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Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço ao meu Deus, o Todo-poderoso, pelo fôlego de vida, pelo amor e
misericórdia que tem tido por mim, por me permitir realizar um dos meus objectivos, pois sei
que sem Ele, nada do que fiz faria (João 15:5).

Ao meu supervisor, Me. Francisco Wache que, mesmo distante, me orientou na elaboração do
presente trabalho.

Ao meu co-supervisor, Me. Francisco Gaita pela co-supervisão do trabalho e pelas


importantes observações sobre a ortografia do Emakhuwa, koxukhuru.

Agradeço a minha mãe, Ana da Conceição Francisco Augusto Ossene, que mesmo sem
muitos recursos, lutou para educar-me.

Ao meu pai, Pedro Ossene e à minha família em geral, que sempre me apoiou.

Agradeço, igualmente, aos meus formadores, docentes do DCLCA, em particular aos


docentes do curso de Português e Inglês, de um modo especial ao Me. Neves Anselmo, o meu
docente de Linguística Bantu e à Me. Ana Monteiro pelas sugestões.

Gostaria igualmente de agradecer a todos os meus colegas de turma, em particular ao Fothine,


Mavuto, Barroso, Benildo, Celina, Cremilde, Mutemua, Mutita e Ulisses, os quais foram os
meus professores sempre que tivesse alguma dúvida fora da sala de aulas.

Os meus agradecimentos são extensivos a todos que me ajudaram ao longo do curso e,


principalmente, na elaboração da monografia, Lacerda Muteli, Miguel Muteli, Dinis
Quisoura, Cândida Ossene, Miro Ernesto, Aníbal Noronha, Alcalde Marcelino, Big Moro,
Domingos Silva, Michela Coelho, Ezidina Raimundo, Muanacha Mesquita, Milagre
Agostinho e Tarcísio Xavier.

Para terminar, agradeço aos meus amigos Jacinto Pio, Idélcio Norato, Eliúdio Banze,
Esperança Hugo, Emerson Magonzana, Atija Zaona, Abubacar Essimela, Albertina Novela,
Manuel Luís, Alcides Armando e Wilson Benate pelaforça que me deram.
Declaração
Eu, Leonel De Andrade Emanuel Albino Luís, solteiro de 18 anos de idade, nascido a 08 de
Agosto de 1999, natural de Nampula, Distrito de Nampula, Província de Nampula, Filho de
Laurinda José Jacopo e de Albino Luís, portador do BI n o 030101736471B, emitido pelo
arquivo de identificação civil de Nampula, a 25 de Abril de 2017, declaro que este trabalho
científico é da minha autoria.

Nampula, 21 de Julho de 2018

Leonel De Andrade Emanuel Albino Luís


Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço ao meu Deus, o Todo-poderoso, pelo fôlego de vida, pelo amor e
misericórdia que tem tido por mim, por me permitir realizar um dos meus objectivos, pois sei
que sem Ele, nada do que fiz faria (João 15:5).

Ao meu supervisor, Me. Francisco Wache que, mesmo distante, me orientou na elaboração do
presente trabalho.

Ao meu co-supervisor, Me. Francisco Gaita pela co-supervisão do trabalho e pelas


importantes observações sobre a ortografia do Emakhuwa, koxukhuru.

Agradeço a minha mãe, Ana da Conceição Francisco Augusto Ossene, que mesmo sem
muitos recursos, lutou para educar-me.

Ao meu pai, Pedro Ossene e à minha família em geral, que sempre me apoiou.

Agradeço, igualmente, aos meus formadores, docentes do DCLCA, em particular aos


docentes do curso de Português e Inglês, de um modo especial ao Me. Neves Anselmo, o meu
docente de Linguística Bantu e à Me. Ana Monteiro pelas sugestões.

Gostaria igualmente de agradecer a todos os meus colegas de turma, em particular ao Fothine,


Mavuto, Barroso, Benildo, Celina, Cremilde, Mutemua, Mutita e Ulisses, os quais foram os
meus professores sempre que tivesse alguma dúvida fora da sala de aulas.

Os meus agradecimentos são extensivos a todos que me ajudaram ao longo do curso e,


principalmente, na elaboração da monografia, Lacerda Muteli, Miguel Muteli, Dinis
Quisoura, Cândida Ossene, Miro Ernesto, Aníbal Noronha, Alcalde Marcelino, Big Moro,
Domingos Silva, Michela Coelho, Ezidina Raimundo, Muanacha Mesquita, Milagre
Agostinho e Tarcísio Xavier.

Para terminar, agradeço aos meus amigos Jacinto Pio, Idélcio Norato, Eliúdio Banze,
Esperança Hugo, Emerson Magonzana, Atija Zaona, Abubacar Essimela, Albertina Novela,
Manuel Luís, Alcides Armando e Wilson Benate pelaforça que me deram.
Epígrafe

Neufert.
Arte de projectar em arquitectura.
Resumo

Pretendemos, de um modo geral, captar os principais tipos de neologismos no Emakhuwa falado na


cidade de Nampula e, de um modo específico pretendemos classificar os neologismos do Emakhuwa
falado na cidade de Nampula; indicar a origem dos neologismos do Emakhuwa falado na cidade de
Nampula e identificar os processos de formação de palavras mais produtivos de neologismos do
Emakhuwa falado na cidade de Nampula. Poucos são os estudos em relação aos neologismos do
Emakhuwa assim como aos processos deformação de palavras em LB. Para a recolha dos dados que
serviram de base, recorremos à técnica de gravação de discursos entre falantes do Emakhuwa nos
bairros de Muahivire, Murrapaniua e Napipine e fizemos, igualmente, gravações de filmes, músicas e
programas radiofónicos transmitidos em Emakhuwa. Os inquiridos situaram-se entre simples falantes
do Emakhuwa, actores, cantores e locutores. Os resultados revelam que o Emakhuwa tem sofrido
mudanças morfossintáticas assim como semânticas. Essas mudanças manifestam-se através da criação
de novas unidades lexicais envolvendo recursos morfológicos e não morfológicos de criação de
palavras e, ainda, as palavras já existentes noEmakhuwaadoptam novos significados. Deste modo,
conclui-se que todos os tipos de neologismos ocorrem no Emakhuwa falado na Cidade de Nampula,
porém, os semânticos ocorrem com maior frequência.

Palavras-chave:Neologismos, Emakhuwa, Criação de palavras.


Introdução

Fundações são os elementos estruturais com função de transmitir as cargas da estrutura ao


terreno onde ela se apoia (AZEREDO, 1988). Assim, as fundações devem ter resistência
adequada para suportar às tensões causadas pelos esforços solicitantes. Além disso, o solo
necessita de resistência e rigidez apropriadas para não sofrer ruptura e não apresentar
deformações exageradas ou diferenciais.

Para se escolher a fundação mais adequada, deve-se conhecer os esforços atuantes sobre a
edificação, as características do solo e dos elementos estruturais que formam as fundações.
Assim, analisa-se a possibilidade de utilizar os vários tipos de fundação, em ordem crescente
de complexidade e custos (WOLLE, 1993). Fundações bem projetadas correspondem de 3% a
10% do custo total do edifício; porém, se forem mal concebidas e mal projetadas, podem
atingir 5 a 10 vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso (BRITO, 1987).
Capítulo I: Estudos geotécnicos e geológicos

1. FUNDAÇÕES

1.1.Conceitos gerais

A estrutura de uma obra é constituída pelo esqueleto (figura 1) formado pelos elementos
estruturais, tais como: lajes (1), vigas (2), pilares (3) e fundações (4), etc.
Figura 1 – Estrutura de uma edificação

Fonte: Rodrigues (P. 35)


O sistema de fundações é formado pelo elemento estrutural do edifício que fica
abaixo do solo podendo ser constituído por qualquer tipo de fundação. Sua função é suportar
com segurança as cargas provenientes do edifício, ou seja, é o elemento estrutural que
transmite a carga de uma edificação para uma camada mais resistente do solo. Assim, as
fundações devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços
solicitantes. Além disso, o solo necessita de resistência e rigidez apropriadas para não sofrer
ruptura e não apresentar deformações exageradas ou diferenciais. Convencionalmente, o
projectista estrutural repassa ao projectista de fundação as cargas que serão transmitidas aos
elementos de fundação.

