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Tatiana Siqueira1
tatianalimasilva2013@gmail.com
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-graduação em Dermocosméticos e Cosmetologia Clínica – Biocursos
Resumo
A pele infantil é bastante delicada devido à grande imaturidade das estruturas que a
constituem, que fazem com que seja mais facilmente permeável a materiais exógenos
potencialmente prejudiciais e menos apta a manter a homeostasia. Caracteriza-se por ser
mais fina que a do adulto, frágil e facilmente irritável. Sua superfície tem o pH neutro
(proliferação microbiana) e menor conteúdo lipídico (baixa atividade das glândulas
sebáceas), o que pode levar a uma toxicidade sistêmica em caso de aplicação tópica de
produtos inadequados. A população pediátrica apresenta uma maior predisposição para o
aparecimento de várias afecções cutâneas, nomeadamente as dermatites. Os cuidados da pele
deve visar à preservação da integridade cutânea, prevenir a toxicidade e evitar exposições
químicas prejudiciais à pele. Os fabricantes necessitam ter especial cuidado na fabricação e
nos ingredientes utilizados, que devem ser apropriados para o uso em crianças, de forma a
diminuir os riscos de hipersensibilidade ou alergia aos seus componentes, ou aparecimento
de dermatites de contato. Desta forma analisa-se a importância da utilização de cosmético
infantil e suas precauções ao utilizá-los.
Palavras-chave: Pele, Infantil, Cosméticos.
1. INTRODUÇÃO
A pele é o maior e o mais pesado órgão do corpo humano (15% do peso corporal), é
constituída por três camadas interdependentes: epiderme, derme e hipoderme, e há várias
estruturas anexas como pelos, unhas e glândulas1.
A pele é um órgão de grande importância multifuncional, pois por meio da barreira
cutânea promove proteção mecânica, termorregulação, vigilância imunológica e previne a
perda insensível de fluidos corporais. Apresenta alteração constante, sua maturidade é
completa aos 12 meses após o nascimento, e devem-se ter cuidados especiais2.
As maiores diferenças entre a pele das crianças em relação aos adultos são a menor
espessura da camada córnea, maior número de folículos pilosos velos, menor poder tampão e
maior relação superfície/ volume corporal. Deste modo a permeabilidade cutânea é muito
elevada, apresenta suscetibilidade a agentes externos3.
A pele infantil caracteriza-se por ser sensível, fina, imatura e frágil o que é devido a
diferentes fatores3.
A pele infantil é muito delicada, fina e frágil. Esta caracterização deve-se à
imaturidade das estruturas que a constituem, uma vez que a pele infantil, comparativamente
com a do adulto ainda não está completamente desenvolvida, pois não apresenta
desenvolvimento total das suas estruturas bem como de algumas funções2.
1
Especialização em Cosmetologia Clínica pelo Biocursos – Manaus – AM.
2
Especialista em Cosmetologia Clínica. – Professora Orientadora.
1
Deste modo, a pele da criança está mais exposta e como tal mais susceptível ao
aparecimento de determinadas patologias. Algumas das patologias que podem surgir nesta
população são a miliária, a acne e as dermatites, das quais a dermatite seborreica, a atópica e a
dermatite das fraldas, são as mais frequentes na população pediátrica4.
Os cuidados da pele deve visar à preservação da integridade cutânea, prevenir a
toxicidade e evitar exposições químicas prejudiciais à pele. Os fabricantes necessitam ter
especial cuidado na fabricação e nos ingredientes utilizados, que devem ser apropriados para
o uso em crianças, de forma a diminuir os riscos de hipersensibilidade ou alergia aos seus
componentes, ou aparecimento de dermatites de contato5.
A utilização de produtos cosméticos é cada vez mais frequente nas crianças e mesmo
logo após o nascimento estes já são usados. Na cosmética infantil existe uma variedade de
produtos, uns com a função de limpeza, como por exemplo, os leites, e outros com função de
proteção e hidratação, entre os quais os cremes emolientes6.
Tendo em atenção às características próprias da pele infantil, os produtos cosméticos
destinados à higiene e proteção desta faixa etária, bem como os produtos usados na
terapêutica das patologias referidas, requerem especial cuidado na sua formulação3.
Com este trabalho pretende-se uma abordagem das características da pele infantil, das
semelhanças e diferenças que possam existir para com a pele do adulto, e abranger a
cosmética infantil.
2. REVISÃO DA LITERATURA
A pele infantil é caracterizada como fina, frágil, sensível, imatura e pouco protegida.
A pele da criança normalmente apresenta todas as estruturas da pele do adulto, sendo que
estas sofrem modificações após o nascimento. Muitas das vezes costuma dizer-se que a pele
da criança ainda não está “madura”, adaptando-se progressivamente nas primeiras semanas e
meses de vida. Para que a pele da criança atinja a maturidade da do adulto são necessários
cerca de 2 a 3 anos. Desde o nascimento até à adolescência podem diferenciar-se diferentes
faixas etárias na população pediátrica10.
