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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ESTRURURAS

ALEX MICAEL DANTAS DE SOUSA


N° USP: 10381609

Avaliação de Modelos Numéricos de Lajes com Diferentes


Elementos

SÃO CARLOS - SP
2017
2

Alex Micael Dantas de Sousa

Avaliação de Modelos Numéricos de Lajes com Diferentes Elementos

Este documento foi apresentado ao


Professor Vladimir Guilherme Haach como
requisito parcial de nota na disciplina SET 5922
– Aplicação de Modelos Numéricos à Estruturas
de Concreto e Alvenaria do Programa de Pós
Graduação em Engenharia de Estruturas .

São Carlos - SP
2017
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RESUMO

Avaliação de Modelos Numéricos de Lajes com Diferentes Elementos

Estre relatório apresenta a descrição do estudo realizado numericamente via


Método dos Elementos Finitos (MEF) utilizando o software comercial Abaqus/CAE 6.14
sobre deslocamentos e tensões em lajes de concreto armado sem armadura transversal
(estribos) submetidas à cargas parcialmente distribuídas nas proximidades do apoio,
situação de carregamento comum em tabuleiros de pontes. Nesta fase da disciplina
objetiva-se estudar a influência dos seguintes tipos de elementos nas simulações: (1)
elemento de barra, (2) elemento de viga, (3) elemento de placa/casca) e (4) elemento
sólido. Os resultados obtidos são analisados e comparados de acordo com as limitações
de cada modelo de acordo com o elemento empregado. Observa-se nos resultados que os
modelos de placa e sólido tendem a representar bem o problema, com resultados similares
entre si no que diz respeito a propagação de cargas em direção aos apoios.

Palavras-chave: Método dos Elementos Finitos, Lajes, Elementos.


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SUMÁRIO

RESUMO......................................................................................................................... 3
ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................. 6
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................. 8
Capítulo 1 ........................................................................................................................ 9
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9

1.1 Considerações Gerais ................................................................................................. 9


1.2 Objetivos................................................................................................................... 10

Capítulo 2 ...................................................................................................................... 11
MODELO FÍSICO ESTUDADO ................................................................................ 11

2.1 Geometria do Modelo ............................................................................................... 11


2.2 Propriedades do Módulo Experimental .................................................................... 13
2.3 Resultados Experimentais ........................................................................................ 14
2.4 Cálculos Preliminares ............................................................................................... 15

Capítulo 3 ...................................................................................................................... 17
MODELO COM ELEMENTOS DE TRELIÇA ....................................................... 17

3.1 Características do Elemento de Treliça .................................................................... 17


3.2. Geometria do Modelo .............................................................................................. 17
3.3. Condições de Contorno ........................................................................................... 19
3.4 Malha ........................................................................................................................ 21
3.5 Processamento .......................................................................................................... 22
3.6 Resultados e Discussão ............................................................................................. 22

Capítulo 4 ...................................................................................................................... 25
MODELO COM ELEMENTOS DE VIGA ............................................................... 25

4.1 Características do Elemento de Viga ........................................................................ 25


4.2 Geometria do Modelo ............................................................................................... 26
4.3 Condições de Contorno ............................................................................................ 27
4.4 Malha de Elementos Finitos ..................................................................................... 28
4.5 Processamento .......................................................................................................... 29
4.6 Resultados e Discussão ............................................................................................. 30

Capítulo 5 ...................................................................................................................... 32
5

MODELO COM ELEMENTOS DE PLACA ........................................................... 32

5.1 Características do Elemento de Placa/Casca ............................................................ 32


5.2 Geometria do Modelo ............................................................................................... 33
5.3 Condições de Contorno ............................................................................................ 34
5.4 Malha de Elementos Finitos ..................................................................................... 35
5.5 Processamento .......................................................................................................... 36
5.6 Resultados e Discussão ............................................................................................. 36

Capítulo 6 ...................................................................................................................... 38
MODELO COM ELEMENTOS SÓLIDOS E BARRAS DE TRELIÇA ............... 38

6.1 Características do Elemento Sólido .......................................................................... 38


6.2 Geometria do Modelo ............................................................................................... 39
6.3 Condições de Contorno ............................................................................................ 40
6.4 Malha de Elementos Finitos ..................................................................................... 41
6.5 Processamento .......................................................................................................... 42
6.6 Resultados e Discussão ............................................................................................. 43

Capítulo 7 ...................................................................................................................... 46
ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................. 46

7.1 Curva Deslocamento – Força no Ponto .................................................................... 47


7.2 Deslocamentos ao Longo do Eixo Central ............................................................... 48
7.3 Distribuição de carga no apoio ................................................................................. 49
7.4 Tensões Principais Máximas .................................................................................... 50

CONCLUSÕES............................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 52
6

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma para simulação numérica de elementos estruturais. .... 10


Figura 2 - Vista Superior da Configuração do Experimento. Fonte: Lantsoght
(2013). ............................................................................................................................ 11
Figura 3 - Vista frontal da configuração do experimento. Fonte: Lantsoght
(2013). ............................................................................................................................ 12
Figura 4 - Localização dos pontos monitorados por transdutores de
deslocamentos a laser. Fonte: Lantsoght (2013). ........................................................... 12
Figura 5 - Detalhamento da armadura (a) Vista superior (b) Seção Transversal
Fonte: Lantsoght (2013). ................................................................................................ 13
Figura 6 – Propriedades do material e da seção da viga. ................................. 15
Figura 7 – Viga com deslocamentos prescritos e carregamento. ..................... 15
Figura 8 – Deformada da estrutura e reações de apoio. ................................... 16
Figura 9 - Disposição das armadura positivas da laje. ..................................... 18
Figura 10- Geometria do Módulo de Treliça.................................................... 18
Figura 11 - Vista em perspectiva do modelo. ................................................... 19
Figura 12 - Condições de contorno em forças e deslocamentos em perspectiva
(a) e vista frontal (b). ...................................................................................................... 20
Figura 13 - Malha de Elementos Finitos .......................................................... 21
Figura 14 - Deslocamentos Veriticais. ............................................................. 23
Figura 15 - Tensões principais máximas. ......................................................... 23
Figura 16 – Distribuição das reações verticais no apoio móvel. ...................... 24
Figura 17 - Nomenclatura no Abaqus/CAE (Abaqus Analysis User's Manual)
........................................................................................................................................ 25
Figura 18 - Sistema de orientação do módulo de grelha. ................................. 26
Figura 19 - Vista em Perspectiva do Modelo Criado ....................................... 27
Figura 20 – Detalhe da aplicação das condições de contorno. ......................... 27
Figura 21 - Detalhe do acoplamento nodal na região da carga principal. ....... 28
Figura 22 - Malha de elementos finitos com elementos de vigas. ................... 29
Figura 23 - Deslocamentos verticais. ............................................................... 30
Figura 24 - Tensões principais máximas. ......................................................... 30

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Figura 25 - Nomenclatura no Abaqus/CAE (Abaqus Analysis User's Manual)