Confrontando essas informações com as características do solo onde será edificado,


conhecidas através de testes de sondagens, o projectista de fundações calcula o deslocamento
desses elementos e compara com os recalques admissíveis da estrutura, ou seja, primeiro
elabora-se o projecto estrutural e depois o projecto de fundação. Quando o projecto estrutural
é elaborado em separado do projecto de fundação, considera-se, durante o dimensionamento
das estruturas, que a fundação terá um comportamento rígido, indeslocável. Essas fundações,
quando carregadas, se deformam e resultam deslocamentos verticais (recalques), horizontais e
rotações, prejudicando a hipótese usual de apoios indeslocáveis, contribuindo para uma
redistribuição de esforços nos elementos da estrutura.Essa redistribuição ou nova
configuração de esforços nos elementos estruturais, em especial nos pilares, provoca uma
transferência das cargas dos pilares mais carregados para os menos carregados sendo,
geralmente, os pilares centrais mais carregados que os da periferia.

Ao considerar-se a interacção solo-estrutura no dimensionamento da fundação, os


pilares que estão mais próximos do centro terão uma carga menor do que a calculada,
havendo uma redistribuição das tensões. Dessa forma, é possível estimar os efeitos da
redistribuição dos esforços na estrutura do edifício, bem como a intensidade e a forma dos
recalques diferenciais tendo, consequentemente, um projecto optimizado. Fundações bem
projectadas correspondem de 3% a 10% do custo total do edifício, porém, se forem mal
concebidas e mal projectadas, podem atingir 5 a 10 vezes o custo da fundação mais
apropriada para o caso. O custo da fundação aumenta também em casos em que as
características de resistência do solo são incompatíveis com os esforços a ele transferidos,
pois nestas situações, elementos de fundação mais complexos são exigidos, podendo-se ter,
inclusive, a necessidade de troca de solo, com reaterro e compactação, levando a custos
muitas vezes não previstos inicialmente.
Torna-se clara a importância da união entre o projecto estrutural e o projecto de
fundação em um único grande projecto, uma vez que os dois estão totalmente interligados e
mudanças em um provocam reacções imediatas no outro.

1.2.Elementos necessários aos projectos de fundação

Os elementos necessários para o desenvolvimento de um projecto de fundações são:


a) Topografia da área
 Levantamento topográfico (planialtimétrico);
 Dados sobre taludes e encostas no terreno (ou que possam atingir o terreno);
 Dados sobre erosões (ou evoluções preocupantes na geomorfologia).
b) Dados geológicos-geotécnicos
 Investigação do subsolo (às vezes em duas etapas: preliminar e complementar);
 Variabilidade das camadas e a profundidade de cada uma delas;
 Existência de camadas resistentes ou adensáveis;
 Compressibilidade e resistência dos solos;
 Posição do nível de água;
 Outros dados geológicos e geotécnicos (mapas, fotos aéreas e levantamentos
aerofotogramétricos, artigos sobre experiências na área, publicações da CPRM,
etc.).
c) Dados da estrutura a construir
 Tipo e uso que terá a nova obra;
 Sistema estrutural (hiperestaticidade, flexibilidade, etc.);
 Sistema construtivo (convencional ou pré-moldado);
 Cargas (Acções nas fundações).
d) Dados sobre construções vizinhas
 Número de pavimentos, carga média por pavimento;
 Tipo de estrutura e fundações;
 Desempenho das fundações;
 Existência de subsolo;
 Possíveis consequências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra.
e) Aspectos económicos
 Além do custo directo para a execução do serviço, deve-se considerar o prazo de
execução. Há situações em que uma solução mais custosa oferece um prazo de
execução menor, tornando-se mais atractiva.

Segundo Vargas (1982) “o que governa o tipo de fundações a ser adotada não pode ser uma
lei matemática. Ela dependera dos hábitos construtivos da região, das condições económicas
das possibilidades do mercado de trabalho local e dos atributos tecnologicamente importantes
do terreno”.

Pode-se perceber que, para realizar a escolha adequada do tipo de fundação, é importante que
a pessoa responsável pela construção tenha o conhecimento dos tipos de fundação disponíveis
no mercado e suas características sem esquecer da experiência na área. Somente com esses
conhecimentos é que será possível escolher a solução que atenda às características técnicas e
ao mesmo tempo que se adeqúe à realidade da obra.
1.3. Investigação do subsolo

Na maioria dos casos, a avaliação e o estudo das características do subsolo do terreno


sobre o qual será executada a edificação se resume em sondagens de simples reconhecimento
(sondagem a percussão) mas, dependendo do porte da obra, ou se as informações obtidas não
forem satisfatórias, outros tipos de pesquisas poderão ser executados (por exemplo: poços
exploratórios, ensaio de penetração contínua, ensaio de palheta).

Características como: número de pontos de sondagem, seu posicionamento no terreno e a


profundidade a ser atingida são determinados por profissional capacitado, baseado em normas
e na sua experiência.

O número de sondagens e a sua localização em planta dependem do tipo da estrutura, de


suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens
tem de ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das
camadas do subsolo do local em estudo. Em termos de distribuição em planta tem sido
propostas diferentes regras que apontam para espaçamento entre 15 a 60 m

Enquanto segundo Folque (1988) “aconselha três sondagens para uma areia de
200m2 a reconhecer e para areias superiores mais uma sondagem para cada 200m 2 adicionais
ate 800m2. Para áreas entre 800m2 a 2000m2 preconiza uma sondagem a adicional por cada
400m2 e para áreas superiores de acordo com a orientação baseada em critérios geológicos”.
770

SP 03
1200
C asa
de
800 força
Rua Y

SP 02
4500

C entral 1000
telefônica

SP 01
1950

N
1480

2600 3500

Rua X
1.4.Processos de investigação do subsolo

1.4.1.Poços e sondagens a trado

Poços são escavações manuais, geralmente não escoradas, que avançam até que se
encontre o nível de água ou até onde for estável. Os poços permitem um exame do solo nas
paredes e fundo da escavação e a retirada de amostras indeformáveis tipo bloco ou em anéis.
As sondagens a trado são perfurações que podem ser executadas com trados manuais do tipo:
cavadeira, espiral ou torcido, helicoidal. A profundidade também está limitada à profundidade
do nível da água e as amostras retiradas são deformadas. Mas quando a camada do solo for
rochosa faz-se sondagens rotativas para determinar os tipos de rocha e seu estado de sanidade.

1.4.2. Forma de execução de sondagem a percussão

O ensaio de sondagem a percussão SPT (Standard Penetration Test), consiste da


cravação de um amostrador de dimensões padronizadas, rosqueado em um conjunto de hastes
metálicas que recebem e propagam (para o amostrador) a energia de golpes que são aplicados
a partir da queda livre de um martelo (peso de ferro fundido ou aço) de massa equivalente a
65 kg, caindo de uma altura equivalente a 75 cm.

De acordo como definido por Terzaghi-Peck (Soil Mechanics in Engineering Practice),


“o índice de resistência a penetração, é a soma do número de golpes necessários a cravação no
solo dos 0,30m finais do amostrador”. O processo de execução do ensaio segue os seguintes
passos:

1. Posicionamento do equipamento em local previamente estabelecido (tripé);


2. Abertura do pré-furo até a profundidade de 1,00m;
Figura 2 – Posicionamento do equipamento e abertura do pré-furo em SPT.
Fonte: Mendonça (2005, P.4)
3. Instalação do amostrador na cota de fundo do pré-furo;
4. Aplicação da energia percussiva (queda-livre do martelo) e simultânea contagem dos
golpes para cravação dos primeiros 15 cm, dos 15 cm intermediários e dos 15 cm
finais do amostrador, totalizando 45 cm.
5. Extracção do amostrador para retirada das amostras de solos que serão classificadas,
tátil-visualmente, e enviadas para o laboratório da empresa de sondagem.
6. Avanço do furo até a subsequente cota inteira, empregando-se o trado helicoidal
(acima do nível da água) ou o trepano de lavagem (abaixo do nível da água).

