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Armazenamento e energia da

água no solo - Apostilas -


Agronomia_Parte2
Agronomia
Universidade de Taubaté (Unitau)
8 pag.

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- superfície específica do solo;
- qualidade das partículas sólidas;
Devido às dificuldades de descrever estes fenômenos e desenvolver fórmulas para determinação do
potencial matricial, ilustra-se o Potencial Matricial através de capilares de vidro em água.
Como visto no item sobre capilaridade, se um capilar de vidro for introduzido na água, a água nele
penetra espontaneamente e atinge uma altura h. O fato de a água penetrar no tubo capilar indica que a
energia da água dentro do tubo é menor do que fora. A altura h é calculada da seguinte forma:
h = 2 cos  / água . g . r, onde:
h - altura do capilar;
 - tensão superficial;
 - angulo de contato;
água - densidade da água;
g - aceleração da gravidade;
r - raio do tubo capilar.
Na figura abaixo, no ponto C temos uma diferença de pressão, pois na parte superior do menisco atua a
pressão atmosférica e logo abaixo temos uma pressão manométrica de -h cm de H2O. Comparando-se
com os outros pontos, pode-se observar que os pontos A e B, por estarem no mesmo nível, apresentam
mesma pressão, no caso a atmosférica. No ponto D a pressão aumenta, e este aumento é proporcional
ao aprofundamento no líquido. Partindo-se do ponto D até chegar ao ponto C, a pressão da água passa
de positiva, diminui até zero, ao chegar em B e A, e torna-se negativa a medida que se eleva em relação
à superfície de referência.
Se neste caso o tubo apresentasse um diâmetro interno de 2 mm e o angulo de contato fosse de 10,
teríamos:
h = 2 x 71,9 x 0,985/ 1 x 981 x 0,1 tal que h = 1,44 cm
Este valor de h seria utilizado no calculo do potencial de pressão, no caso matricial, utilizando a
formula já apresentada, qual seja:
p  água . g . h tal que = 1 g/cm3 . 981cm/s2. (-1,44 cm) logo,
p  - 1412,64 bária tal que p = - 0,0014 atm = - 1,44 cm H2O

Este exemplo foi apenas de valor demonstrativo, pois o Potencial Matricial da água do solo, na prática
não é calculado e sim medido diretamente e dentre os aparelhos medidores, destaca-se os tensiômetros,
os funis de placa porosa e a câmara de pressão de Richards.
Para finalizar, é importante ficar claro o comportamento do Potencial Matricial em relação ao estado de
umidade do solo e algumas de suas propriedades morfológicas.

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Quando um solo encontra-se saturado, todos os poros estão preenchidos com água e não existem
meniscos (interface água/ar) e a adsorção é considerada nula. Nesta situação o componente matricial é
igual a zero e o Potencial Total da Água do Solo é determinado por outros componentes como o
osmótico e o gravitacional. O potencial matricial passa a ter importância quando o solo começa a
perder umidade, pois o ar substitui os espaços ocupados pela água e gera os primeiros capilares. Com a
continuidade da secagem o Potencial Matricial se torna mais negativo, pois a água tende a ocupar os
menores poros. Quanto menor a umidade do solo mais negativo se torna o Potencial Matricial. Quando
o estado de umidade do solo esta entre a saturação e a seca completa, solo úmido, a capilaridade se
torna o fator mais importante na determinação do Potencial Matricial, e neste caso, o arranjo poroso se
torna muito importante. Nesta umidade, propriedades morfológicas como textura (solos mais argilosos
apresentam potencial matricial mais negativos que arensos, em um mesmo estado de umidade),
estrutura e composição das partículas são muito importantes pois definem a porosidade e distribuição
dos poros do solo. Outra informação importante que se pode retirar a partir deste comportamento é que
o manejo interfere no Potencial Matricial, ao se compactar o solo altera-se o volume de poros do solo.
A compactação tende a diminuir os poros e, como já discutido anteriormente, poros menores
apresentam potencial matricial mais negativo.
Em estados de seca severa, a água que ainda permanece no solo esta na forma de filmes na superfície
das partículas menores, e neste caso a capilaridade perde sua importância na determinação do Potencial
Matricial. O fenomeno de adsorção se torna mais importante e determina valores bastante negativos.
Potencial Osmótico: O Potencial Osmótico do Solo é a porção do potencial da água que resulta do
efeito combinado de todas espécies de solutos presentes no solo.
A presença de solutos na água do solo afeta sua propriedade termodinâmica e baixa seu potencial
energético. Em particular, solutos diminuem a pressão de vapor da água do solo. Como este fenomeno
pode não afetar o fluxo de massa líquida significativamente, este não é considerado. O potencial
osmótico somente desenpenha importante função sobre o fluxo de água do solo quando existe uma
membrana seletiva ou barreira de difusão, a qual transporta água mais rapidamente que do que sais. Por
isso o efeito osmótico é importante na interação entre raízes e solo, bem como em processos
envolvendo difusão de vapor.
Uma forma aproximada de se calcular o Potencial Osmótico é através da equação de van’t Hoff:
o = - RTC , onde:
o  Potencial Osmótico;
R  constante universal dos gases (0,082 atm);
T  temperatura absoluta (K);
C  concentração do soluto em mol/litro.

