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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNILOGIA

Curso: Ciências Actuariais

Manuel Fernando Agostinho

ANÁLISE DOS PLANOS DE CONTINGÊNCIA USADOS NA GESTÃO DOS

RISCOS DAS CALAMIDADES (CHEIAS) NO DISTRITO DE MACHANGA

PROVINCIA DE SOFALA NO PERÍODO 2015 - 2017.

Beira, 2019

I
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNILOGIA

Curso: Ciências Actuariais

Tema

ANÁLISE DOS PLANOS DE CONTINGÊNCIA USADOS NA GESTÃO DOS

RISCOS DAS CALAMIDADES (CHEIAS) NO DISTRITO DE MACHANGA

PROVINCIA DE SOFALA NO PERÍODO 2015 - 2017.

Autor: Manuel Fernando Agostinho

Orientador: MsC Américo Datizua

Monografia submetida à Faculdade de Ciências e


Tecnologia, da Universidade Zambeze-Beira, em
cumprimento dos requisitos para a obtenção do grau de
licenciatura em Ciências Actuariais.

II
DECLARAÇÃO

Eu, Manuel Fernando Agostinho, declaro por minha honra que esta monografia é resultado do meu
próprio trabalho, e está a ser submetida para a obtenção do grau de Licenciatura em Ciências Actuariais
na Universidade Zambeze, Beira. Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou
avaliação em nenhuma outra Universidade.

Beira, ao 1 de Março de 2019

____________________________

(Manuel Fernando Agostinho)

III
DEDICATÓRIA
Aos meus pais:

Em memória ao meu irmão Joaquim Fernando Agostinho que cedo partiu sem colher os frutos das suas
plantas, o seu ensinamento ficará sempre em mim.

Ao meu pai Fernando Agostinho

A minha mãe Angelina José Semente .

Dedico.

IV
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar a Deus pela bênção, oportunidades, saúde que me proporcionou no decorrer do
curso.

Ao meu supervisor MsC. Américo Datizua pela infinita paciência e dedicação na correcção dos meus
erros e pelo encorajamento.

Ao INGC de Sofala, pelo apoio na obtenção de dados para a realização deste trabalho.

Ao meu pai Fernando Agostinho, meus irmãos Luís, Luísa, Gimo, Joaquina, Alberto, Maria,
Agostinho, Mbanguira, Graça, Helena e Cristina, aos meus sobrinhos Amélia, Nando, Paulina, Tinho,
pelo calor, carinho, amor, compreensão e confiança depositada em mim.

Aos meus primos Cuvaca, Júlia, Yuran, Semente.

A minha namorada Catarina pela paciência, amor, carinho, atenção, força, confiança, e pelas suas
sábias palavras no momento em que precisava de apoio.

A minha tia Julieta.

Aos meus amigos William, Rodolfo, Francisco.

Aos meus colegas pelo espírito de companheirismo e amizade, em particular aos colegas (Rodrigues,
Edson, Veríssimo, Ganha, Rodolfo,) pela oportunidade de conviver convosco com histórias de vida
diferente. Foram muito importantes para mim que para além de colegas e amigos, foram irmãos.

Aos docentes (MsC Américo Datizua, Dr. Armando, Dr. Dinis Simbe, Dr. Júlio Judite) e todos
docentes pelos ensinamentos no decorrer do curso.

E em geral a todos que directa ou indirectamente me apoiaram, socialmente, moralmente e


materialmente, o meu muito obrigado.

V
Resumo
Para a realização deste estudo foram usados dados históricos referentes ao número de afectados,
nos 3 postos administrativo do distrito de Machanga no período 2015 á 2017, tem como
objectivo Avaliar planos de contingência usados na gestão de riscos de calamidades naturais
(cheias) no distrito de Machanga no período 2015- 2017. Analisámos também a necessidade,
disponibilidade e o défice de equipamentos usados na busca e salvamento, assistência alimentar e
nutricional, matérias usados para a construção de estadias temporárias nas zonas de
reassentamento. Posto administrativo de chiloane possui cerca de 18.89% da população local do
distrito, 28.08% para o posto administrativo de Divinhe e o posto de administrativo de Machanga
sede cerca de 53.03%. No ano 2015 chiloane registou cerca de 17.9% de afectados, 2016
registou cerca de 26.9% 2017 registou cerca de 53.8%, Divinhe em 2015 registou cerca de
21.16% da população afectada, em 2016 cerca de 60.4%, 2017 cerca de 60.4% da população
afectada, e o posto administrativo de Machanga sede registou cerca de 73.7% da população
afectada, em 2016 cerca de 64.12% da população afectada e em 2017 registou cerca de 96% da
população.

O número de afectados por posto administrativo pode ser explicado por habitantes que os
mesmos possuem, e por exposição ao risco em que cada uma delas se encontra sendo mas
afectado o posto administrativo de Machanga sede por fazer fronteira com a bacia do save.

Palavras chaves: cheias, planos de contingência, afectados, risco, Machanga

VI
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
INGC – Instituto Nacional de Gestão das Calamidades.

PC – Plano de Contingência.

CENOE – Centro Nacional Operativo de Emergência.

CTGC – Conselho Técnico de Gestão das Calamidades.

CLGRC – Comité Local de Gestão do Risco de Calamidades.

UNAPROC – Unidade Nacional de Protecção Civil.

MDN – Ministério da Defesa Nacional.

CVM – Cruz Vermelha de Moçambique.

PDRRD – Plano Director para Redução do Risco de Desastre.

CA – Centro de Acomodação.

GACOR – Gabinete de Coordenação do Reassentamento.

SETSAN – Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional.

CNE – Conselho Nacional de Emergência.

VII
Lista de gráficos e tabelas
Lista de Gráficos

Gráfico 1- Número total de habitantes do distrito de Machanga.................................................23

Grafico 2- Conhecimento da existência do Instituto Nacional de Gestao de Calamidades por


parte da populacao local.................................................................................................................24

Grafico 3- Nivel de assistencia da INGC no distrito de Machanga segundo os inqueridos..........26

Grafico 4- Nivel atisfação da população local pelos trabalhos realizados pelo INGC.................26

Gráfico 5- No de afectados pelas cheias no distrito de Machanga 2015-2017 .............................27


Gráfico 6- Recurso material disponibilizado para apoiar vítimas das cheias no distrito de
Machanga 2015-2017.....................................................................................................................28

Gráfico 7- Equipamento de busca e salvamento necessário, disponibilizado e em défice no


distrito de Machanga no período 2015 – 2017...............................................................................30

Gráfico 8- Assistência alimentar e nutricional de Machanga no período 2015 -2017…………...32

Lista de tabelas

Tabela 1- Centros de acomodação do distrito de Machanga……………………....…………….33

VIII
INDICE

DECLARAÇÃO .................................................................................................................... III

DEDICATÓRIA................................................................................................................... IV

AGRADECIMENTO ............................................................................................................. V

Resumo ................................................................................................................................ VI

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS........................................................................... VII

Lista de gráficos e tabelas ................................................................................................... VIII

CAPITULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................................1

1.1 Justificativa........................................................................................................................6

1.2 Problematização.................................................................................................................6

1.3 Hipótese ............................................................................................................................7

1.3.1 Básica .........................................................................................................................7

1.3.2 Secundaria ...................................................................................................................7

1.4 Objectivos .........................................................................................................................7

1.4.1 Objectivo Geral ...........................................................................................................7

1.4.2 Objectivos Específicos ................................................................................................7

1.5 Delimitação da pesquisa.....................................................................................................7

1.6. Relevância da pesquisa .....................................................................................................8

1.6.1.Social ..........................................................................................................................8

1.6.2.Cientifica.....................................................................................................................8

1.7.Enquadramento da pesquisa ...............................................................................................8

1.8 Localização geográfica da área de estudo ...........................................................................8

CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................ 11

2.1. Plano de contingência ..................................................................................................... 11

2.2.Situação de emergência .................................................................................................... 11

1
2.3.Estado de calamidade pública .......................................................................................... 11

2.4.Actividades sectoriais a realizar antes, durante e depois da emergência ............................ 13

2.4.1.Medidas Pró-activas ..................................................................................................14

2.4.2 Medidas Reactivas .....................................................................................................15

2.4.3.Medidas de Normalização da Vida dos Afectados .....................................................16

2.4.4.Funcionamento do sistema de Aviso prévio ...............................................................16

2.4.5.Telecomunicações de emergência ..............................................................................17

2.4.6.Serviços e Operações Logísticas ................................................................................18

2.4.7. Comités Locais de Gestão de Risco ..........................................................................18

2.4.8. Gestão de Centros de Acomodação ...........................................................................18

2.4.9.Recuperação Inicial ...................................................................................................20

2.5. Áreas de intervenção do INGC........................................................................................ 20

2.6.A Noção de risco ............................................................................................................. 20

2.7.Risco Actual e Risco Futuro............................................................................................. 21

2.7.1. Risco Actual .............................................................................................................21

2.7.2.Risco Futuro ..............................................................................................................21

2.8. Gestão do Risco de Desastres .......................................................................................... 22

2.8.1.Análise do risco .........................................................................................................22

2.8.2.Avaliação de factores de risco: ..................................................................................23

2.8.3.Avaliação do risco .....................................................................................................23

2.9.Objectivo dos planos de contingência .............................................................................. 23

2.9.1Princípios de gestão de calamidades ...........................................................................24

2.9.2.Princípio de solidariedade ..........................................................................................24

2.9.3.Princípio de justiça ....................................................................................................24

2
2.9.4.Princípio de eficiência ...............................................................................................24

2.9.5.Princípio de racionalidade .........................................................................................24

CAPITULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................. 25

3.1. Métodos de procedimentos.............................................................................................. 25

3.1.2. Pesquisa de Campo ...................................................................................................25

3.2.Pesquisa Bibliográfica ..................................................................................................... 25

3.2.3 Técnicas de pesquisa ........................................................................................................ 26

3.2.3.1 Observação ................................................................................................................ 26

3.2.1.Observação Directa ....................................................................................................... 26

CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÀLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .... 27

4.1. Números de habitantes do distrito de Machanga .............................................................. 27

4.2.Conhecimento da existência do Instituto Nacional de Gestao de Calamidades por parte da


populacao local ......................................................................................................................... 28

4.3. Nivel de assistencia da INGC no distrito de Machanga segundo os inqueridos .................... 29

4.4. Nivel de Satisfação ......................................................................................................... 30

4.5.Pessoas afectadas pelas cheias no distrito de Machanga ................................................... 31

4.5.1.Recursos utilizados no momento das cheias ou Inundações no distrito de Machanga ..... 32

4.5.2.Operações de Busca e Salvamento ................................................................................ 34

4.5.3.Assistência Alimentar e Nutricional...........................................................................35

4.5.4.Centros de acomodação .............................................................................................37

4.6.Análise do risco ............................................................................................................... 37

4.6.1.Análise de risco sobre os perigos Hidro-meteorológicos pelo INAM e DNA .............37

4.6.2.Riscos envolvidos na gestão de calamidades Naturais (cheias) ...................................... 38

4.6.3. A Gestão do Risco de Desastres no distrito de Machanga .........................................39

4.6.4.Princípios que norteiam a gestão de calamidades .......................................................... 39

3
4.6.5.Proposta de solução .......................................................................................................... 39

CAPITULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ...................................................... 41

5.1.Conclusão ........................................................................................................................ 41

5.2.Recomendações ............................................................................................................... 42

5.2.1. Ao INGC ......................................................................................................................... 42

5.2.2.A população do Distrito de Machanga .............................................................................. 42

5.2.3.Aos futuros pesquisadores ................................................................................................ 42

CAPITULO VI: REFERÊNCIAS E ANEXOS .................................................................. 43

6.1.Referências ...................................................................................................................... 43

6.2.Anexos .................................................................................. Erro! Marcador não definido.

