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Trabalho de

História

Equipe:
JOÃO MARCELO

RENNER

FELIPE.A

CARLOS.D
O Cangaço foi um fenômeno do banditismo brasileiro ocorrido no nordeste do país em que os homens
do grupo vagavam pelas cidades em busca de justiça e vingança pela falta de emprego, alimento e cidadania
causando o desordenamento da rotina dos camponeses.[1][2] Um dos principais líderes do cangaço foi o
"Capitão" Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), cujo título fictício de capitão surgiu de uma promessa não
cumprida do governo do Ceará de integrar o seu bando aos batalhões patrióticos da Guarda Nacional caso
Lampião e seus homens conseguissem deter o avanço da coluna Prestes na cidade de Juazeiro do Norte.[3] O termo
cangaço vem da palavra canga (peça de madeira usada para prender junta de bois a carro ou arado; jugo).

Origem da palavra
Por volta de 1834, o termo cangaceiro já foi usado para se referir a bandos de camponeses pobres que
habitavam os desertos do nordeste, vestindo roupas de couro e chapéus, carregando carabinas, revólveres,
espingardas e facas longas estreitas conhecidos como peixeiras .
"Cangaceiro" era uma expressão pejorativa, ou seja, uma pessoa que não podia adaptar-se ao estilo de vida
costeira.
Por esta altura naquela região, havia dois principais grupos de bandidos armados frouxamente organizados:
os jagunços , mercenários que trabalhavam para quem pagou o seu preço, geralmente proprietários de terras
que queriam proteger ou expandir seus limites territoriais e também lidar com os trabalhadores rurais; e os
cangaceiros, "bandidos sociais", que tinham algum nível de apoio da população mais pobre: os bandidos
sustentando alguns comportamentos benéficos, como atos de caridade, a compra de bens por preços mais
altos e dando às partes livres ("Bailes"), e a população forneceu abrigo e as informações que os ajudou a
escapar das forças policiais, conhecidos como volantes , enviados pelo governo para detê-los.

Divisão
O Cangaço pode ser dividido em três subgrupos: os que prestavam serviços caracterizados para os
latifundiários; os "satisfatórios", expressão de poder dos grandes fazendeiros; e os cangaceiros independentes,
com características de banditismo.
Os cangaceiros conheciam bem a Caatinga, e por isso, era tão fácil fugir das autoridades. Estavam sempre
preparados para enfrentar todo o tipo de situação. Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais
com alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso.
O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, "Jesuíno
Brilhante", que agiu por volta de 1870, embora alguns historiadores atribuam a Lucas Evangelista o feito de ser
o primeiro a agregar um grupo característico de cangaço, nos arredores de Feira de Santana (em 1828), sendo
ele preso junto com a sua quadrilha em 28 de Janeiro de 1848 por provocar durante vinte anos assaltos contra
a população de Feira.[4] O último grupo cangaceiro famoso porém foi o de "Corisco" (Cristino Gomes da Silva
Cleto), que foi assassinado em 25 de maio de 1940.
O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, que também denominado o "Senhor do
Sertão" e "O Rei do Cangaço". Atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do
nordeste.
Por parte das autoridades, Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma doença que precisava ser cortada.
Para uma parte da população do sertão, ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso
da honra (semelhante ao que acontecia com o mexicano Pancho Villa).[5]
O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do então Presidente da República, Getúlio Vargas, de eliminar
todo e qualquer foco de desordem sobre o território nacional. O regime denominado Estado Novo incluiu
Lampião e seus cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros
que não se rendessem.
No dia 28 de julho de 1938, na localidade de Angicos, no estado de Sergipe, Lampião finalmente foi apanhado
em uma emboscada das autoridades, onde foi morto junto com sua mulher, Maria Bonita, e mais nove
cangaceiros.
Os cangaceiros foram degolados e suas cabeças colocadas em aguardente e cal, para conservá-las. Foram
expostas por todo o Nordeste e por onde eram levadas atraiam multidões.[6]
Este acontecimento veio a marcar o final do cangaço, pois, a partir da repercussão da morte de Virgulino, os
chefes dos outros bandos existentes na Nordeste vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem
mortos.
Lampião
O mais famoso cangaceiro de todos eles, o único que é frequentemente associado com toda a história
do cangaço, era um homem chamado Virgulino Ferreira da Silva, também conhecido como "Lampião" (de
acordo com seus companheiros, ele podia disparar tão rapidamente que era possível iluminar o lugar). Ele
começou sua vida criminosa ainda jovem, alegando uma vingança que nunca aconteceu.
Vagando Santa Brígida, no estado de Bahia , ele conheceu Maria Alia da Silva (também conhecida como Maria
de Déia), esposa do sapateiro Zé de Nenê. Mais tarde, ela seria mais conhecida como Sra. Lampião, Maria
Bonita.
Lampião foi morto pela policia em 1938, em uma região entre os limites do estado da Sergipe e Alagoas ,
quando um informante, Pedro de Cândida deu a sua localização à polícia. A ofensiva maciça e levou ao
derramamento de sangue no qual onze dos integrantes do bando foram mortos: Lampião, Maria Bonita, Luís
Pedro, Mergulhão, Enedina, Elétrico, Quinta-Feira, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela.

