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Coronavírus:

Medo e Ansiedade durante a


quarentena. Como lidar?

Flávia Gobi Lopes Kipper

Introdução

Estamos em um momento bastante assustador devido à Pandemia


(epidemia em nível mundial) Covid-19, também chamada Coronavírus.

Este vírus é altamente transmissível e pode ser letal, principalmente para as


pessoas mais idosas e/ou que já tem a saúde mais frágil devido a doenças
crônicas pré-existentes.

Aqui no Brasil, assim como em vários outros países, estamos fazendo


um período de isolamento social ao qual estamos chamando de quarentena.

Nesse período precisamos evitar sair de casa e ter contato físico (ou
ficarmos próximos) com outras pessoas para evitar ao máximo que o vírus se
espalhe porque a conta é bem simples: quanto menos pessoas infectadas,
menos doentes, menos mortes.

Neste momento, este isolamento é uma questão de preservação da


saúde e da vida então não nos resta outra opção.

Como psicóloga, a minha preocupação são os aspectos emocionais pois


diante de todo este cenário de insegurança, medo e incertezas que - aliado às
mudanças abruptas nas rotinas, hábitos e ritmo de vida das pessoas impostos
pela quarentena - pode causar um grande impacto na Saúde Mental.

Esta preocupação se torna ainda maior quando olhamos para os dados


divulgados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) em 2019 que mostram
que 5,8% dos brasileiros (cerca de 12 milhões de pessoas) sofrem de
depressão e 9,3% (cerca de 19,4 milhões de pessoas) sofrem de algum tipo de
transtorno de ansiedade (incluindo fobias, TOC e Síndrome do Pânico).
A minha intenção ao escrever este livro digital é, com base na minha
experiência profissional, oferecer alguma contribuição, apresentando
informações sobre os processos de medo e ansiedade ao qual grande parte
das pessoas está ou estará submetida durante este período, ajudando-as a
compreender melhor como estão se sentido.

Também pretendo apresentar algumas dicas e estratégias para lidar


com o medo e a ansiedade, visando a promoção do bem estar e a preservação
da Saúde Mental e emocional neste período difícil, para que possamos
ultrapassá-lo da forma mais branda e com o menor prejuízo possível.

Este texto não tem a intenção de esgotar o assunto, nem de substituir o


tratamento psicoterapêutico, que é o tratamento mais recomendado em
quadros de ansiedade mais acentuada. Ele é apenas uma breve contribuição
para esse momento de crise.

Este livro digital que está chegando até você foi escrito com muito amor
e desejo de ajudar o maior número possível de pessoas. Ele é totalmente
gratuito e peço que você o leia até o final, faça bom proveito dele, cuide-se
muito bem e o compartilhe (ou o link através do qual você o obteve) com todas
as pessoas que você acha que podem ser beneficiadas com este conteúdo.

Capítulo 1: O medo e a ansiedade

Bem, se você se interessou pelo tema deste livro e o está lendo agora
que você deve estar se sentindo ansioso(a), com medo ou inseguro(a), o que é
perfeitamente normal neste momento. E por que é normal se sentir assim?

Porque, falando em termos de realidade objetiva, nossas rotinas estão sendo


alteradas abruptamente e o nosso cérebro demora um bom tempo até
processar as alterações e se adaptar a elas.

Enquanto essa adaptação não acontece, nos sentimos perdidos, deslocados e


podemos ter a sensação de estarmos fazendo algo errado e isso pode ser
sentido como ameaçador.

Neste momento que estamos vivendo, algumas questões relacionadas à


realidade objetiva que podemos citar como desencadeantes dos processos de
medo e ansiedade são:

- medo de já estar contaminado pelo Coronavírus ou vir a ser


contaminado;

- medo de adoecer e/ou morrer;

- medo de perder um familiar ou amigo(a);


- dificuldade em adaptar as rotinas para trabalhar em casa;

- medo de não conseguir adaptar o seu trabalho a este período de


isolamento social;

- medo de perder o emprego ou os clientes devido ao impacto na


economia;

- medo da solidão;

- medo da convivência próxima acirrar conflitos e problemas familiares


pré-existentes;

- medo do desabastecimento, da comida acabar (acabamos de ver


pessoas fazendo compras para estocar por x meses).

OS PROCESSOS SUBJETIVOS

Agora, vamos falar um pouquinho de processos subjetivos.