6.3.Apêndice ............................................................................................................................. 53

4
CAPITULO I: INTRODUÇÃO

O distrito de Machanga esta numa zona de frequente risco das inundações criando assim a
necessidade de se criar um plano de contingência anual que possa suportar os estragos que
possam decorrer das inundações sempre que chova um senário que pode se inverter com a
construção de residências em zonas seguras.

Estes riscos causados pelas calamidades naturais têm efeitos muito negativos, pois as
calamidades destroem uma nação economicamente, socialmente e demograficamente.

A incerteza do seu acontecimento leva aos gestores da área a preverem probabilissimamente os


efeitos que poderão surgir da ocorrência do mesmo.

As estatísticas disponíveis revelam a ocorrência cíclica de fenómenos naturais que, dado o nível
de exposição do país, provocam efeitos desastrosos principalmente nas populações rurais. Desde
1976 ocorreram pelo menos 45 casos de calamidades causadas por inundações, ciclones, seca,
sismos e outros segundo (INGC).
Em algum momento a procura de zonas que tenham recursos para a subsistência da população,
como é o caso de zonas agrícolas e pesqueiras faz com que a população construa as suas
habitações em zonas de riscos mesmo sabendo que no caso de cheias poderam perder as suas
residências e em alguns casos dependendo da gravidade do fenómeno correm risco de vida.

A lei no 15/2014 de 20 de Junho que aprova a Lei das Calamidades, estabelece princípios e
normas que visam fortalecer as medidas de prevenção e mitigação dos fenómenos calamitosos e
atribui ao Governo, através do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) a
responsabilidade de elaborar e ou actualizar os Planos de Contingência PC, segundo (BR).

Devido a vulnerabilidade de algumas zonas a eventos catastróficos o nível ou impacto de


ocorrência ira ditar o plano a se traçar para se evitar a ocorrência de maiores sinistros, estes
planos poderão ser traçado para minimizar os riscos.

Algumas residências foram construídas em zonas de risco, zonas que estão próximas ao rio Save
rio este que separa o distrito de Machanga do distrito de Mambone dificultando assim as acções
de prevenção do instituto nacional de gestão de calamidades no caso de ocorrência de cheias
porque esta população esta próxima a uma área extremamente perigosa na época chuvosa.

5
1.1 Justificativa
O País é classificado como ocupando o décimo lugar em termos de países mais
vulneráveis ao risco de desastres. Nos últimos 30 anos, pelo menos 14% da população foi
afectada por uma seca, uma cheia ou uma tempestade tropical e mais de metade dos eventos que
resultaram em desastre (53%) desde 1970 ocorreram nas últimas duas décadas.
A vulnerabilidade face aos desastres resulta da sua localização na foz de nove rios internacionais,
a existência de zonas áridas e semiáridas; a longa extensão do território nacional localizado na
zona de convergência intertropical sujeita a perdas e ganhos excessivos de humidade, a extensa
zona costeira que sofre a influência de ciclones tropicais e a existência de zonas sísmicas activas.
Visto que em algumas regiões do distrito de Machanga, as zonas habitacionais estão próximos ao
rio Save uma zona de extremo risco de inundações na época chuvosa, criando assim uma grande
problemática para a população nesta época.

Na actualidade as calamidades naturais têm atingido níveis alarmantes, no entanto há uma grande
necessidade de se criar modelos ou planos que possam se adequar a recentes problemáticas.
Segundo INGC as regiões próximas aos rios estão expostas aos riscos de inundações nas épocas
chuvosas. obrigando com que exista uma logistica suficeinte para assistir a população afectada ,
dai surge um grande interesse em fazer a pesquisa com seguinte tema:

" Análise dos Planos de contingência usados na gestão dos riscos das calamidades (cheias) no
distrito de Machanga província de Sofala no período 2015-2017 .

1.2 Problematização
Devido a dinâmica actual em que a sociedade se encontra exposta a vários fenómenos
naturais e maléficos a esta mesma sociedade, como é o caso do distrito de Machanga aumenta a
possibilidade de existência de vários e novos riscos ligados a desastres naturais. Por um outro
lado os planos de contingência vem nos aliviar fornecendo directrizes para lidarmos com estas
situações após estes eventuais terem acontecidos. Avendo uma necessidade de conhecer escalas
que as calamidades atingem seria muito útil para a resolução de vários problemas ligados aos
riscos das calamidades.com aumento da população, a procura de locais para erguer a habitação
no distrito de Machanga e cada vez mas frequente.

6
A construção dessas residências por um outro lado e motivado por estar perto das zonas
pesqueiras e zonas em que pratica-se a agricultura e a criação de animas tornando estas zonas
mas atraente para a população daquele distrito sem analisar o factor risco que os mesmos corem
estando a residir nestes locais segundo (INGC).

Com tudo isto apresentado levanta-se a seguinte questão:

" Quais seriam os planos de contingência que possibiltariam a melhor assistência aos
afectados pelas calamidades naturais (cheias) no distrito de Machanga no período 2015-
2017?"

1.3 Hipótese

1.3.1 Básica
 Se o nível de recursos necessários for igual aos disponibilizados para cobrir o distrito de
Machanga o INGC melhoraria o nível de assistência aos afectados.
1.3.2 Secundaria
 Se o nível de recursos necessários não for igual aos disponibilizados para cobrir o
distrito de Machanga o INGC não melhoraria o nível de assistência aos afectados.
1.4 Objectivos

1.4.1 Objectivo Geral


 Avaliar planos de contingência usados na gestão de riscos de calamidades naturais
(cheias) no distrito de Machanga no período 2015- 2017.
1.4.2 Objectivos Específicos
 Analisar o número de habitantes e dos afectados pelas calamidades naturais (cheias) em
cada posto administrativo do distrito de Machanga.
 Apresentar actividades sectoriais a realizar antes, durante e depois da emergência.
 Mencionar os riscos existentes na gestão de calamidades naturais (cheias).
 Identificar princípios que norteiam a gestão de calamidades.
 Criar uma proposta de Solução.
1.5 Delimitação da pesquisa
O estudo tem como seu horizonte espacial o distrito de Machanga.

7
1.6. Relevância da pesquisa

1.6.1.Social
A elaboração desta pesquisa é com base na realidade em que a sociedade se encontra vulnerável
refente as calamidades naturais, sendo feito uma análise dos planos de contingência poderá-se
em algum momento traçar novas estratégias que possibilitem o melhoramento, e aumentar a
capacidade de assistência se for necessário. Fazendo com que a sociedade possa voltar a sua vida
normal após os desastres minimizando o sofrimento da população.

1.6.2.Cientifica
Partindo do pressuposto que a criação de uma analise dos planos de contingência poderá em
algum momento catapultar as futuras pesquisas tendo já um modelo de base de dados que poderá
subsidiar a pesquisa seja do instituto nacional de gestão de calamidades, assim, como de todos
aqueles que pretende fazer um estudo neste ramo.

1.7.Enquadramento da pesquisa
O tema em causa enquadra-se na cadeira de Matemática Actuarial-1 e 2 leccionado na
universidade Zambeze, faculdade de ciências e tecnologia do curso de ciências actuariais.

1.8 Localização geográfica da área de estudo


O distrito de Machanga está situado a Sul da província de Sofala, tendo como limites, a
Sul o rio Búzi que o separa da província de Inhambane, a Este o Oceano Índico, a Norte os
distritos de Chibabava e Búzi a Oeste o distrito de Machaze na província de Manica. A superfície
do distrito1 é de 5.732 km2 e a sua população está estimada em 59 mil habitantes à data de
1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 10,3 hab/km2, prevê-se que o distrito
em 2020 venha a atingir os 70 mil habitantes. A estrutura etária do distrito reflecte uma relação
de dependência económica de 1:1, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 10 pessoas em
idade activa. Com uma população jovem (47%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de
masculinidade de 86% (por cada 100 pessoas do sexo feminino existem 86 do masculino) e tem
uma matriz marcadamente rural.

Clima, Hidrografia, Relevo e Solos

8
O clima do distrito de Machanga, segundo a classificação climática de Köppen (Ferro e Bouman,
1987), é do tipo tropical chuvoso de savana (Aw). O distrito no seu todo, também pode ser
influenciado por um clima seco de estepe com inverno seco (BSw) e de clima temperado húmido
(Cw). A precipitação média anual é da ordem dos 870 a 880 mm segundo (Kassam, 1981),
valores médios obtidos durante 29 anos. Em geral, a distribuição das chuvas ao longo do ano,
pode ser irregular e desigual devido às influências climáticas que ocorrem no mesmo distrito.
A evapotranspiração média anual é superior à precipitação média anual, rondando cerca de 1400
a 1500 mm.
O período de crescimento é do tipo normal com período seco, tendo o seu início na segunda
quinzena do mês de Novembro e o seu final no início do mês de Abril. O período húmido, onde a
precipitação é maior que a evapotranspiração, tem a duração de 75 dias e ocorre durante os
meses de Dezembro a Fevereiro.
A temperatura média anual é de 23,4ºC, com temperaturas mais altas nos meses de Dezembro a
Fevereiro. As mínimas ocorrem durante a época fresca nos meses de Junho e Julho.
A geomorfologia geral do distrito é constituída por sedimentos de “Mananga” com camada
superficial de areia inferior a 20 cm de profundidade e por coluviões do mesmo material e de
aluviões Holocénico. Os solos de Mananga são, geralmente, depósitos antigos e sódicos duros de
Pleistoceno.
O distrito é constituído pelas seguintes unidades fisiografias: unidade composta por calcários e
sedimentos do Terciário, e de materiais mais recentes de origem eólica, fluvial e marinha do
Quaternário.
Estes materiais constituem a base originária dos solos que se desenvolvem nesta região da bacia
hidrográfica do rio Save. Como consequência desta origem, alguns destes solos são salinos, o
que resulta nalguns casos, em limitações quanto a aptidão para o regadio, particularmente nos
terraços mais baixos da Planície Aluvial.
Em geral, a maior parte do distrito é ocupada por solos de Mananga, com cobertura arenosa
variável com texturas franco-argilo-arenosa; castanho amarelado; camada arenosa superficial
moderadamente espessa a pouco espessa.
Trata-se de extensas planícies e localmente, de fundo dos vales na zona de cobertura arenosa,
drenagem moderada a imperfeita, com muita variação no contexto de acidez e salinidade.

9
10
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Plano de contingência


Contingência- Denomina-se de contingência a uma situação de incerteza, quanto a um
determinado evento, fenómeno ou acidente, que pode se concretizar ou não, durante um período
de tempo determinado Coimbra segundo (2005).

O plano de contingência é considerado por diversos autores como um planeamento de resposta


a uma situação de crise, sendo fundamental para mitigar os efeitos negativos e conseguir retornar
ao cenário anterior à crise Segundo Jones e Keynes (2008).

2.2.Situação de emergência
O que é situação de emergência em caso de desastres?
É o reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal provocada por desastres,
causando danos suportáveis e superáveis pela comunidade afectada (CALHEIROS, 2005).

