegacia de Polícia fls. , foi obtida mediante
tortura, configurando notória e incontestável prova ilícita, vedada taxativamente pela nova
ordem jurídica , razão pela qual deve ser extirpada dos autos.
DO DIREITO
Edita o neonato art. 157, do Código de Processo Penal:
Parágrafo primeiro - São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
Parágrafo segundo - Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria
capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
Com a novel sistemática legal poderia até surgir eventual discussão, se o conceito de
ilicitude previsto na nova lei seria atinente ao significado de restrito, ou seja proibido por lei, ou
sob o prisma amplo: no sentido de contrário aos bons costumes, à moral e os princípios gerais de
direito, porém, à toda evidência, a doutrina de forma unânime, já inclinou para a aceitação no
sentido de dar guarida à interpretação mais condizente com o texto constitucional: toda prova
ilegal ou ilegítima é ilícita, portanto inadmissível no processo. A obtidas por meio de tortura é
uma delas, portanto: está vedada por lei.
No caso em apreço, o Requerente foi cruelmente torturado pelos policiais da Policia Militar,
para obtenção de uma versão na qual ele teria uma participação ativa na execução do ilícito
penal, fato, incontroversamente, constitutivo de obtenção de prova ilícita, proibida pela nova
lei, que deve ser de pronto desentranhado do processo.
EX POSITIS,
LOCAL, DATA
________________________
OAB
Pedido de Relaxamento de Prisão em Flagrante 1
Protocolo ...........
Do Protocolo nº ............
2Observe-se que a arma apreendida por ocasião da lavratura do ...., foi encontrada na
residência do menor .........., e não em poder do Requerente como declararam os policiais naquele
ato administrativo.
O Requerente possui endereço certo nesta cidade, conforme documentos acostados nos
autos ................., exerce ocupação lícita (doc....), sendo tecnicamente primário e possuidor de
bons antecedentes (doc....), e, embora em sua .... , registre a existência de uma ação penal na
comarca de ....., é evidente que se trata de pessoa homônima uma vez que em .......... o
Requerente contava com apenas ... (...) anos de idade, pelo que aquele antecedente criminal deve
ser desconsiderado.
DO DIREITO
Incrustada no pórtico das garantias e direitos fundamentais (art. 5º LXI CF), está a
imperatividade de que o status libertatis de qualquer cidadão não pode ser suprimido sem que
esteja em flagrante delito (art. 302 CPP) ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente.
Consoante o entendimento esposado por nossa melhor doutrina processual penal, constitui
a liberdade física do indivíduo um dos dogmas do Estado de Direito, sendo natural que a
Constituição fixe certas regras fundamentais a respeito da prisão de qualquer natureza, pois a
restrição ao direito de liberdade, em qualquer caso, é medida extraordinária, cuja adoção deve
estar sempre subordinada a parâmetros de legalidade estrita.
No caso da prisão cautelar, essas exigências se tornam ainda mais rigorosas, diante do
preceito constitucional segundo o qual “ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória” (art. 5.°, inc. LVII, CF); em face do estado de inocência
do acusado, a antecipação do resultado do processo representa providência excepcional, que não
pode ser confundida com a punição, somente justificada em situações de extrema necessidade.
Pois bem, in casu, o que emerge disso é a conclusão, sob a ótica inquestionável, de que
quando foi encontrado, já muitas horas após o fato, o Requerente, não estava mais em estado de
flagrância capaz de justificar sua prisão.
Ora, como se sabe de sobejo, o artigo 302, do CPP, preconiza que alguém só pode ser preso
em flagrante delito quando: 1 - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é
perseguido, logo após, pela autoridade, etc.; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
arma, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
Vale lembrar, todavia, a esse propósito, a boa lição de JÚLIO FABBRINI MIRABETE, que
assim leciona:
“Não encontra fundamento algum a crença popular de que é 24h o prazo entre a hora
do crime e a prisão em flagrante, para permitir a captura do autor do crime. Não
tendo havido perseguição logo após o ilícito não é legal a prisão em flagrante
efetuada depois de vários dias, no dia seguinte, ou mesmo algumas horas após o
crime”. (grifei)1
Vale ainda dizer que estão ausentes a hipóteses que autorizariam a custódia cautelar
processual, insertas no artigo 312 do Código Processo Penal, mesmo se tratando de crime de
natureza grave, haja vista que se perdeu na medieva história do direito a figura da prisão
preventiva compulsória, abolida em nosso ordenamento jurídico com o advento da Lei 6.416/77 e
a moderna escola da ciência criminal adotada pelos nossos Superiores Tribunais, conforme o
seguintes arestos;
Na realidade, o que paira contra a pessoa do Requerente, até o presente momento, é uma
mera suspeita da prática de um delito tido como grave, porém sem nenhuma evidência concreta
da realidade da autoria, mormente quando pela documentação em apenso, percebe-se que se
trata de jovem trabalhador, sem qualquer mácula judicial pretérita, e inexistente qualquer das
hipóteses autorizadoras de sua prisão preventiva inscritas no artigo 311 e 312 do CPP, dando com
isto ampla e irrestrita garantia ao juízo.
EX POSITIS,
espera o Requerente seja o presente pedido recebido, e, após ouvido o ilustre representante
do Ministério Público, deferido em todos seus termos, relaxando-se a prisão em flagrante
ilegalmente perpetrada, determinando-se a expedição do competente alvará de soltura em seu
favor, pois desta forma Vossa Excelência estará, como de costume, restabelecendo o império da
Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Local, data
___________________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva – Desaparecimento dos Motivos da
Decretação
4O Requerente, pretende se fazer presente durante todos atos da instrução criminal onde,
sob o manto do contraditório, irá provar que os fatos não ocorreram da forma descrita na portaria
que deu início ao inquérito policial, nem tampouco no relato inscrito na representação pela
prisão preventiva.
5Das três hipóteses, alinhavadas no art. 312, do CPP, nenhuma se faz presente no atual
momento processual, se se detiver uma análise sóbria do conjunto de provas até aqui
produzidas, inclusive, com a documentação que instrui o presente pedido, que constitui fatos e
provas novas, e que dão conta de o Requerente é pessoa de bem, trabalhadora, sem qualquer
mácula processual pretérita que pudesse chegar a ilação ou presunção de que em liberdade
continuariam na senda criminosa ou atentaria contra a incolumidade física da suposta vítima.
7A viabilidade da presente súplica, encontra seu respaldo jurídico no artigo 316, do CPP,
que na ótica do mestre Julio Fabbrini Mirabete: ...”Também é possível que o juiz, apreciando o
conjunto probatório amealhado após a decretação da medida cautelar, verifique que ela é
desnecessária ou inconveniente, o que permite também sua revogação” (Código de Processo
Penal Interpretado – 8ª Edição – Pág.710).
8Concluindo, tem-se que as ameaças denunciadas pela suposta vítima foram retratadas, e
com a juntada da inclusa documentação aos autos, verifica-se que houve a ocorrência de fatos
novos, demonstrativos de que os motivos da decretação da prisão preventiva deixaram de existir,
dando ao Juízo uma nova visão da personalidade, do caráter e da vida social e familiar do
Requerente, não havendo quaisquer indícios de esteja com intenção de conturbar o bom
andamento das investigações policiais ou da eventual instrução criminal,
EX POSITIS,
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, apensado aos autos principais, e depois de
ouvido o ilustre representante do Parquet, deferido para o fim de revogar suas prisões
preventivas, nos termos do artigo 316 do CPP, mandando que se expeça em favor dos
Requerentes o competente ALVARÁ DE SOLTURA, se comprometendo desde já se fazer presente
a todos atos processuais, pois desta forma Vossa Excelência estará restabelecendo o império da
Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Pedem deferimento.
Local e data
_________________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva – Endereço Não Encontrado Pelo
Oficial de Justiça
Protocolo ..............
por ocorrência de nulidade absoluta do processo “ab nitio” , a partir das fls. 65, e face aos fatos e
fundamentos a seguir perfilados:
5O Por via de consequência, uma vez que não se instalou e completou o actium trium
personarum, a prisão decretada não pode ser tida como legal, configurando notório
constrangimento ilegal.
DO DIREITO
A viabilidade jurídica do presente pedido assenta-se no art. 5º, LIV e LV, da Constituição
Federal combinado com art. 564, III, “ e”, 216 e 251 e seguintes do Código de Processo Penal, é
manejado tempestivamente e endereçado ao Juízo detentor da Jurisdição responsável pela
entrega da tutela jurisdicional invocada, vez que trata-se de reconhecimento de nulidade
absoluta do processo, matéria esta que não está sujeita ao alcance da res judicata ou preclusão.
A mestra Ada Pellegrine Grinover, leciona que a efetividade dos diversos atos de
comunicação processual representa condição indispensável ao pleno exercício dos direitos e
faculdades conferidos às partes; sua falta ou imperfeição implica sempre prejuízo ao
contraditório, comprometendo toda atividade subsequente. 4
“Em tema de citação não se pode presumira o conhecimento do citando fora dos
casos e dos limites fixados pela lei. Assim, como ato substancial à instauração da lide
egarantia do contraditório, a citação inicial há de ser perfeita, sendo que qualquer
defeito ainda que decorrente de simples erro material, importa em nulidade do
chamamento, trazendo “in re ipsa” ´presunção de prejuízo para o réu”
“CITAÇÃO - Edital - Nulidade - Publicação com incorreção quanto ao nome do citado
- Hipótese que fere o princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório. Se
o edital de citação foi publicado com incorreção quanto ao nome do citando, tem-se
configurada nulidade absoluta por ofensa ao princípio constitucional da ampla
defesa e do contraditório, contagiando todos os demais atos processuais
subsequentes.
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, apensado aos autos principais, e ao
pedido ................, e depois de ouvido a ilustre representante do Parquet, deferido para o fim
decretar a nulidade do processo a partir da citação, e conseqüentemente, revogar sua prisão
preventiva, nos termos dos dispositivos legais retro perfilados, mandando que se expeça em seu
favor o competente ALVARÁ DE SOLTURA, pois desta forma Vossa Excelência estará
restabelecendo o império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Pede deferimento.
Local, data
___________________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva – Estupro
Ordem pública, como de curial sabença é a paz e a tranqüilidade geral, hipótese peculiar
aos delinqüentes contumazes cuja liberdade se mostra atentatória à harmonia social face a
periculosidade manifesta de seus destinatários, situação que no caso vertente, em momento
algum se faz presente uma vez que o Requerente é de excelente antecedentes e jamais infringiu
qualquer norma penal por mais insignificante que seja.
Ainda, mais com os novos horizontes delineados pela Lei 12.403/2011, que alterou de
sobremaneira a matéria referente a prisão e a liberdade provisória dentro do Código de Processo
Penal, ao munir os magistrados com medidas cautelares diversas da prisão preventiva, como
forma de dar garantia ao bom andamento do processo, resguarda a ordem pública e garantir a
aplicação da lei penal, como verdadeiros instrumentos acautelatórios do processo sem se
descuidar dos princípios e garantias do cidadão, assegurados pela Constituição Federal.
Na ótica do mestre Julio Fabbrini Mirabete o pedido se viabiliza: ...”Também é possível que
o juiz, apreciando o conjunto probatório amealhado após a decretação da medida cautelar,
verifique que ela é desnecessária ou inconveniente, o que permite também sua revogação”
(Código de Processo Penal Interpretado – 8ª Edição – Pág.710) .
EX POSITIS,
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, apensado aos autos principais, e
depois de ouvido a ilustre representante do Parquet, deferido para o fim de revogar sua prisão
preventiva, determinando que se expeça a competente contra-ordem de prisão, para o imediato
recolhimento dos respectivos mandados expedidos contra sua pessoa, pois desta forma Vossa
Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Pede deferimento.
Local, data.
___________________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva – Garantia da Ordem Pública –
Assegurar a Aplicação da Lei Penal
Protocolo .............
Código TJ........... - Pedido de Revogação de Prisão Preventiva
......................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta
comarca, via de seu advogado in fine, assinado, permissa máxima vênia, vêm perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 5º, LVI, de nossa Carta
Magna, combinado com artigo 316 do Código de Processo Penal, requerer
1O requerente responde a uma Ação Penal em tramitação por este Ilustrado Juízo (autos
nº .............), na qual Vossa Excelência entendeu por bem decretar sua prisão preventiva, para
assegurar a aplicação da Lei Penal e com garantia da ordem pública.
2Como a prisão preventiva foi decretada em data próxima a ocorrência do fato, o
Requerente, visando preservar este Ilustrado Juízo, no sentido e revogar aquele decreto, buscou
a cassação perante o Egrégio Tribunal de Justiça de nosso Estado, via de habeas Corpus,que foi
indeferido, porém, em seu voto o eminente Relator se reportou da seguinte forma:
“... No que tange aos fundamentos que sustentam o decreto prisional, vejo-os como
suficientes, até porque é ao Juiz do feito que se deve creditar a faculdade de valorar
as circunstâncias e apreciara necessidade da decretação da prisão diante dos fatos
objetivos emergentes dos autos”
3Com o excerto acima, percebe-se que o julgador ad quem abriu a possibilidade da ilustre
Magistrada, presidente do processo de conhecimento, apreciar a matéria com mais inteireza, vez
que mais próxima do cenário onde ocorreram os fatos, além de estar mais bem sintonizada com
a sociedade onde viviam seus protagonistas.
6Há que se ressaltar, ainda, que a saída do local do fato delituoso é reação natural de
qualquer cidadão, não podendo ser confundido com intenção de fugir da ação policial ou
judicial. Tanto, que o Requerente se apresentou na delegacia de policia da cidade de .............,
cujo delegado estava revestido da mesma autoridade daquele que presidia o inquérito aqui
em .........., pelo que não pode ser desconsiderada sua apresentação espontânea como válida.
7Embora não tenha comparecido para ser interrogado no dia designado, em respeito à
justiça, prontamente apresentou justificativa de sua ausência, à Vossa Excelência, além de juntar
aos autos, vasta documentação acerca de sua conduta social, demonstrando, inequivocamente,
seu desejo de acompanhar o andamento do feito, seja pessoalmente ou através de seu defensor
constituído, conforme lhe faculta o artigo 366, do CPP, com a nova redação dada pela Lei nº
9.271, de 17 de abril de 1996, bem como trouxe novas provas de que a revogação da prisão se
torna viável no momento.
8De mais a mais, s.m.j., a ausência do réu no interrogatório não constitui conduta
atentatória ao bom andamento da instrução criminal, pois, a sanção processual decorrente do
não comparecimento, é o seguimento normal da ação, quando há advogado constituído, ou, em
caso contrário, a suspensão do feito e do prazo prescricional, não sendo assim, motivo para
decretação ou manutenção da prisão cautelar.
10 Das três hipóteses, acima alinhavadas, nenhuma se faz presente no atual momento
processual, se se detiver uma análise sóbria do conjunto de provas até aqui produzidas,
inclusive, com a documentação acostada aos autos após a decretação da custódia.
EX POSITIS,
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, apensado aos autos principais, e após
ouvido o ilustre representante do Parquet, deferido para o fim de revogar sua prisão preventiva,
nos termos do artigo 316 do CPP, mandando que se expeça em seu favor o competente SALVO
CONDUTO, pois desta forma Vossa Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do Direito
e da JUSTIÇA.
Pede deferimento.
Local e data
_____________________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva – Gravidade do Crime
1O requerente responde a uma Ação Penal em tramitação por este Ilustrado Juízo (autos
nº .......), na qual Vossa Excelência entendeu por bem decretar sua prisão preventiva, para
assegurar a aplicação da Lei Penal e com garantia da ordem pública. Conforme trecho da
Sentença a seguir:
2Percebe-se que a conclusão desse Ilustrado Juízo com relação aos antecedentes judiciais
do requerente partiram de informações equivocadas por parte da autoridade policial, pois, o
mesmo não possui qualquer registro criminal pretérito, conforme certidão de antecedentes
criminais de fls.
3Por outro lado o requerente possuí endereço certo e sabido (doc....), nunca esteve
homiziado ou foragido, exerce ocupação lícita conforme declaração em apenso (doc....).
4Tanto a doutrina mais abalizada quanto a jurisprudência hodierna, tem proclamado que
em casos de desaparecimento das razões que, originalmente, determinaram a decretação da
custódia provisória, deixa a mesma carente de justo motivo para sua manutenção, conforme o
ensinamento de Júlio Fabbrini Mirabete:
EX POSITIS,
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, e após ouvido o ilustre representante
do Parquet, deferido para o fim de revogar sua prisão preventiva, nos termos do artigo 316 do
CPP, mandando que se expeça em seu favor o competente SALVO CONDUTO, pois desta forma
Vossa Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Pede deferimento.
Local, data.
_________________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva – Cárcere Privado
1A Requerente foi indiciada em inquérito policial que tramita pela Delegacia de Polícia de
Defesa da Mulher de ............., sob a suposta prática do ilícito penal contido na norma
incriminadora do art. 148, § 2º, do Código Penal em que figura como vítima sua enteada
..............., a qual vive em sua companhia desde o início do ano .................
4A denúncia anônima oferecida contra a pessoa da Requerente, foi feita de modo capcioso,
desonesto e injusto, e por pessoas maldosas que desconhecessem o dia a dia de luta e dedicação
que ela tem por sua filha ....., ou talvez motivada por interesses escusos, conforme ela mesma
reconhece na declaração escrita no dia ........ e as prestadas perante a Promotoria de Justiça, em
anexo: (doc....)
“Quero deixar registrado aqui que, se na vida tive momentos bons, devo eles a a
minha segunda mãe ........................, que me cuida incansavelmente e luta para
proporcionar uma vida a qual se pode chamar de digna de ser vivida. Agradeço a ela
a toda família pelo esforço, pelo amor que tem por nós e pelo carinho com o qual nos
tratam’.(Grifei).
5A Requerente, tem profundo sentimento de amor pelos seus enteados, que os considera
como filhos, principalmente por ....., em razão ter saúde muito debilitada, e jamais restringiu sua
liberdade de locomoção ou submeteu a maus tratos, com intuído de espezinhar e ou infligir
sofrimento, porém em razão dos distúrbios de saúde (doc.....) a mesma deve ser tratada de forma
diferenciada e com redobrados cuidados.
7O fato de ter dito a testemunha .............., que viajaria para o ..... em junho deste ano, é
pura invencionice daquela senhora, pois embora tenha um namorado que mora lá, e, que é de
notório conhecimento de todos amigos e familiares jamais abandonaria seus filhos em momento
deste.
8Conforme cópia dos prontuários médicos, verifica-se que .... sempre foi tratada com zelo e
dedicação e pelas inúmeras vezes em que foi atendida se fez acompanhar pela requerente numa
demonstração de preocupação com seu estado de saúde. (doc...).
13 Sem pretender ingressar no mérito do feito, não se deve confundir cárcere privado,
com excesso de zelo ou um tratamento equivocado, pois lá se exige a demonstração inequívoca
da intenção de tolher a liberdade de locomoção de outrem, enquanto que aqui o desvio pode
ocorrer por um desconhecimento da forma exata de proceder ou talvez o receio de provocar um
mal a saúde da pessoa que se ama.
EX POSITIS,
Espera a Requerente, seja presente pedido recebido, e após ouvido o ilustre representante
do Parquet, deferido para o fim de revogar sua prisão preventiva, nos termos do artigo 316, do
CPP, mandando que se expeça em seu favor o competente ALVARÁ DE SOLTURA, pois desta
forma Vossa Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Requer, ainda, seja oficiada autoridade policial, no sentido de informar, com urgência, a
este Ilustrado Juízo, se realmente a Requerente e seu patrono a procuraram antes da decretação
da prisão preventiva, para prestar suas declarações e colaborar no que fosse possível para a
elucidação dos fatos.
Pede deferimento.
Local, data
___________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva – Endereço não Encontrado pelo
oficial de justiça
Protocolo ..............
por ocorrência de nulidade absoluta do processo “ab nitio” , a partir das fls. 65, e face aos
fatos e fundamentos a seguir perfilados:
5O Por via de conseqüência, uma vez que não se instalou e completou o actium trium
personarum, a prisão decretada não pode ser tida como legal, configurando notório
constrangimento ilegal.
DO DIREITO
A viabilidade jurídica do presente pedido assenta-se no art. 5º, LIV e LV, da Constituição
Federal combinado com art. 564, III, “ e”, 216 e 251 e seguintes do Código de Processo Penal, é
manejado tempestivamente e endereçado ao Juízo detentor da Jurisdição responsável pela
entrega da tutela jurisdicional invocada, vez que trata-se de reconhecimento de nulidade
absoluta do processo, matéria esta que não está sujeita ao alcance da res judicata ou preclusão.
A mestra Ada Pellegrine Grinover, leciona que a efetividade dos diversos atos de
comunicação processual representa condição indispensável ao pleno exercício dos direitos e
faculdades conferidos às partes; sua falta ou imperfeição implica sempre prejuízo ao
contraditório, comprometendo toda atividade subsequente. 4
“Em tema de citação não se pode presumira o conhecimento do citando fora dos
casos e dos limites fixados pela lei. Assim, como ato substancial à instauração da lide
e garantia do contraditório, a citação inicial há de ser perfeita, sendo que qualquer
defeito ainda que decorrente de simples erro material, importa em nulidade do
chamamento, trazendo “in re ipsa” ´presunção de prejuízo para o réu”
EX POSITIS,
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, apensado aos autos principais, e ao
pedido ................, e depois de ouvido a ilustre representante do Parquet, deferido para o fim
decretar a nulidade do processo a partir da citação, e conseqüentemente, revogar sua prisão
preventiva, nos termos dos dispositivos legais retro perfilados, mandando que se expeça em seu
favor o competente ALVARÁ DE SOLTURA, pois desta forma Vossa Excelência estará
restabelecendo o império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Pede deferimento.
Local, data
___________________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva – Estupro
1 O Requerente foi indiciado pelo inquérito policial tramita pela Delegacia de Defesa da
Mulher , sob a suposta pratica do ilícito penal contido na norma incriminadora do art. 213- 121
do CPB,o fato ocorrido no dia ................... neste município.
Ordem pública, como de curial sabença é a paz e a tranqüilidade geral, hipótese peculiar
aos delinqüentes contumazes cuja liberdade se mostra atentatória à harmonia social face a
periculosidade manifesta de seus destinatários, situação que no caso vertente, em momento
algum se faz presente uma vez que o Requerente é de excelente antecedentes e jamais infringiu
qualquer norma penal por mais insignificante que seja.
Conforme, entendimento de nossa melhor doutrina, a prisão provisória, por ser atentatória
a liberdade individual da pessoa humana, e por constituir-se em prisão sem inflição anterior de
pena, somente há de ser decretada em casos excepcionais e cercado das necessárias cautelas, a
fim de que não se constitua em cerne ou caldo de cultura de injustiça. Sendo esta injustiça, fato
que compromete o jus libertatis do cidadão, ainda não definitivamente considerado culpado,
somente poderá ser convalidada se presentes além dos pressupostos básicos e necessários, que se
atenda ainda, as circunstâncias que a autorizam: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal e asseguração de eventual pena a ser imposta. , conforme se detrai do artigo
312 do Código de Processo Penal.
Sendo assim, se sentença que decreta a prisão preventiva não demonstra de forma objetiva
e com base em fatos concreto sobre a necessidade da inflição da custódia, tem-se um decreto
nulo por falta de fundamentação, conforme destaca a jurisprudência mais abalizada:
O fato de os delitos serem graves, por si só, não abala a ordem pública, visto que se
assim fosse estaria institucionalizada para eles a prisão cautelar. Ademais, a despeito
de os pacientes terem sido denunciados pelo suposto cometimento dos injustos de
tráfico de entorpecentes, associação para o narcotráfico e posse irregular de munição,
possivelmente só será possível a condenação pelo crime de tráfico de drogas, visto
que a denúncia não demonstra situação concreta de associação entre os acusados e
sobre o crime de posse irregular de munição incidirá a abolitio criminis temporária.
Não obstante, não se pode afirmar tratar-se de grande quantidade de drogas (quatro
“pedras” de crack, cujo peso não consta dos autos de apreensão) e tampouco de
tráfico exercido de forma organizacional (nos termos acima referidos), circunstâncias
que teriam o condão de abalar a ordem pública diante da presunção de que se
colocados em liberdade os agentes voltariam a delinqüir. Por essas razões, assim
como não estando presentes qualquer dos outros fundamentos do artigo 312 do
diploma processual penal, é caso de revogação da prisão preventiva decretada em
desfavor dos pacientes. Ordem concedida.” 1
“HABEAS CORPUS - Posse ilegal de arma de fogo de uso restrito - Prisão preventiva -
Garantia da ordem pública - Pena máxima cominada superior a quatro anos -
Requisitos autorizadores da custódia cautelar - Ordem denegada - A necessidade da
segregação provisória do paciente está devidamente fundamentada na garantia da
ordem pública e na pena máxima cominada ao crime, portanto, não há que se falar
em constrangimento ilegal - Ementa - Habeas corpus - Posse ilegal de arma de fogo de
uso restrito - Liberdade provisória - Indeferimento - Decisão primeva carente de
fundamentação - Inteligência do artigo 93, IX, da Constituição da República -
Constrangimento ilegal - Ocorrência - Ordem concedida.
I - A doutrina e jurisprudência entendem que toda e qualquer espécie de prisão,
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, tem natureza cautelar, o que
significa dizer, deve estar devidamente comprovada a necessidade de tal restrição da
liberdade.
II - Se a decisão que contém o indeferimento de pedido de liberdade provisória não
está fundamentada em dados concretos dos autos, deve ser cassada, para que se veja
restabelecida a liberdade do paciente.
III - A gravidade do crime, por si só, não justifica a custódia cautelar, sob pena de o
juiz transformar-se em legislador positivo.
IV - Ordem concedida.”2
Na ótica do mestre Julio Fabbrini Mirabete o pedido se viabiliza: ...”Também é possível que
o juiz, apreciando o conjunto probatório amealhado após a decretação da medida cautelar,
verifique que ela é desnecessária ou inconveniente, o que permite também sua revogação”
(Código de Processo Penal Interpretado – 8ª Edição – Pág.710) .
Na neonata estética cristalizada pelas marcantes mudanças inseridas pela Lei 12.403/2011,
no título IX, do Livro I, do Código de Processo Penal, que trata “da Prisão, das Medidas
Cautelares e da Liberdade Provisória”, exige dos órgãos judicantes redobrado cuidado na exegese
do art. 312, do Diploma de Ritos, principalmente com relação a decretação ou manutenção da
prisão preventiva, que agora alcançou o status de verdadeira e autêntica ultima ratio.
Assim, Excelência, é perfeitamente aplicável o benefício disposto no art. 316 do Código de
Processo Penal, vez que desaparecido motivo ensejador da custódia preventiva.
EX POSITIS,
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, apensado aos autos principais, e
depois de ouvido a ilustre representante do Parquet, deferido para o fim de revogar sua prisão
preventiva, determinando que se expeça a competente contra-ordem de prisão, para o imediato
recolhimento dos respectivos mandados expedidos contra sua pessoa, pois desta forma Vossa
Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Pede deferimento.
Local, data.
___________________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva – Garantia da Ordem Pública –
Assegurar a Aplicação da Lei Penal
Protocolo .............
Código TJ........... - Pedido de Revogação de Prisão Preventiva
....................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta
comarca, via de seu advogado in fine, assinado, permissa máxima vênia, vêm perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 5º, LVI, de nossa Carta
Magna, combinado com artigo 316 do Código de Processo Penal, requerer
1O requerente responde a uma Ação Penal em tramitação por este Ilustrado Juízo (autos
nº .............), na qual Vossa Excelência entendeu por bem decretar sua prisão preventiva, para
assegurar a aplicação da Lei Penal e com garantia da ordem pública.