........................................................................................................................................ 32
Figura 26 - Geometria do módulo de grelha. ................................................... 33
Figura 27 - Vista em Perspectiva do Modelo Criado ....................................... 34
Figura 28 – Modelo final com aplicação das condições de contorno em (a)
perspectiva e (b) Vista frontal ....................................................................................... 34
Figura 29 - Malha de elementos finitos com elementos de vigas. ................... 35
Figura 30 - Deslocamentos verticais. ............................................................... 37
Figura 31 - Tensões principais máximas. ......................................................... 37
Figura 32 – Exemplo de elemento sólido (C3D8R). ........................................ 38
Figura 33 - Geometria da placa de elementos sólidos. ..................................... 39
Figura 34 - Armadura do modelo ..................................................................... 40
Figura 35 – Modelo final com aplicação das condições de contorno .............. 40
Figura 36 - Malha de elementos finitos com distorções. .................................. 41
Figura 37 - Malha Corrigida ............................................................................. 42
Figura 38 - Deslocamentos Verticais. .............................................................. 43
Figura 39 -Tensões principais máximas. ......................................................... 43
Figura 40 – Distribuição de Tensões na Armadura. ......................................... 44
Figura 41 – Distribuição de tensões principais na proximidade do apoio no plano
X-Y. ................................................................................................................................ 44
Figura 42 – Distribuição de tensões principais no eixo da laje no plano Z-Y. 44
Figura 43 – Propagação de carga em direção ao apoio mais próximo ............. 45
Figura 44 – Regiões de controle dos resultados. .............................................. 46
Figura 45 – Deslocamento X Carga no Atuador Mecânico ............................. 47
Figura 46 – Deslocamentos verticais no eixo central da laje. .......................... 48
Figura 47 – Distribuição de Reações Verticais ao longo da largura do apoio mais
próximo da carga. ........................................................................................................... 49
Figura 48 – Distribuição das tensões máximas ao longo da largura da laje no
apoio mais próximo. ....................................................................................................... 50

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados Experimentais de Resistência. ...................................... 14


Tabela 2 - Propriedades das barras de treliça. ................................................. 19
Tabela 3 - Condições de Contorno ................................................................... 21
Tabela 4 – Detalhes da Geração da Malha ....................................................... 22
Tabela 5 – Detalhes do Processamento ............................................................ 22
Tabela 6 - Propriedades das barras de treliça. ................................................. 26
Tabela 7 - Condições de contorno no modelo de grelha. ................................. 28
Tabela 8 – Detalhes da Geração da Malha ....................................................... 29
Tabela 9 – Detalhes do Processamento ............................................................ 29
Tabela 10 - Propriedades do elemento de casca. ............................................. 33
Tabela 11 - Condições de contorno no modelo de grelha. ............................... 35
Tabela 12 – Detalhes da Geração da Malha ..................................................... 36
Tabela 13 – Detalhes do Processamento .......................................................... 36
Tabela 14 - Propriedades geométricas e de materiais ..................................... 39
Tabela 15 - Condições de contorno no modelo sólido. .................................... 41
Tabela 16 – Detalhes da Geração da Malha ..................................................... 42
Tabela 17 – Detalhes do Processamento .......................................................... 42

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Capítulo 1

INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Gerais

Os softwares baseados no método dos elementos finitos geralmente dispõe de


uma conjunto de elementos que podem ser empregados nas simulações. Estes elementos
geralmente são: (1) elemento de barra, (2) elemento de viga, (3) elemento de placa/casca
e (4) elemento sólido. A escolha dos elementos a serem empregados nas simulações deve
buscar a adequação entre as limitações dos elementos em termos de graus de liberdade e
com o tipo de problema a ser resolvido.
Na engenharia, de uma maneira geral, tem-se dado preferência às soluções de
problemas que envolvam a melhor relação custo benefício. No caso das simulações
numéricas, o melhor modelo numérico pode ser avaliado pela representatividade de um
modelo físico com o modelo mais simples que represente de forma adequada o
comportamento da estrutura analisada.
A complexidade do fenômeno envolvendo o cisalhamento em lajes torna o tema
bastante discutido do ponto de vista das formas de dimensionamento e diferenças de
resultados entre modelos teóricos e experimentais. Neste sentido a simulação numérica
destes problemas resulta também em tarefa que exige bastante cuidado sobre geometria,
modelo constitutivo e representação de condições de contorno, dentre outros parâmetros
geralmente correntes em programas de modelagem numérica.
Uma vez que, na prática, a ruína por cisalhamento também está relacionada às
tensões principais atuantes na estrutura, no trabalho foi tomado como parâmetros de
análises as tensões principais nos modelos e deslocamentos em determinados pontos da
estrutura.
Em todos os modelos desenvolvidos foi seguido o procedimento padrão de
simulações numérico que pode ser subdividido em três etapas principais: (1) pré-
processamento, (2) processamento e (3) pós-processamento. A Figura 1 apresenta um
fluxograma com mais detalhes do processo de simulação numérica de problemas
estruturais.

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Análise do Problema

Criação da Geometria
Base

Criação das
propriedades dos
materiais

Criação das
propriedades das
PRÉ-PROCESSAMENTO seções das barras

Associação das
propriedades aos
elementos
Cargas
Aplicação das
Condições de Contorno
Deslocamentos

Criação da geometria Elementos calculáveis


da malha pelo MEF

Solução e Cálculos
PROCESSAMENTO
Computacionais
Variáveis de Saída

PÓS-PROCESSAMENTO Análise dos Resultados

Análise Gráfica

Figura 1 - Fluxograma para simulação numérica de elementos estruturais.

1.2 Objetivos
Os principais objetivos deste trabalho são:

 Avaliar os resultados de tensões principais e deslocamentos em simulações


numéricas de lajes com diferentes tipos de elementos;
 Avaliar as limitações dos tipos de elementos nas simulações numéricas
 Avaliar a propagação de tensões em lajes bidirecionais em direção aos apoios
através da distribuição de reações de apoio na proximidade da carga aplicada.

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Capítulo 2

MODELO FÍSICO ESTUDADO

2.1 Geometria do Modelo

O modelo físico adotado para as simulações numéricas deste trabalho


corresponde a laje experimental S1 apresentada no trabalho de Lantsoght (2013), que
avaliou a resistência ao cisalhamento de lajes sem armadura transversal submetidas a
cargas parcialmente distribuídas próximas dos apoios.
A Figura 2 apresenta a vista superior do experimento, que consiste em uma laje
de dimensões 2,5 m x 5,0 m com 0,30 m de espessura.

Figura 2 - Vista Superior da Configuração do Experimento. Fonte: Lantsoght


(2013).

A Figura 3 apresenta a vista frontal do mesmo experimento, a partir da qual


observam-se detalhes do sistema de ancoragem que simula a continuidade da laje no apoio
direito, ou seja, induz ao aparecimento de um momento negativo naquele apoio pela
aplicação da carga no trecho em balanço da laje. A Figura 4, em seguida, apresenta o
mapeamento dos pontos monitorados com transdutores de deslocamento na laje.

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Figura 3 - Vista frontal da configuração do experimento. Fonte: Lantsoght (2013).

Figura 4 - Localização dos pontos monitorados por transdutores de deslocamentos


a laser. Fonte: Lantsoght (2013).

A Figura 5 apresenta o detalhamento da armadura longitudinal utilizada na laje


para resistência aos esforços de flexão. Observa-se que a armadura utilizada foi tal que
induziu a ruptura por cisalhamento, observadas as taxas de armadura empregadas.

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Figura 5 - Detalhamento da armadura (a) Vista superior (b) Seção Transversal


Fonte: Lantsoght (2013).

