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Jaerton Santini
Jaerton Santini
Orientador:_________________________
Vandré Barbosa Brião, Dr. Eng.
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Marcelo Henkemeier, Dr. Eng.
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Ricardo Salami Debastiani, Eng.
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
Nelson Mandela
AGRADECIMENTOS
longo do curso.
participar da banca.
Aos meus familiares que de uma forma ou de outra contribuíram com esta
e conquista.
Palavras-chave:
ve: Material Particulado, Filtro de Mangas, Emissão Atmosférica, Pó de
mármore, Rochas ornamentais, Silicose.
ABSTRACT
Brazil is one of the five largest producers of stones in the world, with 80% of its production
exported as raw. With the technological development in the exploration of stones, trade is
growing and tends to expand. It is estimated that the country hás about 10,000 companies in
the Stone sector, with approximately 6,500 quarries, responsible for finishing the stones.
Exports in the first quarter
uarter of 2011 reached about U$$ 474.85 million. The exploitation and
processing of stone is the main cause of silicosis, with exposure of workers to workplaces
without safety care for occupational exposure to silica, present in marble and granite. The
objective
ective of this study was to characterize the particulate matter (PM) generated in a marble
quarrying, evaluate the efficiency of a bag filter pilot to control the PM and design a bag filter
to control PM. It was determined that the average size of aerosol particles is 2.92 micrometres
in diameter range considered critical to health, because they are inhaled through the
respiratory system. The evaluation of the bag filter pilot had an efficiency of 99.9% in the
control of the MP and still was possible to determine
determine the ideal time to perform the cleaning of
the filter with the analysis of pressure drop and variation of the rate of filtration. Then, with
the design of equipment on industrial scale, all of the objectives of this work were achieved.
The evaluation of the pilot team had an efficiency of 99.9% in the control of the MP and still
was possible to determine the ideal time to perform the cleaning of the filter medium with the
analysis of pressure drop and variation of the rate of filtration. At the end we carried out the
design of the equipment on an industrial scale.
scale
Keywords: Particulate Matter, Bag Filter, Air Emissions, marble powder, Ornamental Stones,
Silicosis.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura
ura 1: Transformações técnicas e principais produtos da indústria de rochas ...................... 5
Figura 2: Evolução e projeção da produção e do intercâmbio mundial de rochas ornamentais e
de revestimento ................................................................................................
................................ .................................................... 8
Figura 3: Empresas do Setor de Rochas Operantes no Brasil ..................................................
................................ 11
Figura 4: Perfil da Produção Brasileira por tipo de Rocha .......................................................
................................ 12
Figura 5: Distribuição Regional da Produção Bruta de Rochas Ornamentais no Brasil .......... 13
Figura 6: Distribuição do Consumo Interno Aparente por Estados e Regiões ......................... 14
Figura 7: Exportações Mensais do Setor de Rochas Ornamentais Brasileiro
Brasileiro – US$ ............... 15
Figura 8: Exportações Mensais do Setor de Rochas Ornamentais Brasileiro – ton ................. 15
Figura 9: Importações acumuladas do setor de rochas – ton ....................................................
................................ 16
Figura 10: Tempo de deposição de partículas no solo partindo de uma altura de 1,65 m ....... 19
Figura 11: Representação
resentação das principais regiões do trato respiratório .....................................
................................ 21
Figura 12: Filtro de mangas com sistema de limpeza por sacudimento (entrada
(entr interna de ar)
................................................................
................................................................................................
........................................... 26
Figura 13: Filtro de mangas com sistema de limpeza por jato pulsante ...................................
................................ 27
Figura 14: Filtro de mangas com entrada externa de ar poluído ..............................................
................................ 27
Figura 15: Comparação genérica entre mangas bem e mal dimensionadas ............................. 30
Figura 16: Preços relativos e aproximados entre os materiais das mangas .............................. 31
Figura 17: Peneiras utilizadas para o ensaio de granulometria ................................................
................................ 39
Figura 18: Filtro de mangas piloto utilizado nos testes laboratoriais .......................................
................................ 40
Figura 19: Leiaute do filtro de mangas utilizado ................................................................
...................................... 41
Figura 20: Microfotografia do M.P coletado no setor de polimento da marmoraria................
marmoraria 43
Figura
gura 21: Régua utilizada para caracterização do M.P, ampliação de 20 x ............................ 43
Figura 22: Histograma de distribuição de frequência do M.P respirável .................................
................................ 44
Figura 23: Histograma de distribuição do M.P (pó de mármore) .............................................
................................ 45
Figura 24: Perda de carga ao longo da alimentação no filtro de mangas. ................................ 47
Figura 25: Velocidade do ar ao longo do processo de filtração ...............................................
................................ 48
Figura 26: Ciclos de limpeza das mangas de filtração .............................................................
................................ 49
Figura 27: Sistema de exaustão da marmoraria no setor de polimento ....................................
................................ 51
Figura 28: Vista superior do filtro de mangas ................................................................
.......................................... 52
Figura 29: Vista lateral do filtro de mangas ................................................................
............................................. 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Principais Produtores Mundiais de Rochas Ornamentais ...........................................
................................ 9
Tabela 2: Principais Países Exportadores de Rochas Ornamentais ............................................
................................ 9
Tabela 3: Principais Importadores Mundiais de Rochas Ornamentais .....................................
................................ 10
Tabela 4: Eficiência fracionada de coletores de material particulado em função da distribuição
de tamanho das partículas (em porcentagens). ................................................................
.................................. 24
Tabela 5: Limitações e vantagens dos principais tipos de coletores de pó .............................. 28
Tabela 6: Temperatura
atura de trabalho e agentes químicos agressivos ao material das mangas ... 32
Tabela 7: Diâmetro das peneiras utilizadas para o ensaio de
de granulometria. ........................... 38
Tabela 8: Tamanho médio do M.P ................................................................
........................................................... 44
Tabela 9: Resultados do experimento de avaliação da eficiência do filtro de mangas piloto .. 46
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................
