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AUTARQUIA EDUCACIONAL DO VALE DO SÃO

FRANCISCO
FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS E
SOCIAIS DE PETROLINA
DIREITO

JHEOVANNA GONÇALVES RAMOS DIAS LIMA


STÉPHANE GIOVANA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES

PETROLINA-PE
2020
Contraditório
O contraditório é o princípio jurídico que tem a melhor estruturação quanto a
democrática do processo civil. Por se tratar de um principio constitucional que prega
a participação, no processo, a participação decorre a partir da garantia do
contraditório, efetivado como princípio. Sendo assim, o princípio do contraditório é
considerado como pressuposto do exercício democrático de um poder. No âmbito do
processo civil, a defesa trata configura-se como um ônus, com isso, a sua não
apresentação pode resultar em revelia e/ou preclusão (artigos 183 e 319 do Código
de Processo Civil).
“No processo civil, o contraditório contenta-se com a concessão, às partes, de
oportunidade de resistir à pretensão formulada pelo adversário. Mas fica-lhes
ressalvada a possibilidade de não resistir.”

• Dimensão formal e substancial;


“O princípio do Contraditório pode ser decomposto em duas garantias: participação
(audiência; comunicação; ciência) e possibilidade de influência na decisão. A garantia
da participação é a dimensão formal do princípio do contraditório. Trata-se do poder
de ser ouvido, de participar do processo, de ser comunicado, poder falar no
processo... Há, porém, ainda, a dimensão substancial do princípio do contraditório.
Trata-se do “poder de influência”.
Formal: Garantia que o juiz possa proferir sentença, sendo o respeito ao devido
processo legal para a constituição dos atos jurídicos perfeitos.
Material: garantia da participação dos sujeitos processuais no ato de decisão do
julgador.

• Vedação de decisão surpresa;


O art. 10 do Código de Processo Civil (CPC) estabelece que "o juiz não pode decidir,
em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se
tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício"
No Brasil, está vedada a decisão "(...) fundada em premissas que não foram objeto
de prévio debate ou a respeito das quais não se tomou prévio conhecimento no
processo em que é proferida" 4. Disposto no art. 10 e nos arts. 5º, 6º e 9º
Em suma, o contraditório é capaz de evitar a prolação de qualquer decisão surpresa
que possa surpreender as partes,
• Manifestações do Contraditório no CPC;
A Lei n.º 13.105/2015, que instituiu o novo Código de Processo Civil, traz em seu
Artigo 7 e 10
• Exemplo de aplicação: intimação e a citação. Seria manifestação do
contraditório na execução, por exemplo, o direito à nomeação de bens à
penhora, a interposição de recursos e outros atos cuja prática a lei confere ao
devedor.
• Exemplo de relativização (decisão contrária sem a ouvida da outra parte): Sua
relativização pode ocorrer de forma excepcional, nos casos de contraditório
deferido, que são as situações que envolvem tutelas de urgência ou de
evidência, sendo a de urgência fundada no gran de risco à demora da
efetividade da tutela, e a de evidência fundada na grande probabilidade de a
parte ter o direito que alega (fumaça do bom direito).
Primazia do Julgamento de Mérito :
O princípio da primazia do julgamento de mérito foi fortalecido pelo Código de
Processo Civil e consagrado em diversos dispositivos do diploma de 2015. A
razão a fundamentar essa norma está em que ao cabo do processo o que
efetivamente se busca é a solução do conflito por uma solução de mérito. A
solução de forma, sem entrar na análise da questão propriamente, só interessaria
a quem sabidamente não tem a razão sobre o que alega. A situação de extinção
do processo sem julgamento de mérito deve ser excepcional, portanto, o juiz deve
sempre preferir o proferimento de senten ça definitiva (aquela que analisa o mérito)
à sentença terminativa (aquela que não analisa o mérito). A solução de mérito é
prioridade.

• Manifestações no CPC; artigos 282, §2º e também no artigo 6.


