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Conceitos Gerais
Entende-se por manutenção o conjunto das acções que têm por fim executar as operações
necessárias para que os equipamentos sejam mantidos ou restabelecidos num estado
especificado ou com possibilidade de assegurar um serviço determinado, por um custo global
mínimo. Em termos operacionais pretende-se que:
x seja permitida uma execução normal das operações fabris nas melhores condições de
custo, segurança e qualidade, como é o caso da manutenção dos equipamentos da
produção.
x seja fornecido um serviço nas melhores condições de conforto e custo, como é o caso de
serviços prestados na área dos transportes, hospitais e serviços em geral.
Para responder à realização das acções que devem ser efectuadas sobre os equipamentos, de
modo a garantir a respectiva operacionalidade, as organizações que os utilizam têm que
compreender, de forma explícita ou não, uma função de Manutenção. Se essa compreensão
for levada a cabo de forma explícita, a organização compreende um serviço de Manutenção.
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equipamento a adquirir (sem incluir a decisão da própria aquisição), o estudo do espaço
envolvente para a sua implantação (de modo a garantir as acessibilidades e todo o tipo de
intervenções ao longo da vida útil), as questões específicas do projecto relacionadas com a
manutibilidade (facilidade de realização de acções de manutenção) e a formação de
operadores de manutenção do equipamento (actuais e futuros).
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1.4 Funções que interagem com a Manutenção
Face ao exposto em 1.1 e 1.2, a Manutenção interage com outras funções da organização
que serve. De entre elas destacam-se:
- a função produção ou os utilizadores dos equipamentos alvo de manutenção
- a função aprovisionamento (de peças de reserva, componentes e consumíveis)
- a função segurança
- a função contabilística (definidora de centros de custo)
- a função qualidade
A interacção com os utilizadores dos equipamentos aparece como óbvia, tendo em conta
que há que transmitir informação sobre o funcionamento e respectivas condições, a
programação de intervenções e de paragens, etc.
A função segurança trata dos aspectos relacionados com o risco associado à operação dos
equipamentos e às condições em que se processa a intervenção nos mesmos. Há que
garantir que os utilizadores e operadores dos equipamentos, os operadores de segurança e
todos os que se encontram no raio de acção de eventuais ocorrências danosas provocadas
por acidentes com os equipamentos e os bens que aí se encontrem não sejam prejudicados
em circunstância alguma.
A manutenção é ainda um factor indissociável da Qualidade cujo controlo se situa, cada vez
mais, a montante do produto final, isto é, ao nível do equipamento que o produz.
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Não há garantia de qualidade sem um bom serviço de manutenção, sendo que a certificação
da qualidade na empresa passa sempre pela auditoria ao seu serviço de manutenção. É
curioso notar que muitas vezes as auditorias para certificação da qualidade são a pedra de
toque para implantar um sistema de gestão da manutenção.
Para além disto há ainda interacções com a função administrativa e com os recursos
humanos (recrutamento, formação, etc.). Os desempenhos da manutenção como o de todas
as outras funções da organização vão ainda reflectir-se na função que é o objectivo primeiro
da organização, a função comercial.
Esta é uma situação que se compreende pois a natureza destas funções enquadra-se no tipo
de funções que habitualmente são abrangidas pela manutenção.
2. Tipos de Manutenção
De acordo com a forma de actuar em relação a uma dada avaria ou anomalia, as intervenções
de manutenção podem ser, essencialmente, de duas naturezas:
x Manutenção não planeada, no caso em que as avarias ocorrem de forma súbita e
imprevisível ;
x Manutenção planeada, no caso de a degradação de um dado equipamento se dar de uma
forma progressiva, de que é exemplo um ruído crescente e, portanto, permitir o
planeamento da acção de manutenção no momento mais oportuno.
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caso de uma anomalia se verificar de forma súbita, interrompendo o funcionamento do
equipamento; dizemos, neste caso, que ocorreu uma avaria catalítica e a manutenção tem de
intervir de emergência.
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A detecção de anomalias pode ser obtida de várias formas: análises de vibrações, de
temperaturas, de contaminantes nos óleos ou, ainda de acordo com a natureza das anomalias,
por gamografia, ultrasonografia, líquidos penetrantes ou outras formas de diagnóstico.
A manutenção condicionada difere da manutenção sistemática por se ter passado da execução
de uma manutenção de forma sistemática para a execução de um controlo de condição de
forma sistemático, executando-se a manutenção só quando esta se torna necessária.
Podemos generalizar e descrever as diferentes formas de manutenção segundo a forma
ilustrada na figura seguinte.
