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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO

Bacharelado em Artes Visuais: Pintura, Gravura e Escultura

FABIO ESTEVES DE ROSA

RELATÓRIO:

“Crise? Oba, pode vir! Como se preparar para cenários de crise”

Relatório de palestra promovida por Di e Renato


Müller (Kafer Studio) referente à Semana de
Estudos Aplicados do curso de Bacharelado em
Artes Visuais do Centro Universitário Belas Artes de
São Paulo

São Paulo, 2020


1 RELATÓRIO

Este relatório é elaborado por Fabio Esteves De Rosa (RM: 18100761) da classe AT5BAV
para a Semana de Estudos Aplicados.

O posicionamento aqui apresentado refere-se à Live de Instagram promovida Di e Renato


Müller (Kafer Studio) em @roadrunner_75, no dia 13 de abril de 2020 às 19:00, intitulada
“Crise? Oba, pode vir! Como se preparar para cenários de crise”.

Edimaldia Müller é co-fundadora da Käfer ContentStudio, com dez anos de atuação na área
de Administração e mais de 12 anos na área de Comunicação. Renato Müller é co-fundador
da Käfer ContentStudio, Graduado em Jornalismo pela ECA-USP, com pós-graduação em
Comunicação Digital pelo Digicorp – ECA/USP, tem mais de 20 anos de atuação na área de
Comunicação.

Os sócios desenvolveram uma apresentação extremamente dinâmica, voltada para gestão em


situações de crise. Frisaram primeiramente no conceito de ‘crise’ (estado de incerteza),
indicando que não se pode lutar contra, mas preparar-se para ela, que estará presente em um
dado momento e afetará seriamente o mercado de trabalho.

Adiante, concentraram-se em cinco fatores em forma de dicas que nortearam a palestra


online: Obter (diferente de entregar) alta qualidade; conhecer o mercado de atuação;
desenvolver relações verdadeiras; ser útil e presente; ter planejamento financeiro. O centro da
discussão foi, portanto, a crise que estamos vivendo e o fato de que outras virão.

Os empresários atentam para o fato de que será sempre necessário (em todas as áreas de
atuação) obter alta qualidade (de materiais, conteúdo, ideias, relações interpessoais etc.) para
entregar alta qualidade. Para eles, a entrega de um serviço ou produto de qualidade é mais
importante do que retorno financeiro, pois com isso ganha-se notabilidade no mercado,
estabelece-se boas relações com agentes da área de atuação, que indicarão esta pessoa em um
futuro. Reiteram que estabelecer relações verdadeiras é a atividade mais importante para
qualquer profissional e desacreditam no conceito de Networking, o qual se baseia em buscar
relações puramente profissionais.

Acredito que vale para a discussão promovida pelos comunicadores, pensar na rede de
relações interpessoais a qual permeia, por exemplo, o mercado de arte. Maria Lucia Bueno et
al. comenta diante de sua pesquisa a respeito da construção de uma sociologia da arte,
segundo Raymonde Moulin (1989), citado por Maria Lucia Bueno et al. (2017):
“Raymonde Moulin realizou uma etnografia das galerias de arte e da rede complexa
de atores (marchands, colecionadores, críticos de arte, o Estado e os próprios
pintores) envolvidos no processo de comercialização da arte, que identificou como
um universo segmentado (arte moderna, arte contemporânea, arte antiga, pintura de
gênero etc.), no qual cada divisão apresenta uma história e uma dinâmica própria.
Dedicando um destaque especial ao mercado de arte moderna e contemporânea,
recorreu a entrevistas e ao exercício de observação do meio, para investigar processo
de construção dos valores artísticos, que a seu ver ocorreria na interseção entre a
dimensão simbólica e a econômica. Para Moulin, o desafio do sociólogo da arte
seria o de construir uma reflexão científica neste terreno insólito, operando entre
dois universos tão díspares, contrapondo elementos objetivos (preço) e subjetivos
(julgamento estético) (MOULIN, 1989 [1967]).”

Moulin, ainda no início da construção de uma sociologia propriamente ‘da’ arte, já olhava
para essa rede de relações que, de certa forma, regia e ainda rege o meio. Tanto os estudos de
Moulin, como os de Pierre Bourdieu ou Howard Becker nos anos 1970, demonstravam a
importância, ou se não, o requisito de participar do (BOURDIEU, 1974 citado por BUENO et
al., 2017) “habitus” da arte, e estabelecer estas relações, para estar “dentro” desse meio –
surgiram teorias a respeito do funcionamento do “mercado” da arte chamadas teoria do
campo da arte ou de mundo da arte.

Complexas que foram, as teorias desses sociólogos tentaram explicar, e ainda dão
embasamento ao estudo do sistema de arte. Fato é que, e não só no meio artístico, o bom
relacionamento com pessoas de maneira geral é requisito para qualquer atividade profissional.
A tecnologia pôde ampliar, na minha concepção, ainda mais essa necessidade, uma vez que
traz a possibilidade de indicar-se mais, de se ter informações mais rápidas, de poder achar e
contatar o bom profissional mais rapidamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BUENO, Maria Lucia et al.. Sociologia da Arte: notas sobre a construção de uma disciplina.
Brasil: Revista Brasileira de Sociologia. 2017. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.20336/rbs.233>. Acesso em: 13 de abril de 2020.

MÜLLER, Edimaldia; MÜLLER, Renato. Live: Crise? Oba, pode vir! Como se preparar para
cenários de crise. Instagram: @roadrunner_75. Disponível em:
<https://www.instagram.com/roadrunner_75/>. Acesso em: 13 de abril de 2020.

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