2.3.Estado de calamidade pública


O que é um estado de calamidade pública em caso de desastres?
É o reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal provocada por desastres,
causando sérios danos à comunidade afectada, inclusive à incolumidade e à vida de seus
integrantes (CALHEIROS, 2005).

Desastre - Resultado de eventos adversos, naturais ou provocado pelo homem, sobre um


ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais e ambientais e consequentes
prejuízos económicos e sociais (CALHEIROS, 2005).

11
Segundo o glossário do boletim da república:
Assistência humanitária – ajuda prestada as populações afectadas pelas calamidades.

Calamidades – sinistros causados por um fenómeno natural, tecnológico, biológico, geológico


ou derivado da acção humana, em proporções susceptíveis de criar risco de vida, danos humanos
e materiais, como a ruptura de infrastruturas económicas e sociais de uma comunidade.

Catástrofe – calamidade que, pela sua duração e impacto extraordinários, provoca maiores
perturbações na vida das pessoas, no tecido económico e social do país e graves danos ao meio
ambiente.

Emergência – estado resultante da ocorrência súbita de uma calamidade que afecta pessoas e
bens e exige medidas urgentes e excepcionais para estabelecer a normalidade.

Mitigação – medidas que visam impedir ou reduzir o impacto das calamidades.

Mudanças climáticas – variação de longo termo das condições meteorológicas media, causadas
pela natureza ou pela actividade humana.

Prevenção – medidas multissectoriais que visam proteger pessoas, bens materiais e a


normalidade da vida sócio económica, em geral antes da ocorrência das calamidades.

Planos previsionais – estratégias que, pela sua natureza, são elaboradas para repor perdas
esperadas numa área específica, em caso de ocorrência de uma determinada calamidade.

Prontidão – estudo de preparação para mitigar as calamidades.

Risco – probabilidade de consequências prejudiciais ou perdas resultantes de interacções entre


fenómenos de origem natural ou causados pelo homem e as condições de vulnerabilidade, que
pode ser alto, médio ou baixo.

12
Socorro – auxilio imediato prestado perante situações de emergência.

Vulnerabilidade – caracterizada pela situação geográfica ou posição social de uma comunidade


aos riscos de ocorrência das calamidades.

Segundo Jones e Keyes (2008), um plano de gestão da emergência é um guia detalhado e


exclusivo para situações de crise, porém ele não substitui a lógica da tomada de decisão ou do
senso comum. No entanto, os autores defendem que se um plano é bem estruturado e revisado
periodicamente, é possível aumentar consideravelmente a capacidade da organização para
responder à maioria das situações de emergência.
Existem alguns componentes comuns nos planos de gestão emergencial:

 Os planos devem incluir uma política no processo de desenvolvimento e cada membro da


organização deve conhecer os objectivos e suas responsabilidades para que o plano
funcione.
 Deve-se estabelecer uma organização de tarefas, onde cada membro envolvido deve ser
incluído no plano e suas responsabilidades devem ser detalhadas.
 O plano de contingência deve explicar os procedimentos de distribuição da informação, é
preciso definir um método de comunicação entre os envolvidos no plano, quais as
informações serão entregues, onde e como serão entregues.
2.4.Actividades sectoriais a realizar antes, durante e depois da emergência
Antes de debruçar a cerca das actividades sectoriais a realizar antes, durante e depois da
emergência a que referir que estas actividades são identificadas pelo INGC a nível central e as
delegações províncias implementam até há base que são os distritos neste caso para essas
medidas o distrito de Machanga conta com apoio da delegação provincial e em algumas vezes
devido a magnitude de vulnerabilidade em que o distrito encontra-se a INGC sede intervém.

As principais acções a realizar devido aos diversos tipos de fenómenos extremos atrás descritos
estão subdivididas em acções preventivas (antes da ocorrência do evento), reactivas (durante) e
de reposição da vida normal das populações eventualmente afectadas (depois). As medidas
preventivas tanto do Governo como da população são determinantes para a redução do impacto

13
das calamidades. A maior parte dessas medidas devem ser levadas a cabo independentemente da
certeza da ocorrência dos fenómenos previstos. A implementação das medidas reactivas depende
Grandemente da ocorrência da ameaça, do local e da população afectada bem como do nível da
sua vulnerabilidade. As medidas de reabilitação dependerão da magnitude das calamidades e
poderão requerer planos específicos.
A listagem das actividades a realizar antes, durante e depois da ocorrência de calamidades,
Decisão (INGC 2012) que identifica quatro fases de intervenção:
 1.prevenção/mitigação
 2.Prontidão
 3.resposta e
 4.recuperação.
A sua implementação pode ser de nível central (Planificação, monitoria, supervisão e assistência
técnica), Provincial (monitoria e apoio técnico aos distritos) e distrital ou comunitário
(implementação das operações).

2.4.1.Medidas Pró-activas

 Realização de simulações de ocorrência de situação de emergência envolvendo os


principais actores;
 Reactivação dos grupos de trabalho sectoriais, incluindo os parceiros da equipa
humanitária, definidos no contexto da operacionalização do CENOE.
 Organização e destaque de equipas de apoio aos Governos Provinciais e distritais em
acções de preparação de prontidão;
 Provisão da logística física e administrativa aos intervenientes na emergência;
 Activação do sistema de aviso prévio de ciclones tropicais e inundações;
 Reajustamento e distribuição dos formulários uniformizados para a recolha de dados em
caso de ocorrência de calamidades, incluindo capacitação dos técnicos da assistência
humanitária para o uso do mesmo;
 Actualização e manutenção de bases de dados sobre ocorrências;

14
 Identificação e divulgação das rotas de evacuação bem como locais que possam servir de
abrigo temporário (vide detalhes na sessão referente a gestão de centros de acomodação);
 Verificação do nível de preparação de escolas, hospitais, centros de saúde e outros
serviços sensíveis e essenciais (fornecedores de energia, comunicações, transportes,
etc.).

2.4.2 Medidas Reactivas


As medidas reactivas serão determinadas em função da ocorrência de um fenómeno
susceptível de causar uma calamidade e o seu provável local de incidência (INGC). Como
princípio, e de acordo com as regras de funcionamento do CENOE, estas medidas obedecerão
aos níveis de alerta que forem activados de acordo com a magnitude do fenómeno. As medidas
reactivas incluem, entre outras, as seguintes actividades:
 Activação do nível de alerta conforme a gravidade da calamidade;
 Operações de busca e socorro;
 Avaliação das necessidades imediatas de assistência humanitária, incluindo a
desagregação dos dados por sexo e idade;
 Coordenação das acções de acomodação das populações vítimas das calamidades em
lugares seguros;
 Registo e controlo do número da população afectada e do tipo de resposta prestada, num
banco de dados;
 Garantia do suprimento das necessidades básicas da população afectada, nomeadamente
alimentação, água potável, assistência médica e tratamento dos casos de desnutrição;
 Realização de acções de educação pública e mobilização social junto das vítimas, para a
sua participação nas actividades de manutenção e higiene dos Centros de Trânsito,
nomeadamente, construção de latrinas, limpezas, abertura de vias de acesso e realização
de actividades culturais e recreativas;
 Garantia de actividades produtivas, culturais, sociais e desportivas dos afectados e
acomodados temporariamente;
 Preparação e implementação de apelos nacionais ou internacionais para mobilização de
recursos, caso necessário;

15
 Elaboração do plano de recuperação rápida, reassentamento e reconstrução ainda no
âmbito da emergência;
 Identificação de espaços para criação de infra-estruturas de emergência para o
atendimento aos doentes sempre que necessário;
 Divulgação permanente das informações para o consumo público.

2.4.3.Medidas de Normalização da Vida dos Afectados


Terminada a fase crítica de emergência há uma série de actividades a serem levadas a cabo
para a rápida normalização da vida das pessoas afectadas e da economia:
 Reavaliação de danos e discussão com a população afectada sobre as necessidades e o
plano de reassentamento em caso de necessidade;
 Elaboração dos planos e programas de reabilitação e reconstrução de infra-estruturas;
 Alocação de recursos necessários e/ou sua mobilização para o início do processo de
reconstrução pós-calamidade;
 Monitoria e coordenação dos programas integrados de reconstrução ao nível local;
 Incentivo à organização do cadastro, como forma de garantir o uso seguro de terra pelas
comunidades reassentadas;
 Identificação, desenho e implementação de projectos de geração de rendimento para a
reintegração e reinserção socioeconómica dos grupos vulneráveis afectados pelas
calamidades.

2.4.4.Funcionamento do sistema de Aviso prévio


A existência de um sistema integrado de aviso prévio que facilite a prestação atempada e
eficaz de informações, hidro-meteorógicas e de segurança alimentar através de instituições
identificadas ao nível nacional e que permite que indivíduos e comunidades expostos ao perigo
tomem medidas para evitar, reduzir o risco ou prepara-se para uma resposta eficaz constitui um
elemento central do sistema nacional de gestão de calamidades. Progressos têm sido registados
nesta área, mas trabalho ainda há por se devolver com vista :
1. A uma rápida acção e reacção aos avisos prévios enunciados por instituições competentes,

16
2. Tornar as informações do aviso prévio menos técnicas e adaptadas a realizadas das
comunidades em risco,
3. Torna-los mais precisos em termos de prever potenciais riscos e a probabilidade de
ocorrência,
4.Proporcionar informação relevante e de confiança para gerir e mitigar o impacto de um
desastre ao nível do individual, familiar, comunitário e sociedade em geral.
O sistema integrado em destaque deve esforçar-se para contemplar os seguintes aspectos:

 Monitoria e previsão da localização e intensidade do desastre


Compete CENOE/INGC apresentar a análise de informações de riscos que deve ser
discutida durante as reuniões do CTGC com todos os sectores. Esta fase visa gerar e activar o
alerta para acção tendo em consideração o âmbito espacial do evento extremo e o perfil
demográfico da população visada.

 Comunicar os alertas às autoridades e autoridades locais visadas


Esta fase inclui a tradução do alerta de carácter técnico para uma linguagem mais simples
e orientada para a acção. Os alertas são disseminados pelo CENOE/INGC em colaboração com
estruturas locais (governo provincial e distrital) que, por sua vez, compartilham com os rádios
comunitárias (ICS e FORCOM entre outras) e CLGR para uma divulgação mais ampla para a
acção ou reacção comunitária adequada ou proporcional ao evento.
Em Machanga o sistema de aviso prévio para cheias está instalado estações de monitorias ao
longo da bacia do Save nomeadamente: estação de monitoria de Massangena localizada no
Distrito de Massangena província de Gaza, estação de Monitoria de Injofane localiza na
localidade de Injofane Distrito de Govuro província de Inhambane.

2.4.5.Telecomunicações de emergência
O sector de telecomunicações de emergência assegura o estabelecimento de serviços de
comunicação de Voz via Rádio e transmissão de dados. Este serviço tem como finalidade
providenciar um meio de comunicação de emergência seguro e confiável que inclui:
 Instalação de uma rede de Rádio de comunicação em todos os locais operacionais
(COEs/CENOEs móveis);
17
 Instalação de uma infra-estrutura de Rádio de comunicação capaz de operar 24 horas em
todos os locais operacionais, incluída identificação, treinamento e gestão dos operadores
dos rádios;
 Gestão e alocação de frequências de chamada.