................................ ............................................... 1
2 DESENVOLVIMENTO................................................................................................
.................................. 4
2.1 Características
cas gerais dos produtos e processos................................
processos........................................................... 4
2.2 Evolução da Produção Mundial e do Mercado Internacional ......................................
................................ 7
2.3 Produção Mundial ................................................................................................
........................................ 8
2.3.1 Principais Exportadores ................................................................
........................................................ 9
2.3.2 Principais Importadores ................................................................
........................................................ 9
2.4 O Setor de Rochas no Brasil ................................................................
...................................................... 10
2.5 Balanço das Exportações e Importações Brasileira de Rochas Ornamentais e de
Revestimentos Situação Atual ................................................................
............................................................... 14
2.5.1 Exportações ................................................................................................
................................ ........................................ 14
2.5.2 Importações ................................................................................................
................................ ........................................ 16
2.6 Marmorarias ................................................................................................
................................ ............................................... 16
2.7 Materiais Particulados ................................................................................................
................................ 17
2.7.1 Poeiras ................................................................................................
................................ ................................................ 18
2.7.2 Tamanho das Partículas ................................................................
...................................................... 18
2.7.3 Mecanismos de deposição das partículas ...........................................................
................................ 19
2.7.4 Penetração e deposição das partículas no trato respiratório humano ................. 20
2.7.5 Poeira contendo sílica livre cristalizada
cristaliz ................................
............................................................. 21
2.7.6 Limites de exposição ocupacional ................................................................
...................................... 22
2.8 Equipamentos de controle de poluição atmosférica................................
atmosférica................................................... 22
2.8.1 Seleção de Equipamentos de Controle de Poluição de Ar .................................
................................ 23
2.8.2 Fatores envolvidos ................................................................
.............................................................. 24
2.9 Filtros de Mangas ................................................................................................
....................................... 24
2.10 Velocidade de Filtração ................................................................
............................................................. 28
2.11 Escolha do Meio Filtrante ................................................................
.......................................................... 29
2.11.1 Parâmetros de qualidade ................................................................
..................................................... 32
3 Materiais e Métodos ................................................................................................
...................................... 36
3.1 Seleção da Marmoraria ................................................................
.............................................................. 36
3.1.1 Descrição do ambiente de trabalho da marmoraria ............................................
................................ 36
3.1.2 Fontes geradoras de poeira e localização dos pontos de trabalho ...................... 36
3.2 Coleta das Amostras de Poeira ................................................................
.................................................. 37
3.2.1 Coletas para medição dos tamanhos das partículas ............................................
................................ 37
3.3 Caracterização do material particulado ................................................................
...................................... 37
3.3.1 Microfotografia................................................................................................
................................... 38
3.3.2 Peneiramento ................................................................................................
...................................... 38
3.4 Avaliação da eficiência do filtro de mangas piloto para o M.P .................................
................................ 39
3.4.1 Descrição do equipamento utilizado................................................................
utilizado ................................... 40
3.5 Dimensionamento do filtro de mangas ................................................................
...................................... 42
4 Resultados e discussões ................................................................................................
................................. 43
4.1 Caracterização do material particulado ................................................................
...................................... 43
4.1.1 Microfotografia................................................................................................
................................... 43
4.1.2 Peneiramento ................................................................................................
...................................... 44
4.2 Avaliação da eficiência do filtro de mangas piloto ....................................................
................................ 45
4.3 Dimensionamento do filtro de mangas ................................................................
...................................... 49
4.3.1 Escolha do tipo de limpeza ................................................................
................................................. 49
4.3.2 Escolha do meio filtrante ................................................................
.................................................... 50
4.3.3 Velocidade de Filtração ................................................................
...................................................... 50
4.3.4 Cálculo da área de filtração ................................................................
................................................ 50
4.3.5 Dimensionamento das mangas ................................................................
........................................... 52
5 CONCLUSÃO ................................................................................................
................................ ............................................... 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................
..................................................... 55
APÊNDICE A/ANEXO A................................
................................................................................................
........................................ 58
1 INTRODUÇÃO
3
2 DESENVOLVIMENTO
4
Figura 1: Transformações técnicas
t e principais produtos da indústria de rochas
Fonte: Spínola(2003)
O primeiro
rimeiro estágio da cadeia produtiva
produtiva das rochas ornamentais é a extração da lavra de
blocos a céu aberto. O beneficiamento primário é feito
feito nas serrarias, compreende o corte dos
blocos em chapas com a utilização de equipamentos denominados como teares. Estima-se
Estima que
para cada metro cúbico de pedra bruta seja gerado 30 m² de chapas, variando de acordo com a
espessura da chapa, tipo
ipo e qualidade do material. O último
último processo de transformação ocorre
nas marmorarias, que para atender a demanda do consumidor final, as marmorarias situam-se
situam
na fase de corte que dá dimensões e detalhes de acordo com as especificações requeridas.
(Spínola, 2003)
5
O equipamento mais comum na serragem de granitos é a tear convencional,
constituído por multi lâminas.
minas. No entanto este modelo de tear vem sendo substituído pelo tear
de lâminas
minas diamantadas, sobretudo na serragem do mármore bege. Segundo Kurt Menchen
apud Spínola (2003), enquanto um tear convencional leva cem horas para serrar um bloco
bl de
6 m³, o de laminas diamantadas
iamantadas leva dez horas. Na média,
mé , um tear convencional produz 1500
m² de chapas de mármore e o de lâminas diamantadas, de 6.000 a 8.000 m².
As chapas de mármores e as de granito, na maioria dos casos são polidas após a
serragem.
m. No caso do mármore que apresenta uma superfície mais irregular se comparada
com os granitos, ocorre primeiramente o estucamento, processo no qual tem a função de
fechar os poros existentes na superfície com a utilização de resinas especiais. Após far-se-á
far o
polimento para dar brilho e lustre ao material.
Encontra-se
se no Brasil, especificamente no Espírito Santo, unidades de beneficiamento
de granito de altíssima produtividade, com maquinário de origem italiana. Sua produção
atinge um patamar de 1,1 mil m² de chapas por dia, e a sequência de maquinário é toda
automática.
