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Documentos Técnicos

Ambientais
MATERIAL TEÓRICO
UNIDADE 4

Estruturação e
Componentes de
Documentos Técnicos
Ambientais
Autoria:
Profa. Ms. Ana Claudia Aoki Santarosa

Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade
na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas:

Seja original! Conserve seu


Procure manter contato Nunca plagie material e local
com seus colegas e tutores trabalhos. de estudos sempre
para trocar ideias! Isso organizados.
amplia a aprendizagem.

Não se esqueça
de se alimentar
Aproveite as e se manter
indicações hidratado.
de Material
Complementar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com Determine
as redes sociais. um horário fixo
para estudar.

Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer
parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um
dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que


uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca
de ideias e aprendizagem.
Unidade 4
Estruturação e Componentes de Documentos Técnicos Ambientais

Introdução
Um documento técnico ambiental é um documento
predominantemente de gênero textual, com diversas
tipologias (de pesquisa, de andamento, de projeto,
preliminar, parcial, final, mensal e anual, entre outros),
voltado ao meio ambiente e ao meio socioeconômico.
Geralmente, os detalhes dos estudos realizados e seus
respectivos resultados são divulgados no formato de
um relatório técnico, que consiste na exposição textual
(escrita) dos fatos observados mediante investigações e
levantamentos de dados, com explicações comprovadas.

Esta exposição de informações é, normalmente,


solicitada por uma Empresa, Fundação, Instituição ou
Órgão Governamental, e pode abordar um problema
específico ou diversas questões que, integradamente,
formam um tema mais abrangente. Em outras pala-
vras, um relatório técnico descreve o estado ou a situ-
ação de uma questão específica/científica.
Objetivos
Portanto, o relatório técnico deve considerar in-
formações suficientes para que o seu público leitor
• Este módulo tem por objetivo
trazer para o aluno informações possa compreender e analisar as conclusões ou as
sobre os elementos essenciais para recomendações oriundas dos dados apresentados. E
a elaboração de documentos téc-
para que haja uma qualidade minimamente aceitá-
nicos, baseado nos princípios da
Associação Brasileira de Normas vel de relatório técnico, além de linguagem formal e
Técnicas (ABNT), para atender um texto coerente, normalmente, segue-se um padrão
padrão mínimo de qualidade. de estrutura para um documento desse tipo, que é a
NBR 10719.

Essa norma especifica os princípios gerais e traz os


elementos básicos a serem plicados na elaboração e
na apresentação de Relatório Técnico e/ou Científico
e relaciona outras normas indispensáveis à aplicação
desse documento e que serão abordadas aqui, ao
longo desta Unidade.

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Estrutura
Basicamente, um relatório deve ser formado por sua parte interna e externa.
A parte externa é constituída pela capa e sua lombada, quando em formato
impresso. A parte interna é constituída pelos elementos pré-textuais, textuais e
pós-textuais (Figuras 1 e 2).

Segundo a NBR 10719, essas partes são formadas pelos seguintes itens:

• Parte externa:
• Capa (opcional)
• Lombada (opcional)
• Parte interna
• Elementos pré-textuais 

• Folha de rosto (obrigatório)


• Errata (opcional)
• Agradecimentos (opcional)
• Resumo na língua vernácula (obrigatório)
• Lista de ilustrações (opcional)
• Lista de tabelas (opcional)
• Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
• Lista de símbolos (opcional)
• Sumário (obrigatório)
• Elementos textuais
• Introdução (obrigatório)
• Desenvolvimento (obrigatório)
• Considerações finais (obrigatório)
• Elementos pós-textuais
• Referências (obrigatório)
• Glossário (opcional)
• Apêndice (opcional)
• Anexo (opcional)
• Índice (opcional)
• Formulário de identificação (opcional)

GLOSSÁRIO
Vernáculo: é o adjetivo que se dá a algo próprio de um país, de uma nação ou região.
Portanto, língua vernácula é a língua nacional, sendo utilizada sempre para designar
o idioma puro, utilizado tanto no falar, como no escrever, sem utilizar palavras de
idiomas estrangeiros.

