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Professores:
Me. Douglas Melman
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
DIREÇÃO
04 29| 5 S’S
METODOLOGIAS DA QUALIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Apresentar os principais métodos a qualidade.
•• Discutir sobre a sua aplicabilidade.
•• Definir a metodologia FMEA.
•• Discutir as metodologias PDCA e MASP.
•• Demonstrar o princípio que norteia a metodologia 5 S’s.
PLANO DE ESTUDO
Caro(a) aluno(a)
introdução
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
introdução
Pós-Universo 7
O nome da ferramenta diz muito sobre a sua forma de operação, que consiste em
detectar todos os modos de falha e prever seus efeitos. Significa que, para um único
modo de falha, pode haver mais de um efeito sobre o processo ou produto. Por meio
de formulários padronizados, é possível registrar as análises e definir prioridades de
melhoria.
A FMEA pode ser classificada em dois seguimentos de atividade como mostrado
no Quadro 1.
Podemos observar que essa ferramenta pode ser usada para analisar um processo
ou um produto. Por exemplo, vamos utilizar um problema no freio de uma bicicleta
para exemplificar o FMEA (MELLO, 2011, p. 136). Existem vários modelos de freios de
bicicletas, uns mais sofisticados outros mais simples. Vamos trabalhar com o mais
simples. Esse modelo podemos observar na Figura 1, junto às manoplas há duas
alavancas (da direita e da esquerda). Nas extremidades das pinças, há sapatas de
borrachas. Quando os cabos são tracionados, essas pinças se fecham e as sapatas de
borracha pressionam as rodas, freando-as por atritos.
Pós-Universo 9
saiba mais
Avaliação da Metodologia FMEA como Ferramenta para Reduzir
Impactos Ambientais no Processo Manutenção Industrial
Nos últimos anos, eventos climáticos extremos tornaram a questão do
desenvolvimento sustentável um assunto de discussão frequente e pauta
central de inúmeros encontros globais. A preocupação com a garantia
de perpetuação da vida na Terra deve ser de todos, mas nas empresas as
exigências são maiores, já que as indústrias são responsáveis pela maior parte
do consumo dos recursos naturais. Comprometer-se com o meio ambiente
é, assim, uma obrigação de todas as empresas que queiram sobreviver na
economia globalizada.
Para enfrentar estes novos desafios de produzir mais com menos, as empresas
devem adotar metodologias de gestão que possam contribuir para a
sustentabilidade de seus processos. Neste estudo analítico, elaboramos uma
proposta de modificação da metodologia “FMEA – Failure Mode and Effects
Analysis” - Análise do Modo e Efeitos de Falha – para contemplar conceitos
de proteção ao meio ambiente para sua aplicação no processo manutenção
industrial, com foco em uma produção mais limpa, principalmente impedindo
a quebra de máquinas que possam gerar impactos ambientais de qualquer
espécie ou então minimizar os efeitos no meio ambiente quando da
ocorrência de falhas. Com isso poderemos avaliar o processo manutenção
industrial, também sob a ótica de proteção ao meio ambiente, utilizando
a metodologia FMEA adaptada a esta nova realidade de desenvolvimento
sustentável.
Fonte: Brand (online).
10 Pós-Universo
Descrição Função(ões) Tipo de Falha Efeito de Falha Causa da Controles Índices Ações de Melhoria
do do produto Potencial Potencial Falha em Atuais Índices Atuais
Produto/ Potencial Ações Respon- Medidas
S O D R Recomen- sável/ Implan-
Processo S O D R
dadas Prazo tadas
(0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) (14) (15) (16)
Produto/ Função e/ou Forma e modo Efeitos Causas e Medidas S O D R Ações Respon-
Processo característi- como as (consequências) condições Preventivas e E C E I recomen- sável
objeto de cas que características do tipo de que podem de detecção V O T S dadas para e Prazo
análise devem ser ou funções falha sobre o ser que já tenham E R E C a
atendidas podem deixar sistema e responsáveis sido tomadas R R C O diminuição
pelo de ser sobre o cliente. pelo tipo de e/ou são I Ê Ç S dos riscos
produto. atendidas. Ex.: vazamento falha em regularmente D N Ã
Ex.: Suportar Ex.: de ar, ruidoso, potencial. utilizadas nos A C O
o conjunto Rugoso desgaste Ex.: Erro de produtos/ D I
do eixo Trincado prematuro, etc montagem, processos E A
Desbalan- falta de da empresa
FLUXOGRAMA ceado lubrificação, Quais os
Que efeitos etc riscos
tem este tipo S prioritá-
de falha? rios?