2.1.1 Rochas Silicáticas (Granitos e Similares)
Para o setorr de rochas ornamentais e de revestimento,
revestimento, o termo granito designa um
amplo conjunto de rochas silicáticas, abrangendo monzonitos, granodioritos, charmockitos,
charmockitos
sienitos, dioritos, diabásios/basalto e os próprios granitos, geradas por
por fusão parcial ou total
de materiais crustais preexistentes.
A composição mineralógica desses granitos é definida por associações muito variáveis
de quartzo, feldspato, micas (biotita e muscovita), anfibólios, piroxênios e olivina. Alguns
desses constituintes
intes podem estar ausentes em determinadas associações mineralógicas,
anotando-se
se diversos outros minerais acessórios em proporções bem mais reduzidas. Quartzo,
feldspatos, micas, e anfibólios são os minerais dominantes nas rochas graníticas e granitoides.
A textura das rochas silicaticas
silicaticas é determinada pela granulometria e hábito dos cristais,
e a estrutura definida pela distribuição desses cristais. Composição, textura e estrutura
representam, assim, parâmetros de muito interesse para a caracterização de granitos
g e sua
distinção dos mármores. (CHIODI, 2009)
2.1.2 Rochas Carbonáticas (Mármores, Travertinos e Calcários)
As principais rochas carbonáticas abrangem calcários e dolomitos, sendo os mármores
seus correspondentes metamórficos. Os calcários são rochas sedimentares
sedi compostas
principalmente de calcita (CaCO3), enquanto dolomitos são também rochas sedimentares
formadas, sobretudo, por dolomita (CaCO3,Mg CO3).
6
Alguns outros minerais carbonáticos, notadamente a siderita (FeCO3), ankerita
(Ca,MgFe(CO3)4) e a Magnesita
Magn (MgCO3), estão frequentemente associados com calcários e
dolomitos, mas em geral em pequenas proporções. Os mármores são caracterizados pela
presença de minerais carbonáticos com graus variados de recristalização metamórfica. Argilo
minerais, (caulinita,
ita, illita, clorita, smectita, etc.) e seus produtos metamórficos (sericita,
muscovita, flogopita, biotita, tremolita, actinolita, diopsídio, etc) constituem impurezas
comuns, tanto disseminadas quanto laminadas, nas rochas carbonaticas. (CHIODI, 2009)
Processos
ocessos deposicionais, conduzidos por precipitação química e bioquímica direta de
carbonatos em ambientes de água doce, determinam a formação de rochas não fossilíferas
fossilí e
bastante heterogêneas do tipo travertino e marga.
No setor de rochas ornamentais e de revestimento, o termo mármore é empregado para
designar todas as rochas carbonáticas,
carbonáticas, metamórficas ou não, capazes de receber polimento e
lustro, o crescimento recente da participação relativa dos granitos foi, pelo menos em parte,
estéticos não tradicionais
ais e possibilidades de paginação em pisos e fachadas.
Figura 2: Evolução
volução e projeção da produção e do intercâmbio mundial de rochas ornamentais e
de revestimento
Fonte: Montani (2007)
8
Tabela 1: Principais Produtores Mundiais de Rochas Ornamentais
2002 2003 2004 2005 2006 2007
Países
Mt % Mt % Mt % Mt % Mt % Mt %
China 14,00 20,80 17,50 23,30 18,00 22,20 20,00 23,50 22,50 24,20 26,50 25,60
Itália 8,00 11,90 7,85 11,00 7,65 9,40 7,50 8,80 7,65 8,20 7,75 7,50
Indía 6,50 9,60 8,50 11,30 9,50 11,70 10,00 11,70 11,50 12,40 13,00 12,60
Espanha 5,35 7,90 5,75 7,70 6,25 7,70 6,30 7,40 6,00 6,50 6,00 5,80
Irã 4,25 6,30 4,85 6,50 5,25 6,50 5,50 6,50 6,45 6,90 6,50 6,30
Brasil 2,75 4,10 3,20 4,30 4,00 4,90 4,50 5,30 5,50 5,90 5,75 5,60
Portugal 2,30 3,40 2,25 3,00 2,45 3,00 2,50 2,90 2,75 3,00 2,95 2,90
Turquia 2,50 3,70 3,25 4,30 4,20 5,20 4,75 5,60 6,20 6,70 8,00 7,70
EUA 2,00 3,00 2,25 3,00 2,30 2,80 2,40 2,80 2,25 2,40 2,00 1,90
Grécia 1,50 2,20 1,45 1,90 1,40 1,70 1,35 1,60 1,40 1,50 1,25 1,20
Egito 3,20 3,90 3,25 3,80 3,50 3,80 3,80 3,70
Outros 17,85 26,50 18,15 24,20 17,05 20,10 17,20 20,20 9,55 10,30 17,75 17,10
Total 67,50 100,00 75,00 100,00 81,28 100,00 85,25 100,00 92,75 100,00 103,50 100,00
Mt = milhões de toneladas. Fonte: (adaptado) Montani (2008)
9
foram responsáveis por cerca de 50% do total das importações, o que revela a grande
concentração de vendas em apenas poucos mercados.
Existem três perfis de mercados ou países importadores:
• Países importadores de rochas brutas,
bruta , que as beneficiam para o atendimento do
mercado doméstico e para exportação, como a China e Itália.
• Países importadores de rochas
rochas brutas e processadas, basicamente para
atendimento do mercado doméstico, como por exemplo, o Reino Unido,
Taiwan e Alemanha.
• Países principalmente importadores de rochas processadas, para atendimento
do mercado doméstico, como por exemplo, Japão, EUA e Coréia do Sul.
Tabela 3: Principais Importadores Mundiais de Rochas Ornamentais
11
Figura 4: Perfil da Produção Brasileira por tipo de Rocha
Fonte: ABIROCHAS (2008)
O Espírito Santo responde por quase 40% da produção de rochas no Brasil e concentra
cerca de 60% da capacidade
capacidade de beneficiamento de blocos instalada. A Maior parte da
produção dos chamados granitos exóticos provém dos estados de Minas Gerais e Bahia.