História do cangaço
Consta que o primeiro homem a agir como cangaceiro teria sido o Cabeleira, como era chamado José
Gomes. Nascido em 1751, em Glória do Goitá, cidade da zona da mata pernambucana, ele aterrorizou sua
região. Mas foi somente no final do século XIX que o cangaço ganhou força e prestígio, principalmente
com Antonio Silvino, Lampião e Corisco.
Entre meados do século XIX e início do século XX, o Nordeste do Brasil viveu momentos difíceis, aterrorizado
por grupos de homens que espalhavam o terror por onde andavam. Eles eram os cangaceiros, bandidos que
abraçaram a vida nômade e irregular de malfeitores por motivos diversos. Alguns deles foram impelidos pelo
despotismo das mulheres poderosas.
Lucas da Feira, ou Lucas Evangelista, agiu na região da cidade baiana de Feira de Santana entre 1828 e 1848.
Ele e seu bando de mais de 30 homens roubavam viajantes e estupravam mulheres. Foi enforcado em 1849.[6]
Os cangaceiros conseguiram dominar o sertão durante muito tempo, pois eram protegidos de coronéis, que se
utilizavam dos cangaceiros para cobrança de dívidas, entre outros serviços "sujos".
Um caso particular foi o de Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, que agiu no sudeste do Brasil, no início do
século XIX, tendo sido considerado justiceiro e honrado por uns e cangaceiro por outros.
No sertão, consolidou-se uma forma de relação entre os grandes proprietários e seus vaqueiros.
A base desta relação era a fidelidade dos vaqueiros aos fazendeiros. O vaqueiro se disponibilizava a defender
(de armas na mão) os interesses do patrão.
Como as rivalidades políticas eram grandes, havia muitos conflitos entre as poderosas famílias. E estas famílias
se cercavam de jagunços com o intuito de se defender, formando assim verdadeiros exércitos. Porém, chegou
o momento em que começaram a surgir os primeiros bandos armados, livres do controle dos fazendeiros.
Os coronéis tinham poder suficiente para impedir a ação dos cangaceiros.
O cangaceiro, um deles, em especial Lampião, tornou-se personagem do imaginário nacional, ora caracterizado
como uma espécie de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, ora caracterizado como uma
figura pré-revolucionária, que questionava e subvertia a ordem social de sua época e região.

Coiteiros
Coiteiros foram pessoas que ajudaram os cangaceiros, dando-lhes abrigo e comida. Eles fizeram isso
por muitas razões - que poderiam ser parentes de um cangaceiro, amigos, ex-vizinhos, ou simplesmente tinha
algum interesse em seu poder, ou estavam com medo deles.