2.4.6.Serviços e Operações Logísticas


O sector de logística liderada pelo INGC integra o grupo de logística da HCT, as Organizações
da Sociedade Civil e o sector privado – o caso do Aeroclube de Moçambique, entre outros. Um
dos principais pressupostos para a intervenção deste grupo é a existência de fundos para
activação e estabelecimento de centros de abastecimento logístico comuns onde for necessário,
para assegurar a entrega atempada de mantimentos às zonas afectadas.
Para além do acima exposto, e visando assegurar uma resposta atempada e eficiente as situações
de emergência, este sector providencia a todos os actores humanitários um apoio logístico tais
como, serviços de armazenamento ao longo de todo o País, gestão de stocks, transporte e
monitoria aéreos, marítimo e terrestre, dependendo das situações.

2.4.7. Comités Locais de Gestão de Risco


Os Comités Locais de Gestão do Risco de Calamidades (CLGRC) funcionam ao nível
das Comunidades e são compostos e liderados pelos membros das comunidades. Eles têm como
tarefa principal observar e fazer cumprir todas as orientações adjacentes à gestão do risco de
calamidades junto as comunidades. Os CLGRC servem de elo de ligação entre as comunidades e
as autoridades institucionalizadas que intervêm na gestão do risco de calamidades.
O Distrito não tem funcionário do INGC só tem um ponto Focal do INGC que coordena as
acções de gestão de risco de calamidades junto do conselho Técnico de Gestão de risco de
calamidades e dos comités locais de gestão de risco de calamidades.

2.4.8. Gestão de Centros de Acomodação


A ocorrência de eventos extremos pode rapidamente culminar com a movimentação da
população, perda de propriedade, habitação e surgimento de necessidade de protecção e
assistência. Para as populações deslocadas, o Centro de Acomodação (CA) pode ser um local

18
onde elas podem receber assistência médica, alimentação, abrigo e protecção. Apesar do CA não
proporcionar uma solução duradoira ou definitiva, a sua boa gestão proporciona um refúgio
temporário onde serviços e assistências vitais e que salvam vidas podem ser oferecidos (vide
abaixo a relação de possíveis abrigos temporários).
O CA não pode ser visto como algo que se deve promover ou manter a todo o custo. O seu
Estabelecimento deve ser visto como opção de ultimo recurso ou ultima alternativa viável
para garantir a protecção, abrigo, segurança e bem-estar das pessoas deslocadas.
Uma vez tomada a decisão de se estabelecer um CA, devem ser observados os seguintes
princípios:
1.coordenação e parceria,
2.liderança,
3.participação,
4.auscultação activa.
Estes princípios são corporizados pelas seguintes medidas:
 Identificação atempada do local apropriado para o estabelecimento do CA;
 Garantia do registo e acesso a documentos de identificação para a população;
 Estabelecer o sistema de gestão do centro incluindo uma liderança claramente definida
(Termos de referência) assegurando a mobilização e participação activa da população
afectada;
 Assegurar a manutenção das infra-estruturas do CA bem como a recolha e partilha de
informação sobre a evolução do Centro;
 Monitorar a provisão de serviços pelos actores humanitários com base nos padrões
internacionalmente aceites;
 Coordenar a provisão de serviços integrados no CA visando prevenir situações de
violência baseada no género (VBG) e propagação de doenças transmissíveis incluindo o
HIV&SIDA;
 Identificar lacunas e prover serviços de protecção e assistência evitando a duplicação de
esforços;
 Resolver as disputas resultantes da ocupação dos espaços e garantir a ordem e segurança;
O material para abrigo poderá ser disponibilizado há famílias que recorram aos Centros de
Acomodação ou que sejam dirigidas aos Bairros de Reassentamento.

19
2.4.9.Recuperação Inicial
As intervenções de recuperação inicial ou normalização da vida das populações afectadas
serão Coordenadas pelo Gabinete de Coordenação do Reassentamento (GACOR) em
colaboração com o Grupo de Recuperação Inicial da HCT. O maior enfoque das intervenções
nesta área encerra aspectos não cobertos pelos restantes sectores, particularmente a reintegração,
uso e aproveitamento da terra, criação e diversificação dos meios de subsistência, infra-estruturas
e aspectos de governação. Estas acções visam entre outros objectivos catalisar as acções de
redução de vulnerabilidade e do risco de calamidades e, por isso, uma monitoria contínua ou
levantamento da situação nas primeiras 72 horas da ocorrência do evento é fundamental para
definir o tipo de meios necessário para intervenção. Contudo, em caso de calamidades com
magnitude e impactos significativos e que requeiram recursos avultados para intervenção,
pondera-se a condução de uma Avaliação de Necessidade pós calamidades (ANPS) para
determinar custos estimados dos danos, as necessidades e intervenções de recuperação necessária
e respectiva mobilização de recursos.

2.5. Áreas de intervenção do INGC


A intervenção do INGC cobrirá as seguintes acções: coordenação e liderança de todo o
sistema de gestão de calamidades, fluxo de informação da base ao nível central e vice-versa
(incluindo a divulgação dos avisos e alertas atempados ao nível das comunidades), pré-
posicionamento de meios e equipamentos, acções de busca e salvamento e assistência
humanitária nas primeiras 72 horas Contudo, importa salientar que o stock de bens materiais
indicados pela Equipe Humanitária é exíguo e requer um reforço urgente, pelo que, terá que
recorrer a sua importação. A activação dos dispositivos que assegurem a isenção de tais bens por
parte do Governo é crucial, pois, permitirá que haja uma resposta atempada, oportuna e
proporcional ao evento. Assim, apesar de se considerar a transversalidade destas acções, os
materiais e equipamentos necessários e disponíveis para intervenções de emergência foram
globalizados neste sector.

2.6.A Noção de risco


Segundo Pinho et al. (2011), estamos perante uma situação de risco quando existe a
probabilidade de uma determinada situação ter um resultado que não é o desejado. Partindo deste

20
conceito, para avaliar o nível de risco associado a um determinado acontecimento, precisamos de
determinar o seu grau de indesejabilidade, assim como a probabilidade da sua ocorrência.

2.7.Risco Actual e Risco Futuro


Os factores de risco (ameaças, vulnerabilidades e capacidades) são dinâmicos, mudam
frequentemente, são interdependentes e a sua coincidência espacial e temporal determina a
existência do risco no território. Este risco pode ser actual ou consolidado ou pode ser futuro ou
em processo de criação.

2.7.1. Risco Actual


É o risco já criado, ou seja, o risco presente quando existem elementos socioeconómicos
expostos e vulneráveis a ameaças. Este é o tipo de risco em que se pode intervir rapidamente,
dado que o mesmo já foi percebido ou avaliado pela sociedade e pelas instituições. O
conhecimento subjectivo ou objectivo das ameaças e das vulnerabilidades permite a construção
de cenários sobre o Risco Actual, segundo (PDRRD).

2.7.2.Risco Futuro
Diz respeito a antecipação do risco, ou seja a compreensão antecipada da provável concretização
de um risco ainda não existente. Isto é evidente nos processos de planificação de investimentos a
todos os níveis, nos quais é possível identificar e avaliar o risco que vai ser criado com a
implementação do investimento, segundo (PDRRD).
Este risco pode ser expresso de várias formas:
1. Em zonas onde se verifica degradação ambiental e social, mas para as quais ainda não se
conhece o potencial de afectação por fenómenos físicos. Neste caso o risco pode ser criado pela
acção da degradação ambiental;

2. Em zonas onde ainda não existem elementos socioeconómicos expostos, mas onde há
presença de fenómenos naturais que podem constituir uma ameaça;

3. Em zonas onde ainda não existem elementos socioeconómicos expostos e não se conhece a
existência de fenómenos físicos perigosos.

21
Esta diferenciação entre risco actual e futuro é importante considerando que para cada um deles
pode ser desenvolvida uma acção de transformação ou adaptação. Este processo em geral é
conhecido por Gestão do Risco de Desastres.

2.8. Gestão do Risco de Desastres


É um processo permanente de análise, planeamento, tomada de decisões e implementação de
acções destinadas a identificar, prevenir e reduzir as possibilidades de um fenómeno
potencialmente destrutivo causar danos ou perturbações graves na vida das pessoas, nos meios de
subsistência e nos ecossistemas dos territórios, assim como responder adequadamente em caso
de impacto e recuperar os meios de vida, serviços e sistemas após a ocorrência de um desastre
segundo (PDRRD).

Considerando a existência do risco actual, do risco futuro e a presença evidente de situações de


desastre, é fundamental compreender os processos e as componentes desta gestão.

O risco futuro pode ser abordado a partir de acções de gestão prospectiva. Esta modalidade de
gestão inclui as práticas centradas em garantir que o risco futuro não se crie nem se consolide em
determinado território. É prospectiva porque actua sobre situações que ainda não se
materializaram e que podem ser tratadas no contexto dos processos de planificação.

O risco actual deve ser gerido a partir de acções de gestão correctiva. Esta modalidade inclui as
práticas de intervenção para a redução do risco já existente.
A iminência de situações de desastre requer acções de previsão, preparação e prontidão para
garantir um nível adequado de resposta. Face a estas situações devem desenvolver-se acções de
gestão reactiva.

2.8.1.Análise do risco
Processo de uso de informação susceptível de identificar factores de risco e de estimar a
probabilidade de ocorrência de um efeito adverso para a saúde e segurança (Sousa Uva et al,
2004).

22
2.8.2.Avaliação de factores de risco:
Refere-se à quantificação dos factores de risco (Sousa Uva et al, 2004).

2.8.3.Avaliação do risco
É utilizado para determinar as prioridades de gestão do risco, através da comparação do nível de
risco com referências pré-determinadas, objectivos fixados ou qualquer outro critério (Sousa Uva
et al, 2004).
Para Bovy (2008) todo megaevento apresenta uma estrutura padrão com as áreas de gestão e suas
respectivas funções. Uma delas é referente à comissão de monitoramento, a qual é responsável
por todo o monitoramento do megaevento, pela gestão dos riscos e contingências, pela troca de
informações e conhecimentos por meio dos treinamentos.
O monitoramento dos megaeventos tem como objectivo reduzir os possíveis riscos que podem
ocorrer durante o evento. Quando surgem grandes problemas, os planos de contingência e os
esquemas alternativos devem ser encontrados sobre liderança do centro de monitoramento
(Bovy, 2008).

2.9.Objectivo dos planos de contingência


O objectivo de um plano de contingência é o de possibilitar que preparação e resposta
sejam eficazes, protegendo a população e reduzindo danos e prejuízos., registando o
planeamento elaborado a partir da percepção do risco de determinado tipo de desastres e
estabelece os procedimentos e responsabilidades registar o planeamento elaborado a partir da
percepção e análise de um ou mais cenários de risco de desastres e estabelece os procedimentos
para acções de monitoramento (acompanhamento das ameaças), alerta, alarme, fuga, socorro,
assistência às vítimas e restabelecimento segundo (INGC).

23
2.9.1Princípios de gestão de calamidades
Segundo o boletim da república na lei 15/2014 no artigo no 4 Constituem princípios de
gestão das calamidades os seguintes:

2.9.2.Princípio de solidariedade
O princípio da solidariedade caracteriza a motivação individual e colectiva de apoiar as pessoas
afectadas pelas calamidades;

2.9.3.Princípio de justiça
O princípio de Justiça compreende a universalidade e a equidade:

A universalidade significa que a gestão das calamidades beneficia a todos os cidadãos


afectados, sem discriminação de cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento, religião,
grau de instrução, posição social, estado civil, profissão ou opção política;

A equidade significa que a gestão de calamidades beneficia de modo igual a todos os cidadãos
afectados, tendo em conta as prioridades ditadas pela especial condição de vulnerabilidade de
determinadas pessoas ou grupos de pessoas.