Estima-se
se que o Brasil tenha hoje uma capacidade instalada de serragem e polimento de 70
milhões m²/ano (granitos,, mármores e outras rochas extraídas em blocos). A Figura 5
apresenta a distribuição regional da produção bruta de rochas no Brasil no período de 2007.
12
Figura 5: Distribuição Regional da Produção Bruta de Rochas Ornamentais no Brasil
Fonte: ABIROCHAS (2008)
As rochas mais utilizadas no Brasil são as silicáticas, que abrangem granitos e suas
variedades. Seguem-se
se os mármores, travertinos e limestones (rochas carbonáticas), as
ardósias e os quartzitos maciços e foliados. Sua preferência é decorrente
decorrente de diversos fatores,
ligados à disponibilidade das matérias-primas,
matérias cultura de utilização, tendências de mercado,
parâmetros estéticos e qualificação físico-mecânica.
físico mecânica. Segundo Chiodi (2005),
(200 o mercado
imobiliário de alto padrão continua demandando preferencialmente
preferencialmente mármores importados
para os ambientes internos, tendo-se
tendo se cerca de 30 a 40 variedades de materiais italianos,
gregos, espanhóis, turcos e portugueses mais difundidos no país.
Para efeitos de cálculos expedidos, das 8,0 milhões de toneladas de rochas
ornamentais, produzidas no Brasil em 2007, 58% foram consumidas no mercado interno e
42% foram destinadas, como rochas brutas ou após beneficiamento, ao mercado externo.
Também em valores aproximados, transformando-se
transformando se a produção para o mercado interno
i em
metros quadrados equivalentes de chapas, com 2 cm de espessura, o consumo brasileiro de
produtos foi de 56,7 milhões de m² em 2007, totalizando 58,3 milhões de m² se somados os
produtos
rodutos importados.(ABIROCHAS, 2008)
Segundo Mello (2004), São Paulo é responsável, por quase 50% do consumo de
rochas no Brasil (Figura
Figura 6),
6 seguindo-se
se os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Conjuntamente, os estados da Região Sudeste, incluindo-se
incluindo o Espírito Santo, respondem por
aproximadamente 70 – 75% do consumo interno de rochas.
13
Figura 6: Distribuição do Consumo Interno Aparente por Estados e Regiões
Fonte: ABIROCHAS (2008)
2.5.1 Exportações
As exportações brasileiras de rochas ornamentais e de revestimentos totalizaram US$
192 milhões no 1° trimestre de 2011. Esse faturamento foi gerado pela comercialização de
442.612,25 t de rochas brutas e processadas. Frente ao 1° trimestre de 2010 registrou-se
registr
variação negativa de 2,19% no faturamento e de 6,79%, também negativa, no volume físico
dessas exportações.(ABIROCHAS,
(ABIROCHAS, 2011)
As rochas processadas compuseram 74,88% do faturamento e 45,13% do volume
físico exportado. As rochas silicáticas brutas compuseram
compuseram respectivamente 24,94% e 54,59%
e as rochas carbonáticas brutas apenas 0,18% e 0,29%. O faturamento e o volume físico das
vendas de rochas processadas recuaram respectivamente 6,10% e 11,41%, tendo-se
tendo registrado
variação positiva de 11,80% e negativa
negativa de 2,69% no volume físico das exportações de rochas
silicáticas brutas, basicamente correspondentes a blocos de granito. (ABIROCHAS, 2011)
As exportações mensais evoluíram de US$ 48,8 milhões em janeiro, para 81,2 milhões
em março (Figura 7),
), avançando de
de 123 mil t para 168 mil toneladas no mesmo período,
período
14
como pode ser visto na Figura 8.. Os números do mês de março de 2011 são inferiores ao do
mês de março de 2010. (ABIROCHAS, 2011)
15
2.5.2 Importações
As importações brasileiras de materiais rochosos naturais somaram US$ 16,17 milhões
e 26.522,93 t (Figura 9) no 1° trimestre de 2011, marcando incremento de respectivamente
53,4% e 42,3% frente ao mesmo período de 2010. O preço médio das importações de
materiais naturais processados é inferior ao das exportações equivalentes, ou seja, nossas
nossa
chapas polidas de granitos e mármores estão sendo exportadas por preços maiores que os das
chapas importadas.
Parece cristalizar-se
se a tendência de substituição da produção nacional pela importada,
o que conduzirá ao processo de desindustrialização do setor de rochas no Brasil.
2.6 Marmorarias
Marmorarias são instalações destinadas ao processamento de mármores, mas apesar
a do
nome se trabalha com todo o tipo de rocha ornamental. As operações executadas nas
marmorarias são comumente o polimento, o lustre e o corte em tamanhos e formas definidos
pelo consumidor. Utiliza-se
se o polimento para a remoção de possíveis riscos que
q podem ter
sido causados durante o transporte ou corte final das chapas.
16
O processo de corte das chapas dá forma e dimensão final ao produto. Este é feito com
o uso de discos rotativos diamantados, acionados por cortadeiras, fresadoras ou furadeiras. O
acabamento
cabamento final é realizado com o uso de ferramentas
ferramentas abrasivas na forma de discos, lixas e
rebolos, movidos por lixadeiras, fresadoras e similares. Para o desenvolvimento destas
atividades existem riscos para os trabalhadores devidos a geração de poeiras. No acabamento
a seco, as operações mais perigosas são o desbaste e o lixamento, pois geram altas
concentrações de poeira. Em ambientes sem as medidas de controle adequadas a poeira pode
causar doenças respiratórias. Se essa poeira tiver sílica cristalina o problema é ainda mais
grave.
Segundo dados do Projeto Marmoristas, divulgados em dezembro de 2001, na
atividade de marmorarias o local onde a maior geração de poeiras é no setor de acabamento e
corte, sendo que o processo úmido é adotado no setor de corte em 87,4 % das marmorarias.
