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Uma organização busca como principal objetivo maximizar o seu valor de

mercado em longo prazo, com o intuito de aumentar a riqueza aos seus investidores com
segurança e liquidez. Por outro lado, os investidores buscam que seus investimentos
tragam um retorno compatível com o risco que foi assumido, através de resultados
financeiros e econômicos satisfatórios.
Para tanto, é necessário que se tenha uma gestão financeira clara e eficiente,
trabalhando desde o planejamento, análises e controles financeiros e principalmente no
processo de tomadas de decisão da organização e alocação de recursos, já que os
negócios exigem cada vez mudanças mais rápidas.
Se pensarmos em uma organização hospitalar não é diferente. A gestão
financeira nesta área envolve operações de contratos, fluxo de caixas, entradas e saídas,
gestão de pessoal, tecnologias, previsões, capitais de giros e principalmente alocação de
recursos financeiros em investimentos estratégicos que tragam retorno considerável e de
preferência a curto prazo para a organização.
Se voltarmos na história da humanidade, veremos que desde a pré-história já se
havia uma preocupação quanto ao sistema financeiro. Prova disso foi a criação do
dinheiro como forma de facilitar trocas, valorizar ativos e serviços e oferecer a
possibilidade de investimentos futuros. Com o tempo, diversos estudiosos dedicaram
suas vidas à economia, criando teses e defendendo teorias, que regem até hoje vários
comportamentos do mercado financeiro.
Se tratarmos a acepção moderna do conceito de finanças, muitos estudiosos
declaram que Harry Markowitz, foi o precursor da teria moderna de finanças, trazendo
para o mercado os conceitos de risco e retorno aplicado até hoje. Nos anos 60, William
Sharpe e outros estudiosos apresentam para o mercado a teoria de o investidor utiliza a
teoria de Markowitz, supondo que os investidores poderão sempre reduzir o grau de
risco, à medida que sejam tomadores de parcelas maiores de ativos livres de risco, junto
com a combinação de ativo de risco. Mais tarde, outras teorias surgem, como a de
Modigliani e Miller sobre a estrutura de capital e o equilíbrio no mercado de capitais e
de quais forças atuam quando este equilíbrio é perturbado.
Na evolução natural dos processos, o mundo financeiro e as decisões de
investimento muitas vezes são pautadas em decisões avessas à tomadas de risco, como
justificativa para a diminuição das aplicações em renda variável. Por isso, é importante
estudar o comportamento desses agentes, principalmente se tratando o perfil desses
indivíduos e os padrões para as tomadas de decisão, que impactam diretamente nas
regras do mercado financeiro, já que na medida em que o investimento vai aumentando,
o retorno exigido também será maior.
Diante da realidade atual do mercado, em um ambiente totalmente globalizado e
extremamente competitivo, o papel de um gestor financeiro se torna essencial para o
desenvolvimento saudável de uma visão macro da organização. Esse profissional deve
ter uma visão estratégica sobre todas as operações, desde o planejamento financeiro,
recursos, equipe e análise de mercado, por exemplo. É exigido desse profissional uma
abordagem muito mais racional e estratégica, atrelado a visão humana da empresa,
como principal recurso financeiro escasso.
Dentro de uma organização de saúde, é de responsabilidade do gestor
financeiro/hospitalar, além das que foram citadas acima, zelar pelo cumprimento das
rotinas fiscal e tributário, trabalhando sempre com previsões futuras com variáveis
incertas, gerindo seus rendimentos com as verbas governamentais e privadas e
principalmente trabalhar na decisão de investimento e financiamentos, ou seja, saber
como captar o recurso e onde utilizá-lo.
Quando estudamos sobre finanças, um ponto que deve estar claro é sobre o valor
do dinheiro no tempo, muitas vezes referido como Valor Presente Líquido (VPL), uma
métrica bastante usual para comparar investimentos. O dinheiro é um conjunto claro
entre o seu valor financeiro e a data de análise deste. Ou seja, uma nota de R$ 50,00
hoje pode não ter o mesmo valor daqui a dez anos, por exemplo, porque existem
diversos fatores de que afetam a variação financeira, como o consumo, inflação e
deflação, custos de oportunidades, riscos e liquidez.
Outro ponto essencial dentro de uma gestão financeira é o fluxo de caixa, que é
o movimento de entradas e saídas de dinheiro do caixa da organização. Esta etapa é
indispensável em qualquer gestão financeira e permite a gestão entender o momento
financeiro em que a empresa se encontra, para melhores tomadas de decisão.
Ao tratar de uma organização de saúde, podemos encontrar diversos fatores que
geram receitas e despesas, por isso é necessário que as decisões de investimento sejam
pautadas em dados monitorados e analisados utilizando a gestão de riscos, para que cada
projeto traga um retorno financeiro satisfatório. Para um projeto é essencial que se
tenham respostas bem clara para as seguintes perguntas: “Qual o retorno que esse
projeto nos trará?”, “Qual o investimento desse projeto?”, “A organização tem dinheiro
para manter ao longo do tempo?”, “Qual o risco de dar errado?”, “E se der errado, tenho
um plano de contingência para isso?”
De forma geral, diversos fatores de riscos devem ser levantados durante a análise
de um projeto em saúde para posterior decisão de investimento. Pode-se mencionar, por
exemplo, riscos operacionais como: sazonalidade do mercado, o emprego de
tecnologias, a concorrência, a estrutura de custos, a qualidade do produto, a variação da
taxa de juros; e riscos financeiros como: descompasso do fluxo de caixa, má
administração e uso inadequado de financiamento.
Para a decisão de investimento, é necessária a elaboração do projeto, sua
avaliação e seleção. Nestas etapas, por exemplo, é importante dimensionar o fluxo de
caixa de investimento e o fluxo de caixa com base na aplicação de técnicas de
investimento e definir a taxa de retorno exigida pelos investidores. É importante
também que os projetos estejam alinhados com os objetivos e estratégias da
organização, minimizando a possibilidade de conflitos de interesse.
Uma etapa interessante dentro do processo de decisão do investimento é a
análise do ponto de equilíbrio. Nesta análise, são construídos gráficos com dados de
custo e lucro essenciais para tomadas de decisões. Este gráfico não constitui uma
jornada segura para o lucro, mas segundo Domingos Martins (2000), pode ser uma
ferramenta valiosa para descobrir potenciais lucros na organização.

Em paralelo à decisão de investimento, deve se ter claro o mecanismo a captação


de recursos para financiar o projeto, que podem ser internos e externos. Para tal, é
importante atentar-se às vantagens e desvantagens fiscais e fornecidas por terceiros.

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