Para agravar os processos de medo e ansiedade, a pandemia


Coronavírus representa um golpe fatal nas nossas fantasias de controle e
poder.

Fantasias que nós, seres humanos, criamos e nos apegamos para lidar
com as inseguranças e a sensação de impotência que podem surgir em
situações normais de vida.

Para nós que fantasiamos e gostamos de acreditar que temos o controle


sobre todas as situações da nossa vida e do mundo ao nosso redor, ter que
lidar com a ideia de que um vírus altamente contagioso está se espalhando
pelo mundo, sem controle, matando muitas pessoas onde chega porque ainda
não foi encontrada uma cura, e que agora chegou aqui, é realmente de pirar!

É ter que encarar de frente que na verdade não temos controle de nada
e que o único poder que temos é o de fazer o melhor possível, dentro do
possível, e só.

O MEDO

Voltando a falar sobre o medo...

O medo é uma das nossas emoções básicas e embora não seja uma
experiência agradável senti-lo, ele existe para nos proteger.

Quando sentimos medo, produzimos um processo de stress e


automaticamente nosso cérebro aciona diversos órgãos no nosso corpo nos
preparando para a luta, a fuga ou a paralização.
Esse com certeza foi um dos mecanismos de adaptação para a sobrevivência,
desenvolvido durante milhares de anos por nossos ancestrais, que possibilitou
que chegássemos até aqui enquanto espécie.

Afinal de contas, lá nos primórdios, quando se deparavam com alguma criatura,


provavelmente nossos ancestrais tinham que avaliar muito rapidamente se
aquilo era uma caça ou um predador, e em quais momentos era melhor se
paralisar e se camuflar na paisagem até o perigo passar.

Os indivíduos que falharam nisso provavelmente não sobreviveram o suficiente


para se reproduzir. Assim, todos nós que estamos aqui hoje enquanto espécie
humana, carregamos este mecanismo de adaptação e isso com certeza nos
poupa de inúmeros riscos e dissabores.

Então qual é o problema em sentir medo?

O único problema é a dose. Parafraseando Paracelso (médico e físico


do século XVI): A diferença entre o remédio e o veneno é a dose.

Sentir medo em situações de perigo ou ameaça real e se afastar do


perigo é totalmente saudável.

O problema é que o nosso cérebro faz todas as alterações metabólicas


no nosso corpo nos preparando para a luta ou fuga diante de qualquer situação
que ELE compreenda como ameaça, seja ela real ou imaginária, fantasiosa.

Quando entramos num processo de medo constante, isso pode gerar um


quadro de stress crônico (o organismo “trava” na autodefesa luta/fuga), o que é
extremamente desgastante mental, física e emocionalmente, podendo gerar
doenças físicas, psíquicas (transtornos mentais como transtorno de ansiedade,
depressão, TOC, síndrome do pânico) e psicossomáticas (doenças físicas de
origem emocional).

Vale salientar que quadros de stress mais intensos ou prolongados


rebaixam o sistema imunológico (defesa natural do nosso organismo), nos
tornando mais vulneráveis a contrair doenças (inclusive virais) e que um quadro
de stress crônico muito prolongado pode levar uma pessoa a óbito.

A ANSIEDADE

Até agora falamos sobre o eixo medo–stress-doença. Agora precisamos


compreender: o que tem a ansiedade a ver com tudo isso?

Na minha visão, a ansiedade é um processo de antecipação de um ou


mais medos.

Eu sei que muitas pessoas acreditam que exista um tipo de ansiedade


positiva ou ansiedade boa relacionada a eventos futuros positivos como fazer
uma viagem ou receber uma promoção. O problema é que esta “ansiedade
boa” geralmente dura muito pouco tempo, sendo rapidamente substituída por
preocupações com o evento positivo que a originou ou medo de acontecer algo
que atrapalhe esta coisa boa que está por vir.

Essa sensação boa de se sentir animado, feliz e até mesmo eufórico,


prefiro chamar de motivação.

Já o termo ansiedade deixo para aquele conjunto de sensações


desagradáveis que sentimos, com mais ou menos intensidade e frequência,
como descrevemos no Capítulo 2.

COMO A ANSIEDADE PODE TRANSFORMAR UMA LIMONADA EM


LIMÃO...