Na figura acima, duas amostras de solo com diferentes concentrações de sais são colocadas em contato.
O potencial de cada amostra é apresentado abaixo:
oA = - RTC tal que oA = - 0,082 x 300 x 0,1

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oA = - 2,46 atm
oB = - RTC tal que oB = - 0,082 x 300 x 0,5
oB = - 12,3 atm
A amostra de solo A tem potencial osmótico maior que a amostra B e portanto, a água do solo A tem
maior energia potencial ( considerando os outros componentes iguais) que o solo B. A tendencia
esperada seria um fluxo de água da amostra A para a B. Mas como o transporte dos solutos não é
impedido entre as amostras, o que ocorre na verdade é o equilíbrio nas concentrações de soluto e com o
tempo as duas amostras de solo apresentam concentração aproximada de 0,3 M. No equilíbrio o
potencial total da água nos dois solos será:
oE = - 0,082 x 300 x 0,3 oE = - 7,4 atm
Durante a distribuição dos sais não houve fluxo significativo de água e sim de solutos.
Se por outro lado, na área de contato entre as amostras for colocada uma membrana seletiva à
solutos, o resultado é bastante diferente. A diferença de potencial osmótico é convertida em fluxo de
água pois os solutos não são distribuidos de forma equilibrada entre as amostras. O esquema abaixo
demonstra este comportamento de forma mais clara. No primeiro momento (1), os dois sistemas de
reservatórios identicos com o mesmo volume de água, diferenciam-se apenas pelo fato de que o sistema
A tem maior concentração de solutos do que o sistema B. Após determinado tempo, a água do sistema
A (potencial osmótico menos negativo) flui espontaneamente através da membra impermeável aos
solutos. Este fluxo eleva o volume do sistema B, diluindo a concentração anterior. Desta forma, no
segundo momento (2), a concentração de soluto nos dois sistemas é aproximadamente igual (0,3 M), o
volume de água no sistema B aumenta o equivalente à diminuição do sistema A e os solutos não são
transportados através da membrana.

Uma outra situação em que o efeito osmótico adquire importância é quando se considera o fluxo
de vapor, principalmente em regiões secas, onde a taxa de evaporação é maior que a precipitação.
Nesta situações o fluxo de vapor do solo para a atmosfera é bastante intenso e a água que passa para a
atmosfera fica livre dos sais antes dissolvidos. A tendência é o acúmulo dos sais na superfície do solo e
na forma de cristais. Este fenomeno explica a ocorrência de eflorescencias (propriedade morfológica
descrita na primeira parte). A interface ar-atmosfera funciona como uma membrana semi-permeável.
Pelo exposto nos três exemplos, pode-se concluir que para a ocorrência do efeito osmótico é
necessário duas condições básicas, são elas:
- diferença de potencial químico;
- presença de uma membrana semipermeável ou algum tipo de barreira que impeça o movimento de
solutos entre os sistemas.