3
Apesar disto, seria útil rever periodicamente a lista de reações adversas reportadas
para os conservantes autorizados e utilizar estes dados estatísticos como critério de seleção.
Outra boa solução seria fabricar os produtos cosméticos infantis em extremas condições de
assepsia, de modo a reduzir a concentração do conservante necessário à proteção da fórmula.
O uso de perfumes deve ser evitado, não só pelos riscos de intolerância, mas também porque
pode mascarar os sinais de deterioração de uma formulação18.
O risco de comedogênese também deve ser tido em conta. Os ingredientes oleosos
podem ser responsáveis por este tipo de reação adversa, recomendando alguns autores que
eles sejam substituídos por silicones, sobretudo em produtos que tenham uma fase oleosa de
grande proporção. Têm sido apontados como causa de comedogênese alguns álcoois (como o
oleico), lanolina e os ésteres do álcool isopropílico4.
O pH deve ser próximo da neutralidade nos produtos que possam entrar em contato
acidental com a mucosa ocular. Acriança tem uma menor capacidade de utilizar as pálpebras
para se proteger e o pH cutâneo (cerca de 5,5) provoca uma ardor desagradável nos olhos. É
necessário selecionar cuidadosamente os tensioativos e utilizar a menor quantidade possível,
uma vez que estes têm a capacidade de remover uma excessiva quantidade dos lipídios da
superfície da pele5.
Os tensioativos não iónicos podem ser uma boa escolha, e a sua menor capacidade de
limpeza é perfeitamente compatível com o baixo grau de sujidade da pele infantil. Quando se
trata de lactentes e na zona das fraldas, a limpeza com óleos pediátricos pode ser a melhor
alternativa, uma vez que se obtém simultaneamente emoliencia15.
Atualmente minimizou-se a necessidade de utilizar ingredientes antimicrobianos,
como o hexaclorofeno, uma vez que a mudança das fraldas é feita frequentemente e os
materiais não permitem grande contato com a urina. A tendência atual é utilizar compostos de
amónio quaternário, que proporcionam ação antiséptica e alguma ação amaciadora6.
O talco é um material clássico para aplicação na zona das fraldas, pela sua capacidade
lubrificante, mas que não deve ser utilizado num tamanho de partícula demasiado pequeno,
pois aumentaria o risco de inalação. Deve ser sempre embalado em recipientes de abertura
dificultada15.
Na higiene do recém-nascido e da criança deverão ser cuidadosamente evitados
aditivos que simulem cores e aromas apetitosos de fruta e doces, uma vez que estimulam a
ingestão dos cosméticos. Por último, é também conveniente que os produtos utilizados devem
ser facilmente removíveis por lavagem6.
2.9 Emolientes
Alguns acreditam, inclusive, que o uso tópico de determinado tipo de emoliente (por
exemplo, Aquaphor™) e benéfico para o equilíbrio hidroeletrolítico de bebes muito
prematuros. Entretanto, outros autores demonstraram que a aplicação profilática de emoliente
no recém-nascido prematuro pode aumentar o risco de infecções nosocômios e por
estafilococos coagulase-negativos e, por isso, não recomendam o uso rotineiro profilático de
emolientes em recém-nascidos prematuros16.
Outros estudos mostraram que determinados tipos de emolientes (como o óleo de
girassol) podem proteger a pele dessas infecções, ao invés de aumentar o seu risco. Outro
trabalho não encontrou diferença na taxa de infecção nosocomial entre recém-nascido
prematuros que utilizaram ou não emoliente profilático durante quatro semanas12.
Recentemente, um estudo em Bangladesh mostrou melhora na taxa de sobrevida dos
recém-nascidos prematuros de alto risco que fizeram uso de emolientes que melhoravam a
barreira epidérmica. A discrepância entre todos esses estudos talvez possa ser explicadas pelas
diferenças dessemelhanças regionais, pelos diversos tratamentos tópicos utilizados e por
diferentes tipos de cuidados entre um local e outro18.
O uso de emolientes quando necessário para o tratamento da pele seca nesses recém-
nascidos, dever-se ao utilizar emolientes que não a irritem e que contenham balanço
fisiológico de lipídeos epidérmicos, os quais melhoram a função de barreira epidérmica
(colesterol, ceramida, linolato, palmitato), ou os que contenham óleo de girassol. Alguns
estudos demonstraram que o óleo de girassol e superior aos óleos de oliva, mostarda e soja
tanto em relação à velocidade de recuperação da barreira cutânea quanto em relação à
toxicidade e potencial para desenvolver dermatite de contato19.
Os emolientes são indicados para o cuidado diário da pele seca, em dermatoses
descamativas e nos atópicos. A eficácia de qualquer emoliente aumenta quando aplicado
imediatamente apos o banho ou em pele ainda úmida. Emolientes perfumados devem ser
usados com muito cuidado, pelo risco de irritação e sensibilização16.