Quais Como a Quais
Quem funções ou poderiam
está função ou ser as O R
característi-
sendo
analisado cas devem característica
pode não ser causas? Quais
ser atendi- medidas
? dos? cumprida? podem ser
Quais tomadas
medidas de D para
prevenção e atenuar
descoberta os riscos?
poderiam
ser tomadas
?
Figura 2. Definição dos termos (análise do tipo e efeito de falha) e fluxograma de preenchimento
do Formulário FMEA.
Fonte: Toledo (2013).
De acordo com a importância informada, é necessário observamos os requisitos para
a aplicação de uma metodologia FMEA.
•• Quarta etapa: aqui, serão discutidas as ações que deverão ser adotadas
para reduzir ou suprimir os problemas levantados na terceira etapa, a fim
de se buscar uma maior confiabilidade do processo e/ou produção.
12 Pós-Universo
•• Quinta etapa: esta é a última etapa e deve ser, sempre, levada em consideração
no momento em que se realizar alguma alteração ou otimização de um
processo e/ou produto, visto que serve de base de informação e, portanto,
após todas as mudanças realizadas, ele deverá ser alterado, facilitando futuras
modificações e análises pontuais da produção.
saiba mais
Limitações e abusos do FMEA
O FMEA é uma ferramenta extremamente eficiente se aplicada de maneira
correta. Porém observam-se na prática muitos FMEAs que não apresentam
resultados satisfatórios devido à extrapolação de seus limites pelos projetistas.
A eficácia da ferramenta está muito ligada à perícia do projetista, devido
ao fato de que os modos de falha precisam ser previstos por ele. Algumas
limitações do FMEA estão listadas abaixo:
• O FMEA não pode ser feito até que o projeto tenha progredido a certo
ponto em que os elementos do sistema tenham sido selecionados até
o nível que a análise deseja explorar
• Se o FMEA for executado muito tarde, ele pode não impactar o projeto
de modo eficaz e pode não garantir a confiabilidade do dispositivo.
• Frequentemente erros humanos e ambientes hostis são negligenciados.
• Os efeitos combinados de falhas coexistentes não são considerados.
• Se o sistema for muito complexo e a análise se estender até o nível de
subsistema (ou mais detalhado), o processo pode ser extremamente
tedioso e consumir muito tempo.
• Probabilidades de falhas podem ser difíceis de obter. Obter, aplicar e
interpretar esses dados a sistemas únicos introduz incertezas que são
difíceis de avaliar. Além disso, a maioria dos sistemas se degrada ao
decorrer do tempo, portanto possuem status múltiplos.
• FMEA não analisa perigos ou problemas quando o sistema está operando
devidamente.
Pós-Universo 13
Segundo Mello (2011, p. 139), apesar de não ser de difícil realização, a FMEA é, muitas
vezes, tida como burocrática e trabalhosa, além de cara, pois se estima uma mobilização
considerável de recursos humanos e tempo para sua implementação. Entretanto
vale lembrar que recursos gastos com a aplicação desta ferramenta são facilmente
recuperados quando se previne a falha do processo ou produto se reduzem e, com
isso, reduzem os custos de produção.
reflita
Para um bom funcionamento da metodologia FMEA, o ideal é que deveriam
ser listados apenas falhas específicas (ex.: operador falha ao instalar uma
junta de vedação). Já as frases ambíguas e genéricas (ex.: erro do operador,
mal funcionamento da máquina) deveriam ser evitadas.
Fonte: Adaptado de Moura (online).
QFD – Desdobramento
da Função Qualidade
Segundo AKAO (1990), o desdobramento da função qualidade, o QFD, do inglês
“Quality Funcion Deployment”, é a conversão dos requisitos do consumidor em
características de qualidade do produto e o desenvolvimento da qualidade de projeto
para o produto acabado por meio de desdobramentos sistemáticos das relações entre
os requisitos do consumidor e as características do produto. Esses desdobramentos
iniciam-se com cada mecanismo e se estendem para cada componente ou processo.