Figura 3 – Avanço do furo até a subsequente cota inteira.


Fonte: Mendonça (2005, P. 6).
Após a execução do primeiro ensaio SPT em terreno firme, a perfuração do subsolo é
prosseguida, através do uso de trado até que o mesmo se torne inoperante, ou o nível da água
(N.A) seja encontrado. A partir daí, a sondagem é realizada com a utilização do processo de
perfuração por circulação de água, no qual, usa-se o trépano de lavagem como ferramenta
para escavação do subsolo. O material escavado pela acção do trépano acoplado às hastes, é
removido por meio de circulação de água impulsionada pelo conjunto moto-bomba.

1.4.3.Factores que podem obstruir os resultados na hora da execução das sondagens

 O tripé mal assentado enverga-se, desloca-se lateralmente ou uma das pernas afunda, o
que pode comprometer a simetria das hastes e do peso batente;
 Variação na energia de cravação, devido a incorrecção na altura de queda do martelo
(0,75m), ou atrito no cabo de sustentação do peso, quando no levantamento do peso;
 O processo de avanço da sondagem, acima e abaixo do nível d’água subterrânea
(inclusive a manutenção ou não do “NA”), quando do avanço da sondagem, em cota
abaixo de sua ocorrência;
 O furo não estar totalmente limpo, o que provoca sedimentação de material no seu
interior, notadamente, quando se trata de material pedregulhentos;
 furo não estar suficientemente alargado para permitir a passagem livre do amostrador
padrão, tipo Raymond.

1.4.4.Profundidades das sondagens

As sondagens são interrompidas quando a cota de profundidade definida no projecto foi


atingida ou mesmo quando o terreno torna-se difícil de penetrar. Mas este factor depende
de pais para pais por exemplo a norma Portuguesa prevê 60 golpes para cravação dos
30cm finais interrompe-se a sondagem enquanto a norma europeia (EN ISO 22476-3)
prevê 50 pancadas para término da sondagem.

Tendo-se executado as sondagens correctamente, as informações são condensadas e


apresentadas em um relatório escrito e outra em gráfico, que deverá conter as seguintes
informações referentes ao subsolo estudado:

a) Perfil geológico das camadas do subsolo;


b) Determinação da capacidade de carga das diferentes camadas do subsolo;
c) Colecta de amostras das diversas camadas;
d) Determinação do nível do lençol freático;
e) Determinação da capacidade ou consistência das camadas do subsolo em solos arenosos
ou argilosos, respectivamente, e também para a determinação de eventuais linhas de
ruptura que possam ocorrer em subsuperfície. Como o exemplo da figura abaixo
PERFIL DE SONDAGEM GEOLÓG IC A - Ensaio de penetração padrão SPT

Profundidade
em metros
C ota Diagrama
(RN) das
Amostra Penetração penetrações C lassificação do material
Nível G olpes/30 cm
da 10 20 30 40
água
0,10 Solo superficial
4 5 1,00 Argila siltosa, variegada
2,3 14 20 1,80 idem, mole
Argila siltosa pouco
9 13 3,00 arenosa, marron, dura

11 15 5,00 idem, rija

22 35 idem, dura

27 37

28 38 Obs: não se verificou


pressão d’água
29 39
18,00 Argila siltosa, dura
30 43

31 47 20,45 limite de sondagem


C LIENTE: 1:1000
Local: Rua X 07/ 04/ 99 LOGO
Responsável Técnico: SP 01

Estes dados obtidos através de sondagem retratam as características e propriedades do subsolo


e, depois de avaliados e minuciosamente estudados, servem de base técnica para a escolha do
tipo de fundação da edificação que melhor se adapte ao terreno.
Capítulo II: Tipos de fundações

2. TIPOS DE FUNDAÇÕES

Segundo Fabiani e Brito (1987/2) citado por Filipe e Valdemar Martins “as fundações se
classificam em does grupos que são: as directas e indirectas, de acordo com a forma de
transferência de cargas da estrutura para o solo onde ela apoia-se”. Os autores citados acima
afirmam que as fundações directas podem ser definidas como sendo “aquelas que transferem
as cargas para as camadas de solo capazes de suportá-las, sem deformar-se exageradamente
Esta transmissão é feita através da base do elemento estrutural da fundação, considerando
apenas o apoio da peça sobre a camada do solo, sendo desprezada qualquer outra forma de
transferência das cargas”.
Eles ainda afirmam que “As fundações directas podem ser subdivididas em rasas e
profundas. A fundação rasa se caracteriza quando a camada de suporte está próxima à
superfície do solo (profundidade até 2,5 m), ou quando a cota de apoio é inferior à largura do
elemento da fundação Por outro lado, a fundação é considerado profunda se suas dimensões
ultrapassam todos os limites acima mencionados”.
E quanto as fundações indirectas eles definem como sendo “sempre profundas, em
função da forma de transmissão de carga para o solo (atrito lateral) que exige grandes
dimensões dos elementos de fundação”. O quadro abaixo ilustra a classificação de vários tipos
de fundações e suas possíveis subdivisões.

Fundações directas Blocos e alicerces


Sapatas Isolada
Corrida
Associada
Alavancada
Radiers Liso
Com pedestais ou cogumelos
Nervurado
Caixão
Fundações Tubulões Céu aberto
profundas Ar comprimido
Caixões Abertos
Fechados
Ar comprimido
Estacas Pré-moldadas e Madeira
cravadas Aço
Concreto ou betão
Estacas de concreto Escavadas
moldado in loco
Frank, Strauss, broca
Barrete ou estacão
Ómega, hélice continua

Prensada
Mega
Injectada
Raiz

2.1Fundações directas ou superficiais

Segundo Brito, (1987) citados por Sílvio e Eng. Maurício “as fundações directas ou
superficiais podem ser divididas em blocos, alicerces, sapata e radiers”.

2.2.Blocos

Este tipo de fundação é utilizado quando há actuação de pequenas cargas, como, por
exemplo, um sobrado. Os blocos são elementos estruturais de grande rigidez. Suportam
predominantemente esforços de compressão simples provenientes das cargas dos pilares. Os
eventuais esforços de tracção são absorvidos pelo próprio material do bloco. Os blocos podem
ser construídos de pedra, tijolos maciços, concreto simples ou de concreto armado. Quando
um bloco é construído de concreto armado ele recebe o nome de sapata de fundação.
Geralmente, usa-se blocos quando a profundidade da camada resistente do solo está entre 0,5
e 1,20 m de profundidade.
Figura 6: Bloco em alvenaria de tijolos
Fonte: Barros (2003, P. 4)

2.3.Alicerces

A fundação em alicerce apresenta uma distribuição de carga para o terreno tipicamente


linear, por exemplo, uma parede que apoia-se no alicerce, sendo este o elemento que transmite
a carga para o solo ao longo de todo o seu comprimento. Os alicerces, também denominados
de blocos corridos, são utilizados na construção de pequenas residências e suportam as cargas
provenientes das paredes resistentes, podendo ser construído de pedra, tijolos maciços,
concreto simples ou de concreto armado. Quando o alicerce é construído de concreto armado
ele recebe o nome de sapata corrida.

Figura 7: Tipos de alicerces.

Fonte: Barros (2003, P. 5).


Processo de execução de alicerces

Os processos de execução de um alicerce consiste em:

1. Executar a abertura da vala;


2. Promover a compactação da camada do solo resistente, apiloando o fundo;
3. Colocação de um lastro de concreto magro (90 Kgf/cm2) de 5 a 10 cm de espessura;
4. Execução do abasiamento, que pode ser de concreto, alvenaria ou pedra;
5. Construir uma cinta de amarração que tem a finalidade de absorver esforços não
previstos, suportar pequenos recalques, distribuir o carregamento e combater esforços
horizontais;
6. Fazer a impermeabilização para evitar a percolação capilar, utilizando uma argamassa
“impermeável” (com aditivo) ou ainda, uma chapa de cobre, de alumínio ou ardósia.