2.9.4.Princípio de eficiência
A eficiência significa que a gestão das calamidades é feita de acordo com as políticas, planos e
estratégias de prevenção e mitigação das calamidades, visando impedir ou reduzir o impacto na
vida das pessoas;

2.9.5.Princípio de racionalidade
A racionalidade significa que a gestão das calamidades deve ser feita de modo a que os recursos
disponíveis beneficiem a todos os afectados.
A gestão das calamidades deve ser feita tendo em conta a solidariedade, a participação das
pessoas afectadas, das associações cívicas e organizações não-governamentais, bem como a
cooperação internacional.

24
CAPITULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA

Segundo BARROS, Lehfeld (2000), metodologia é um conjunto de procedimentos a serem


utilizados na obtenção do conhecimento. Aplicação do método através de processos e técnicas
que garante a legitimidade do saber obtido. "Não procura soluções, mas escolhe as maneiras de
encontrá-las […]".a metodologia pode ser classificada em :

a) Metodologia de Abordagem: qualitativa, quantitativa


b) Metodologia de procedimentos: consulta bibliográfica, observação directa.
3.1. Métodos de procedimentos

3.1.2. Pesquisa de Campo


Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objectivo de conseguir informações e/ou
conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese,
que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações entre eles.
Consiste na observação de fatos e fenómenos tal como ocorrem espontaneamente, na colecta de
dados a eles referentes e no Registro de variáveis que se presume relevantes, para analisá-los. A
pesquisa de campo propriamente dita "não deve ser confundida com a simples colecta de dados
(este último corresponde à segunda fase de qualquer pesquisa); é algo mais que isso, pois exige
contar com controlos adequados e com objectivos preestabelecidos que descriminam
suficientemente o que deve ser colectado" (Trujillo,1982:229).
Iremos colectar os dados no distrito de Machanga nas zonas afectadas para obtermos
informações acerca, construções nas zonas baixas.

3.2.Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública
em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros,
pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio,
gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão.
Sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito ou
filmado sobre determinado assunto, inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido
transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas. Iremos observar livros da INGC
que falam a cerca dos planos de contingência.

25
Para este método a colecta de dados será baseado em consultas bibliográfica e outros materiais
físicos existente para poder subsidiar o estudo em causa.
3.2.3 Técnicas de pesquisa
De acordo com MARCONI E LAKATOS (2003) Técnica é um conjunto de preceitos ou
processos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou nonnas,
a parte prática. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos.

3.2.3.1 Observação
Utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em
ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenómenos que se deseja estudar. Pode ser:
Sistemática, Assistemática; Participante, Não-participante; Individual, em Equipe; naVida Real
(Markoni 2003).
3.2.1.Observação Directa
Segundo SEVERINO (2003:36) a observação directa é aquele em que o pesquisador procura
observar no terreno para melhor compreender as causas do fenómeno ou problema de estudo,
abstendo-se de anotações e possíveis conclusões. Para este método bibliográfico o estudo será
feito no campo para maior percepção das causas que lidam com planos de contingência na gestão
de calamidades.
Para esta técnica iremos fazer uma observação nas zonas mas afectadas do distrito de Machanga
para ver quais são factores que influenciam as cheias nestas zonas.

3.2.2.Inquérito
Para AMARAL (2001:133) o inquérito é uma técnica baseada num conjunto de perguntas
previamente preparadas dirigidas para o grupo pesquisado. Esta técnica servirá para colher
informações da população do distrito de Machanga para avaliar o nível de satisfação da mesma a
cerca das assistências efectuadas pelo INGC no momento da ocorrência e depois da ocorrência
das cheias.

26
CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÀLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. Números de habitantes do distrito de Machanga


Antes de apresentar o número dos afectados pelas cheias no período 2015 a 2017 o distrito de
Machanga de acordo com o censo 2007 possui cerca de 59 mil habitantes que estão distribuídos
em seguintes números de acordo com os postos administrativos:
 Posto Administrativo de Chiloane – 11147 habitantes o que representa cerca de 18.89%
da população total do distrito de Machanga.
 Posto Administrativo de Divinhe – 16538 habitantes o que representa cerca de 28.08%
da população total do distrito de Machanga.
 Posto Administrativo de Machanga Sede – 31188 habitantes o que representa cerca de
53.03% sendo assim o posto administrativo mas populoso do distrito.

Número total de habitantes do distrito de Machanga


70000

60000
número de habitantes por posto

50000
adiministrativo

40000

30000

20000

10000

0
Divinhe Chiloane Machanga Sede total
Numero de habitantes 11147 16538 31188 59000

Fonte: Autoria própria.

27
4.2.Conhecimento da existência do Instituto Nacional de Gestao de Calamidades por parte
da populacao local
Para melhor compreender o problema estudado foi feito um inquerito a populacao residente no
distrito de Machanga,cujo resultados são apresentados a seguir.
Foram inqueridos 250 pessoas na primeira questao, onde 60 pessoas disseram que já ouviram
falar do INGC o que corresponde cerca de 24%, 190 disseram que ainda não ouviram falar o
que corresponde cerca de 76% dos entrevistados.

Na segunda (2) questao: 50 pessoas disseram que conhecem na INGC no distrito de Machanga o
que corresponde cerca de 20% dos inqueridos e 200 pessoas diseram não conhecem o que
corresponde cerca de 800 das pessoas inqueridas.

Quando perguntamos a cerca do papel que o INGC tem 40 pessoas disseram que conhecem o
papel que a instituicao possui a nivel do distrito o que corresponde cerca de 16% e 210 pessoas
disseram que não conhecem o papel do INGC o que corresponde cerca de 84% dos inqueridos.

250
210
200
200 190

150

100
60
50
50 40

0
Sim Não

1 - alguma vez já ouvio falar da INGC?


2 - Conheces onde é que se localiza a INGC no distrito de Machanga?
3 - sabes qual e o papel do INGC ?

Fonte: Autoria própria

28
4.3. Nivel de assistencia da INGC no distrito de Machanga segundo os inqueridos
Nesta questão a nossa maior preocupação foi perceber o nível de assistência que a população
atribui para INGC, para esta questão também foram 250 pessoas a respondê-la no inquérito e nos
possibilitou a seguintes dados por conhecer:

Primeira questão- nas 250 pessoas inqueridas na primeira questão onde procuramos saber se no
momento das Cheias o INGC fornece alimentos suficientes para o distrito de Machanga, 30
inqueridos responderam sim o que corresponde cerca de 12%, 60 pessoas responderam não o que
corresponde a cerca de 24 % e 155 pessoas o que corresponde a cerca de 64% disseram que não
sabem.

Segunda questão – nas 250 pessoas inqueridas na segunda questão onde perguntamos se a
INGC, tem recursos humanos e matérias suficientes para socorro da população no momento das
cheias 19 inqueridos responderam sim o que corresponde cerca de 7.6%, 81 responderam não o
que corresponde cerca de 32.4%, e 150 inqueridos disseram que não sabem o que corresponde
cerca de 60% dos inqueridos.

Terceira questão- nas 250 pessoas inqueridas quando perguntamos se no momento das cheias
são evacuados para areas seguras a tempo 100 inqueridos responderam sim o que corresponde a
cerca de 40%, 150 inqueridos responderam não o que corresponde a cerca de 60 % e nesta
questao nenhum inquerido disse que nao.

29
180

150
155 150
160
140
120

100
100
81
80
60
60
40 30
19
20

0
0
Sim Não Nao sabe
1 -No momento das Cheias a INGC fornece alimentos suficientes para o teu distrito ?

2 - A nivel do teu distrito a INGC tem recursos humanos e materiais suficientes para a ajudar a
populacão no momento das cheias?
3 - No momento das cheias são evacuados para areas seguras a tempo ?

Fonte: Autoria própria


4.4. Nivel de Satisfação
A cerca da questão que retrata do nível de satisfação da população do distrito de Machanga
foram 250 inqueridos nestes 195 inqueridos disseram que não estão satisfeitos com os trabalhos
realizados pelo INGC o que corresponde cerca de 78%, 55 inqueridos disseram que estão
satisfeitos com o trabalho realizado pelo INGC.

Nivel atisfação da população local pelos trabalhos realizados pelo


INGC

Sim
22%

Não
78%

Fonte : Autoria Própria

30
4.5.Pessoas afectadas pelas cheias no distrito de Machanga
. O número de pessoas afectadas pelas cheias no distrito de Machanga por posto
administrativo é explicada pela densidade populacional que cada posto administrativo possui e
pelas vulnerabilidades a eventos calamitosos em que elas se encontram.

NÚMERO DE AFECTADOS PELAS CHEIAS NO DISTRITO DE


MACHANGA 2015-2017
50000
número de habitantes afectados por posto

45000
40000
35000
30000
25000
adiministrativo

20000
15000
10000
5000
0
Chiloane Divinhe Machanga Sede total
2015 2000 3500 23000 28500
2016 3000 10000 20000 33000
2017 6000 10000 30000 46000

Fonte: Autoria própria


 O posto administrativo de Chiloane registou em 2015cerca de 2000 afectados o que
representa cerca de 17.9% da população daquele posto administrativo, em 2016 o posto
administrativo de Chiloane registou cerca de 3000 afectados o que representa cerca de
26.9% de afectados e em 2017 este posto administrativo registou cerca de 6000 afectados
o que representa 53.8% da população afectada.
 O posto administrativo de Divinhe registou em 2015 cerca de 3500 afectados o que
representa cerca de 21.16% da população afectada, em 2016 Divinhe registou cerca de
10000 afectados o que representa cerca de 60.4% da população afectada e em 2017
Divinhe registou novamente cerca de 10000 afectados representando assim cerca de
60.4% da população afectada.
 O posto administrativo de Machanga sede registou cerca de 23000 afectados o que
representa cerca de 73.7% da população afectada, em 2016 o posto administrativo de
Machanga sede registou cerca de 20000 afectados o que representa cerca de 64.12% da

31
população afectada e em 2017 registou cerca de 30000 afectados o que corresponde
cerca de 96% da população.
Sendo o posto administrativo de Machanga sede o mais afectado pelas cheias no distrito de
Machanga devido a sua localização geográfica o ano 2017 foi o ano que registou o maior número
de afectados seguidos do ano 2016,as cheias nestes 3 anos afectaram com grande intensidade o
posto administrativo de Machanga sede e Divinhe.