2.2 Propriedades do Módulo Experimental

A laje experimento têm 2,5 m de largura (b) , com 5 m de comprimento e 0,30 m


de espessura (h). A altura útil da armadura transversal vale 0,265 (dt ) , e a altura útil da
armadura longitudinal (dl ) vale 0,23 m.
O concreto da laje possui resistência a compressão (𝑓𝑐 ) medida experimentalmente
de 35,8 MPa. A resistência do concreto a tração (𝑓𝑐𝑡 ) vale 3,1 MPa. A taxa de armadura
longitudinal principal (𝜌𝑙 ) para a flexão na laje vale 0,996%, enquanto que a taxa de
armadura longitudinal secundária (𝜌𝑡 ) vale 0,132%. As barras de aço utilizadas são
corrugadas (não lisas). A razão entre a distância da carga aplicada em relação ao apoio e
a altura efetiva da laje (𝑎/𝑑) vale 2,6. A placa de aplicação da carga é quadrada com lado
0,20 m. O ensaio foi realizado com o concreto aos 28 dias de cura.
O tamanho máximo dos agregados do concreto vale 16 mm. O aço utilizado é da
classe CA-50. As barras ∅20 𝑚𝑚 possuem as seguintes características de resistência:
𝑓𝑦𝑚 = 542 𝑀𝑃𝑎; 𝑓𝑢𝑚 = 658 𝑀𝑃𝑎. As barras ∅10 𝑚𝑚 possuem as seguintes
características de resistência: 𝑓𝑦𝑚 = 537 𝑀𝑃𝑎; 𝑓𝑢𝑚 = 628 𝑀𝑃𝑎.

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2.3 Resultados Experimentais

A Tabela 1 apresenta os resultados dos ensaios realizados em 6 módulos da laje


S1 disponíveis no trabalho de Lantsoght (2013). Na Tabela 1, 𝑑𝑙 é a altura útil da
armadura longotudinal principal, 𝑑𝑡 é a altura últil da armadura longitudinal na direção
secundária, 𝑎 é a distância entre os eixos da placa de carga e do apoio, 𝑏𝑟 é a distância
entre a face do apoio e o centro da carga, 𝑆𝑆/𝐶𝑆 refere-se a localização da carga (próxima
do apoio simples = SS e próxima do apoio contínuo = CS), Uncr/c refere-se ao estado
final do ensaio (Uncr = não danificado ou não fissurado; c = falha local ou global), Mode
refere-se ao modo de falha (WB = laje com fissuração generalizada e mapeada; B = falha
local entre apoio e carga; A = falha da ancoragem; B = falha como viga em cisalhamento;
P = punção parcial), 𝑃𝑒𝑥𝑝 é a carga máxima atingida no teste, 𝐹𝑝𝑟𝑒𝑠 é a força total aplicada
pelos tirantes de ancoragem, 𝑉𝑒𝑥𝑝 é a força de cisalhamento quando a laje é considerada
como uma via sobre dois apoios (levando em consideração o peso próprio, a carga
concentrada, a força devido aos tirantes); 𝑉𝑎𝑑𝑑 é força de cisalhamento adicional na falha
da seção transversal 𝑉𝑒𝑥𝑝 quando a laje é considerada uma viga sobre dois apoios, 𝑉𝑐𝑜𝑛𝑐 é
a força de cisalhamento na falha devido a carga concentrada na seção transversal do maior
𝑉𝑒𝑥𝑝 quando a laje é considerada uma viga sobre dois apoios.

Tabela 1 - Resultados Experimentais de Resistência.


Teste 𝒅𝒍 𝒅𝒕 𝒂 𝒃𝒓 SS/CS Uncr/c 𝑷𝒆𝒙𝒑 Mode 𝑭𝒑𝒓𝒆𝒔 𝑽𝒆𝒙𝒑 𝑽𝒂𝒅𝒅 𝑽𝒄𝒐𝒏𝒄
(m) (m) (m) (mm) (kN) (kN) (kN) (kN) (kN)

S1T1 0,265 0,250 0,60 1250 SS Uncr 954 WB 163 799 4 795
S1T2 0,265 0,250 0,60 1250 CS Uncr 1023 WB 138 912 60 853
S1T3 0,265 0,250 0,62 438 CS C 758 WB+B 87 683 51 632
S1T4 0,265 0,250 0,60 438 CS C 731 WB+B 100 663 53 609
S1T5 0,265 0,250 0,60 438 SS C 851 WB+B 147 716 6 709
S1T6 0,265 0,250 0,60 438 SS C 659 WB+B 145 556 7 549

Neste trabalho optou-se por simular o teste S1T1, a força de protensõ medidade
de 163 kN e um deslocamento prescrito no lugar da carga no valor de 25 mm, que equivale
a um valor médio obtido na ruptura dos modelos .

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2.4 Cálculos Preliminares

Antes de proceder à simulação de modelos mais elaborados é necessário estimar


o comportamento esperado da estrutura através de cálculos ou modelos simplificados.
Desta forma procedeu-se à simulação da estrutura como uma viga biapoiada com as
dimensões da seção da laje. Embora não seja possível a determinação da propagação de
tensões no modelo este serve à uma primeira estimativa das reações de apoio e dos
deslocamentos em termos de ordem de grandeza.
A Figura 6 apresenta as propriedades da seção e do material atribuído ao elemento
de viga na simulação preliminar.
A Figura 7 apresenta o elemento de viga representativo da estrutura
bidimensionalmente com sua geometria e deslocamentos prescritos representando o
atuador mecânico do experimento. Na Figura 8 têm-se a deformada da estrutura com
deslocamento máximo de aproximadamente 39 mm no vão central.

Figura 6 – Propriedades do material e da seção da viga.

Figura 7 – Viga com deslocamentos prescritos e carregamento.

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Figura 8 – Deformada da estrutura e reações de apoio.

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Capítulo 3

MODELO COM ELEMENTOS DE TRELIÇA

Foi empregado o elemento T-3D-2-H (T = Treliça; 2 = número de nós por


elemento; H = Híbrido);

3.1 Características do Elemento de Treliça

 Elementos relativamente longos e finos que podem transmitir apenas forças


axiais, ou seja, na direção do seu eixo.
 Não transmitem momentos.
 Aplicáveis em modelos de treliça de 2 ou 3 dimensões.
 Graus de liberdade por nó: 2 nos modelos bidimensionais e 3 nos modelos
tridimensionais.
 O programa utilizado (Abaqus disponibiliza elementos de treliça híbridos
(tensão/deformação – aplicados nos trabalho), Temperatura/deformação
(temperatura como um grau de liberdade adicional) e Piezoelétricos (potencial
elétrico como um grau de liberdade adicional.
Os elementos de barra de treliça possuem um grau de liberdade por nó e por essa
razão conseguem representar apenas os esforços axiais na sua direção. Ou seja, não
permitem a aplicação de momentos e forças perpendiculares ao eixo da barra para
representar momentos fletores ou forças cortantes. Em sua vantagem são elementos
simples cuja seção pode assumir as mais variadas formas.
Como foram utilizados 2 nós por elemento, o deslocamento e a posição é
interpolada entre os dois nós, enquanto a tensão é constante em cada elemento de barra.
A opção de elemento híbrido tensão/deformação serve para compensar eventuais efeitos
do mau condicionamento da matriz quando as armaduras representam ligações muitos
rígidas (maiores que a do elemento estrutural em geral).