Deve-se, ainda, observar com cuidado:

 Se há ocorrência de formigueiros e raízes de árvore no momento da escavação da


vala;
 Compatibilização da carga da parede x largura do alicerce, observando: eventual
distinção da largura dos alicerces para as diferentes paredes, e o uso adicional de
brocas em pontos isolados, como reforço de fundação;
 Se o terreno está em declive, deve-se fazer o alicerce em escada
 Locação do centro dos blocos e das linhas das paredes;
 Cota do fundo da vala;
 Limpeza da vala.
2.4. Sapatas
Ao contrário dos blocos, as sapatas não trabalham apenas à compressão simples, mas
também à flexão, devendo, neste caso, serem executadas incluindo material resistente à
tracção.

2.4.1 Sapatas isoladas


De menor altura que os blocos, são aquelas que transmitem para o solo, através de
sua base, a carga de uma coluna (pilar) ou um conjunto de colunas. Quanto a sua forma
geométrica elas podem ser quadradas, rectangulares, poligonal ou circular.
P

Quadrada Retangular

Circular Poligonal Sapata isolada de


concreto armado

Figura 8: sapatas isoladas.


Fonte: Barros (2003, P. 7).

2.4.2 Processos de execução de uma sapata isolada

Para construção de uma sapata isolada, são executadas as seguintes etapas:

1. Forma para o rodapé, com folga de 5 cm para execução do concreto “magro”;


2. Posicionamento das formas, de acordo com a marcação executada no gabarito de
locação;
3. Preparo da superfície de apoio;
4. Colocação da armadura;
5. Posicionamento do pilar em relação à caixa com as armações;
6. Colocação das guias de arame, para acompanhamento da declividade das superfícies
do concreto;
7. Concretagem: a base poderá ser vibrada normalmente, porém para o concreto
inclinado deverá ser feita uma vibração manual, isto é, sem o uso do vibrador.

Obs. a etapa 3 compreende a limpeza do fundo da vala de materiais soltos, lama, o


apiloamento com soquete ou sapo mecânico e a execução do concreto “magro”, que é um
lastro de concreto com pouco cimento, com função de regularizar a superfície de apoio e não
permitir a saída da água do concreto da sapata, além de isolar a armadura do solo. A vala deve
ser executada com pelo menos 10 cm de folga a mais da largura da sapata para permitir o
trabalho dos operários dentro dela.
2.4.3.Sapatas Corridas

São elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, as quais lhe transmitem a
carga por metro linear. Para edificações cujas cargas não sejam muito grandes, como
residências, pode-se utilizar alvenaria de tijolos, caso contrário, ou ainda para profundidades
maiores que 1,0 m torna-se mais adequado e económico o uso do concreto armado.

Figura 9: Sapata corrida.


Fonte: Barros (2003, P. 8).

2.4.4.Processos de execução de uma sapata corrida

Para construção de uma sapata corrida, são executadas as seguintes etapas:

1. Escavação;
2. Colocação de um lastro de concreto magro de 5 a 10 cm de espessura;
3. Posicionamento das formas, quando o solo assim o exigir;
4. Colocação das armaduras;
5. Concretagem;
6. Cinta de concreto armado: sua finalidade é a maior distribuição das cargas, evitando
também deslocamentos indesejáveis, pelo travamento que confere à fundação; muitas
vezes, é usado o próprio tijolo como forma lateral;
7. Camada impermeabilizante: sua função é evitar a subida da humidade por
capilaridade para a alvenaria de elevação; sua execução deve evitar descontinuidades
que poderão comprometer seu funcionamento e nunca devem ser feitas nos cantos ou
nas junções das paredes;
2.4.5. Sapatas Associadas
Um projecto económico deve ser feito com o maior número possível de sapatas isoladas.
No caso em que a proximidade entre dois ou mais pilares seja tal que as sapatas isoladas se
sobreponham, deve-se executar uma sapata associada. A viga que une os dois pilares
denomina-se viga de rigidez e tem a função de permitir que a sapata trabalhe com tensão
constante.

Figura 12: Sapatas associadas


Fonte: Barros (2003, P. 8)

2.4.6. Sapatas Alavancadas


No caso de sapatas de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde não seja possível
fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro de carga do pilar, cria-se
uma viga alavanca ligada entre duas sapatas, de modo que um pilar absorva o momento
resultante da excentricidade da posição do outro pilar.

Figura 13: Sapatas alavancadas


Fonte: Barros (2003, P. 9)

Processos de execução de uma sapata alavancada

Ele compreende quase os memos processos como as demais das sapatas mas devemos tomar
cuidado com:
 Locação do centro da sapata e do eixo do pilar;
 Cota do fundo da vala;
 Limpeza do fundo da vala;
 Nivelamento do fundo da vala;
 Dimensões da forma da sapata;
 Armadura da sapata e do arranque do pilar;
2.5. Radiers

A fundação em radier é constituída por um único elemento de fundação que distribui


toda a carga da edificação para o terreno, constituindo-se em uma distribuição de carga
tipicamente superficial. O radier é uma laje de concreto armado ou pretendido, que distribui a
carga total da edificação uniformemente pela área de contacto. É usado de forma económica
quando as cargas são pequenas e a resistência do terreno é baixa, sendo uma boa opção para
que não seja usada a solução de fundação profunda.

Segundo luís Eduardo santos (2007/6) “classifica os radier quanto a geometria como sendo:
radiers lisos, com pedestais ou cogumelos e caixões”.

2.5.1. Radiers liso

tem a vantagem de ter grande facilidade de execução.

2.5.2 Radiers com pedestais ou cogumelos

Os radiers com pedestais ou cogumelos aumenta a espessura sob os pilares e melhora a


resistência a flexão e ao esforço cortante. Os pedestais podem ser superiores ou inferiores,
tendo este último a vantagem de ser feita na escavação e deixar a superfície do piso plana.
2.5.3 Radiers nervurado

Os radiers nervurados executa-se com nervuras secundárias e nervuras principais,


colocadas sob os pilares, podendo ser superiores ou inferiores. No caso de nervuras inferiores
executa-se sobre a escavação, o que não acontece no caso das nervuras superiores, sendo
necessária a colocação de agregado para deixar a superfície do piso plana.

2.5.4 caixoes

utiliza-se com a finalidade de ter uma grande rigidez e pode ser executado com vários pisos.

Os tipos acima citados estão em ordem crescente de rigidez. Estes radiers são feitos com
espessura variando de 0,15 m a 2,00 m, dependendo do tipo empregado.

2.5.5. Processos de execução de uma Radiers

Para execução de um Radiers precisamos seguir os seguintes passos:

1. Verificar a topografia do terreno fazer as devidas marcações para a implantação do


projecto do Radiers neste lote;
2. Fazer o corte do terreno e o aterro;
3. Fazer a compactação do terreno, porque pode ficar algum lugar meio fofo e isto pode
vir causar danos depois na própria fundação;
4. Fazer a forma do ou seja a cofragem do próprio Radiers, esta cofragem deve estar na
altura correcta do projecto não esquecendo se da montagem dos gabarito para deixar
todos os níveis correctos e bem acertados;
5. Coloca-se um pouco de terra e compacta-se pela segunda vez mas tudo bem nivelado,
dai coloca-se a tubulação de esgoto, água e energia;
6. Depôs faz-se o nivelamento fino com brita
7. Coloca-se uma lona (polímero) vulgarmente conhecido como plástico, em seguida
coloca-se a ferragem ou seja a armadura com seus devidos espaçamentos definidos no
projecto, com espessadores para permitir que o betão envolva toda da armadura em
sua volta sem deixar folgas;
8. Dia faz-se a concretagem ou betonagem do Radiers passando o tempo de cura previsto
ele e descofrado e já esta pronto para receber a estrutura tanto como a alvenaria da
edificação.
2.6. FUNDAÇÕES INDIRECTAS OU PROFUNDAS
2.6.1. Tubulão

Segundo Mariane de Pieire (2010/24) “os tubulões são elementos estruturais da fundação
que transmitem a carga ao solo resistente por compressão, através da escavação de um fuste
cilíndrico e uma base alargada tronco-cônica a uma profundidade igual ou maior do que três
vezes o seu diâmetro”. Ela cita também que “Pode ser feito ao céu aberto ou sob ar
comprimido (pneumático) e em pelo menos na sua fase final de execução há a descida do
operário por dentro deste”.

