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Bom vou tentar criar um síntese de como eu estou produzindo em torno 

do gênero, para mostrar os elementos que compõem o meu trabalho. 


Inicialmente  eu  apresento  uma  introdução  ao  gênero  com  base  no 
pensamento da Guacira Lopes Louro. Colocando os seguintes pontos: 
● Gênero como uma construção social em meio a jogos de poder. 
● O gênero é mutável, não coeso, instável e contraditório. 
● há  uma  distinção  e  uma  interdependência  entre  gênero  e 
sexualidade. 
● Urgência  de  desconstruir  o  caráter  essencialmente  binário  do 
gênero. 
● O  gênero  é  construído  em  meio  a  padrões  de  masculinidade 
hegemônica,  e  o  quanto  este  padrão  estigmatiza  minorias  ou 
aqueles que optam por identidades de gênero não tradicionais. 
● A  universalidade  da  categoria  mulher  generaliza  o  que  é 
essencialmente branco, eurocêntrico, moderno e heterossexual. 
● Imposições sociais também afetam a masculinidade. 
● O  conceito  de  modernidade  tardia  de  Stuart  hall  é  importante 
para  questionar  a  problemática  das  identidades  universais 
masculinas e femininas. 
Como  intermédio  entre  a  introdução  e  o  pensamento  de  Butler,  eu 
apresento Joan Scott. com os seguintes pontos: 
● Gênero é um conceito dúbio, não consensual. 
● O  gênero  denota  uma  construção  social  e  cultural  a  mercê  da 
dominação  masculina  que  impõe  um  ideal  binário  de 
masculinidade  e  feminilidade  que  não  contempla  os  inúmeros 
modos de ser no mundo. 
● há  uma  distinção  entre  identidade  sexual  e  orientação  sexual, 
deste  modo  a  primeira  se  refere  ao  reconhecimento  de  si  como 
homem  ou  mulher,  e  a  segunda  diz  respeito  a  atração  por  um  ou 
ambos os sexos. 
● O  poder  do  macho  pode  ser  entendido  como  uma  categoria  que 
impõe  socialmente  uma  dominação  masculina,  que  coloca  o 
homem  como  ser  central,  universal e público. O poder do macho - 
conceito  que  criei  -  precisa  ser  entendido  como  um  tipo  ideal 
weberiano. 
● O  gênero  é  uma  construção  social  -  que  por  meio  de  tabus  e 
sanções  sociais  -  impõe  papéis  limitados  às  mulheres  e  também 
aos homens que não se enquadram à masculinidade hegemônica. 
● Gênero  e  corpo  não  são  a  mesma  coisa,  o  gênero  é  uma 
categoria  social  que  impõe  significado  ao  corpo.  Deste  modo,  o 
gênero  não  se  refere  apenas  ao  corpo,  mas  a  idéias,  instituições, 
estruturas sociais, práticas e discursos. 
● Gênero  pode  ser  ainda  um  guia  para  a  integração  dinâmica  da 
imaginação,  regulação  e  transgressão  das  imposições  sociais  e 
culturais.  É  por  meio  do  gênero  que  podemos  proporcionar  uma 
ruptura com o status quo. 
● É  designando  o  que  é  coisa  de  homem  e  o que é coisa de mulher, 
por  meio  do  gênero  que  a  dualidade  feminino/masculino  que  o 
status  quo  hierarquiza  pessoas  e  menospreza  o  papel  social  e 
político  da  mulher,  colocando  ela  a  mercê  do  poder  do  macho, 
que se designa como homem público por excelência. 
● Percebemos  uma  desigualdade  de  experiências,  posto  que  o 
masculino  é  universalizado,  como  detentor  do  poder  e  do 
conhecimento,  enquanto  a  mulher  é  limitada  aos  cuidados  e  a 
reprodução. 
Para  terminar  eu  guardo  a  maior  parte  do  artigo  (cerca  de  13  páginas) 
para apresentar a teoria queer. com os seguintes pontos: 
● Orientação  sexual  e  identidade  de  gênero  são  construções 
sociais e não ditames biológicos. 
● gênero  é  uma  ficção  social,  uma  construção  performática  que  se 