Fonte: Google, 2019


4.5.1.Recursos utilizados no momento das cheias ou Inundações no distrito de Machanga
quantidade de materias disponibilizado

MATERIAIS DISPONIBILIZADOS NO DISTRITO DE MACHANGA


NO PERIODO 2015-2017
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Rolos
Botas Quites Rolos de
Barrote Colcoe
Chapas Baldes Plastica de Plastic Arame Mantas Tendas total
s s
s abrigo os queima
do
Quant. 2015 500 120 30 19 13 13 10 7 26 6 744
Quant. 2016 650 100 60 25 14 17 12 7 50 4 939
Quant. 2017 450 70 50 18 17 19 9 11 40 7 691

Fonte: Autoria própria

32
Os recursos materiais que foram usados durante o ano 2015, 2016 e 2017 para dar assistência aos
afectados no distrito de Machanga, em 2015 foram encaminhados 500 chapas, em 2016 foram
650 chapas criando uma subida de cerca de 23% em relação a 2015, em 2017 foram 450 chapas
registando uma descida em cerca de 30.7%, em 2015 foram 120 barrotes disponíveis, 2016
foram 100 barrotes disponíveis criando um decréscimo de 16.6%,2017 foram 70 barrotes criando
um decréscimo de cerca de 30 % em relação ao ano anterior, foram disponibilizados 30 baldes
em 2015, 60 baldes em 2016 registando uma subida de 100% em relação ao ano anterior, e em
2017 foram disponibilizados 50 baldes registando um decréscimo de cerca de 16.6%, em 2015
foram disponibilizados 19 colchoes,2016 25 colchões registando um acréscimo em c 24%, em
2017 disponibilizaram 18 colchões criando um decréscimo em cerca de 25% em relação ao ano
anterior, botas plásticas disponibilizadas em 2015 foram 13,em 2016foram 14 registando uma
subida de cerca de 7%,em 2017 foram 17 registando uma subida em cerca de 21%, quites de
abrigo disponível em 2015 foram 13, 2016 foram17 quites registando um acréscimo em cerca de
30%, em 2017 foram 19 registando um acréscimo em cerca de 15% em relação ao ano anterior,
rolos plásticos disponibilizados em 2015 foram 10,em 2016 foram 12 rolos registando um
acréscimo de duas unidades o que corresponde a cerca de 20% e em 2017 foram 9 rolos o que
representa o decréscimo na ordem dos 30% em relação ao ano anterior, rolos de arrame
queimado foram disponibilizados cerca de 7 em 2015, 7 em 2016 e 11 em 2017 registando uma
subida de 4 unidades o que corresponde cerca de 36.3 unidades, mantas disponibilizados em
2015 foram 26, 2016 foram disponibilizadas 50 registando um acréscimo em cerca de 92.3% e
em 2017 foram disponibilizados 40 mantas criando um decréscimo de 10 unidades em relação ao
ano anterior o que corresponde 20%, em 2015 foram disponibilizados cerca de 6 tendas, em 2016
foram disponibilizados 4 criando um decréscimo de 33% e em 2017 7 mantas criando um
acréscimo de cerca de 75%.

Os recursos são disponibilizados de acordo com a necessidade em que o local encontra por isso
um dos factores chaves que explica a oscilação de recursos disponíveis em cada ano no gráfico 2.
É a questão de números de afectados registados em cada ano e recursos disponíveis também em
cada ano para poder suportar as questões de logística após as cheias.

33
O Distrito de Machanga para assuntos de emergência conta com 24 comités locais de gestão de
risco de calamidades e a nível do Governo esta institucionalizado um (01) conselho Técnico de
gestão de calamidades.
Com estas estruturas criadas se pretende fazer face respostas as emergências no Distrito de
Machanga (garantir mecanismo de prevenção e mitigação).
4.5.2.Operações de Busca e Salvamento
Sob a coordenação da Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC), que integra o INGC,
Ministério da Defesa Nacional (MDN), Ministério do Interior (MINT) e Cruz Vermelha de
Moçambique (CVM), as operações de busca e salvamento serão realizadas em caso de
emergência para salvaguardar a vida das populações afectadas ou em risco.
quantidade necessario,disponivel e defice

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NAS OPERACOES DE BUSCA E


SALVAMENTO NO DISTRITO DE MACHANGA NO PERIODO 2015-
2017
180
160
140
por unidade

120
100
80
60
40
20
0
Necessa Disponiv Deficil Necessa Disponiv Deficil Necessa Disponiv Deficil
rio 2015 el 2015 2015 rio 2016 el 2016 2016 rio 2017 el 2017 2017
Barcos 5 2 3 4 2 2 6 2 4
Motor de Barco 5 2 3 4 2 2 6 2 4
Remos 20 10 10 16 8 8 17 15 2
Colete Salva Vidas 40 23 17 27 13 14 29 22 7
Boias Salva Vidas 8 5 3 8 4 4 12 10 2
Botas de Borracha 29 18 11 24 10 14 32 28 4
Capas de chuva 30 19 11 20 8 12 28 22 6
Lanternas 16 12 4 16 8 8 17 15 2
total 153 91 60 119 55 64 147 116 31

Fonte: Autoria própria

Ano 2015 – existia uma necessidade de 153 equipamentos de busca e salvamento diverso, foram
disponibilizados 91 itens que corresponde cerca de 59.4%,o défice foi de 60 itens o que
corresponde cerca de 40.6%.

34
Ano 2016 – existia uma necessidade de 119 equipamentos, foram disponibilizados 55 o que
corresponde a cerca de 46.3% e o défice foi de 64 equipamentos o que corresponde cerca de
53.7%.
Ano 2017 – existia uma necessidade de 147 equipamentos, foram disponibilizados 116 o que
corresponde cerca de 78.9% e o défice foi de 31 equipamentos o que corresponde cerca de
21.1%.

O ano 2017 em termos de equipamentos disponibilizados em relação aos necessários registou


maior percentagem (78.9%), seguido de 2015 com (59.4%), e por ultimo 2016 com cerca de
(46.3%). Podemos assumir que em termos de disponibilidade de recursos foi positivo porque foi
o ano que registou maior população afectado pelas cheias em relação aos outros.
Nos sectores do Governo. Cada um dos grupos de trabalho é pluridisciplinar e ao mesmo tempo
pode coordenar com vários sectores do Governo em alguns casos usando os mesmos meios
disponíveis. Pelo que, o facto dos recursos declarados por um dos grupos estarem alinhados num
sector, tão pouco retira o carácter multissectorial da operacionalização do Plano de Contingência
coordenado pelo INGC.

No distrito de Machanga foi possível notar a presença da sociedade civil que ajuda ao INGC nas
acções necessárias, o INGC no distrito de Machanga conta também com ajuda da cruz vermelha
nas acções de busca e salvamento, fornecimento de pessoal técnico para assistir os afectados e
quando necessário a CVM fornece barco para poder ajudar a transportar as pessoas afectadas
para zonas seguras.

4.5.3.Assistência Alimentar e Nutricional


A assistência alimentar para as pessoas que forem identificadas na avaliação do SETSAN
e garantir a assistência nas primeiras 72h, em caso de ocorrência de calamidades. Para os grupos
mais vulneráveis como as crianças de 6-59 meses, e as mulheres grávidas e lactantes, é
necessário suplementar a sua ração familiar com um suplemento como o BP-5 ou a mistura de
soja e milho (CSB).

35
ASSISTENCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DO DISTRITO DE
MACHANGA NO PERIODO 2015-2017
70
60
50
40
30
20
10
0
Necessar Disponiv Deficil Necessar Disponiv Deficil Necessar Disponiv Deficil
io 2015 el 2015 2015 io 2016 el 2016 2016 io 2017 el 2017 2017
Cereais (ton) 26 10 16 28 12 16 30 11 19
Feijão (ton) 5 2 3 6 4 2 6 2 4
Óleo (ton) 2 1,5 0,5 3 2 1 5 3 2
Açucar (ton) 3 2 1 5 1 14 6 4 2
Sal (ton) 1 1 0 2 1 1 6 5 1
Ração de reserva (ton) 8 6 2 10 2 8 8 3 5
BP5 (ton) 1 1 0 2 1 1 3 1 2
total (ton) 46 23,5 22,5 56 21 43 64 29 35

Fonte: Autoria própria


Ano 2015 - o distrito de Machanga tinha uma necessidade estimada em cerca de 46 toneladas de
diversos alimentos que constam no gráfico acima, deste foram disponibilizados cerca de 23.5
toneladas o que corresponde cerca de 51% tendo um défice de 22.5 toneladas o que corresponde
a cerca de 49%.

Ano 2016 - o distrito de Machanga tinha uma necessidade estimada em cerca de 56 toneladas de
diversos alimentos, deste foram disponibilizados cerca de 21 toneladas o que corresponde cerca
de 37.5%, tendo um défice de 43 toneladas o que corresponde a cerca de 62.5%.

Ano 2017 – o distrito de Machanga tinha uma necessidade de 64 toneladas, destes foram
disponibilizados 29 toneladas o que corresponde cerca de 45.3%, registando um défice de 35
toneladas o que corresponde cerca de 54.7%.

Portanto assume-se que o ano 2015 foi o ano que houve maior necessidade em relação aos outros
anos e foi o ano em que foram disponibilizados maiores quantidades de produtos alimentares as

36
vitimas das cheias e por sua vez não foi o ano que registou maiores vítimas das cheias
demonstrando assim uma distribuição de produtos alimentares. Isto em algum momento pode ser
explicado pela disponibilidade de recursos por cada ano.

4.5.4.Centros de acomodação
No distrito de Machanga existem os seguintes Centros de acomodação
NO Centros de acomodação temporário
1 Missão católica
2 EPC de Mupine

3 Direcção Distrital de educação


4 EPC Mapangara.

N0 Centros de acomodação definitivo

1 Beiapeia-I
2 Beiapeia-II.

4.6.Análise do risco
Por outro lado, o acentuado nível de exposição do distrito de Machanga ao perigo de
inundações está relacionado com os seguintes aspectos:
 Topografia irregular do distrito;
 Existência de bairros construídos nas zonas baixas e próximas a bacia do Save;
 Inexistência ou deficiente Funcionamento de sistemas de escoamento das águas pluviais e
residuais Na vila sede;
 O despejo desenfreado dos resíduos sólidos nas valas de drenagens e as irregularidades
na limpeza e manutenção das mesmas na vila sede.

4.6.1.Análise de risco sobre os perigos Hidro-meteorológicos pelo INAM e DNA


Esta deve ter em vista a inclusão de uma variedade de fenómenos que possam constituir uma
ameaça à vida das famílias em risco, suas propriedades e o meio ambiente. Aqui inclui-se

37
também a análise de risco de epidemias como malária e cólera pelo sector da saúde (MISAU) e
respectiva ligação com os factores ambientais e a análise da situação de segurança alimentar.

4.6.2.Riscos envolvidos na gestão de calamidades Naturais (cheias)


O Risco Actual é o risco já criado, ou seja, o risco presente quando existem elementos
socioeconómicos expostos e vulneráveis a ameaças. Este é o tipo de risco em que se pode
intervir rapidamente, dado que o mesmo já foi percebido ou avaliado pela sociedade e pelas
instituições. O conhecimento subjectivo ou objectivo das ameaças e das vulnerabilidades permite
a construção de cenários sobre o Risco Actual (PDRRD).

O Risco Futuro diz respeito a antecipação do risco, ou seja a compreensão antecipada da


provável concretização de um risco ainda não existente.
O posto administrativo Machanga sede devido a sua vulnerabilidade e a sinistralidade que este
evento proporciona implica a criação de um cenário que possa estar adequado com a actualidade
e a realidade em que aquela população esta exposta. Na gestão de calamidades os riscos É claro
que a construção de residências em zonas baixas e próximas a bacia de Save no Distrito de
Machanga já existia uma grande evidência de que no caso da ocorrência das inundações possam
ser devastadoras por estarem numa zona de risco, por outra a população esta a se expor numa
situação de risco que poderá vir a criar danos futuramente neste caso na ocorrência de
inundações.