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No exemplo acima o cálculo do potencial osmótico é relativamente fácil pois os valores da
concentração dos sais foi estipulado aleatóriamente. Porém no solo a estimativa destes valores é
bastante complicada pois existem varios tipos de sais dissolvidos e com diferentes graus de
dissociação. Existem alguns métodos de avaliação da concentração no solo, porém estes não serão
discutidos aqui.
Quando se coloca um sal para solubilizar em um recipiente com água, dois aspectos importantes devem
ser levados em conta, são eles:
- Percentagem de dissociação;
- Número de espécies iônicas dissociadas.
A concentração que conta na solução como causadora de efeito osmótico é àquela que se dissociou na
água; e aquela que ficou na forma precipitada não é considerada. Uma vez determinada a concentração
do sal que determina o efeito osmótico, deve se considerar quantas espécies de ions são dissociados a partir daquele sal.
O esposto acima fica melhor especificado através do exemplo a seguir:
Imagine que uma quantidade de sal colocada na água para dissolver seja equivalente a 1 Molar e desta
quantidade, somente 10 % se dissocie. Neste caso a concentração que deve ser considerada ativa do
ponto de vista osmótico é 0,1 Molar. E se esse mesmo 0,1 Molar, ao dissociar, gerar três espécies
iônicas, a concentração será multiplicada por três.
o = - 0,082 x 300 x 3 x(0,1M) o = - 7,4 atm
Componentes do Potencial Total da Água do Solo em Diferentes Sistemas
De todos os componentes do potencial total da água do solo, nem todos exercem influencia nos
diferentes sistemas. A seguir será apresentado quais componentes determinam o potencial todal da água
em algumas situações.
1A- Solo saturado e imerso em água:
t = g + p
Sob essa condições o componente gravitacional é importante pois a posição relativa à referencia
determina o estado energético da água. Outro componente de importância é o potencial de pressão, pois
na saturação a carga hidrálica atua sobre o solo. Os componentes matricial e osmótico não são
considerados, pois não existe a interface água /ar (formação de capilar e adsorção) e não ocorre barreira
alguma ao fluxo dos sais, respectivamente.
2B- Solo não saturado
t = g + m
A diferença para o primeiro caso é que com a diminuição da umidade a água não mais se apresenta de
forma livre e sim em capilares e adsorvida na matrix do solo. Nesta condição o potencial matricial
adquire importância. Os outros componentes apresentam a mesma importância do caso anterior.
2A- Passagem da água para as raízes em condições de saturação (arroz irrigado)
t = g + p + o
Em relação ao caso 1A a diferença é a presença da membrana celular que regula a passage de ions da
solução do solo para a solução da celula vegetal. A diferença de potencial osmótico entre o interior e o
exterior da celula determina de forma significativa o fluxo de água na planta. A regulagem osmótica do
interior de certas celulas é apresentado como um possível mecanismo de sobrevivencia dos vegetais em
ambiêntes secos. Os outros componentes do potencial total da água tem comportamento idêntico ao do caso 1A.
2B- Solo não saturado
t = g + m + o
Neste caso, a diferença para o exemplo acima é que a água do solo encontra-se menos livre e com
menos energia, por estar interagindo com a matrix do solo. Além dos componentes gravitacional e
osmótico, o efeito matricial adquire grande importância. Neste caso o processo de absorção de água
pela planta exige maior energia.
2C- Transporte dentro da planta

