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A Megera
A Megera
Precisava fazer uma devolução nos Correios. Costuma levar o pacote aberto, pois sempre
passavam uma fita adesiva lá mesmo. Ao chegar no guichê de atendimento, foi questionada de
por quê não ter fechado a caixa e orientada gravemente a retirar as etiquetas que ainda
estavam ali. Explicou que sempre fechavam o pacote para ela na agência, e começou a retirar
as etiquetas como foi orientada. A funcionária explicou que esse não era o correto. Ficou
então furiosa, e perguntou se teria que sair para comprar uma fita ou se a funcionária passaria
a fita para ela afinal. A funcionária disse que passaria a fita, e o fez a contra gosto, afirmando
que os Correios já tiveram gastos com a compra de fita adesiva no ano anterior.
Uma discussão se formou porque ela achou um absurdo lhe recusar um pedaço de fita quando
parte dos seus impostos iam para a Agência, ao que a funcionária respondeu que isso não era
verdade, pois os Correios são uma empresa autocrática, e quem dá uma parte da arrecadação
na verdade são os Correios para o Governo Federal. Ela riu, riu por deboche do que a
funcionária afirmava, riu de nervoso.
Perguntou o nome da funcionária ao final do atendimento, como quem diz: quero saber seu
nome para denunciar seu péssimo atendimento.
Ao olhar para o celular, viu que a mensagem por ela encaminhada à organização tinha sido
respondida (2 horas depois), dizendo que alguém estaria lá naquele momento para recebê-la.
Voltou, mas não havia ninguém.
Queria contatar um advogado. Teriam que levar os documentos na casa dela agora. Queria
"justiça".
Tudo que desejava na verdade era "vingança" de todos que a haviam tirado a paz. Queria
guerra!
Chegou em casa exausta, irada, mas conforme refletiu em todo o “desaforo" da manhã,
começou a pensar no quanto havia se descontrolado. Era mais forte do que ela. E pensou que
nada daquilo precisava realmente ter acontecido. Poderia ter ficado tranquila, não poderia? As
coisas teriam sido diferentes se suas respostas à situação tivessem sido mais pacíficas?