Manutenção
Planeada Não
Planeada
Sistemática Condicionada
Fig. 2.1
Formas de Manuteção
3. Níveis de manutenção
Para além dos diferentes tipos de manutenção (curativa, preventiva sistemática e preventiva
condicionada) podem considerar-se diferentes níveis de intervenção. Estes níveis são
definidos a partir da complexidade dos trabalhos a executar e do correspondente nível técnico
do executante ou equipa técnica que o virá a executar.
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2º Nível – Natureza do Trabalho – Reparações através de substituição de elementos
“standard” previstos para este efeito ou operações menores de manutenção
preventiva (rondas).
Executante – Técnico habilitado. Em algumas situações, o operador.
4. Objectos de Manutenção
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Modernamente toda a gestão da manutenção assenta sobre um sistema informático
associado, que tem em conta os princípios de organização do parque bem como outros
conceitos que seguidamente desenvolveremos.
Actualmente, está bem consolidada a prática de codificação englobando três aspectos
fundamentais:
1 30 BR0002 8500
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A identificação dos grandes grupos não é, normalmente, tarefa muito difícil. Por exemplo,
numa fábrica de cimento com o diagrama de fabrico indicado na figura 1, seria razoável que
apresentasse a seguinte organização:
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Fig. 4.1
00 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Fábrica Documentaç Comunicaçõ Viaturas Oficinas Básculas Qualidade Armazéns Infra-
Geral ão es & Manutenção & estruturas
Técnica computação Laboratório Civis - Geral
s
01 11 21 31 41 51 61 71 81 91
Desenhos Rede Viaturas Oficina Edifícios
Telefónica Serviço Mecânica Fabris
Pessoal
02 12 22 32 42 52 62 72 82 92
Certificados Rede Frota de Oficina Escritórios
Informática Carga Eléctrica
03 13 23 33 43 53 63 73 83 93
Edifícios &
Serviços
Sociais
04 14 24 34 44 54 64 74 84 94
05 15 25 35 45 55 65 75 85 95
Parques &
Logradouro
06 16 26 36 46 56 66 76 86 96
Cercas &
Vedações
07 17 27 37 47 57 67 77 87 97
Drenagem
Pluvial
08 18 28 38 48 58 68 78 88 98
Tratamento
de
Efluentes
Fabris
09 19 29 39 49 59 69 79 89 99
Outros Sist. Outras
Comunicaçã Viaturas
o
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00 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Electricidade Combustível Vapor Ar Água Indust. Manuseame Segurança & Ventilação Auxiliares Automação
Geral Comprimido & nto ncêndio & Epeciais &
ETAR Fabril Climatizaçã Contr.
o Geral
01 11 21 31 41 51 61 71 81 91
Postos Nafta Central Central Captação & Gruas & Equipam. Ventilação Central Frio
Transformaç Vapor Ar Armaz. Água Pontes Fixo
ão Comprimido Rolantes D & C
Incêndio
02 12 22 32 42 52 62 72 82 92
Geradores Gás Distribuição Tratamento Água Empilhadore Equipam. Ar Central
Eléctricos de & P/Produção s Móvel Condicionad Hidráulica
Vapor Distribuição C. Incêndio o
Ar Central
03 13 23 33 43 53 63 73 83 93
Iluminação Carvão Recuperação Água Manuseamen Ar Central
de Vapor Serviço to Condicionad Vácuo
Geral Diversos o
Específico
04 14 24 34 44 54 64 74 84 94
Lenha Prod. & Água Aquecimento Recuperação
Tratam Refrigeração Central Gases
Águas–
Caldeiras
05 15 25 35 45 55 65 75 85 95
Águas Aquecimento Incineração
Residuais Específico Resíduos
06 16 26 36 46 56 66 76 86 96
ETAR Desumidifica Deposição
ção Resíduos
07 17 27 37 47 57 67 77 87 97
Distribuição
Prod.
Químicos
08 18 28 38 48 58 68 78 88 98
Energias
Alternativas
09 19 29 39 49 59 69 79 89 99
Energia Outros Outros Sist.
Emergência Combustívei Climatização
s
Claro está que esta organização depende de quem olha a instalação e da “grandeza” que atribui
a cada área. Acontece, por vezes, que esta sistematização de primeiro nível é reajustada quando
se desenvolvem os sistemas dentro de cada grande grupo.
Os grandes grupos aqui designados 0 e 9 serão comuns à maioria das instalações fabris.