• Exemplo de aplicação: conhecimento busca a decisão do julgamento do
mérito,
Boa-fé processual:
O princípio da boa fé processual, vertente objetiva da boa fé, é aquele que impõe
um comportamento leal, ético, de acordo com a boa-fé, em nada se relacionando
com a intenção do sujeito do processo (boa fé subjetiva). É norma impositiva de
condutas em conformidade com a boa-fé objetivamente considerada, sem se
perquirir acerca das más ou boas intenções. O art. 5º do CPC diz “ Aquele que de
qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa fé”.
Nesse princípio é estabelecido uma regra geral de boa fé e trás uma ideia que já
é bastante consagrada no âmbito do direito. Para ser mais objetiva, essa ideia
vem desde o direito romano, onde se direcionava a conduta das partes,
principalmente nas relações negociais e contratuais.
‘’O princípio da boa-fé extrai-se de uma cláusula geral processual. A opção por uma
cláusula geral de boa-fé é a mais correta. É que a infinidade de situações que podem
surgir ao longo do processo torna pouco eficaz qualquer enumeração legal exaustiva
das hipóteses de comportamento desleal4. Daí ser correta a opção da legislação
brasileira por uma norma geral que imponha o comportamento de acordo com a boa-
fé. Em verdade, não seria necessária qualquer enumeração das condutas desleais: o
art. 5o do CPC é suficiente, exatamente por tratar-se de uma cláusula geral.’’ (Fredie
Didier Jr).
• Boa-fé subjetiva e objetiva: A boa-fé subjetiva: trata do próprio sujeito,
intimamente ligada com a moralidade dos atos pessoais de cada pessoa. Isso
diz muito a respeito de como o sujeito se porta, seus princípios, suas crenças.
Algo subjetivo representa muito mais o particular das partes do que
propriamente dito uma cláusula de um contrato. A boa-fé objetiva: está
intimamente ligada à honestidade da relação das partes no fato em questão.
Portanto, a boa-fé objetiva impõe aos contratantes deveres de conduta que
não estão determinados de forma nos contratos, mas sim está implicitamente
nas ações que elas executam. Segundo o professor Ricardo Lupion (2011) no
livro “A boa-fé objetiva nos contratos empresariais” existem três princípios para
o surgimento da boa-fé: a autonomia da vontade, liberdade contratual e
obrigatoriedade dos contratos somados a novos princípios formados durante
este período de mudanças.
O Novo CPC descreve que os sujeitos do processo devem agir sempre com base no
princípio da boa-fé objetiva. Como pode ser visto no artigo 77 do Código de Processo
Civil, isso significa:
I – expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II – não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são
destituídas de fundamento;
III – não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração
ou à defesa do direito;
IV – cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final,
e não criar embaraços à sua efetivação;
V – declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço
residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação
sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.”

• Relevância da má-fé para aplicação do princípio; O primeiro Código de


Processo Civil Brasileiro, de 1939 (Decreto Lei 1608/1939), já trazia tanto no
art. 3º quanto no art. 63 questões atinentes à responsabilização da atuação
com má-fé processual. Confira na íntegra:
Art. 3º do CPC de 1939
Art. 3º Responderá por perdas e danos a parte que intentar demanda por espírito de
emulação, mero capricho, ou erro grosseiro.
Parágrafo único. O abuso de direito verificar-se-á, por igual, no exercício dos meios
de defesa, quando o réu opuzer, maliciosamente, resistência injustificada ao
andamento do processo.”
As partes de um processo devem litigar (defender os direitos que entendem possuir)
de forma adequada para que a demanda possa atingir sua finalidade (julgamento final
do que está sendo discutido). Quando uma parte impõe, voluntariamente, empecilhos
para atingir esta finalidade na velocidade processual adequada, está litigando de má-
fé.
• Aplicações (“venire contra factum proprium” e abuso de direito processual)
A teoria do Venire Contra Factum Proprium consiste na vedação do comportamento
contraditório. Não tem disposição explícita no CDC, mas seu acolhimento decorre dos
outros princípios que orientam as relações de consumo. Por essa teoria, proíbe-se o
comportamento inesperado, que viola a boa-fé objetiva, causando surpresa na outra
parte.
Art. 3º Responderá por perdas e danos a parte que intentar demanda por espírito de
emulação, mero capricho ou erro grosseiro.
Parágrafo único. O abuso do direito verificar-se-á, por igual, no exercício dos meios
de defesa quando o réu opuser maliciosamente resistência injustificada ao
andamento do processo.
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA:
Garante o acusado e para a defesa. Direito do acusado introduzir no processo,
diretamente ou mediante atuação do seu procurador, todos os argumentos ou teses
definitivas bem como os meios de prova admissíveis e uteis a defesa. Há duas formas
através das quais a garantia da ampla defesa:
A autodefesa, em que aborda o direito do réu de se defender, o mesmo faz a sua
própria defesa como, por exemplo, na argumentação, depoimento.
Defesa técnica, feita pelo advogado, ou seja, a defesa é representada por um
profissional em juízo.

• Expresso na constituição federal: no art. 5°, inciso LV. Em contrapartida, a


manifestação no CPC se dá através do art.335 até 337 em que terá como
conteúdo os tipos de defesas do réu .
• Exemplo de aplicação: produção de prova, argumentação.

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