Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila Estruturas de Contencao - PARTE - 1 PDF
Apostila Estruturas de Contencao - PARTE - 1 PDF
DA CONSTRUÇÃO CIVIL
DISCIPLINA: ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO
IFRN/NATAL
Introdução:
A realização de uma obra de fundações quase sempre envolve estruturas de
contenção. É freqüente a criação de subsolos para estacionamento em edifícios
urbanos, de contenções de cortes ou aterros, por muros de arrimo, para a criação de
plataformas; a instalação de dutos de utilidades em valas escoradas etc. Obras de
contenção do terreno estão presentes em projetos de estradas, de pontes, de
estabilização de encostas, de canalizações, de saneamento, de metrôs etc.
A contenção é feita pela introdução de uma armadura ou de elementos estruturais
compostos, que apresentam rigidez distinta daquela do terreno que conterá. O
carregamento da estrutura pelo terreno gera deslocamentos que por sua vez alteram o
carregamento, num processo interativo. Alguns preferem afirmar que o processo é
mais corretamente descrito como sendo de deslocamentos impostos, gerando
carregamentos decorrentes e não o contrário. De qualquer forma, contenções são
estruturas cujo projeto é condicionado por cargas que dependem de deslocamentos.
Apesar de isto ser um fato há muito reconhecido, ilustrado que foi pelos resultados
clássicos de Terzaghi (1934) de ensaios em modelos de muros de arrimo em areia a
prática corrente nem sempre demonstra este reconhecimento, como se discutirá
adiante. A seguir serão apresentados os principais tipos de estruturas de contenção,
suas características executivas e peculiaridades.
Classificação:
Provisória: As contenções provisórias são aquelas de caráter transitório, sendo
preferencialmente removidas quando cessada sua necessidade. Nelas, são
principalmente empregados três processos executivos:
Contenções de madeira;
Contenções com perfis cravados e de madeira;
Contenções com perfis metálicos justapostos.
Todos os três métodos resultam em contenções flexíveis, podendo ou não ser
escoradas.
Definitiva:
Algumas outras técnicas só são economicamente recomendáveis em contenções
definitivas, principalmente por não permitirem o reaproveitamento dos componentes
e materiais utilizados e por resultarem em contenções mais robustas ou pesadas.
Dentre elas destacaremos as estacas pranchas, muros de arrimo e parede de
diafragma.
Parede de Diafragma
Paredes Diafragma moldadas “in loco”
Introdução
A parede diafragma moldada “in loco” é um elemento de fundação e/ou contenção
moldada no solo, realizando no subsolo um muro vertical de concreto armado cuja
espessura pode variar entre 30 cm e 120 cm e profundidade de até 50 metros.
Este muro pode absorver empuxos, cargas axiais e momentos fletores, bem como ser
utilizado como elemento de fundação absorvendo cargas normais, podendo ser
executado com a presença ou não de lençol freático. Este tipo de fundação tem a
vantagem de se moldar a geometria do terreno, sua execução não causa vibrações
nem grandes descompressões no terreno podendo ser realizada muito próximo às
estruturas vizinhas existentes, sem ocasionar danos às mesmas.
O emprego das paredes diafragma é muito difundido devido a grande gama de
utilização. Podemos utilizar as paredes diafragma como contenção de subsolo para
construção de garagens subterrâneas, obras de canalização do leito de rios, cortinas
impermeáveis, paredes de trincheiras enterradas, estações do Metrô, execução de
túneis, construção de poços ou silos subterrâneos, dentre outras aplicações.
Vantagens do Emprego
A Lama de Escavação
Peso Bentonita
Cc = × 100 (em percentagem)
1000l água
Assim, para melhorar a condição de estabilidade da escavação, pode-se atuar nas duas
parcelas de tensões horizontais, a saber:
Tensão Resistente
- Aumentar a altura da coluna de lama. Elevando o topo da mureta guia em relação ao
nível do terreno.
- Aumentar a densidade lama. Adicionando na lama substâncias que aumentem a sua
densidade.
Tensões Atuantes
- Rebaixamento do nível do lençol freático. Altura mínima ideal 2,00 m entre topo do
nível da lama e o nível do lençol freático.
- Evitando sobrecargas sobre o terreno próximo a escavação.
No trecho próximo ao nível do terreno a ação estabilizadora da lama não é muito
eficaz devido a grande e constante variação do seu nível, bem como devido ao peso
dos equipamentos de escavação, por isto deve-se usar uma estrutura de concreto
armado para sustentação do solo - a mureta guia.
