O documento discute a teoria do gênero como uma construção social dinâmica e contraditória. Apresenta os conceitos de Guacira Lopes Louro, Joan Scott e Judith Butler sobre como o gênero é imposto culturalmente de forma binária e hierárquica, limitando as identidades. Defende que o gênero é performado através de repetições estilizadas de atos, e pode ser subvertido por meio da ruptura com os padrões sociais.
O documento discute a teoria do gênero como uma construção social dinâmica e contraditória. Apresenta os conceitos de Guacira Lopes Louro, Joan Scott e Judith Butler sobre como o gênero é imposto culturalmente de forma binária e hierárquica, limitando as identidades. Defende que o gênero é performado através de repetições estilizadas de atos, e pode ser subvertido por meio da ruptura com os padrões sociais.
O documento discute a teoria do gênero como uma construção social dinâmica e contraditória. Apresenta os conceitos de Guacira Lopes Louro, Joan Scott e Judith Butler sobre como o gênero é imposto culturalmente de forma binária e hierárquica, limitando as identidades. Defende que o gênero é performado através de repetições estilizadas de atos, e pode ser subvertido por meio da ruptura com os padrões sociais.
Bom vou tentar criar um síntese de como eu estou produzindo em torno
do gênero, para mostrar os elementos que compõem o meu trabalho.
Inicialmente eu apresento uma introdução ao gênero com base no pensamento da Guacira Lopes Louro. Colocando os seguintes pontos: ● Gênero como uma construção social em meio a jogos de poder. ● O gênero é mutável, não coeso, instável e contraditório. ● há uma distinção e uma interdependência entre gênero e sexualidade. ● Urgência de desconstruir o caráter essencialmente binário do gênero. ● O gênero é construído em meio a padrões de masculinidade hegemônica, e o quanto este padrão estigmatiza minorias ou aqueles que optam por identidades de gênero não tradicionais. ● A universalidade da categoria mulher generaliza o que é essencialmente branco, eurocêntrico, moderno e heterossexual. ● Imposições sociais também afetam a masculinidade. ● O conceito de modernidade tardia de Stuart hall é importante para questionar a problemática das identidades universais masculinas e femininas. Como intermédio entre a introdução e o pensamento de Butler, eu apresento Joan Scott. com os seguintes pontos: ● Gênero é um conceito dúbio, não consensual. ● O gênero denota uma construção social e cultural a mercê da dominação masculina que impõe um ideal binário de masculinidade e feminilidade que não contempla os inúmeros modos de ser no mundo. ● há uma distinção entre identidade sexual e orientação sexual, deste modo a primeira se refere ao reconhecimento de si como homem ou mulher, e a segunda diz respeito a atração por um ou ambos os sexos. ● O poder do macho pode ser entendido como uma categoria que impõe socialmente uma dominação masculina, que coloca o homem como ser central, universal e público. O poder do macho - conceito que criei - precisa ser entendido como um tipo ideal weberiano. ● O gênero é uma construção social - que por meio de tabus e sanções sociais - impõe papéis limitados às mulheres e também aos homens que não se enquadram à masculinidade hegemônica. ● Gênero e corpo não são a mesma coisa, o gênero é uma categoria social que impõe significado ao corpo. Deste modo, o gênero não se refere apenas ao corpo, mas a idéias, instituições, estruturas sociais, práticas e discursos. ● Gênero pode ser ainda um guia para a integração dinâmica da imaginação, regulação e transgressão das imposições sociais e culturais. É por meio do gênero que podemos proporcionar uma ruptura com o status quo. ● É designando o que é coisa de homem e o que é coisa de mulher, por meio do gênero que a dualidade feminino/masculino que o status quo hierarquiza pessoas e menospreza o papel social e político da mulher, colocando ela a mercê do poder do macho, que se designa como homem público por excelência. ● Percebemos uma desigualdade de experiências, posto que o masculino é universalizado, como detentor do poder e do conhecimento, enquanto a mulher é limitada aos cuidados e a reprodução. Para terminar eu guardo a maior parte do artigo (cerca de 13 páginas) para apresentar a teoria queer. com os seguintes pontos: ● Orientação sexual e identidade de gênero são construções sociais e não ditames biológicos. ● gênero é uma ficção social, uma construção performática que se institui em meio a sanções e tabus sociais. ● A ideia de coerência entre biologia e gênero é uma norma de inteligibilidade socialmente imposta. ● A teoria queer defende um desmonte radical do padrão atual de bipolarização dos gêneros, posto que esse padrão generaliza concepções brancas, eurocêntricas e androcêntricas. Do mesmo modo, defende a descentração e a desestabilização da categoria sujeito. ● Em butler o sexo é radicalmente independente do gênero, e ao mesmo tempo é como o gênero, uma construção social. Sexo e sexualidade são entendidos como construções do discurso, da história e da cultura. O status quo defende um padrão binário de masculinidade e feminilidade, heterossexualidade e monogamia compulsória, propondo uma coerência entre gênero, sexo e sexualidade. ● Sexo e gênero são efeitos - e não causas - de instituições, discursos e práticas sociais. A identidade em Butler é compreendida como uma performace, deste modo, ser mulher é um ato e não um fato ditado pela natureza. ● É por meio de subversão e jogos de poder que se pode transformar/ contrariar o status quo e seus padrões preconceituosos. Deste modo, o gênero aparece como projeto tácito que pode propor a renovação de padrões culturalmente impostos. ● A cultura é essencialmente heterosexista e estabelece uma fictícia coerência entre as categorias sexo e gênero, para perpetuar e manter o que conhecemos como heterossexualidade compulsória. ● O gênero é uma estrutura, um molde que incorpora/modela os indivíduos. Deste modo a identidade de gênero aparece como a internalização/ incorporação dos ditames impostos socialmente por uma sociedade misógina, machista e homofóbica. ● Butler considera que sexo e gênero operam por meio de performace, por meio de uma encenação do que pretendem ser, deste modo, o sexo e o gênero podem ser subversão da ordem. ● O gênero é a contínua estilização do corpo, não há corpo que anteceda a sua inscrição cultural. ● Identidade e discurso são elementos centrais da construção do sujeito e do gênero. ● O fato de o corpo generificado é uma performace, impõe a idéia de que não há status ontológico fora dos variados atos que constituem sua realidade. O gênero tem a finalidade de perpetuação e/ou reconfiguração sociocultural. Butler defende uma resignificação do gênero por meio da subversão e proliferação de estruturas não binárias. ● Butler propõe a descentração da categoria mulher, posto que a universalização é uma ficção. Fala ainda da desigualdade entre os sexos, que se dá por inúmeros modos e elementos condicionados pela socialização, cultura e política de dominação masculina. Mulher é uma situação histórica. ● O gênero é uma identidade instituída por meio de uma repetição estilizada de atos. é preciso transformar o gênero por meio de atos de ruptura e subversão. É ainda por meio da performace que se pode questionar o status quo, quebrar os tabus e ir além dos limites impostos socialmente. ● Corpo é uma idéia histórica compreendido como um processo de corporificação de possibilidades culturais e históricas. O corpo só se torna conhecido por meio de sua aparência generificada. Deste modo, o corpo também é construído socialmente.