Para o desenvolvimento do segundo nível, isto é, a especificação dos sistemas dentro de cada
grande grupo, é boa política preparar umas folhas quadriculadas com 10 X 10 quadrados,
numerados como se indica na figuras anteriores e ir implantando por sensibilidade os vários
sistemas dentro de cada grande grupo. Convém no entanto:
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- Deixar espaços folgados entre os vários sistemas para permitir expansão futura (
por exemplo, nova linha de produção ).
Este trabalho é de tipo iterativo e só fica completo quando se olha criticamente para a
sistematização completa da fábrica e se conclui que todas as máquinas e instalações se
conseguem enquadrar na estrutura assim concebida.
Nas figuras 4.2 e 4.3 das páginas anteriores, ilustra-se a metodologia de trabalho sugerida
para os grandes grupos ”0 – Fábrica Geral” e “9 – Sistemas Auxiliares” que, com maior ou
menor conteúdo, existirão em quase todas as indústrias. Poderá adoptar, as ideias propostas
para o seu caso, podendo detalhar mais ou menos a sistematização funcional. Por exemplo, na
figura 4.3, no caso do “Vapor”, terá duas opções distintas:
1º - Criar um sistema “20 – Vapor” onde incluirá tudo quanto respeite à central de vapor,
distribuição, recuperação, etc.
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superior a 30 objectos de manutenção.
x Procurar não fragmentar excessivamente a sistematização funcional.
x Deixar quadrados em branco para permitir expansão futura e organizar os vários sistemas
com alguma afinidade. Recorde que, num sistema informático, as apresentações são
ordenadas por ordem do código.
Associado aos vários tipos de objectos de manutenção existirá um desenho - tipo de ficha
técnica tipo definindo um conjunto de características técnicas desse tipo de objecto de
manutenção.
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Na figura 4.4 sugere-se uma metodologia para codificação de alguns tipos de equipamento e,
na figura 4.5, alguns modelos de ficha técnica.
Especificação Especificação
POTÊNCIA(Kw) TURBOALIMENTADO
RPM POTÊNCIA(Kw)
AMPERAGEM(A) RPM
VOLTAGEM NºCILINDROS
CLASSE IP DISPOSIÇÃO
CURSO (mm)
DIÂMETRO(mm)
PESO(Kg)
LxBxH(mm)
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CE- Cablagem Eléctrica BL- Balança/Báscula
Identificação Identificação
MARCA MARCA
MODELO MODELO
Nº SÉRIE NºSÉRIE
ANO ANO
Especificação Especificação
TIPO TIPO
NºCONDUTORES CAPACIDADE
MATERIAL
DIA. (mm) Metrológicas
GAMA
VALOR DIVISÃO
ERRO MÁX. ADMISS.
PADRÃO
RESOLUÇÃO
COND. REFERÊNCIA
Observar-se-á que:
O conceito de tipo de equipamento é lato, isto é, não procura especificar muito o
equipamento.
A raiz alfanumérica com duas letras sugestivas (três para o equipamento de medição,
inspecção e ensaio) é agradável para trabalhar, porém, não há inconveniente em qualquer
outra convenção – mais/menos letras, numérica, etc.
Os desenhos das fichas técnicas propostas são básicos. O utilizador poderá ter interesse em
considerar outras características. Só terá que saber que, uma vez desenhada a sua ficha
técnica definitiva, terá que utilizá-la para todos os equipamentos desse tipo.
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4.3 Caderno de Máquina.
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f) Manuais de inspecção e lubrificação, que são documentos muito valiosos na clarificação
dos conteúdos das ordens de trabalhos telegráficas ou rotinas permitindo esclarecer os
conteúdos das rotinas e fornecer os dados necessário aos operadores.
Esta ultima função de fornecimento de dados aos operadores é de grande importância dada a
tendência moderna de atribuir ao operador do equipamento cada vez mais tarefas de
manutenção.
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4.4 Centros de custo
A filosofia de criação dos centros de custo varia de empresa para empresa e é influenciada
pela forma como era possível, com os sistemas tradicionais de gestão da manutenção, apurar
os respectivos custos por forma a poder imputá-los, coerentemente, aos correspondentes
custos da produção e, assim, poder responder a questões do tipo: qual o custo total para
produzir o artigo “A” ?
O centro de custo deve representar a agregação dos custos de manutenção segundo o critério
que for solicitado pela gestão financeira da empresa sem qualquer preocupação de
identificação com a estrutura funcional organizativa do parque de objectos de manutenção.
Isto é, o “centro de custo” é um apêndice do sistema de gestão de manutenção
fundamentalmente destinado a produzir, rapidamente, a informação financeira necessária
para a gestão geral da empresa.
5. Ordens de trabalho
5.1 Definição
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