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Estavam assim criadas as condições para a formação de uma rede diplomática feita de
representantes permanentes dos Estados, acreditados junto dos outros prolongando os
acontecimentos originários das repúblicas Italianas da Renascença.
Apesar destes livros serem muito mais ricos em referências ao uso da violência e estratégia
militar ao relatarem as relações do povo hebreu com os outros povos, nem por isso deixam de
mencionar algumas instâncias em que o povo hebreu recorreu a prática de negociação, através
de mensageiros ou enviados.
* No livros dos Juízes, por exemplo refere-se que Japta enviou mensageiros para negociar com
os Amnomitas e no segundo livro de Samuel diz-se que Abner, que controlava a de Saul,
enviou mensageiros a David para negociarem e trasmitirem com as diferenças existentes entre
as casas de Saul e David.
Uma das diversas referências interessantes e significativas é aquela que é feita no segundo
livro dos Reis a um mensageiro do rei assírio Senacherib ( 705-681 a.C) enviado ao rei da Judeia
Hesekiah ( 716-687 a.C) para lhe propôr a submissão ao rei da Assíria.
As palavras atribuídas pelos livros dos Reis ao enviado assírio são, porém, do maior interesse
pelo confronto que nelas se faz entre o método de negociação, por outro lado éo método
militar, por outro declarando naturalmente a supremacia deste ultimo. O discurso do
mensageiro assírio, dirigido aos representantes do rei da Judeia que foram ao seu encontro,
inicia-se assim: Dizei a Hesekiah: Assim fala o grande rei, o rei da Assíria- O que te da tanta
confiança? Achas que palavras ocas são tão boas como estratégias a força militar?
No que se refere a esta antiguidade existem referências diversas ao uso de intermédios entre
os povos orientais nomeadamente entre os egípcios, assírios, babilônios, hebreus, chineses e
hindus.
* Quanto aos egípcios existem documentos que comprovam a utilização da troca de enviados
entre os faraós do Egipto e os monarcas vizinhos. Estão nisto as cartas de Tell-el Amama e o
tratado concluído em 1078 antes da nossa era entre o faraó Ramsés II e o rei dos Hititas,
Hatursi II, documentos descobertos em 1887-1888 no palácio de Amenofis ou Aminotep III (c.
1411-1375 a.C) e Amama, a cidade do antigo Egipto, a meios caminho entre Mênfis e Tebas,
que o sucessor de Amenotep III, o famoso Ikhanaton, transformou na capital de seu reino.
Nestes domcumentos fazem-se com efeitos referência e enviados traçados entre os Egípcios,
a Assíria, Babilônia e o reino dos Hilitas.
* Sobre os assírios existe uma notável biblioteca Cuneiforme da dinastacia Sargonidas, fundada
por Sargon II ( 772-705 a.C) que contém abundante documentação sobre a actividade externa
de Assurbanípal ( 668-626 a.C), o ultimo grande rei da Assíria.
Nesta documentação fazem-se referência numerosas a enviados do rei assírio junto dos
monarcas vizinhso, especialmente da Babilônia e do Elam.