As medidas de resistência do gel indicam as propriedades tixotropicas de lama. A
pressão exercida pela lama é sempre maior do que a pressão exercida pela água em
qualquer profundidade da escavação, então a lama penetra nos vazios do solo, e na
medida em que a resistência a essa penetração aumenta a lama vai ficando em
repouso e vai adquirindo rigidez suficiente para a formação de uma película que
colmata às partículas do solo (cake) dando-lhes, assim, um aumento de resistência ao
cisalhamento.
Esta penetração não é necessariamente uniforme, dependendo do tipo de solo, do
índice de vazios, da viscosidade da lama e diferença de pressão entre a lama e a água
do solo. Isto representa um importante fato: o selo é formado dentro do solo e evita
também a perda de lama através do solo.
Tão logo, em poucos segundos, o “cake” é coberto por uma fina camada de partículas
de bentonita na superfície da escavação, chamado filme protetor e neste estágio
oferece completa resistência a futuras penetrações da lama no solo bem como melhor
distribui para o solo a pressão hidrostática exercida pela lama. A formação do filme
protetor é realizada por um processo eletro-osmótico.
Método executivo
Fabricação da lama
A lama é preparada numa instalação especial denominada central de lama.
A mistura é feita no misturador de alta turbulência. A bentonita apresenta um
inchamento muito acentuado quando na presença de água, por isto antes da utilização
da lama na escavação é necessário um período de pelo menos 12 horas para que seja
atingido o total inchamento da bentonita. Este tempo é chamado maturação. Durante
a maturação da lama, esta, deve ser mantida em agitação. A lama deve ir até o local da
escavação usando-se tubulações metálicas com engate rápido ou mangueiras de
plástico rígido.
Escavação
Utilizamos para a escavação uma ferramenta denominada Clam Shell, Figura 1. Essa
ferramenta pode executar paredes com espessura entre 30 cm e 1,2 metros. A largura
padrão de cada lamela é de 2,5 metros. O Clam Shell hidráulico guiado nos 6,0 metros
iniciais por haste Kelly, Figura 2.
Inicia-se a escavação por uma lamela primária de acordo com o projeto. Quando a
escavação atingir de 1,0 a 1,5 metros de profundidade inicia-se o bombeamento de
lama bentonítica para dentro da escavação a fim de estabilizar as paredes da cava.
Durante o processo de escavação faz-se necessário a constante verificação dos
instrumentos que regulam a verticalidade da torre do equipamento para evitar desvios
do ”Clam Shell”. A velocidade de escavação é determinada pela resistência do solo e
comprimento da parede.
b) Com Circulação: a lama utilizada vai sendo retirada pela parte inferior é bombeada
através de desarenadores onde por processos mecânicos a areia que se encontra em
suspensão é retirada da lama. A lama então desarenada volta para a cava. Esta
operação se denomina desarenação.
Concluída a operação de troca da lama efetua-se a limpeza do fundo da escavação
para se ter certeza de que não houve deposição de partículas de areia no fundo da
escavação.
Figura 3 - chapas-junta
A armadura para parede diafragma é previamente montada e deve ser
suficientemente rígida para ser içada por guindaste, Figura 4. Deve conter seis alças
em cada armadura: duas alças para içamento e quatro alças para travamento na
mureta guia.
Figura 4 - Armadura
O cobrimento da armadura deve ser de 5 a 7 cm, para isso utilizamos espaçadores
circulares(roletes), com espessura de 5 cm e diâmetro de 10cm a 14 cm, amarrados na
armadura no sentido de sua largura, nas duas faces e intercalados de acordo com o
pedido no projeto. Para os painéis iniciais a largura da armação deve ser 2,5 metros
menos 20 cm de cobrimento no sentido do comprimento (10 cm para cada lado) e
menos a altura das duas chapas-junta somadas.
Para os painéis seqüenciais a largura da armação deve ser 2,5 metros menos 20 cm de
cobrimento no sentido do comprimento e menos a altura de uma chapa junta, visto
que nestes painéis só utilizamos chapa do lado em que se seguirá a escavação.
As armaduras devem ficar imersas na lama bentonítica por no máximo 4 horas antes
da concretagem. Um período superior a esse faz com que as partículas de bentonita
“colem” no aço da armação prejudicando sua aderência ao concreto.
Após a colocação das chapas-junta e armação no painel escavado, iniciamos a
montagem da composição de tubo de concretagem (tubo tremonha ou tubo tremie).