Vou dar um exemplo para ilustrar o parágrafo anterior: vamos supor que
você recebe a notícia de que será promovido(a) no seu trabalho dentro de 30
dias. Se você estava buscando esta promoção você vai se sentir feliz, animado
e motivado com a notícia e vai comemorar! Passada a euforia da notícia, é
natural que você comece a refletir sobre a função que vai assumir e o que vai
mudar no seu cotidiano profissional.

Isso pode ser feito de uma forma positiva e motivada: se eu acho que
preciso dar uma melhorada no meu inglês para o novo cargo, procuro aulas
particulares; se eu acho que vou precisar me vestir de outra forma, vou dar
uma revisada no meu guarda-roupas e ver o que é necessário comprar e assim
por diante.

Por outro lado, isso pode ser visto de forma ansiosa e daí o processo
fica mais ou menos assim: nossa, e agora? Como vou assumir este cargo com
o meu inglês que não é lá essas coisas? Até posso começar umas aulas
particulares, mas e se tiver alguma reunião logo de cara? Vou passar o maior
vexame! Aliás, por falar em vexame, não sei nem como me vestir para
trabalhar nesta nova função, não posso ir mal vestido(a), me sentiria
inadequado(a)... ainda mais agora que vou ter que trabalhar com a “Maria” que
estava concorrendo a esta vaga comigo e nunca foi com a minha cara. Vou ter
que tomar muito cuidado, porque tenho certeza de que ela vai puxar o meu
tapete na primeira oportunidade...

Você consegue ver quantos medos existem nesse exemplo? É claro que
com esta visão sobre a situação, essa pessoa está se sentindo ameaçada e
não tenha dúvida de que o organismo dela já está em alerta preparado para
luta ou fuga, se desgastando 1 mês antes da promoção efetivamente
acontecer! É o processo de ganhar uma limonada prontinha e a transformar de
volta em limões por medo.
MEDOS FUNDAMENTADOS X FANTASIAS IMPROVÁVEIS

Normalmente o processo de ansiedade é desencadeado pela


possibilidade de que algum medo que temos se concretize.

Esse processo pode ser desencadeado tanto por uma possibilidade real
quanto por infinitas possibilidades imaginadas ou fantasiadas, mas quando
você está dentro de um processo de ansiedade é muito difícil conseguir
distinguir o que é real e coerente do que é fantasioso ou mesmo um total
absurdo.

E, assim, trazemos estes medos e todo este sofrimento para o presente


e o vivenciamos como se já estivesse acontecendo ou como se fosse algo
inevitável, sendo que, na realidade a situação ainda não aconteceu e talvez
nem venha a acontecer.

Que desperdício de tempo, de saúde, de energia e de qualidade de vida,


né?

Outra característica fundamental destes processos de ansiedade-


medo-stress é que eles se retroalimentam formando um ciclo vicioso.

Vamos supor que comece com um pensamento negativo,


desencadeando um medo, o cérebro recebe a mensagem de medo e faz uma
revolução no organismo o preparando para luta ou fuga.

Essa alteração no organismo confirma que realmente existe uma


ameaça e recebemos isso como a confirmação de que aquele pensamento
negativo faz sentido e que a ameaça é real. Isso desencadeia novos
pensamentos negativos e o ciclo se repete exaustivamente, às vezes em
questão de horas, às vezes em questão de dias, de noites sem dormir até o
sistema colapsar com uma forte crise de ansiedade ou de pânico.

Faltou só falar que o medo e a raiva são as nossas emoções mais


contagiosas e que neste momento estamos vivendo paralelamente à pandemia
Coronavírus, uma pandemia de medo.

Peço desculpas pelo capítulo que ficou bem mais longo do que eu
pretendia a princípio, mas acredito que, para você aprender a lidar melhor com
seus medos e ansiedades, é fundamental entender como o processo acontece,
o que o desencadeia, como ele se desenvolve e como acontece esse ciclo de
retroalimentação.
Capítulo 2 – Como reconhecer um processo de ansiedade e identificar
uma crise.

Aprender a reconhecer e compreender o que está acontecendo com


você é fundamental para saber como lidar para se acalmar e amenizar os
sintomas, buscando evitar uma crise.

É importante compreender que normalmente uma crise de ansiedade não se


apresenta do nada.

Você pode ter a impressão de que começou a passar mal de repente, quando
os sintomas mais fortes se apresentam (a crise propriamente dita), mas
normalmente quando isso acontece o processo já estava se desenvolvendo
sem que você percebesse.