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Figura 1 – Esquema de Ordenação dos Elementos


Pré-textuais componentes de um Relatório Técnico
Fonte: Acervo do Conteudista

Figura 2 – Esquema de Ordenação dos Elementos Textuais


e Pós-textuais componentes de um Relatório Técnico
Fonte: Acervo do Conteudista

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Conforme mencionado anteriormente, as capas são elementos opcionais e po-
dem contemplar informações como: nomes da Instituição executante e solicitante,
número do documento técnico, título, capítulo, local, data (ano), nomes dos auto-
res e imagens, entre outros (Figuras 3 e 4).

Figura 3 – Esquema de uma Capa comum, Figura 4 – Exemplo de Capa


com Informações de Identificação Básicas de Relatório Técnico
Fonte: Acervo do Conteudista Fonte: EPE, 2011

Já a lombada (também chamada de dorso) é a parte da capa que existe apenas


na versão impressa de um documento ou livro, e junta as margens internas ou
as dobras das folhas, as quais podem ser grampeadas, costuradas, coladas ou
unidas de outra forma (Figura 5).

Caso a lombada exista (pois ela também consiste em um elemento opcional),


a NBR 12225 indica que devem constar as seguintes informações:

I. Nome(s) do(s) autor(es), impresso de forma longitudinal e legível, inician-


do-se na parte superior e finalizando no sentido da parte inferior da lom-
bada, o que possibilita sua leitura quando o relatório/documento está com a
face voltada para cima; em alguns tipos de documentos técnicos é possível
encontrar, também, o(s) nome(s) impresso(s) na direção transversal;

II. Título do trabalho, impresso de forma equivalente à forma do(s) nome(s)


do(s) autor(es); em alguns tipos de documentos técnicos, é possível encon-
trar, também, o(s) nome(s) impressos na direção transversal;

III. Elementos alfanuméricos e gráficos de identificação, como volume, fascí-


culo, sigla, ano de publicação e logomarca/logotipo da Editora, entre outros.

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Figura 5 – Esquema das disposições das informações


apresentadas na Lombada de um Documento Técnico
Fonte: Acervo do Conteudista

Elementos Pré-Textuais
Folha ou Página de Rosto
Consiste em elemento obrigatório e deve apresentar as seguintes informações,
de preferência na ordem em que são mencionados:

• No anverso – Instituição executante e solicitante; título do projeto; título


do relatório/documento; subtítulo; volume em algarismo romano (quando
for o caso); código ou número de identificação; autor(es) (com indicação
de cargo/função, títulos, qualificação); local; ano;

• No verso – Equipe técnica componente (cargo/função, títulos, qualifica-


ção); dados de catalogação (nacionais ou internacionais).

Errata
Consiste em elemento opcional. Quando existente, o título “Errata” deve estar
centralizado e com a mesma fonte das seções primárias no texto e sem indicativo
de seção, segundo a NBR 6024. Esse elemento deve ser inserido logo após a folha de
rosto, contendo a referência do erro e a substituição do texto, na seguinte forma:

• Folha/Página do erro;
• Linha e/ou parágrafo do erro;
• Onde se lê (cópia integral do erro no texto), leia-se (forma correta).

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Agradecimentos
Elemento opcional, apresentado após a errata. É elaborado com texto livre,
elencando todos que contribuíram com o trabalho.

Exemplo de trecho de agradecimento de um documento técnico ambiental:

AGRADECIMENTOS
A Agência Nacional de Águas agradece a todos que contribuíram para este
documento, em especial:
• à CETESB, que com conhecimento, experiência e dedicação elaborou e
revisou essa obra e permitiu à ANA publicá-la para se tornar um docu-
mento técnico de referência nacional [...];
• ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) pelo apoio à im-
plementação do Programa Nacional de Avaliação de Qualidades das
Águas (PNQA), por meio da cooperação Técnica ATN/OC 11.888-BR;
• aos órgãos de meio ambiente e de recursos hídricos e às companhias
de saneamento estaduais e do Distrito Federal que se dedicaram a re-
visar esta obra e a contribuir com sugestões para seu aperfeiçoamento
durante a consulta técnica [...].
Fonte: CETESB (2011).