Quando comparados a outros tipos de fundações os Tubulões apresentam as seguintes


vantagens:

 Os custos de mobilização e de desmobilização são menores que os bate-estacas e


outros equipamentos;
 As vibrações e ruídos provenientes do processo construtivo são de muita baixa
intensidade;
 Pode-se observar e classificar o solo retirado durante a escavação e compará-los às
condições do subsolo previstas no projecto;
 O diâmetro e o comprimento do tubulão podem ser modificados durante a escavação
para compensar condições do subsolo diferentes das previstas;
 As escavações podem atravessar solos com pedras e matacões, sendo possível penetrar
em vários tipos de rochas;
 É possível apoiar cada pilar em um único fuste, em lugar de diversas estacas,
eliminando a necessidade de bloco de coroamento.
2.6.1.1. Tubulão a céu aberto
Consiste em um poço aberto manualmente ou mecanicamente em solos coesivos, de
modo que não haja desmoronamento durante a escavação, e acima do nível de água. Quando
há tendência de desmoronamento, reveste-se o furo com alvenaria de tijolo, tubo de concreto
ou tubo de aço. O fuste é escavado até a cota desejada, a base é alargada e posteriormente
enche-se de concreto. Mostra-se uma alternativa económica para altas cargas solicitadas
superior a 250 Tf.
2.6.1.2. Tubulão a ar comprimido
Este tipo de fundação é utilizado quando existe água, exigem-se grandes profundidades e
existe o perigo de desmoronamento das paredes. Neste caso, a injecção de ar comprimido nos
Tubulões impede a entrada de água, pois a pressão interna é maior que a pressão da água.
Segundo Prof. José Edson “A duração de período de trabalho não poderá ser superior a oito
horas em pressões de trabalho de 0 a 1atm, a seis horas em pressão de trabalho de 1,1 a 2,5
atm e a quatro horas em pressões de trabalho 2,6 a 3,4 atm”.
Nenhuma pessoa deve ser exposta a uma pressão maior 3,4 atm (340 kPa), limitando a
profundidade de 34 m abaixo do nível do mar.
O equipamento utilizado compõe de uma câmara de equilíbrio e um compressor. Durante a
compressão, o sangue dos homens absorve mais gases do que na pressão normal. Se a
descompressão for feita muito rapidamente, o gás absorvido em excesso no sangue pode
formar bolhas, que por sua vez podem provocar dores e até a morte pó embolia. Para evitar
esse problema, antes de passar à pressão normal, os trabalhadores devem sofrer um processo
de descompressão lenta (nunca inferior a 15 minutos) numa câmara de emergência.
Esses tubulões são encamisados com camisas de concreto ou de aço. No caso de camisa
de concreto, a cravação da camisa, abertura e concretagem são feitas sob ar comprimido, pois
o serviço é feito manualmente. Se a camisa é de aço, a cravação é feita a céu aberto com
auxílio de um bate estacas e a abertura e a concretagem do tubulão são feitos a ar
comprimido. Os custos elevados e riscos de acidentes são factores que limitam o processo de
utilização dos tubulões a ar comprimido. A ferragem que os Tubulões com camisa de aço
levam no mínimo são 25mm
2.6.1.3. Critérios de controlo
Prof. José Edson cita ainda que, ‘admite-se desvio de verticalidade do prumo de 1cm, se o
encamisamento da parede for em concreto armado a espessura mínima é 100mm e se for em
aço é de 10mm”, e ainda afirma que “admite-se desvios de implantação de 10% da dimensão
do diâmetro do fuste, o cumprimento do tubo tremonha deve se cinco vezes o diâmetro do
fuste, devera se garantir a rigidez da armadura de modo que esta não se deforme na hora da
concretagem”.

NT

0,7 a 1,2 m

NT
2,0 m NA

Preparação do terreno e colocação Escavação a céu aberto até o nível


do anel de concreto do lençol freático e colocação do
segundo anel de concreto

campânula

guincho
cachimbo
de entrada
do
concreto
cachimbo
de saída do
material

NT

NA

escoras
perdidas

Colocação da campânula para


trabalho de escavação sob
Concretagem sob pressão
pressão hiperbárica com pessoal
hiperbárica
especializado
2.6.2. Caixões

Segundo Eduardo (2001) são “elemento de fundação profunda de forma prismática,


concretado na superfície e instalado por escavação interna. Na sua instalação pode-se usar ou
não ar comprimido e sua base pode ser alargada ou não”. Elas dividem-se em três formas:

2.6.2.1. Caixões abertos

São grandes caixões, em geral, divididos por paredes internas em forma de xadrez
construídos parcialmente ou não, sobre o terreno e afundados a medida que é feita a
escavação por meio de “Clam Shell” nos diversos comportamentos

2.6.2.2. Caixões Fechados


Enquanto os caixões abertos o são na sua parte superior e inferior, estes são fechados na
base e usados quase que exclusivamente em obras marinhas. Esses caixões são rebocados,
flutuando até o local da fundação e ali afundados.

2.6.2.3. Caixões Pneumáticos ou a Ar Comprimido

Esses caixões, são geralmente de concreto armado e construídos sobre uma carreira, à
margem da água ou sobre flutuadores e rebocados em seguida até o local da fundação onde
são submersos. Possuem em geral uma grande câmara de trabalho a qual ligada à superfície
por um ou vários compartimentos circulares estanques, sobre os quais são fixadas as câmaras
de compressão. Uma vez submergidos e fixadas as campânulas, os operários descem para a
câmara de trabalho realizando os serviços de preparo da fundação das mesmas condições que
nos tubulões a ar comprimido.
2.6.3. Estacas Pré-moldadas ou cravadas
Segundo Felipe e Valdemar Martins (2010/27) são “ elementos de fundações executados com
auxílio de ferramentas ou equipamentos”. Execução esta que pode ser por cravação a:
 Percussão: É o método de cravação mais empregado, o qual se utiliza pilões de queda-
livre ou automáticos. Um dos principais inconvenientes desse sistema é o barulho
produzido.
 Prensagem: Empregada onde há a necessidade de evitar barulhos e vibrações, utiliza
macacos hidráulicos que reagem contra uma plataforma com sobrecarga ou contra a
própria estrutura.
 Vibração: Sistema que emprega um martelo dotado de garras (para fixar a estaca),
com massas excêntricas que giram com alta rotação, produzindo uma vibração de alta
freqüência à estaca. Pode ser empregada tanto para cravação como para remoção de
estacas, tendo o inconveniente de transmitir vibrações para os arredores.
Podem ser fabricadas com diversos materiais, sendo as estacas de concreto e
metálicas as mais usuais.
2.6.3.1. Estacas de madeira
São troncos de árvores cravados com bate-estacas de pequenas dimensões e martelos
leves. Antes da difusão da utilização do concreto, elas eram empregadas quando a camada de
apoio às fundações se encontrava em profundidades grandes. Para sua utilização é necessário
que elas fiquem totalmente abaixo da água; o nível de água não pode variar ao longo de sua
vida útil. Utilizam-se estacas de madeira para execução de obras provisórias, principalmente
em pontes e obras marítimas. Os tipos de madeira mais utilizados são: eucalipto, aroeira, ipê
e guarantã.
Figura 16: Estacas de madeira.
Fonte: Rodrigues (P. 44).