Quais são alguns dos sintomas iniciais ou mais sutis de um


processo de ansiedade?

Pensamentos negativos que podem ser repetitivos quanto ao tema ou não,


sensação de que algo ruim vai acontecer, preocupação excessiva, dificuldade
de concentração, irritabilidade, sensação de agitação e incômodo, dificuldade
para relaxar e dormir.

Nessa fase, é muito importante prestar a atenção na sua respiração.

Se você se atentar, perceberá que a sua respiração estará mais encurtada


(não ofegante ainda) e, nesse momento, um exercício de respiração ou uma
técnica de relaxamento podem evitar uma futura crise.

Conforme o processo de ansiedade vai avançando e se intensificando,


ele vai gradativamente causando mais sintomas físicos, além do aumento dos
sintomas mentais citados acima, sendo que durante uma crise de ansiedade os
sintomas físicos mais comuns são: respiração ofegante ou sensação de falta
de ar, pressão ou dor no peito, taquicardia (batimentos cardíacos acelerados),
náusea, boca seca, dor de barriga (podendo apresentar diarreia), vertigem,
mão e pés frios ou suados, tremores pelo corpo e é claro que ao começar a ter
estes sintomas o que era medo vira desespero porque essa é uma experiência
muito ruim. Não é incomum pessoas procurarem o pronto socorro durante uma
crise de ansiedade acreditando se tratar de infarto.

Importante!

Após uma crise de ansiedade, o organismo pode levar até 72 horas para
se reequilibrar, e durante esse período, alguns resquícios dos sintomas
apresentados na crise podem se apresentar de uma forma mais leve (leve
tremor, náusea, mãos frias) porque o organismo ainda está em recuperação.
Se você não souber que isso é normal, você pode ser tomado(a) pelo medo de
estar iniciando uma nova crise, este medo retroalimentar o processo de
ansiedade e isso evoluir para uma nova crise de fato.

Mais importante ainda. Se você está diagnosticado com algum tipo de


transtorno de ansiedade e está usando alguma medicação, você não deve
interrompê-la, nem reduzir ou aumentar a dosagem sem o conhecimento do
seu médico. Esse tipo de medicação não pode ser alterado abruptamente, pois
ela atua diretamente no sistema nervoso central. Consulte seu médico.

Se você se considera uma pessoa muito ansiosa, ou vem tendo


dificuldade em lidar com a ansiedade agora durante a quarentena, ou teve
alguma crise de ansiedade recentemente ou acha que não está dando conta e
pode ter uma crise a qualquer momento, procure ajuda o quanto antes.

Agora, durante a quarentena, muitos psicólogos(as) estão atendendo


online por vídeo, através de sistemas com segurança de informação, inclusive
eu. Você pode contar com ajuda profissional e especializada neste momento,
sem sair da sua casa.

Capítulo 3 – Como evitar gatilhos de ansiedade neste momento?

Você que chegou até aqui já compreendeu que normalmente o start de


um processo de ansiedade é algum tipo de pensamento negativo, ainda mais
neste momento em que estamos em outra rotina, ou ainda não conseguimos
desenvolver uma nova rotina.

Estamos em casa, sem poder nos encontrar com nossos amigos e familiares,
almoçar num restaurante, ir a um cinema, a maioria de nós com mais tempo
livre (o tempo de deslocamento casa-trabalho-casa), lidando com a incerteza
sobre até quando as coisas vão ser assim... tudo isso aliado a essa atmosfera
de medo, é um terreno bem fértil para crises de ansiedade.

Vamos a algumas dicas, orientações e estratégias para tentar lidar


com tudo isso de uma forma mais saudável.

1) Não negue o que está sentindo nem faça de conta que nada está
acontecendo. Isso só torna os pensamentos e demais sintomas mais
intensos. Reconheça que está se sentindo inseguro(a), ansioso(a), com
medo e tente lidar com estes sentimentos com calma, refletindo sobre
quais são estes medos. Traga para a realidade e tente avaliar a real
probabilidade deles se concretizarem e, se você concluir que é provável,
procure pensar em quais formas você poderia lidar com isso, o que você
pode fazer a respeito.
2) Reveja os seus planos e prazos e trace novas metas. Ficar se
sentindo culpado(a) ou entrar em desespero porque não será possível
cumprir o planejamento que você havia feito não vai ajudar em nada.
Faça uma revisão e avalie: o que pode ser feito agora, faça! Isso vai te
ajudar a se sentir útil e produtivo. Aquilo que não for possível fazer
agora, mantenha claro para você que será realizado quando tudo isso
passar. Porque vai passar! O tempo que sobrará das coisas que você
não pode fazer agora pode ser usado para tirar algum projeto (pessoal
ou profissional) da gaveta ou criar algo novo!