“... No que tange aos fundamentos que sustentam o decreto prisional, vejo-os como
suficientes, até porque é ao Juiz do feito que se deve creditar a faculdade de valorar
as circunstâncias e apreciara necessidade da decretação da prisão diante dos fatos
objetivos emergentes dos autos”
3Com o excerto acima, percebe-se que o julgador ad quem abriu a possibilidade da ilustre
Magistrada, presidente do processo de conhecimento, apreciar a matéria com mais inteireza, vez
que mais próxima do cenário onde ocorreram os fatos, além de estar mais bem sintonizada com
a sociedade onde viviam seus protagonistas.
6Há que se ressaltar, ainda, que a saída do local do fato delituoso é reação natural de
qualquer cidadão, não podendo ser confundido com intenção de fugir da ação policial ou
judicial. Tanto, que o Requerente se apresentou na delegacia de policia da cidade de .............,
cujo delegado estava revestido da mesma autoridade daquele que presidia o inquérito aqui
em .........., pelo que não pode ser desconsiderada sua apresentação espontânea como válida.
7Embora não tenha comparecido para ser interrogado no dia designado, em respeito à
justiça, prontamente apresentou justificativa de sua ausência, à Vossa Excelência, além de juntar
aos autos, vasta documentação acerca de sua conduta social, demonstrando, inequivocamente,
seu desejo de acompanhar o andamento do feito, seja pessoalmente ou através de seu defensor
constituído, conforme lhe faculta o artigo 366, do CPP, com a nova redação dada pela Lei nº
9.271, de 17 de abril de 1996, bem como trouxe novas provas de que a revogação da prisão se
torna viável no momento.
8De mais a mais, s.m.j., a ausência do réu no interrogatório não constitui conduta
atentatória ao bom andamento da instrução criminal, pois, a sanção processual decorrente do
não comparecimento, é o seguimento normal da ação, quando há advogado constituído, ou, em
caso contrário, a suspensão do feito e do prazo prescricional, não sendo assim, motivo para
decretação ou manutenção da prisão cautelar.
10 Das três hipóteses, acima alinhavadas, nenhuma se faz presente no atual momento
processual, se se detiver uma análise sóbria do conjunto de provas até aqui produzidas,
inclusive, com a documentação acostada aos autos após a decretação da custódia.
11 Não se pode, também, confundir o deferimento do presente pedido com a
concessão de liberdade provisória, visto que para delito em apreço existe a vedação legal da Lei
Hedionda. Aqui se pleiteia a cassação da medida cautelar com restituição do status quo ante, ao
passo que naquele benefício vedado por lei exige-se que o acusado esteja efetivamente preso.
12 A viabilidade da presente súplica, encontra seu respaldo jurídico no artigo 316, do
CPP, que na ótica do mestre Julio Fabbrini Mirabete: ...”Também é possível que o juiz, apreciando
o conjunto probatório amealhado após a decretação da medida cautelar, verifique que ela é
desnecessária ou inconveniente, o que permite também sua revogação” (Código de Processo
Penal Interpretado – 8ª Edição – Pág.710).
13 Conforme, documentos acostados aos autos principais, o Requerente, é pessoa
radicada em .......................... desde a infância, aqui constituiu família, e desempenha um papel
relevante nesta sociedade como empresário, não havendo quaisquer indícios de esteja com
intenção de se esquivar ou fugir do persecutio criminis in judicio.
EX POSITIS,
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, apensado aos autos principais, e após
ouvido o ilustre representante do Parquet, deferido para o fim de revogar sua prisão preventiva,
nos termos do artigo 316 do CPP, mandando que se expeça em seu favor o competente SALVO
CONDUTO, pois desta forma Vossa Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do Direito
e da JUSTIÇA.
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
_____________________
OAB
Revogação de Prisão Preventiva – Gravidade do Crime
1O requerente responde a uma Ação Penal em tramitação por este Ilustrado Juízo (autos
nº .......), na qual Vossa Excelência entendeu por bem decretar sua prisão preventiva, para
assegurar a aplicação da Lei Penal e com garantia da ordem pública. Conforme trecho da
Sentença a seguir:
3Por outro lado o requerente possuí endereço certo e sabido (doc....), nunca esteve
homiziado ou foragido, exerce ocupação lícita conforme declaração em apenso (doc....).
4Tanto a doutrina mais abalizada quanto a jurisprudência hodierna, tem proclamado que
em casos de desaparecimento das razões que, originalmente, determinaram a decretação da
custódia provisória, deixa a mesma carente de justo motivo para sua manutenção, conforme o
ensinamento de Júlio Fabbrini Mirabete:
EX POSITIS,
Espera o Requerente, seja presente pedido recebido, e após ouvido o ilustre representante
do Parquet, deferido para o fim de revogar sua prisão preventiva, nos termos do artigo 316 do
CPP, mandando que se expeça em seu favor o competente SALVO CONDUTO, pois desta forma
Vossa Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Pede deferimento.
Local, data.
_____________________
OAB
Revogação de Prisão Temporária – Ameaças à Vítima
4O Requerente é pessoa trabalhadora, (doc. ......), sempre tratou e respeitou sua enteada
com se fosse sua própria filha, a autoridade policial representou pela decretação da prisão
temporária dos Requerentes, sem justa causa, uma vez que, exerce ocupação lícita, reside em
lugar certo e sabido na cidade ..................... , além de ser tecnicamente primário e de bons
antecedentes, estando ausente qualquer das hipóteses autorizativas da prisão preventiva insertos
no artigo 312, do Código de Processo Penal.
DO DIREITO
A prisão temporária, de natureza cautelar, ou, com maior precisão , pré-cautelar, de caráter
provisório e pré-processual , assenta-se, a par dos requisitos inerentes a toda medida cautelar
(acessoriedade, preventividade, instrumentalidade hipotética e provisoriedade), sobre o binômio
periculum in mora e fumus boni iuris.
De qualquer modo, S.M.J., seja na prisão preventiva, seja na prisão temporária, é imposição
constitucional (art. 93, inc. IX, da Carta Política de 1988) que o magistrado explicite o seu
convencimento quanto à necessidade da segregação cautelar. Tal fundamentação somente será, a
seu turno, possível se o Delegado de Polícia ou o membro do Ministério Público indicarem os
motivos pelos quais se postula a prisão, não sendo satisfatório, evidentemente, limitar-se a
autoridade a dizer que a prisão temporária é imprescindível para as investigações do inquérito
policial (inciso I do art. 1°. da Lei 7.960/89), ou que o indiciado não tem residência fixa ou que
não forneceu elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade (inc. II). Cumpre, sim,
ao postulante da medida indicar ao juiz o porquê de estas duas variantes, ou uma delas,
justificarem o encarceramento do suspeito ou indiciado, já que nem sempre é tal medida
indispensável ao sucesso das investigações policiais, como no caso em tela.
O Requerente, oferece todas garantias, tanto para a autoridade policial quanto para o Juízo,
para a pronta elucidação dos fatos, sem que seja necessário se sucumbir ao cárcere onde se
encontra.
LOCAL E DATA
_______________________
OAB
Revogação de Prisão Temporária – Roubo em Fazendas
5Os Requerentes, na realidade, são credores da suposta vítima de vultosa quantia ainda em
fase de recurso, conforme cópias das sentenças em apenso (doc. ), o que descarta qualquer
possibilidade de terem agido criminosamente contra seu patrimônio, e uma vez intimados pela
autoridade policial jamais deixariam de atender ao chamamento, assim como franqueariam suas
residências e demais propriedades para realização de buscas destinadas a apuração dos fatos,
ocorre que nunca foram procurados por agentes policiais.
A prisão temporária, de natureza cautelar, ou, com maior precisão , pré-cautelar, de caráter
provisório e pré-processual , assenta-se, a par dos requisitos inerentes a toda medida cautelar
(acessoriedade, preventividade, instrumentalidade hipotética e provisoriedade), sobre o binômio
periculum in mora e fumus boni iuris.
LOCAL E DATA
__________________
OAB
Revogação de Prisão Temporária – Abigeato - Roubo em Fazendas
5Os Requerentes, na realidade, são credores da suposta vítima de vultosa quantia ainda em
fase de recurso, conforme cópias das sentenças em apenso (doc. ), o que descarta qualquer
possibilidade de terem agido criminosamente contra seu patrimônio, e uma vez intimados pela
autoridade policial jamais deixariam de atender ao chamamento, assim como franqueariam suas
residências e demais propriedades para realização de buscas destinadas a apuração dos fatos,
ocorre que nunca foram procurados por agentes policiais.
LOCAL E DATA
_____________________
OAB
Revogação de Prisão Temporária – Ameaças à Vítima
1O Requerente teve sua prisão temporária decretada por este Juízo, em atendimento a
representação da Autoridade Policial, da Delegacia de defesa da mulher de .............. , (doc. .......)
na qual informa a suposta incursão no ilícito penal prescrito no art. 213, do Código Penal.
4O Requerente é pessoa trabalhadora, (doc. ......), sempre tratou e respeitou sua enteada
com se fosse sua própria filha, a autoridade policial representou pela decretação da prisão
temporária dos Requerentes, sem justa causa, uma vez que, exerce ocupação lícita, reside em
lugar certo e sabido na cidade ..................... , além de ser tecnicamente primário e de bons
antecedentes, estando ausente qualquer das hipóteses autorizativas da prisão preventiva insertos
no artigo 312, do Código de Processo Penal.
DO DIREITO
A prisão temporária, de natureza cautelar, ou, com maior precisão , pré-cautelar, de caráter
provisório e pré-processual , assenta-se, a par dos requisitos inerentes a toda medida cautelar
(acessoriedade, preventividade, instrumentalidade hipotética e provisoriedade), sobre o binômio
periculum in mora e fumus boni iuris.
De qualquer modo, S.M.J., seja na prisão preventiva, seja na prisão temporária, é imposição
constitucional (art. 93, inc. IX, da Carta Política de 1988) que o magistrado explicite o seu
convencimento quanto à necessidade da segregação cautelar. Tal fundamentação somente será, a
seu turno, possível se o Delegado de Polícia ou o membro do Ministério Público indicarem os
motivos pelos quais se postula a prisão, não sendo satisfatório, evidentemente, limitar-se a
autoridade a dizer que a prisão temporária é imprescindível para as investigações do inquérito
policial (inciso I do art. 1°. da Lei 7.960/89), ou que o indiciado não tem residência fixa ou que
não forneceu elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade (inc. II). Cumpre, sim,
ao postulante da medida indicar ao juiz o porquê de estas duas variantes, ou uma delas,
justificarem o encarceramento do suspeito ou indiciado, já que nem sempre é tal medida
indispensável ao sucesso das investigações policiais, como no caso em tela.
O Requerente, oferece todas garantias, tanto para a autoridade policial quanto para o Juízo,
para a pronta elucidação dos fatos, sem que seja necessário se sucumbir ao cárcere onde se
encontra.
LOCAL E DATA
___________________
OAB
Pedido de Arbitramento de Fiança
ARBITRAMENTO DE FIANÇA
Com as novas diretrizes traçadas pela reforma das disposições do Código de Processo Penal
que tratam da concessão do benefício da medida cautelar da prestação de fiança, trazidas pela
Lei 12.403 de 04 de maio de 2011, não há vedação legal para o pronto atendimento independente
do quantum da pena in abstrato prevista no Código Penal.
DO DIREITO
Dispõe a Constituição Federal que ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 5o, LXVI), e, uma vez preenchidos os
requisitos legais e não estando presente quaisquer dos impeditivos inscritos no comando
normativo dos artigos 323 e 324 do CPP, a concessão do benefício constitui direito subjetivo do
acusado, conforme entendimento esposado pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, que assim
decidiu:
Conforme, ficou demonstrado, o requerente, possui todos requisitos pessoais para que lhe
seja deferido o benefício pleiteado, e, não se encontram presentes quaisquer das hipóteses
ensejadoras de sua custódia processual, nos termos do artigo 311 e seguintes do CPP, dando
ampla garantia ao Juízo, vez que erradicado nesta comarca.
EX POSITIS,
Nestes Termos
Pede deferimento.
Local, data.
_________________
OAB
Pedido de Arbitramento de Fiança – Júri – Desclassificação Para
Homicídio Culposo
Protocolo ...........
ARBITRAMENTO DE FIANÇA
......................, já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta
comarca, via de seu patrono in fine, assinado, permissa máxima vênia, vem perante a preclara
presença de Vossa Excelência com fulcro no inciso VIII, do art. 319 c/c 322 e seguintes do Código
de Processo Penal, com a nova redação que lhe deu a Lei 12.403 de 04 de maio de 2011, com o
beneficio do art. 350 do mesmo Codex, requerer
ARBITRAMENTO DE FIANÇA
DOS FATOS
2O delito pelo qual o Requerente foi condenado está dentro do rol daqueles que admitem a
concessão de fiança, tendo sua reprimenda in concreto fora da esfera de vedação do benefício.
Dispõe a Constituição Federal que ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 5o, LXVI), e, uma vez preenchidos os
requisitos legais e não estando presente quaisquer dos impeditivos inscritos no comando
normativo dos artigos 323 e 324 do CPP, a concessão do benefício constitui direito subjetivo do
acusado, conforme entendimento esposado pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, que assim
decidiu:
Conforme, ficou demonstrado, o requerente, possui todos os requisitos pessoais para que
lhe seja deferido o benefício pleiteado, e, não se encontram presentes quaisquer das hipóteses
ensejadoras de sua custódia processual, nos termos do artigo 312 do CPP, dando ampla garantia
ao Juízo, vez que erradicado nesta comarca.
Embora o Requerente tenha aguardado julgamento pelo Tribunal Popular, sob custódia, esta
somente foi decretada em função de falta de comunicação de seu novo endereço ao juiz diretor
do processo principal, e garantir sua presença perante o Júri, motivos já superados com a
realização de seu julgamento.
EX POSITIS
Nestes Termos
Pede deferimento.
Local, data.
_________________
OAB
Pedido de Arbitramento de Fiança – Favorecimento da Prostituição
ARBITRAMENTO DE FIANÇA
1O Requerente foi preso no dia .............., por força do cumprimento de mandado de prisão
preventiva exarado por este Ilustrado Juízo, em função de estar sendo investigado em inquérito
policial em tramitação pela Delegacia de Repressão de Tóxicos (GECTE), de nossa cidade, sob
acusação de ter infringido a norma incriminadora inserta no art. 228, do nosso Estatuto
Substantivo Penal, com a nova redação inovada pela Lei 12.015 de 07.08.2009, cuja pena mínima
in abstrato é de dois (....) anos de reclusão.
DO DIREITO
Dispõe a Constituição Federal que ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 5o, LXVI), e, uma vez preenchidos os
requisitos legais e não estando presente quaisquer dos impeditivos inscritos no comando
normativo dos artigos 323 e 324 do CPP, a concessão do benefício constitui direito subjetivo do
acusado, conforme entendimento esposado pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, que assim
decidiu:
Com as novas diretrizes traçadas pela reforma das disposições do Código de Processo Penal
que tratam da concessão do benefício da medida cautelar da prestação de fiança, trazidas pela
Lei 12.403 de 04 de maio de 2011, não há vedação legal para o pronto atendimento independente
do quantum da pena in abstrato prevista no Código Penal.
É oportuno ressaltar que nossa melhor doutrina processual penal bem como todos
Superiores Sodalícios Pátrios proclamam que os impeditivos legais insertos nos artigos 323 e 324
são taxativos não admitindo interpretação extensiva à circunstâncias não descritas na norma
reguladora das vedações do benefícios.
A moderna doutrina parte para a concepção que nesse casos de benefícios legais (liberdade
vinculada, suspensão condicional da- pena e livramento condicional) estando presentes as
condições exigidas pelo legislador, surge o direito subjetivo do condenado a esse benefício. A
comprovar que não estamos diante de uma faculdade judicial - benignitas judicii- há o fato de o
legislador impor condições; verificadas estas, a concessão do benefício passa a constituir uma
conseqüência normal.
EX POSITIS
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
____________________
OAB
Pedido de Arbitramento de Fiança - Furto
ARBITRAMENTO DE FIANÇA
1 O Requerente, foi preso e autuado em flagrante delito (doc..), como incursos nas
penas do artigo 155, § 4º, inciso I c/c 14, II, do Código Penal, sob a suposta imputação da prática
de tentativa de furto cuja pena mínima in abstrato é de ... (...) anos de reclusão, portanto dentro
do elenco dos delitos que comportam a concessão da liberdade provisória vinculada com fiança..
DO DIREITO
Dispõe a Constituição Federal que ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 5o, LXVI), e, uma vez preenchidos os
requisitos legais e não estando presente quaisquer dos impeditivos inscritos no comando
normativo dos artigos 323 e 324 do CPP, a concessão do benefício constitui direito subjetivo do
acusado, conforme entendimento esposado pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, que assim
decidiu:
“Satisfeitos os pressupostos legais, a prestação de fiança é direito do réu e não
faculdade do Juiz.” (RTJ 116/139).
É oportuno ressaltar que nossa melhor doutrina processual penal bem como todos
Superiores Sodalícios Pátrios, proclamam que os impeditivos legais impostos nos artigos 323 e
324 são taxativos não admitindo interpretação extensiva a circunstâncias não descritas na norma
reguladora das vedações do benefícios.
A moderna doutrina parte para a concepção que nesse casos de benefícios legais
( liberdade vinculada, suspensão condicional da pena e livramento condicional) estando
presentes as condições exigidas pelo legislador, surge o direito subjetivo do condenado a esse
benefício. A comprovar que não estamos diante de uma faculdade judicial - benignitas judicii- há
o fato de o legislador impor condições; verificadas estas, a concessão do benefício passa a
constituir uma conseqüência normal.
EX POSITIS
Nestes Termos
Pede deferimento.
Local, data
______________
OAB
Pedido de Arbitramento de Fiança – Júri – Desclassificação para
Homicídio Culposo
Protocolo ...........
ARBITRAMENTO DE FIANÇA
......................, já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta
comarca, via de seu patrono in fine, assinado, permissa máxima vênia, vem perante a preclara
presença de Vossa Excelência com fulcro no artigo 321 e seguintes do Código de Processo Penal,
requerer
ARBITRAMENTO DE FIANÇA
DOS FATOS
1 O Requerente, foi submetido a julgamento pelo Egrégio e Soberano Tribunal do
Júri desta comarca, no dia ......., onde através de votação por maioria de votos, pelo Conselho de
Sentença, teve a imputação contida no libelo de fls........, artigo 121 caput, desclassificada para o
tipo penal inscrito no artigo 121, § 3º, do CPB, (Homicídio Culposo), cuja competência foi
transferida para o Juízo monocrático, representado por Vossa Excelência, que editou a sentença
de fls...., condenando-o a uma reprimenda corporal definitiva em dois (.....) anos de detenção a
ser inicialmente cumprida no regime aberto.
2O delito pelo qual o Requerente foi condenado está dentro do rol daqueles que admitem a
concessão de fiança, tendo sua reprimenda in concreto fora da esfera de vedação do benefício.
DO DIREITO
Dispõe a Constituição Federal que ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando
a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 5o, LXVI), e, uma vez preenchidos os
requisitos legais e não estando presente quaisquer dos impeditivos inscritos no comando
normativo dos artigos 323 e 324 do CPP, a concessão do benefício constitui direito subjetivo do
acusado, conforme entendimento esposado pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, que assim
decidiu:
Com as novas diretrizes traçadas pela reforma das disposições do Código de Processo Penal
que tratam da concessão do benefício da medida cautelar da prestação de fiança, trazidas pela
Lei 12.403 de 04 de maio de 2011, não há vedação legal para o pronto atendimento independente
do quantum da pena in abstrato prevista no Código Penal.
Conforme, ficou demonstrado, o requerente, possui todos requisitos pessoais para que lhe
seja deferido o benefício pleiteado, e, não se encontram presentes quaisquer das hipóteses
ensejadoras de sua custódia processual, nos termos do artigo 311 e seguintes do CPP, dando
ampla garantia ao Juízo, vez que erradicado nesta comarca.
Embora o Requerente tenha aguardado julgamento pelo Tribunal Popular, sob custódia, esta
somente foi decretada em função de falta de comunicação de seu novo endereço ao juiz diretor
do processo principal, e garantir sua presença perante o Júri, motivos já superados com a
realização de seu julgamento.
EX POSITIS
Nestes Termos
Pede deferimento.
Local, data.
_________________
OAB
Pedido de Arbitramento de Fiança no Mínimo Legal – Porte Ilegal
de Arma
ARBITRAMENTO DE FIANÇA
DO DIREITO
Dispõe a Constituição Federal que ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 5o, LXVI), e, uma vez preenchidos os
requisitos legais e não estando presentes quaisquer dos impeditivos inscritos no comando
normativo dos artigos 323 e 324 do CPP, a concessão do benefício constitui direito subjetivo do
acusado, conforme entendimento esposado pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, e pelos
julgados mais hodiernos que assim decidiram:
É oportuno ressaltar que nossa melhor doutrina processual penal bem como todos
Superiores Sodalícios Pátrios proclamam que os impeditivos legais insertos nos artigos 323 e 324
são taxativos não admitindo interpretação extensiva a circunstâncias não descritas na norma
reguladora das vedações dos benefícios.
A moderna doutrina parte para a concepção que nesses casos de benefícios legais
(liberdade vinculada, suspensão condicional da pena e livramento condicional) estando
presentes as condições exigidas pelo legislador, surge o direito subjetivo do condenado a esse
benefício. A comprovar que não estamos diante de uma faculdade judicial - benignitas judicii- há
o fato de o legislador impor condições; verificadas estas, a concessão do benefício passa a
constituir uma conseqüência normal.
EX POSITIS
Pede deferimento.
Loal, data.
__________________
OAB
Pedido de Levantamento de Fiança
Protocolo nº ...........
LEVANTAMENTO DE FIANÇA
“Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado a sentença que
houver absolvido o réu ou declarado extinta a ação penal, o valor que a constituir
será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo do artigo anterior.”
EX POSITIS,
uma vez preenchido os requisitos legais, requer a Vossa Excelência, a restituição dos
valores recolhidos pelos Requerentes, a título de prestação de fiança, conforme Termos de fls.,
determinando-se a expedição do competente alvará para seu levantamento.
Nestes termos
Pede deferimento
Local, data
_______________
OAB
Habeas Corpus - Medida Cautelar de Afastamento da Função
Pública - Pedido de Extensão de Benefício
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
3Essa Colenda Câmara concedeu ordem de Habeas Corpus em sessão realizada no dia
05/02/2013 ao corréu ....................., determinando a suspensão os efeitos da decisão atacada no
que se refere à suspensão provisória da função pública, do mandato eletivo vigente e de acesso
aos órgãos públicos (Secretaria de Meio Ambiente de ....................., 15ª Promotoria de Justiça e
gabinetes dos vereadores) expedida em desfavor do Paciente, bem assim no que tange à proibição
de ausentar-se da Comarca de ....................., sem autorização judicial, determinando que, na
hipótese de ausência do Distrito da Culpa, devesse comunicar previamente ao juízo o seu
paradeiro, para fins de eventual intimação.
4. Conforme disposto no art. 580, do CPP: “No caso de concurso de agentes (Código
Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por outros réus, se fundada em motivos que não
sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros” . Assim sendo, no presente caso,
é imperioso que esta Colenda Corte determine a extensão do benefício concedido em favor do
Requerente, conforme já sedimentado o entendimento desse Egrégio Tribunal quando do recente
julgamento do HC n° ...........1.
“HC ....
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
DECISÃO:
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DO RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
– INADEQUAÇÃO. VERBETE Nº 691 DA SÚMULA DO SUPREMO – ALCANCE.
PRISÃO PREVENTIVA – FUNDAMENTOS – INSUBSISTÊNCIA. LIMINAR
DEFERIDA – EXTENSÃO A CORRÉUS. J. 11/10/2012.”4
8No presente caso, o Paciente encontra-se na mesma condição e situação processual do
corréu ..................... e conforme se vê na cópia da decisão que decretou a aplicação das medidas
cautelares, em apenso, (Doc. 2) teve sua custódia processual calcada em idêntica fundamentação
legal e igualdade de tratamento dentro dos fatos hipotéticos constantes na denúncia que
inaugurou a Ação Penal supracitada. Logo, é perfeitamente aplicável ao caso a extensão de
benefício nos moldes do art.580 do CPP.
Pelo teor do acórdão proferido nos autos do HC 435817-20.2012.8.09.0000 (201294358170),
restou demonstrada a ilegalidade e o abuso de poder no ato proferido pela autoridade apontada
como coatora, requisito suficiente para ensejar a concessão da ordem de forma LIMINAR,
inaudita altera part, determinando a suspensão da aplicação das medidas cautelares impostas no
juízo de piso, em desfavor do Paciente ....................., vez que demonstrada o fummus boni iures e
o periculum in mora, como forma de restabelecer o império do Dirieto, da Lei e da Justiça.
9Por outro prisma argumentos apontados pela sentença de piso, a título de fundamentação,
não encontram suporte em nenhum dado concreto existente dentro do caderno administrativo
paginado pela Polícia Judiciária, ficando tão somente na esfera da especulação e presunção
emanadas da mente fértil do seu prolator.
5De acordo com os documentos ora inclusos, (docs. 3/7) o Requerente, trabalha como
corretor de imóveis na imobiliária ...................., possui endereço certo, onde reside com sua
companheira e o filho menor, nascido em 22/08/2012, contando atualmente com apenas 02
meses de idade, os quais dependem única e exclusivamente da força laborativa do suplicante
para assegurar suas subsistências e atualmente cursa o 7º período de Ciência da Computação da
UNI............, sendo primário e de excelentes antecedentes (doc. 03/10).
DO DIREITO
É lugar comum que as restrições impostas às liberdades pessoais são necessárias para o
equilíbrio do convívio social, todavia não é razoável que as prisões preventivas sejam
fundamentadas em condições genéricas relativas à simples menção dos requisitos elencados no
art. 312 do Código de Processo Penal, como se verifica no presente caso, e ainda, se extraia do
campo etéreo das lucubrações prognósticos de periculosidade tendentes a justificar a decretação
da clausura sem pena.
A praxe judiciária evidencia que as decisões judiciais vêm revestidas, muitas vezes, de
fundamentação direcionada à necessidade de se assegurar a ordem pública de modo genérico,
sem observar os fatos concretos das práticas delitivas que exigem a restrição da liberdade dos
acusados.
Assim sendo, uma vez demonstrado que a decisão vergastada ofende a exigência da devida
motivação dos atos judiciais instalado no pórtico do art. 93, IX da Constituição Federal, é
imperioso que essa Egrégia Corte reedite a decisão tomada no Habeas Corpus 435817-
20.2012.8.09.0000, aqui tomado como paradigma, e conceda o presente writ.
EX POSITIS
Local e data
____________________
OAB
Habeas Corpus - Pedido de Extensão de Benefício Concedido a
Corréu
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
4. Conforme disposto no art. 580, do CPP: “No caso de concurso de agentes (Código
Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por outros réus, se fundada em motivos que não
sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros” . Assim sendo, no presente caso,
é imperioso que esta Colenda Corte determine a extensão do benefício concedido em favor do
Requerente, conforme já sedimentado o entendimento desse Egrégio Tribunal quando do recente
julgamento do HC n° 287.926.-29.2011.8.09.00001.
“HC 114944
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
DECISÃO:
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DO RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
– INADEQUAÇÃO. VERBETE Nº 691 DA SÚMULA DO SUPREMO – ALCANCE.
PRISÃO PREVENTIVA – FUNDAMENTOS – INSUBSISTÊNCIA. LIMINAR
DEFERIDA – EXTENSÃO A CORRÉUS. J. 11/10/2012.”4
Sendo assim, deve o presente pedido concedido LIMINARMENTE, inaudita altera part,
determinando a expedição do competente ALVARÁ DE SOLTURA em favor do Paciente ..............,
vez que demonstrada o fummus boni iures e o periculum in mora, como forma de restabelecer o
império do Direito, da Lei e da Justiça.