Resumo na Língua Vernácula


Elemento obrigatório, apresentado conforme a NBR 6028. O texto do resumo
apresenta entre 150 e 500 palavras e ressalta de maneira concisa elementos relevan-
tes do documento como o objetivo, o método, os principais resultados e a conclusão.

Listas de Ilustrações e Tabelas


São elementos opcionais no documento. Quando existentes, os títulos devem
ser centralizados, com a mesma fonte das seções primárias no texto e sem
indicativo de seção, segundo a NBR 6024 (Figura 6).

Pode ser uma lista única ou, ainda, uma lista para cada tipo, com os itens
ordenados a partir das aparições no texto, e contendo as seguintes informações:

• Tipo – Figura, gráfico e tabela, entre outros;


• Nº da figura, gráfico e tabela ou outro;
• Título da figura, gráfico e tabela ou outro;
• Indicação da página/folha em que se encontra no texto.

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Figura 6 – Modelo de Lista de Tabelas com as Informações


Básicas para Documentos Técnicos e Trabalhos Acadêmicos
Fonte: Acervo do Conteudista

Lista de Abreviaturas e Siglas


Consiste em elemento opcional. Quando existente, o título deve ser centra-
lizado, com a mesma fonte das seções primárias no texto e sem indicativo de
seção, segundo a NBR 6024. Deve ser elaborada em ordem alfabética das siglas e
abreviaturas (convencionais) com o respectivo nome por extenso, e estruturada
conforme a Figura 7:

Figura 7 – Modelo de lista de abreviaturas e siglas


para documentos técnicos e trabalhos acadêmicos
Fonte: Acervo do Conteudista

 Lista de Símbolos
Consiste em elemento opcional. Quando existente, o título deve ser centralizado,
com a mesma fonte das seções primárias no texto e, conforme a NBR 6024, não
deve apresentar indicativo de seção (Figura 8). Deve ser elaborada de acordo com
a ordem de aparição no texto, com o devido significado por extenso.

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Figura 8 – Modelo de Lista de Abreviaturas e Siglas para
Documentos Técnicos e Trabalhos Acadêmicos
Fonte: Acervo do Conteudista

Sumário
Elemento obrigatório, no qual são elencadas as partes que compõem o docu-
mento, na ordem em que aparecem ao longo do texto (Figura 9). Possui instrumen-
to normativo próprio, a NBR 6027. Vale lembrar que os elementos pré-textuais,
como folha de rosto, errata, resumo e listas não aparecem no sumário, somente os
textuais e pós-textuais.

Figura 9 – Modelo de Sumário para Documentos Técnicos e Trabalhos Acadêmicos


Fonte: Acervo do Conteudista

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Elementos Textuais
  Essa é a parte do relatório em que o assunto é propriamente apresentado
e desenvolvido. O seu conteúdo e a estrutura de apresentação podem variar de
acordo com a sua finalidade; portanto, não há norma para definir a nomenclatura
dos títulos dos elementos textuais, ficando a critério do autor.

Algumas das principais seções que são comumente encontradas nos textos
dos relatórios técnico ambientais são:

• Introdução – Seção de apresentação do trabalho, de contextualização e apre-


sentação do problema a ser tratado. Normalmente, são expostos também o
objetivo geral e os objetivos específicos;

• Métodos e técnicas – Seção de apresentação das formas pelas quais se


pretende (ou se pretendeu) atingir os objetivos propostos. Normalmente,
são explicitados os métodos e suas teorias, os equipamentos utilizados e o
cronograma de atividades, entre outros. 