3.2. Geometria do Modelo

A geometria do modelo foi definida pela disposição das armaduras da laje. Neste
objetivou-representar o máximo de aspecto geométricos referentes à disposição das
armaduras, como espaçamento e seção transversal das barras. A Figura 9 apresenta a
disposição das armadura positivas da laje e localização dos apoios.

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Figura 9 - Disposição das armadura positivas da laje.

O modelo utilizado empregou 441 módulos de treliça tridimensionais com 8


pontos nodais e 24 barras. As barras na direção X possuem dimensão de 0,2470 m, que
equivale a distância entre as barras que compõem a armadura longitudinal na direção da
menor largura da laje, tanto no plano superior como no inferior. As barras na direção Z
possuem dimensão de 0,1215 m, que equivale a distância entre as armaduras longitudinais
na maior direção da laje na região inferior. As barras na direção Y possuem dimensão de
0,23 m, que equivale a altura útil da armadura positiva na direção X. A Figura 10
apresenta uma vista em perspectiva do módulo com elementos de treliça criado para a
análise.

Figura 10- Geometria do Módulo de Treliça.

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A Tabela 2 apresenta as propriedades das barras que compõem o módulo da
treliça, onde D é o diâmetro, A é a área da seção transversal, E é o módulo de Young e ν
é o coeficiente de Poisson. Tanto na região inferior como superior foram empregadas as
propriedades do concreto, uma vez que trata-se de uma análise elástica preliminar. Quanto
às bielas de concreto, este diâmetro foi arbitrado levado em consideração o espaçamento
entre módulos na direção X que vale 0,1215 m.

Tabela 2 - Propriedades das barras de treliça.


D (cm) A Comportamento E
Forma ν
(cm²) (GPa)

Circular 10 78,53 Elástico Linear 33,506 0,2

A Figura 11 apresenta uma vista em perspectiva do modelo gerado pela


combinação dos vários módulo de treliça tridimensional. Atenção especial foi dada a
fusão dos nós nos pontos coincidentes através do comando Merge Geometry do Abaqus.

Figura 11 - Vista em perspectiva do modelo.

3.3. Condições de Contorno

As condições de contorno em carregamento e em forças foram aplicadas nas linhas


nodais mais próximas quanto possíveis das linhas representativas do modelo físico, uma
vez que devido as dimensões particulares do módulo não foi possível estabelecer pontos
nodais em todas as regiões de interesse.
Observa-se que para que fosse possível estabelecer estes pontos nodais os
módulos deveriam ter dimensões ainda menores, o que resultaria em maior número de

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módulos no modelo, aumentando o tempo de processamento e dificultando tarefas como
geração de malha e aplicação de condições de contorno.
Inicialmente as condições de contorno representativas do carregamento foram
aplicadas em força, mas posteriormente foi decidido representar o carregamento principal
em termos de deslocamento e medir a força necessária para aplicar este deslocamento,
procedimento mais coerente com o realizado experimentalmente. A carga de protensão
dos tirantes foi simulada em força.
A Figura 12 apresenta vistas do modelo em perspectiva e frontal com as condições
de contorno aplicadas.

(a)

(b)
Figura 12 - Condições de contorno em forças e deslocamentos em perspectiva (a) e
vista frontal (b).
Atenção especial foi dada ao acoplamento dos nós representativos da região da carga,
uma vez que o deslocamento prescrito foi aplicado apenas ao nó central representativo da
carga através do uso dos comandos Contraints>Coupling>Kinematic do programa
Abaqus.

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As condições de contorno aplicadas estão descritas na Tabela 3, onde as cargas aplicadas
sobre o modelo correspondem ao teste S1T1

Tabela 3 - Condições de Contorno

Nós Tipo de Condição Condição Comentário

Apoio Simples Deslocamento 𝑈𝑦 = 0; 𝑈𝑧 = 0 -

Apoio Fixo Deslocamento 𝑈𝑥 = 0; 𝑈𝑦 = 0; 𝑈𝑧 = 0 -

Carga da Placa Deslocamento 𝑈𝑦 = 0,025 𝑚 = 25 𝑚𝑚 -

Carga dos Tirantes Força 𝐹𝑦 = −7,409 𝑘𝑁 por nó Força Total = 163 kN

3.4 Malha

A Figura 13 apresenta malha de elementos finitos utilizada na discretização do


modelo. Observa-se que neste tipo de problema não surgiram elementos distorcidos que
possam provocar mau condicionamento da matriz e prejudicar as análises.
A interpolação de deslocamentos e posição utilizada foi linear entre os nós dos
elementos, resultando em tensão e deformação constante ao longo das barras. O tamanho
dos elementos na discretização em barras resulta nas dimensões dos próprios elementos
de barras, diferente da discretização com outros tipos de elementos.

Figura 13 - Malha de Elementos Finitos

21
2
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A Tabela 4 apresenta detalhes utilizados na geração da malha, como dimensão
dos elementos discretizado e livraria do elemento. Mais detalhes sobre o significado
destes detalhes podem ser consultados no manual do programa.

Tabela 4 – Detalhes da Geração da Malha

Livraria do Elemento Implícita


Família do Elemento Barra de Treliça
Ordem Geométrica Linear
Tamanho Aproximado Global 0,025 m

3.5 Processamento

A Tabela 5 apresenta os detalhes do processamento do modelo gerado com elementos de


treliça. O número de incrementos neste primeiro modelo foi tomado igual a 100 para
visualizar eventuais efeitos não lineares devido a geometria do problema, já que os
materiais são supostos elásticos-lineares e, portanto, os resultados devido ao material
tendem a ser lineares.
Tabela 5 – Detalhes do Processamento

Número de Elementos 4948


Número de Incrementos 100
Tempo de Processamento 136,30 s

3.6 Resultados e Discussão

As Figura 14 e Figura 15 apresentam ilustrações dos deslocamentos verticais


verificados na estrutura, bem como da distribuição de tensões normais nas barras na
região inferior do modelo. Os resultados utilizaram como unidades padrão o metro para
dimensão e Newton para forças. Da Figura 14 observa-se que a carga que simula os
tirantes foi pouco eficiente na restrição do giro do apoio direito. Da Figura 15 observa-se
que no modelo de treliça espacial não foi possível captar bem a propagação de cargas
pelo critério das tensões principais máximas.

22
2
3

Figura 14 - Deslocamentos Veriticais.

Da Figura 14 observa-se um deslocamento máximo da ordem de


3,27𝑥10−2 𝑚 = 32,7 𝑚𝑚 no trecho entre apoios e levantamento da estrutura na região
do balanço, tal como verificado no modelo de viga simplificado.

Figura 15 - Tensões principais máximas.

Da Figura 15 observa-se o aparecimento de tensão máxima no valor de


2.37𝑥108 𝑁/𝑚2 = 237 𝑀𝑃𝑎 aproximadamente, valor de tensão coerente com o
esperado para as armaduras da região inferior da treliça espacial.
A Figura 16 apresenta uma vista inferior do modelo com renderização das barras
para melhor visualização da concentração de cargas na região central, mais próxima da
região de aplicação da carga. O ângulo de maior propagação de cargas em direção ao
apoio corresponde à 45° como observado abaixo. Na Figura 16 fica mais nítida a
propagação de cargas em direção ao apoio na situação de cargas parcialmente distribuídas
próxima desta.

23
2
4

Figura 16 – Distribuição das reações verticais no apoio móvel.