3) Está trabalhando em Home Office? Procure fazer uma rotina parecida


com a sua rotina normal na empresa. Tome café da manhã, vista-se
como se você fosse para a empresa, procure almoçar no mesmo horário
e encerrar o expediente no seu horário habitual. Isso vai te ajudar a
sentir que apesar de não estar indo para a empresa, está tudo bem.
Você continua trabalhando, tendo seu emprego e não está doente.

4) Cuidado com as informações que recebe. Infelizmente, existe muita


informação falsa circulando pelas redes sociais, algumas minimizando
ou negando a existência da pandemia, outras exagerando e colocando
em dúvida as informações oficiais a fim de assustar ainda mais as
pessoas, áudios de supostos médicos falando sobre a epidemia
(inclusive vários já foram desmentidos). Procure checar a fonte das
informações antes de acreditar e se preocupar e, principalmente de
repassar a informação para os seus contatos. Lidar com o isolamento
social e o risco de contágio já não está fácil, não precisamos de mais
problemas criados por “fake News” agora, não e mesmo? Vale a pena
também evitar assistir a programas sensacionalistas de TV.

5) Reflita e escolha o que você quer fazer com o seu tempo livre. Não
espere o vazio e a sensação de falta de sentido te encontrarem. Busque
o que você tem vontade de fazer e pode fazer em casa, observe para
onde o seu interesse flui naturalmente. Assistir filmes, séries, ler livros,
escrever, estudar, tocar um instrumento, trabalhos manuais, ouvir
música, organizar coisas, fazer um curso online, cozinhar, conversar
enfim...o que você tem prazer em fazer? A partir destas reflexões você
pode resgatar um antigo hobby abandonado pela falta de tempo ou
descobrir um novo para se ocupar agora e te ajudar a aliviar o stress do
dia a dia quando tudo voltar ao normal! Lazer tem poder curativo!

6) Programe suas compras presenciais com antecedência! Os


supermercados costumam ter uma variedade enorme de produtos e
você terá que ir até lá em algum momento para abastecer a sua casa.
Então antes de ir até o mercado, reflita sobre o que você tem vontade de
fazer e programe-se para comprar tudo em uma única viagem. Tem
vontade de fazer novos pratos? Procure a receita na internet para incluir
os ingredientes necessários na lista de compras. Quer cuidar da sua
aparência? Inclua produtos de beleza que você possa aplicar sozinho(a)
em casa. Está organizando coisas na sua casa? Inclua itens que
possam te ajudar nesta tarefa como caixas organizadoras, por exemplo.
O autocuidado contribui para a sensação de autoconfiança e segurança.

7) Você também pode aproveitar o tempo livre para investir na sua


carreira acadêmica ou profissional fazendo cursos online, aulas de
outro idioma, enfim, o que você avaliar que será legal para o seu
curriculum. Além de te manter ocupado(a) e focado em algo positivo,
investir na carreira reduz a sensação de insegurança quanto ao futuro
profissional se você se sente ansioso(a) em relação a esta área.

8) Atividade Física! As atividades físicas são muito importantes para a


redução do stress e o controle da ansiedade pois aumentam a
liberação de serotonina e endorfina que são dois neurotransmissores
ligados ao humor. Assim se você já tinha uma rotina de treinos antes da
quarentena, adapte os treinos na academia a treinos que você possa
fazer em casa, e mantenha a frequência dos treinos. Se você ainda não
pratica nenhuma atividade física, que tal aproveitar esse tempinho livre
para começar? É só dar uma busca na internet que você encontrará
programas de treinos disponíveis e se desejar, pode contratar aulas
online com um profissional de Educação Física.