Elas compreendem os seguintes diâmetros e capacidades de carga:

Diâmetros de 0,20 a 0,40m;

Cargas de 15t a 50t;

Comprimento de 5 a 8 metros, limitado a 12 metros com emendas feitas com talas de chapas
metálicas e parafusos, anel metálico ou sambladura. À estaca durante a cravação, a cabeça
desta deve ser munida de um anel de aço destinado a evitar que ela se rompa. Além disso,
quando a estaca deve atravessar camadas mais resistentes, a ponteira deve ser protegida por
ponteira de aço.

Vantagens: Não oferecem problemas de transporte e manuseio; possuem facilidade de corte,


de serem obtidas em comprimento variáveis e de emendas; são de baixo custo.

Desvantagens: São sujeitas ao apodrecimento, afectando sua durabilidade.

2.6.3.2. Estacas metálicas

As estacas metálicas são particularmente indicadas pela sua grande capacidade de suporte de
cargas e em terrenos onde a profundidade do plano de fundação é muito variável, sem
problemas quanto ao transporte e manuseio, permitindo aproveitamento de peças cortadas e a
combinação de perfis, desde que devidamente soldados. A principal vantagem é a rapidez na
cravação, podendo ser utilizadas em solos duros e a desvantagem é o custo muito elevado.
Perfis comerciais Trilhos usados soldados

2.6.3.3. Estacas de concreto

As estacas de concreto são comercializadas com diferentes formatos geométricos. As estacas


de concreto são indicadas para transpor camadas extensas de solo mole e em terrenos onde o
plano de fundação se encontra a uma profundidade homogênea, sem restrição ao seu uso
abaixo do lençol freático. As estacas podem ser de concreto centrifugado ou receber pro-
tensão e exigem controlo tecnológico na sua fabricação. A principal desvantagem é a
relacionada ao transporte, que exige cuidado redobrado no manuseio e verificação de sua
integridade momentos antes da sua cravação.

20 x 20
25 x 25
30 x 30 Estribo
35 x 35 helicoidal

Ponta é opcional

Seção quadrada Octogonal


2.6.4. Estacas escavadas

2.6.4.1. Brocas

São estacas executadas “in loco” sem molde, por perfuração no terreno com auxílio de
um trado (diâmetro de 15 a 30 cm), sendo o furo posteriormente preenchido com o concreto
apiloado. O trado utilizado é composto de quatro facas, formando um recipiente acoplado a
tubos de aço galvanizado. Os tubos são divididos em partes de 1,20 m de comprimento e à
medida que se prossegue a escavação eles vão sendo sucessivamente emendados. A
perfuração é feita por rotação/compressão do tubo, seguindo-se da retirada da terra que se
armazena dentro deste. Várias restrições podem ser feitas a este tipo de estaca:
 Baixa capacidade de carga, geralmente entre 4 a 5 tf;
 Há perigo de introdução de solo no concreto, quando do enchimento;
 Há perigo, também, de estrangulamento do fuste;
 Não existe garantia da verticalidade;
 Só pode ser executada acima do lençol freático;
 Comprimento máximo de aproximadamente 6,0 m (normalmente entre 3,0 a 4,0 m);

Trabalha apenas à compressão, sendo que às vezes é utilizada uma armadura para fazer a
ligação com os outros elementos da construção. Assim, a broca, à vista de suas características
é usada somente para casos limitados e sua e sua execução é feita normalmente pelo pessoal
da própria obra.

2.6.4.2. Trado mecânico e barretes

O trado mecânico: também chamada de estacão, é aquela com secção circular, executada por
escavação mecânica com equipamento rotativo, utilizando lama bentonítica ou sem e
concretada com uso de tremonha (funil).

Segundo a FUNDESP (1987) citado por Sílvio e Eng. Maurício a lama betonitica é
constituído por;

A lama bentonítica é constituída de água e bentonita, sendo esta uma rocha vulcânica, onde o mineral
predominante é a montimorilonita. Trata-se de um material tixotrópico que em dispersão muda seu
estado físico por efeito da agitação (em repouso é gelatinosa com ação anti-infiltrante; agitada
fluidifica-se). Seu efeito estabilizante é eficaz quando a pressão hidrostática da lama no interior da
escavação é superior à exercida externamente pelo lençol e a granulometria do terreno é tal que possa
impedir a dispersão da lama.
A coluna de lama exerce sobre as paredes da vala uma pressão que impede o
desmoronamento, formando uma película impermeável denominada "cake", a qual dispensa o
uso de revestimentos. A lama bentonítica é preparada em uma instalação especial denominada
central de lama, onde se faz a mistura da bentonita (transportada em pó). A mistura e com
água pura, em misturadores de alta turbulência, com uma concentração variando de 25 a 70 kg
de bentonita por metro cúbico de água, em função da viscosidade e da densidade que se
pretende obter.

Os processos de execução usuais das estacas trado mecânico e dos barretes podem ser
divididos nas seguintes operações básicas: escavação do terreno com preenchimento da
perfuração com lama bentonítica, colocação da armadura (quando necessária) e concretagem
submersa.

Para a trado mecânico, o equipamento de escavação consta essencialmente de uma mesa


rotativa que aciona uma haste telescópica ("kelly-bar") que tem acoplada em sua extremidade
inferior a ferramenta de perfuração, cujo tipo varia em função da natureza do terreno a
perfurar: trado, caçamba ou coroa (Figura 3.16). À medida que penetra no solo por rotação, a
ferramenta se enche gradualmente e, quando cheia, a haste é levantada e a ferramenta
automaticamente esvaziada por força centrífuga (trado) ou por abertura do fundo (caçamba).

A estaca barrete: possui secção rectangular, executada por escavação com guindaste
acoplado com "clamshell", também utilizando lama bentonítica e concretada com uso de
tremonha.
No caso da estaca barrete, geralmente utiliza-se um equipamento de escavação denominado
"clamshell" mecânico (Figura 3.19) ou hidráulico, com descida livre (cabo) ou com haste de
guia ("kelly") que permite uma melhor condição de verticalidade da estaca. As demais
técnicas executivas (uso de lama bentonítica, colocação da armadura e concretagem
submersa) são substancialmente idênticas às das estacas escavadas.

As estacas escavadas e barretes possuem as seguintes características vantajosas:

 Rápida execução; capacidade de suportar cargas elevadas;


 o solo fica livre de deformações, inclusive nas vizinhanças da obra, visto que não há
vibração; não é capaz de afectar estruturas vizinhas;
 o comprimento das estacas é grande e pode ser muito variável (até 45 m, com cargas
até 10.000 kN usualmente),

2.6.4.3. Estaca tipo hélice continua

A estaca hélice contínua é originária nos EUA e aplicada na Europa e Japão na década de
1980. Ela moldada no local após a introdução no terreno de um hélice espiral, por rotação, até
a profundidade estabelecida pelo projecto e injecção de concreto através da haste central da
hélice simultaneamente com a sua retirada do furo.
2.6.4.3.1. Processos de execução

1. Posiciona-se a hélice espiral que na parte inferior possui dentes que facilitam a
escavação;
2. Crava-se a hélice por meio de uma mesa rotativa mesa rotativa;
3. O tubo central é vedado na parte inferior, com uma tampa de protecção, para evitar a
entrada do solo;
4. A perfuração é contínua para não permitir alívio significativo das tensões do terreno.
Isto torna a execução possível em Solos coesivos e arenosos, na presença ou não do
lenço freático;

A concretagem é feita através de concreto bombeado pelo tubo central, preenchendo


simultaneamente a cavidade deixada pela hélice, que é extraída do terreno sem girar ou girada
lentamente no mesmo sentido da perfuração. A armadura neste tipo de estaca só pode ser
instalada depois da concretagem. A armação, em forma de gaiola, é introduzida na estaca por
gravidade ou com auxílio de um pilão de pequena carga ou vibrador.

i) Vantagens
As principais vantagens deste tipo de estaca são:

 Elevada produtividade
 Pode ser utilizada na maioria dos terrenos, excepto na presença de matacões e rochas.
 Não produzem vibrações típicas dos equipamentos de cravação nem causam
descompressão do terreno.
ii) Desvantagens

As principais desvantagens são:

 Em função do porte dos equipamentos, necessitam de áreas de trabalho planas e de


fácil movimentação.
 Necessário um número grande de estacas a serem executadas para compatibilizar os
custos elevados de mobilização dos equipamentos. Limitação nos comprimentos da
estaca e armação.
2.6.4.4. Estacas tipo Frank

A estaca tipo frank foi introduzida como fundação pela primeira vez na Bélgica por
Edagard Frankinoul em 1909.e foi circulando de década em década ate os dias de hoje.A
estaca tipo Franki usa um tubo de revestimento cravado dinamicamente com a aponta fechada
por meio de uma bucha e recuperado após a concretagem da estaca.

