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EXECUÇÃO
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ÍNDICE
1. PROCESSO DE EXECUÇÃO...........................................................................................5
Conceito......................................................................................................................................................................................... 5
Espécies de execução.......................................................................................................................................................... 5
Procedimentos executivos.................................................................................................................................................7
Execução de título extrajudicial ....................................................................................................................................7
Cumprimento de sentença............................................................................................................................................... 8
Conceito
A execução pode ser conceituada como o meio pelo qual o cumprimento de uma
obrigação é, voluntária ou involuntariamente, satisfeita. Quando a obrigação não é
cumprida espontaneamente, faz-se necessária a prática de atos executivos pelo Estado,
com o objetivo de satisfazê-la.
Espécies de execução
A execução pressupõe a existência de um título executivo judicial ou extrajudicial, que
materializa a obrigação exigível. Este título poderá ser:
Título executivo judicial: é aquele que decorre de uma decisão judicial. É importante
ressaltar que a execução do título executivo judicial prosseguirá nos próprios autos do
processo onde foi constituída a obrigação. Assim, não se trata de um processo autônomo,
mas de um processo sincrético. Ao título judicial aplicam-se as regras do cumprimento
de sentença previstas nos artigos 513-519 do Código de Processo Civil.
Título executivo extrajudicial: os títulos executivos extrajudiciais são aqueles a que a lei
confere a força de título executivo. Diversamente do que ocorre com o título executivo
judicial, execução de título executivo extrajudicial constitui processo autônomo. Ao título
extrajudicial aplicam-se as regras previstas no Título II do Código de Processo Civil, que
trata “Das Diversas Espécies de Execução”.
Vejamos a seguir quais são os títulos executivos extrajudiciais e judiciais, de acordo com
os artigos 784 e 515 do Código de Processo Civil:
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Procedimentos executivos
O procedimento executivo pode ser dividido, ainda, em comum e especial. Procedimento
executivo comum é aquele cabível nos créditos em geral, enquanto o procedimento
executivo especial é utilizado para a execução de alguns créditos específicos como, por
exemplo, a execução de alimentos e a execução fiscal.
Contudo, para que os procedimentos sejam cumuláveis, é necessário, antes, que sejam
compatíveis entre si, de acordo com o artigo 327, § 1°, inciso III do Código de Processo
Civil. Assim, não é possível cumular as execuções de um título sujeito a procedimento
comum com a de outro título sujeito a procedimento especial.
Além disso, para que as demandas executivas sejam cumuláveis, é necessário que haja
identidade de partes e que o juízo competente para apreciação delas seja o mesmo, nos
termos do artigo 780 do Código de Processo Civil.
Outra distinção importante também deve ser feita: a execução, no caso dos títulos
executivos extrajudiciais, é sempre definitiva. Todavia, admite-se execução provisória no
cumprimento de sentença judicial, haja vista a sentença pode não ter ainda transitado
em julgado, por exemplo. Assim, em determinados casos, não é necessário aguardar o
trânsito em julgado da sentença para que a obrigação seja satisfeita, sendo esta cumprida
provisoriamente.
No que diz respeito à causa de pedir, deverá ser demonstrada a existência do direito à
satisfação de uma obrigação certa, líquida e exigível, materializada no título executivo,
bem como o inadimplemento do devedor.
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veracidade da existência da obrigação, quem é o credor, o devedor e qual o objeto da
prestação.
Finalmente, é necessário que o título seja exigível. Deste modo, não deve a obrigação
estar sujeita a termo ou condição suspensiva, assim como não deve estar pendente de
prazo para cumprimento.
Cumprimento de sentença
O cumprimento de sentença tem início através de petição simples, juntada aos autos do
processo onde foi constituída a obrigação. Não é necessário que esta petição atenda a
todos os requisitos de uma petição inicial, mas que apresente de forma compreensível a
pretensão deduzida.
Tal como no título executivo extrajudicial, deverá ser demonstrada a existência do direito
à satisfação de uma obrigação certa, líquida e exigível, materializada no título executivo,
bem como o inadimplemento do devedor.
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EXECUÇÃO PARA
ENTREGA DE COISA
2. Execução para entrega de coisa
Conceito
A execução para a entrega de coisa tem por objetivo a entrega de um objeto, que poderá
ser, inclusive, um bem imóvel. Ela divide-se em entrega de coisa certa e incerta, conforme
veremos a seguir.