38
4.6.3. A Gestão do Risco de Desastres no distrito de Machanga
A Gestão do Risco de Desastres é um processo permanente de análise, planeamento, tomada de
decisões e implementação de acções destinadas a identificar, prevenir e reduzir as possibilidades de um
fenómeno potencialmente destrutivo causar danos ou perturbações graves na vida das pessoas, nos
meios de subsistência e nos ecossistemas dos territórios, assim como responder adequadamente em
caso de impacto e recuperar os meios de vida, serviços e sistemas após a ocorrência de um desastre
segundo (PDRRD).
No distrito de Machanga a gestão prospectiva, reactiva, correctiva dos riscos de inundações é elaborado
pela delegação provincial de Sofala nos aspectos de análise, planeamento, tomada de decisões e
implementação de acções destinadas a identificar, prevenir e reduzir, porque a nível distrital não
existem recursos humanos a disposição ou qualificados para exercer estas actividades.

4.6.4.Princípios que norteiam a gestão de calamidades


Os princípios que norteiam a gestão de calamidades segundo a lei 15/2014 de 20 de Julho no artigo no 4
são: princípio de solidariedade, princípio de justiça que envolve a universalidade e equidade, princípio
de racionalidade e princípio de eficiência.
Os gestores das calamidades neste distrito respeitam estes princípios de modo a cobrir a todos os
indivíduos afectados, dando assistência a todos os cidadãos afectados pelas calamidades.
Os cidadãos daquele distrito que não foram afectados pelas inundações ou por outra estão em zonas
seguras tem- se solidarizado com os seus próximos acolhendo os diminuindo assim o nível de
dependência por parte do instituto nacional de gestão de calamidades.
4.6.5.Proposta de solução
A proposta para a resolução do problema é a conscientização dos órgãos De gestão de calamidades
da necessidade de se ter uma delegação distrital do INGC actuante no distrito de Machanga, em
seguintes aspectos:
 Na existência de uma estrutura permanente para evitar improvisações na anormalidade, Um
sector somente para responder pelas acções de prevenção, preparação, resposta e reconstrução
dos desastres;
 Montar um plano de trabalho bem estruturado para os 3 primeiros meses e preparar o programa
e calendário para o treinamento de pessoal, incluindo os voluntários;
 Capacitar os membros para as mais diversas tarefas, e identificar as qualidades de cada um e
utilizá-las da melhor forma possível;

39
 Revisar e estudar os riscos de cada posto administrativo, revisão de recursos: humanos e
materiais, assistências diversas, grupos de busca e salvamento, abrigos provisórios e
acampamentos temporários existentes nos postos administrativos;
 Incentivar os membros da delegação distrital a buscar por novas possibilidades de auxílio a
população e soluções para problemas recorrentes aos desastres que assolam o distrito;
 Buscar junto aos órgãos competente os benefícios que possam melhorar a condição de vida aos
residentes, montando projectos para retirada de casas em situação de risco, limpeza e
preservação de rios e nascentes, elaborar junto aos órgãos da prefeitura um crescimento
ordenado do município em harmonia com a biodiversidade existente no local.

40
CAPITULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5.1.Conclusão
Após a realização da pesquisa notou-se claramente que a actualização dos planos de contingência é
feito de acordo com a necessidade que a instituição que o gere possui, a actualização é realizada
mediante os dados dos acontecimentos passados.

O distrito de Machanga é afectado em grandes proporções pelas cheias atingindo assim um número
significativo da população residente neste distrito sendo a vila sede do distrito o mais afectado pelas
cheias, seguido do posto administrativo de Divinhe.

O posto administrativo de Machanga sede registou um número significativo de afectados nos 3 anos de
estudo em algum momento por ser o mais povoado dos três existentes naquele distrito e pela sua
localização geográfica que se encontra aos redores da bacia do Save.

No distrito de Machanga quando estamos a nos aproximar da época chuvosa onde é que regista-se as
inundações elas são antecipadas pela Realização de simulações de ocorrência de situação de
emergência envolvendo os principais actores do governo, sociedade civil, parceiros e a população local
com o intuito de aprenderem a se portar no caso de acontecer este mal que é previsto.

No caso de ocorrência do eventual a alocação de bens, alimentar, material de reconstrução serão


alocados num período de 72h.

No geral em termos de alocação de bens e produtos de consumo para o distrito de Machanga é


significativo em relação ao défice em todos os anos estudado.

Em relação a exposição do risco das calamidades (cheias),o Posto administrativo de Machanga sede
tem um risco actual tendo em conta que esta exposta a um risco actual no caso de ocorrência de
inundações por possuir residências nas proximidades da bacia do save.

41
5.2.Recomendações
5.2.1. Ao INGC
 Recomenda-se que após o anúncio de eventuais calamidades as autoridades competentes
possam dar inicio a evacuação da população nas zonas de risco para poder minimizar o número
de afectados;
 Os recursos a serem disponibilizados para o apoio as pessoas afectadas que estão nos locais de
reassentamento e nas zonas afectadas devem ser significativos de modo a responder as
necessidades básicas da população;
 A contratação de pessoas especializadas na gestão de riscos como actuários e outros para poder
avaliar impactos causados pelas cheias e poder desenhar um modelo de gestão capaz de
melhorar as ocasiões futuras;
 A criação de um departamento distrital que possa gerir duma maneira autónoma os
equipamentos de busca e salvamento;
 Construir um sistema de drenagem das águas que possibilite o escoamento das águas em
momentos de inundações;
 Aquisição de meios circulantes terrestres e marítimos suficientes que pertencam exclusivamente
ao distrito para poder facilitar no monitoramento a nível das zonas que frequentemente são
afectadas pelas cheias;
 Aumentar o recurso humano ao nível do distrito;
5.2.2.A população do Distrito de Machanga
 Recomendamos que a população local compareçam nas campanhas de ensaio de como se portar
no momento das cheias fornecidas pelo instituto nacional de gestão de calamidades para se
inteirarem mas do que eles fazem e da finalidade do mesmo.
 A população deve obedecer os avisos prévios que a INGC tem dado antes da ocorrência das
cheias para estarem nas zonas seguras.
5.2.3.Aos futuros pesquisadores
 Que busquem avaliar os planos de contingência de modo a se adequar com o distrito de
Machanga em questões necessidades.

42
CAPITULO VI: REFERÊNCIAS E ANEXOS

6.1.Referências
 Elaboração de Plano de Contingência Apostila do aluno 1ª Edição Brasília – DF 2017
 ASTRO, António. Luiz Coimbra Ministério da integração nacional Secretaria de defesa civil
Manual de planeamento Em defesa civil Volume ii.
 MARCONI e LAKATOS Fundamentos de Metodologia Científica 5 Edição São Paulo Editora
Atlas S.A.
 GOODE, William J., HATI, Paul K. Métodos em pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Nacional,
1968. Capítulo 21.
 Plano de contingência para a época chuvosa e de ciclones 2016-2017 (INGC).
 SOUSA, J., Riscos dos agentes biológicos: manual de prevenção. Lisboa – 2ª Edição, IDICT,
Lisboa, 2001.
 LEI n.º 15/2014 de 20 de Julho que Estabelece o regime jurídico da gestão das calamidades,
compreendendo a prevenção, mitigação dos efeitos destruidores das calamidades,
desenvolvimento de acções de socorro e assistência, bem como as acções de reconstrução e
recuperação das áreas afectadas.
 Plano Director para a Redução do Risco de Desastres em Moçambique para o período 2017-
2030.
 Plano de contingência 2015/2016 do Instituto nacional de gestão de calamidade.

43
6.2 .Anexos
Assembleia da República:
Lei n.º 15/2014:
Estabelece o regime jurídico da gestão das calamidades, compreendendo a prevenção, mitigação dos
efeitos destruidores das calamidades, desenvolvimento de acções de socorro e assistência, bem como as
acções de reconstrução e recuperação das áreas afectadas.

Sexta-feira, 20 de Junho de 2014 I SÉRIE — Número 50


ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Lei n.º 15/2014
De 20 de Junho
Sendo Moçambique um país vulnerável às calamidades, tais como cheias, secas, ciclones e outros
desastres da acção do homem, torna-se necessário estabelecer princípios e meca-os seus impactos na
economia e nas comunidades. Assim, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 179 da Constituição, a
Assembleia da República determina:

CAPÍTULO I
Disposições gerais
ARTIGO 1
(Objecto)
1. A presente Lei estabelece o regime jurídico da gestão das calamidades, compreendendo a
prevenção, mitigação dos efeitos destruidores das calamidades, desenvolvimento de acções de socorro
e assistência, bem como as acções de reconstrução e recuperação das áreas afectadas.
2. O objectivo referido no número anterior é prosseguido através de actividades multissectoriais
e pluridisciplinares, envolvendo as estruturas da sociedade e os cidadãos individualmente, casos de
calamidades já consumados, mas também prevenir a sua ocorrência ou os seus efeitos no futuro,
mediante uma postura proactiva.
3. A execução das acções de gestão de calamidades deve ser efectuada de forma
descentralizada, observando-se as competências dos órgãos de administração pública das circunscrições
territoriais abrangidas, sem prejuízo do princípio de ajuda mútua órgãos centrais do Estado.

44
4. A gestão de calamidades é desenvolvida em todo o território nacional, podendo ser
desenvolvida fora do território nacional no quadro de compromissos internacionais e em cooperação
com outros países ou com organizações internacionais.

ARTIGO 2
(Âmbito de aplicação)
A presente Lei aplica-se aos órgãos e instituições da administração pública e aos cidadãos e outras
pessoas colectivas públicas ou privadas, que no desempenho das suas funções concorrem para
prevenção e mitigação das calamidades.

ARTIGO 3
(Gestão das Calamidades)
A gestão das calamidades compreende as políticas, os planos e estratégias de prevenção e mitigação,
visando impedir ou reduzir o impacto das calamidades na vida das populações ou comunidades.

ARTIGO 4
(Princípios)
Constituem princípios de gestão das calamidades:
a) O princípio da solidariedade caracteriza a motivação individual e colectiva de apoiar as pessoas
afectadas pelas calamidades;

b) O princípio de Justiça compreende a universalidade e a equidade:


I. A universalidade significa que a gestão das calamidades beneficia a todos os cidadãos afectados, sem
discriminação de cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento, religião, grau de instrução,
posição social, estado civil, profissão ou opção política;
ii. A equidade significa que a gestão de calamidades beneficia de modo igual a todos os cidadãos
afectados, tendo em conta as prioridades ditadas pela especial condição de vulnerabilidade de
determinadas pessoas ou grupos de pessoas.
iii. A eficiência significa que a gestão das calamidades é feita de acordo com as políticas, planos e
estratégias de prevenção e mitigação das calamidades, visando impedir ou reduzir o impacto na vida
das pessoas;

45
iv. A racionalidade significa que a gestão das calamidades deve ser feita de modo a que os recursos
disponíveis beneficiem a todos os afectados.
A gestão das calamidades deve ser feita tendo em conta a solidariedade, a participação das pessoas
afectadas, das associações cívicas e organizações não-governamentais, bem como a cooperação
internacional.

ARTIGO 5
(Cooperação de outras organizações)
1. As organizações públicas e privadas, nacionais ou estrangeiras, cujo objecto concorra para a
gestão das calamidades têm o dever especial de, no caso de iminência ou da ocorrência de calamidade,
cooperar, sujeitando-se às instruções do órgão do Estado responsável pela gestão de calamidades.
2. Sempre que se prevejam ou ocorram calamidades, tanto as populações como as diversas
entidades públicas ou privadas cujo objecto concorra para a gestão de calamidades, desencadeiam por
sua iniciativa as medidas apropriadas, de acordo com os planos e programas estabelecidos.
3. Quando, nas situações referidas no número anterior, a entidade responsável pela gestão de
calamidades àquele nível deve solicitar apoio e, se necessário, intervenção da entidade de escalão
imediatamente superior.