9) Cuidado com o consumo de açúcar refinado e de produtos com


cafeína. Se o excesso de açúcar refinado já traz diversos prejuízos à
saúde como um todo, para o quadro de ansiedade é um veneno! O pior
é que normalmente quando nos sentimos ansiosos dá uma vontade de
comer um chocolatinho, né? Dá até um alívio momentâneo, mas depois
vem o efeito rebote e a ansiedade aumenta. É claro que um bombom
não vai desencadear uma crise, mas você consegue parar neste
bombom? Procure evitar: doces em geral, refrigerantes (Coca Cola,
Pepsi e Guaraná além de muito açúcar, tem cafeína), sucos
industrializados, café, achocolatados, chocolates, chá preto, chá mate e
chá verde. Aproveite o tempo em casa e coma uma fruta de sobremesa,
prepare sucos de frutas naturais, seu organismo vai agradecer!

10)Se você está bem e gosta de ajudar outras pessoas, este é uma
grande oportunidade! Ligue para amigos e familiares para saber como
eles estão, reserve um tempinho e disponibilize-se para conversas em
chats nas suas redes sociais. Você provavelmente vai encontrar
pessoas procurando alguém com quem conversar e este contato vai
fazer bem a ambas as partes. Quando ajudamos outra pessoa, nos
sentimos úteis e preenchidos, é uma experiência muito gratificante que
ajuda a afastar pensamentos e sentimentos ruins e eleva a nossa
autoconfiança.

11) Exercícios de respiração e meditação. Não espere entrar num


processo intenso de ansiedade para aprender uma técnica de respiração
ou começar a meditar. Existe muito material disponível na internet sobre
os dois assuntos, inclusive vídeos de meditação guiada super simples
de fazer, basta escolher o vídeo, fechar os olhos, respirar fundo e deixar
o áudio te guiar. Comece a praticar hoje mesmo!

12) O isolamento social necessário é somente presencial. Você sabia


que alguns apps profissionais de videoconferência (com mais de 2
participantes) como o Skype e o Zoom estão abertos gratuitamente para
não assinantes neste momento? Converse com seus amigos(as) com
quem você costuma se encontrar para aquele Happy Hour na sexta à
noite e marque um encontro online. Manter os encontros com os amigos,
mesmo que virtualmente, e poder fazer esta troca de experiências será
muito positivo para todos!

13) Isolamento social não é isolamento afetivo. Este cenário que


estamos vivendo agora é muito novo para todos nós e estamos todos
tentando nos adaptar. Você não é obrigado(a) a saber lidar com isso e
nem tem que fazer de conta que está tudo bem se você não estiver
bem. Procure se manter conectado às pessoas que você ama. Se não
estiver se sentindo bem, peça ajuda! Fale com um amigo ou familiar.
Procure ajuda profissional! Entenda que você não está sozinho(a) nessa
e nem precisa ficar.

Espero que este e-book tenha sido útil a você. Se você gostou do conteúdo,
por favor, compartilhe o link através do qual você o obteve com todas as
pessoas que você acha que podem ser beneficiadas com este livro.

Neste momento, além dos atendimentos individuais que já realizo, estou


abrindo inscrições para a formação de grupos terapêuticos com foco no
trabalho em processos de ansiedade (grupos com no máximo 5 pessoas) –
exclusivamente online.

Se você desejar marcar uma consulta individual ou saber mais sobre os


grupos terapêuticos, você pode entrar em contato comigo:
e-mail: flavia_gobi@yahoo.com.br
WhatsApp: (11) 98667-5452
Sobre mim,

Olá, meu nome é Flávia, sou psicóloga, tenho 14 anos de experiência


em atendimentos psicológicos e trabalho na abordagem junguiana (Psicologia
Analítica de Carl Gustav Jung).

Meu consultório fica em Guarulhos-SP, normalmente atendo tanto


presencialmente quanto online, mas neste momento, devido à quarentena,
estou atendendo todos os meus pacientes exclusivamente online.

Atendo adolescentes, jovens, adultos e melhor idade.

Sou pós graduada em Psicossomática na abordagem junguiana pelo


IJEP (Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa/FACIS).

A Psicoterapia com enfoque em Psicossomática trabalha os processos


de adoecimento físico e/ou mental causados por processos emocionais,
trazendo melhoras muito significativas em quadros de doenças como por
exemplo: depressão, ansiedade, crises de pânico, stress crônico, gastrite
nervosa, anorexia, bulimia, doença de Crohn, asma brônquica, fibromialgia,
artrite reumatoide, hipertensão arterial, enxaqueca, entre outras.

Desde 2018, tenho a honra de ser Mentora de estudos no grupo Jung na


Prática.

...

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