24
2
5
Capítulo 4

MODELO COM ELEMENTOS DE VIGA

Foi empregado o elemento B32. A Figura 17 a seguir apresenta o significado da


nomenclatura disponível no programa Abaqus de elementos finitos.

Figura 17 - Nomenclatura no Abaqus/CAE (Abaqus Analysis User's Manual)

4.1 Características do Elemento de Viga

Dentre as principais características deste tipo de elemento podem-se citar:


 Elementos relativamente longos e finos que podem transmitir esforços axiais,
cortantes e fletores
 Aplicável em modelos de duas ou três dimensões
 Graus de liberdade:
- Vigas tridimensionais têm seis graus de liberdade em cada nó: três graus de
liberdade de translação (1-3) e três graus de liberdade de rotação (4-6). Pode-se
ter um grau de liberdade adicional (7) no caso de deformações de seções
transversais abertas.
- Vigas bidimensionais: três graus de liberdade em cada nó: dois graus de
liberdade de translação (1 e 2) e um grau de liberdade de rotação (6) sobre a
normal ao plano do modelo.
 Pode-se definir uma seção transversal e suas dimensões, ou definir uma seção
qualquer, inserindo suas características, como área e momento de inércia.
 É necessário definir a orientação dos eixos coordenados ao longo da viga,
definidos pelos vetores t (tangente à viga) e n (normal a viga).

25
2
6

Devido ao maior número de graus de liberdade os elementos de viga abrangem


um maior número de esforços e conseguem assim representar bem modelos submetidos
à forças cortantes e momentos, antes limitadas nos modelos de treliça.

4.2 Geometria do Modelo

A Figura 18 apresenta o sistema de orientação adotado para os elementos de viga


no módulo construído.

Figura 18 - Sistema de orientação do módulo de grelha.

A Tabela 2 a seguir apresenta as propriedades geométricas e dos materiais


associados aos elementos de viga adotados no módulo de grelha. O módulo de
elasticidade do concreto foi calculado a partir do item 8.2.4 da NBR 6118 (ABNT,2014).
Para levar em consideração o enrijecimento na região das armaduras o módulo de
elasticidade do elemento de viga foi calculada a inércia equivalente da seção (𝐼𝑒𝑞 ) e depois
determinada o valor de 𝐸𝑒𝑞 .

Tabela 6 - Propriedades dos elementos de viga.


Direção Forma (cm x cm) A (cm²) Comportamento E (GPa) ν

X 12,15 x 30,00 364,5 Elástico Linear 34,3 0,2

Y 24,70 x 30,00 741 Elástico Linear 34,3 0,2

A Figura 19 apresenta um vista em perspectiva do modelo final pela junção de


441 módulos de grelha (21 x 21). Especial atenção foi dada ao acoplamento nodal dos
módulos de grelha pelo uso da função “merge” no programa Abaqus.

26
2
7

Figura 19 - Vista em Perspectiva do Modelo de Grelha

4.3 Condições de Contorno

As condições de contorno em deslocamentos e força foram aplicadas nos


respectivos nós do modelo numérico, sendo adotadas posições aproximadas para as linhas
de apoio e de carga devido a geometria utilizada nos módulos de grelha.
A Figura 20 apresenta a estrutura modelado com as condições de contorno em
deslocamento e forças aplicadas e a Figura 21 apresenta o detalhe do acoplamento nodal
na região de aplicação da carga principal.

Figura 20 – Detalhe da aplicação das condições de contorno.

27
2
8

Figura 21 - Detalhe do acoplamento nodal na região da carga principal.

A Tabela 7 apresenta os detalhes das condições de contorno ao problema


modelado no intuito de representar as condições de contorno visualizados nos modelos
experimentais.
Tabela 7 - Condições de contorno no modelo de grelha.

Nós Tipo de Condição Condição Comentário

Apoio Simples Deslocamento 𝑈𝑦 = 0; 𝑈𝑧 = 0 -

Apoio Fixo Deslocamento 𝑈𝑥 = 0; 𝑈𝑦 = 0; 𝑈𝑧 = 0 -

Carga da Placa Deslocamento 𝑈𝑦 = −0,025 𝑚 = 25 𝑚𝑚 -

Carga dos Tirantes Força 𝐹𝑦 = −7,762 𝑘𝑁 𝑝𝑜𝑟 𝑛ó Força Total = 163 kN

4.4 Malha de Elementos Finitos

A Figura 22 apresenta malha de elementos finitos utilizada na discretização do


modelo. Observa-se que neste tipo de problema não surgem elementos distorcidos que
possam provocar mau condicionamento da matriz e prejudicar as análises.
A interpolação de deslocamentos e posição utilizada foi linear entre os nós dos elementos.
O tamanho dos elementos da malha foi definido em 0,05 m e aplicada uniformemente
sobre toda a estrutura.

28
2
9

Figura 22 - Malha de elementos finitos com elementos de vigas.

A Tabela 4 apresenta detalhes utilizados na geração da malha, como dimensão


dos elementos discretizado e livraria do elemento. Mais detalhes sobre o significado
destes detalhes podem ser consultados no manual do programa.

Tabela 8 – Detalhes da Geração da Malha


Livraria do Elemento Implícita
Família do Elemento Elemento de Viga
Ordem Geométrica Quadrática
Tamanho Aproximado Global 0,01 m

4.5 Processamento

A Tabela 5 apresenta os detalhes do processamento do modelo gerado com


elementos de viga. O número de incrementos foi tomado igual a 1 na fase de
carregamento, uma vez que verificou-se em testes preliminares que o problema era linear.

Tabela 9 – Detalhes do Processamento


Número de Elementos 15540
Número de Nós 77168
Número de Incrementos 1
Tempo de Processamento 5,00 s

29
3
0
4.6 Resultados e Discussão

As Figura 23 e Figura 24 apresentam os resultados de deslocamentos na direção


vertical e tensões principais máximas no modelo com elementos de viga. Os resultados
de carga-deslocamento no nó de aplicação da carga, bem como da distribuição de tensões
ao longo do apoio e de deslocamentos ao longo do eixo central do modelo serão discutidos
no último capítulo.

Figura 23 - Deslocamentos verticais.


Da Figura 23 observa-se um deslocamento máximo vertical no trecho entre apoios
no valor de 36,3 mm, que é da mesmas ordem de grandeza do verificado em cálculos
preliminares.

Figura 24 - Tensões principais máximas.

30
3
1
Na Figura 24 observa-se uma tensão principal máxima no elemento de viga no
valor de 265 MPa, valor da mesma ordem de grandeza do verificado no modelo com
elementos de treliça.
O espaçamento entre barras foi tal que impossibilitou a visualização da
propagação de tensões ao longo do modelo. Outras grelhas foram simuladas com
espalhamento menor, entretanto como as faixas ou larguras equivalentes das barras
ficavam cada vez menores a inércia à torção resultava baixa, o que impossibilitava a
propagação de tensões no modelo. Desta forma preferiu-manter o espaçamento original
das barras tal como definido anteriormente.

31
3
2
Capítulo 5

MODELO COM ELEMENTOS DE PLACA

Foi empregado o elemento S8R5W . A Figura 25 a seguir apresenta o significado da


nomenclatura disponível no programa Abaqus de elementos finitos.