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t = p + o
Neste caso o potencial de pressão positivo surge como conseqüência da entrada da água em um volume
celular limitado. O potencial osmótico surge com a presença de solutos resultante da absorção de ions
pela raiz (celulas do xilema) e pela sintese de substâncias elaboradas (celulas do floema). O
componente gravitacional é irrelevante e como não há interfaces ar/água, o componente matricial é
zero. No entanto em alguns tipos de celulas como as de tecidos de tubérculos que estocam amido, estes
compostos desempenham papel similar à matrix coloidal do solo, determinando o efeito do componente
matricial. Assim, nestes tecidos o potencial total seria:
t = m + o
Outro exemplo importante são as sementes, as quais apresentam elevada concentração de sustâncias de
reserva para o desenvolvimento das plantas.
3- Na atmosfera
t = p
Nesta situação a água esta na forma de vapor e seu estado é definido pela pressão parcial de vapor. O
potencial gravitacional é desprezado e os componentes matricial e osmótico não são considerados pelo
fato de se tratar de vapor d’água dissolvido no ar.
Gradiente Hidráulico: A avaliação do estado energético da água em determinados pontos do solo,
além dos motivos apresentados anteriormente, permite avaliar se haverá fluxo de água de um ponto
para o outro bem como sua direção, sentido e intensidade. Para que haja o fluxo de água em qualquer
sistema é necessário a existencia de uma diferença de potencial total da água do solo de um ponto em
relação ao outro. Assim obtem-se:
AB  A - B
Quando se consider a diferença unitária de potencial por unidade de distância, obtem-se o Gradiente
Hidráulico. Desta forma, o gradiente hidráulico e a redução do potencial da água por unidade de
distância (H/L). O gradiente hidráulico é a força motriz do fluxo do líquido no solo por unidade de
peso de água.
Grad  = força motriz/ peso de água
Devido ao fato de o gradiente hidráulico ser a relação entre duas forças este parâmetro é admensional.
CURVA CARACTERÍSTICA DO SOLO
Importancia
Para demonstrar o valor da determinação da curva caracteristica de um solo, imagine um
propriedade agrícola com um sistema de irrigação que apresente tensiometros instalados em diversas
profundidades e que o agrônomo faz leituras sucessivas visando determinar a época de irrigação e a
lâmina de água a ser aplicada. Acontece que somente a obtenção dos valores de potencial matricial não
fornece a informação da umidade referente àquela medida. Como foi visto no capítulo anterior, a água
do solo é avaliada em termos de uma altura de água armazenada e para sua obtenção é necessário ter
em mãos os dados de umidade volumétrica. Quando se faz a irrigação de uma área, calcula-se a altura
de água necessária para reabastecer a água do solo até seu limite de retenção contra a força
gravitacional. Desta forma para o manejo da água do solo é necessário ter em mãos os valores de
umidade, os quais podem ser inferidos de forma pratica através de leituras de sucção do solo com
tensiômetros. A determinação da Curva Caracteristica de Umidade do Solo permite isso, ou seja,
relaciona valores de sucção com umidade do solo.
Defenição:
Um solo saturado no equilíbrio com a água livre, na mesma elevação e à pressão atmosférica,
apresenta pressão matricial igual a zero. Se uma pequena sucção é aplicada neste solo saturado, pode
não ocorrer fluxo de água até que se atinja uma sucção limite no qual os maiores poros do solo percam

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a água devido à pressão de entrada do ar. Esta sucção crítica é chamada de pressão de entrada de ar.
Este valor é geralmente pequeno em solos de textura mais grosseira e com agregados bem
desenvolvidos.
Uma vez que os solos de textura grosseira apresentam os poros de tamanho mais uniforme, estes
podem exibir o fenomeno crítico de entrada de ar de forma mais distinta e pontual do que solos de
textura fina. Se neste solo saturado for aplicado sucções sucções maiores, mais água sairá dos poros
maiores, os quais não podem reter a água contra a força de sucção. Relembrando a equação da
capilaridade (-P = 2/r), nos podemos predizer que o aumento gradual na sucção resultará no
esvaziamento progressivo dos poros cada vez menores, até que sob altos valores de sucção somente
uma pequena porção dos poros do solo poderão reter água.
De forma similar, o aumento na sucção da água do solo esta associado com o decrescimo na espessura
do filme de água que cobre as partículas do solo. O aumento da sucção esta associado ao decrescimo
da umidade. A quantidade de água restante no solo no equilíbrio é uma função do tamanho e
volume dos poros ocupados com água e ainda da sucção mátrica. Esta função é usualmente medida
experimentalmente e é representada graficamente através de uma curva conhecida como Curva de
Retenção da Umidade do Solo ou Curva Característica de Umidade.
As curvas de retenção são de grande utilidade para estimar valores de potencial matricial através
de dados de umidade e vice-versa. Como a curva é característica do solo, ela é determinada uma vez
apenas e, sempre que se precisar de valores de potencial matricial, determina-se a umidade do solo e,
através da curva, estima-se o potencial matricial.
Formas de determinação e fatores que interferem:
As curvas de retenção dos solos variam bastante com pequenas variações de textura, estrutura,
compactação e etc. As determinações da curva são feitas em laboratório, com amostras deformadas,
muitas vezes peneiradas, o que altera bastante as condições naturais. Variações de textura e de
densidade do solo pode exigir determinações separadas para os diferentes horizontes do solo. Outro
aspecto que gera resultados bastante diferentes é o fenomeno denominado de histerese, que se
caracteriza pelo fato de uma mesma amostra apresentar curvas diferentes deacordo com a forma de
determinação. Se a medição da umidade e do potencial mátrico são feitos em amostras apartir de um
processo de umidecimento, a curva será diferente da medição em um processo de secagem. Geralmente
para um mesmo valor de umidade, a tensão será maior no processo de secagem do que no
umidecimento. Mais detalhes sobre a histerese será visto na frente.
Nenhuma teoria apresentada foi satisfatória para predizer a relação das propriedades básicas do
solo com a sucção mátrica. A adsorção e a geometria dos poros têm comportamentos muito complexos
para serem descritos por um simples modelo. Além desses problemas, de acordo com o estado de
umidade do solo, o potencial matricial estará sujeito ao efeito da capilaridade, da adsorção ou ambos.
Textura  A textura do solo influencia de forma marcante a curva característica de umidade do solo.
Solos de textura mais argilosa, em geral, apresentam maior quantidade de água em uma determinada
sucção e a forma da curva é mais gradual. Em solos mais arenosos, prevalecem os poros de diâmetros
relativamente maiores, os quais são esvaziados sob sucções menores e somente uma pequena
quantidade água permanece. Nos solos argilosos a distribuição de poros é mais uniforme e a maioria da
água esta adsorvida, tanto que o aumento da sucção causa um decrescimo gradual no conteúdo de água.
O que foi dito acima pode ser melhor visualizado através do gráfico abaixo.