Mais de 90% das empresas não adotam ventilação exaustora para a remoção da poeira e mais
de 75 % não realizam lavagem diária do local de trabalho.
Com base nos dados disponíveis pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança
e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO), no Projeto Marmor
rmoristas a maioria das
marmorarias é definida como microempresa. A principal característica desse tipo de empresa
é a estrutura administrativa enxuta e informal. O processo produtivo é realizado por meio do
trabalho árduo, visando o aumento da eficiência e controle de custos. É comum encontrar
instalações associadas à moradia do próprio empresário e a participação de vários membros
membr da
família envolvidos no negócio.
negó Em geral, são precárias ou inexistentes as iniciativas de Saúde
e Segurança no Trabalho (SST), pois essas empresas têm dificuldades para compreender as
exigências da legislação.
2.7.1 Poeiras
As poeiras são de particular interesse como contaminantes do ar de ambientes de
trabalho, uma vez que estão associadas a diversos tipos de doenças
doenças do sistema respiratório.
Podem reagir com os tecidos ou ser absorvidas por eles causando efeitos adversos à saúde.
Dependendo do tamanho, forma, propriedades químicas e densidade das partículas,
concentração de poeira no ar, tempo de exposição e outros
outros fatores, os efeitos à saúde podem
variar de uma simples irritação a uma doença fatal. (SANTOS, 2005)
Segundo Gabas (2008), uma das maneiras de se classificar as poeiras é através de suas
características básicas, que incluem forma, origem e tamanho. A forma
orma da partícula é um
importante fator que influê
nfluência
ncia os processos de impactação e deposição inercial no sistema
respiratório e os projetos de instrumentos adequados para amostragem e análises de partículas.
A variedade de formas de particulados é muito grande
rande são esféricas, cúbicas,
irregulares, com formato de flocos, fibras, cadeias, plaquetas, escamas, etc. A origem da
partícula pode ser classificada conforme sua origem em minerais (areia, argila, carvão),
animais (peles, couros, pelos) e vegetais (madeiras,
(madeiras, grãos, cereais). Já o tamanho das
partículas é de fundamental importância para determinar
erminar o seu comportamento.
Figura 10: Tempo de deposição de partículas no solo partindo de uma altura de 1,65 m
Fonte: ESTADOS UNIDOS (2007) et al., GABAS (2008)
a) Sedimentação
Estudos sobre aerodispersóides indicam que partículas com diâmetro aerodinâmico
maior que 50 µm não permanecem suspensas no ar por muito tempo, pois tendem a
sedimentar-se por influência
ncia da gravidade.
gravidade Entretanto,
ntretanto, em condições especiais, partículas
maiores que 100 µm podem tornar-se
tornar se suspensas, mas dificilmente permanecem no ar.
b) Impactação Inercial
A inércia de uma partícula, definida como sua tendência a resistir à mudança em sua
movimentação, é outro importante mecanismo de deposição. A partícula em movimento
através do ar mover-se-áá em linha reta, a menos que atue sobre ela uma força externa. Quando
Quand
uma partícula é forçada a mudar de direção repentinamente, a inércia da partícula fará com
que ela continue em frente, em relação ao fluxo original, por certa distância,
distâ antes que retome
a direção do fluxo.
c) Interceptação
Quando o fluxo de ar passa próximo a uma superfície coletora, pode ocorrer deposição
das partículas pelo processo de interceptação, partículas maiores arrastadas podem bater na
superfície coletora. Basta que a trajetória até a superfície seja menor que o raio da partícula.
19
d) Difusão
Neste
este mecanismo, partículas suspensas em um meio gasoso são bombardeadas por
colisões com moléculas individuais do gás, provocando deslocamentos aleatórios das
partículas, conhecidos com difusão, fazendo com que elas permaneçam suspensas no ar por
longos períodos de tempo.
e) Deposição eletrostática
Este mecanismo de captura é relevante quando o meio filtrante apresenta cargas
eletrostáticas, podendo ocorrer à captura das mesmas por meio da ação eletrostática direta ou
por meio de indução elétrica preliminar e posterior atração.
a) Particulado inalável
A fração inalável é aquela com diâmetro menor que 100 µm, capaz de entrar pelas
narinas
nas e pela boca, penetrando no trato respiratório durante a inalação, podendo ficar retida
em qualquer lugar dele.
b) Particulado
articulado torácico
A fração de particulado torácico é aquela constituída por partículas de diâmetro menor
que 25 µm,, capaz de passar pela laringe, podendo ficar retida nas regiões traqueobrônquica
(vias aéreas dos pulmões) e na região de troca de gases.
20
c) Particulado respirável
A fração respirável é constituída por partículas de diâmetro menor que 10 µm, também
conhecida como MP 10, que penetra e pode ficar retida na região de troca de gases ou região
pulmonar. Está fração respirável está associada com doenças fibrogênicas (como silicose) ou
enfisema pulmonar.
A Figura 11, ilustra as frações de particulados e as respectivas
respectivas regiões de deposição no
trato respiratório.
Figura 11:Representação
Representação das principais regiões do trato respiratório
Fonte: BON (2006)
21
A silicose é um tipo de pneumiconiose causada pela inalação de poeiras contendo
sílica livre cristalizada. É uma doença pulmonar incurável, com evolução progressiva e
irreversível, pode levar
evar de alguns anos a décadas para se manifestar, e progride mesmo após a
interrupção da exposição. (BRASIL, 2006)
A silicose é indiscutivelmente reconhecida como sendo uma doença ocupacional,
ocupacional
sendo
endo diagnosticado no mundo milhares
milhares de casos, a cada ano que passa. As partículas
menores que 10 µm podem penetrar nos alvéolos, de onde os macrófagos tentam removê-las.
removê
Entretanto, as partículas de sílica livre cristalizada causam a quebra e morte dos macrófagos.