Figura 25 - Nomenclatura no Abaqus/CAE (Abaqus Analysis User's Manual)

5.1 Características do Elemento de Placa/Casca

Dentre as principais características deste tipo de elemento podem-se citar:


 Possuem uma dimensão, geralmente a espessura, bastante inferior às demais.
 Podem ser do tipo convencionais ou contínuas
- Convencionais: bidimensionais (2D), com espessura definida como propriedade
da seção, possuindo deslocamentos e rotações como graus de liberdade do
elemento.
- Contínuas: trimensionais (3D), com espessura definida como propriedade
geométrica, possuindo apenas deslocamentos como grau de liberdade.

Quando o elemento é totalmente plano, este recebe o nome de placa, como no


caso das lajes em geral, sendo a nomenclatura de casca geralmente atribuída à superfícies
curvas com carregamento transversal ao plano.

32
3
3
5.2 Geometria do Modelo

A geometria do modelo numérico foi definida a partir das dimensões obtidas no


projeto experimental, sendo a região dos apoios simplificadas em linhas de apoios. A
Figura 26 apresenta a vista superior do elemento de casca com linhas auxiliares para
definição de apoios e regiões de carga aplicada. Essas linhas também servem para ajudar
na formação da malha posteriormente, reduzindo probabilidade de distorções na fase de
geração semi-automática da malha de elementos finitos.

PLACA DE CARGA

APOIO

APOIO
TIRANTES

Figura 26 - Geometria do módulo de placa.

A Tabela 10 a seguir apresenta as propriedades geométricas e dos materiais associados


aos elementos de placa. O módulo de elasticidade do concreto foi calculado a partir do
item 8.2.4 da NBR 6118 (ABNT,2014). Para levar em consideração o enrijecimento na
região das armaduras o módulo de elasticidade do elemento de viga foi calculada a inércia
equivalente da seção (𝐼𝑒𝑞 ) e depois determinada o valor de 𝐸𝑒𝑞 .

Tabela 10 - Propriedades do elemento de placa.


Elemento Forma (m x m) Espessura (m) A (m²) Comportamento E (GPa) ν

PLACA 5 x 2,5 0,30 12,5 Elástico Linear 34,3 0,2

A Figura 27 - Vista em Perspectiva do Modelo apresenta um vista em perspectiva do


modelo final da placa.

33
3
4

Figura 27 - Vista em Perspectiva do Modelo de Placa


5.3 Condições de Contorno

As condições de contorno em deslocamentos e força foram aplicadas nos


respectivos nós do modelo numérico, sendo adotadas os pontos médios nas regiões de
apoios para aplicação das restrições de deslocamentos.
A Figura 28 apresenta a estrutura modelado com as condições de contorno em
deslocamento e forças aplicadas nas suas respectivas regiões.

(a)

(b)
Figura 28 – Modelo final com aplicação das condições de contorno em (a)
perspectiva e (b) Vista frontal

34
3
5
A Tabela 11 apresenta os detalhes das condições de contorno ao problema
modelado no intuito de representar as condições de contorno visualizados nos modelos
experimentais.
Tabela 11 - Condições de contorno no modelo de placa.

Nós Tipo de Condição Condição Comentário

Apoio Simples Deslocamento 𝑈𝑦 = 0; -

Apoio Fixo Deslocamento 𝑈𝑥 = 0; 𝑈𝑦 = 0; 𝑈𝑧 = 0 -

Carga da Placa Pressão 𝑈𝑦 = −0,025 𝑚 -

Carga dos Tirantes Pressão 𝐹𝑦 = −326 𝑘𝑁/𝑚² Força Total = 163 kN

5.4 Malha de Elementos Finitos

A Figura 29 apresenta malha de elementos finitos utilizada na discretização do


modelo. Observa-se que neste discretização não surgiram elementos distorcidos que
possam provocar mau condicionamento da matriz e prejudicar as análises.
A interpolação de deslocamentos e posição utilizada foi linear entre os nós dos elementos.
O tamanho dos elementos da malha foi definido em 0,025 m e aplicada uniformemente
sobre toda a estrutura.

Figura 29 - Malha de elementos finitos com elementos de placa.


A Tabela 4 apresenta detalhes utilizados na geração da malha, como dimensão
dos elementos discretizado e livraria do elemento. Mais detalhes sobre o significado
destes detalhes podem ser consultados no manual do programa.

35
3
6

Tabela 12 – Detalhes da Geração da Malha


Livraria do Elemento Padrão
Família do Elemento Elemento de Placa (Shell)
Ordem Geométrica Quadrática
Tamanho Aproximado Global 0,025 m

5.5 Processamento

A Tabela 5 apresenta os detalhes do processamento do modelo gerado com


elementos de placa. O número de incrementos foi tomado igual a 1 na fase de
carregamento, uma vez que verificou-se em testes preliminares que o problema era linear.

Tabela 13 – Detalhes do Processamento


Número de Elementos 20000
Número de Nós 60827
Número de Incrementos 1
Tempo de Processamento 18,8 s

5.6 Resultados e Discussão

As Figura 30 e Figura 31 apresentam os resultados de deslocamentos na direção


vertical e tensões principais máximas no modelo de placa.
Na Figura 30 foi verificado deslocamento máximo no trecho entre apoios no valor
de 27,8 mm, valor da mesma ordem grandeza dos verificados nos modelos anteriores.
Além disso, a forma da deformada da estrutura está coerente com os resultados esperados.
Na Figura 31observa-se que a tensão máxima encontrada no modelo assume valor
de 302,5 MPa, que também está na mesma ordem de grandeza dos valores encontrados
nos modelos anteriores. No último capítulo é feita uma análise comparativa mais
detalhada dos resultados.

36
3
7

Figura 30 - Deslocamentos verticais.

Figura 31 - Tensões principais máximas.

37
3
8
Capítulo 6

MODELO COM ELEMENTOS SÓLIDOS E


BARRAS DE TRELIÇA

Neste modelo foram utilizados os elementos sólidos C3D20R, que são elementos
cúbicos com 20 pontos nodais e integração reduzida. Para as armaduras foram
empregadas barras de treliça do tipo T3D2H.

Figura 32 – Exemplo de elemento sólido (C3D8R).

6.1 Características do Elemento Sólido

Dentre as principais características deste tipo de elemento podem-se citar:


 Adequados a problemas tridimensionais;
 Permitem simular um maior número de detalhes da estrutura.
Embora apresentem uma aplicação mais generalizada, a aplicação de modelos
com elementos sólidos geralmente resulta em maiores tempos de processamento devido
ao crescimento do número de nós.

38
3
9
6.2 Geometria do Modelo

A geometria do modelo numérico foi definida a partir das dimensões obtidas no


projeto experimental, sendo a região dos apoios simplificadas em linhas de apoios. A
Figura 33 apresenta a vista superior do elemento de casca com linhas auxiliares para
definição de apoios e regiões de carga aplicada. Essas linhas também servem para ajudar
na formação da malha posteriormente, reduzindo probabilidade de distorções na fase de
geração semi-automática da malha de elementos finitos.

Figura 33 - Geometria do modelos de elementos sólidos.

A Tabela 14 a seguir apresenta as propriedades geométricas e dos materiais associados


aos elementos do modelo sólido. O módulo de elasticidade do concreto foi calculado a
partir do item 8.2.4 da NBR 6118 (ABNT,2014). Para levar em consideração o
enrijecimento na região das armaduras o módulo de elasticidade do elemento de viga foi
calculada a inércia equivalente da seção (𝐼𝑒𝑞 ) e depois determinada o valor de 𝐸𝑒𝑞 .