A qualidade global do produto será formada por meio dessa rede de relações.
Segundo Lélis (2012, p. 90), é uma técnica muito útil quando precisamos criar
um produto ou um serviço sem perder de vista os princípios da qualidade. O
desdobramento da função qualidade (QDF) é uma das técnicas mais importantes
no que diz respeito ao planejamento da qualidade, é utilizada durante a concepção
e o desenvolvimento do produto ou serviços, isto é, na engenharia da qualidade.
Pós-Universo 15
Antes, vamos definir o que é essa função qualidade. De acordo com Juran e
Gryna (1991, p.16) a “função qualidade é conjunto das atividades através das quais
atingimos a adequação ao uso, não importando em que parte da organização essas
atividades são executadas”.
Portanto, para que este método seja aplicado, é importante sabermos que a
criação de um produto até a sua comercialização, é precedida de um estudo prévio,
iniciando-se na fase conceitual do produto, das necessidades do mercado em termos
de soluções ou comodidades que esse produto/serviço pode proporcionar.
Essa fase é onde o método QFD pode começar a ser utilizado, aplicando-se o
Desdobramento de cena, apresentado na Figura 3, que visa indagar tudo que está
relacionado ao produto em destaque.
Desdobramento de Cena
Pesquisa de Mercado
Voz do Cliente
Porque o cliente
fez esta exigência?
Itens Exigidos
(verdadeiras exigências) Desdobramento de cena
Quem, Onde, Quando,
O que, Como, Imagina se...
É importante notar que o conceito apresentado por Juran e Gryna (1991, p.16), gira
em torno da adequação do uso, ou seja, na satisfação das necessidades e desejos dos
clientes. Portanto, podemos afirmar que o desdobramento da função qualidade está
diretamente relacionado com o produzir algo adequado às necessidades do cliente
(MELLO, 2011, p. 132). E isso só podemos fazer quando sabemos o que se passa pela
cabeça do consumidor. Compreendemos, assim, que os clientes expressam suas
opiniões de diversas formas acerca dos produtos que consomem e dos serviços
dos quais são usuários. E ainda vão além, muitas vezes, exprimindo seus desejos e
necessidades acerca de produtos.
16 Pós-Universo
Matriz de correlação
entre as características
técnicas do produto
Análise
Características concorrência
técnicas do produto
Grau importância
Concorrente A
Prod. empresa
Concorrente B
Como
Requisitos
dos clientes
Matriz de
relacionamento
em L
Avaliação
O quê
competitiva
técnica
Quantificação
das características Quanto Importância atribuída
técnicas pelos clientes a
Empresa
Avaliação cada requisito
Concorrência A
competitiva
do cliente Concorrência B
““
a) requisitos do cliente: “o que é”, significa a espera do cliente, devem ser
colocados nestas linhas os requisitos dos clientes.
*
“Comos” versus “Comos” *
“Comos”
Fortemente Positivo
A = Concorrente A
B = Concorrente B
Positivo
Exigência de memória
Conformidade ao R-3
Negativo
Importância para
os consumidores
5 = Máximo
1 = Mínimo
Fortemente Negativo
Compatibilidade
Disponibilidade
X = Nós
“Quês” versus “Comos”
com Intranet
Relações fortes 9
Data-base
Interfaces
Senha x2
Relações médias 3
Firewalls
O QFD foi definido com maiores propriedades a partir do estudo de Yoji Akao, o qual
proporcionou o desenvolvimento de uma série de versões dessa metodologia, porém,
para o nosso estudo, será citado, apenas, quatro dessas versões, com o intuito de se
qualificar a metodologia.
Além do QFD das Quatro Fases, tivemos também:
•• QFD-Estendido, derivado do QFD das Quatro Fases criado por Don Clausing.
•• Matriz das Matrizes derivada das Quatro ênfases, desenvolvida por Bob King.