9Por outro prisma argumentos apontados pela sentença de piso, a título de fundamentação,
não encontram suporte em nenhum dado concreto existente dentro do caderno administrativo
paginado pela Polícia Judiciária, ficando tão somente na esfera da especulação e presunção
emanadas da mente fértil do seu prolator.
5De acordo com os documentos ora inclusos, (docs. 3/7) o Requerente, trabalha como
corretor der imóveis na imobiliária Ávila Imóveis, possui endereço certo, onde reside com sua
companheira e o filho menor, nascido em 22/08/2012, contando atualmente com apenas 02
meses de idade, os quais dependem única e exclusivamente da força laborativa do suplicante
para assegurar suas subsistências e atualmente cursa o 7º período de Ciência da Computação da
UNI..........., sendo primário e de excelentes antecedentes (doc. 03/10).
DO DIREITO
É lugar comum que as restrições impostas às liberdades pessoais são necessárias para o
equilíbrio do convívio social, todavia não é razoável que as prisões preventivas sejam
fundamentadas em condições genéricas relativas à simples menção dos requisitos elencados no
art. 312 do Código de Processo Penal, como se verifica no presente caso, e ainda, se extraia do
campo etéreo das lucubrações prognósticos de periculosidade tendentes a justificar a decretação
da clausura sem pena.
A praxe judiciária evidencia que as decisões judiciais vêm revestidas, muitas vezes, de
fundamentação direcionada à necessidade de se assegurar a ordem pública de modo genérico,
sem observar os fatos concretos das práticas delitivas que exigem a restrição da liberdade dos
acusados. A “garantia da ordem pública” admite tamanha elasticidade interpretativa, que acaba
sendo confundida com o presente estado de inquietação sofrido pela sociedade diante do
crescente índice de criminalidade ou mesmo com situações em que se pretende, a rigor,
antecipação de pena.
Nada indica que o Paciente tenha potencial de periculosidade suficiente para causar grave
embaraço ou entrave ao bom andamento do feito, ou de qualquer forma possa dificultar a
produção de provas necessárias ao esclarecimento da verdade; nem se vislumbra a eventual
possibilidade de que possa, no futuro, furtar-se à possível aplicação da lei penal, vez que
comprovou ser radicado no distrito da culpa com endereço certo e sabido.
Neste enfoque tem-se que a prisão de natureza cautelar, no caso vertente: a prisão
preventiva, somente se justifica diante da necessidade do acautelamento do indivíduo que
cometeu um fato delituoso, desde que presentes os pressupostos do fumus boni iuris (fumus
comissi delicti)e do periculum in mora (periculum libertartis), que devem ser demonstrados de
forma concreta e segura.
É oportuno ressaltar para aqueles que enxergam a prisão cautelar como primeira opção, o
atual entendimento da 2.ª Turma do STF, relatada por Celso de Mello: “A prerrogativa jurídica da
liberdade - que possui extração constitucional (CF, art. 5º, LXI e LXV) - não pode ser ofendida
por interpretações doutrinárias ou jurisprudenciais, que, fundadas em preocupante discurso de
conteúdo autoritário, culminam por consagrar, paradoxalmente, em detrimento de direitos e
garantias fundamentais proclamados pela Constituição da República, a ideologia da lei e da
ordem (...)”6
Sob os holofotes da Lei 12.403/2011, que institui as novas medidas cautelares no processo
penal, pouco ou nada adiantará o esforço de se construir uma nova concepção de processo penal
acusatória e garantista, voltado ao reverenciamento e zelo pelas garantia constitucionais de todo
cidadão se não houver uma reformulação nas idéias daqueles a quem é dado o dever de aplicar a
lei no caso concreto, de forma a evitar a continuidade da aplicação da política law ad order
personificação do nefasto direito penal do inimigo.
A segregação preventiva tem sido taxada como a sagração de uma violência (Ortolan). “Se
o indivíduo é tornado apenas suspeito de atentar contra a sociedade por meio do delito, a
sociedade atenta contra o indivíduo por meio desse instituto,” mormente ante a irreparabilidade
moral do mal eventualmente causado.
EX POSITIS
Local e data
__________________
OAB
Habeas Corpus - Revogação de Prisão Preventiva e Imposição de
Medida Cautelar - Tráfico de Influência e Associação Criminosa
Lei 12.850 de 02 de Agosto de 2013
HABEAS CORPUS
HABEAS CORPUS
Em favor do Paciente ..........., brasileiro, casado, Edil, portador do CPF nº ..........., RG ........... ,
residente na Rua ..........., Bairro ..........., ..........., contra decisão emanada do Juízo da Primeira
Vara Criminal de ........... .(Doc. 1), que de modo injustificável, parcial e tendencioso impôs
medida cautelar de suspensão do mandato eletivo de vereador cumulada com a proibição de
ausentar-se da comarca, imposição de entrega de passaporte e proibição de acesso à Secretaria de
Meio Ambiente e Agricultura de Anápolis, constituindo notório e flagrante constrangimento
ilegal, sanável pelo presente remédio heróico de Habeas Corpus, nos termo dos dispositivos
legais retro perfilados e face aos fatos, razões de fundamentos a seguir expostos:
22. De fato tendo sido denunciados (...) apontados como principais articuladores da
organização criminosa narrada na exordial acusatória, valendo-se de diversos setores
da administração pública para a suposta realização de negócios espúrios, voltados ao
estabelecimento de empreendimentos imobiliários nesta cidade, ao arrepio da
legislação ambiental e de probidade das instituições público, reputo, por ora, que a
manutenção do cárcere é providência necessária.
24. Demais disso, o retorno prematuro dos acusados significará tumulto à instrução
do procedimento criminal, desfazimento de elementos de prova e intimidação de
testemunhas, em face do elevado grau de organização da quadrilha e pelo vulto dos
interesses econômicos em desfile.
A famigerada sentença ut retro transcrita, foi cassada em toda sua inteireza pelo Supremo
Tribunal Federal, que concedeu liminarmente a ordem de Habeas Corpus nº ........... (Doc. 3),
tendo como relator o iminente Ministro Marco Aurélio, que em seu iluminado voto já pontuava
que o Juízo da Primeira Vara Criminal de Anápolis, ao editar o decreto de prisão preventiva
incorria em inconveniente e despropositado autêntico prejulgamento do mérito “como se a
culpa dos envolvidos já estivesse selada” e agora, novamente investe a decisão, ora vergastada,
contra matéria já discorrida pelo STF, sem que ocorresse qualquer fato novo entre a concessão da
liberdade provisória e a imposição de medidas cautelares.
O voto do Ministro Marco Aurélio, ao analisar a sentença de decretação de prisão
preventiva verberou:
A sentença ora impugnada permeia pela mesma seara da decisão que decretou a prisão
preventiva do Paciente, possui os mesmo argumentos com idênticas fundamentações, matérias já
apreciadas e julgadas pela Suprema Corte, sem a ocorrência de nenhum fato novo que a pudesse
justificar a adoção de novas medidas cautelares suplementares.
Por outro lado, se o objetivo da imposição de novas medidas cautelares fosse o de preservar
eventuais elementos de provas existentes no ambiente de trabalho dos envolvidos, tem-se que
esta veio serodiamente vez que os envolvidos se encontram no gozo de liberdade desde 15
outubro pp., período em que caso fosse de suas vontades já teriam suprimido qualquer elemento
de prova ou indícios de eventual conduta criminosa.
Além do mais, por ocasião da prisão do Apelante e dos demais Acusados, foi determinada
pelo mesmo Juízo, a busca e apreensão em todos ambientes domiciliares e de trabalhos dos
envolvidos, com a realização de uma verdadeira devassa nestes locais com o objetivo de coletar
provas de eventuais fatos delituosos, sendo injustificável esta nova investida contra sues status
libertatis.
O Paciente desde que obteve a liberdade através de Alvará de Soltura determinado pelo
STF, cumpriu fielmente todas condições impostas na concessão de liberdade provisória, não
havendo justa causa pra se submeter a esta vexatória e humilhante exposição de sua imagem,
perante seus familiares e a sociedade Anapolina, onde exerce o mandato de vereador.
DO DIREITO
Segundo a melhor doutrina, abalizada pelo mestre Aury Celso Lima Lopes Junior, as
medidas cautelares de natureza processual penal buscam garantir o normal desenvolvimento do
processo e eficaz aplicação do direito de punir ao, por exemplo, possibilitar a prisão do acusado
para garantia de sua presença na instrução ou determinar a prestação de fiança (fiança - garantia
do pagamento das custas do processo). O que se pretende é possibilitar o pleno exercício do
Direito de acusação garantindo também a eficácia do Direito de punir externado na provável
pena a ser imposta.
Delimitado o objeto das medidas cautelares é importante frisar um grave equívoco em que
tem incorrido diversos estudiosos do processo penal ao analisar requisito e fundamento das
medidas. A doutrina processual é uníssona em apontar como requisitos para adoção dessas
medidas o fumus boni iuris e o periculum in mora seguindo assim as lições de Calamandrei em
sua célebre obra “Introduzione allo studio sistematico dei provedimenti cautelari. ”
Neste contexto conclui-se que a aplicação da medida cautelar no processo penal impõe de
modo imprescindível a demonstração inequívoca do periculum in mora consubstanciado em um
fato concreto, que denote a necessidade da imposição da referida constrição de caráter pessoal.
Assim, não basta que o julgador sustente uma fundamentação vaga e calcada em presunções e
suposições sem nenhum amparo na realidade fática, no momento da aplicação da cautela
processual, como fez a juíza de piso, no caso em apreço.
A toda evidência a sentença conspurcada trata a imposição das medidas cautelares como
verdadeiro adiantamento de pena, desvirtuando sua natureza essencialmente cautelar e de
sobremaneira os princípios e objetivos do novel instituto, sem qualquer conteúdo satisfativo, o
que, em tese, não deixa de ser também uma conspurcação ao princípio da presunção de
inocência, nos moldes da visão essencialmente garantista.
Tendo em conta que o Poder Judiciário é o palco maior de asseguração das garantias
fundamentais, delimitando o poder de seus aplicadores da jurisdição, no presente caso, deve este
Egrégio Tribunal, reconduzir os fatos aos trilhos da legalidade, cassando a sentença abjurada,
com a concessão do presente remédio heróico de Habeas Corpus.
Pede deferimento.
Local e data
___________________
OAB
Habeas Corpus – Casa de Prostituição – Indeferido Arbitramento de
Fiança
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
O Paciente, conforme cópia da denúncia em apenso (doc....) responde a uma ação penal,
em tramitação pela Segunda Vara Criminal de ............, como incurso nas penas do artigo 14 da
Lei 10.823/2003, (porte ilegal de arma de uso permitido), tendo requerido naquele Juízo
Arbitramento de Fiança, fazendo provas de preencher todos requisitos legais para obtenção do
benefício, porém, sob o argumento de ter outros processos criminais em andamento contra o
Paciente, o juiz da instância de piso indeferiu o pedido (doc. ...) in verbis:
“Associado ao registro dos antecedentes do requerente, constante nestes autos.
(fls. ...), verifica-se que no apenso ele realizou anteriores delitos, o que interfere na
sua conduta sócio-jurídica, de maneira a desabona-la (a. .......... - fls. .....) :
“Por fim, na presente data, deverá ser verificada uma representação para a decretação
de sua prisão preventiva, formulada pelo Dr. Delegado Titular do ..° Distrito de
Polícia de ......, em que aduz a co-autoria do requerente na prática de um homicídio
qualificado, cometido contra uma pessoa que se encontrava desprevenida para o
ataque, tendo ela sido surpreendida, ante o ataque de inopino e por motivo
considerado ignóbil, decorrente de uma vindita pessoal entre o executor material da
conduta e aquela, o que demonstra muito mais a necessidade de sua continuidade na
masmorra.”
Por outro lado, a sentença conspurcada, ainda justifica a negativa da prestação de fiança do
Paciente, em face de existência de representação para decretação de prisão preventiva do
Paciente por suspeita em envolvimento em outro crime, porém, a sentença naqueles autos,
exarada pelo mesmo magistrado, não lhe decretou a custódia provisória, (doc....), conforme
trecho abaixo:
DO DIREITO
O novo ordenamento jurídico imposto pela neonata Lei 12.403 de 04 de maio de 2011, que
alterou as disposições do CPP que trata das medidas cautelares e da prisão preventiva, não
inviabiliza a concessão da liberdade provisória mediante prestação de fiança, pelo fato de haver
processos criminais em andamento contra a pessoa do Requerente, pelo que se depreende que a
sentença guerreada não possui feição de legalidade.
Dispõe a Constituição Federal que ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 5o, LXVI), e, uma vez preenchidos os
requisitos legais e não estando presente quaisquer dos impeditivos inscritos no comando
normativo dos artigos 323 e 324 do CPP, a concessão do benefício constitui direito subjetivo do
acusado, conforme entendimento esposado pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, que assim
decidiu:
Conforme, ficou demonstrado, o requerente, possui todos requisitos pessoais para que lhe
seja deferido o benefício pleiteado, e, não se encontram presentes, de maneira objetiva e
cristalina, quaisquer das hipóteses ensejadoras de sua custódia processual, nos termos do artigo
311 e seguintes do CPP, como entendeu o magistrado, aqui nomeado de autoridade coatora, pois
os possíveis maus antecedentes, por si só, não autorizam o indeferimento da prestação de fiança,
conforme o entendimento de nossa melhor doutrina e jurisprudência dominante.
A segregação preventiva tem sido taxada como a sagração de uma violência ( Ortolan). “Se
o indivíduo é tornado apenas suspeito de atentar contra a sociedade por meio do delito, a
sociedade atenta contra o indivíduo por meio desse instituto ”, mormente ante a irreparabilidade
moral do mal eventualmente causado.
No entanto, são o interesse e proteção sociais, e não a antecipação de uma condenação, que
se constituem em fundamento exponencial da espécie em exame de custódia provisória. Daí a
exigência irretorquível da prova de sua necessidade, em casos especiais e como medida de
exceção, de sua decretação.
A custódia provisória, desta sorte, na espécie ora em foco, esteia-se, fundamentalmente, na
necessidade e interesses sociais. Daí a correta observação de Viveiros de Castro, trazido à colação
por Aderson Perdigão Nogueira:
“o juiz, ao decretar a prisão preventiva, “há de estar por completo dominado não
tanto pela idéia da culpabilidade do acusado, o que só o julgamento posterior pode
com segurança demonstrar, mas, principalmente, pela indeclinabilidade da
providência, para afastar, desfazer ou impedir certos atos que amaçam ou perturbam
a ordem pública, a instrução do processo ou a aplicação da pena”
“Não bastam simples temores subjetivos do julgador. É necessário que os fatos seja
objetivamente determinados para que possam existir os fundamentos da prisão
preventiva.” (in “Jurisprudência Criminal – Ed. Borsoi – pag. 392).
Hélio Tornaghi, por seu turno enfoca questão com mais veemência:
“O Juiz deve mencionar de maneira clara e precisa os fatos que o levam a considerar
a prisão como garantia da ordem pública ou para assegurar a aplicação da lei penal
substantiva.
“Já sabemos que toda e qualquer prisão, que anteceda à decisão definitiva do Juiz, é
medida drástica, ou, como dizia Bento de Faria, é uma injustiça necessária do Estado
contra o indivíduo e, por isso, deve ser reservada para casos excepcionais.
No entanto, são o interesse e proteção sociais, e não a antecipação de uma condenação, que
se constituem em fundamento exponencial da espécie em exame de custódia provisória. Daí a
exigência irretorquível da prova de sua necessidade, em casos especiais e como medida de
exceção, de sua decretação.
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica.
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre
desativada de dúvidas”.
Segundo MALATESTA:
“sendo a prova o meio objetivo pelo qual o espírito humano apodera da verdade, sua
eficácia será tanto maior quanto mais clara, mais plena e mais seguramente ela
induzir no espírito a crença de estarmos de posse da verdade. Logo, o espírito
humano, relativamente ao conhecimento de um fato pode encontrar-se em estado de
ignorância, dúvida ou certeza, e somente o último autoriza a prolação de decreto
condenatório no processo penal.”
Outrossim, como preconiza Santo Agostinho, lembrado por De Marsico, com a prisão
preventiva “o homem tortura para saber se deve torturar, pelo que deve ser exercida com extrema
cautela”
‘É pois, indeclinável a concessão do presente pedido de habeas corpus para fazer cessar o
constrangimento ilegal de que está sendo vítima o paciente, ao ver seu pedido de arbitramento
de fiança negado, quando preenchidos todos requisitos legais para a obtenção do benefício.
EX POSITIS
Local, data.
—————————
OAB
Habeas Corpus – Condenação no regime aberto Juiz Determina a
Manutenção da Prisão Preventiva
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
1A Paciente, foi denunciada e condenada como incursa nas penas do art. 148 do Código
penal, tendo o juiz presidente do feito, fixado sua pena definitiva em .... (...) anos de reclusão a
ser cumprida no regime aberto, porém, incorreu numa crassa contradição ao determinar a
manutenção de sua custódia no regime fechado, com os mesmos argumentos da prisão
preventiva, instituto este incompatível com o do regime adotado na sentença, com isso perpetrou
inequívoco constrangimento ilegal, ao manter em cárcere fechado condenado que foi autorizado
a cumpri-la, desde o início, em regime aberto, conforme cópia da decisão em apenso (doc...).
3Por outro lado, verifica-se que o recurso interposto pela Acusação Oficial representa,
simplesmente, a satisfação de um capricho pessoal de seu editor, uma vez que em sendo dado
provimento ao apelo, não alterará a situação da Paciente, que tanto no regime imposto pela
sentença, quanto por aquele desejado no recurso ministerial a forma de cumprimento de pena
ficará inalterada, pois o regime aberto e semi aberto, na comarca de origem, são cumpridos no
sistema de pernoite na casa de albergado.
5No caso em apreço não se trata execução provisória em seu estrito sentido, que exigiria o
trânsito em julgado para a acusação, e sim de corrigenda da contraditoriedade da sentença que
fez habitar debaixo do mesmo teto o regime aberto e a prisão preventiva, que são institutos que
se repelem e se excluem, constituindo, a manutenção da prisão da Paciente no regime fechado,
constrangimento ilegal sanável com o presente remédio heróico.
DO DIREITO
De acordo com a melhor doutrina, a regra na aplicação da pena, deve guardar harmonia
com os princípios basilares que orientam o sistema centrado no cânon esculpido no artigo 59 do
CPB, expressivo do comando que manda aplicar, dentre as penas cominadas, aquela que for
necessária e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
O juiz presidente do processo de conhecimento, aqui tido como autoridade coatora, trilhou
pelos meandros ditados no art. 59 do Código Penal, aplicando a pena dentro das balizas legais,
chegando a conclusão que o regime correto e suficiente para a reprovação e prevenção da
conduta delituosa atribuída a Paciente seria o aberto, em consonância com os modernos
desígnios que realçam a recuperação moral e social do réu, porém deixou de determinar que a
mesma passasse a cumprir a pena imposta na sentença independentemente de haver recurso das
partes.
Argumentarão os formalistas de plantão que a sentença que ainda não transitou em julgado
não se reveste do caráter de título executório, mas, no caso em apreço, se eventualmente provido
o recurso ministerial não redundar em aumento de reprimenda e talvez mudança de regime, pelo
que a manutenção da Paciente no regime fechado até decisão do apelo constituirá um castigo
desumano, desnecessário, além de inequivocamente ilegal.
Este Egrégio Sodalício, por sua Segunda Câmara, instado a manifestar acerca do assunto
objeto do presente writ, no HC ........, da comarca de ........., onde figurou como relator o eminente
Desembargador Paulo Teles, assim se pronunciou:
Com a devida vênia,em que pese a insuperável sapiência do magistrado sentenciante, aqui
nominado de autoridade coatora, a determinação de manter a sentenciada em regime fechado
após ter determinado, na mesma sentença, o cumprimento da pena no regime aberto, representa
um contrassenso absurdo e ilógico constituindo verdadeira “contradictio in terminis” que não
pode prevalecer nem mesmo sob o manto da Súmula 9 e a jurisprudência do Pretório Excelso
que, reiteradamente, decide que o réu preso em flagrante ou preventivamente, quando
condenado, deverá permanecer preso, pois é certo que tal jurisprudência não cogitou a evidência
dos casos de regime aberto, em face da contradição lógica deste regime com a permanência em
custódia para aguardar julgamento de recurso e, é só verificar os mais recentes Acórdãos dos
mais elevados Pretórios do país, para chegar a tal conclusão.
O Estado não pode submeter o condenado a regime mais rigoroso que o estabelecido
na sentença. Recurso não conhecido e habeas corpus concedido de ofício para que o
sentenciado cumpra, de imediato, a pena no regime certo ou, na possibilidade
concreta, provisoriamente, em regime domiciliar.” (REsp. nº 299.461/MG, 5ª Turma,
rel. min. Felix Fischer, j. 06.04.01, v.u., DJU 28.05.01, p. 208).
Diante do conflito que existe entre o artigo 33, “caput”, que não prevê o início do
cumprimento da detenção em regime fechado, para ela admitindo os regimes semi-
aberto ou aberto, e o parágrafo segundo, “c”, que determina na hipótese o regime
fechado, de prevalecer a primeira norma, concedendo-se o cumprimento da pena em
regime aberto ou semi-aberto. Representa inequívoco constrangimento ilegal,
principalmente antes do trânsito em julgado da condenação, manter em cárcere
fechado condenado a pena de detenção que foi autorizado a cumpri-la, desde o
início, em regime semi-aberto.” (TACrimSP - HC nº 321.936/7 - Limeira - 2ª Câm. -
Rel. Juiz Érix Ferreira - J. 07.05.98 - v.u.). (Grifei)
O caso em tela constitui a vista desarmada e sem maior indagação notório e incontestável
constrangimento ilegal, passivo da concessão de ordem liminar, para que cesse de imediato a
coação de que é vítima a Paciente, uma vez demonstrado o fumus boni juris e o periculum in
mora, , para condicionar o cumprimento do mandado de prisão contido no final da sentença, ora
hostilizada, à observância do regime imposto — o aberto.
EX POSITIS
espera o Impetrante, seja a presente ordem de HABEAS CORPUS, conhecida e deferida,
concedida a LIMINAR suplicada, para fazer cessar a coação ilegal de que está sendo vítima, a
Paciente, mandando que se expeça, o competente ALVARÁ DE SOLTURA, cassando a prisão
processual do Paciente determinando que passe ao cumprimento da pena no regime imposto na
sentença, pelos fatos e fundamentos ut retro perfilados, oficiando-se o Juiz, aqui nominado
autoridade coatora, para prestar suas informações em caráter de urgência, pois desta forma esse
Egrégio Sodalício, estará como de costume restabelecendo o império da Lei, do Direito e da
Excelsa JUSTIÇA.
Local, data
_____________________
OAB
Habeas Corpus – Contra decisão que Indeferiu a Retomada do
Andamento do Processo do Réu Foragido
“HABEAS CORPUS”
CÓDIGO TJ.............
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
em favor do Paciente, ................................................................, brasileiro, solteiro, ,
RG ...................(SSP-....), natural de ................., nascido em ............, filho de ................................,
residente na rua .................................., contra decisão exarada pelo Juiz de Direito da Comarca de
................... , que indeferiu seu pedido de prosseguimento da ação penal suspensa por força da
nova redação dada ao art. 366 do CPP., pela Lei 9.741/96 mantendo o despacho que suspendeu o
andamento do processo e do prazo prescricional, mesmo tendo o Paciente Advogado constituído
nos autos, além do que indeferiu o recebimento do recurso em sentido estrito interposto contra a
referida decisão, configurando notório e indisfarçável constrangimento ilegal sanável com a
concessão do presente writ.
Deste modo, o pedido de fls. 435/436, não representa, em nenhum momento, desejo ou
intenção de “estabelecer barganha” com o Juízo, e sim, a reivindicação de direito
constitucionalmente assegurado pelo inc. XVI, do art. 5º, da Constituição Federal, objetivando o
estabelecimento do contraditório e o pleno exercício da garantia da ampla defesa.
DO DIREITO
A norma do art. 366 do CPP, sendo de natureza mista e tendo como objetivo, de um lado,
em prol da sociedade, evitar a impunidade, com a suspensão do prazo prescricional, evitando a
extinção da punibilidade pela prescrição daqueles que se furtavam à ação da justiça, de outro,
assegurar para que o réu, citado por edital, não seja processado sem ter a certeza de sua ciência
da existência da ação penal, suspendendo o andamento do processo, até que constitua defensor
de sua confiança. Ou seja, no dizer de Paulo Rangel a lei dá um tratamento equilibrado e
igualitário, ao acusado e a sociedade1
Neste prisma, tem-se que com a constituição de advogado para representá-lo na ação penal,
o processo deve sair da inércia, resguardando o interesse da sociedade, e, da própria vítima, de
ver aqueles que in tese violaram a norma, responderem em juízo pelo atos atribuídos na
denúncia, o quer vale dizer que o Estado Administração, através do Juiz e Ministério Público,
estará exercendo seu múnus social, com a retomada da persecução judicial, por outro lado, surge
para o réu ausente a possibilidade de tentar provar sua inocência, através da defesa técnica
manejada pelo defensor constituído.
Salvo melhor Juízo, não há neste aspecto qualquer interesse em barganhar, negociar ou
tirar proveito com a retomada do andamento do processo, muito pelo contrário, em primeiro
lugar porque a presença física do acusado durante a ação penal é um direito seu e não uma
obrigação, tanto o é que no interrogatório, poderia ficar em silêncio, sem acarretar prejuízo para
sua defesa; em segundo, não condiciona o prosseguimento do feito, por exemplo, a revogação de
sua prisão preventiva, e, em terceiro, está contribuindo com a Justiça ao possibilitar ao ofendido
a sensação de que o Estado não está inoperante, ou seja, seu interesse processual não está
estagnado, parado e inerte.
A título de ilustração, com relação ao acusado revel, que devidamente intimado para o
interrogatório, e não comparece, demonstrando eventual desprezo para com a justiça ou
desinteresse em se defender, na dicção do art. 367 do CPP, ser-lhe-á decretada a revelia com o
prosseguimento do processo sem sua presença, porém, é indispensável a nomeação de defensor
dativo, pois, no ensinamento do ilustre Guilherme de Souza Nucci, “O réu pode acompanhar o
processo pessoalmente, mas não é obrigado a tal. Estando presente seu defensor, o que é
absolutamente indispensável, ainda que “ad hoc. (...) O que ocorre na esfera penal é a simples
ausência do processo, conseqüência natural do direito a audiência.2 “ (Grifei).
EX POSITIS,
espera ao recorrente seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo,
pedindo-se nesta oportunidade que Vossa Excelência digne reformar a decisão guerreada (art.
589 do CPP), ou ordenar a remessa dos autos para a Superior Instância, para o devido
processamento, conhecimento e provimento do presente recurso, por ser medida de Justiça.
Nestes temos,
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
________________
OAB
Habeas Corpus – Contra Decreto de Prisão Preventiva para
Assegurar a Aplicação da Lei Penal
RÉU PRESO
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
em favor do Paciente, ............................., brasileiro, casado, comerciante,
RG ............................ (SSP-.....), residente na Av. ....................., Vila ................., .............., contra
decisão exarada pelo doutor Juiz de Direito da Segunda Vara Criminal da comarca de ................,
que decretou sua prisão preventiva (doc. ....), bem como a decisão que negou o pedido de
revogação da prisão questionada (doc....), sob a suposta justificativa para suprimir o status
libertatis do Paciente por “como garantia da ordem pública, conveniência instrução criminal e
para assegurar a aplicação da lei penal,” sem que tenha havido qualquer prova, mesmo que
indiciária, de que poderia fugir ou atentar contra o bom andamento da persecução, constituindo,
assim, notório e indisfarçável constrangimento ilegal, sanável com o presente remédio heróico de
habeas corpus.