Volantes e macacos
Os volantes eram pequenos grupos de soldados, cerca de 20 a 60, de todos os estados da federação
brasileira, formada pelo governo através das agências de aplicação da lei enviados para procurar e destruir os
cangaceiros. Os cangaceiros muitas vezes se referiam a eles como "macacos", por causa de seus uniformes
marrons e sua vontade de obedecer suas ordens. Alguns deles realizados modernas (na época) metralhadoras
Hotchkiss , armas que os cangaceiros rapidamente aprenderam a temer - mas estavam sempre dispostos a
roubar para seu próprio uso.
Estilo cangaceiro
Os cangaceiros tinham noções muito específicas de como se comportar e se vestir. Primeiro de tudo, a
maioria deles sabia costurar muito bem. Vivendo nas terras semiáridas do nordeste do Brasil, tiveram que
sobreviver em meio a arbustos secos pontiagudos. Apesar do calor durante o dia, os cangaceiros preferiam
usar roupas de couro, enfeitadas com todos os tipos de fitas coloridas e peças de metal.
Eles também usaram luvas de couro com moedas e outras peças de metal costuradas por eles, quase como
uma armadura.
Por causa do forte calor e da ausência de água á disposição, alguns cangaceiros - especialmente Lampião -
usavam perfumes, inclusive caros, como o francês, muitas vezes roubados de casas das pessoas ricas e
usados em grandes quantidades.
Kit básico para o cangaço:

 Chapéu de couro com abas largas dobradas


 Munição (até 18 quilos) e armas (a mais comum era o rifle Winchester 44)
 Bolsa (capanga) com remédios, fumo e brilhantina
 Punhal
 Lenço para proteger boca e nariz contra a poeira
 Roupa resistente com mangas compridas contra o sol
 Cantil com água ou cachaça

Armas cangaceiro
As armas dos Cangaceiros eram principalmente revólveres, espingardas, e os famosos pára belo".
Alega-se que como macaco "belo" era outra gíria para os policiais. Assim, pistolas e rifles Winchester eram
chamados pára belo. No entanto, o nome parece ser na verdade uma derivação da expressão latina para
bellum que significa "preparar para a guerra" e foi usado em seguida para se referir a arma oficial utilizada pelas
tropas governamentais brasileiras e por alguns dos soldados responsáveis pela aplicação da lei. A
pistola Luger que foi produzida pela fabricante de armas alemã.
Eles também ficaram famosos por usarem uma faca fina, longa e bem afiada chamada " Peixeira ", uma faca de
limpeza de peixe, usada principalmente para torturar ou cortar as gargantas de suas vítimas.

Cangaço na cultura popular


Literatura de cordel
O cangaço é um dos principais temas mais explorados na literatura de cordel, onde o cangaceiro é
retratado como herói.[7] Literatura de Cordel é, como qualquer outra forma artística, uma manifestação cultural.
Por meio da escrita são transmitidas as cantigas, os poemas e as histórias do povo — pelo próprio povo. O
nome de Cordel teve origem em Portugal, onde os livretos, antigamente, eram expostos em cordéis, como
roupas no varal.

Fim do cangaço
O cangaço em sua forma de “banditismo” foi um dos últimos movimentos do Brasil de luta armada e de classe
pobre que dominou por um longo período de tempo o nordeste brasileiro. Virgulino Ferreira conhecido como
Lampião foi um dos maiores líderes da história dos movimentos armados independentes do Brasil.
Os cangaceiros atingiam tanto pessoas pobres como ricas, porém o espírito de liberdade e independência
demonstradas pelos integrantes desses grupos ao infligirem às normas da sociedade, iludiam e fascinavam os
demais habitantes das regiões do Sertão Nordestino. Muitos destes cangaceiros utilizavam dessa imagem de
instrumento de justiça social para justificar seus crimes.
A extinção desse fenômeno social foi consequência, sobretudo da mudança das condições sociais no país, das
perspectivas de uma vida melhor que se abria para a massa nordestina com a migração para Sul, e das
maiores facilidades de comunicação, entre outros fatores.
Os traficantes das grandes favelas brasileiras roubam e matam criando seus próprios protocolos e leis em seus
locais de dominância, característica semelhante à dos cangaceiros nordestinos. Foram os cangaceiros que
introduziram o sequestro em larga escala no Brasil. Faziam reféns em troca de dinheiro para financiar novos
crimes. Caso não recebessem o resgate, torturavam e matavam as vítimas, a tiro ou punhaladas. A extorsão
era outra fonte de renda. Essas características são evidentes nas favelas quando relacionadas às milícias. Os
cangaceiros corrompiam oficiais militares e autoridades civis, de quem recebiam armas e munição. Um arsenal
bélico sempre mais moderno e com maior poder de fogo que aquele utilizado pelas tropas que os combatiam.

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