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O urbanismo é uma disciplina e uma técnica relacionadas com

o estudo, regulação, controle e planejamento da cidade [citar referência bibliográfica]. Sua


definição, porém, varia de acordo com a época e lugar [citar referência bibliográfica]. No
entanto, costuma-se diferenciá-lo da simples ação urbanizadora por parte do homem, de
forma a que o urbanismo esteja associado à ideia de que as cidades são objetos a serem
estudados, mais do que simplesmente trabalhados. Também, entretanto, não é uma
disciplina que se confunde com ramos de outras ciências mais amplas (como a geografia
urbana ou a sociologia urbana e o planejamento urbano.[citar referência bibliográfica].
O urbanismo mostra-se, portanto, como uma ciência humana[citar referência bibliográfica], de
caráter multidisciplinar, inserida no contexto de uma sociedade em processo de constante
crescimento demográfico e respondendo a uma forte pressão de civilização e urbanidade,
enfrentando suas demandas e problemas [citar referência bibliográfica]. Numa perspectiva
simplista, o urbanismo é a ação de projetar e ordenar espaços construídos. No entanto,
sob um ponto de vista amplo, o urbanismo pode ser entendido tanto como um conjunto de
práticas e idéias. [citar referência bibliográfica] Portanto, apesar da matéria prima do urbanismo
ser a arquitetura, o estudo do urbanismo dialoga com outras disciplinas tais como
a ecologia, geologia, geografia e outras ciências. [citar referência bibliográfica]
A palavra deriva-se dos estudos do engenheiro catalão Ildefonso Cerdá, responsável pelo
projeto de ampliação de Barcelona na década de 1850. Apesar de jamais ter usado o
termo urbanismo, Cerdà cunhou o termo urbe para designar de modo geral os diferentes
tipos de assentamento humano e o termo urbanização designando a ação sobre a urbe.
Destes termos muito próximos surgirá o nome urbanismo no início do século XX. Cerdà
publicou extensos estudos sobre as cidades de Barcelona e Madri, que versavam sobre os
mais diversos aspectos da cidade indo desde questões técnicas (como a análise da rua e
seus sistemas de infraestrutura) até questões teóricas e territoriais, (i.e.: como ligar as
cidades em uma grande rede nacional?). Um compêndio expandido e revisado, a Teoria
Geral da Urbanização, publicado em 1867, resulta de seus estudos anteriores e é a
publicação mais notória de Cerdà. [citar referência

Urbanismo no Brasil[editar | editar código-fonte]


No Brasil, o urbanismo só começou a ser efetivamente utilizado a partir do fim do século
XIX, quando foi fundada a cidade de Belo Horizonte, cujo plano começou a ser elaborado
em 1894, pelo engenheiro Aarão Reis, substituído depois por Francisco Bicalho. [citar
referência bibliográfica]

Goiânia, construída para substituir como capital do Estado a antiga e colonial Vila Boa de
Góias; foi fundada em 1933, obedecendo a plano do arquiteto Attilio Corrêa Lima, primeiro
urbanista formado do Brasil, e alterado pelos irmãos, Coimbra Bueno a partir de
1935[1]. [citar referência bibliográfica]
Brasília é o terceiro grande exemplo brasileiro de cidade projetada. O projeto da atual
capital brasileira, escolhido por concurso nacional, é de autoria do arquiteto Lúcio Costa,
cuja obra urbanística foi profundamente influenciada pelas ideias de Le Corbusier. [citar
referência bibliográfica]

Planejamento urbano[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Planejamento urbano
Planejamento urbano é a disciplina técnico-científica e a profissão que lida com políticas
públicas relacionadas a qualidade de vida dos habitantes de áreas urbanas, rurais no
âmbito local, regional e internacional. Assim sendo, o planejamento urbano lida,
simultaneamente, com o desenvolvimento socioeconômico e cultural, a mobilidade
urbana, a infraestrutura de transporte e de saneamento básico, a política habitacional, a
qualidade e o acesso aos espaços públicos, a proteção e conservação do meio-ambiente
natural (tangível e intangível) e de áreas públicas verdes em meio urbano, a resolução de
conflitos comunitários, a gerência e criação dos equipamentos urbanos, o
desenvolvimento e implantação (logística) de serviços públicos e o controle do uso do solo,
entre outras questões.[2]
Uma definição precisa do que seja o planejamento urbano necessariamente passa pelo
trabalho de defini-lo, enquanto disciplina, em relação ao urbanismo. Tanto o planejamento
urbano quanto o urbanismo são entendidos como o estudo do fenômeno urbano em sua
dimensão espacial, mas diferem notadamente no tocante às formas de atuação no espaço
urbano. Desta maneira, o urbanismo trabalha (historicamente) com o desenho urbano e o
projeto das cidades, em termos genéricos, sem necessariamente considerar a cidade
como agente dentro de um processo social interativo, enquanto que o planejamento
urbano, além de agir diretamente do ordenamento físico das cidades, trabalha com os
processos que a constroem (ainda que indiretamente, sempre atue no desenho das
cidades).