Porém, para que se obtenha sucesso em sua aplicação, algumas regras básicas deverão
ser levadas em consideração como, por exemplo:
•• Quantificação.
fatos e dados
Método QFD como Ferramenta para Desenvolvimento Conceitual de
Produtos de Madeiras da Amazônia
O Brasil possui uma das maiores reservas de florestas tropicais do mundo,
com 280 milhões de hectares. Respondendo por mais de 30% do estoque
de carbono existente na vegetação no mundo, as reservas de madeira da
floresta Amazônica estão estimadas hoje em cerca de 50 bilhões de m3,
sendo 30% possível de serem comercializadas de forma racional, o que
representa aproximadamente 50% do estoque de madeira tropical existente
no mundo (REMADE, 2000).
Fonte: Filho et al. (online).
20 Pós-Universo
PDCA e MASP
O MASP – Método de Análise e Solução de Problemas -, de acordo com Mello (2011,
p. 92), é formado por alguns passos que ajudam a colocar ordem na casa. Enquanto o
ciclo PDCA (Plan – Do – Check – Act) é um esquema que tem por objetivo melhorar
constantemente o desempenho de uma empresa, formado por quatro etapas: 1)
Plan (planejar), 2) Do (executar), 3) Check (checar) e 4) Act (ação), ou seja, a empresa
planeja suas atividades, executa, checa se tudo certo e parte para ação novamente,
quando se chega à última etapa, na ação, checa-se tudo novamente, e é preciso
começar tudo de novo, sempre visando à melhoria contínua, voltando para etapa do
planejamento. Afinal, o PDCA tem a ideia que a empresa nunca pare de revisar suas
atividades, e que deve fazer parte da rotina de todos os colaboradores da empresa,
desde o operador de máquinas até o diretor executivo.
Pós-Universo 21
Pelo Quadro 4, fica evidenciado que o MASP apresenta uma maior complexidade em
termos de ação e, por ele, estaremos dando início ao nosso estudo.
Nesse momento, você deve estar se perguntando, o que o PDCA tem haver com
o MASP? Da mesma forma que o ciclo do PDCA, a análise de problemas deve ser
conhecida por todas as pessoas da empresa, aliás, o ideal é que o PDCA e o MASP
sejam utilizados em conjunto. Já sabemos o que o MASP e o PDCA têm em comum,
agora, vamos detalhar o passo a passo o que forma o MASP, segundo Falconi Campos
(2004, p. 237):
““
1) Identificação do problema: tem por objetivo identificar claramente o
problema que necessita-se resolver.
PLAN
ACT DO
CHECK
saiba mais
O PDCA, também conhecido como Ciclo de Shewhart ou Ciclo de Deming,
é uma ferramenta de gestão muito utilizada pelas empresas do mundo todo.
Este sistema foi concebido por Walter A. Shewhart e amplamente divulgado
por Willian E. Deming com foco na melhoria contínua.
Fonte: Periard (online).
24 Pós-Universo
Essas fases Plan, Do, Check e Act, podem ser definidas de acordo com Neves (2007),
como:
““
1 - Plan (P) – Planejamento - é a fase em que o plano é traçado. Nessa etapa,
é definido os objetivos e as metas para serem atingidas, os planos de controle
e os padrões a serem cumpridos.
reflita
Ambos os métodos, PDCA e MASP, podem ser utilizados e aplicados em
qualquer área da organização para criar alternativas, solucionar problemas,
ajudar a tomada de decisão dos gestores, e melhorar os processos e o padrão
existentes (ENAP, 2009, p. 54).
Fonte: ENAP (2009, p. 54).
Pós-Universo 25
fatos e dados
Evolução do método científico até o método PDCA:
Como se pode observar o PDCA é oriundo de técnicas mais remotas, como
as que utilizavam conceitos filosóficos para a ciência e, posteriormente,
utilizando-se de conceitos com o intuito de melhorar os processos.
Introdução ao Método Científico Integração do Método Científico
Filosofia da Ciência à Ciência do Aperfeiçoamento
Aprendizagem
Indutiva
Francis Bacon Como Pensamos Ciclo de Shewhart
1620 John Dewey Shewhart
1933 1939
PDCA PDCA
QC Japonês TQC Japonês
1951 1962
quadro resumo
A Figura 7 representa o Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act), traduzindo para o
português: planejar, fazer, checar e agir, que consiste em 8 etapas. A primeira
é a etapa do planejamento que vai da numeração 1 até 4: identificação do
problema, observação, análise do processo, plano de ação, seguida segunda
etapa que consiste em fazer: número 5, que significa a ação, ou seja, a
realização ou execução da atividade e/ou tarefa. A próxima etapa consiste
no número 6, na verificação, ou seja, na observação e análise dos resultados
das ações anteriores. Enfim, a etapa de melhoria contínua, numerações 7 e
8, consiste na padronização e conclusão, respectivamente.