O tecido pulmonar reage pelo desenvolvimento de nódulos fibróticos e cicatrizes ao
redor das partículas de sílica retidas. A formação de grande número de cicatrizes após
exposição prolongada torna a superfície alveolar menos elástica, diminuindo a capacidade
capacida
respiratória. (SANTOS, 2005)
23
Tabela 4: Eficiência fracionada de coletores de material particulado em função da
distribuição de tamanho das partículas (em porcentagens).
Diâmetro (µm)
Tipo de equipamento
0 →5 5 → 10 10 → 20 20 → 50 >50
Câmara de sedimentação 7,5 22,0 43,0 80,0 90,0
Ciclone de baixa pressão 12,0 33,0 57,0 82,0 91,0
Ciclone de alta pressão 40,0 79,0 92,0 95,0 97,0
Multiciclone 25,0 54,0 74,0 95,0 98,0
Filtro de mangas 99,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Lavadores de média energia 80,0 90,0 98,0 100,0 100,0
Lavador Venturi 95,0 99,5 100,0 100,0 100,0
Precipitador eletroestático 97,0 99,0 99,5 100,0 100,0
Torre de spray 90,0 96,0 98,0 100,0 100,0
Fonte: Lisboa (2007)
25
Figura 12: Filtro de mangas com sistema de limpeza por sacudimento (entrada interna de ar)
Fonte: Lisboa, (2007)
26
Figura 13: Filtro de mangas com sistema de limpeza por jato pulsante
Fonte: Lisboa, (2007)
Figura 14:Filtro
Filtro de mangas com entrada externa de ar poluído
Fonte: Lisboa, (2007)
27
A Tabela 5,, apresenta uma comparação entre os tipos de limpezas do filtro de mangas
relacionando com diferentes parâmetros.
parâmetros
Tabela 5: Limitações e vantagens dos principais tipos de coletores de pó
Parâmetro Ciclone Precipitador Filtro de Mangas
Eletrostático
Eficiência De 70 a 90% Superior a 98% Superior a 99,99%
Emissão Maior que 150 De 75 a 150 mg/m³ Menor que 50 mg/m³
mg/m³
Tamanho da Maior que 10 µm Maior que 0,001 µm Maior que 0,1 µm
partícula retida
Custo de Baixo Alto Médio
investimento
Custo de Baixo Alto Médio
manutenção
Custo de Baixo Alto Baixo
operação
Principio de Decantação Indução de eletricidade estática Impactação e aglomeração do
operação forçada do pó por no pó e posterior aglomeração por pó com posterior decantação
inércia atração eletrostática e decantação
Características Pode sofrer Pode apresentar elevadas Aceita variações das condições
elevada abrasão emissões no inicio e parada de pó+gás (concentração pó,
pelo pó ou operação (maiores que 300 temperatura, umidade, etc.)
corrosão pelo gás; mg/m³); sem variar a emissão
Baixa eficiência Não aceita gases inflamáveis e significativamente;
para pós finos variações das condições do Aceita
ita pós finos e gases/pós
(<5µm). pó+gases; inflamáveis;
A eficiência de coleta depende da É o mais utilizado no mundo.
mundo
resistividade elétrica do pó.
28
filtração reduzem a área de filtração requerida, diminuindo o custo inicial, operacional e de
manutenção dos filtros.
Rocha (2010), estudando a remoção de tortas em diferentes materiais particulados, e
com três velocidades de filtração de 6, 9 e 11 cm/s, concluiu que a resistência específica da
d
torta aumenta com a velocidade de filtração para todos os materiais estudados e que a
porosidade da torta diminui com o aumento da velocidade de filtração para a rocha fosfática.
29
Figura 15: Comparação genérica entre mangas bem e mal dimensionadas
Fonte: Pacheco (2002).
30
A diferença de preço entre diversos materiais atualmente disponíveis é função das
diferenças de temperatura máxima de trabalho, resistência química, resistência à abrasão de
cada material, sem falar na disponibilidade ou não de fabricante
fabricante nacional (Figura
( 16).
31
Tabela 6: Temperatura de trabalho e agentes químicos agressivos ao material das mangas
Sigla Material Nome Temp. H2 O O2 SO2 NO2 Alcalis Solventes
Comercial Trab.
PP Polipropileno - 90 °C l l l l l n
PA Poliamida Nylon 110 °C n l n l l s
AC Poliocrilonitrila Acrílico 110 °C s l n s n l
copolímero
DT Poliocrilonitrila Dralon T 120 °C l l n s n l
homopolímero
PE Poliéster - 150 °C n l n l n l
NO m-Aramida Nomex, 180 °C n s n l n l
Conex
PPS Polifenilsulfeto Rylon, 190 °C l n s n l l
Procon
PI Poliimida aromática P84 240 °C s n n n l l
PTFE Politetrafluoretileno Teflon 250 °C l l l l l l
l= resiste bem; s = resistência moderada; n = baixa resistência
Fonte: adaptado de Pacheco (2002).
34
possibilidade de acerto somente aos fabricantes de mangas com grande tempo
temp
de atuação no mercado.
n) Tratamentos – são opções para a especificação básica da manga. Os
tratamentos químicos são responsáveis pelo aumento da durabilidade da manga
à frente da abrasão (antiabrasivo) ou facilidade de limpeza em condições
úmidas (tratamento
(tratamen antiaderente). Este último pode proporcionar uma
diminuição da intensidade de limpeza (frequência de pulsos).
o) Acabamentos – é o acabamento que o feltro recebe para tornar a superfície da
manga mais lisa. Proporciona ao filtro baixa perda de carga, máxima
máxim vazão de
gás e, portanto, máxima captação/recuperação de particulado. É fundamental
que ele esteja localizado, pelo menos, na face que receberá o pó, caso
contrario, a manga pode entupir em menos de 3 meses.
35
3 Materiais e Métodos
todos
Este capítulo apresenta a descrição dos procedimentos experimentais, métodos e
instrumentos utilizados para a coleta, preparação e caracterização do material particulado,
bem como a descrição das etapas realizadas para obtenção dos resultados.