Foi no mesmo ritmo o parecer do ministério público que deu guarida a postulação da prisão
preventiva. Vejamos:
Desfigurada de qualquer sustentação fática foi também a decisão que indeferiu o pedido de
revogação, que assim proclamou:
O Paciente, é pessoa radicada na cidade de ................... desde seu nascimento, (doc. .....)
possui família regularmente constituída (doc. .....), a qual é sustentada, exclusivamente, com os
frutos de seu labor, exerce atividade lícita com endereço certo e sabido, (......), gozando no meio
social em que vive de respeito e consideração (doc .....), além de ser possuidor de bons
antecedentes e primariedade, oferecendo, assim, amplas garantias ao Juízo, inclusive, possui
bem de raiz no distrito da culpa (....) o que demonstra que não há motivos para evadir-se com a
intenção de fugir a eventual aplicação da lei penal.
Verifica-se que o Magistrado motivou suas decisões de forma presumida, sem, contudo
fundamentar de modo preciso e objetivo quanto aos fatos determinantes da necessariedade da
medida extrema, configurando notório e indisfarçável constrangimento ilegal sanável pelo
presente instituto do habeas corpus.
DO DIREITO
Conforme, as novas diretrizes traçadas pela neonata Lei nº 12.403 de 04 de maio de 2011 e
consoante a doutrina mais abalizada, a prisão preventiva, como instituto de exceção, deve ser
aplicada parcimoniosamente. Com a devida vênia, não há como concordar com aqueles que
considerando a estupidez ou a gravidade do delito como fundamento e usam como justificativa
do decreto preventivo; a repercussão do crime, como se este fosse, por si mesmo, causa e razão
da custódia cautelar. Um crime grave sempre provoca uma perturbação, um abalo social. Se esse
abalo fosse motivo ou requisito da prisão preventiva, esta seria obrigatória para determinadas
infrações, especialmente para os crime desta ordem, como acontecia antigamente, nos delitos
punidos, no máximo, com pena superior a dez anos de reclusão.
Assim sendo prisão preventiva, não sendo obrigatória, só se decreta nas situações previstas
em lei, quando é indeclinável a sua necessidade.
“o juiz, ao decretar a prisão preventiva, “há de estar por completo dominado não
tanto pela idéia da culpabilidade do acusado, o que só o julgamento posterior pode
com segurança demonstrar, mas, principalmente, pela indeclinabilidade da
providência, para afastar, desfazer ou impedir certos atos que ameaçam ou perturbam
a ordem pública, a instrução do processo ou a aplicação da pena”
No caso em apreço, pelo que se depreende dos documentos em apenso, a sentença que
instituiu a custódia preventiva do Paciente procurou agasalho nas hipóteses previstas no art. 312
do CPP da “garantia da ordem pública” e para “assegurar a aplicação da lei penal” sem, contudo
indicar de modo preciso quais fatos propiciaram esta conclusão, se limitando a repetir a fórmula
lega, método este, repudiado pelos nossos Superiores Sodalícios.
Inexiste, até o presente momento qualquer fato concreto de leve a ilação de que em
liberdade o Paciente poderá atentar contra a ordem pública, a conveniência da instrução criminal
ou burlar a aplicação da lei penal ou que justifiquem a manutenção da prisão preventiva imposta
ao Paciente.
“Não bastam simples temores subjetivos do julgador. É necessário que os fatos seja
objetivamente determinados para que possam existir os fundamentos da prisão
preventiva.” (in “Jurisprudência Criminal – Ed. Borsoi – pag. 392).
Após a decretação de sua custódia processual o Paciente instruiu seu pedido de revogação
com vasta documentação, dando conta que não se tratava daquela caricatura humana,
monstruosa, desenhada de forma distorcida, pela autoridade policial em sua representação pela
decretação da prisão, e sim, uma pessoa de bem, trabalhadora, pai de família sem qualquer
mácula judicial pretérita, preenchendo todos requisitos para aguardar o persecutio criminis in
judici em liberdade. Mesmo assim, o Juiz, aqui tido como autoridade coatora, se portou de forma
indiferente, desconsiderando aquele material probatório, indeferindo o pedido de revogação
inobstante a robusta prova trazida a colação de que as informações prestadas pela autoridade
policial eram improcedentes e fundadas em meras suposições.
EX POSITIS
espera o Impetrante, seja a presente ordem de HABEAS CORPUS, conhecida e deferida,
para fazer cessar a coação ilegal de que está sendo vítima, o Paciente, mandando que se expeça, o
competente ALVARÁ DE SOLTURA, cassando e revogando a prisão cautelar de natureza
processual contra ele exarada, pelos fatos e fundamentos ut retro perfilados, oficiando-se o Juiz,
aqui nominado autoridade coatora, para prestar suas informações em caráter de urgência, pois
desta forma esse Egrégio Sodalício, estará como de costume restabelecendo o império da Lei, do
Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
LOCAL E DATA
___________________
OAB
Habeas Corpus – Direito de Apelar em Liberdade – Crime Hediondo
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
1O Paciente, foi denunciado (proc. ............, como incurso nas penas dos artigo 213 edo
Código Penal Brasileiro, por suposto fato ocorrido em ...................., e embora já estivesse
respondendo por outra ação penal, nº ............., também na ...ª Vara Criminal de ..............., (art.
121 CPB), não teve sua custódia processual provisória decretada neste autos, tendo comparecido
em todos atos processuais, porém, com o advento de sentença condenatória o Magistrado
sentenciante, negou-lhe o benefício de apelar em liberdade. (doc.....)
3Ressalte-se que entre a propositura, do processo relativo aos crimes contra a liberdade
sexual, até a sentença não ocorreu nenhuma alteração na conduta social do Paciente,
melhorando sim, sua situação processual, pois ao tempo da denúncia respondia por um crime de
homicídio doloso, e ao da sentença já houvera sido julgado, naquele processo, pelo Júri que
reconheceu a prática de um delito culposo, tanto sua prisão era desnecessária que lhe foi
arbitrado fiança para que pudesse exercitar recurso voluntário em liberdade, tornando-se
injustificável a exigência de se recolher na cadeia para apelar, imposta nos autos .......................,
ora hostilizada.
4O Paciente, possui endereço certo, ocupação lícita, comprovados nos autos e radicado na
cidade de .................. há longos anos.
DO DIREITO
Consoante, inteligência do artigo 647 e 648, I, do Código de Processo Penal, sempre haverá
coação ilegal na liberdade de ir e vir, quando não houver justa causa para a segregação do
indivíduo, pressupostos presentes no caso em apreço passivos de serem sanados através do
remédio heróico do habeas corpus.
O delicado equilíbrio entre o poder do Estado e o direito individual à liberdade foi captado
com rara felicidade pela sentença de Stuart Mill:
“Toda sociedade, por mais autoritária que seja, tem que deixar, necessariamente, um
lugar para a liberdade; reciprocamente, toda a sociedade, por mais liberal que seja,
tem que reservar um lugar para a autoridade” (Apud “Liberdades Públicas”- Ada
Pellegrini Grinover e Outros – Pag. 11)
Assim, não sendo definitiva a decisão condenatória, somente se admite que não recorra em
liberdade quem se enquadre nos casos excepcionais previstos pela lei, após o reconhecimento
desta situação por decisão judicial fundamentada e motivada independentemente da gravidade
do fato imputado.
2 - Ordem concedida.”1
“ Processual Penal - Prisão para recorrer - A prisão para recorrer como a penal,
reclama necessidade e interesse público. Se o paciente respondeu o processo em
liberdade, a restrição somente pode ser imposta havendo fato posterior. Adernais,
inquérito policial e ação penal em curso representam hipóteses de trabalho. Não
registram ainda definição da situação jurídica. Impossível, só por isso, configurarem
maus antecedentes.”2
Senhor Relator, Colenda Câmara, no caso vertente, conforme já dito, o Paciente respondeu
todo processo em liberdade, mesmo tendo contra si instaurada outra ação penal, na qual fora
decretada sua custódia, e posteriormente concedida arbitramento de fiança em função de
desclassificação, operada pelos Senhores Jurados, de homicídio simples para culposo, tendo,
inclusive naquela oportunidade, assim reportado com brilhantismo, a Ilustre Juíza Presidente em
sua sentença, ao apreciar as questões judiciais:
O Tribunal de Justiça de ____, através de sua Segunda Câmara Criminal, tendo como
relator o eminente Des. Roldão de Oliveira Carvalho, no HC _________, julgado em ______, assim
se pronunciou, acerca de caso análogo:
“EMENTA. Habeas Corpus. Recurso especial - liberdade. Não obstante o art. 637, do
CPP e art. 27, § 2.°, Lei 8.038/90 permitirem a execução provisória da sentença, não
conferindo efeito suspensivo ao recurso especial, tenho que para não contrariar o
disposto no art. 5.°, inc. LVIII da CF, hei por bem conceder a ordem de Habeas corpus
a fim de que o acusado aguarde em liberdade o julgamento do recurso manifestado
perante o STJ, operando-se, assim, o trânsito em julgado da sentença, já que
primário, de bons antecedentes, respondendo processo solto e comparecendo aos
atos processuais, com direito de apelar em liberdade. Ordem concedida.”
Na mesma alheta foi a decisão proferida no HC nº ________, pela mesma Câmara Julgadora:
“EX POSITIS”
Local, data.
________________
OAB
Habeas Corpus – Excesso de Prazo Para Encerramento da
Instrução Criminal
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
1O Paciente foi preso, no dia ............., conforme ofício nº ......... (doc....), expedido pela
direção do Centro de Inserção Social (Cadeia Pública) de ........., informando ao Juízo o
cumprimento do mandado de prisão de fls., já tendo decorrido mais de .... (...) meses, ou seja
mais de .... dias, sem tenha encerrado a instrução criminal, inclusive, o processo esteve
paralisado por mais de ... dias, aguardando devolução de deprecata inquiritória da
testemunha ......................., arrolada na exordial acusatória (doc...), conforme a o próprio órgão
ministerial concordou em seu parecer em apenso (doc....),
3De outro lado a sentença postergada, à guisa de justificar e manter a prisão arbitrária do
Paciente sustenta de forma execrável que não há “ nos autos, qualquer documento que tenha o
condão de, demonstrar ocupação lícita, a primariedade,os bons antecedentes e vinculo no
distrito da culpa do denunciado, podendo existir intenção e condições materiais e pessoais do
imputado de evadir-se desta Comarca...”, fatores estes que, além de serem especulativos e
inverídicos, não possuem o caráter de justificar a manutenção de uma prisão flagrantemente
ilegal.
O DIREITO
Conforme, as novas diretrizes traçadas pela neonata Lei nº 12.403 de 04 de maio de 2011
e consoante nossa melhor doutrina e a jurisprudência dominante, se o legislador impôs prazos
para a realização dos atos processuais, é porque se torna imperioso seu cumprimento para o
resguardo das garantias individuais do cidadão e a conseqüente prestação da tutela jurisdicional
devida a toda coletividade, logo seu cumprimento deve ser obedecido rigorosamente,
principalmente, quando a liberdade individual se encontra sob risco de sofrer constrangimento
ilegal por parte do Estado.
‘É pois, indeclinável a concessão do presente pedido de habeas corpus para fazer cessar o
constrangimento ilegal de que está sendo vítima o Paciente, ao ver negado seu pedido de
revogação de prisão preventiva, quando é incontroverso que está preso mais tempo que a lei
determina.
EX POSITIS
Local, ata
_______________
OAB
Habeas Corpus – Falta de Fundamentação na Decretação da Prisão
Preventiva
“HABEAS CORPUS
Protocolo ................
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
em favor do Paciente, .............................., brasileiro(a), Est.civil, Profissão, residente na
Av. ................................., contra sentença exarada pela doutora Juíza de Direito da ...... Vara
Criminal da comarca de ..........., que decretou sua prisão preventiva (doc..), bem como a decisão
que negou o pedido de revogação da prisão questionada (doc..), sob a suposta justificativa de
garantia da ordem pública bem para assegurar a aplicação da lei penal com os argumentos a
seguir expostos in verbis:
Ante o exposto, com esteio nos artigos 311 e seguintes, do Código de Processo Penal,
ACOLHO o requerimento do d. representante ministerial, e, por garantia da ordem
pública, bem como para assegurar a aplicação da lei penal, em hipótese de contigente
condenação e, por conveniência da instrução criminal, presentes os requisitos da
existência da materialidade e indícios suficientes de autoria, DECRETO A PRISÃO
PREVENTIVA ...”
No mesmo passo foi editada decisão proferida no pedido de revogação da custódia cautelar,
(doc..) de forma singela sumária e sem qualquer fundamentação indeferiu a súplica,
restringindo-se a repetir a fórmula legal, prática repudiada por nossos Tribunais Superiores, nos
seguintes termos:
“O Requerente teve sua prisão preventiva decretada em razão de ter praticado o crime
tipificado no artigo 155, § 4º, inciso IV do Código Penal Brasileiro , para assegurar a
lei penal e garantia da ordem pública. (grifei)
(...)
A alegação apresentada pela defesa, de que o indiciado não participou do crime e que
não faz parte de uma quadrilha especializada em roubo de gado, é matéria de mérito,
não podendo ser acolhida nesta fase do processo.
Assim sendo, considerando a inexistência de fato novo e que a prisão em tela visa
garantir a instrução do processo e a aplicação da lei penal, acolho o parecer
ministerial e indefiro o pedido...”
Verifica-se que a ilustre Magistrada motivou suas decisões de forma genérica e presumida,
sem, contudo fundamentar de modo preciso e objetivo quanto aos fatos determinantes da
necessariedade da medida extrema, configurando notório e indisfarçável constrangimento ilegal
sanável pelo presente instituto do habeas corpus.
3O relatório exarado pela Delegada que presidiu o inquérito policial (doc...), é tendencioso
e contaminado de parcialidade quando afirma que o Paciente responde a outro inquérito policial
em andamento no DEIC de ...., sem, contudo fazer juntar aos autos qualquer documento que
pudesse provar o alegado, como também, de forma falaciosa sustenta que o mesmo é conhecido
pela população anapolina como pessoa dada a prática de “crimes desta monta”, sem indicar
qualquer indício de comprovação desta assertiva.
4Realmente o paciente responde a outra ação penal em tramitação pela segunda vara
criminal daquela comarca, porém, nunca se furtou ao comparecimento de qualquer ato
processual. Invocar a existência do referido processo, em andamento, como motivo para
decretar-lhe a prisão preventiva, é sem dúvida, atropelar a garantia constitucional da presunção
de não culpabilidade antes da sentença penal condenatória transitada em julgado.
DO DIREITO
Sob os holofotes da Lei nº 12.403/2011, que institui as novas medidas cautelares no
processo penal, pouco ou nada adiantará o esforço de se construir uma nova concepção de
processo penal acusatória e garantista, voltada ao reverenciamento e zelo pelas garantia
constitucionais de todo cidadão se não houver uma reformulação nas idéias daqueles a quem é
dado o dever de aplicar a lei no caso concreto, de forma a evitar a continuidade da aplicação da
política law ad order personificação do nefasto direito penal do inimigo.
Conforme, as novas diretrizes traçadas pela neonata Lei nº 12.403 de 04 de maio de 2011
que alterou as disposições do CPP que trata das medidas cautelares e da prisão preventiva, a
custódia processual, somente poderá ser aplicada em último caso, quando nenhuma das nove
medidas cautelares enumeradas no art. 319 do Código de Processo Penal forem cabíveis,
exigindo do magistrado que a decretar analisar fundamentadamente a impossibilidade de suas
aplicações.
A definição de “ordem pública” tem sido motivo de grande preocupação tanto da doutrina
quanto da jurisprudência hodierna. Consoante o magistério de Gabriel Bertin de Almeida, 1 é
muito comum ver decisões a respeito de pedidos de prisão preventiva que simplesmente repetem
a fórmula legal, afirmando, tout court, que a prisão é cabível para a garantia da ordem pública.
Nesses casos, nem mesmo se tenta definir o que é ordem pública e muito menos por que sua
garantia estaria em jogo. Evidentemente, são decisões nulas ipso iure. Fauzi Hassan Choukr diz
que a simples “repetição da fórmula legal é presente em várias decisões, sendo uma das linhas
mais perceptíveis, mesmo porque não se dá ao trabalho de tentar definir o que seja ordem
pública, limitando a decretar a prisão cautelar (ou mantê-la apenas proferindo a letra da lei)”. 2
Aponta alguns julgados que a segurança do acusado pode ensejar a decretação de sua
prisão preventiva para a preservação da ordem pública. 3 O que evidentemente constitui uma
aberração ao pretender tutelar a vida ou a integridade física do cidadão com a supressão de sua
liberdade. Há ainda, julgados que costumam identificar a ordem pública com a credibilidade da
justiça4, necessidade de acautelar-se o meio social, a gravidade do delito 5 e, também, o clamor
público.
Inexiste, até o presente momento qualquer fato concreto de leve a ilação de que em
liberdade o Paciente poderá atentar contra a ordem pública, a conveniência da instrução criminal
ou burlar a aplicação da lei penal ou que justifiquem a manutenção da prisão preventiva imposta
ao Paciente.
“Não bastam simples temores subjetivos do julgador. É necessário que os fatos seja
objetivamente determinados para que possam existir os fundamentos da prisão
preventiva.” (in “Jurisprudência Criminal – Ed. Borsoi – pag. 392).
Hélio Tornaghi, por seu turno enfoca questão com mais veemência:
“O Juiz deve mencionar de maneira clara e precisa os fatos que o levam a considerar
a prisão como garantia da ordem pública ou para assegurar a aplicação da lei penal
substantiva.
É neste mesmo diapasão que os Superiores Pretórios pátrios têm decidido, acerca da
demonstração inequívoca da necessariedade da decretação da prisão cautelar como instrumento
tutelador dos interesses sociais e da liberdade individual, conforme o excerto do seguinte julgado
proferido Supremo Tribunal Federal, no HC 97.528-3-SP, da relatoria do Ministro Carlos Britto ,
cuja ementa assim adita:
De mais a mais, verifica-se que no caso de eventual condenação pelo delito constante na
denúncia, a pena in abstrato consignada no artigo supostamente infringido, mesmo no limite
máximo, não extrapolaria a órbita do regime semi-aberto, assim constituiria até um contra-senso
o fato de ter o Acusado de aguardar preso o desenrolar de seu processo, e, uma vez condenado,
já com sua culpa e responsabilidade definida, ser transferido para um regime de liberdade ou
semi-liberdade.
Outrossim, como preconiza Santo Agostinho, lembrado por De Marsico, com a prisão
preventiva “o homem tortura para saber se deve torturar, pelo que deve ser exercida com
extrema cautela”
EX POSITIS
espera o Impetrante, seja a presente ordem de HABEAS CORPUS, conhecida e deferida,
para fazer cessar a coação ilegal de que está sendo vítima, o Paciente, mandando que se expeça, o
competente ALVARÁ DE SOLTURA, cassando e revogando a prisão cautelar de natureza
processual do Paciente, pelos fatos e fundamentos ut retro perfilados, oficiando-se a Juíza, aqui
nominada autoridade coatora, para prestar suas informações em caráter de urgência, pois desta
forma esse Egrégio Sodalício, estará como de costume restabelecendo o império da Lei, do
Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Local, data
________________
OAB
Habeas Corpus – Gravidade do Crime – Conveniência da
Instrução Criminal
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
Conforme cópia do Auto de Prisão em Flagrante em apenso (doc. ....), o Paciente foi,
injustamente, mencionado por um dos meliantes que praticaram o crime previsto no artigo 157,
do Código Penal, como eventual partícipe dos fatos narrados naquele procedimento
administrativo, ensejando o oferecimento de denúncia pelo órgão ministerial que paralelamente
representou pela decretação de sua prisão preventiva, o que foi deferido pela juíza presidente do
processo.
“Há tempos TORNAGHI já advertia de “que nem sempre os acusados podem se livrar
com os pés livres, havendo casos em que a necessidade de assegurar a apuração da
verdade, a execução da sentença e a tranqüilidade geral obrigam a prender, durante o
processo, os que destroem vestígios do crime, ameaçam ou subornam testemunhas,
preparam fuga ou põem em perigo a ordem e a paz social”.
Ora, esta é a situação que se apresenta nestes autos, pois a despeito da gravidade do
crime noticiado, os supostos autores, se não encontram-se foragidos, pelo menos
dispõem de meios para uma evasão imediata, o que além de prejudicar o andamento
das investigações, pode gerar descrédito nas autoridades constituídas, sendo
necessário preservar a confiança da sociedade na função repressora do Estado e
impedir graves lesões ao interesse comum da vida social da comunidade.
Assim, ainda que primários, levando em conta a gravidade dos delitos imputados e o
evidente risco para a apuração dos fatos, para conveniência da instrução criminal,
assegurar a aplicação da lei penal e garantia da ordem pública, considerando o que
dos autos consta, acolho as representações de fls. 92 a 98 e decreto a prisão
preventiva de .........”
O ministério Público, (doc. ....) data vênia, provocou um decreto de custódia cautelar
temerário, sem qualquer respaldo em prova de caráter objetivo a indicar a necessariedade da
imposição da medida drástica como instrumento hábil para conveniência da instrução criminal
ou assegurar a aplicação da lei penal, transmudando sentença que decretou a prisão preventiva
carente de fundamentação fática, vez que indemonstrado restou qualquer conduta que fosse
atentatória a garantia da instrução criminal praticada pelo Paciente.
É notório que a magistrada da instância de piso editou sua sentença inspirando única e
exclusivamente na representação ofertada pelo Parquet, sem a demonstração da existência de
nenhum elemento concreto que pudesse denotar a presença das hipóteses autorizativas da prisão
preventiva, previstas no artigo 312 do Código de Processo Penal, devendo pois, ser cassada e
revogada a prisão preventiva do Paciente por este Egrégio Sodalício.
DO DIREITO
Conforme, as novas diretrizes traçadas pela neonata Lei 12.403 de 04 de maio de 2011 que
alterou as disposições do CPP que trata das medidas cautelares e da prisão preventiva, a custódia
processual, somente poderá ser aplicada em último caso, quando nenhuma das nove medidas
cautelares enumeradas no art. 319 do Código de Processo Penal forem cabíveis, exigindo do
magistrado a realização de uma análise fundamentada acerca da impossibilidade de suas
aplicações.
A segregação preventiva tem sido taxada como a sagração de uma violência ( Ortolan). “Se
o indivíduo é tornado apenas suspeito de atentar contra a sociedade por meio do delito, a
sociedade atenta contra o indivíduo por meio desse instituto ”, mormente ante a irreparabilidade
moral do mal eventualmente causado.
No entanto, são o interesse e proteção sociais, e não a antecipação de uma condenação, que
se constituem em o fundamento exponencial da espécie em exame de custódia provisória. Daí a
exigência irretorquível da prova de sua necessidade, em casos especiais e como medida de
exceção, de sua decretação.
“o juiz, ao decretar a prisão preventiva, “há de estar por completo dominado não
tanto pela idéia da culpabilidade do acusado, o que só o julgamento posterior pode
com segurança demonstrar, mas, principalmente, pela indeclinabilidade da
providência, para afastar, desfazer ou impedir certos atos que ameaçam ou perturbam
a ordem pública, a instrução do processo ou a aplicação da pena”
“Não bastam simples temores subjetivos do julgador. É necessário que os fatos seja
objetivamente determinados para que possam existir os fundamentos da prisão
preventiva.” (in “Jurisprudência Criminal – Ed. Borsoi – pag. 392).
Hélio Tornaghi, por seu turno enfoca questão com mais veemência:
“O Juiz deve mencionar de maneira clara e precisa os fatos que o levam a considerar
a prisão como garantia da ordem pública ou para assegurar a aplicação da lei penal
substantiva.
Pede-se a devida vênia, para colacionar a ementa proferida pelo STJ, no HC 231817/SP,
tendo com relator o Ministro Jorge Mussi,julgado em 14/03/2013:
No caso em apreço, na sentença fustigada, a juíza tida com autoridade coatora restringiu-se
apenas em repetir os termo legais, ao decretar a prisão preventiva, como razão de decidir, não
expressando e indicando os motivos e as circunstâncias ou fato concretos que levaram a
imposição da medida como instrumento cautelar, muito menos de sua imprescindibilidade ou
necessariedade para a garantia ordem pública ou assegurar a aplicação da lei penal.
A prisão preventiva compulsória, ditada pela gravidade do delito, ficou perdida no tempo,
hoje, porém, com os novos rumos da Constituição Federal de 1988, sua decretação deve
obedecer critérios calcados no interesse de ordem pública, mas não perdendo de vista, também,
o respeito do status libertadtis individual de cada cidadão, garantido pelo princípio da presunção
da inocência e o devido processo legal.
Outrossim, como preconiza Santo Agostinho, lembrado por De Marsico, com a prisão
preventiva “o homem tortura para saber se deve torturar, pelo que deve ser exercida com
extrema cautela”
Por outro lado, o Paciente, é advogado militante na comarca de Anápolis onde possui bens
de raiz, família constituída, desejando provar sua inocência durante o persecutio criminis in
judício, não existindo qualquer motivo mesmo que remoto de evadir-se daquela cidade, dando
pois amplas garantias ao Juízo.
EX POSITIS
Local e data
________________
OAB
Habeas Corpus – Para Desentranhar Confissão Obtida Por
Meio de Tortura – Prova Ilícita e Adiamento do Júri
“HABEAS CORPUS”
(Com Pedido de LIMINAR)
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
........................, brasileiro(a), (Est.civil), advogado regularmente inscrito na OAB..... sob o nº
....., permissa máxima vênia vem perante a esta Egrégia Corte, com fundamento no artigo 5º,
LXVIII, da Constituição Federal, combinado com artigo 647 e seguinte do Código de Processo
Penal, impetrar uma ordem de
1O Paciente responde a ação penal acima epigrafada, com julgamento pelo tribunal do Júri,
na comarca de ....., designado para a próxima ......................, tendo protocolizado o pedido de
desentranhamento de prova obtida por meio ilícito no dia ...., (doc...), sem que até a presente
data tenha a ilustre Juiz da .......... Vara Criminal, apreciado o pedido, o que em caso de
indeferimento na abertura dos trabalhos em plenário, acarretará um irreparável prejuízo para a
defesa do Paciente, vez que inquestionavelmente o Ministério Público utilizará a versão
apresentada na fase policial, obtida através de tortura (doc......), portanto inadmissível no
processo, conforme comando normativo dos dispositivos ut retro alinhados.
4É inquestionável, que embora a versão fora introduzida por meio legal nos autos, através
de interrogatório policial, seu conteúdo é fruto de ação ilegítima por parte dos policiais militares
que o espancaram provocando lesões graves, com fratura do braço, nariz, além de torturarem
“rodando caneta nos dedos”, e submetendo a espancamentos generalizados, o que contamina a
referida prova de ilicitude, sendo que sua utilização pela acusação e permanência nos autos
constitui constrangimento ilegal atentatório ao seu status libertatis, sanável com o presente
remédio heróico de hábeas corpus.
DO DIREITO
Edita o neonato art. 157, do Código de Processo Penal, acrescentado pela Lei nº 11.690/08:
Parágrafo primeiro - São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
Parágrafo segundo - Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria
capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
Com a novel sistemática legal poderia até surgir eventual discussão, se o conceito de
ilicitude previsto na nova lei seria atinente ao significado de restrito, ou seja proibido por lei, ou
sob o prisma amplo: no sentido de contrário aos bons costumes, à moral e os princípios gerais de
direito, porém, à toda evidência, a doutrina de forma unânime, já inclinou para a aceitação no
sentido de dar guarida à interpretação mais condizente com o texto constitucional: toda prova
ilegal ou ilegítima é ilícita, portanto inadmissível no processo. A obtidas por meio de tortura é
uma delas, portanto: está vedada por lei.