O planejamento urbano é atividade, por excelência, multidisciplinar, enquanto que o


urbanismo, ao longo da história, se tornou uma subdisciplina da Arquitetura. Porém, em
alguns países, por exemplo, como no Brasil, os limites entre o planejamento urbano e o
urbanismo são pouco claros na prática: intervenções urbanísticas na cidade são
comumente tratadas como "obras de planejamento", enquanto que atividades típicas do
planejamento (como a criação de um plano diretor), são eventualmente tratadas como
"obras de urbanismo". Nos países do Norte, no entanto, a distinção entre Urbanismo e
planejamento urbano é clara, sendo o urbanista o técnico responsável pelo licenciamento
de obras a nível municipal e o planejador urbano, o profissional responsável pelas
diretrizes de crescimento e desenvolvimento urbano e regional, incluindo a definição dos
critérios a serem seguidos pelos urbanistas durante o processo de concessão de licenças
de construção.

Desenho urbano[editar | editar código-fonte]


O desenho urbano é uma área do planejamento urbano ligada às soluções que envolvem
os aspectos físicos do espaço urbano, dando forma e caracterização aos distintos usos
deste espaço, bem como estabelecendo a articulação entre estes, levando também em
conta o desenvolvimento das áreas ao longo do tempo. [3]

Região Metropolitana de São Paulo, a maior do Brasil[4][5] e sexta do mundo,[6] com cerca de 19,6
milhões de habitantes.
Variação de tecidos urbanos no Rio de Janeiro, segunda maior área metropolitana do Brasil, e terceira
da América do Sul, com cerca de 11,8 milhões de habitantes.[4][5]

Dia Mundial do Urbanismo[editar | editar código-fonte]


8 de novembro[editar | editar código-fonte]
Segundo importantes organismos profissionais dos urbanistas como a Associação
Internacional dos Urbanistas (ISOCARP, sigla em inglês), Conselho Europeu dos Urbanistas
(CEU), Associação Asiática das Escolas de Planejamento Urbano e Regional (APSA),
Associação Norte Americana dos Planejadores Urbanos (APA). A data é comemorada desde
1949, como uma estratégia para promover a consciência, a sustentação, a promoção e a
integração entre a comunidade e o Urbanismo, de forma participativa, em todos os níveis
de governo. Então é uma ótima oportunidade para repensarmos, refletirmos melhor sobre
o Urbanismo enquanto área do conhecimento e sobre as reais condições de vida da
população das cidades brasileiras.

A data[editar | editar código-fonte]

O Dia Mundial do Urbanismo é comemorado através de exposições, artigos, conferências,


seminários, fóruns, etc. onde se discutem temas relacionados ao Urbanismo e à questão
urbana. Esta data comemorativa foi decretada pela Organización Internacional Del día
Mundial del Urbanismo, fundada em 1949 , em Buenos Aires – Argentina, pelo professor
Carlos Maria Della Paolera, da Universidade de Buenos Aires.

A iniciativa de se promover esta data para discutir o Urbanismo e os problemas urbanos se


deu em razão de um clima de discussão teórica sobre o Urbanismo enquanto área do
conhecimento e acerca das técnicas ou modelos que serviriam como princípios em todo o
mundo, pois já aconteciam eventos de discussão como os CIAM´S – Congresso
Internacional de Arquitetura Moderna, além dos CIRPAC e outros eventos na época que
tinham este objetivo.

O símbolo, ou emblema, que representa este dia, foi desenhado pelo mesmo criador da
data comemorativa em 1934, e simboliza uma trilogia de elementos naturais essenciais à
vida humana : o sol (representado em amarelo), a vegetação (representada em verde) e o
ar (em azul). Nota-se então uma preocupação com o equilíbrio entre o meio natural e o
meio antrópico (urbanizado) nas grandes cidades, numa tentativa de se promover uma
maior proporção de espaços livres (verdes), em harmonia com o ambiente construído.