36
nas proximidades. A marmoraria apresenta segregação entre o setor de corte (úmido) e
acabamento (seco), o que diminui o risco de exposição ocupacional dos trabalhadores
trabalh dos
demais setores, porém quando os trabalhadores do setor de corte circulam pelo setor de
acabamento a seco para levar peças cortadas ou orientar
orientar os colegas quanto à montagem das
peças compostas,, podem se expor a estes pontos de geração de M.P.
37
3.3.1 Microfotografia
Para o desenvolvimento deste estudo, foi realizada a microscopia para a aquisição de
imagens digital das partículas coletadas do ar, com o auxilio de um microscópio Olympus,
Modelo BX 50, localizadoo no laboratório de microscopia, do Instituto de Ciências Biológicas
da Universidade de Passo Fundo.
A técnica de microscopia fornece a oportunidade
oportunidade de observação da forma das
partículas analisadas e requerem somente uma quantidade muito pequena de amostra. Cerca
de 1 grama de M.P. foi colocado em uma lâmina
l mina de vidro e adicionado algumas gotas de óleo.
Sobre o material foi disposto uma lâmina
l dee vidro e levado para visualização no microscópio
em aumento de 1000 vezes.
A possibilidade de medição direta do tamanho linear das partículas faz da microscopia
a técnica primária de medição, servindo como referência
referência para medições realizadas por
instrumentos
os automáticos, portanto, uma lâmina
lâmina graduada com suas respectivas escalas foi
utilizada para medir o tamanho das partículas.
3.3.2 Peneiramento
Foi realizado o peneiramento do pó de varrição para a caracterização do material
particulado mais grosseiro,
ro, antes da utilização do mesmo nos experimentos realizados no
filtro de mangas. Os experimentos foram realizados no laboratório de Operações Unitárias, da
Faculdade de Engenharia de
d Alimentos, da Universidade de Passo Fundo (UPF).
Foram utilizadas 6 peneiras
peneiras com diferentes tamanhos, classificadas conforme a
ABNT/ASTM para o ensaio de granulometria, conforme a Tabela 7.
Tabela 7: Diâmetro das peneiras utilizadas para o ensaio de granulometria.
Diâmetro ( mm) Mesh (ABNT/ASMT)
0,500 32
0,425 35
0,354 42
0,250 60
0,149 100
0,125 115
0,074 200
38
A Figura 17, apresenta as peneiras utilizadas para o ensaio de granulometria.
granulometria
(1)
Na equação 1:
DS = tamanho das partículas (µm)
dx = Fração mássica retida
dy = Diâmetro da peneira (µm)
39
Figura 18: Filtro de mangas piloto utilizado nos testes
te laboratoriais
40
Figura 19:Leiaute
Leiaute do filtro de mangas utilizado
41
Aoo final dos ensaios foi possível avaliar a eficiência do filtro de mangas,
mangas a perda de
carga e a variação da velocidade de filtração,
filtração sendo possível determinar
ar o momento ideal para
a limpeza das mangass sem acarretar na diminuição da eficiência do processo.
processo
(2)
Sendo:
Q= vazão de ar (m³/s)
Vat= velocidade do ar na seção transversal do sistema de exaustão (m/s)
Ad= área da seção transversal do sistema de exaustão (m²)
A área de filtração
ção necessária para o processo foi calculada com a relação da
velocidade de filtração, definida pela equação 3.
42
4 Resultados e discussões
4.1.1 Microfotografia
A caracterização do tamanho médio das partículas aconteceu após a realização de
microfotografias com o auxilio de um microscópio digital, como pode ser visto na Figura 20.
A contagem do tamanho médio das partículas aconteceu com o auxilio de uma régua
graduada conforme a Figura 21.
21 Foram utilizadass 15 microfotografias para a caracterização do
M.P, (apêndice A).
43
Foram medidas 141 partículas, apresentando um tamanho médio de 2,92 µm, com um
desvio padrão de 1,74 µm
m. Demonstrando que o M.P apresenta-se
se dentro de um faixa de
tamanho heterogênea,, entre 0,5 a 10 micrômetros. A Figura 22, apresenta
apresent o histograma de
distribuição de frequência do M.P respirável.
4.1.2 Peneiramento
Os resultados do peneiramento foram obtidos
obtidos através de ensaios de laboratório. A
Tabela 8, apresenta os resultados obtidos após o peneiramento e a abertura em mm das
peneiras utilizadas no ensaio.
Tabela 8: Tamanho médio do M.P
Abertura em mm Fração Mássica Retida % Retida
0,500 0,00166 0,1658
0,425 0,00256 0,25561
0,354 0,00345 0,34542
0,250 0,66287 66,2867
0,149 0,24677 24,677
0,125 0,03786 3,78584
0,074 0,01575 1,57513
Fundo 0,02908 2,90846
44
O tamanho médio das partículas amostradas no peneiramento se manteve na faixa de
150 a 250 µm,, mas com uma fração de aproximadamente 5 % de partículas menores que 100
µm. O que demonstra a necessidade da instalação de filtros de mangas para a remoção desta
porcentagem de M.P na marmoraria.
A Figura 23, apresenta o histograma de distribuição com a porcentagem retida em
cada malha da peneira. Destaque para a fração que ficou depositada no fundo do recipiente,
sendo de aproximadamente 3%, com tamanho menor que 70 µm.