Para a cravação da estaca, lançam-se areia e brita no interior do tubo de revestimento que
são compactados através de golpes de um pilão. Realizada a cravação, executa-se o
alargamento da base, a armação e finalmente, a concretagem.A cravação de estacas tipo
Franki pode provocar o levantamento das estacas já instaladas devido ao empolamento do
solo circulante que se desloca lateral e verticalmente. A estaca danificada pode ter sua
capacidade de carga prejudicada ou perdida devido a uma ruptura do fuste ou pela perda de
contacto da base com o solo de apoio.
Quando a estaca Franki é moldada em espessas camadas submersas de turfa, argila
orgânica e areias fofas, pode ocorrer o estrangulamento do fuste devido à invasão de água ou
lama dentro do tubo e o encurtamento da armação ocasionado por insuficiência da secção de
aço.Apresentam grande capacidade de carga e podem ser executadas a grandes profundidades.
Podem ser executadas com inclinações de até 25°, sendo a inclinação máxima fixada em
função do tipo da máquina e do comprimento a ser atingido. Também no caso de terrenos com
pedregulhos ou pequenos matacões relativamente dispersos, pode-se utilizar esse tipo de
estacas. Sua execução é sempre feita por uma firma especializada.

i) Vantagens

As vantagens deste tipo de estaca são:

 Grande área da base, fornecendo grande resistência de ponta;


 Superfície do fuste (lateral) muito rugosa, fornecendo grande resistência lateral devido
a boa ancoragem do fuste no solo;
 Devido a sua execução o terreno fica fortemente comprimido;
 Pode ser executada em grandes profundidades;
 Suporta grandes capacidades de cargas.
ii) Desvantagens

As principais desvantagens destas estacas são:

 Grande vibração durante a cravação e pode criar danos aos edifícios vizinhos;
 Demora no tempo de execução;
 Custo de mão-de-obra elevado;
2.6.4.5. Estaca tipo strauss

Tipo de fundação profunda executada por perfuração através de balde sonda (piteira), com
uso, parcial ou total de revestimento recuperável e posterior concretagem.

2.6.4.5.1. Processos de execução


i) Perfuração

É iniciada com um soquete, até uma profundidade de 1m a 2 m. O furo feito com o soquete
serve de guia para introdução do primeiro tubo de revestimento dentado na extremidade
inferior, chamado "coroa". Após a introdução da coroa, o soquete é substituído pela sonda
(piteira), a qual, por golpes sucessivos, vai retirando o solo do interior e abaixo da "coroa",
que vai sendo introduzida no terreno. Quando a coroa estiver toda cravada, é rosqueado o tubo
seguinte, e assim por diante, até que se atinja a profundidade prevista para a perfuração ou as
condições previstas para o terreno. Imediatamente antes da concretagem, deve ser feita a
limpeza completa do fundo da perfuração, com total remoção da lama e da água
eventualmente acumuladas durante a perfuração. Caso as características do terreno o
permitam, o revestimento com o tubo pode ser parcial sendo conveniente que o seu diâmetro
máximo não seja superior a 500mm.

ii) Concretagem

Com o furo completamente esgotado e limpo, é lançado o concreto em quantidade suficiente


para se ter uma coluna de aproximadamente 1m. Sem puxar a linha de tubos de revestimento,
apiloa-se o concreto, para formar uma espécie de bulbo. Para a execução do fuste, o concreto
é lançado dentro da linha de tubos e, à medida que é aplicado, vão sendo retirados os tubos
com o emprego do guincho manual. Para garantia de continuidade do fuste.

iii) Armadura

As estacas Strauss podem ser armadas. Neste caso, a ferragem longitudinal deve ser
confeccionada com barras rectas, sem esquadro na ponta, e os estribos devem permitir livre
passagem ao soquete de compactação e garantir um cobrimento da armadura, não inferior a 3
cm. Elas compreendem as seguintes vantagens e desvantagens :

Vantagens

 Fácil acesso;
 Vibração baixa;
 Possibilidade de execução com comprimento projectado;
 Possibilidade de utilização com presença da água;
 Montar equipamentos em terrenos de pequena dimensão.

Desvantagens

 Lama as vezes excessiva;


 Dificuldade de escavação em solos de argila mole e areia fofa.
2.6.4.6. Estaca ómega

A estaca tipo ómega foi desenvolvida como uma estaca moldada “in loco” com deslocamento
horizontal e compactação do terreno, sem remoção do material, em um processo livre de
vibrações. O princípio deste sistema se baseia em um tipo de trado completamente novo que é
aparafusado ao terreno, deslocando o material lateralmente com uma alta taxa de transferência
de energia.

As características do desenho e construção do trado Ómega, com o diâmetro de eixo do trado


e o passo da hélice aumentados progressivamente, resultam na possibilidade da estaca
penetrar camadas de solos mais resistentes e na estabilidade da perfuração e concretagem em
argilas moles.

Até o momento, os diâmetros das estacas do tipo Ómega variam de 310 mm até 610 mm,
sendo o torque necessário entre 12,00 e 30,00 t.m., dependendo das características do solo.
Actualmente a carga de trabalho chega à 1700 KN.

Dos pontos de vista econômico e técnico, este tipo de estacas apresenta, se comparado aos
sistemas existentes tradicionais em uso, uma série de vantagens importantes, abaixo
indicadas:

 Tensão de trabalho média da ordem de 6,00 Mpa;


 Sensível redução, sendo na maioria dos casos ausência total, de material escavado;
 Maior rapidez na mudança de diâmetro.

Evidentemente, o sucesso da estaca Ómega está directamente ligado ao tipo de equipamento


utilizado, sendo necessário o uso de máquinas modernas, de elevado torque.

2.6.4.6.1. Processos de execução da estaca ómega

O processo de execução da estaca Ómega é basicamente o seguinte:

1. Perfuração do solo com perfuratriz de potência compatível com diâmetro da estaca e


do tipo de solo. Uma tampa móvel na ponta do trado garante que durante a perfuração
não entre água ou terra no interior do trado, prejudicando a concretagem;
2. Alcançando a profundidade desejada, uma gaiola ou ferragem de reforço pode ser
introduzida através do tubo do trado;
3. Através de uma bomba de concretagem, o concreto é conduzido, com a pressão
adequada ao comprimento da estaca e ao tipo do solo, através do trado, permitindo um
contacto perfeito entre o solo e o concreto;
4. Durante a concretagem a retirada do trado é feita girando-o no mesmo sentido de
perfuração, permitindo que a parte superior do trado empurre novamente o solo contra
as paredes do furo;
5. Caso a ferragem não tenha sido introduzida anteriormente, ao fim da concretagem
pode-se introduzi-la directamente no concreto do fuste.
2.6.4.7. Estaca raiz

São estacas de pequeno diâmetro escavadas e concretadas no local. Seu diâmetro vária de 80
mm a 400 mm. Suas aplicações tem sido muito variadas desde fundações em geral, reforço de
fundações, fundações de difícil execução pelos métodos tradicionais quer pela ocorrência de
matacões no terreno, quer devido a condições de acesso reduzidas, contenção de taludes,
fundações de máquinas, etc.