Pode ocorrer, ainda, de a coisa ter sido alienada a terceiro após a propositura da execução.
Nesta hipótese, resta caracterizada a fraude à execução e a coisa sofrerá constrição
judicial. Será expedido mandado executivo contra o terceiro adquirente, que deverá
depositar a coisa litigiosa a fim de apresentar sua defesa. A defesa do terceiro adquirente
é realizada através dos embargos de terceiro, previstos no artigo 792, § 4° do Código de
Processo Civil.
É uma faculdade do exequente buscar a coisa que está em poder de terceiros, assim, ele
pode optar por somente receber do executado o correspondente ao valor da coisa, além
de perdas e danos.
Havendo benfeitorias indenizáveis, seu valor deverá ser apurado por liquidação.
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Vejamos, abaixo, o fluxograma da execução para entrega de coisa certa com base em
título extrajudicial:
Caso a escolha da coisa caiba ao exequente, ele individualizará, desde logo, em sua
petição inicial, aquilo que pretende receber. Note-se que a quantia em dinheiro não é
abrangida pela execução para a entrega de coisa incerta, visto que esta consiste em
outra obrigação específica, a pagar quantia certa.
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Por outro lado, se a escolha couber ao executado, este será citado para entregar a coisa já
individualizada a seu critério. Cabe destacar que, de acordo com o artigo 244 do Código
Civil, o devedor “não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor”.
No prazo de 15 dias, a escolha poderá ser impugnada pela parte interessada. Caso seja
necessário, o juiz poderá ouvir um perito de sua nomeação para decidir a impugnação.
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EXECUÇÃO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER
E DE NÃO FAZER
3. Execução de obrigação de fazer e de não fazer
Conceitos
A obrigação de fazer consiste na realização de um ato pelo devedor, enquanto que a
obrigação de não fazer trata de uma abstenção.
Se o executado praticar o ato do qual deva se abster, o exequente poderá pedir que o
ato seja desfeito por terceiros, às custas do executado.
Vejamos, abaixo, o fluxograma da execução das obrigações de não fazer com base em
título extrajudicial:
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EXECUÇÃO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER
4. Execução de obrigação de fazer
Na execução de obrigação de fazer, é exigida uma obrigação positiva, ou seja, a realização
de um ato.
Tal qual na execução da obrigação de não fazer, será determinado o prazo para
cumprimento da obrigação, que não é determinado.
É possível, ainda, que o exequente opte por executar por si mesmo a obrigação, ou sob
sua supervisão, às custas do executado. Neste caso, o exequente não poderá cobrar
mais caro do que as outras propostas que foram apresentadas por terceiros.
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A obrigação pessoal, isto é, aquela que não pode ser executada por terceiros, será sempre
convertida em perdas e danos quando o executado não a cumprir no prazo estipulado.
A conversão em perdas e danos faz com que seja aplicado o procedimento de execução
por quantia certa.
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EXECUÇÃO DE PAGAR
QUANTIA CERTA -
PARTE I
5. Execução de pagar quantia certa - Parte I
Conceito
A execução de obrigação de pagar quantia certa tem por objetivo o cumprimento de
obrigação de prestação pecuniária não cumprida espontaneamente.
Ela é realizada pela busca, constrição e expropriação de bens do devedor, com a finalidade
de apurar os recursos financeiros necessários ao adimplemento da obrigação.
Nesse sentido, dispõe o artigo 789 do Código de Processo Civil: “O devedor responde
com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações,
salvo as restrições estabelecidas em lei.”
Cabe salientar que a execução de obrigação de pagar quantia certa pode ter origem em
uma obrigação de entrega de coisa, de fazer ou de não fazer, quando não for possível
o cumprimento destas obrigações e o exequente optar por receber o valor equivalente
das perdas e danos.
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Após o acolhimento da petição inicial, é expedido mandado executivo, através do qual
o devedor é citado e intimado a cumprir a obrigação, no prazo de 3 dias, sob pena de
penhora. Do próprio mandado de citação já consta a ordem de penhora e avaliação.
É interessante observar que o executado é citado não propriamente para exercer sua
defesa, mas para adimplir sua obrigação. Isto porque o processo de execução não visa
ao julgamento de mérito da demanda, mas à satisfação de uma obrigação materializada
no título executivo.