Figura 23:Histograma
Histograma de distribuição do M.P (pó de mármore)
45
Tabela 9: Resultados do experimento de avaliação da eficiência do filtro de mangas piloto
pilo
Experimento Amostral (pó de mármore)
Amostra Massa (kg) M.. Acum (kg) M. Pa (g) V. Inicial (m/s) P Carga (mm)
1 0,1 0,1 0,224 13,5 2
2 0,1 0,2 0,129 13 5
3 0,1 0,3 0,157 12,5 7,5
4 0,1 0,4 0 12,5 11
5 0,1 0,5 0 12,5 15
6 0,1 0,6 0 12,4 18
7 0,1 0,7 0 12,3 21
8 0,1 0,8 0 12,2 25
9 0,1 0,9 0 11,9 28
10 0,1 1 0 11,5 32
Massa Total 1 0,51
Eficiência de coleta (ε) 99,949%
Legenda
M. Acum = Massa Acumulado
M.Pa = Massa que Passou
V. Inicial = Velocidade Inicial
P. Carga = Perda de carga
Nota-se
se que o experimento realizado apresentou uma eficiência de 99,9% para o M.P
proposto, apresentando um aumento contínuo na perda de carga ao longo do processo de
filtração, demonstrando neste caso que a formação da torta de filtração provoca o aumento da
perda de carga. O comportamento da velocidade de filtração foi inversamente proporcional a
perda de carga, com o aumento da torta,
torta ocorre a diminuição da velocidade do ar.
A Figura 24, apresenta o comportamento da perda de carga durante a alimentação da
massa a ser filtrada.
46
Perda de Carga
40
Perda de Carga (mm H2O)
35
30
25
20
15
10
5
0
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Massa Alimentada (kg)
O teste realizado mostrou que para a massa alimentada a perda de carga foi crescendo
gradualmente durante todo o experimento, foram adicionados 10 amostras com 100 g cada,
totalizando uma massa acumulada de 1 kg.
kg Nota-se que a partir da sétima amostragem, ou
seja, massa de 0,7 kg, o equipamento teve um aumento considerável na perda de carga o que
pode ter sido causado pela colmatação do M.P no meio filtrante, formando a torta de filtração.
Em testes realizados com outro tipo de M.P, proveniente da indústria de ração
Kochenborger (2011), mostrou que o equipamento não suporta pressão à uma massa maior
que 2 kg, e que a perda de carga teve um crescimento constante até o rompimento das
mangas.
Para a velocidade do ar o comportamento não foi muito diferente da perda de carga
como pode ser visto na Figura 25.
25 A velocidade
idade diminui ao longo da filtração devido a
colmatação das partículas no meio filtrante, e no mesmo ponto da perda de carga teve uma
considerável diminuição na velocidade de filtração.
47
Figura 25: Velocidade do ar ao longo do processo de filtração
Em relação à Tabela 9,
9 apresentada anteriormente nota-se
se que ouve uma pequena
fração de partículas que atravessaram o meio filtrante na fase inicial do experimento, o que
pode ter ocorrido pela alta velocidade do ar, e também pelas mangas estarem limpas, sem
material colmatado, que diminui a eficiência do processo de filtração. Esta torta não deve
ficar muito espessa, pois pode levar ao rompimento das mangas devido a alta pressão e até
mesmo quando a velocidade do ar for muito alta pode ocasionar na passagem de M.P muito
muit
fino.
O comportamento ideal de ciclos de filtração considera uma compactação inalterável
da torta de filtração, com fluxos e concentrações de pó constantes, bem como limpezas
uniformes do meio filtrante.
filtrante Isso leva a ciclos uniformes, cujo tempo de filtração
filtra é idêntico ao
do filtro virgem. Nesse caso, o aumento da queda de pressão residual deve-se
deve à incorporação
irreversível de partículas no interior do meio filtrante ou à permanência de uma fina camada
de pó, com espessura uniforme, após a regeneração do meio filtrante. A Figura 26, ilustra o
comportamento de funcionamento descrito para limpeza do meio filtrante.
48
Figura 26: Ciclos de limpeza das mangas de filtração
Fonte: Santos (2010)
49
4.3.2 Escolha do meio filtrante
filt
O material selecionado para a filtração foi o tecido de feltro de Poliester, com
densidade de 450 g/m², que apresenta características que suportam temperaturas até 150 °C,e
°C,
também é o material que tem o menor custo em relação aos demais meios filtrantes,
filtran conforme
citado por Pacheco (2002).
4.3.4 Cálculo
lculo da área de filtração
A área de filtração terá como base de cálculo a velocidade do ar, no sistema de
exaustão do ar poluído. Com base nos exaustores instalados na empresa, (Figura 27), e com o
auxílio de um anemômetro digital a velocidade do ar do sistema de exaustão foi determinado.
50
Figura 27: Sistema de exaustão da marmoraria no setor de polimento
Onde,
Q= vazão de ar (m³/s)
Vat= velocidade do ar na seção transversal do sistema de exaustão (m/s)
Ad= área da seção transversal do sistema de exaustão (m²)
Sendo, no entanto a vazão de:
Portanto:
51
4.3.5 Dimensionamento das mangas
As mangas utilizadas devem
m possuir as seguintes dimensões:
D = 5 pol x 0,0254 m = 0,127 m
L = 1,5 m
Onde,
D = Diâmetro da manga
L = Comprimento da manga
Portanto, a área de filtração será definida pela seguinte equação:
O número
mero de mangas necessário para a filtração do ar contaminado será:
52
Figura 29: Vista lateral do filtro de mangas
Com base nas informações obtidas através dos cálculos de dimensionamento do filtro de
mangas o equipamento poderá ser construído e instalado, onde deve atender as necessidades
da empresa em contribuir com o controle das emissões atmosféricas e com a saúde dos
trabalhadores expostos a poeira.
53
5 CONCLUSÃO
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
____NR – 15 – Atividades e operações insalubres. Normas regulamentadoras de Segurança
e Saúde no Trabalho. 1978 A. Disponível
Dispon em:
<www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_15.pdf> Acesso em 14 out. 2011.
NIOSH.. National Institute for Occupational Safety and Health. NIOSH Hazard Review –
Health Effects of Occupational Exposure to Respirable Crystalline Silica. Publication n.
2002-129; 2002.
SPÍNOLA, Vera. Potencial Exportador e Política Pública para uma Evolução Virtuosa a
Indústria de Rochas Ornamentais da Bahia. Dissertação(Mestrado em Economia).
Universidade Federal da Bahia – UFBA, Salvador, 2003, 179 p.
57
APÊNDICE A
58
Apêndice A: Microfotografia do M.P.
M coletado na marmoraria