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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO

Bacharelado em Artes Visuais: Pintura, Gravura e Escultura

FABIO ESTEVES DE ROSA

RELATÓRIO:

“Impressões: Feira Internacional de Arte – ARCO Madrid 2020”

Relatório de palestra promovida pelo Prof. Dr. Ro-


berto Bertani referente à Semana de Estudos Aplica-
dos do curso de Bacharelado em Artes Visuais do
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

São Paulo, 2020


1 RELATÓRIO

Este relatório é elaborado por Fabio Esteves De Rosa (RM: 18100761) da classe AT5BAV para
a Semana de Estudos Aplicados.

O posicionamento aqui apresentado refere-se à Live de Instagram promovida Roberto Bertani


em @robertobertani_, no dia 14 de abril de 2020 às 14:30, intitulada “Impressões: Feira Inter-
nacional de Arte – ARCO Madrid 2020”.

Roberto Bertani é bacharel em Desenho Industrial pela Faculdade Armando Álvares Pen-
teado, Especialista em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade
de São Paulo, Mestre em Artes Visuais pela Universidade Estadual Paulista e Doutor em
Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é Diretor
Geral na empresa Gabinete de Cultura - RBV3B Comunicação e Eventos Ltda. Foi Diretor
Executivo do Instituto de Cultura Contemporânea, Superintendente Geral e Curador Ar-
tístico da Fundação José e Paulina Nemirovsky, Diretor Executivo do Instituto de Arte Con-
temporânea, e Diretor Executivo da Fundação Estudar. É o Coordenador do curso de Pós-
Graduação em Arte e Mercado, e do Bacharelado em Artes Visuais do Centro Universitário
Belas Artes de São Paulo, Professor Titular da graduação e pós-graduação da Faculdade
Armando Álvares Penteado. É membro do ICOM - International Council of Museums.

A feira de arte ARCO Madrid existe desde 1987 na cidade de Madrid na Espanha. Este
edição de 2020 contou com mais de 93 mil visitantes, mais de 1.350 artistas, mais de 500
colecionadores e profissionais de arte convidados, 209 galerias de 30 países.

O palestrante Roberto Bertani trouxe um pouco de suas impressões pessoais a respeito da 39ª
edição da feira, além de uma visão segundo sua pesquisa acadêmica sobre o marcado de arte.
A análise realizada englobou uma relação entre diversas feiras internacionais. Bertani, logo no
começo da apresentação indica um parâmetro fundamental sobre este mercado: as feiras de arte
todas costumam retroalimentar as novas edições com mais e mais obras similares, no que diz
respeito a linguagens, materiais utilizados e até discursos sobre os trabalhos.

Portanto, o que estava sendo exibido nesta feira? Segundo Bertani (2020), trabalhos similares
ao que já é exibido todos os anos em qualquer grande feira de arte internacional. Poucas são as
novidades. Muitas vezes, as galerias se veem destituídas de poder trazer algo inovador, pois os
stands devem, primeiramente, trazer aquilo que tem maior vendagem. A cara das novas edições
das feiras, então, deve seguir quase que um “protocolo”, podendo assim apresentar aquilo que
os colecionadores costumam apreciar, dar valor.
Os esforços financeiros e risco, no que diz respeito à imagem, das galerias nessas feiras é algo
a ser levado em conta. Muito embora, devemos nos lembrar que também é de encargo destas
instituições (galerias) trazer a novidade para o mercado. O sistema de arte, segundo Pierre Bour-
dieu, é de difícil mudança. Ele opera de maneira tão complexa quanto o mais complexo dos
sistemas sociais, por exercer-se como uma “sociedade dentro da sociedade” (BOURDIEU,
1974 citado por BUENO et al., 2017).

Vejo que, para haver uma mudança a respeito da qualidade das obras de arte contemporânea
presentes no mercado, é impossível que se cobre dos colecionadores. Quem consome arte, de
maneira geral, são agentes engajados já nesse habitus, o “gosto” é algo construído socialmente.
Nesse caso, discute-se o “gosto” em relação à arte nesse mercado específico, constituído pelas
galerias, que é diferente do “gosto” relacionado a uma exposição artística. Acredito que uma
mudança mais abrupta poderia partir das instituições que “fornecem”, que expõem e selecionam
esses artistas e essas obras para as feiras, as galerias de arte presentes. Sobre essa expectativa,
vale a mim destacar segundo Bourdieu (1974) citado por Bueno et al. (2017):
“Para Bourdieu, o campo é o espaço da anomia, da diferença, que se transforma (re-
voluções parciais) e se reproduz a partir dos conflitos, das lutas simbólicas, pelo con-
trole dos mecanismos internos de legitimação e consagração. Trata-se de uma esfera
restrita, uma sociedade dentro da sociedade, que opera com relativa autonomia, fun-
dada em regras próprias, cujo acesso é franqueado apenas aos que dominam o habi-
tus.”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BERTANI, Roberto. Live: Impressões: Feira Internacional de Arte – ARCO Madrid 2020. Ins-
tagram: @robertobertani_. Disponível em: <https://www.instagram.com/robertobertani_/>.
Acesso em: 14 de abril de 2020.

BUENO, Maria Lucia et al.. Sociologia da Arte: notas sobre a construção de uma disciplina.
Brasil: Revista Brasileira de Sociologia. 2017. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.20336/rbs.233>. Acesso em: 14 de abril de 2020.

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