No entanto, esta foi uma época em que se ressaltavam as premissas do Urbanismo


Moderno, da cidade funcional, em que as atividades são divididas por zonas pré-
definidas,sem a possibilidade de coexistência das mesmas, conforme é defendido na Carta
de Atenas. A Carta de Atenas é resultado de um CIAM, que aconteceu nesta cidade grega,
em 1933, coordenado pelo Arquiteto Le Corbusier, que ficou famoso por difundir estas
ideias, como conjunto de princípios do Urbanismo, em várias partes do mundo.
Mais tarde estas ideias viriam a ser contestadas e discutidas no meio técnico-científico,
pois não existiria um modelo pré-definido para intervir numa cidade e planejá-la nem
funções rígidas (que não permitissem, de maneira alguma a coexistência de alguns usos
do solo), apesar de a Carta de Atenas ser, até hoje, um referência fundamenta quanto à
teoria do urbanismo. A Carta de Machu Picchu, resultado de um evento realizado no Peru,
em 1977, por exemplo, é um documento que trouxe algumas críticas à Carta de Atenas. [7]

Formação do urbanista[editar | editar código-fonte]


A graduação em Arquitetura e Urbanismo no Brasil, estabelecida pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais (Resolução CNE/CES/MEC nº 2, de 2010) e regulamentada pela Lei
Federal 12.378, de 30 de Dezembro de 2010 é oferecida nas mais de 270 escolas e
faculdades de Arquitetura e Urbanismo e contempla de forma ampla a formação deste
profissional.

•a UNEB - Universidade do Estado da Bahia possui o Curso de Bacharelado em Urbanismo,


único do Brasil que forma especificamente urbanistas. O curso é reconhecido
pelo Ministério da Educação desde 2002;
•a UFABC - Universidade Federal do ABC possui o Curso de Bacharelado em Planejamento
Territorial, que forma profissionais amplamente especializados em ordenamento territorial,
urbanismo, gestão ambiental e de recursos hídricos e planejamento meso e macro
regional. Sendo não tão específica quanto a graduação da UNEB. Reconhecido pelo MEC
desde 2006;
•a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro possui o Curso de Domínio Adicional
em Estudos das Cidades; havendo também o Curso de Bacharelado em Arquitetura e
Urbanismo. Reconhecido pelo MEC desde 2007;
•a UFRJ, existem programas de pós-graduação distintos de Arquitetura e Urbanismo, o que
também são raros, além da pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional;
•a UFRGS também existe curso de pós-graduação nos níveis de mestrado e doutorado em
Planejamento Urbano e Regional (PROPUR);
•a PUC-Campinas e a UNISANTOS também oferecem curso de pós-graduação na área –
além da USP, da UNESP e da UNICAMP.

O Bacharelado em Planejamento Territorial da


UFABC[editar | editar código-fonte]
O Bacharelado em Planejamento Territorial (BPT) é um dos cursos da área de Ciências
Humanas e Sociais que está vinculado ao Bacharelado Interdisciplinar (BI) de Ciências e
Humanidades e é um curso de graduação destinado a combinar abordagens, conceitos e
métodos do planejamento e do desenvolvimento territorial. Para tanto oferece uma
formação capaz de integrar conhecimentos e instrumentos de diversas áreas
disciplinares, tanto das ciências
humanas e sociais (economia, administração, demografia, planejamento
urbano e regional, ciência política, sociologia, geografia e história), quanto das ciências
exatas e naturais (estatística, cartografia, geoprocessamento e ecologia).

O curso prepara uma nova geração de profissionais com habilidades e competências


capazes de interpretar demandas e conflitos em diferentes escalas territoriais não
somente urbanos mas também rurais, contribuindo na elaboração e implementação de
projetos, programas e políticas de desenvolvimento em dimensões local, metropolitana,
regional e nacional.
O Bacharelado em Planejamento Territorial é inovador, pois busca atender demandas
já presentes nas agendas nacional e internacional ao abordar alguns dos principais
desafios contemporâneos e que se manifestam em dinâmicas territoriais – como a
metropolização, a revalorização de regiões interioranas ou a vulnerabilidade
socioambiental. Há vários cursos de pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional
no Brasil, mas o Bacharelado em Planejamento Territorial vem preencher uma lacuna na
formação dessa temática em nível de graduação, como já ocorre em diversos países. [8]

Problemas urbanos[editar | editar código-fonte]