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Estrutura  A estrutura do solo afeta a forma da curva característica do solo, particularmente em
faixas de baixas sucções. O efeito da compactação sobre um solo é o decrescimo da porosidade total e
especificamente no volume dos maiores poros. Isto significa que o conteúdo de água na saturação e o
início no decrescimo do conteúdo de água com uma baixa aplicação de sucção é reduzido. Por outro
lado, o volume de poros de tamanho intermediário é aumentado nos solos compactados. Isto se deve ao
fato de que os maiores poros são espremidos em intermediários pela compactação, enquanto que os
microporos dos agregados permanecem não afetados. Desta forma, a curva característica de solos
compactados e não compactados são quase identicas sob altas sucções. Sob altas sucções a água é
retida primariamente por adsorção e assim a retenção é um atributo preferencialmente textural do que
estrutural. Este comportamento pode ser melhor visualizado no gráfico apresentado abaixo.

Em solos com argilas não expansíveis a curva característica do solo, uma vez obtida, permite-
nos calcular a distribuição efetiva do tamanho dos poros. Se um aumento no potencial mátrico de 1
para 2 resulta na liberação de um certo volume de água, então aquele volume é evidentemente igual
ao volume de poros, tendo uma taxa de variação entre os raios r1 e r2, onde 1 e r1, e 2 e r2 , estão
relacionados pela equação de capilaridade.
 = 2/r
Histerese  A relação entre o potencial mátrico e umidade do solo geralmente não é único. Esta
relação pode ser obtida de duas formas:
1- Dessorção: através de uma amostra inicialmente saturada uma sucção crescente é aplicada para secar
gradualmente o solo enquanto se faz sucessivas medidas do conteúdo de água versus sucção.
2- Sorção: através do molhamento gradual de uma amostra inicialmente seca. A cada aumento de
umidade faz-se medições do potencial mátrico.

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A curca característica é feita em escala logarítima e em cada um dos métodos obtem-se uma curva
contínua, no entanto as duas curvas raramente serão identicas. A umidade do solo no equilíbrio, a uma
dada sucção é maior em dessorção (secagem) do que em sorção (umidecimento).
Esta diferença nas relações umidade do solo/ potencial mátrico, sob diferentes processos de
obtenção ( sorção e dessorção), é denominado de Histerese. A palavra histerese vem do conceito de
história do comportamento da água do solo, ou seja, se a água que esta adsorvida é devido a um
processo de umidecimento com através da chuva ou irrigação, ou secagem (drenagem interna,
evapotranspiração e absorção radicular).
O fenomeno da histerese pode ser melhor entendido através da observação do gráfico abaixo.

Para explicar a histerese os seguintes aspectos são considerados:


- Desuniformidade geométrica dos poros, os quais geralmente são de forma irregular e desconectados;
- Angulo de contato da água com com a matrix que varia dependendo do processo de obtenção da curva
(sorção ou dessorção). O angulo de contato no molhamento é maior do que na secagem;
- Ar aprisionado nos poros altera a sucção com que a água é retida. Geralmente no processo de
umidecimento a quantidade de ar aprisionado é maior, o que implica em menor tensão para uma mesma
quantidade de água;
- Expansão e contração implica na alteração da estrutura do solo;
O efeito da histerese é, em geral, mais pronunciado em solos de textura grosseira e em faixas de
baixa sucção, pois estes solos apresentam maior percentagem de macroporos.

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