C D
6 5
AÇÃO
VERIFICAÇÃO
saiba mais
Uso do PDCA para uma empresa de energia
Os funcionários da empresa de energia trabalham em equipes, portanto, o
desempenho organizacional resulta diretamente do desempenho coletivo
e integrado de todos. Nesse cenário, a empresa implantou o indicador de
equipe para avaliar o desempenho nas tarefas realizadas, como forma de
acompanhamento da qualidade do processo. O processo de leitura e entrega
é composto por 10 equipes com dois ou três leituristas e entregadores, e
as equipes são formadas de acordo com o local e quantidade de clientes,
mantendo um equilíbrio.
28 Pós-Universo
O objetivo é que as equipes tenham o menor índice nesses itens, pois são
fatores que influenciam negativamente para o processo. As equipes com
maiores índices são analisadas, verificando-se o que ocasionou a situação. É
o caso da equipe 7, que teve o pior resultado, devido ao alto índice de hora
extra realizado, que foi um fator relevante para sua classificação.
A reunião de PDCA, realizada todo início do mês, traz o feedback do que foi
feito durante o mês anterior e apresenta o indicador com o resultado do
desempenho das equipes. Na ocasião, são expostas as metas que a empresa
precisa cumprir até o final do ano e a situação em que se encontra. A partir
dos resultados, estratégias são criadas para melhorar o processo, como, por
exemplo, o projeto de maximizar a entrega dos reavisos, que estava em fase
de teste no mês de setembro e fará parte dos indicadores de desempenho
nos próximos meses. A metodologia PDCA favoreceu o desempenho das
equipes, que estão cada vez melhores e neste caso se manter esse nível, as
metas certamente serão cumpridas.
Fonte: adaptado de Ciribeli et al. (online).
Pós-Universo 29
5 S’s
A metodologia 5S surgiu, no Japão, após um momento delicado de sua economia
e com grandes problemas em relação às condições básicas do povo. O cenário
encontrado era de falta de recursos, equipamentos, moradia e, principalmente, recursos
financeiros. Convivendo com essa situação, por volta de 1950, Kaoru Ishikawa, em
um período que o Japão tentava se reerguer da derrota sofrida na Segunda Grande
Guerra e as indústrias japonesas tinham a necessidade de se inserirem no mercado
com produtos com preço e qualidade capazes de competir na Europa e Estados
Unidos (RIBEIRO, 2006).
Várias empresas em todo mundo desejavam conhecer as ferramentas gerenciais
usadas para justificar os ganhos de produtividade. As organizações japonesas eram
unânimes em dizer que o 5S é a base física e comportamental para o sucesso das
demais ferramentas.
30 Pós-Universo
Ribeiro (2006) afirma que o 5S tem sido uma maneira prática para a disseminação
da sensibilização sobre a gestão da qualidade e a gestão ambiental dentro das
organizações, haja vista que ensina bons hábitos, a eliminação de desperdícios e
perdas, além disso, tem por intuito manter a organização limpa e zelar pelo local de
trabalho para alcançar motivação, segurança, qualidade e produtividade. Tem por
ações iniciais: classificar, ordenar e limpar. Essas práticas promovem uma diferença
grande no ambiente de trabalho e trazem ótimas consequências.
Em relação à técnica 5S, ela, basicamente, compreendia normas e metas para
aumentar o espirito motivacional dos funcionários e, também, a melhoria do ambiente
de trabalho como um todo. Seu conceito partiu da elaboração de cinco etapas,
caracterizadas por cinco palavras japonesas que se iniciam com a letra “S” na conversão
aproximada do idioma japonês para o idioma inglês.
Na língua portuguesa, não foi possível a tradução seguindo o modelo da conversão
para o inglês, dessa forma, utilizou a palavra “senso de” com o intuito de ser um termo
que mantivesse, dentro dos padrões possíveis, o significado das palavras originais.