• Resultados e discussões – Seção de apresentação dos resultados obtidos


por meio de textos objetivos, juntamente com elementos visuais como
gráficos, mapas, tabelas e quadros, entre outros. Nessa seção, são realizadas
as análises minuciosas sobre os dados e os resultados obtidos, incluindo
interpretação e correlação das informações adquiridas ao longo do projeto;

• Conclusões – Seção de apresentação das considerações finais do documento,


recapitulando objetivamente os resultados obtidos, e os comparando às
pretensões iniciais. Devem ser destacados os pontos que foram atingidos
com sucesso, assim como as questões que não foram completamente
resolvidas. Ainda nessa seção, podem ser indicadas algumas recomendações
e sugestões de trabalhos futuros, visando à contribuição para um contínuo
crescimento do conhecimento sobre o assunto, região de estudo e técnica
implementada, entre outros.

Ao longo de todo o documento, são recomendados, também, padrões de forma-


tação para a exposição dos textos e de seus conteúdos. A seguir, são sintetizadas as
principais normas consideradas, também, para os documentos técnicos ambientais:

• Formato – Tamanho da fonte 12 e tipo da fonte padrão para todo o relató-


rio. Textos componentes de fonte, legenda, notas e citações (trechos com
mais de 3 linhas), entre outros, podem ser usados em tamanho 9 ou 10 na
fonte padrão;

• Paginação – Paginação sequencial crescente em número arábico. Os núme-


ros devem ser exibidos desde a primeira página da parte textual, continu-
ando a sequência de numeração não aparente dos elementos pré-textuais;

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• Numeração progressiva e títulos das seções – O conteúdo textual deve
ser dividido de forma hierárquica, partindo do tema mais geral para o mais
específico, seguindo a NBR 6024;

• Citações e notas de rodapé – Tanto as citações quanto as notas de rodapé


(explicativas ou de referência) devem seguir a NBR 10520, prestando-se
atenção para que as formas adotadas no texto sejam iguais nas Referências
Bibliográficas. As citações podem ser diretas (transcritas com as palavras
do autor original da ideia) ou indiretas (baseadas nas ideias do autor ori-
ginal, mas transcritas em outras palavras).

Exemplo de citação direta com mais de três linhas:

De acordo com CETESB (2009, p. 22):

Pesticidas clorados como o DDT, BHC, Aldrin, Lindano, apresentam efeito


residual longo. A maioria dos compostos são hidrofóbicos, mas apresentam
alta solubilidade em hidrocarbonetos e gorduras. Os pesticidas organoclo-
rados apresentam baixa toxicidade aguda, porém apresentam problemas de
toxicidade crônica devido a sua capacidade de acumulação ao longo da ca-
deia alimentar e em tecidos biológicos, em testes com ratos foi observado
o desenvolvimento de tumores malignos no fígado. Atualmente o uso dos
organoclorados é proibido ou restrito devido à sua baixa taxa de degradação
no meio ambiente.

 Exemplo de citação direta com menos de três linhas:

Segundo Suguio (2003, p. 11): “Entre algumas das particularidades deste tre-
cho, que se inicia nas cercanias de Vitória (ES), tem-se o Planalto Atlântico
cujas rochas cristalinas pré-cambrianas alcançam a orla litorânea com grande
frequência e as lagunas costeiras.”

Fonte: elaborado pela própria autora.

Exemplo de citação indireta:

Segundo Oliveira et al. (1999), esse tipo de solo apresenta características es-
sencialmente arenosas, e é constituído predominantemente por quartzo.

Fonte: elaborado pela própria autora.

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Abreviaturas e Siglas
Em sua primeira aparição no texto, cada abreviatura e sigla deve estar entre
parênteses e precedida da expressão completa. Nas ocorrências seguintes, as si-
glas e/ou abreviaturas podem ser utilizadas diretamente, sem parênteses. Ainda
assim, todas as siglas e abreviaturas utilizadas ao longo do texto devem constar
da lista de siglas e abreviaturas nos elementos pré-textuais, tornando-a obriga-
tória para esse caso.