Arresto
Pode ocorrer de o devedor não ser encontrado. Neste caso, o artigo 830 do Código
de Processo Civil determina que o oficial de justiça arreste imediatamente tantos bens
quanto bastem para garantir a execução. O arresto poderá incidir sobre qualquer bem
do executado, desde que seja penhorável.
O arresto poderá ser requerido, também, desde logo na petição inicial. Isto para que a
apreensão de bens do devedor se realize antes da sua citação, caso exista justo receio
de prejuízo para a execução, nos termos do artigo 799, VIII do Código de Processo Civil.
É importante observar que o arresto não obsta a que o devedor, posteriormente, substitua
o bem arrestado, na forma dos artigos 847 e 848 do Código de Processo Civil.
Caso haja suspeita de ocultação, será realizada citação com hora certa. Frustrada a
citação pessoal e com hora certa, o exequente deverá requerer a citação por edital.
Efetuada a citação, qualquer que seja a modalidade, abre-se o prazo de 3 dias para o
pagamento. Transcorrido o prazo, o arresto converte-se em penhora.
Se, no prazo de 3 dias, não for cumprida a obrigação, têm início os atos expropriatórios.
Se tiverem sido indicados bens à penhora na petição inicial, a penhora recairá sobre
estes bens. Caso contrário, o oficial de justiça procederá à penhora de bens em número
suficiente para cobrir o valor da dívida.
Expropriação
A expropriação tem por objetivo retirar a propriedade ou a posse de um ou mais bens do
patrimônio do executado para que seja alienado e satisfaça o crédito exequendo.
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São formas de expropriação:
Poderá ser emitida certidão do recebimento da execução, para fins de averbação. Após
a averbação, qualquer oneração do bem será considerada fraude.
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EXECUÇÃO DE PAGAR
QUANTIA CERTA -
PARTE II
6. Execução de pagar quantia certa - Parte II
Penhora
A penhora consiste na constrição de bens do executado com o objetivo de satisfazer o
crédito do exequente. Ela poderá recair sobre qualquer bem, exceto aqueles declarados
impenhoráveis por lei.
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Seguro de vida.
Além disso, deve-se destacar que a regra de impenhorabilidade não se aplica às dívidas
relativas ao próprio bem.
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7
EXECUÇÃO DE PAGAR
QUANTIA CERTA -
PARTE III
7. Execução de pagar quantia certa - Parte III
Por esta razão, o Código de Processo Civil estabelece, em seu artigo 835, a ordem de
preferência dos bens na penhora:
1. Dinheiro, em espécie, depósito ou aplicação em instituição financeira;
2. Títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com co-
tação em mercado;
3. Títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
4. Veículos de via terrestre;
5. Bens imóveis;
6. Bens móveis em geral;
7. Semoventes;
8. Navios e aeronaves;
9. Ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
10. Percentual do faturamento de empresa devedora;
11. Pedras e metais preciosos;
12. Direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação
fiduciária em garantia;
13. Outros direitos.
Ainda de acordo com o artigo 835, §§ 1° e 3° do Código de Processo Civil, a penhora
em dinheiro é sempre prioritária, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem
prevista de acordo com o caso concreto.
Nesse sentido, diz a Súmula 417 do Superior Tribunal de Justiça: “Na execução civil, a
penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens não tem caráter absoluto.”
Além disso, se existir garantia real, a penhora deverá recair sobre o bem dado em garantia.
A penhora é realizada por auto ou termo. O bem penhorado será apreendido e depositado.
Formalizada a penhora, o executado deverá ser imediatamente intimado.
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Substituição da penhora
Se a penhora não observar a ordem de preferência, o executado poderá pedir a
substituição, no prazo de 10 dias após sua intimação. Neste caso, o executado deverá
sempre apresentar outro bem passível de substituição à execução.
Além disso, para que a penhora seja substituída a requerimento do executado, ele deverá:
A penhora pode ser substituída, ainda, por fiança bancária ou seguro garantia judicial,
em valor não inferior ao do débito constante da inicial acrescido de trinta por cento.
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A parte que requerer a substituição da penhora será ouvida no prazo de 3 dias.