2.6.4.7.1. Processos de execução

Sua execução compreende três etapas, distintas, porém consecutivas:

i) Perfuração

Para as operações de perfuração são utilizadas máquinas perfuratrizes à rotação com


revestimento provisório ou máquinas a rotopercussão acionadas a ar comprimido.

A perfuração é executada normalmente por rotação com revestimento contínuo do furo e com
auxílio de um fluido em circulação - normalmente água - . O revestimento provisório utilizado
na perfuração possui na sua extremidade inferior uma ferramenta (sapata) de diâmetro
ligeiramente superior ao do tubo de revestimento e dotada de pastilhas de metal duro
(tungstênio).

Os detritos provenientes da perfuração são trazidos à superfície pela água em circulação


através do interstício anular que se forma entre o tubo e o terreno o que impõe, como
consequência, diâmetro da estaca acabada maior que o diâmetro do revestimento.
ii) Armação

Terminada a perfuração é colocada a armadura no interior do tubo de perfuração. Esta pode


ser constituída por uma ou mais barras de aço comum ou especial.

iii) Concretagem

Uma vez armada a estaca, é colocado no revestimento de perfuração um tubo de concretagem,


que é introduzido até a extremidade inferior do furo. Através deste tubo de concretagem é
injetada argamassa que vai preenchendo o furo de baixo para cima, deslocando para fora a
água (ou fluido) de perfuração. Durante esta operação o furo permanece revestido.

Preenchido totalmente o tubo de revestimento com argamassa é montado em sua extremidade


superior um tampão e aplicado, através deste, ar comprimido que comprime a argamassa e ao
mesmo tempo facilita as operações de retirada do revestimento de perfuração. A compressão
da argamassa, normalmente, é procedida várias vezes, até a total execução da estaca,
acrescentando sempre que necessário mais argamassa para manter a estaca totalmente
preenchida.

2.6.4.8. Estacas tipo mega

Este tipo de estacas é indicado para recuperação de estruturas que sofreram algum tipo de
recalque ou dano ou para reforço de embasamento nos casos em que se deseje aumentar a
carga sobre a fundação existente. Na sua execução são empregados pessoal e equipamentos
especializados e utilizam módulos de estacas pré-moldados sendo sua cravação conseguida
por reacção da estrutura existente.

Os elementos constituem de uma ponta que pode ser em aço ou, mais freqüente, de concreto
pré-moldado e por módulos extensores em formato de tubo, ou seja oco por dentro, com
encaixes, de modo que fiquem bem travados. A solidarização é conseguida, após atingir a
nega (por reação), colocando-se a armadura e concretando-se na parte oca da estaca, deixando
esperas. Por fim é conveniente executar um bloco de coroamento logo acima de um
travesseiro, para solidarizar a estrutura a ser reforçada com a estaca prensada colocada.

2.6.5. Critérios gerais de verificação da segurança do solo da fundação

A verificação de segurança das fundações deve ser estabelecida na mesma base de qualquer
outro elemento estrutural. Assim os princípios gerais de segurança deverão obedecer as
disposições internacionalmente aceites e definidas a regulamentação sobre acções (RSA)
Segundo a norma RSA artigo 4/ item 4.1 entende-se por estado limite um estado a partir do
qual se considera que estrutura fica prejudicada totalmente ou parcialmente na sua capacidade
para desempenhar as funções que lhe são atribuídas.

No entanto a aplicação as fundações destes princípios levantam algumas dificuldades. O


EUROCODE 7 vira certamente a enquadrar regulamentarmente a verificação de segurança as
fundações. Este regulamento define os seguintes estados limites para as fundações.

Etados limite que incluem:

 Perda de equilíbrio da estrutura ou alguma parte dela, considerando como um corpo


rígido.
 Colapso por deformação excessiva, rotura ou perda da estabilidade da estrutura ou
alguma parte dela inclui suportes e fundações.
 Inclui também movimentos que afectam a aparência ou funcionalidade da estrutura,
vibrações provocada por máquinas que causam mão estar nas pessoas, danificações
nos edifícios ou nos seus elementos.
2.6.5.4. Roteiro de cálculo de uma sapata
2.6.5.5. Generalidades

Par fins de cálculos é aconselhável que a sapata sege rígida, assim pode admitir que a tensão
que chega por pilar vai ser distribuída de uma forma uniforme. Não é conveniente que a
sapata sege flexível excepto em casos especiais, mas se não for o caso haverá problemas de
punҫoamento devido a deformabilidade da sapata. Na hora do dimensionamento tanto na
execução do pilar par além dos esforços verticais tem chegado a fundação momentos esforços
normais e se não tomar cuidado pode vir a prejudicar a própria fundação.
Pré-dimensionamento

i) Área em planta
p
σ adm≥
AxB

ii) Altura
A−a A−a
≤H ≤
4 2
iii) Condição de rigidez

b
↔H ≥
2

Dimensionamento de uma sapata

1. Determinação da área da sapata


p
σ= →A p
A sap=¿
σ adm
¿

Se for quadrada A=B=√ A sap para conhecer-se os lados da sapa ou seja (AxB). Se for
rectangular faz-se uma diferença dos lados, em que o produto da sua multiplicação deve ser
igual ou aproximadamente área calculada anteriormente.

Onde:

σ Tensão KN/m2

A área em m2

P Carga actuante proveniente do pilar


2. Determinação da altura H

A−a
+0,05
4
h h0 ≥ 0,30 m; ∝≥ 30 °
B−b
+0,05
4

3. Cálculo da armadura AS
P Sd x ( A−a)
A Sa=
8 x f syd x(h−0 , 05)
P Sd x ( A−a)
A Sb=
8 x f syd x( h−0 ,05)

Onde:

Psd Carga majorada

Fsyd Tensão de ruptura do aço. Onde é calculado da seguinte maneira

fsyk
fsyd=
1.15
GLOSSÁRIO NA ÁREA DE PROJECTOS E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES

Bate-estacas – é o equipamento utilizado na cravação de estacas e pode ser em torre ou tripé,


mecânico de vibração ou de gravidade.

Bloco de coroamento – é o bloco de concreto armado executado para solidarizar um grupo de


estacas.

Bulbo de pressão – é o bulbo imaginário de distribuição da pressão exercida pela sapata no


terreno.

Capacete – peça que protege a cabeça da estaca do martelo de cravação, é constituído de um


cilindróide de aço com coxim interno de madeira.

Chapa de fretagem – peça de aço soldada sobre a estaca metálica na cota de arrasamento a fim
de permitir a soldagem das esperas e promover a consolidação com o bloco de coroamento.

Cota de arrasamento (CA) – é a cota superior da estaca definida pelo projeto, devendo as
estacas ser cortadas nessa cota no caso de excesso.
Estaca de teste – estaca a ser executada no início dos trabalhos para confirmar os dados do
laudo de sondagem.

NA – Nível de água do lençol freático

Nega da estaca – é a dimensão admissível em milímetros para um número sucessivos de


golpes padronizados (massa e altura), usada para indicar a possibilidade de encerrar a
cravação de uma estaca.

NT – cota do terreno natural

Paliteiro – termo utilizado em obras para se referir as estacas colocadas muito próximas umas
das outras, geralmente de concreto pré-moldado ou madeira.

Prova de carga – é um teste padronizado para verificar a capacidade de carga de uma estaca.

Recalque – é o deslocamento não desejado ocorrido no elemento de fundação (estaca ou


sapata) que irá contribuir para o aparecimento de patologias na edificação.

Roletes espaçadores – roletes metálicos colocados nas armaduras das estacas com a finalidade
de garantir o recobrimento mínimo.

Suplemento – peça metálica que permite estender a cravação de estacas abaixo da cota do
terreno.

Tubo tremonha – tipo de tubulação com funil para permitir concretagens profundas e evitar a
segregação do concreto e o seccionamento das estacas.

Tubulão – tipo de fundação com fuste de grande diâmetro e base alargada em talude negativo,
geralmente executada com equipamentos especiais de ar comprimido.

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