Exemplo de primeira aparição de sigla no texto:

Nesta seção, são integradas informações de pesquisas científicas, monitora-


mentos privados e, principalmente, de instituições relacionadas ao governo,
como a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), a Agência
Nacional de Águas (ANA) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), entre outros.

Fonte: elaborado pela própria autora.

Equações e Fórmulas
As equações e fórmulas devem ser apresentadas com destaque, indicando
numeração arábica sequencial entre parênteses, à direita da equação ou fórmula.

Exemplo de equação:

Para o cálculo da qualidade da água (IQA), utilizou-se a fórmula 1, de acordo


com CETESB (2009):

IAQ = ∏ i =1 q iwi
n
(1)

Onde:
• IQA - representa o Índice de Qualidade das Águas (valor entre 0 e 100);

• qi - representa a qualidade do i-ésimo parâmetro (valor entre 0 e 100);

• wi - representa o peso correspondente ao i-ésimo parâmetro (valor entre


0 e 1), atribuído em função da sua importância para a conformação global
de qualidade.

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Ilustrações e Tabelas
Todos os elementos visuais como gráfico, mapa, figura, foto, tabela e quadro
devem ser referenciados no texto, e de preferência em trechos próximos ao
referido elemento.

A identificação das ilustrações é feita da seguinte maneira:

• Na linha logo acima da ilustração/elemento: tipo de elemento visual (gráfico,


mapa, foto, desenho, quadro e tabela, entre outros); numeral arábico sequen-
cial; e o título do elemento em questão, posicionado de forma centralizada
sobre a ilustração/elemento;

• Na linha logo abaixo da ilustração/elemento: fonte consultada (referência


ou citação são obrigatórias); legenda e informações, pulando-se uma linha
para cada tipo de informação; fonte (letra) padrão e tamanho 9 ou 10.

 Exemplo de apresentação de Figura:

Figura 10 - Logotipo da ABNT

Exemplo de apresentação de tabela:

Tabela – Estimativa de vegetação suprimida na Mata Atlântica,


tendo como referência a área total do bioma de 1.103.961 km2.

Classe Até 2008 Até 2009


Vegetação suprimida 75,88% 75,90%
Vegetação remanescente 22,25% 22,23%
Corpos d’água 1,87% 1,87%
Fonte: MMA/IBAMA (2012)

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Elementos Pós-Textuais
Referências Bibliográficas
Uma Referência Bibliográfica é um conjunto de informações sobre uma obra
ou um trabalho escrito. Essas informações devem permitir claramente sua
identificação e normalmente contemplam as seguintes informações: título,
autor, ano, editora e local de publicação, entre outras.

Sempre que houver alguma citação, seja direta ou indireta, as Referências


Bibliográficas tornam-se obrigatórias e devem ser elaboradas de acordo com a
as normas constantes na NBR 6023.

Exemplos de apresentação de Referências Bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 518, de 25 de março de 2004. Estabe-


lece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá
outras providências. Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil,
Poder Executivo, Brasília, DF, 26 mar. 2004. Seção 1, p. 266-270.

GOUVELLO, C. de et al. Estudo de baixo carbono para o Brasil. Washington, DC:


Banco Mundial: Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, 2010.
Disponível em: <http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPOREXTN/
Resources/3817166-1276778791019/Relatorio_Principal_integra_Portugues.pdf>.
Acesso em: jun. 2017. 

ODUM, E. P. Fundamentos da ecologia. 3.ed. Lisboa: Fundação Calouste


Gulbenkian, 1979. 595 p.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Lei Estadual nº 9.866/97:


uma nova política de mananciais – Diretrizes e normas para a proteção e re-
cuperação das bacias hidrográficas dos mananciais de interesse regional do
Estado de São Paulo. São Paulo: SMA, 1997. 24p.