Ver: Categoria:Problemas urbanos

Associações/Ordens de urbanistas[editar | editar código-fonte]


•Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil CAU/BR
•Sociedade Brasileira de Urbanismo SBU
•Conselho Europeu de Urbanistas CEU
•Ordem Profissional dos Urbanistas do Québèc OUQ
•International Society of City and Regional Planners ISOCARP
•American Planning Association APA
•Sociedad de Urbanistas del Perú SURP
•Société Française des Urbanistes SFU
•Asociación Española de Técnicos Urbanistas AETU
•Associação Portuguesa de Planeadores do Território APPLA
•Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade ICVM
•Canadian Institute of Planners (CIP) / Institut canadien des urbanistes (ICU)

Ver também[editar | editar código-fonte]


•Alastramento urbano
•Arquitetura
•Carta de Atenas
•Cidade
•Desenho urbano
•Direito urbanístico
•Paisagismo
•Planejamento urbano
•Política
•Prix Versailles
•Renovação urbana
•Revitalização
•Segregação espacial
•Subúrbio
•Urbanismo islâmico em Portugal
•Urbanização

Bibliografia[editar | editar código-fonte]


•ASCHER, François, "Los nuevos principios del urbanismo", Madrid, Alianza Editorial, SA,
2004
•ASCHER, François, "Métapolis ou l'avenir des villes", Paris, Éditions Odile-Jacob, 1995
•CHOAY, Françoise; O Urbanismo: Utopia e realidades de uma antologia; São Paulo: Editora
Perspectiva, 2003, ISBN 85-273-0163-6
•COSTA,Carlos Magno Miqueri. Direito Urbanístico Comparado - Planejamento Urbano - Das
Constituições aos Tribunais Luso-Brasileiros. Editora Juruá. 2009. ISBN 978-85-362-2474-9
•LE CORBUSIER; Planejamento urbano; São Paulo: Editora Perspectiva, 2004, ISBN 85-273-
0212-8
•HALL, Peter; Cidades do amanhã: uma história intelectual do planejamento e do projeto
urbanos no século XX; Editora Perspectiva, 2004, ISBN 85-273-0276-4
•RYKWERT, Joseph, "A sedução do lugar - A história e o futuro da cidade", S. Paulo, Martins
Fontes,2004
•VÁSQUEZ, Carlos García, "Ciudad hojaldre - Visiones urbanas del siglo XXI"; Barcelona:
Editoral Gustavo Gili, SA,2004

Referências
1. ↑ www.artcultura.inhis.ufu.br (PDF) http://www.artcultura.inhis.ufu.br/PDF21/c_arrais.pdf. Consultado em 5
de dezembro de 2018 Em falta ou vazio |título= (ajuda)
2. ↑ Universidade McGill What is urban planning?
3. ↑ Universidade McGill What is Urban Design?
4. ↑ Ir para:a b «Tabela 793 – População residente, em 1º de abril de 2007: Publicação Completa». Sistema
IBGE de Recuperação Automática (SIDRA). 14 de novembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2008
5. ↑ Ir para:a b «Estimativas populacionais 2008» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
29 de agosto de 2008. Consultado em 1 de setembro de 2008
6. ↑ «World Gazetteer – Welt: Ballungsräume». Consultado em 10 de agosto de 2008
7. ↑ SBU Dia Mundial do Urbanismo
8. ↑ «Bacharelado em Planejamento Territorial». CECS. Consultado em 11 de janeiro de 2018

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


•Cronologia do Pensamento Urbanístico (em português)
•Ministério das cidades - Brasil (em português)
•Cidade ONG (em português)
•UrbanResources.net (em inglês)
•A Dynamic Map of the World Cities' Growth (em inglês)
•Jornal Planeamento e Cidades (em português)
•SANTOS. J.Lázaro.C.. Reflexões por um conceito contemporâneo de urbanismo. Malha
Urbana - Revista Lusófona de Urbanismo. Nº03. Lisboa: ULHT, 2006. Disponível em:
<http://revistas.ulusofona.pt/index.php/malhaurbana/article/view/87/56> (em português)
•PENA, João Soares. Curso de Urbanismo da UNEB: transdisciplinaridade necessária.
PPGAU-UFBA, 2011. Disponível em:
<http://www.ppgau.ufba.br/urba11/ST3_CURSO_DE_URBANISMO_DA_UNEB-
_TRANSDISCIPLINARIDADE_NECESSARIA.pdf

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