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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS - DEPARTAMENTO DE SOLOS


CURSO DE ZOOTECNIA - DISCIPLINA DE MANEJO E FERTILIDADE DO SOLO1

Aula 6: Potássio e adubação potássica

O potássio presente no solo se encontra nas mais diferentes formas, das quais umas são
disponíveis em curto prazo para as plantas e outras não. Entre as diferentes formas em que se encontra
o potássio no solo, destacam-se: (a) potássio estrutural, (b) potássio adsorvido na cavidade siloxana de
argilominerais, (c) potássio trocável, (d) potássio na solução do solo e (e) potássio contido nos restos
culturais. As plantas absorvem o potássio da solução do solo, cuja concentração é mantida pelo
equilíbrio com o potássio retido nos sítios de troca (trocável). Entretanto, uma vez que a concentração
de K na solução atinge valores extremamente baixos, pode haver difusão de parte do potássio contido
nas estruturas dos argilominerais e dissolução dos minerais primários que contém K, indicando que as
formas de K não trocáveis são potencialmente disponíveis às plantas. Na planta, o K encontra-se
principalmente na forma iônica. Nesta forma, grande parte do K absorvido pelas plantas retorna ao
solo após ela completar o ciclo, pela simples lavagem das folhas com a água das chuvas. A reciclagem
desse nutriente, especialmente sob sistema plantio direto, exerce importante papel na sua
disponibilidade, pois espécies com alta capacidade de extração, como a aveia, podem reunir
quantidades consideráveis do nutriente, estimadas na média em torno de 90 Kg ha-1, que seriam
disponibilizados à cultura subseqüente quando os seus restos permanecem na área de cultivo.
O potássio trocável é tido como uma reserva prontamente disponível às plantas, enquanto que o
potássio não trocável é considerado uma reserva em médio prazo. No RS e SC, o potássio disponível
para as plantas é estimado pelo extrator Mehlich 1 (o mesmo utilizado para estimar o P), cuja
quantidade extraída é muito próxima da quantidade trocável existente no solo. Outros locais utilizam
outros métodos, como a resina trocadora de cátions ou o acetato de amônio a pH 7,0. As
recomendações de K em vigor não levam em consideração as diferenças nas características
mineralógicas, físicas e químicas dos solos, bem como sua capacidade de liberação de formas não
trocáveis e/ou suprimento e mesmo qualquer parâmetro morfológico ou cinético de plantas, que afetam
a absorção de K do solo. O suprimento de nutrientes para as plantas é dependente de um processo
dinâmico no solo, mas as quantidades extraídas pelos métodos empregados, que é denominada forma
lábil, inclui apenas as formas retidas com menor energia, não estimando outras formas do elemento
que se encontram no solo em condições de contribuir para o suprimento da planta. Assim, os métodos
de rotina, que usam soluções extratoras, refletem somente uma situação estática e pontual e, portanto,
dão somente uma medida parcial e aproximada da verdadeira disponibilidade de K no solo.
Atualmente, nos solos do RS e SC com CTC à pH 7,0 5; 5,1 a 15 e >15 cmolc dm-3 os níveis
críticos são de 45, 60 e 90 mg dm-3, respectivamente. Na região Sul do Brasil poucos experimentos de
calibração mostram respostas das culturas à adubação potássica, mesmo quando os teores são menores
do que o nível crítico. Além disso, em aproximadamente 59% das amostras de solo do Estado do RS
que chegam aos laboratórios, os valores de potássio trocável estão acima do nível crítico, indicando
que os níveis de K do solo aumentaram ao longo dos últimos anos.
O principal fertilizante utilizado para fornecer K é o cloreto de potássio (KCl), que é totalmente
importado de países como o Canadá, Polônia e países da antiga União Soviética. Há no mercado o
sulfato de potássio (K2SO4), mas o valor por unidade de K normalmente é muito mais alto do que o
cloreto. As cinzas de resíduos orgânicos são uma excelente fonte de potássio, mas não é comum a
preocupação com a reciclagem. A adubação com K deve ser feita, preferencialmente, no momento da
semeadura, juntamente com o P. Aplicações de K em cobertura não tem apresentado resposta pelas
culturas, embora haja no mercado a uréia cloretizada (misturada com cloreto de K).

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1
Resumo elaborado pelo Prof. Dr. Danilo Rheinheimer dos Santos, com atualizações do Prof. Dr. Leandro Souza da Silva,
Carlos Alberto Ceretta e Gustavo Brunetto.
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