TUCCI, Carlos E. M. (Org.). Hidrologia: ciência e aplicação. 3.ed. Porto Alegre:


UFRGS: ABRH, 2004.

Fonte: Elaborado pela própria autora

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Glossário
 Consiste em elemento opcional e pode ser definido como a relação das palavras
ou termos técnicos de uso específico que foram citadas no texto, com o respectivo
significado. Quando existente, deve ser apresentado em ordem alfabética. O
termo Glossário deve ser centralizado, com a mesma fonte das seções primárias
no texto e sem indicativo de seção, segundo a NBR 6024.

Exemplo de trecho de glossário:

GLOSSÁRIO

Adsorção: aderência de moléculas sobre uma superfície mineral ou de partí-


culas sólidas por meio físicos, sem comportar interação química.

Água bruta: água que não passou por nenhum tipo de tratamento simplifica-
do ou convencional in natura, proveniente de rio, represa, lago, poço freático,
nascente, etc.

Água pluvial: água proveniente da precipitação atmosférica. O mesmo que


água meteórica e água de chuva.

Alóctone: o que não é originário da região.

Amostra simples/pontual: amostra coletada uma única vez, em um determi-


nado instante, constituída por uma única porção.

Amostragem em replicata: procedimento no qual duas ou mais amostras são


tomadas no mesmo ponto, de modo independente.

Autóctone: o que é originário no próprio local onde ocorre.

Dragagem: remoção de material sólido do fundo de um ambiente aquático.

Fonte: Adaptado de CETESB (2011)

Apêndice
Consiste em elemento opcional. Quando existente, deve ser identificado pelo
subtítulo “Apêndice” centralizado, em caixa alta, com a mesma fonte das seções
primárias no texto e sem indicativo de seção, segundo a NBR 6024, seguido da
letra maiúscula consecutiva (de A-Z para cada um), travessão e o título.

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 Exemplo de Apêndice:

APÊNDICE D – Índices de Qualidade das Águas

Introdução
Os índices e indicadores ambientais nasceram como resultado da crescente
preocupação social com os aspectos ambientais do desenvolvimento, processo
que requer um número elevado de informações em graus de complexidade
cada vez maiores. Por outro lado, os indicadores tornaram-se fundamentais
no processo decisório das políticas públicas e no acompanhamento de seus
efeitos. Essa dupla vertente apresenta-se como um desafio permanente de
gerar indicadores e índices que tratem um número cada vez maior de infor-
mações, de forma sistemática e acessível, para os tomadores de decisão. [...]

IQA – Índice de Qualidade das Águas


A partir de um estudo realizado em 1970 pela “National Sanitation Founda-
tion” dos Estados Unidos, a CETESB adaptou e desenvolveu o IQA – Índice
de Qualidade das Águas que incorpora nove variáveis consideradas relevantes
para a avaliação da qualidade das águas, tendo como determinante principal a
sua utilização para abastecimento público [...]

Fonte: CETESB (2016)

Anexo
Consiste em elemento opcional. Quando existente, deve ser identificado pelo
subtítulo “Anexo” centralizado, com a mesma fonte das seções primárias no
texto e sem indicativo de seção, segundo a NBR 6024, seguido da letra maiúscula
consecutiva (de A-Z para cada um), travessão e o título.

Exemplo de trecho de anexo:

 Anexo A – Municípios localizados no Bioma Mata Atlântica


e a área desmatada entre o período de 2008-2009

Área dos Municípios Desmatamento % de Desmatamento


Municípios UF no Bioma Mata nos municípios nos municípios
Atlântica do bioma no bioma

Jequitinhonha MG 3517,852 21,7966 0,62%


Eunápolis BA 1197,3332 4,8944 0,41%
Salinas MG 1831,8474 2,7228 0,15%
Tacuru MS 1783,9002 1,4246 0,08%
Cajamar SP 130,8897 1,1087 0,85%

Fonte: adaptado de MMA/IBAMA (2012)

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ATENÇÃO!
Segundo a norma NBR 14724, a diferença essencial entre estes dois tipos de mate-
riais suplementares ao documento principal é que o Apêndice é um texto ou docu-
mento elaborado pelo autor, a fim de complementar sua argumentação, e o Anexo
é um texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação,
comprovação e ilustração.