“É por isso que a investigação e a luta contra criminalidade devem ser conduzidas de
uma certa maneira, de acordo com um rito determinado, na observância de regras
pré-estabelecidas. Se a finalidade do processo não é a de aplicar a pena ao réu de
qualquer modo, a verdade deve ser obtida de acordo com uma forma moral
inatacável”2
Local, data
_______________
OAB
Habeas Corpus – Pedofilia – Contra Prisão Preventiva
Decretada Pela Gravidade do Crime – Clamor Público
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
em favor do Paciente, ..............., brasileiro(a), Est.civil, Profissão, residente à
rua .................,........ Bairro ..............., .............., contra sentença exarada pela doutora Juíza de
Direito da ....... vara criminal da comarca de ..........., (doc....), que decretou sua prisão preventiva,
sob a suposta justificativa de conveniência da instrução criminal e garantia da ordem pública e
aplicação da lei penal sem a devida fundamentação com se vê adiante in vebis::
Verifica-se que a ilustre Magistrada motivou sua decisão de forma genérica e presumida,
sem, contudo fundamentar de modo objetivo quanto aos fatos determinantes da necessariedade
da medida extrema, configurando notório e indisfarçável constrangimento ilegal sanável pelo
presente instituto do habeas corpus.
1Conforme cópia da denúncia (doc..), o Paciente responde a uma ação penal na comarca de
............, sob a suposta imputação de ter infringido a norma proibitiva esculpida nos arts. 217-A,
do Código Penal, com a nova redação dada pela Lei 12.015 de 07 de agosto de 2009, onde figura
como vítima sua filha ........... de dez anos de idade.
2O principal motivo ensejador da decretação da prisão preventiva foi a suposta ameaça que
o Requerente estaria exercendo contra a pessoa da vítima, o que conforme declaração de sua
própria irmã, ............., (doc...), foi pura invencionice daquela em função de não desejar morar na
companhia do pai que lhe impunha uma educação mais rigorosa restringindo sua liberdade.
DO DIREITO
Conforme, as novas diretrizes traçadas pela neonata Lei 12.403 de 04 de maio de 2011 que
alterou as disposições do Código de Processo Penal sobre a Prisão preventiva e medidas
cautelares e de acordo com a melhor doutrina nacional e alienígena a prisão preventiva é medida
drástica e excepcional devendo ser aplicada somente em casos de extrema necessidade, quando
estiverem provado de modo concreto e objetivo o periculum in mora, tanto que ‘é considerada
por alguns doutrinadores como “uma aspereza iníqua” (Lucchini), a “a mais cruel das
necessidades judiciais” (Puglia), um “mal necessário”(Garraud), ou um “tirocínio de perversão
moral”(Carrara) é considerada no Brasil por Bento de Faria como “um estado de privação da
liberdade pessoal reclamado pelo interesse social”.
Na neonata estética cristalizada pelas marcantes mudanças inseridas pela Lei 12.403/2011,
no título IX, do Livro I, do Código de Processo Penal, que trata “da Prisão, das Medidas
Cautelares e da Liberdade Provisória”, exige dos órgãos judicantes redobrado cuidado na exegese
do art. 312, do Diploma de Ritos, principalmente com relação a decretação ou manutenção da
prisão preventiva, que agora alcançou o status de verdadeira e autêntica ultima ratio.
A segregação preventiva tem sido taxada como a sagração de uma violência (Ortolan). “Se
o indivíduo é tornado apenas suspeito de atentar contra a sociedade por meio do delito, a
sociedade atenta contra o indivíduo por meio desse instituto”, mormente ante a irreparabilidade
moral do mal eventualmente causado.
No entanto, são o interesse e proteção sociais, e não a antecipação de uma condenação, que
se constituem em o fundamento exponencial da espécie em exame de custódia provisória. Daí a
exigência irretorquível da prova de sua necessidade, em casos especiais e como medida de
exceção, de sua decretação.
“o juiz, ao decretar a prisão preventiva, “há de estar por completo dominado não
tanto pela ideia da culpabilidade do acusado, o que só o julgamento posterior pode
com segurança demonstrar, mas, principalmente, pela indeclinabilidade da
providência, para afastar, desfazer ou impedir certos atos que ameaçam ou perturbam
a ordem pública, a instrução do processo ou a aplicação da pena”
“Não bastam simples temores subjetivos do julgador. É necessário que os fatos seja
objetivamente determinados para que possam existir os fundamentos da prisão
preventiva.” (in “Jurisprudência Criminal – Ed. Borsoi – pag. 392).
Hélio Tornaghi, por seu turno enfoca questão com mais veemência:
“O Juiz deve mencionar de maneira clara e precisa os fatos que o levam a considerar
a prisão como garantia da ordem pública ou para assegurar a aplicação da lei penal
substantiva.
Não basta de maneira alguma, não é fundamentação, frauda a finalidade da lei e
ilude as garantias de liberdade quando o juiz dizer apenas: “considerando que a
prisão é necessária para garantir a ordem pública...”ou então “a provas dos autos
revela que a prisão é conveniente para a instrução criminal...”. Fórmulas como essas
são as mais rematadas expressões de prepotência, do arbítrio da opressão. Revelam
displicência, tirania ou ignorância, pois além de tudo envolvem petição de princípio:
com elas o juiz toma como base exatamente aquilo que deveria demonstrar.”(in
“Manuel de Processo Penal – Vol. II – pag. 619)
Sob os holofotes da Lei 12.403/2011, que institui as novas medidas cautelares no processo
penal, pouco ou nada adiantará o esforço de se construir uma nova concepção de processo penal
acusatória e garantista, voltado ao reverenciamento e zelo pelas garantia constitucionais de todo
cidadão se não houver uma reformulação nas ideias daqueles a quem é dado o dever de aplicar a
lei no caso concreto, de forma a evitar a continuidade da aplicação da política law ad order
personificação do nefasto direito penal do inimigo.
A prisão preventiva compulsória ditada pela gravidade do delito, como ficou assente na
sentença conspurcada, ficou perdida no tempo, hoje, porém, com os novos rumos da
Constituição Federal de 1988, sua decretação deve obedecer a critérios calcados no interesse de
ordem pública, mas não perdendo de vista, também, o respeito do status libertatis individual de
cada cidadão, garantido pelo princípio da presunção da inocência e o devido processo legal.
O Paciente possui mais três filhos, sendo um homem e duas mulheres, as quais já se
encontram casadas e com filhos menores, e nunca em momento algum de sua existência houve
qualquer deslize na criação e educação das mesmas, assim como sempre teve conduta ilibada
sendo respeitado no meio social em que vive.
EX POSITIS
espera o Impetrante, seja a presente ordem de HABEAS CORPUS, conhecida e deferida,
para fazer cessar a coação ilegal de que está sendo vítima, o Paciente, mandando que se expeça, o
competente ALVARÁ DE SOLTURA, cassando e revogando a prisão cautelar de natureza
processual do Paciente, pelos fatos e fundamentos ut retro perfilados, oficiando-se a Juíza, aqui
nominada autoridade coatora, para prestar suas informações em caráter de urgência, pois desta
forma esse Egrégio Sodalício, estará como de costume restabelecendo o império da Lei, do
Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Local, data
___________________
OAB
Habeas Corpus - Porte Ilegal de Arma - Falta de Laudo de
Constatação de Funcionamento e Eficácia - Trancamento
da Ação Penal
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
em favor do Paciente, ........................, brasileiro(a), Est.civil, Profissão, natural de ..........,
filho de ....................., Bairro...................., contra despacho da lavra do Doutor Juiz de Direito
da ..... Vara Criminal de ......, (doc...), que recebeu a denúncia nos autos ..........., sob a suposta
infração do fato típico insculpido no art. 16, da Lei 10.826/03, sem que tenha havido a
elaboração de Laudo de Exame Pericial Para Constatação de Funcionamento e Eficácia das armas
apreendidas, não havendo, assim prova da materialidade delituosa atribuída ao Paciente, com
isso, ocorreu a instauração arbitrária de ação penal, nula de pleno direito, por falta de justa
causa, constituindo notório e indisfarçável constrangimento ilegal, sanável pelo presente
remédio heróico do hábeas corpus, que deverá ser deferido para trancar a ação penal vergastada.
1O Paciente foi preso e autuado em flagrante delito como incurso nas penas do art. 16 da
Lei 10.826/03, tendo o inquérito policial sido concluído sem a elaboração do Laudo de Exame
Pericial Para Constatação de Funcionamento e Eficácia das armas apreendidas, e remetido ao
Poder Judiciário, sendo que inobstante não haver prova material do ilícito penal, (doc. 01/
representado pela perícia técnica nos artefatos apreendidos, a representante do Parquet ofertou
denúncia, sendo a mesma recebida pelo magistrado, aqui nominado de autoridade coatora.
DO DIREITO
Inicialmente, deve-se assinalar que do ponto de vista analítico crime é fato típico, ilícito e
de punibilidade abstrata.
Todos esses aspectos devem sempre ser observados sob o aspecto formal, objetivo, material
e normativo.
Assim sendo, se a conduta atribuída ao Paciente, exigia para sua prisão em flagrante a
prova pericial quanto a ofensividade dos objetos apreendido, muito mais era de se exigir o
referido exame para a propositura da ação penal, o que torna a denúncia abusiva e arbitrária,
configuradora de inequívoco constrangimento ilegal.
No caso em apreço, a ação penal emergiu, de denúncia ofertada pelo Ministério Público
imputando a suposta violação do art. 16 da Lei 10.826/03 (portar e possuir arma de fogo), porém,
verifica-se que a Acusação Oficial agiu de forma arbitrária e precipitada, visto que é
imprescindível para o oferecimento da exordial acusatória, a prévia elaboração de laudo para
comprovar a potencialidade lesiva da arma apreendida. É suficiente que o laudo seja firmado por
peritos com habilitação técnica, o que não foi feito não podendo assim comprovar o grau de
ofensidade das armas encontradas na posse do Paciente, não podendo imputar-lhe a prática
delitiva do caso em apreço sem prova material do fato ilícito que lhe é imputado.
EX POSITIS
espera o Impetrante, seja a presente ordem de HABEAS CORPUS, conhecida e deferida,
para fazer cessar a coação ilegal de que está sendo vítima o Paciente, determinando o
trancamento da ação penal, por falta de justa causa, pelos fatos e fundamentos ut retro
perfilados, oficiando-se a autoridade aqui nominada coatora, para prestar suas informações em
caráter de urgência, pois desta forma esse Egrégio Sodalício, estará como de costume
restabelecendo o império da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Local, data.
_________________
OAB
Habeas Corpus – Preconceito Racial – Trancamento da Ação
Penal
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
Dias depois a denunciada sustou o pagamento dos cheques. Passados ..... (......) dias a
vítima foi até a loja da denunciada, para saber os motivos de ter sustado o pagamento
dos cheques, oportunidade em que esta começou caluniar a vítima a xingá-la de “
negro safado”, revelando a sua manifesta discriminação e preconceito racial.
3Se o denunciado se defende dos fatos narrados na denúncia, e não da tipificação dada
pelo Ministério Público, tem-se que a ação penal para a conduta atribuída à paciente é de
iniciativa privada o que torna o Parquet parte ilegítima para intentá-la tornando o processo nulo
ab initio, e o seu prosseguimento flagrante constrangimento e coação ilegal.
4Com a inobservância da norma imperativa preceituada no artigo 43, inc. III, do CPP, o
despacho que recebeu a denúncia, acarretou notória e indisfarçável nulidade absoluta do
processo (art. 564, inc. II), passível do trancamento da ação, via do presente writ, por falta de
condição de procedibilidade e ilegitimidade ativa.
DO DIREITO
Edita o Código Penal, com referência a conduta atribuída a Paciente narrada na denúncia:
Com relação a ação penal do delito em apreço, dispõe nosso substantivo penal:
Art. 145 - Nos crimes previstos neste capítulo somente se procede mediante queixa,
salvo, quando no caso do artigo 140, parágrafo segundo, da violência resulta lesão
corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do
n.º I do artigo 141, e mediante representação do ofendido, no caso do n.º II do
mesmo artigo.
Por seu turno, o Código de Processo Penal, estabelece que a legitimidade para a propositura
da ação penal privada é exclusiva do ofendido ou seu representante legal. Diz a lei:
Código de Processo Penal
Art. 30 - Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a
ação privada.
“De acordo com Lei n.º 9.459/97, chamar alguém de “nego sujo”, “preto vagabundo”,
“negão malandro”, “africano imbecil”, “judeu avarento”, “nordestino bobo”, “baiano
vadio”, “japa atrasado” etc., desde que com vontade de ofender-lhe a honra subjetiva
relacionada com a cor, procedência, religião, raça ou etnia, sujeita o autor a uma
pena mínima de um ano de reclusão, além de multa” (Pág.110).
AÇÃO PENAL - Crime contra a honra - Injúria - Ação proposta pelo Ministério
Público - Inadmissibilidade - Apuração que depende da iniciativa do ofendido -
Nulidade decretada - Inteligência do artigo 564, II, do CPP. A persecução penal para
apuração do crime de injúria depende da iniciativa do ofendido, devendo o processo
ser anulado “ab initio” quando proposto pelo Ministério Público, que é parte
ilegítima, conforme disposto no artigo 564, II, do CPP.” (TJSP - HC nº 249.792-3/0 -
Monte Aprazível - 3ª Câm. - Rel. Des. Luiz Pantaleão - J. 17.02.98). RT 752/594
Assim ensina o festejada doutrinadora Ada Pellegrini Grinover, em sua obra “As Nulidades
no Processo Penal”, 2ª Edição, pag. 57:
“Quando faltar uma só que seja das condições da ação ou de procedibilidade, diz-se
que o autor é carecedor desta. A conseqüência é que o juiz, embora exercendo a
função jurisdicional, não chegará a apreciar o mérito.
O exercício da ação penal é de natureza pública, consoante dispõe a regra do artigo 100, do
Código Penal. tratando-se, porém, de crime contra a honra (art. 138/140 CPB), a ação penal só se
procede mediante queixa. Na hipótese do artigo 145, do Código Penal a ação penal é privativa do
ofendido, obedecendo o princípio da conveniência, que é absoluto, e da disponibilidade, que é
relativo, posto que ao titular do direito à queixa, como condição da ação.
Não é difícil perceber que o Órgão Ministerial agiu fora da órbita de suas atribuições
institucionais, atropelando a Lei, e desrespeitando o direito tutelado ao ofendido ou seu
representante legal.
EX POSITIS,
LOCAL E DATA
___________________
OAB
Habeas Corpus - Prisão Preventiva - Falta de Intimação do Réu
Para Constituir Novo Defensor - Alegação de Chicana da
Defesa.
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
DOS FATOS
O Paciente, responde a uma ação penal, sob a acusação de ter infringido a norma
incriminadora do art. 121 do Código Penal, cujo judicium accusationes tramitou pela Segunda
Vara Criminal de ................, tendo a decisão intermediária de pronúncia concedido do direito de
aguardar o julgamento pelo Júri em liberdade, nos seguintes termos: “O acusado, ao que consta
nos autos, é primário e ostenta bons antecedentes, não foi preso em flagrante, acompanhou o
caminhar procedimental e, até aqui, não deu ensejo a razões que levassem a imposição de
medida cautelar de natureza processual e pessoal sem seu desproveito, apesar de esta sendo
pronunciado por delito cognominado hediondo.”
(doc. ....) com endereço no ................., em ........, o qual atuou, no processo, apresentando as
alegações finais (doc....). Como o oficial de justiça certificou que, embora tenha localizado o
escritório do ......., não havia logrado êxito em intimá-lo vez que se encontrava ausente (doc. ...),
para que o processo não ficasse paralisado o Paciente, contratou os serviços
da .......................................
Note-se que a falta de intimação do ..............., para apresentar alegações finais, apontada
pelo Oficial de Justiça na certidão (doc...) datada de ......, já estava sem efeito uma vez que as
referidas alegações (doc...) já haviam sido juntadas aos autos em ................., logo não houve
qualquer prejuízo no andamento do processo. Houve, sim, atraso no cumprimento da carta
precatória, tanto é que as alegações finais estão acostadas às fls.... e a certidão às fls. ... dos autos,
quando o objetivo da intimação já havia sido suprido.
Após a decisão de pronúncia foi expedida carta precatória (doc...) para intimação do .....,
daquela decisão, porém, percebe-se que o endereço ali consignado (................) não é aquele
indicado na procuração (doc.), como é óbvio o Advogado não foi encontrado, conforme se vê na
certidão exarada pelo ......... (doc...). Houve erro expedição da carta precatória pois a defesa em
nenhum momento informou o endereço ali contido como se fosse do ..................... ..
O que se observa é que o Paciente está sendo vítima de equívocos que não provocou:
primeiro, é que o endereço constante nas cartas precatórias intimatórias do ....... (doc...)
da ........................, (doc....), não são os que constam das procurações juntadas aos autos, nem
tampouco foram indicados ou informados pela defesa; segundo, o número de telefone da
Presidência da República como sendo da referida advogada, foi fornecido por pessoa estranha ao
processo, mas ligada aos familiares da vítima. Assim, não se pode tributar em prejuízo do status
libertatisa do Paciente, a crise de instância instalada no processo, por possível equívoco da
escrivania ou pela ingerência indevida do mandatário, extra processual, da parte vítima.
Como pode ser visto, s.m.j., a autoridade coatora agiu de modo parcial, injusta e ilegal ao
decretar a prisão por pronúncia do Réu/Paciente, sem ao menos lhe dar oportunidade de
esclarecer a irregularidade detectada, intimando-o para tal, pois o mesmo sempre manteve seu
endereço atualizado dentro do processo, conforme a própria decisão de pronúncia admite ter
acompanhado todo caminhar processual, outorgando-lhe o direito de aguardar o julgamento
pelo Júri em liberdade.
Realmente o paciente, durante o processo, teve o patrocínio de sua defesa a cargo de vários
advogados, porém, isto se deu em decorrência dos efeitos nefastos que o fato acarretou em sua
vida, tendo que desfazer de seus bens e desagregar sua família, o que não lhe deu outra
alternativa que aceitar o patrocínio daqueles que se dispusessem a ajuda-lo gratuitamente, em
consideração e homenagem as amizades do Impetrante, que é seu primo.
DO DIREITO
Conforme, as novas diretrizes traçadas pela neonata Lei 12.403 de 04 de maio de 2011 que
alterou as disposições do Código de Processo Penal sobre a Prisão preventiva e medidas
cautelares e de acordo com a melhor doutrina nacional e alienígena a prisão preventiva é medida
drástica e excepcional devendo ser aplicada somente em casos de extrema necessidade, quando
estiver provada de modo concreto e objetivo o periculum in mora, tanto que é considerada por
alguns doutrinadores como “uma aspereza iníqua” (Lucchini), a “a mais cruel das necessidades
judiciais” (Puglia), um “mal necessário”(Garraud), ou um “tirocínio de perversão moral”(Carrara)
é considerada no Brasil por Bento de Faria como “um estado de privação da liberdade pessoal
reclamado pelo interesse social”.
A segregação preventiva tem sido taxada como a sagração de uma violência ( Ortolan). “Se
o indivíduo é tornado apenas suspeito de atentar contra a sociedade por meio do delito, a
sociedade atenta contra o indivíduo por meio desse instituto ”, mormente ante a irreparabilidade
moral do mal eventualmente causado.
No entanto, são o interesse e proteção sociais, e não a antecipação de uma condenação, que
se constituem em fundamento exponencial da espécie em exame de custódia provisória. Daí a
exigência irretorquível da prova de sua necessidade, em casos especiais e como medida de
exceção, de sua decretação.
“o juiz, ao decretar a prisão preventiva, “há de estar por completo dominado não
tanto pela idéia da culpabilidade do acusado, o que só o julgamento posterior pode
com segurança demonstrar, mas, principalmente, pela indeclinabilidade da
providência, para afastar, desfazer ou impedir certos atos que ameaçam ou perturbam
a ordem pública, a instrução do processo ou a aplicação da pena”
EX POSITIS
LOCAL, DATA
_________________
OAB
Habeas Corpus - Prisão Preventiva com Fundamentação
Genérica - Ameaças do Paciente Contra Familiares da
Vítima
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
em favor do Paciente, ...................., brasileiro(a), Est.civil, profissão, residente à
rua ............................., contra sentença exarada pela doutora Juíza de Direito da .... Vara Criminal
da comarca de ........., (doc..), que decretou sua prisão preventiva, sob a suposta justificativa de
conveniência da instrução criminal e garantia da ordem pública e aplicação da lei penal com os
argumentos a seguir expostos in vebis:
Verifica-se que a ilustre Magistrada motivou sua decisão de forma genérica e presumida,
sem, contudo fundamentar de modo objetivo quanto aos fatos determinantes da necessariedade
da medida extrema, configurando notório e indisfarçável constrangimento ilegal sanável pelo
presente instituto do habeas corpus.
1Conforme cópia da denúncia (doc...), o Paciente responde a uma ação penal na comarca
de .............., sob a suposta imputação de ter infringido a norma proibitiva esculpida nos arts.
217-A, do Código Penal com a nova redação que lhe deu a Lei 12.014/2009, e 241 e 244-A do
ECA.
5Outro fato relevante destacado pelo Parquet é que o Paciente mesmo após a mídia ter
divulgado o fato, estaria assediando a suposta vítimas ............. para saírem juntos, quando na
realidade a própria jovem diz “que após o caso ter estourado na mídia , a declarante voltou a
ligar para ................”. Vê-se nitidamente que a iniciativa do diálogo partiu de ............ e não do
Paciente, o que demonstra que não é verdadeira a assertiva do assédio esposada pelo MP, para
obter a custódia processual.
6Por outro lado, o estardalhaço provocado pela mídia, não pode ser confundido com o
clamor público argüido na sentença, ora vergastada, uma vez que não houve no seio da
sociedade ............. qualquer manifestação pública de repúdio, indignação ou revolta a cerca dos
fatos imputados ao Paciente. O que não pode ser negado é que o crime da moda é rotulado de
pedofilia e em nome deste disfarce procede-se uma verdadeira inquisição ou caça as bruxas,
execra-se o homem, atropela-se todos os direitos fundamentais de cidadão constitucionalmente
protegidos.
7A título de ilustração, tem-se que a mídia perversa proclamou nos seus diversos
tentáculos venenosos, que haveria centenas de vítimas do ex-delegado/monstro, e, no entanto o
MP maquiou a existência de apenas duas menores de quatorze anos em sua denúncia, que, em
tese, seriam vítimas de estupro ou atentado violento ao pudor.
DO DIREITO
Conforme, as novas diretrizes traçadas pela neonata Lei nº 12.403 de 04 de maio de 2011
que alterou as disposições do Código de Processo Penal sobre a Prisão preventiva e medidas
cautelares e de acordo com a melhor doutrina nacional e alienígena a prisão antes de sentença
condenatória é medida drástica e excepcional devendo ser aplicada somente em casos de
extrema necessidade, quando estiverem provado de modo concreto e objetivo o periculum in
mora, tanto que ‘é considerada por alguns doutrinadores como “uma aspereza iníqua”
(Lucchini), a “a mais cruel das necessidades judiciais” (Puglia), um “mal necessário”(Garraud),
ou um “tirocínio de perversão moral”(Carrara) é considerada no Brasil por Bento de Faria como
“um estado de privação da liberdade pessoal reclamado pelo interesse social”.
A segregação preventiva tem sido taxada como a sagração de uma violência (Ortolan). “Se
o indivíduo é tornado apenas suspeito de atentar contra a sociedade por meio do delito, a
sociedade atenta contra o indivíduo por meio desse instituto”, mormente ante a irreparabilidade
moral do mal eventualmente causado.
No entanto, são o interesse e proteção sociais, e não a antecipação de uma condenação, que
se constituem em o fundamento exponencial da espécie em exame de custódia provisória. Daí a
exigência irretorquível da prova de sua necessidade, em casos especiais e como medida de
exceção, de sua decretação.
Inexiste, até o presente momento qualquer fato concreto de leve a ilação de que em
liberdade o Paciente poderá atentar contra a ordem pública, a conveniência da instrução criminal
ou burlar a aplicação da lei penal ou que justifiquem a manutenção da prisão preventiva imposta
ao Paciente.
“Não bastam simples temores subjetivos do julgador. É necessário que os fatos seja
objetivamente determinados para que possam existir os fundamentos da prisão
preventiva.” (in “Jurisprudência Criminal – Ed. Borsoi – pag. 392).
Hélio Tornaghi, por seu turno enfoca questão com mais veemência:
“O Juiz deve mencionar de maneira clara e precisa os fatos que o levam a considerar
a prisão como garantia da ordem pública ou para assegurar a aplicação da lei penal
substantiva.
É neste mesmo diapasão que os Superiores Pretórios pátrios têm decidido, acerca da
demonstração inequívoca da necessariedade da decretação da prisão cautelar como instrumento
tutelador dos interesses sociais e da liberdade individual, conforme o excerto do seguinte julgado
proferido por nosso Egrégio Tribunal Goiano, através de sua 1ª Câmara Criminal, no HC 10.689,
como relator o ilustre Desembargador João Batista de Faria Filho, cuja ementa assim adita:
A prisão preventiva compulsória, ditada pela gravidade do delito, como ficou assente na
sentença conspurcada, ficou perdida no tempo, hoje, porém, com adesão incontinenti ao Estado
Democrático de Direito traçado pela Constituição Federal de 1988, e o advento da Lei 12.403, de
04.05.2011, que instituiu as medidas cautelares alternativas, no nosso ordenamento jurídico, sua
decretação deve obedecer a critérios calcados no interesse de ordem pública, mas não perdendo
de vista, também, o respeito do status libertatis individual de cada cidadão, garantido pelo
princípio da presunção da inocência e o devido processo legal.
Ninguém desconhece a necessidade de adoção de rigor no campo da definição de
responsabilidade, mormente quando em jogo interesses públicos da maior envergadura. No
levantamento de dados, no acompanhamento dos fatos, no esclarecimento da população,
importante é o papel exercido pela imprensa. Todavia, há de se fazer presente a advertência de
Joaquim Falcão, veiculada sob o título “A Imprensa e a Justiça”, no Jornal O Globo, de 06 de
junho de 1993:
Embora, questão de menor relevo no deslinde do presente writ, é inelutável que se levante
a voz contra a truculência e a barbárie de que fora vítima o Acusado, por ocasião de sua prisão,
onde foi submetido ao vexame público, provocado pela ampla cobertura jornalística da mídia
eletrônica, sacrificou-se perante as câmeras de televisão, a garantia constitucional da
inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem do Acusado, afrontando o
princípio da presunção de inocência previstos no artigo 5º, X e LVII da Constituição Federal,
Finalizando, Excelências, reporte-se admoestação de Giovanni Leone que a prisão
preventiva: “...dev’essere exercitata com estrema cautela ” (Diritto Processuale Penale- p. 389- 7ª
Ed.- 1968)
Outrossim, como preconiza Santo Agostinho, lembrado por De Marsico, com a prisão
preventiva “o homem tortura para saber se deve torturar, pelo que deve ser exercida com
extrema cautela”
EX POSITIS
espera o Impetrante, seja a presente ordem de HABEAS CORPUS, conhecida e deferida,
para fazer cessar a coação ilegal de que está sendo vítima, o Paciente, mandando que se expeça, o
competente ALVARÁ DE SOLTURA, cassando e revogando a prisão cautelar de natureza
processual do Paciente, pelos fatos e fundamentos ut retro perfilados, oficiando-se a Juíza, aqui
nominada autoridade coatora, para prestar suas informações em caráter de urgência, pois desta
forma esse Egrégio Sodalício, estará como de costume restabelecendo o império da Lei, do
Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Local, data
___________________
OAB
Habeas Corpus – Prisão Temporária
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
1Conforme cópia do auto de prisão em flagrante em apenso (doc..) o paciente foi preso no
dia ......... do corrente ano sob a imputação de ter infringido a norma incriminadora do artigo 129
§ 1º, I, do Código Penal
Em atendimento ao pedido do MP, o juíz plantonista, aqui tida como autoridade coatora,
decretou a prisão temporária do paciente, sem um mínimo de fundamentação quanto a
necessariedade da manutenção medida restritiva de liberdade, para a realização das diligências
requeridas pelo dominus litis.