Essa tradução pode ser visualizada por meio do Quadro 5.
De acordo com o Quadro 5, podemos observar que o primeiro senso desse modelo é
o Seiri, que é o senso de utilização, de organização, que busca a organização pessoal,
separando-se objetivos vitais que devem ser conservados dos objetos que não serão
utilizados e que, portanto, podem ser descartados (não necessariamente eliminados)
(LÉLIS, 2012, p. 102).
É importante salientar que esse senso não abrange apenas questões materiais,
também estão inclusos ações e até sentimentos, como, por exemplo, quando nos
sentimos mal ou depressivos e, muitas vezes, não nos damos conta das razões que
nos levaram a nos sentirmos assim.
O segundo senso é o Seiton, que consiste no senso de arrumação, que trata
da parte dos objetos que apresentam um valor expressivo e, por isso, devem ser
guardados em seus lugares respectivos (LÉLIS, 2012, p. 103).
O terceiro senso é o Seiso, que significa o sentido da limpeza, ou seja, remover
o que não é mais útil, descartando o lixo, evitando a poluição do meio em que está
localizado (LÉLIS, 2012, p. 104).
O quarto senso é o Seiketsu, que está relacionado ao comportamento, valores e
práticas favoráveis à saúde física, mental e ambiental (LÉLIS, 2012, p. 105).
O quinto e último senso é o Shitsuke, que trata da forma como cada pessoa pode
se autogerenciar, ou seja, senso da disciplina, de cuidar de si mesma, promovendo
a total integração com o ambiente, levando sempre em consideração as complexas
relações entre pessoas e o seu meio de forma sustentável, possibilitando, dessa forma,
uma vida mais saudável (LÉLIS, 2012, p. 105).
De posse dessas informações, a implantação da metodologia 5S busca promover
o uso eficiente e eficaz de recursos, a integração saudável com as pessoas e o meio
ambiente, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e organizacional como um
todo.
32 Pós-Universo
fatos e dados
De acordo com estudos junto a entidades que acompanham as empresas,
como o Sebrae, muitas empresas dão o primeiro passo para a Qualidade
Total implantando o programa 5S em sua empresa, de forma que enfatizam
a importância de se ter um ambiente de trabalho limpo e bem organizado.
Fica claro que é mais difícil diagnosticar os problemas da empresa sem que
ela esteja em boas condições, ou seja, sem a limpeza e a organização de
nada valerão as outras campanhas e programas propostos para melhorar
as condições de trabalho e criar produtos e serviços diferenciados. Para
manter este ritmo, com precisão, organização, limpeza, autodisciplina e
saúde, a implementação dos 5S’s orienta toda organização para a cultura
desses valores essenciais.
Fonte: adaptado de Sebrae (online).
atividades de estudo
2. O FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) é um método de análise que consiste
na identificação de eventuais falhas e determinar seus efeitos sobre um sistema,
seja ele um produto ou um processo. Essa metodologia possui um procedimento
de priorização dos eventos que leva em consideração três variáveis: ocorrência,
severidade, e detecção. Diante desse contexto, sobre o FMEA, é correto afirmar que:
a) Paladini.
b) Cheng.
c) Yoji Akao.
d) Ernest Young.
e) Walter Shwhart.
atividades de estudo
5. Qual das etapas abaixo é responsável pela verificação dos resultados em uma
metodologia PDCA?
a) ACT.
b) CHECK.
c) DO.
d) FOR.
e) PLAN.
a) Primeira.
b) Quinta.
c) Terceira.
d) Quarta.
e) Segunda.
atividades de estudo
I) Limpeza do ambiente.
II) Escolarização.
III) Boas relações humanas.
IV) Cuidados pessoais.
V) Sustentabilidade.
8. A busca por ferramentas que possam fazer diferença nos requesitos qualidade,
produtividade e economia são cada vez mais necessárias para garantir competitividade.
Em busca disso, tem-se difundido uma ferramenta conhecida como o programa 5S.