CAPÍTULO II
Medidas de prevenção e mitigação
ARTIGO 6
(Prevenção)
1. A prevenção toma como base a história das calamidades ocorridas, a análise dos respectivos
impactos, os estudos de causar calamidades no nosso país e no mundo.
2.prevenção de fenómenos hidro meteorológicos que possam causar calamidades.
3. Compete ao Governo regular, também, o controlo dos abalos sísmicos e as previsões de
mudanças de tempo, tendo em vista a emissão de avisos e alertas às comunidades locais.

ARTIGO 7
(Medidas de carácter preventivo)

46
1. O Conselho de Ministros aprova a legislação relativa a edificação e outros empreendimentos
que os torne mais resistentes ao impacto das calamidades, nomeadamente cheias, ciclones, incêndios e
outros.
2. Compete aos governos provinciais e ao representante em vigor da presente Lei, as zonas de
risco de calamidades nas respectivas áreas de jurisdição, onde é interdita a construção de habitações,
mercados e outras infra-estruturas, excepto mediante aplicação de tecnologias de construção adequadas.
3. O órgão de coordenação de gestão de calamidades promove cursos de formação em matéria
de gestão de calamidades para as entidades públicas, privadas e outras, sobretudo a nível local.

ARTIGO 8
(Mitigação)
1. A mitigação toma como base a história das calamidades país e no mundo.
2. A mitigação constitui um conjunto de medidas que visam impedir ou reduzir o impacto das
calamidades, em particular as causadas pelas secas, cheias ou ciclones.
3. Compete ao Governo promover a produção de culturas resistentes à seca.
ARTIGO 9
(Prontidão)
As estruturas de gestão das calamidades devem manter-se sempre prontas para acções de emergência.

ARTIGO 10
(Prontidão operacional)
1. A prontidão operacional é o estado de preparação de condições de resposta imediata às
calamidades, nomeadamente o plano operativo, formação, educação cívica, simulação, reservas

2. Os órgãos e instituições da administração pública e outras pessoas colectivas públicas ou


privadas tomam medidas preventivas com vista a atender as necessidades decorrentes de calamidades.
3. As medidas referidas no número anterior devem ter carácter permanente, nomeadamente:
a) Criação de capacidade de organização;
c) Formação de pessoal especializado para atendimento de situações de calamidade;
d) Participação em exercícios de simulação;
e) Constituição e criação de reservas tecnológicas, materiais e financeiras, específicas para atender a
situações de calamidades;

47
f) Selecção atempada de alternativas de reassentamento, tendo em conta a vontade e cultura das
populações;
g) Manutenção em estado operacional do equipamento afectado à emergência;
h) Realização de acções correctivas de modo a se preparar melhor para gestão de situações futuras;
i) Resposta pronta aos comandos do órgão executivo de gestão de calamidades;
j) Representação nas reuniões do órgão operativo de emergência por dirigentes autorizados e
abalizados;
k) Preparação de planos previsionais para o restabelecimento pós calamidades e melhoria da situação
anterior, nomeadamente projectos de criação de emprego para pessoas afectadas e vulneráveis, maior
capacidade para enfrentar calamidades futuras, o reforço das infra-estruturas visando o
desenvolvimento da comunidade e a redução da sua vulnerabilidade;
l) Preparação antecipada de contratos-modelo para a aquisição de bens e serviços de urgência, nos
termos do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e
Prestação de Serviços ao Estado e a negociar previamente com potenciais fornecedores de bens e
serviços em período de emergência.

ARTIGO 11
(Prontidão estratégica)
1. A prontidão estratégica é o estado de preparação sistemática do país para prevenir potenciais
efeitos das alterações climáticas e reduzir a sua vulnerabilidade às calamidades.
2. A prontidão estratégica compreende a identificação de potenciais alterações climáticas,
legislação, educação.

ARTIGO 12
(Planos de contingência)
O Governo aprova anualmente planos de contingências, tomando como base as previsões climáticas.

ARTIGO 13
(Planos de gestão de calamidades)

48
Sem prejuízos de outros que se mostrarem necessários, integram o plano nacional de gestão de
calamidades, planos de previsão de riscos de ocorrência de:
a) Cheias;
b) Inundações;
c) Seca;
d) Ciclones;
e) Incêndios;
f) Queimadas;
g) Epidemias;
h) Erosão;
i) Aluimentos de terras;
j) Derrames de hidrocarbonetos.

ARTIGO 14
(Demarcação das zonas de risco)
O Governo garante a demarcação das zonas de risco susceptíveis de serem afectadas por calamidades,
bem como as medidas de prevenção e de mitigação dos respectivos efeitos, tomando em conta a
vulnerabilidade, meios de sobrevivência, padrões básicos de segurança alimentar e acordos de
assistência humanitária.

ARTIGO 15
(Sistema de aviso prévio)
1. O sistema de aviso prévio é coordenado a nível central pela instituição de coordenação de
gestão das calamidades e integra as diferentes instituições responsáveis pela previsão e monitoria de
fenómenos susceptíveis de causar calamidades.
2. O aviso prévio pode ser local ou nacional, conforme a área territorial abrangida pelo risco de
ocorrência da calamidade.

CAPÍTULO III
Sistema de alerta
ARTIGO 16
(Sistema de alerta)

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1. O sistema de alerta compreende, designadamente alerta amarelo, laranja e vermelho:
a) O alerta amarelo é activado quando há previsão de ocorrência de um fenómeno susceptível de causar
danos humanos ou materiais;
b) O alerta laranja é activado quando há eminência de ocorrência de um fenómeno capaz de causar
danos humanos e materiais;
c) O alerta vermelho é activado quando os danos humanos e materiais estão a ocorrer em proporções
tais que poderão transformar-se em calamidade.
2. Compete ao Governo activar os alertas e regular o comportamento exigível às pessoas, aos
órgãos e às instituições públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiros que concorrem para a gestão
das calamidades.

ARTIGO 17
(Emergência)
As calamidades podem produzir emergência local ou nacional:
a) A emergência é local quando atinge unidades territoriais, nomeadamente de povoação, localidade,
posto administrativo, distrito ou província;
b) A emergência é nacional quando atinge, ao mesmo tempo, mais de uma província.

CAPÍTULO IV
Sistema de gestão de calamidades
ARTIGO 19
(Gestão das calamidades)
1. Da política, estratégias, programas e planos de emergência e de contingências, bem como das
respectivas estruturas.
2. A gestão das calamidades é organizada e coordenada pelo Governo.

ARTIGO 20
(Participação dos Serviços de Defesa Civil)
1. Os Serviços de Defesa Civil participam na execução dos planos de emergência,
nomeadamente nas operações de busca e salvamento de pessoas e bens sitiadas, bem como em acções
humanitárias.

50
2. Em caso de eminência ou ocorrência de acidente grave ou calamidade, os governadores
provinciais e os administradores distritais determinam medidas preventivas ou de socorro, mobilizando
e instruindo os Serviços de Defesa Civil públicos ou privados, em particular militares e paramilitares.

ARTIGO 21
(Informação)
1. Os órgãos de comunicação social, públicos ou privados, devem providenciar informação
adequada sobre a gestão das calamidades.
2. Declarado um alerta, os órgãos de comunicação social difundem, a nível nacional, ou local,
os comunicados sobre a gestão das calamidades.

ARTIGO 22
(Ajuda internacional de emergência)
A ajuda internacional de emergência é regulada pelo Governo e compreende a autorização de entrada
de pessoas e bens com vista à ajuda humanitária das populações afectadas.
ARTIGO 23
(Fundo de gestão de calamidades)
1. Compete ao Conselho de Ministros a constituição de um fundo de gestão de calamidades,
permanente e descentralizado, para suportar os encargos dos diversos órgãos e organismos que
intervêm na gestão de calamidades.
2. São fontes do fundo de gestão de calamidades:
a) As dotações do Orçamento do Estado;
b) Doações;
c) Outras.

ARTIGO 24
(Seguros contra calamidades)
1. O Governo promove acções visando a consolidação da cultura de seguros contra
calamidades.
2. Consideram-se nulas as cláusulas apostas em contratos de seguro visando excluir a
responsabilidade das seguradoras por efeito de situação de calamidade formalmente declarada.

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ARTIGO 25
1. Privadas devem cooperar com os órgãos de direcção, planeamento e coordenação da gestão
de calamidades.
2. A cooperação referida no número anterior desenvolve-se, entre outros, nos seguintes
domínios:
a) Levantamento, previsão, avaliação e prevenção dos riscos provocados por fenómeno natural ou pelo
homem e análise da vulnerabilidade das populações a eles expostos;
b) Estudo de formas adequadas de protecção das pessoas em geral, das instalações, dos serviços
essenciais, das infra-estruturas sócio económicas e do património cultural;
c) Investigação no domínio dos novos equipamentos e tecnologias adequadas à prevenção de
calamidades, busca, salvamento, prestação de socorro e assistência às populações afectadas por
calamidades;
d) Estudos geoclimáticos;
e) Estudos de formas adequadas de preservação do meio ambiente e dos recursos naturais.
ARTIGO 28
(Colecta de bens destinados à assistência)
1. O Estado encoraja todas as acções tendentes à angariação de bens com vista à prestação de
socorro e assistência às vítimas de calamidades.
2. Com vista a tornar transparente o processo de angariação, canalização e distribuição de
doações nos termos do número anterior, o Conselho de Ministros estabelece os procedimentos para o
respectivo controlo.

52
6.3.Apêndice

Inquérito dirigido a população do distrito de Machanga

Este guião de inquerito semi- estruturada esta inserida no projecto de pesquisa com o tema " análise
dos planos de contingência usados na gestão dos riscos das calamidades (cheias) no distrito de
Machanga província de Sofala no período 2015 - 2017.”. Os dados colhidos serão mantidos em sigilo,
e tem como finalidade a elaboração do trabalho do fim do curso.

Nome________________________________________, data / / /2018

I. Características da faixa etária e género do (a) inquerido (a )

1. Idade

 20 a 30 anos ( )
 30 a 40 anos ( )
 40 a 60 anos ( )

1.1 Sexo:
 Feminino ( )
 Masculino ( )

II. Conhecimento da existência do Instituto Nacional de Gestao de Calamidades

2.1. alguma vez já ouvio falar da INGC?

 Sim ( )
 Não ( )

2.2.Conheces onde é que se localiza a INGC no distrito de Machanga?

 Sim ( )
 Não ( )

III. Nivel de assistencia da INGC no distrito de Machanga.


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3.1. No momento das Cheias a INGC fornece alimentos suficientes para o teu distrito?

 Sim ( )
 Não ( )
 Não Sabe
3.2.A nivel do teu distrito a INGC tem recursos humanos e materiais suficientes para a ajudar a
populacão no momento das cheias?

 Sim ( )
 Não ( )
 Não sabe
3.3.No momento das cheias são evacuados para areas seguras a tempo?

IV.Nivel de Satisfação

4.1.Estas satisfeito com os trabalhos realizados pelo INGC?

Meu muito obrigado pela atenção e colaborações prestadas para este trabalho

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