DO DIREITO
Conforme, as novas diretrizes traçadas pela neonata Lei nº 12.403 de 04 de maio de 2011 e
entendimento de nossa melhor doutrina, a prisão provisória de natureza processual, por ser
atentatória a liberdade individual da pessoa humana, e constituir-se em prisão sem inflição
anterior de pena, somente há de ser decretada em casos excepcionais e cercado das necessárias
cautelas, a fim de que não se transforme em cerne ou caldo de cultura de injustiça. Sendo esta,
fato que compromete o jus libertatis do cidadão ainda não definitivamente considerado culpado.
Somente poderá ser convalidada se presentes além dos pressupostos básicos e necessários, que
se atenda ainda, as circunstâncias que a autorizam: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal e asseguração de eventual pena a ser imposta., conforme se detrai do artigo
312 do Código de Processo Penal.
A prisão temporária, por seu turno, nos termos da Lei 7.960/90, como medida vesperal do
procedimento persecutório penal, exige de maneira indeclinável a presença do periculum in
mora e da comprovação da presença de elementos indiciários da atuação maléfica do indiciado
durante o inquérito policial, ocultando provas, aliciando ou ameaçando testemunhas; enfim,
prejudicando o bom andamento do feito. A medida neste caso, há de ser imprescindível para
assegurar e acautelar o êxito da investigação policial. Fora disso há inegável arbítrio na sua
decretação, conforme o seguintes arestos de nossos Superiores Tribunais:
No caso em apreço, a juíza tida com autoridade coatora restringiu-se apenas em repetir os
termo legais, ao decretar a prisão temporária, do inciso I, do artigo 1º, da Lei 7.960/89, como
razão de decidir, não expressando e indicando os motivos que a levaram a imposição da medida
como instrumento cautelar, muito menos de sua imprescindibilidade para garantir o
desempenho da polícia na realização das diligências requeridas pelo Parquet.
EX POSITIS
Local, data
___________________
OAB
Habeas Corpus – Relaxamento de Prisão em Flagrante
Irregular
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
2O fato ilícito atribuído ao Requerente ocorreu às .... horas do dia .... do corrente ano,
sendo que foi preso em seu local de trabalho por volta das .... horas, sem que houvesse qualquer
tipo de perseguição ou encontrado de posse de instrumentos, armas, objetos ou papéis que
fizessem presumir ser ele autor da infração. Conforme depoimento do Condutor no auto de
prisão em flagrante, a prisão ocorreu assim:
“QUE, nesta data por volta das ... horas, nesta Delegacia, tomou conhecimento de
que ocorrera um crime de estupro, na Rua ................” (...) “QUE, ali chegando
encontraram a referida residência fechada, mas foram informados por uma vizinha
de que esta pessoa a quem estavam procurando, trabalhava na Panificadora ....;
situada a rua .... antiga padaria do ........; QUE, em conversa com o proprietário da
Panificadora, foram informados de que ali realmente trabalhava um rapaz com estas
característica, chamado .........; QUE, naquele momento este rapaz havia saído para
executar um serviço, mas que retornaria brevemente; QUE, Após uns vinte minutos
de espera o autuado ali apareceu e foi lhe dado Voz de Prisão;” (GRIFEI)
3É curioso que o Representante da vítima, ....................., diz ter sido informado do fato
às ........... horas quando ainda estava em Brasília, e prestou suas declarações, no auto de prisão
em flagrante .. minutos após, aqui em ......, vez que no preâmbulo daquele termo consta que foi
iniciado às ....... horas, o que denota que o horário correto tanto da prisão quanto da lavratura do
auto é aquele contido na Nota de Ciência das Garantia Constitucionais assinado pelo autuado
(doc. ), pois este constitui ato preparatório daquele.
O Requerente possui endereço certo nesta cidade, (doc....), exerce profissão lícita (doc....),
sendo tecnicamente primário e possuidor de bons antecedentes (doc.).
DO DIREITO
Incrustada no pórtico das garantias e direitos fundamentais (art. 5º LXI CF), está a
imperatividade de que o status libertatis de qualquer cidadão não pode ser suprimido sem que
esteja em flagrante delito (art. 302 CPP) ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente.
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa,
em situação que faça presumir ser autor da infração;
Consoante o entendimento esposado por nossa melhor doutrina processual penal, constitui
a liberdade física do indivíduo um dos dogmas do Estado de Direito, sendo natural que a
Constituição fixe certas regras fundamentais a respeito da prisão de qualquer natureza, pois a
restrição ao direito de liberdade, em qualquer caso, é medida extraordinária, cuja adoção deve
estar sempre subordinada a parâmetros de legalidade estrita.
No caso da prisão cautelar, essas exigências se tornam ainda mais rigorosas, diante do
preceito constitucional segundo o qual “ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória” (art. 5.°, inc. LVII, CF); em face do estado de inocência
do acusado, a antecipação do resultado do processo representa providência excepcional, que não
pode ser confundida com a punição, somente justificada em situações de extrema necessidade.
Pois bem, o que emerge disso é a conclusão, sob a ótica inquestionável, de que quando foi
encontrado e detido, o Paciente, não estava mais em estado de flagrância ou quase-flagrância
capaz de justificar sua prisão, pois foi preso, várias horas após o fato, em seu trabalho sem
esboçar qualquer atitude denotativa de fuga pressuposto indeclinável para se chegar ilação que
estivesse sendo perseguido.
Ora, como se sabe de sobejo, o artigo 302, do CPP, preconiza que alguém só pode ser preso
em flagrante delito quando: 1 - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é
perseguido, logo após, pela autoridade, etc .; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,
arma, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
Embora o lapso temporal entre o fato e a prisão não tenha sido elástico, o Paciente, em
momento algum esteve sob perseguição. Consoante os ensinamentos de nossa melhor doutrina a
perseguição há de ser realizada em seguida ao crime, insistente e contínua, de tal sorte que “não
tenha o autor, entre o instante em que efetuou a infração, e o em que é seguro, tido um momento
de tranqüilidade, liberto da perseguição, sem haver passado a outra atividade” . Noutras palavras,
que seja seguido, sem solução de continuidade. Ou, como ensinou Ubaldo Pergola, a prisão em
flagrante deve, sem interrupção na perseguição, ser sucessiva ao crime, ao procedimento ilícito
do réu, não influindo, em absoluto, a sua relação com a verificação do evento consequencial.
Oportuno o exemplo dado pelo mestre Tales Castelo Branco, em sua obra “Da Prisão em
Flagrante”, 3ª Edição, pag. 52, quando leciona:
“Se A fere B, e permanece no local, sem ser preso, porque ninguém deu importância
ao caso; mas, sucede que, horas depois, B falece, por motivo da lesão, não será
possível, então, prender A, em flagrante, como autor do crime, embora se não tenha
afastado do local. C dá uma letra a D, que lhe entrega a quantia do desconto; D
dirige-se ao tabelião e verifica que C falsificou a firma do avalista; não haverá prisão
em flagrante de C embora tenha acompanhado sempre a D.’
A esse propósito, a boa lição de JÚLIO FABBRINI MIRABETE (“Processo Penal”, Atlas, SP,
1991, pág. 356).
“Não encontra fundamento algum a crença popular de que é 24h o prazo entre a
hora do crime e a prisão em flagrante, para permitir a captura do autor do crime.
Não tendo havido perseguição logo após o ilícito não é legal a prisão em flagrante
efetuada depois de vários dias, no dia seguinte, ou mesmo algumas horas após o
crime”.
Vale ainda dizer que não estão presentes a hipóteses que autorizariam a custódia cautelar
processual, insertas no artigo 312 do Código Processo Penal, mesmo se tratando de crime de
natureza grave, haja vista que se perdeu na medieva história do direito a figura da prisão
preventiva compulsória, abolida em nosso ordenamento jurídico com o advento da Lei 6.416/77,
ainda mais com o advento da Lei 12.403, de 04.05.2011 - DOU 05.05.2011 que instituiu as
medidas cautelares alternativas à prisão, em nosso ordenamento jurídico, bem como a moderna
escola da ciência criminal adotada pelos nossos Superiores Tribunais,
Vale ainda dizer, que o indeferimento do pedido de relaxamento de prisão, ficou carente de
fundamentação, uma vez que não explicita de modo objetivo quanto a necessariedade da
manutenção da prisão cautelar, que é tida como medida drástica e excepcional, cabível apenas
em situações de extrema relevância.
Na realidade, o que paira contra a pessoa do Requerente, até o presente momento, é uma
mera suspeita da prática de um delito tido como grave, porém sem nenhuma evidência concreta
da realidade da autoria, mormente quando pela documentação em apenso (doc....), percebe-se
que se trata de jovem trabalhador, sem qualquer mácula judicial pretérita, e inexistente
qualquer das hipóteses autorizadoras de sua prisão preventiva inscritas no artigo 311 e 312 do
CPP, dando com isto ampla e irrestrita garantia ao juízo.
EX POSITIS
Local, data
_____________________
OAB
Habeas Corpus – Paciente que Viaja para Exterior Sem
Autorização Judicial
“HABEAS CORPUS”
Colenda Câmara,
Eminente Relator,
“HABEAS CORPUS”
1A Paciente responde a uma ação penal na comarca de ............., autos ..................., sob
suposta prática da infração penal insculpida no art. 121 do CPB.
a) - Como garantia da instrução criminal, uma vez que, embora sequer houvesse
sido citada, a mesma teria empreendido viagem ao exterior sem autorização judicial,
e,
b) - Não informou seu novo endereço, para garantir a aplicação da lei penal, “caso
seja proferido sentença condenatória em seu desfavor.
Portanto estas eram as supostas justificativas para decretar a segregação processual da
paciente, á época da imposição da medida excepcional.
4Com esta nova textura a paciente suplicou à Juíza, aqui tida como autoridade coatora, a
revogação de sua prisão preventiva (autos ....), inclusive fazendo a entrega de seu passaporte,
cujo pedido foi indeferido, sob a alegação que nenhum fato novo teria ocorrido, e que os motivos
da decretação ainda se faziam presentes, ignorando por completo as justificativas e novo
panorama que o processo se apresentava. Ora, com as providências tomadas pela paciente, e
atual momento processual, é de uma clareza solar é inquestionável que os motivos da prisão
preventiva deixaram de existir, não justificando, assim, a manutenção da custódia.
5Ressalte-se, que o pressente pedido de Hábeas Corpus, não se confunde com aquele
interposto anteriormente, vez que se assenta em uma nova situação processual, na qual a
Paciente oferece todas as garantias ao Juízo, fazendo jus a concessão do pleito.
7Em arremate verifica-se que a Paciente é pessoa radicada na comarca de Anápolis, onde
possui bens de raiz, com endereço certo, mãe de filhos menores que dependem de sua
assistência materna, além do que jamais respondeu a qualquer procedimento penal por mais leve
que seja, gozando no seio da comunidade onde vive de respeito e consideração, sendo
injustificável sua manutenção no cárcere antes de sentença definitiva.
DO DIREITO
Conforme, as novas diretrizes traçadas pela neonata Lei nº 12.403 de 04 de maio de 2011
que alterou as disposições do Código de Processo Penal sobre a Prisão preventiva e medidas
cautelares e de acordo com a melhor doutrina nacional e alienígena a prisão preventiva é medida
drástica e excepcional devendo ser aplicada somente em casos de extrema necessidade, quando
estiverem provado de modo concreto e objetivo o periculum in mora, tanto que ‘é considerada
por alguns doutrinadores como “uma aspereza iníqua” (Lucchini), a “a mais cruel das
necessidades judiciais” (Puglia), um “mal necessário”(Garraud), ou um “tirocínio de perversão
moral”(Carrara) é considerada no Brasil por Bento de Faria como “um estado de privação da
liberdade pessoal reclamado pelo interesse social”.
A segregação preventiva tem sido taxada como a sagração de uma violência (Ortolan). “Se
o indivíduo é tornado apenas suspeito de atentar contra a sociedade por meio do delito, a
sociedade atenta contra o indivíduo por meio desse instituto”, mormente ante a irreparabilidade
moral do mal eventualmente causado.
No entanto, são o interesse e proteção sociais, e não a antecipação de uma condenação, que
se constituem em o fundamento exponencial da espécie em exame de custódia provisória. Daí a
exigência irretorquível da prova de sua necessidade, em casos especiais e como medida de
exceção, de sua decretação.
“o juiz, ao decretar a prisão preventiva, “há de estar por completo dominado não
tanto pela idéia da culpabilidade do acusado, o que só o julgamento posterior pode
com segurança demonstrar, mas, principalmente, pela indeclinabilidade da
providência, para afastar, desfazer ou impedir certos atos que ameaçam ou perturbam
a ordem pública, a instrução do processo ou a aplicação da pena”
“Não bastam simples temores subjetivos do julgador. É necessário que os fatos sejam
objetivamente determinados para que possam existir os fundamentos da prisão
preventiva.”1
Hélio Tornaghi, por seu turno enfoca questão com mais veemência:
“O Juiz deve mencionar de maneira clara e precisa os fatos que o levam a considerar
a prisão como garantia da ordem pública ou para assegurar a aplicação da lei penal
substantiva.
Não basta de maneira alguma, não é fundamentação, frauda a finalidade da lei e
ilude as garantias de liberdade quando o juiz dizer apenas: “considerando que a
prisão é necessária para garantir a ordem pública...”ou então “a provas dos autos
revela que a prisão é conveniente para a instrução criminal...”. Fórmulas como essas
são as mais rematadas expressões de prepotência, do arbítrio da opressão. Revelam
displicência, tirania ou ignorância, pois além de tudo envolvem petição de princípio:
com elas o juiz toma como base exatamente aquilo que deveria demonstrar. 2"
Ordem pública, como de curial sabença é a paz e a tranqüilidade do meio social, que no
caso vertente, em momento algum foram atingidas ou conturbadas por atos do requerente, já que
não praticou qualquer dos crimes previstos no título IX, artigos 286/288 do Código Penal, nem
tampouco aqueles delitos que causam comoção na sociedade.
A ordem pública, em momento algum foi atingida ou ameaçada, sendo que esta hipótese
comumente deve utilizada quando se tratar de indivíduos de alta periculosidade, criminosos
contumazes, que fazem da criminalidade seu meio de vida, e que em liberdade poderiam atentar
contra a harmonia social com a reiteração de suas condutas perniciosas, o que nem de longe se
amolda ao caso em apreço.
No que concerne à conveniência da instrução criminal , cuidado especial há que ser dado a
esta hipótese, que somente poderá ser atendida quando ficar evidenciado que o agente, esteja
afugentando testemunhas que possam depor contra ele, aliciando testemunhas falsas, ou
assumindo qualquer conduta que venha a deturpar o bom andamento da instrução criminal,
situações que em nenhum momento foram demonstradas no cursos do presente feito pelo órgão
acusador, razão pela tal justificativa não há como prevalecer.
No caso em apreço, a paciente nunca praticou qualquer ilícito penal, que pudesse autorizar
a magistrada de piso, a guisa de justificar sua malfadada decisão, presumir que em liberdade
cometeria novos delitos, como também foge da esfera da realidade que evadiria do distrito da
culpa no caso de aplicação de eventual sanção penal, vez que possui bens imóveis, família
constituída e amplo conhecimento na sociedade anapolina, que lhe avalizam a concessão do
benefício pleiteado.
EX POSITIS
Local, data.
______________
OAB
Execução Penal - Agravo Contra Decisão de Aplicação de
Regime Disciplinar Diferenciado (RDD)
DOS FATOS
De mais a mais, a decisão ora agravada, em sua parte final, determinou que a Presidência
da Agência _______ do Sistema de Execução Penal enviasse àquele juízo, a cada 30 (trinta) dias,
relatório das investigações realizadas para apuração dos fatos relatados no ofício nº_________ e,
até a presente data, nada foi informado, o que demonstra que as irregularidades suscitadas pela
Agência Prisional não passam de argumentos tendenciosos, de caráter contumeliosos, erigidos
unicamente para tripudiar e infernizar a vida do Agravante durante sua permanência no claustro
da Agência Prisional.
DO DIREITO
Consoante nossa melhor doutrina, o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), como medida
disciplinar excepcional, foi concebido para atender às necessidades de maior segurança dos
estabelecimentos penais e de defesa da ordem pública contra criminosos que, por serem líderes
ou integrantes de facções criminosas, são responsáveis por constantes rebeliões 1 ou atos
atentatórios que ocasionam a subversão da ordem ou disciplina no interior dos presídio,
podendo ser aplicado, a título de punição, ou como medida cautelar, tanto com relação ao preso
provisório quanto ao definitivamente condenado. É medida drástica e excepcional, devendo ser
aplicada com redobrada cautela pela autoridade judiciária competente.
Embora a Lei de Execução Penal, em seu art. 52, § 2º, admita a inclusão do detento no RDD
cautelar, quando houver fundada suspeita de envolvimento do preso em organização criminosa
de qualquer espécie, quadrilha ou bando, não dispensa que a autoridade judiciária ad cautelam
exija da autoridade administrativa a demonstração inequívoca e formal da existência dos motivos
que determinem a aplicação da medida extrema.
Por mais que, in casu, tenha-se uma situação tida como grave, é indispensável que o
julgador não se deixe obnubilar, guiando-se sempre pelo corrimão da legalidade, vetor de
segurança jurídica. Ademais, no balanceamento dos interesses em jogo, por mais que a segurança
pública seja um valor muito caro, é imprescindível fazer preponderar o eixo estrutural do Estado
Democrático de Direito - a dignidade da pessoa humana.
Quando o ordenamento constitucional exige que toda decisão judicial seja devidamente
fundamentada no art. 93, X da Carta Magna, não se compadece ou se contenta com
fundamentação meramente formal, devendo esta ser precedida de comprovação da real
existência do objeto e da matéria que a sustenta, sob pena de configurar arremedo de prestação
jurisdicional, atentatória ao Estado Democrático de Direito. Assim, deve a sentença agravada ser
cassada determinando que o Agravante seja restituído a seu status quo ante.
EX POSITIS,
Nestes termos
Pede deferimento.
_______________
OAB
Execução Penal - Agravo contra Decisão que Indeferiu Pedido
de Saída Para Frequentar Curso Superior - Preso em
Regime Fechado
Protocolo nº .............
CÓD. TJGO - .......... – Agravo em Execução Penal
......................................., já qualificado nos autos da ação penal que lhe move a justiça
desta comarca, via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, no quinquídio legal, com fulcro no inc. LV do
art. 5º da Constituição Federal c/c art. 197, da Lei de Execução Penal, e 589 do Código de
Processo Penal, interpor o presente
AGRAVO EM EXECUÇÃO
contra decisão proferida no pedido de AUTORIZAÇÃO PARA FREQUENTAR CURSO
SUPERIOR e face as seguintes razões:
O reeducando impetrou perante este juízo pedido de autorização para freqüentar curso de
ensino superior na ............., encontrando-se, atualmente, regularmente matriculado no curso de
Engenharia Mecânica, para o qual foi aprovado no Exame Vestibular 2011/2.
Estamos diante de caso que deve ser tratado analogicamente ao artigo 36 da Lei de
Execuções Penais que autoriza a saída do condenado em regime fechado para trabalho em
serviços ou obras públicas e privadas, desde que haja a efetiva fiscalização do órgão prisional. É
exatamente o que acontece no caso vertente onde o sentenciado preenche todos os requisitos
subjetivos para obtenção do benefício e o órgão responsável pela sua custódia dispõe de meios
para realizar sua escolta, dando ampla e irrestrita garantia à execução penal.
“Vejamos que, enquanto sociedade fundada em valores éticos e morais, não podemos
deixar de permitir que uma pessoa que esteja em processo de ressocialização tenha
os meios para obtenção de seus direitos tolhidos. Devemos nos preocupar com
aqueles que, de uma forma ou de outra, dependem do auxílio estatal para o retorno
ao convívio em sociedade, promovendo o que for possível, obviamente, para esse
processo de mudança, lembrando sempre que algum dia esta pessoa estará
novamente nas ruas, e poderá estar com nossos filhos, com nossos pares, portanto,
que busquemos e auxiliemos nessa ressocialização, cumprindo os preceitos
constitucionais e legais do ordenamento jurídico pátrio”.
Deste modo o pedido formulado pelo executado “reeducando” é factível de ser deferido
nesta singela instância, sem violação dos princípios norteadores da execução penal.
Em conclusão, no presente caso há de um lado um sentenciado que demonstra interesse no
conhecimento e para tanto, galgou os degraus necessários, sendo aprovado no concurso
vestibular e ainda contando com irrepreensível comportamento carcerário, buscando o que o
próprio sistema se propõe e deveria lhe proporcionar, a ressocialização, a modificação em sua
condição por meio do estudo, dignificando a vida e abrindo janelas para uma vida melhor. E de
outro, desponta um sistema Judiciário apegado à literalidade da lei, usando como refrão maior o
vetusto e obsoleto princípio do Dura Est, Sed Ita Lex Scripta Est para justificar o indeferimento
do benefício.
EX POSITIS,
Espera o Recorrente seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo, e
depois de ouvido o ilustre Representante do Ministério Público, seja exarado o juízo de
retratação, previsto no artigo 589 do CPP, reconsiderando a sentença agravada, com o
deferimento do pedido. Caso assim, Vossa Excelência, não entenda seja, após as formalidades
legais, remetido ao Superior Grau de Jurisdição para ser conhecido e provido em todos seus
termos.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local e data.
________________
OAB
Execução Penal - Defesa em Procedimento para Apurar Falta
Grave - Perda do Tempo Remido
DO DIREITO
Ensina o festejado e ilustre jurisconsulto Heleno Fragoso que: “a condenação exige certeza
e não basta a alta probabilidade, é apenas um juízo de nossa mente em torno da existência de
certa realidade”1. Deste modo, mesmo a íntima convicção do julgador, sem o concurso de dados
objetivos, não constitui certeza absoluta, mas simples crença de uma realidade fictícia,
insuficiente pois, para sustentar decisão contrária à pessoa do Defendente.
Com relação a aplicação de possível revogação de tempo remido, ressalte-se que essa
medida é matéria de competência exclusiva do Juízo de Execução na dicção do art. 127 da LEP,
com a nova redação que lhe deu a Lei 12.433/2011.
Pede deferimento.
Local e data
_______________
OAB
Execução Penal - Pedido de Autorização de Saída Para Estudo
- Remição da Pena Pelo Estudo
Protocolo .............
..........................,já qualificado, nos autos da execução penal, em epígrafe, que lhe move a
justiça pública desta comarca, via de seus advogados in fine assinados, permissa máxima vênia
vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, com fulcro
no inciso IV, do art.10 c/c 17,19 e 20 da Lei de Execução Penal, e ainda art.126 do mesmo codex,
com a nova redação dada pela Lei 12.433/2011, requerer AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA PARA
FREQUENTAR CURSO DO ENSINO MÉDIO, face os seguintes fatos e fundamentos.
2. Conforme certidão carcerária (Doc.2), o Requerente tem cumprido sua pena com
bom comportamento, demonstrando responsabilidade e compromisso no desempenho dos
serviços prestados na unidade prisional, com resignação e o firme compromisso de resgatar sua
reprimenda penal com dignidade como forma de galgar mais um degrau rumo a sua
ressocialização e o retorno ao convívio social e familiar.
3Assim sendo, pelas novas diretrizes traçadas pela Lei nº 12.433/2011 que inseriu em
nosso ordenamento executório penal a possibilidade da obtenção da remição da pena pelo estudo
ao condenado que cumpre pena no regime fechado e tendo o Reeducando, ora Requerente,
preenchido todos os requisitos legais, requer a Vossa Excelência, após ouvido o ilustre
representante do Parquet, a concessão de autorização de saída para estudo na forma acima
perfilada, se comprometendo, desde já, a cumprir fielmente todas as condições que lhe forem
impostas por este Ilustrado Juízo.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local e data
_________________
OAB
Execução Penal - Razões em Agravo - Exame Criminológico
Protocolo:
Recorrente:
DOS FATOS
2Observa-se que o Laudo de Exame, em comento, não menciona em nenhum momento que
o periciando não está apto para obter o benefício da progressão do regime, fechado para o
semiaberto, muito pelo contrário, afirma que no novo regime seria necessário acompanhamento
psicossocial e apoio da família.
DO DIREITO
Por necessário, esclareça-se que, sendo a LEP de 1984, sofre influência da “nova defesa
social”,2 ou seja, da crença de que é possível, através da pena privativa de liberdade, reeducar o
preso, para retornar “adaptado” ao convívio social, e sua proposta vem, também, fundada no
pressuposto da existência de uma prisão ideal, a qual permita, efetivamente, a individualização e
o acompanhamento do cumprimento da pena.3
EX POSITIS,
Nestes termos
Pede deferimento.
___________________
OAB
Extinção da Punibilidade Pela Prescrição da Pretensão
Punitiva do Estado
Protocolo:
.........................., já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a
Justiça Pública desta comarca, via de se advogados e defensores, in fine assinados, permissa
máxima vênia vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência nos termos do
art. 61, do Código de Processo Penal, combinado com art. 109, III, e 107, IV, ambos do Código
Penal, requerer o reconhecimento da EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, pela ocorrência da
prescrição da pretensão punitiva do Estado com o conseqüente arquivamento do presente feito
sem julgamento do mérito, face aos seguintes fatos e fundamentos :
1Perscrutando detidamente a dinâmica cronológica procedimental, verifica-se que o fato
narrado na denúncia de fls. 2/3, ocorreu dia 16/07/1988; a denúncia foi recebida as fls. 60, no dia
10/05/2002, ou seja: 12 anos e 10 meses, sem que houvesse nenhuma causa suspensiva do prazo
prescricional prevista no art. 117, do Código Penal.
2Ora, o Requerente responde por homicídio simples em sua forma tentada, que possui
pena in abstrato de 6 a 20 anos de reclusão; Aplicando-se a causa de diminuição de pena do
parágrafo único do artigo 14, do CPB, de 2/3 1 esta pena seria 2 a 7 anos, que nos termos do
inciso III, do art. 109, prescreveria com 12 anos, lapso temporal já decorrido entre o fato e o
recebimento da denúncia. Logo pela pena in abstrato já o Estado já decaiu do exercício do Jus
Puniendi.
3Se o critério para a dosagem da diminuição da pena está interligado ao iter criminis
percorrido pelo agente e deve obedecer os ditames do art. 59 e 68 do Código Penal, é
incontroverso que mesmo em caso de condenação, se os jurados não acatarem nenhuma das
teses absolutória ou desclassificatória levantada pela defesa em plenário, qualquer pena que seja
aplicada já terá sido contaminada pela incidência da prescrição retroativa ou intercorrente,
prevista no art. 110, do CPB..
EX POSITIS,
Protesta o Pronunciado, ora Requerente, seja reconhecida a causa extintiva da
punibilidade da prescrição da pretensão punitiva do Estado, dignando Vossa Excelência
determinar o arquivamento do presente feito, com base nos dispositivos legais ut retro
apontados, com as devidas baixas nos registros criminais.
Pede deferimento,
Local e data
_____________________
OAB
Pedido de Extinção da Punibilidade Pelo Cumprimento da
Pena
Protocolo ..................
Pede Deferimento.