Diante desse contexto, assinale a alternativa que contenha os passos da metodologia
5S (traduzido):
Outra metodologia descrita no decorrer desta unidade foi o QFD, que trata, em sua essência, de
proporcionar uma melhora contínua de todos os processos, sempre em busca da satisfação do
cliente. Essa metodologia ainda auxilia no processo de criação de uma base de conhecimento para
futuras implantações e modificações, caso se entenda necessárias. Já em relação ao MASP, busca
os resultados expressivos em termos de aplicação de soluções e ações no contexto de solução
de problemas nos processos, sendo que ela trata as causas com foco em análises estatísticas e
conceituais, a fim de se obter um produto final com características livres de problemas (caso ideal).
O PDCA, do inglês P (Plan - Planejar), D (Do – Fazer), C (Check – Controlar) e A (Act – Agir) ou Ciclo
de Deming, busca atingir as expectativas e aspirações dos clientes, levando, para isso, a busca do
padrão de satisfação dele.
Por fim, a técnica 5S, surgida no Japão pós Segunda Guerra Mundial - que consumiu grandes somas
de dinheiro para mantê-la - foi capaz de servir como base para um importante renascimento da
economia japonesa levando o país, novamente, a uma situação estável e importante dentro do
cenário mundial.
Caro(a) Aluno(a),
Lembrando sempre que, para que ocorra a qualidade a contento, é necessário que as
organizações monitorem constantemente seus processos produtivos, haja vista que nunca
se atinge o ápice da produção em termos de ausência de falhas.
Dessa forma, é possível garantir que sua sobrevivência em um mercado cada vez mais
concorrido ocorra de forma natural e bem sucedida, estando ela preparada para possíveis
flutuações do mercado e também novas concorrências de mercados internos e externos.
material complementar
Na Web
Para saber mais sobre a aplicação da Metodologia 5 S’s, acesse o conteúdo disponível em:
<http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/metodologia-do-
programa-5s/63805/>. Acesso em: 23 ago. 2015.
Para saber mais sobre Kaoru Ishikawa e suas contribuições para a área da qualidade, acesse o
conteúdo disponível em: <http://asq.org/about-asq/who-we-are/bio_ishikawa.html>. Acesso
em: 23 ago. 2015.
referências
BRAND, F. A.; et al. Avaliação da Metodologia FMEA Como Ferramenta Para Reduzir Impactos
Ambientais no Processo Industrial. Rev. Elet. em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. (10),
n. 10, p. 2081-2090, jan. – abr., 2013. Disponível em: <http://cascavel.cpd.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/
index.php/reget/article/download/7447/pdf>. Acesso em: 06 ago. 2014.
BEZERRA, F. Ciclo PDCA – Conceito e Aplicação (guia geral). Portal Administração. Disponível
em: < http://www.portal-administracao.com/2014/08/ciclo-pdca-conceito-e-aplicacao.html>.
Acesso em: 25 ago. 2015.
CANOSSA, SERGIO MASP - Método de Análise e Solução de Problemas. 1ª ed. São Paulo: Sercan
Materiais Didáticos, 2010.
FALCONI CAMPOS, V. Padronização de empresas. Nova Lima: INGD Tecnologia e Serviços Ltda,
2004.
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Desenvolvimento da Amazônia. Acta Amaz., vol.40, no.4, Manaus, dez. 2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-59672010000400006>. Acesso
em: 06 ago. 2014.
referências
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de problemas de qualidade. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2006,
Fortaleza. Anais eletrônicos. Fortaleza, 2006. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/
ENEGEP2006_TR470319_8411.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2013.
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PALADY, P. FMEA – Análise dos modos de falhas e efeitos Prevendo e prevenindo problemas antes
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Effect-Analysis>. Acesso em: 20 ago. 2015.
TOLEDO, JOSÉ CARLOS; AMARAL, DANIEL CAPALDO FMEA – Analise do tipo e Efeito da Falha
GEPEQ – Grupo de Estudos e Pesquisa em Qualidade
2. a) A metodologia FMEA pode ser descrita como sendo um processo elaborado a partir
da escolha de uma equipe de pessoas que será responsável por todas as observações
referentes a um processo, a uma produção, ou mesmo, a um produto, apontando e
testando todas as possibilidades que venham a apresentar o defeito e as possíveis
causas que esses defeitos podem levar.
4. c) Yoji Akao.
5. b) CHECK.
6. d) Quarta.