Tabela 14 - Propriedades geométricas e de materiais


Elemento Forma Elemento Comportamento E (GPa) ν

SÓLIDO 5 x 2,5 Sólido Elástico Linear 34,3 0,2

Arm.Long.Pos Ø20 mm Treliça Elástico Linear 210 0,2

Arm.Transv.Pos Ø10 mm Treliça Elástico Linear 210 0,2

Arm.Long.Neg-Dir Ø20 mm Treliça Elástico Linear 210 0,2

Arm.Long.Neg.Esq Ø10 mm Treliça Elástico Linear 210 0,2

Ar,Transv.Neg Ø10 mm Treliça Elástico Linear 210 0,2

39
4
0
A Figura 34 a seguir apresenta uma vista das armaduras representadas por
elementos de treliça que posteriormente serão combinadas ao modelo de elementos
sólidos.

Figura 34 - Armadura do modelo

6.3 Condições de Contorno

A Figura 35 apresenta a estrutura modelado com as condições de contorno em


deslocamento e forças aplicadas nas suas respectivas regiões.

Figura 35 – Modelo final com aplicação das condições de contorno

40
4
1
A Tabela 15 apresenta os detalhes das condições de contorno ao problema modelado no
intuito de representar as condições de contorno visualizados nos modelos experimentais.

Tabela 15 - Condições de contorno no modelo sólido.

Nós Tipo de Condição Condição Comentário

Apoio Simples Deslocamento 𝑈𝑦 = 0; -

Apoio Fixo Deslocamento 𝑈𝑥 = 0; 𝑈𝑦 = 0; 𝑈𝑧 = 0 -

Carga da Laje Deslocamento 𝑈𝑦 = −0,025 𝑚 -

Carga dos Tirantes Pressão 𝐹𝑦 = −326 𝑘𝑁/𝑚² Força Total = 163 kN

6.4 Malha de Elementos Finitos

A Figura 36 apresenta malha de elementos finitos utilizada na discretização do


modelo. Observa-se que neste discretização surgiram elementos distorcidos que podem
provocar mau condicionamento da matriz e prejudicar as análises. Ao verificar a região
do aparecimento das distorções, verificou-se um erro geométrico em uma das linhas que
definia a região de aplicação de cargas, possivelmente causado pelo desenho manual em
vez da inserção das coordenadas dos pontos via teclado. Observa-se desta forma que
pequenos erros no lançamento geométrico do modelo podem incorrer em falhas nas
demais fases da simulação. A Figura 37 apresenta a malha de elementos finitos corrigida.
A interpolação para deslocamentos e posição utilizada foi linear entre os nós dos
elementos. O tamanho dos elementos da malha foi definido em 0,025 m e aplicada
uniformemente sobre toda a estrutura.

Distorções

Figura 36 - Malha de elementos finitos com distorções.

41
4
2

Figura 37 - Malha Corrigida


A Tabela 16 apresenta detalhes utilizados na geração da malha, como dimensão
dos elementos discretizado e livraria do elemento. Mais detalhes sobre o significado
destes detalhes podem ser consultados no manual do programa.

Tabela 16 – Detalhes da Geração da Malha


Livraria do Elemento Padrão - Standard
Família do Elemento Elemento Sólido – 3D Stress
Ordem Geométrica Quadrática – Integração Reduzida
Tamanho Aproximado Global 0,025 m

6.5 Processamento

A Tabela 17 apresenta os detalhes do processamento do modelo gerado com


elementos sólidos. O número de incrementos foi tomado igual a 1 na fase de
carregamento, uma vez que verificou-se em testes preliminares que o problema era linear.

Tabela 17 – Detalhes do Processamento


Número de Elementos 35695
Número de Nós 143689
Número de Incrementos 1
Tempo de Processamento 305,6 s

42
4
3
6.6 Resultados e Discussão

As Figura 38 e Figura 39 apresentam os resultados de deslocamentos na direção vertical


e tensões principais máximas no modelo com elementos sólidos para representação .

Figura 38 - Deslocamentos Verticais.

Figura 39 -Tensões principais máximas.

Da Figura 39 observa-se a distribuição de tensões máximas principais na região


nas proximidades da região de aplicação do carregamento em deslocamentos. O valor
máximo verificado equivale à 281 MPa, valor bastante acima da resistência à compressão
do concreto. Logo verifica-se que em modelos elástico lineares valores de tensões podem
resultar incoerentes com a realidade física do problema.
Da Figura 38 observa-se um deslocamento vertical máximo para baixo de
aproximadamente 34,3 mm entre apoios, próximo do obtido nos modelos anteriores. A
deformada da estrutura também se assemelha ao obtido em resultados já obtidos.
A Figura 40 apresenta a distribuição de tensões principais nos elementos de barra
que simulam as armaduras embutidas no modelo sólido. Observa-se um pico de tensão

43
4
4
no valor de 1084 MPa, que corresponde a praticamente o dobro da tensão de escoamento
do aço na realidade.

Figura 40 – Distribuição de Tensões na Armadura.

As Figura 41 e Figura 42 apresentam a distribuição de tensões no modelo sólido


ao longo da espessura, vantagem em relação aos modelos anteriores, permitindo a
visualização de tendências de arqueamento de carga em direção aos apoios e maior
concentração de cargas na região apoio, alinhada com o centro da carga aplicada.

Figura 41 – Distribuição de tensões principais na proximidade do apoio no


plano X-Y.

Figura 42 – Distribuição de tensões principais no eixo da laje no plano Z-Y.

44
4
5
A Figura 43 apresenta uma ilustração acerca da distribuição de reações de apoio
verticais ao longo do apoio mais próximo da carga principal. Da Figura 43 pode-se
observar a concentração de esforços numa direção de propagação de 45° com a horizontal,
em concordância com o ACI 318 e Eurocode 2 no que se refere à determinação de uma
seção crítica para resistência ao cisalhamento com cargas locadas próximas do apoio.

Figura 43 – Propagação de carga em direção ao apoio mais próximo

45
4
6
Capítulo 7

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo é voltado a análise comparativa dos resultados obtidos com


simulações numéricas do mesmo problema experimental com usando diferentes tipos de
elementos: (1) barras de treliça, (2) barras de viga, (3) placa/casca e (4) elementos sólidos.
Os resultados de Carga versus Deslocamento da placa foi feito através do
controle da reação de apoio no ponto de aplicação da condição de contorno em
deslocamentos referente à placa.
Os resultados da distribuição de carga ao longo do apoio mais próximo, bem
como das tensões principais na mesma e dos deslocamentos verticais ao longo do eixo
longitudinal central do elemento foram tomados a partir das regiões de controle conforme
especificados na Figura 44.

Apoio Esquerdo Eixo Longitudinal


Figura 44 – Regiões de controle dos resultados.