Local e data
____________________
OAB
Pedido de Modificação das Condições Para Cumprimento da
Pena
Protocolo .............
Pede deferimento.
___________________
OAB
Pedido de Progressão de Regime - Execução Provisória
PROTOCOLO .........
3Até a presente data, o Sentenciado já cumpriu efetivamente ... (...) ano, ... (...) meses e ....
(..) dias de pena, e, faz jus a remição de ...... (...) dias que corresponde a ... (...) meses e .... (...)
dias, perfazendo um total de pena cumprida de ....................., lapso temporal superior a ..... (....)
da pena imposta na sentença, necessário para a obtenção do beneficio ora pleiteado.
DO DIREITO
No presente caso, trata-se de execução provisória da pena. Matéria que já recebeu
orientação sumular, materializada nas súmulas nº ...... do STF, as quais permitem a progressão de
regime ou a fixação de regime menos severo ao determinado antes do trânsito em julgado da
sentença.
A aplicação dos verbetes sumulares suscita uma nova série de questões, em especial no que
tange aos limites desta execução provisória, tais como: todos os benefícios do regime menos
severo poderão ser deferidos? E se permanecerem os motivos da segregação cautelar?
Muito embora, inicialmente, a prisão do Requerente, tenha sido decretada pelo Juízo da ...ª
Vara Criminal de ....., não existe vedação legal para que se realize a detração penal do tempo de
prisão já cumprido, na condenação imposta na Comarca de ...... Principalmente, quando, já não
existe qualquer ordem de constrição judicial de caráter segregatório, no foro de .......
De igual teor;
“Cogita-se de detração tão só em relação à pena de crime cometido pelo réu
anteriormente a sua nova prisão (...)”4
Portanto, uma vez que o Condenado/Requerente preenche todos os requisitos exigidos pelo
art. 112 da LEP: objetivo, (lapso temporal superior .... da pena), e subjetivo (bom
comportamento), depois de ouvido o Ilustre Representante do Ministério Público, seja o presente
pedido deferido para conceder a progressão ao regime semi-aberto.
EX POSITIS,
Espera, o Requerente, uma vez preenchidos os requisitos legais, objetivos e subjetivos, seja
determinado a liquidação da pena e depois de ouvido o Ilustre Representante do Ministério
Público, deferido o presente pedido de progressão ao regime semi-aberto, se comprometendo,
desde já a cumprir fielmente as condições que lhe forem imposta, pois desta forma Vossa
Excelência estará editando decisão compatível aos mais elevados ditames do direito e da Justiça.
Nestes termos
Pede deferimento
Local, data
__________________
OAB
Pedido de Progressão de Regime – Falta de Estabelecimento
Adequado
Autos n. ......
2Cumprido o tempo prescrito em lei, requereu progressão ao regime mais brando, cujo
pedido foi deferido, porém, em nada alterou sua condição pretérita, ocorrendo uma perfeita
prestação jurisdicional inócua, sem razão de ser, vez que não realizou nenhum efeito prático na
execução da pena do Requerente, em função das falhas estruturais do Estado, que não adequou
o estabelecimento prisional à Lei nº 7.210/84.
5 No estado de São Paulo, se tem decidido que, não havendo casa do albergado,
estabelecimento adequado ou vaga nos estabelecimentos indicados na Lei estadual n. 1.819, deve
ser concedida prisão albergue domiciliar, nos termos desse diploma legal (RT 610/367, 613/318,
635/360; RTJSP 100/433).
6Em recente decisão, o STJ decidiu conceder a prisão domiciliar enquanto durar o óbice
das alegadas carências carcerárias (RHC n. 73-SP, rel. Min. JOSÉ DANTAS, logo fica claro que a
falta de estabelecimento carcerário adequado, não impede o Magistrado de dar a prestação
jurisdicional efetiva e eficiente, ao invés de editar uma decisão pro forma e sem nenhuma
eficácia.
7A situação exige uma solução supra legal ou analógica, para que não seja debitado contra
o status libertatis do cidadão, as faltas estruturais da própria justiça, sob pena aí termos um
decisão perfeitamente adequada ao texto da Lei, porém diametralmente divorciada dos
princípios da própria justiça. Daí, o Requerente, requer a modificação das condições impostas na
decisão de fls. 186, para o recolhimento domiciliar ou apresentação mensal em juizo, como
requerido na inicial.
Nestes termos
Pede deferimento
________________
OAB
Pedido de Progressão de Regime – Prisão Albergue
Domiciliar
Protocolo nº ....................
......................... já qualificado nos autos da ação penal que lhe move a justiça desta
comarca, via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua
e preclara presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 33, § 2º do Código Penal,
combinado com artigo 112 da Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal), requerer a instauração do
presente incidente de execução de
1O Reeducando, ora Requerente, por força da sentença proferida às fls. ...... do presente
feito cumpre pena no presídio local no regime semi-aberto desde .............. (fls. ....), e conforme a
Guia de Recolhimento Retificada, acostada às fls. .... .
2Na ocasião, da concessão do regime semi-aberto, restava-lhe cumprir ....... (...) anos, .....
(...) meses e ........ (...) dias, correspondente a ...... mil, .............. e ............. e ......... (......) dias, cujo
lapso temporal para nova progressão de regime ocorreria com o cumprimento de mais ...........
e ......... e ...... (.....) dias, dos quais o Reeducando já cumpriu, efetivamente ............ e ..........
e ........ (......) dias, que somado ao tempo relativo a remição (............) dias obter-se-ia um total
de ................ e ....... e ...... (.......) dias. Ultrapassando, assim, o lapso temporal exigido para a
progressão ao regime aberto. Conforme demonstrativo abaixo:
A – Restante da pena em .......... (... anos .... meses e .... dias)........ dias
B - 1/6 da pena restante em .............................................. ........... dias
C - Total de cumprimento.................................................... ...... dias
D - Tempo de remição................................................................ ...... dias
(C + D).............................................................................. ....... dias
3Conforme Atestado de Vida Carcerária, em apenso, (doc. ....) o Requerente portou-se com
bom comportamento durante o cumprimento da reprimenda, estando apto ao retorno do
convívio social (doc. ....), além do que desde que saiu do regime fechado exerce ocupação lícita
(doc. ....).
5Consoante nosso ordenamento jurídico-penal, o regime aberto pode ser cumprido em dois
modos distintos: a) a prisão albergue propriamente dita, em estabelecimento adequado, e b) a
prisão albergue-domiliciar, de caráter excepcional, na qual o reeducando se recolhe em seu
própria residência, durante o período noturno, domingos e feriados.
6Cumpre que o presente pedido de progressão, não exerça apenas um efeito formal,
ficando o Sentenciado, sujeito às mesmas condições em que já se encontra, ou seja, pernoitando
no presídio, sistema em que já demonstrou aptidão e merecimento para auferir um tratamento
mais benevolente e brando, tal como o recolhimento domiciliar.
7No estado de São Paulo, se tem decidido que, não havendo casa do albergado,
estabelecimento adequado ou vaga nos estabelecimentos indicados na Lei estadual n. 1.819, deve
ser concedida prisão albergue domiciliar, nos termos desse diploma legal (RT 610/367, 613/318,
635/360; RTJSP 100/433).
8No caso em apreço, Excelência, conforme documentação inclusa, o Requerente está apto a
ter sua reinserção ao convívio social, tendo se submetido ao cumprimento de sua pena com
resignação e excelente comportamento, e já, estar trabalhando desde que ingressou no regime
semi-aberto, pelo que deve ser deferido o presente pedido.
EX POSITIS,
espera, o Requerente, uma vez preenchidos os requisitos legais, objetivos e subjetivos, seja
determinado a liquidação da pena e após ouvido o Ilustre Representante do Ministério Público,
seja deferido o presente pedido de progressão ao regime aberto, se comprometendo, desde já
cumprir fielmente as condições que lhe forem imposta, pois desta forma Vossa Excelência estará
editando decisão compatível aos mais elevados ditames do direito e da Justiça.
Nestes termos
Pede deferimento
LOCAL E DATA
_____________________
OAB
Pedido de Recolhimento de Mandado de Prisão
PROTOCOLO Nº ...
................., já qualificado, nos autos da ação penal, epígrafe, que lhe move a
justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem
perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, expor e requerer o que segue:
Pede deferimento
Local, data
___________________
OAB
Agravo em Execução - Contra decisão que Determinou a
Regressão de Regime por Falta aos Pernoites no Regime
Semi-aberto
Protocolo nº .............
AGRAVO EM EXECUÇÃO
contra decisão de fls......., que determinou a regressão do regime de cumprimento de pena,
do semiaberto para o fechado, face aos seguintes fatos, razões e fundamentos:
3Daí, conclui-se, que no momento em que, por orientação de seu advogado, deixou de
apresentar-se em cartório, já estava cumprindo, no regime semiaberto, uma pena da qual já fazia
jus ao livramento condicional. Realmente, o Recorrente, não poderia sustar as apresentações em
cartório sem ordem judicial, porém, não é menos verdade que o Poder Judiciário (art. 66 LEP),
bem como o Ministério Público (art. 67 LEP), tinham a obrigação funcional de colocá-lo no
regime adequado ex officio no devido tempo, não sendo justo que somente o miserável do
condenado suporte sozinho pela informação equivocada de seu advogado, pela inércia do
Ministério público e um equívoco do Juízo da Execução, se sucumbindo a uma regressão de
regime iníqua.
4Por outro prisma, conforme bem pontuou a Ilustre Representante do Ministério Público, o
descumprimento das apresentações em cartório não constitui, em princípio, falta grave nos
moldes do art. 52 da LEP, a ensejar por si só, a regressão do regime prisional, além do que as
certidões de antecedentes criminais acostadas as fls......, demonstram que o Executado trata-se de
pessoa homônima, pois as fls.... consta o processo ........, por fato ocorrido em .........., época que o
mesmo estava preso conforme cálculo de pena de fls;. ....., e, os de número ............ (fls...) ..........
(fls.....), o réu chama-se .........................., pois o Agravante jamais praticou outro delito em sua
vida.
Em conclusão tem-se que as faltas foram justificadas de forma plausível, pois houve uma
interrupção nas apresentações que vinham sendo cumpridas de forma normal, o que vale dizer
que alguma orientação o apenado recebeu para passar a agir de modo diverso daquele prescrito
na sentença, assim sendo, sua versão não pode ser desprestigiada de plano, como bem salientou
a Ilustre Representante do MP..
Desta forma, a interrupção das apresentações não constitui nem personifica aquilo que o
art. 50 e 118, I da LEP, considera como falta grave, apta a determinar a regressão de regime, que
representa uma sanção gravíssima e drástica no processo executório, que poderia ser substituída
por outra de menor impacto no status libertatis do penitente, como, a título de sugestão, verbis
gratia, pelo acrescimento das falta ao tempo remanescente da pena, como forma de compensar as
referidas faltas.
EX POSITIS,
Espera o Recorrente seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo, e
depois de ouvido o ilustre Representante do Ministério Público, exarado juízo de retratação,
previsto no artigo 589, do CPP, reconsiderando a sentença agravada, com o deferimento do
pedido, determinando o recolhimento dos respectivos mandados de prisão. Caso assim, Vossa
Excelência, não entenda seja, após as formalidades legais, remetido ao superior grau de
jurisdição para ser conhecido e provido em todos seus termos.
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL, DATA.
_________________
OAB
Agravo em Execução – Contra Indeferimento de Progressão
de Regime
Protocolo nº ........................
AGRAVO EM EXECUÇÃO
contra decisão de fls. ..... , que indeferiu pedido de cumprimento de pena no regime semi-
aberto, face as seguintes razões:
DOS FATOS
2Em ............. , o Recorrente foi novamente preso por força de mandado de prisão oriundo
da ação penal ..............., da Segunda Vara Criminal desta Comarca, em decorrência de sentença
condenatória datada de .............. , a qual por deficiência estrutural do Poder Judiciário, não foi
executada no devido tempo.
3Ocorre, que ao contrário do que ostenta a sentença recorrida, não existe nenhum indício
de que o Condenado/recorrente, tenha feito alguma alicantina, manobra processual ou agido
ardilosamente, no sentido de se esquivar ao cumprimento daquela pena imposta pela 2ª Vara
Criminal, principalmente quando se percebe ser pessoa de parco enlevo cultural. A pena
somente não foi executada em função da crassa deficiência estatal no exercício da exclusividade
no mister do jus puniendi.
5Ora, se houvesse ocorrido a unificação no tempo correto, a soma das penas seria de .......
anos e .....meses, e, o condenado, hoje, já teria cumprido efetivamente, conforme último cálculo:
...... anos, ...... mês e ........ dias, é óbvio, lapso temporal superior a 1/6, que seria suficiente para já
estar no regime semi-aberto.
6Finalizando, não se pode olvidar que a pena unificada deve ser submetida a detração
penal, assim, o tempo já cumprido deve ser abatido na nova unificação, e, caso extrapole o lapso
temporal correspondente a 1/6 do total, o regime correto é o semi-aberto, pouco importando se
exceder o patamar de oito anos, e não o regime fechado com patenteou a sentença vergastada.
DO DIREITO
Edita o art. 1º da LEP:”A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do
condenado e do internado.”
No caso em pauto, o erro foi Poder Judiciário, porém a punição recaiu sobre os ombros do
réu, que em nada contribuiu pela demora na execução de sua pena e viu sua liberdade ser
suprimida injustificadamente.
Assim Excelência, datíssima máxima vênia, é perfeitamente factível que seja exarado juízo
de retratação, para o restabelecimento da ordem jurídica.
EX POSITIS,
Espera o Recorrente seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo, e
depois de ouvido o ilustre Representante do Ministério Público, seja exarado o juízo de
retratação, previsto no artigo 589 do CPP, reconsiderando a sentença agravada, com o
deferimento do pedido. Caso assim, Vossa Excelência, não entenda seja, após as formalidades
legais, remetido ao superior grau de jurisdição para ser conhecido e provido em todos seus
termos.
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
____________________
OAB
Agravo em Execução – Contra Razões em Recurso do MP
Para Impedir a Progressão de Regime
Protocolo ..........................
Agravo em Execução Penal
Recorrente: .............................
Recorrido: ..................................
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Insigne Relator,
O recurso é próprio e foi manejado dentro do lapso temporal exigido por lei e pela parte
sucumbente, devendo, pois ser conhecido, porém, é carente de fundamentação fática e jurídica
pelo que este Egrégio Sodalício deve negar-lhe provimento, mantendo incólume o decisium
vergastado, em razão de ter sido editado dentro dos princípio basilares do Direito, da Lei e da
Justiça, e, face aos fatos, razões e fundamento a seguir perfilados:
2O Recorrido foi preso em flagrante delito no dia .................. , em função do fato originador
da ação penal que tramitou pela 1ª Vara Criminal, como também teve sua prisão preventiva
decretada na outra ação penal em andamento pela 2ª Vara , muito embora não tenha sido
cumprido formalmente o respectivo mandado de prisão, porém, é óbvio, que em caso
relaxamento de prisão no processo da 1ª Vara, seja a título de progressão ou livramento
condicional, o mesmo permaneceria no xadrez, vez que é praxe na Agência Prisional, efetuar
uma verificação criteriosa se por outro motivo não havia pendência de prisão. Logo, soa até com
certa infantilidade o argumento da parte Recorrente, que até o trânsito em julgado da segunda
condenação, o Recorrido, estava preso somente pela Primeira Vara.
EX POSITIS
Espera o Recorrido, sejam as presentes Contra Razões, recebidas, vez que próprias e
tempestivas, final conhecendo do recurso e negando-lhe provimento, para manter a sentença
recorrida em todos seus termos, pois deste modo esse Egrégio Sodalício, estará assegurando o
império da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
LOCAL E DATA
____________________
OAB
Agravo em Execução – Direito ao Trabalho Externo
Protocolo nº .............
Agravo em Execução Penal
......................... já qualificado nos autos da ação penal que lhe move a justiça desta
comarca, via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua
e preclara presença de Vossa Excelência, no qüinqüídio legal, com fulcro no inciso LIV e LV do
artigo 5º da Constituição Federal, c/c com artigo 197, da Lei de Execução Penal, combinado e
artigo 589 e do Código de Processo Penal, interpor o presente
AGRAVO EM EXECUÇÃO
contra decisão proferida no pedido de Autorização para trabalho externo, em epígrafe, face
as seguintes razões:
PRELIMINARMENTE
Com a devida vênia, a ilustre juíza substituta plantonista, por um equívoco deixou de ouvir
as partes a cerca dos Cálculos de Liquidação de Penas de fls. ..., provocando cerceamento de
defesa com a conseqüente nulidade do feito a partir daquele ato. Impõe-se, então, que seja o
processo chamado à ordem para o reconhecimento da nulidade acima suscitada.
QUANTO AO MÉRITO
O cálculo de fls. ... deve ser corrigido, pois, se para efeito de detração o Requerente
cumpriu ... ano, ... mês e após o trânsito julgado da condenação mais ... ano, ... meses e ... dias,
cuja soma resulta ... anos, ... meses e ... dias e não o total de efetivo cumprimento ali consignado.
Determina a Lei de Execução que o tempo remido, deve ser somado a pena efetivamente já
cumprida, para efeito de progressão de regime e demais benefícios do reeducando conforme a
lição do eminente doutrinador JÚLIO FABBRINI MIRABETE, e, sua obra “Execução Penal -
Comentários à Lei nº 7.210, de 11.07.84”, 3ª Edição, pág. 320:
A remição não reduz o total da pena imposta ao condenado, mas abrevia o tempo de
sua duração. Por isso, determina a lei que seja ela computada, como pena cumprida,
para outros efeitos: progressão (art. 111), livramento condicional e indulto (art. 128)
etc. “ (grifei)
É inequívoco, que a sentença agravada deve ser reconsiderada pelos fatos acima alinhados.
EX POSITIS,
Espera o Recorrente seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo, e
depois de ouvido o ilustre Representante do Ministério Público, seja exarado o juízo de
retratação, previsto no artigo 589 do CPP, reconsiderando a sentença agravada, com o
deferimento do pedido. Caso assim, Vossa Excelência, não entenda seja, após as formalidades
legais, remetido ao superior grau de jurisdição para ser conhecido e provido em todos seus
termos.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local e data
______________
OAB
Agravo em Execução – Ofensa a Coisa Julgada
Protocolo nº ..............
CÓD. TJ.... - ..... – Agravo em Execução Penal
....................., já qualificado nos autos da ação penal que lhe move a justiça desta comarca,
via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e
preclara presença de Vossa Excelência, no quinqüídio legal, com fulcro no inciso LIV e LV do
artigo 5º da Constituição Federal, c/c com artigo 197, da Lei de Execução Penal, combinado e
artigo 589 e do Código de Processo Penaltigo 197, da Lei de Execução Penal, combinado com
artigo 589 e do Código de Processo Penal, interpor o presente
AGRAVO EM EXECUÇÃO
contra decisão proferida no pedido de PROGRESSÃO DE REGIME, em epígrafe, face as
seguintes razões:
PRELIMINARMENTE
DA OFENSA A COISA JULGADA
A sentença Proferida por Este Ilustrado Juízo, taxativamente determinou que o Acusado
cumprisse sua pena no regime inicialmente fechado com a seguinte ordem:”O acusado iniciará
cumprimento da pena em regime fechado, no presídio local.” (fls..). (Grifei).
Nesse Passo, com a devida vênia, a ilustre juíza substituta plantonista, ao indeferir o
pedido de progressão de regime do Condenado/Requerente, ofendeu o instituto constitucional da
coisa julgada, (art. 5º, XXXVI, CF), que consiste no fenômeno processual da imutabilidade e da
indiscutibilidade da sentença, colocada em abrigo dos recursos definitivamente preclusos pela
decisão judicial transitada em julgado.
Enquanto passível de recursos, a sentença não transmite certeza, segurança, pois ainda
pode ser modificada. Somente com o esgotamento dos prazos para recursos, é que a sentença se
torna firme e passa a produzir seus efeitos. Assim, com a preclusão do prazo recursal, a sentença
passa a ser um ato imperativo, produzindo seus efeitos em toda sua esfera jurisdicional, ou seja,
o ato pode ser considerado sentença e não mais uma situação jurídica. Compôs a lide, atingiu seu
resultado.
Pela preclusão dos prazos, ou pelo não-cabimento de recursos, a sentença trânsita em
julgado, alcançou o caráter de res judicata, tornando-se imutável, o que também torna imutável
os seus efeitos (declaratório, condenatório ou constitutivo).
Sendo assim, a matéria referente ao benefício da progressão de regime restou preclusa, não
podendo mais ser objeto de discussão, pelo que deve ser reconhecida a nulidade da sentença
agravada, impondo o juízo de reconsideração, com a concessão do benefício pleiteado, vez que
reconhecidamente o Sentenciado preenche todos requisitos legais.
EX POSITIS,
Espera o Recorrente seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo, e
depois de ouvido o ilustre Representante do Ministério Público, seja exarado o juízo de
retratação, previsto no artigo 589 do CPP, reconsiderando a sentença agravada, com o
deferimento do pedido. Caso assim, Vossa Excelência, não entenda seja, após as formalidades
legais, remetido ao superior grau de jurisdição para ser conhecido e provido em todos seus
termos.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data
__________________
OAB
Execução Penal - Modificação no Cumprimento de Pena
Protocolo nº ..................
..................... já qualificado nos autos da execução penal, em epígrafe, via de seu advogado
in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa
Excelência, com fulcro no artigo 5º, XLIX, da Constituição Federal, combinado com art. 92 e
parágrafo único do art. 88 da Lei 7.210/84, expor e requerer o seguinte:
“Ele disse ainda que está preocupado com os riscos de se juntar os detentos que
estão no semi-aberto, como os do regime fechado. Além disso destacou o
desrespeito aos direitos humanos, já que eles tem que dormir em locais
inapropriados, e até mesmo insalubres, como os banheiros” 1
DO DIREITO
Diz taxativamente o art. 5º da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “ Ninguém será
submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.” Com muita
propriedade, Henri I. Sobel, Presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista e
Coordenador da Comissão Nacional de Diálogo Religioso Católico-judáico da CNBB, ao comentar
o referido artigo “O tratamento nas prisões é cruel, desumanos e degradante. As condições nas
penitenciárias e nas cadeias públicas do país são abomináveis. Há 150 mil presos confinados
num espaço total com capacidade para 60 mil. As condições sanitárias são horríveis e muitos
presos estão doentes, sem tratamento. O Estado não garante a integridade física dos detentos,
sendo comum os estupros e assassinatos; Não são devidamente separados os criminosos
perigosos de autores de pequenos delitos. (...) Essa situação não é apenas perversa; é também
contraproducente, do ponto de vista social. Ao manter os presos em condições desumanas, o
Estado está contribuindo para que eles não só não se recuperem, como também se tornem mais
violentos.”4
Esta colocação retrata com fidelidade glacial, crua e sem retoque, a realidade carcerária de
todo sistema punitivo brasileiro.
“Aliás, digo, e que me relevem o contingente de irreverência, como se isso fosse problema
que tivessem (Promotores de Justiça e Juízes) que procurar resolver. (Grifo original)
Tem falhado a sociedade no seu papel de agente do controle social informal, primário da
criminalidade.
De igual maneira, o controle formal, principalmente por parte do Poder Executivo, não
reponde satisfatoriamente aos anseios de redução de seus índices e, mais do que isso, ainda que
involuntariamente , acaba contribuindo para o seu recrudescimento, na medida em que não se
compromete com a solução dos problemas que lhe são afetos”
A questão enfrentada na decisão cujo fragmento foi retro alinhado é a mesma que ora se
delineia, com uma simples diferença, naquela ocasião o problema era meramente estrutural, e,
hoje, além daquele, está embutido e agregado o gravíssimo risco de violação da incolumidade
física dos reeducandos(?), além dos efeitos deletérios advindos da perniciosa e promíscua
convivência com os delinqüentes de alta periculosidade.
Realmente, o controle efetivo da massa carcerária escapou do Juízo das Execuções, porém,
não é demais lembrar que, depois de definitivamente condenado, o réu ganha status de natureza
diversa e fica a mercê do Estado, que, autorizado pelo ordenamento jurídico, cerceia-lhe a
liberdade com todas suas infaustas decorrências e impõe-lhe outros ônus, mas não lhe extrai os
demais direitos. È o detento, diante dos termos inequívocos da Lei de Execução Penal, sujeito de
direitos. Logo, quem, tem a guarda do cidadão, assim inteiramente submetido, assume a
responsabilidade com relação a ele, desde as mais básicas, a garantia de sua vida, de sua
sobrevivência, de sua incolumidade física.
Neste ponto de vista, o Juiz da execução, tem afora cumprir a sentença, administrando o
castigo e possibilitando a prevenção dos delitos, também de zelar pelo cumprimento das normas
que o favoreçam e lhe garantam o cumprimento da pena nos exatos limites legais, sem excesso e
desvio, e mais, o que avulta em importância, proporcionar-lhe as condições necessárias para
reincorporarão na comunidade livre, meta maior do art. 1º da LEP.
Por imposição legal (art. 91 da LEP) o regime semi-aberto deveria ser cumprido, em colônia
agrícola, industrial ou similar, porém, diante da falta de vontade política e de interesse das
autoridades competentes, os referidos estabelecimentos correcionais, nunca saíram do papel,
obrigando os operadores da execução penal, a procurarem formas paliativas, na maioria das
vezes, com uso da criatividade, improvisando outra modalidade de acomodação, como forma
substitutiva daquela exigida por lei.
Dispõe o art. 92 do mesmo dispositivo legal, que:
O local onde se amontoam os detentos do regime semi-aberto, no presídio local, está anos
luz de preencher os requisitos exigidos pela Lei de Execução Penal. Neste caso não existe meio
termo, nem tampouco, tolerar-se-ia um pedido de auxilio ao famigerado princípio da
razoabilidade, criado, única e exclusivamente, para socorrer a ineficiência da máquina estatal,
quando esta se mostra incompetente para prestar seus serviços aos cidadãos na forma
estabelecida pela lei.
Oportuna a advertência do sábio Sêneca: Reo res sacra est.
Finalizando, ressalta, o Requerente, que não está suplicando qualquer regalia, somente deseja
que Estado lhe garanta o direito de resgatar sua liberdade, com o cumprimento de sua pena com
dignidade e respeito.
EX POSITIS
Pede Deferimento.
LOCAL, DATA
____________________
OAB
Pedido de Autorização de Saída
Protocolo nº ...............
..............................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública
desta comarca via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência expor e requerer ao seguinte:
ISTO POSTO,
Nos termos do artigo 122 da LEP, vem perante a presença de Vossa Excelência, requerer
Autorização de Saída , para visita à família durante o período das festas de fim de ano,
compreendido entre o dia (DATA) até o dia (DATA), se comprometendo a retornar ao
cumprimento de sua pena, na data determinada.
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL, DATA.
_______________________
OAB
Pedido de Autorização de Saída Para Visita à Família
Protocolo nº.............
..........................., já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a
justiça pública desta comarca via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia,
vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência expor e requerer ao seguinte:
ISTO POSTO,
Nos termos do artigo 122 da LEP, vem perante a presença de Vossa Excelência, requerer
Autorização de Saída , para visita à família durante o período das festas de fim de ano,
compreendido entre o dia (data) até o dia (data), se comprometendo a retornar ao cumprimento
de sua pena, na data determinada.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data.
______________________
OAB
Pedido de Autorização Para Saída Temporária LEP
RÉU PRESO
Protocolo nº .......
Código TJ... - ... - Pedido de Benefício Para o Réu
.........................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública
desta comarca via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência expor e requerer ao seguinte:
O Sentenciado, ora Requerente, cumpre pena no regime semi-aberto no presídio local por
força de sentença proferida por este ilustrado juízo, pretende visitar sua mãe e demais familiares
na cidade de ......., no período compreendido de dd/mm/aa à dd/mm do corrente ano.