Colocado no centro da armação, consiste de uma composição de revestimentos
metálicos Ø 6” a Ø 8”,montada com seções de 1,0 e 2,0 metros, com comprimento
total 20 cm menor que o comprimento da escavação.
Na sua extremidade superior é rosqueado um funil Ø 1,0 metro, por onde é lançado o
concreto diretamente da betoneira, Figura 5.
Nota:
Esse fenômeno físico que é intrínseco a matéria e aos choques que ocorrem nos fluidos
também pode ser observado com macromoléculas, tendo por exemplo o momento que a luz é
incide em locais relativamente secos, permitindo que se veja macropartículas "flutuando" em
suspensão no ar fazendo movimentos aleatórios.”
Estacas Prancha
As estacas-prancha podem funcionar com cortinas de contenção provisórias ou
definitivas formadas por perfis, geralmente metálicos, justapostos e cravados no solo.
É uma solução para a contenção vertical. Deve ser calculada uma ficha mínima contra
o tombamento da estrutura e o perfil deve ser dimensionado de tal forma que resista
aos esforços. Em obras de infraestrutura, são aplicadas em terminais portuários,
passagens de nível em vias e rodovias, contenção para valas de rede de água e esgoto,
além de proteção de acessos a túneis, por exemplo. Para um projeto de contenção
sempre é necessário fazer uma sondagem geológico-geotécnica prévia do solo para
que se conheça os parâmetros envolvidos.
Exemplos:
Características
Para orçamento, as estacas-prancha são usualmente dimensionadas em metros
quadrados ou em metros lineares. A execução do sistema é considerada rápida,
podendo atingir profundidades expressivas e cravação dependendo do tipo de solo
atingindo cerca de 600,00 m / dia. Em contrapartida, a cravação provoca bastante
ruído por conta do bate-estacas e é de difícil execução em solos duros, pois
qualquer bloco de rocha ou interferência impede a penetração da estaca geralmente
metálica. Em meios urbanos, o transporte de perfis muito compridos exige logística
apropriada e cuidados na estocagem e proteção dos mesmos.
Execução
Para a contenção com estacas-prancha, os perfis são cravados no solo. Eles são
intertravados por meio de ranhuras do tipo macho e fêmea, formando paredes
verticais. As estacas-prancha são usualmente cravadas com equipamento bate-estacas
ou com utilização de martelos de vibração que cravação a estaca com auxílio de
guindastes. Quando são aplicadas de forma provisória para apoio na escavação de
blocos de fundações, devem ser dotadas de um furo para facilitar o içamento após a
conclusão da execução dos blocos, podem ser removidas por tifor acoplado em tripe
metálico apropriado (Trilhos) ou equipamento vibratório suspenso por meio de uma
grua, após a construção da estrutura. É sempre bom manter de reserva uma bomba de
imersão para garantia de não se pegar a água do lençol freático o que impede a
execução do bloco de fundação.
Perfis
As estacas geralmente são metálicas, em aço. Mas, conforme a aplicação, podem ser
de outro material como o PRFV (Plástico Reforçado com Fibra de Vidro, Polietileno),
mais resistente à corrosão d'água do mar. As cortinas de contenção podem ser
montadas com diferentes tipos de perfis, que possibilitam obter geometrias e
características diferentes para aplicações específicas. Os mais comuns são:
Tipo AZ: tem como principal característica a mudança de posição das ranhuras de
intertravamento. Por conta disso, a tensão máxima não passa pelas ranhuras, o que
contribui para aumentar sua capacidade de estrutura favorecendo seu uso em obras
estruturais expostas a altas pressões e/ou executadas em solos de baixa resistência.
De alma reta: essas estacas são planas e sua justaposição oferece pouca resistência à
flexão. São projetadas para formar estruturas cilíndricas. Uma característica
importante desse tipo de perfil é a capacidade de resistência à tração nos conectores.
Especificação
Em um projeto de contenção com estacas-prancha, recomenda-se combinar o menor
peso/m² possível, a maior largura útil do perfil possível - para maior produtividade na
execução - e o maior módulo de elasticidade possível. O módulo de elasticidade é a
capacidade de um material suportar determinada tensão até se deformar.
(h + f )
EP1 ⋅
f
= Ea ⋅ ; [1]
3 3
EP1 = empuxo passivo
Ea = empuxo ativo
f = ficha
h = alturado solo acima da ficha
f3 1 (h + f ) 3
1
⋅ KP ⋅γ ⋅ = ⋅ Ka ⋅γ ⋅ ; [2]
2 3 2 3
ou ainda :
K P ⋅ f 3 = K a ⋅ (h + f )3 ; [3]