Índice
Segundo a NBR 6034 (ABNT, 2004, p. 1), é a “relação de palavras ou frases, or-
denadas segundo determinado critério, que localiza e remete para as informações
contidas num texto”. Consiste em elemento opcional. Quando existente, deve ser
apresentado conforme a norma acima citada. O termo “Índice” deve ser centrali-
zado, com a mesma fonte das seções primárias no texto e sem indicativo de seção.

Exemplo de trecho de Índice remissivo, que lista os tópicos e termos que são trata-
dos em um documento, juntamente com os números das páginas onde se encontram:

ÍNDICE REMISSIVO

A
Ação demarcatória vide terras indígenas
Ação Penal vide CP Dec.- Lei nº. 2.848/40, 102
Adene vide Agência de Desenvolvimento do Nordeste
B
Bacia hidrográfica vide recursos hídricos
Bem imaterial CRFB 1988, art.216, 43;
CRFB 1988, art. 231, 44
Bem imóvel da União
Legitimidade
CRFB 1988, art.20, 39;
CRFB 1988, Arts. 215-216, 43
C
Capacidade civil CC Lei nº. 10.406/02, art. 4º, 120;
Lei nº. 6.001/73 art. 9º, 47
Casa do Índio – Casai Portaria nº. 1.776/03, art. 106, 709
vide também Funasa
Causa indígena vide indigenismo, educação, saúde e seguridade social
Fonte: adaptado de Silva (2008)

ATENÇÃO!
Não confundir Índice com Sumário (elenca as partes que compõem o documento) e lista.

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Estruturação e Componentes de Documentos Técnicos Ambientais

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Para aprofundar seus conhecimentos, sugerimos:

  Livros
NBR 6029: Informação e Documentação – Livros e Folhetos – Apresentação
ABNT. NBR 6029: Informação e Documentação – Livros e Folhetos – Apresentação. 2. ed.
Rio de Janeiro, 2006.

Guia para Elaboração de Monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso


MARTINS, G. A. & LINTZ, A. Guia para Elaboração de Monografias e Trabalhos de Conclusão
De Curso. 2.ed. São Paulo: Atlas S.A., 2013.

Pesquisa Acadêmica: Como facilitar o Processo de Preparação de suas Etapas


RODRIGUES, R. M. Pesquisa Acadêmica: Como facilitar o processo de Preparação de suas
Etapas. São Paulo: Atlas S.A., 2007

  Leitura

Relatório Técnico para a Criação de Unidade de Conservação


Secretaria de Estado de Meio Ambiente (PARÁ). Relatório Técnico para a Criação de Unidade
de Conservação: Município de Monte Alegre. Belém: SEMA, 2013. 39p.
https://goo.gl/BA9b98

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Referências
ABNT. NBR 10719: Informação e documentação — Relatório técnico e/ou
científico — Apresentação. 3.ed. Rio de Janeiro, 2011.

______. NBR 10520: Informação e documentação – citações em documentos


– apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 12225: Informação e documentação – Lombada – apresentação.


2.ed. Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 14724: Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos –


apresentação. 3.ed. Rio de Janeiro, 2011.

______. NBR 6023: Informação e documentação – referências – elaboração.


Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 6024: Informação e documentação – numeração progressiva


das seções de um documento escrito – apresentação. 2.ed. Rio de Janeiro, 2012.

______. NBR 6027: Informação e documentação – sumário – apresentação.


2.ed. Rio de Janeiro, 2012.

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23
Unidade 4
Estruturação e Componentes de Documentos Técnicos Ambientais

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24
São Paulo
2017

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