ISTO POSTO,
nos termos do artigo 122 da LEP, vem perante a presença de Vossa Excelência, requerer
Autorização de Saída Temporária, no período supra mencionado, se comprometendo a retornar
ao cumprimento de sua pena, na data determinada.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local. dd/mm/aa.
____________________
OAB
Pedido de Execução Provisória da Pena
Protocolo nº ......................
Pede Deferimento.
LOCAL E DATA
_________________
OAB
Pedido de Expedição de Certidão Carcerária
Pede Deferimento.
LOCAL, DATA
___________________
OAB
Pedido de Expedição de Certidão Carcerária Ao Diretor do
Presídio
CÓPIA
Pede Deferimento.
Local, data.
____________
OAB
Pedido de Extinção da Punibilidade - Prazo Prescricional
Contado Pela Metade Face a Menoridade do Réu
........................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a Justiça Pública
desta comarca, via de seu advogado in fine assinado (m.j.), permissa máxima vênia vem perante
a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, requer o reconhecimento da EXTINÇÃO
DA PUNIBILIDADE, pela incidência da PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO,
com fulcro no art. 61 do Código de Processo Penal, combinado com arts.109, I, 115 e 117 de
nosso Estatuto Substantivo Penal, face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados:
2Ao tempo do fato objeto do presente processo, ................, o Acusado era menor de .... (...)
anos de idade, conforme consta dos autos e da documentação acostada ao presente pedido,
(doc...), pelo que o prazo prescricional deve ser contado pela metade, Art. 115 CPB.
3Assim sendo, a presente ação penal foi alcançada pela prescrição da pretensão punitiva
em ....., devendo ser reconhecida com o conseqüente arquivamento do processo.
DO DIREITO
Edita o Código Penal:
Conforme nossa melhor doutrina leciona, com o advento da conduta típica, nasce para o
Estado a pretensão de punir o autor do fato criminoso, porém deve exercer este múnus dentro de
um lapso temporal previamente delimitado pela Lei segundo o critério da pena máxima
cominada in abstrato (art. 109 CPB). Escoado este prazo, que é submetido a interrupções ou
suspensões, também previstas em lei,(art. 117 CPB), ocorre a prescrição da pretensão punitiva,
decaindo, assim do direito de punir o suposto infrator.
No caso em apreço, a prescrição ocorreu dentro do lapso temporal de ... (...) anos em razão
do Acusado ao tempo do fato ser menor de .... (...) anos de idade, (art. 115 CPB), cujo início se
deu no dia ......, quando foi proferido, pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado ..............., o
acórdão que confirmou a decisão de pronúncia, (Fls. .......), de lá para cá, nenhuma outra causa
de suspensão surgiu, pelo se conclui que o Estado decaiu do direito de dar continuidade ao
persecutio criminis in judicio em ......... Desta forma indeclinável se torna o reconhecimento da
incidência da prescrição da pretensão punitiva, arquivando-se o feito.
EX POSITIS,
Nestes termos
Pede deferimento.
Local, data
_____________
OAB
Pedido de Extinção da Punibilidade Pela Incidência da
Decadência do Direito de Ação (Queixa Crime)
Protocolo ...............
DO DIREITO
Conforme édito do art. 145 do Código Penal Brasileiro os crimes previstos no art. 139 e 140
somente se procedem mediante queixa-crime, que constitui a peça vestibular da ação penal
privada, a qual deve intentada, em juízo, no prazo de seis meses a partir do dia em que, o
ofendido ou seu representante legal, vier a saber quem seja o autor do fato (art. 38 CPB), sob
pena de decretação, inclusive, ex officio, da extinção da punibilidade (art. 107, IV CPB e 61 do
CPP).
No entendimento sedimentado pela doutrina e sumulado por nossa Suprema Corte, o prazo
decadencial é peremptório e improrrogável, não se interrompendo com eventual pedido de
instauração de inquérito policial. 1 Isso porque a “queixa-crime” a que alude a lei deve ser
entendida como ato processual em que o particular ofendido exterioriza ou formula a acusação,
consoante expressão do art. 100, § 2º, do CP, não se confundindo com o uso vulgar do termo e
que traduz comunicação feita a autoridade policial da existência do crime.
EX POSITIS,
espera o Requerente seja o presente pedido recebido e deferido, dignando Vossa Excelência,
reconhecer a extinção da punibilidade, pela ocorrência da decadência do direito de ação,
inaudita altera pars, determinando o arquivamento do feito.
Termos em pede
e espera deferimento.
LOCAL, DATA
_______________
OAB
Pedido de Extinção de Punibilidade – Prescrição Retroativa
Protocolo nº................
Código – ... – Pedido de benefício para o Réu
..............................., já qualificada, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública
dessa comarca, via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 61, do Código de
Processo Penal c/c art. 107, IV, 109, V e 110 do Código Penal, requerer o reconhecimento da
extinção da punibilidade da prescrição da pretensão executória, face aos seguintes fatos e
fundamentos.
1A Acusada/requerente, foi denunciada como incursa nas penas do artigo 155 c/c 171 do
CPB, no dia .........., tendo a denúncia sido recebida em .......... Conforme sentença de fls. .......,
de ......., transitada em julgado, para acusação, em ........, foi condenada a pena restritiva de
liberdade de ... (...) ano de detenção, que pela prescrição retroativa, o prazo de ... (...) anos
ocorreu em .......
EX POSITIS
Local, data.
________________
OAB
Pedido de Isenção do Pagamento das Custas Processuais -
Miserabilidade
RÉU PRESO
PROTOCOLO Nº ..............................
Código TJ..... - Pedido de Benefício Para o Réu
3Também, na nossa realidade carcerária, não há como negar, que o indivíduo penitenciado
judicialmente deixa de existir como entidade humana, transformando-se num mero espectro de
parecença racional, quando lançado nas masmorras fétidas, insalubres e superlotadas, objeto de
um tratamento atentatório a mais rasteira e insignificante miragem da dignidade humana.
5Neste diapasão, provado nos autos que o réu detentor de estado de miserabilidade, s.m.j.,
deve o Juiz da execução penal declarar a isenção do pagamento das custas processuais ou
eventual sanção pecuniária, se não o fez no processo de cognição.
EX POSITIS,
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
__________________
OAB
Pedido de Juntada de Guia de Depósito – Comprovante de
Pagamento da Pena de Multa
PROTOCOLO ...................
Pede deferimento.
LOCAL E DATA.
___________________
OAB
Pedido de Progressão ao Regime Semi-aberto
Protocolo nº ..............
................... já qualificado nos autos da ação penal que lhe move a justiça desta comarca,
via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e
preclara presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 33, § 2º do Código Penal, combinado
com artigo 112 da Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal), requerer a instauração do presente
incidente de execução de
1O Reeducando, ora Requerente, por força da sentença proferida às fls. .../..., e Termo de
Audiência Admonitória (fls. ...), do presente feito cumpre pena no presídio local no regime semi-
aberto desde dd/mm/aa, e, conforme Cálculo de Liquidação de Pena de fls..../..., em dd/mm/aa,
restavam ... (...) anos, , ou ... (...) dias, para o término do cumprimento da pena, cujo lapso
temporal para nova progressão era de ... (...) meses e 10 (...) dias ou ... (...) dias, completados em
dd/mm/aa.
2Conforme Atestado de Vida Carcerária, em apenso, (doc. ...) o Requerente portou-se com
bom comportamento durante o cumprimento da reprimenda, estando apto ao retorno do
convívio social (doc. ...), além do que possui proposta de emprego que possibilitará a prover sua
própria subsistência (doc. ...).
3Face o profundo descaso do poder executivo em adequar nosso presídio local, às
exigências prescritas na lei de Execução Penal, em nossa comarca o modo de cumprimento da
pena no regime semi-aberto, é aquele prescrito no Código Penal para o regime aberto, em seu
artigo 36, cujas condições o Requerente já cumpriu pelo lapso temporal correspondente a um
sexto (.../...) do restante de sua pena, fazendo jus transferência de uma forma de cumprimento
mais branda e benévola, embora não prescrita, literalmente, em lei.
4Consoante nosso ordenamento jurídico-penal, o regime aberto pode ser cumprido em
dois modos distintos: a) a prisão albergue propriamente dita, em estabelecimento adequado, e
b) a prisão albergue-domiliciar, de caráter excepcional, na qual o reeducando se recolhe em seu
própria residência, durante o período noturno, domingos e feriados.
5Cumpre que o presente pedido de progressão, não exerça apenas um efeito formal,
ficando o Sentenciado, sujeito às mesmas condições em que já se encontra, ou seja, pernoitando
no presídio, sistema em que já demonstrou aptidão e merecimento para auferir um tratamento
mais benevolente e brando, tal como o recolhimento domiciliar.
6Embora, alguns tribunais atribuam o caráter taxativo na enumeração do artigo 117 da LEP,
o Egrégio Superior Tribunal de Justiça e a maioria dos Tribunais Regionais tem adotado
entendimento diverso quando o Estado não suprir as deficiências do sistema carcerário, com a
criação de estabelecimentos na forma prescrita em lei aplicando, neste casos, aquele dispositivo
legal por analogia, conforme os seguintes arestos:
“PENA - Condenação a regime aberto - Execução da pena - Ausência de casa de
albergado - Possibilidade de cumprimento em regime domiciliar - Aplicação
analógica - “Habeas corpus”.
Não havendo casa de albergado ou similar, pode o condenado a reclusão em regime
aberto cumprir a pena, excepcionalmente, em regime domiciliar. Interpretação
analógica do artigo 117, da Lei nº 7.210/84 (LEP). Precedentes do STJ.” (STJ - Rec. em
HC nº 5.384 - CE - Rel. Min. Edson Vidigal - J. 02.04.96 - DJU 29.09.97).
7No estado de São Paulo, se tem decidido que, não havendo casa do albergado,
estabelecimento adequado ou vaga nos estabelecimentos indicados na Lei estadual n. 1.819, deve
ser concedida prisão albergue domiciliar, nos termos desse diploma legal (RT 610/367, 613/318,
635/360; RTJSP 100/433).
8No caso em apreço, Excelência, conforme documentação inclusa, o Requerente está apto a
ter sua reinserção ao convívio social, tendo se submetido ao cumprimento de sua pena com
resignação e excelente comportamento, e já, ter proposta der emprego que possibilitará prover
sua própria subsistência, pelo que deve ser deferido o presente pedido.
EX POSITIS,
espera, o Requerente, uma vez preenchidos os requisitos legais, objetivos e subjetivos, seja
determinado a liquidação da pena e após ouvido o Ilustre Representante do Ministério Público,
seja deferido o presente pedido de progressão ao regime aberto no sistema albergue-domiciliar, se
comprometendo, desde já cumprir fielmente as condições que lhe forem imposta, pois desta
forma Vossa Excelência estará editando decisão compatível aos mais elevados ditames do direito
e da Justiça.
Nestes termos
Pede deferimento
Local e data
_________________
OAB
Vistas dos Autos - Execução Penal Manifestação Sobre Direito
de Remição
Protocolo ............
Sentenciado: ...............
MM JUIZ,
1Em primeiro plano diga-se que mesmo com incidência da regressão de regime, com
decisão extremamente serôdia, o sentenciado já cumpriu mais de um sexto (../..) da soma de suas
penas, (sem computar a remição) fazendo jus, ainda, a concessão do benefício de progressão ao
regime semi-aberto consoante pedido vestibular do presente feito.
2De outro lado, a liquidação omitiu o cálculo do tempo referente a remição, que constitui
direito subjetivo do sentenciado, uma vez que se porventura não desempenhou atividade
laborativa durante todo período do cumprimento da pena, foi em decorrência de deficiências
estruturais do Estado, não podendo, assim, ser debitado em prejuízo de seu status libertatis a
recusa do benefício.
“PENA - Remição - Perda dos dias remidos pela prática de infração administrativa -
Inadmissibilidade - Direito adquirido do sentenciado - Aplicação do artigo 5º,
XXXVI, da CF.
A remição constitui direito público do sentenciado. Assim, transitada em julgado a
sentença que a concede, tornando-se, portanto, direito adquirido do condenado,
insuscetível a sua desconstituição pela prática de posterior infração administrativa,
conforme interpretação do artigo 5º, XXXVI, da CF.”(TACrimSP - HC nº 323.846/5 -
Presidente Prudente - 6ª Câm. - Rel. Juiz A C. Mathias Coltro - J. 03.06.98 - RT
756/586"
Entretanto, como não pode ser creditado ao sentenciado a falha do Estado-Juiz, uma
vez que não há decisão determinando a regressão, impõe-se reconhecer cumpridos os
requisitos objetivo e subjetivos exigidos pela lei.
Atendido o requisito temporal e não haver o fatos novos que desabonem a conduta
prisional do condenado, é o Ministério Público pela concessão da progressão em
favor de .....................................”
Local, data.
———————
OAB
Agravo em Execução – Erro no Cálculo dos Dias Trabalhados
(Remição)
Protocolo nº .......
Agravo em Execução Penal
AGRAVO EM EXECUÇÃO
contra parte da decisão fls. ........ que homologou apenas 129 dias trabalhados durante o
cumprimento de sua pena, face as seguintes razões:
Pelo que consta na certidão de fls. ......, o sentenciado, ora recorrente, trabalha desde o
dia .........., exceto nos sábados, domingos e feriados , assim, pela soma dos dias úteis, conforme
cópia do calendário em apenso, s. m.j, até .......... passado a soma dos dias trabalhados que
deveria ser homologado é de 276 dias.
EX POSITIS,
Espera o Agravante seja o presente recurso recebido, vez que próprio e tempestivo, e depois
de ouvido o ilustre Representante do Ministério Público, seja exarado o juízo de retratação,
previsto no artigo 589 do CPP, corrigindo a sentença agravada no que pertine a soma dos dias
trabalhados. Caso assim, Vossa Excelência, não entenda seja, após as formalidades legais,
remetido ao superior grau de jurisdição para ser conhecido e provido em todos seus termos.
Nestes termos
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
________________
OAB
Pedido de Livramento Condicional
LIVRAMENTO CONDICIONAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados:
DO DIREITO
Edita nosso Código Substantivo Penal:
Capítulo V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superior a dois anos, desde que:
II - (...)
V - (...)
Parágrafo único. - para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
delinqüir.
Em casos análogos, nossos tribunais têm proclamado que não se exige, para a concessão do
livramento condicional, a prova de insolvência do condenado, mas simplesmente a
demonstração da impossibilidade de reparação, conforme excerto adiante exposto:
EX POSITIS,
espera o Requerente, seja a presente medida penal recebida, vez que própria e tempestiva,
e após ouvido o Ilustre representante do Ministério Público, uma vez preenchidos todos
requisitos legais, seja deferido o LIVRAMENTO CONDICIONAL, na forma estabelecida pelos
fundamentos legais e jurídicos invocados, pois desta forma Vossa Excelência, estará como de
costume editando decisório inspirado nos mais elevados princípios do direito e ditames da
excelsa JUSTIÇA.
Local, data.
_______________
OAB
Pedido de Livramento Condicional
Protocolo nº ....................
.................................. já qualificada nos autos da ação penal que lhe move a justiça desta
comarca, via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua
e preclara presença de Vossa Excelência, com , nos termos do artigo 131, e § 2º do art. 112 da Lei
7.210/84, com nova redação dada pela Lei 10.792/2003, combinado com artigo 83 do Código
Penal, requerer o benefício do
LIVRAMENTO CONDICIONAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados:
DO DIREITO
Edita nosso Código Substantivo Penal:
Capítulo V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
V - (...)
EX POSITIS,
espera a Requerente, seja a presente medida penal recebida, vez que própria e tempestiva, e
depois de ouvido o Ilustre Representante do Ministério Público, preenchidos todos requisitos
legais, seja deferido o LIVRAMENTO CONDICIONAL, na forma estabelecida pelos fundamentos
legais e jurídicos invocados, pois desta forma Vossa Excelência, estará como de costume editando
decisório inspirado nos mais elevados princípios do direito e ditames da excelsa JUSTIÇA.
LOCAL E DATA.
__________________
OAB
Pedido de Livramento Condicional
Protocolo nº ...............
.............................. já qualificado nos autos da ação penal que lhe move a justiça desta
comarca, via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua
e preclara presença de Vossa Excelência, com , nos termos do artigo 131 da Lei 7.210/84,
combinado com artigo 83 do Código Penal, requerer
LIVRAMENTO CONDICIONAL
2Conforme Cálculo de Liquidação de Pena de fls. ..., a pena remanescente era de ... (...) ano
e ... (...) meses em (data), atualmente, ... (...) ano e ... (...) meses, o que vale dizer que já cumpriu
efetivamente ......... (...) meses, tempo superior a ............. do total da reprimenda unificada que é
de ... (...) meses ou ... (...) anos e ... (...) meses (fls. ...).
3A certidão inclusa, (doc. ...), comprova que o requerente, durante a execução da pena,
teve comportamento satisfatório, e, a documentação em apenso, dá conta que está trabalhando
(doc. ...), o que demonstra que possui capacidade e disposição para suprir sua subsistência em
atividade lícita,.
DO DIREITO
Edita nosso Código Substantivo Penal:
Capítulo V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superior a dois anos, desde que:
II - (...)
IV - (...)
V - (...)
Parágrafo único. - para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
delinqüir.
EX POSITIS,
espera o Requerente, seja a presente medida penal recebida, vez que própria e tempestiva, e
depois de ouvido o Ilustre Representante do Ministério Público, uma vez preenchidos todos
requisitos legais, seja deferido o LIVRAMENTO CONDICIONAL, na forma estabelecida pelos
fundamentos legais e jurídicos invocados, pois desta forma Vossa Excelência, estará como de
costume editando decisório inspirado nos mais elevados princípios do direito e ditames da
excelsa JUSTIÇA.
Local, data.
_____________________
OAB
Medida Cautela Pedido para Ausentar da Comarca
Protocolo nº
Isto posto, requer autorização para se deslocar a até a instituição ut retro citada em
..............., onde estará a disposição deste ilustrado Juízo durante o persecutio criminis in judicio.
Pede deferimento.
Local e data
____________________
OAB
Comunicação de Novo Endereço
Protocolo nº .............................
............................. , já qualificado, nos autos da ação que lhe move a justiça pública desta
comarca, via de seu advogado in fine assinado permissa máxima vênia, vem perante a conspícua
a preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 367 do CPP, expor e requerer o
seguinte:
1 O requerente responde a uma ação penal, em tramitação por este Ilustrado Juízo,
estando sob o benefício de liberdade provisória, porém, face a repercussão negativa que o fato
gerou para sua pessoa, perante a sociedade .................. , requer autorização para mudar sua
residência e domicilio para o seguinte endereço, se comprometendo a se fazer presente aos
ulteriores ato processuais.
Endereço: ...........................
Cidade.................. UF........
Pede deferimento.
Local e data
_________________
OAB
Pedido de Desentranhamento e Restituição de Passaporte
Protocolo nº ..............
............................, já qualificado, nos autos da ação penal, que lhe move a justiça pública
desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 120, do Código de
Processo Penal, requerer o desentranhamento e a restituição de seu passaporte juntado aos autos
as fls..
Pede deferimento.
LOCAL E DATA
_____________________
OAB
Pedido de Desistência da oitiva de Testemunhas
Protocolo nº ...........................
1Conforme a nova sistemática adotada nas legislações modernas, o interesse social e das
partes, é no sentido de se exigir um melhor aparelhamento e eficiência do Poder Judiciário,
impondo-lhe maior racionalidade, celeridade e eficácia nas decisões de sua competência, com a
pronta prestação jurisdicional da pretensão deduzida em juízo.
Local, data
________________
OAB
Pedido de Devolução de Carta precatória
Protocolo ..............
Isto Posto, conforme consta no supradito Termo, requer a devolução da presente deprecata
sem cumprimento, à comarca de origem.
Pede deferimento.
LOCAL E DATA.
__________________
OAB
Pedido de Dispensa da presença do Réu em Audiencia
Pede deferimento.
Local, data
__________________
OAB
Pedido de Instauração de Inquérito Policial – Estelionato – Notitia
Criminis 1
NOTITIA CRIMINIS
3Os Requeridos, tinham pleno conhecimento de os cheques não seriam compensados, haja
visto que muitos foram conseguidos, já com suas contas encerradas, pelo Requerido ....,
(alínea ....), e, outros obtidos através de furtos ou roubos ( alínea ....)..
4A Primeira Requerida, sempre que procurada pela Vítima, se negou a saldar o débito sob a
alegação de não contraiu, em nenhum momento, tal responsabilidade, alegando, inclusive, que
as assinaturas apostas nos versos dos títulos não lhes pertence, revelando, assim, que a
locupletação ilícita, foi previamente engendrada por todos meliantes, configurando-se a conduta
típica do estelionato em sua forma fundamental.
DO DIREITO
De igual a doutrina tem procurado conceituar o crime de estelionato como ensina, Bento de
Faria, em sua obra “Código Penal Comentado”, 4 ° volume:
Local, data.
_________________
OAB
Pedido de Instauração de Inquérito Policial – Notitia Criminis -
Estelionato
............................, brasileiro, casado, comerciante, residente à rua Pio .........., ......, ........, RG
nº ........, vem perante a honrosa presença de Vossa Excelência, nos termos do inciso II, do art. 5º
do Código de Processo Penal apresentar
NOTITIA CRIMINIS
em desfavor de ........................., residente na Av. ........., ........., centro, nesta cidade, pela
prática do crime de estelionato em sua forma fundamental, pelos fatos, razões e fundamentos a
seguir delineados:
1O Requerente/vítima é produtor e comerciante de café, tendo no dia .............., vendido aos
indiciados ....... (...............) sacos de café em grão, no valor de R$ ............. (...............), que foi
pago com os cheques (em anexo) abaixo descritos:
2Ao serem apresentados aos bancos os referidos cheques foram devolvidos por
insuficiência de fundos e sustados pelo primeiro indiciado em conluio com o segundo,
frustrando assim o pagamento dos mesmos, obtendo, para si, vantagem ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo e mantendo o Requerente em erro, mediante artifício, ardil fraudulentamente.
Pelo exposto, uma vez demonstrado pelos fatos acima descritos, que os Requeridos estão
incursos nas penas do art. 171, caput do Código Penal, impõe-se a instauração do competente
inquérito policial para a apuração do referido ilícito penal e que se dê início ao persecutio
criminis in judicio, culminando com a condenação de ambos nos limites da Lei.
Nestes termos[
Pede deferimento.
LOCAL E DATA.
______________________
Pedido de Adiamento da Sessão do Júri por Doença do Réu
Pede Deferimento.
LOCAL E DATA
_____________
OAB
Pedido de Adiamento de Audiência
PROTOCOLO Nº .............................
......................................, já qualificada, nos autos da ação penal, epígrafe, que lhe move a
justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, (m.j.) permissa máxima
vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, expor e requerer o que
seguinte:
1A requerente responde a presente ação penal como incursa nas penas do artigo 20 da Lei,
7.716/89 quando na realidade, pelos fatos narrados na denúncia in tese teria que ser processada
pela prática do crime de injúria qualificada por preconceito (art.139 § 3º do CPB), o que a levou a
impetrar o habeas corpus nº 200100717076, em tramitação no Egrégio Tribunal de Justiça de
nosso Estado, visando trancamento da ação penal.
Isto posto, por uma questão de economia processual requer a Vossa Excelência, o
adiamento da audiência de interrogatório designada para amanhã dia ................., para data
próxima caso seja indeferido o HC acima citado.
LOCAL E DATA
_____________________
OAB
Modelo de Procuração
PROCURAÇÃO
Local e data
____________________________
Queixa Crime – Injuria e Calunia
QUEIXA CRIME
2No dia .................., durante a ...ª Sessão Ordinária, da Câmara Municipal da supracitada
urbe, a Querelante foi alvo de ofensas morais, irrogadas em depoimentos prestados pelos
Querelados, que a caluniaram ao afirmar que a mesma, na condição de funcionária da Secretaria
de Saúde, tentou efetuar permuta indevida de medicamentos, de alto custo, constantes em uma
receita médica, por produtos de perfumaria ou cosméticos para seu uso pessoal , junto ao Posto
de Medicamentos ....., de propriedade do Primeiro Querelado ...............
3Diante das acusações de caráter contumelioso, a Câmara Municipal, sem ao menos ouvir
a Querelante, acerca dos fatos, ou dar-lhe o sagrado e constitucional direito de defesa, enviou o
requerimento nº ......, (doc.....) ao Prefeito Municipal, solicitando sua imediata exoneração, o que
foi atendido de forma sumária, através do decreto nº 806 de 21 de agosto de 2006 (doc...).
Assim sendo:
o Querelado ...................., encontra-se incurso nas penas art. 138 (calúnia) e 140 (injúria) ,
141, inc, II (praticado contra funcionário público, em razão de sua função) do Código Penal
Brasileiro, combinados com art. 70 (concurso formal) do mesmo Códex.
o Querelado .................................... encontra-se incurso nas penas art. 138 (calúnia) e 140
(injúria) , 141, inc. II (praticado contra funcionário público, em razão de sua função) do Código
Penal Brasileiro, combinados com art. 70 (concurso formal) do mesmo Códex.
EX POSITIS
Requer ainda seja oficiada a presidência da Câmara Municipal de ............., para enviar a
este Juízo, em caráter de urgência, a gravação, em áudio, da ...ª sessão ordinária daquela Casa de
Leis, realizada em .................
A Querelante declara não ter condições financeiras para arcar com a despesas processuais,
sem colocar em risco sua subsistência, portanto requer que lhe seja deferido o beneficio da
assistência judiciária.
Local, data
____________________
OAB
Retratação de Representação Criminal
..........., brasileiro(a), (Est.civil), RG: ........., CPF: .........., representante legal da filha menor
de idade ..........., nos autos do Inquérito Policial nº ........, em tramitação por Este Juízo, via de seu
advogado e defensor, com poderes especiais, adiante assinado, (m.j.), vem perante a honrosa
presença de Vossa Excelência, nos termos do § 1º, do art. 101 e 102 c/c art. 225, todos do Código
Penal Brasileiro, na qualidade de titular exclusiva da ação penal, apresentar RETRATAÇÃO DA
REPRESENTAÇÃO proposta em desfavor da pessoa de ............, em razão de não haver, por parte
da Requerente, qualquer interesse em processar criminalmente o Indiciado acima nominado.
Local. dd/mm/aa.
_____________________
OAB
____________________________
Responsável
Retratação em Ação Penal Privada - Calúnia
Protocolo ..................
RETRATAÇÃO
Na mesma trilha tem se posicionado a jurisprudência hodierna, no sentido de que uma vez
retratada de forma cabal, a calúnia irrogada ao ofendido, a decretação da extinção da
punibilidade depende de aceitação por parte da vítima, assim como, a retratação não está sujeita
a forma ritualística ou formal, podendo ser apresentada via de petição. Conforme os seguintes
julgados:
“A retratação constante por escrito no processo é pública e a lei não exige outra
publicidade qualquer. Se o ofendido enteder de divulga-la o fará por sua conta e
iniciativa, não por exigência legal.”3
EX POSITIS
espera a Querelada, seja a presente RETRATAÇÃO, recebida vez que própria e tempestiva,
e nos termos dos dispositivos legais ut retro elencados, reconhecida e declarada a EXTINÇÃO
DA PUNIBILIDADE determinando-se o arquivamento do presente feito inaudita altera pars, pois
desta forma Vossa Excelência estará, como de costume, editando decisório compatível e
inspirado nos mais elevados princípios do Direito, da Lei e da Justiça.
Local, data
__________________
OAB
Pedido de Dispensa da presença do Réu em Audiencia
Protocolo ...................
Pede deferimento.
Local, data
__________________
OAB
http://www.anhangueraeditora.com.br/