institui em meio a sanções e tabus sociais. 
● A  ideia  de  coerência  entre  biologia  e  gênero  é  uma  norma  de 
inteligibilidade socialmente imposta. 
● A  teoria  queer  defende  um  desmonte  radical  do  padrão  atual  de 
bipolarização  dos  gêneros,  posto  que  esse  padrão  generaliza 
concepções  brancas,  eurocêntricas  e  androcêntricas.  Do  mesmo 
modo,  defende  a  descentração  e  a desestabilização da categoria 
sujeito. 
● Em  butler  o  sexo  é  radicalmente  independente  do  gênero,  e  ao 
mesmo  tempo  é  como  o  gênero,  uma  construção  social.  Sexo  e 
sexualidade  são  entendidos  como  construções  do  discurso,  da 
história  e  da  cultura.  O  status  quo defende um padrão binário de 
masculinidade  e  feminilidade,  heterossexualidade  e  monogamia 
compulsória,  propondo  uma  coerência  entre  gênero,  sexo  e 
sexualidade. 
● Sexo  e  gênero  são  efeitos  -  e  não  causas  -  de  instituições, 
discursos  e  práticas  sociais.  A  identidade  em  Butler  é 
compreendida  como  uma  performace,  deste  modo,  ser  mulher  é 
um ato e não um fato ditado pela natureza. 
● É  por  meio  de  subversão  e  jogos  de  poder  que  se  pode 
transformar/  contrariar  o  status  quo  e  seus  padrões 
preconceituosos.  Deste  modo,  o  gênero  aparece  como  projeto 
tácito  que  pode  propor  a  renovação  de  padrões  culturalmente 
impostos. 
● A  cultura  é  essencialmente heterosexista e estabelece uma fictícia 
coerência  entre  as  categorias  sexo  e  gênero,  para  perpetuar  e 
manter o que conhecemos como heterossexualidade compulsória. 
● O  gênero  é  uma  estrutura,  um  molde  que  incorpora/modela  os 
indivíduos.  Deste  modo  a  identidade  de  gênero  aparece  como  a 
internalização/  incorporação  dos  ditames  impostos  socialmente 
por uma sociedade misógina, machista e homofóbica. 
● Butler  considera  que  sexo  e  gênero  operam  por  meio  de 
performace,  por  meio  de  uma  encenação  do  que  pretendem  ser, 
deste modo, o sexo e o gênero podem ser subversão da ordem. 
● O  gênero  é  a  contínua  estilização  do  corpo,  não  há  corpo  que 
anteceda a sua inscrição cultural. 
● Identidade  e  discurso  são  elementos  centrais  da  construção  do 
sujeito e do gênero. 
● O  fato  de  o  corpo  generificado  é  uma  performace,  impõe  a  idéia 
de  que  não  há  status  ontológico  fora  dos  variados  atos  que 
constituem  sua  realidade.  O  gênero  tem  a  finalidade  de 
perpetuação  e/ou  reconfiguração  sociocultural.  Butler  defende 
uma  resignificação  do  gênero  por  meio  da  subversão  e 
proliferação de estruturas não binárias. 
● Butler  propõe  a  descentração  da  categoria  mulher,  posto  que  a 
universalização  é  uma  ficção.  Fala  ainda  da  desigualdade  entre 
os  sexos,  que  se  dá  por  inúmeros  modos  e  elementos 
condicionados  pela  socialização,  cultura  e  política de dominação 
masculina. Mulher é uma situação histórica. 
● O  gênero  é  uma  identidade  instituída  por  meio  de  uma  repetição 
estilizada  de  atos.  é  preciso  transformar  o  gênero  por  meio  de 
atos de ruptura e subversão. É ainda por meio da performace que 
se  pode  questionar  o  status  quo,  quebrar  os  tabus  e  ir  além  dos 
limites impostos socialmente. 
● Corpo  é  uma  idéia  histórica  compreendido  como um processo de 
corporificação  de possibilidades culturais e históricas. O corpo só 
se  torna  conhecido  por  meio  de  sua  aparência  generificada. 
Deste modo, o corpo também é construído socialmente. 
 

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