Pode ocorrer, ainda, de o executado não possuir bens penhoráveis. Neste caso, o oficial
de justiça tão somente descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou
o estabelecimento do executado. O executado será nomeado depositário provisório de
tais bens até ulterior determinação do juiz, a fim de evitar eventual fraude à execução.
Resistência à penhora
Havendo resistência à penhora, o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz e solicitará a
ordem de arrombamento. O arrombamento é feito por dois oficiais de justiça, na presença
de duas testemunhas, com a lavração do auto circunstanciado do que aconteceu na
diligência.
Formalização da penhora
Como forma de garantia ao credor em face de terceiros, a penhora deverá ser averbada
no registro competente.
Com a penhora, o credor especifica os bens sobre os quais exercer o direito de realizar
seu crédito e o devedor perde a posse direta e a livre disponibilidade dos bens atingidos.
Além disso, o terceiro que está na posse temporária do crédito ou bem atingido pela
penhora deverá, obrigatoriamente, respeitar o grave judicial. A penhora também faz com
que o terceiro não possa negociar com o executado o domínio do bem penhorado, sob
pena de ineficácia da aquisição, ainda que o bem passe a integrar o seu patrimônio.
Se a penhora recair sobre bem que se encontre em posse de terceiro, este poderá
apresentar embargos de terceiro para desconstituí-la, nos termos do artigo 674 do
Código de Processo Civil. Contudo, se o terceiro tão somente possui a detenção ou
guarda do bem penhorado, nada impede que ocorra o gravame deste bem.
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A formalização da penhora se dá através do auto de penhora, que conterá os requisitos
previstos no artigo 838 do Código de Processo Civil e, ainda, a avaliação dos bens
penhorados a qual, sempre que possível, será feita pelo próprio oficial de justiça.
É importante ressaltar, por fim, que cada bem possui um procedimento específico para
realização da penhora.
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EXECUÇÃO DE PAGAR
QUANTIA CERTA -
PARTE IV
8. Execução de pagar quantia certa - Parte IV
Adjudicação
Conforme vimos anteriormente, na adjudicação, o bem é transferido para a propriedade
do próprio exequente.
Se o bem for de maior valor, o exequente deverá depositar a diferença. Caso contrário, se
o bem for de menor valor, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.
A adjudicação efetiva-se com a lavratura e assinatura do auto pelo juiz e pelo exequente.
Observe-se que não é exigida a assinatura do executado.
Alienação
A alienação consiste na transferência da propriedade do bem para terceiros. Ela ocorre
por iniciativa do particular ou por leilão judicial presencial ou eletrônico (hasta pública).
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O leiloeiro será indicado pelo juiz e o leilão será precedido da publicação de edital.
A hasta pública somente será realizada em último caso, quando não for possível, antes, a
adjudicação e a alienação por iniciativa do particular, por ser um procedimento moroso.
Na hasta pública, não será aceito lance que ofereça preço vil. O preço deverá ser o de
avaliação do imóvel ou 50% deste valor.
Podem participar da hasta pública todos aqueles que estiverem na livre administração
de seus bens; contudo, a legislação processual civil prevê algumas exceções.
Vejamos, abaixo, o fluxograma da execução por quantia certa com base em título
extrajudicial
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EXECUÇÃO CONTRA
A FAZENDA PÚBLICA
E A EXECUÇÃO DE
ALIMENTOS
9. Execução contra a Fazenda Pública e a execução de
alimentos
Na propositura da ação que tem por objetivo promover execução contra a Fazenda
Pública, não há que se falar em atos expropriatórios, mas tão somente na expedição de
precatório ou requisição de pequeno valor em favor do exequente.
Além disso, a Fazenda Pública possui prazo em dobro para a oposição de embargos à
execução.
Execução de alimentos
A execução de alimentos que estiver constituída em título extrajudicial é aquela que, por
exemplo, tem origem em um acordo extrajudicial.
Se não for realizado o pagamento e a justificativa não for aceita, será decretada a prisão
do executado pelo prazo de 1 a 3 meses, em regime fechado. Ressalte-se que a prisão civil
não poderá ser decretada ex officio, mas deverá ser realizada mediante requerimento do
credor.
Note-se a prisão civil não impede a penhora dos bens do executado e o prosseguimento
dos atos executivos. Além disso, o cumprimento da pena de prisão não dá quitação ao
executado quanto às parcelas vencidas e vincendas.
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Espécies de Execução
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