Quando os emolientes estão sob a forma de pomada, são oclusivos e promovem um
efeito lubrificante. Entretanto, deve-se ter em mente que eles podem provocar acne, foliculite,
miliaria e piora do prurido (principalmente, em atópicos) quando são utilizados em locais
muito quentes e úmidos. Quando estão sob a forma de creme e loção, são mais fáceis de
espalhar, levando a uma melhor aderência ao tratamento, e também promovem efeito
umectante. Por outro lado, não se pode esquecer que a maioria dos emolientes também
contem ingredientes inativos, como conservantes, corantes e perfumes que, muitas vezes,
podem provocar irritação cutânea e dermatite de contato alérgica, especialmente, em recém-
nascidos, lactentes e crianças susceptíveis. Em bebes e crianças com xerose cutânea ou
atópicos, os mais eficazes, seguros e, frequentemente, mais baratos emolientes em pomada ou
creme12.
Os sabões são obtidos pela ação de uma base em uma mistura de ésteres de ácidos
graxos. Sabonetes tradicionais, em barra, tem boa detergência, bom poder emulsionante e
produzem bastante espuma; entretanto, além de serem irritantes, seu pH alcalino pode destruir
a camada superficial lipídica da pele do bebe, levando ao ressecamento cutâneo excessivo, por
isso, devem ser evitados2.
11
3. METODOLOGIA
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com Rocha et al. (2004) os cosméticos infantis direcionados à pele devem
passar por testes para que seja comprovada a suavidade dos mesmos na área dos olhos do
bebê. E isso vale também para xampus, condicionadores e sabonetes.
Segundo Souza (2013) as loções e cremes hidratantes: emolientes (óleo mineral,
petrolato, óleos vegetais e ésteres de origem sintética), umectantes (glicerina, ureia, sorbitol),
emulsionantes e conservantes. Podem-se adicionar também fragrâncias e corantes.
De acordo com Cordeiro et al. (2012) a maioria dos hidratantes são de cremes
emulsões óleo em água. O pH mais adequados são aqueles próximos ao fisiológico. Filtros
solares infantis: óxido de zinco e dióxido de titânio (filtros físicos ou minerais), pois são
muito menos propensos a causar reações alérgicas. São substâncias inorgânicas, inertes,
protegem praticamente ao longo de todo espectro UVB e UVA, são fotoestáveis e não são
absorvidos. Não é recomendada exposição solar antes dos seis meses de idade, portanto os
protetores solares são indicados a partir dessa idade.
Segundo Leonardi (2004) os lenços umedecidos são de tecnologia não-tecido por
aglutinação das fibras com uma composição adesiva (mais finos) e tecnologia de
entrelaçamento de fibras (mais grossos). Portanto os mais grossos são mais vantajosos por não
utilizarem ingredientes químicos, diminuindo a exposição do bebê a esses agentes. E para que
possuam textura suave está á disposição tensoativos derivado de açúcares, que permitem uma
limpeza adequada sem danificar a pele do bebê.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histologia básica. 7. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 388 p.
4. CORDEIROS, Nilo et al. Cuidados com a Pele Infantil. 5 ed. São Paulo: Limay. 2012.
5. FERNANDES, J.D., PRADO, O.Z.N., et al. Prevenção e cuidados com a pele da criança e
do recém-nascido. Brasil, Anais Brasileiros de Dermatologia, 2011; 86(1):102-110.
8. PRISTA, L.N; ALVES, A.C, et al. Tecnologia farmacêutica. Lisboa, Fundação Calouste
Gulbenkian. 6 ed. 2002.
10. BAREL, A.O. Handbook of cosmetic Science and technology. New York, Informa
Healthcare. 3 ed. 2009;613-623.
14. PINHEIRO, Ana Ehrhardt. A pele da criança. A cosmética infantil será um mito? Ata
Pediátrica Portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria, Cascais, 29 out. 2007.
15. ROCHA, N., HORTA, M., SELORES, M. et al. Terapêutica Tópica em Dermatologia
Pediátrica. Nascer e Crescer, Revista do Hospital de Crianças Maria Pia, Vol. XII nº3, PP
215-225. 2004.
17. LEONARDI, G.R. Cosmetologia Aplicada. Ed. Medfarma, São Paulo, 2004.
18. SOUZA, Valéria Maria de. A questão da Toxicidade nos cosméticos e o aumento no
consumo de cosméticos infantis. Livro: Ativos Dermatológicos. 8 Volume. Edição
Comemorativa - 10 Anos, 2013.
19. CHORILLI, Marlus; SCARPA, Maria Virgínia; LEONARDI, Gislaine Ricci; et al.
Toxicologia dos Cosméticos. Latin American Journal do Pharmacy 26 (1): 144-54. 2007.
20. GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.