46
4
7
7.1 Curva Deslocamento – Força no Ponto

A Figura 45 apresenta o resultado das curvas reação vertical - deslocamento no


ponto de aplicação da condição de contorno em deslocamento, tal como ocorre na prática
experimentalmente no controle de avanço dos ensaios.
20000

18000

16000

14000
Força Atuador (kN)

12000

10000

8000

6000

4000

2000

0
0 5 10 15 20 25 30
Deslocamento (mm)

Modelo Sólido Modelo Placa Modelo Viga


Modelo Treliça Espacial Modelo Grelha

Figura 45 – Deslocamento X Carga no Atuador Mecânico

Da Figura 45 observa-se que todos os modelos apresentaram comportamento


elástico-linear, tal como esperado pelas propriedades dos materiais utilizadas. O modelo
de treliça espacial, devido ao excesso de simplificações resultou em um modelo mais
rígido, e por isso apresentou maior força necessária para o deslocamento de 25 mm.
Os modelos sólido, de viga e de placa apresentaram comportamento semelhante,
sendo observado que a melhor aproximação com o modelo sólido, mais robusto, foi obtida
com o modelo de viga linear, que demonstrou representar bem a rigidez do problema
neste aspecto. Entretanto, como será explicitado adiante, o modelo de viga limita-se a
resultados de deslocamento neste trabalho, uma vez que não permite averiguar a
distribuição de tensões e reações no apoio.

47
4
8
7.2 Deslocamentos ao Longo do Eixo Central

A Figura 46 apresenta o resultado dos deslocamentos verticais obtidos com os


diferentes modelos de simulação para o eixo longitudinal central dos modelos.

40

30

20
Deslocamento Vertical (mm)

10

-10

-20

-30

-40

-50
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Posição X (m)

Modelo Sólido Modelo Placa Modelo Viga


Modelo Treliça Concreto Modelo Grelha

Figura 46 – Deslocamentos verticais no eixo central da laje.

Da Figura 46 observa-se que boa aproximação foi obtida em todos os modelos,


sendo o modelo de treliça o que menos se aproximou dos demais. Mais uma vez destaca-
se o nível de aproximação do modelo de viga elementar, mais simples, mas que
representou bem este parâmetro no estudo com um menor esforço computacional.
Em razão disso, pode-se supor que o problema, no que se refere à deslocamentos
verticais, tende a ser bem representado bidimensionalmente, assim como também foi
explicitado no item anterior no qual obteve-se boa aproximação para a rigidez da
estrutural.
Destaca-se ainda que, devido ao grande esforço aplicado em virtude de um
recalque de 25 mm na região da placa em um modelo puramente elástico resultou
deslocamento positivo elevado no apoio que deveria ser restringido à rotação.

48
4
9
7.3 Distribuição de carga no apoio

No estudo da resistência ao cisalhamento de lajes com cargas parcialmente


distribuídas nas proximidades de apoios torna-se fundamental a análise da distribuição de
cargas ao longo do apoio. A Figura 47 apresenta o resultado deste parâmetro obtido nos
modelos sólido e de placa. Nos demais modelos os resultados deste parâmetro não foram
possíveis de obtenção ou se distanciaram muito dos modelos de referência (placa e
sólido).

500
450
400
Reação Vertical (kN)

350
300
250
200
150
100
50
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Posição Z (m)

Modelo Sólido Modelo Placa

Figura 47 – Distribuição de Reações Verticais ao longo da largura do


apoio mais próximo da carga.

Os resultados apresentados são de valores de reação por nó. Observa-se que o


modelo de placa aproximou-se dos resultados mínimos obtidos no modelo sólido. Além
disso, pode-se afirmar que o ângulo de 45º preconizado nas normas para determinação da
seção crítica no apoio segundo o ACI 318 e Eurocode 2 são válidos para o problema, uma
vez que englobam a maior concentração de esforços no apoio.
Entretanto, vale destacar que estes resultados foram obtidos para uma determinada
distância da carga em relação ao apoio, e que mais estudo são necessários com relação ao
tipo de apoio, dimensões da placa (roda do veículo) e relação distância do apoio /
espessura da placa, a serem realizados numa fase posterior da pesquisa.

49
5
0
7.4 Tensões Principais Máximas

Uma vez que o esmagamento ou fissuração que determinariam a resistência ao


cisalhamento do concreto são determinados pelas tensões máximas de compressão ou
tração no modelo, estudou-se a distribuição dessas tensões ao longo do apoio. A Figura
48 apresenta os resultados em termos de tensões principais máximas verificadas na região
do apoio mais próximo da aplicação do carregamento.

35
Tensão Princial Máxima (MPa)

30
25
20
15
10
5
0
-5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3

-10
Posição Z (m)

Modelo Sólido Modelo Placa Modelo Grelha Modelo Treliça

Figura 48 – Distribuição das tensões máximas ao longo da largura da laje


no apoio mais próximo.

Da Figura 48 observa-se que os modelos sólido, placa e grelha tendem a


representar bem o formato da distribuição de tensões próximo da região central do apoio,
distanciando-se entre si a medida que se afastam do meio da laje em direção às bordas.
Observa-se que o modelo sólido apresentou resultado intermediário entre os
modelos de grelha e de placa, sendo o modelo de treliça o que apresentou comportamento
mais destoante na análise, com inversão do comportamento em relação aos demais
modelos.
Dos resultados apresentados no modelo sólido, de placa e de grelha observa-se
que surgiram tensões de tração máximas entre 10 MPa e 30 MPa ao longo do apoio, que
superam em muito a tensão resistente à tração do concreto utilizado, que seria da ordem
de 4 MPa.

50
5
1
CONCLUSÕES

Todos os modelos estudados apresentaram boa proximidade quando comparadas


os deslocamentos verticais ao longo do eixo central. Desta forma pode-se afirmar que
quando consideradas formulações teóricas do problema todos os elementos podem ser
utilizados para representar o comportamento da estrutura dentro das limitações de cada
um. Por exemplo, alguns modelos como o de treliça e de grelha apresentam limitações de
uso quando a avaliação da propagação de cargas em direção ao apoio, mas forneceram
bons resultados acerca dos deslocamentos da estrutura e da carga necessária à aplicação
de determinado deslocamento prescrito na estrutura.
O modelo de treliça necessita de um arranjo de armaduras tal que permita simular
a propagação de cargas tridimensionalmente tal como ocorre em modelos de bielas e
tirantes tridimensionais. Desta forma torna-se tarefa complexa avaliar modelos de treliça,
mesmo que espaciais, neste tipo de problema, uma vez que a propagação de cargas nestas
estruturas não é assunto trivial.
O modelo de grelha apresenta resposta interessante em termos de deslocamentos
da estrutura, entretanto a escolha das rigidezes longitudinal e é tarefa difícil uma vez que
ainda deve-se considerar a rigidez a torção que as barras de viga devem ter para poder
simular a propagação de cargas bidimensionalmente.
Embora o modelo de placa seja próximo do sólido em termos de deslocabilidade
e reações de apoio, este não permite a avaliação da propagação de tensões ao longo da
espessura da laje, impossibilitando a visualização de eventuais efeitos de arqueamento de
cargas em direção aos apoios.
Como na fases posteriores do curso objetiva-se verificar o maior número de
detalhes acerca da distribuição de tensões na laje quando carregada, foi escolhido o
modelo de elementos sólidos com elementos de barras para as armadura na continuidade
dos estudos.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118 – Projeto


de Estruturas de Concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.
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Européen de Normalisation: 229.
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de Engenharia de Estruturas: Escola de Engenharia da UFMG.
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dos Elementos Finitos Aplicados à Engenharia de Estruturas. 2017. Disponível
em:<http://www.estruturas.ufpr.br/disciplinas/graduacao/metodo-dos-elementos-
finitos-aplicados-a-engenharia-de-estruturas/material/>. Acesso em: 28/09/2017
às 08:00

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