Você está na página 1de 76

VALMIR MANOEL DOS SANTOS

OS REFLEXOS DAS IRREGULARIDADES EM DOCUMENTOS


FISCAIS NAS EMPRESAS

Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior


Itajaí(SC)
2007
VALMIR MANOEL DOS SANTOS

OS REFLEXOS DAS IRREGULARIDADES EM DOCUMENTOS


FISCAIS NAS EMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso


desenvolvido para o Estágio
Supervisionado do Curso de
Ciências Contábeis do Instituto
Cenecista Fayal de Ensino Superior

Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior


Itajaí(SC)
2007
OS REFLEXOS DAS IRREGULARIDADES EM DOCUMENTOS FISCAIS NAS
EMPRESAS

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado aprovado para a obtenção do grau
de Bacharel em Ciências Contábeis do Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior
– IFES

Itajaí, 28 de junho de 2007.

_______________________________
Prof. Wilson Reginatto Jr.
Coordenador de estágios

Banca Examinadora

________________________________ ______________________________
Prof. José Domingos dos Santos Neto Prof. José Hailton da Silva
Orientador

______________________________
Prof. Toni Haag
EQUIPE TÉCNICA

Estagiário
Valmir Manoel dos Santos

Coordenador de Estágio
Wilson Reginatto Jr.

Orientador de Conteúdo
José Domingos dos Santos Neto

Orientador de Metodologia
José Domingos dos Santos Neto

Supervisor de Campo
Paulo Antonio Schonhalz
AGRADECIMENTOS

A magia do tempo faz com que nossos


sonhos se tornem realidade. O tempo
passa, e aquilo que achamos impossível
se torna realidade. Um desejo, uma
vontade, uma realização. È isto que sinto
quando vejo que minha hora chegou.
Minha formação acadêmica, que quatro
anos atrás acreditava não ser mais
possível, hoje se torna realidade. E assim
tenho a certeza que nunca é tarde para
começar. Por isso agradeço a meus pais
e irmãos pelo apoio. Agradeço minha
esposa e meus filhos pela paciência que
tiveram comigo nos momentos de
ausência durante estes anos. Agradeço
em especial ao professor Jose Domingos
e a todos os professores com quem tive o
prazer de conviver. Agradeço também aos
amigos de faculdade que de uma forma ou
de outra me ajudaram a chegar até aqui. E
por fim, agradeço a Deus por ter me
permitido chegar até este momento tão
importante em minha vida.
RESUMO

As organizações encontram-se inseridas em um ambiente tão competitivo


onde qualquer possibilidade de ganho pode ser a diferença. Assim, é possível
observar que no ambiente interno das empresas, existem inúmeros elementos que
se constitui em uma fonte potencial de perdas. Que tanto podem atingir processos
internos, como também processos de outras empresas. Deste modo, o trabalho de
estágio realizado na empresa Sadia S/A – Itajaí teve como finalidade, levantar as
perdas decorrentes das irregularidades em documentos fiscais verificadas através
de levantamentos de dados e análises documentais nos processos de entradas. Os
resultados obtidos poderão servir para empresa no sentido de aprimorar seus
sistemas de controles internos, trabalhando de forma preventiva e eliminando riscos
de perdas.

Palavras chaves: documentos fiscais, irregularidades, perdas,


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 10
1.2 Dados históricos da organização onde será realizado o estágio.........................11
1.3 Missão da empresa .............................................................................................12
1.4 Visão da empresa ...............................................................................................13
2. OBJETIVO GERAL ...............................................................................................14
2.1 Objetivos específicos ..........................................................................................14
3. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA ...................................................................................... 15
3.1 Documentos fiscais .............................................................................................15
3.2 Controle fiscal......................................................................................................18
3.3 Evasão fiscal .......................................................................................................19
3.4 Crimes contra a ordem tributária .........................................................................20
3.5 Idoneidade dos documentos fiscais ....................................................................22
3.6 Indícios de irregularidade em documento s fiscais..............................................22
3.7 Correção de irregularidades e Carta de Correção...............................................24
3.8 Infrações e penalidades ......................................................................................26
3.8.1 Infrações em geral............................................................................................26
3.8.2 Infrações referentes a transporte, posse, guarda, entrega e recebimento de
mercadorias e a prestação de serviço de transporte.................................................28
3.8.3 Infrações relativas à emissão de documentos fiscais.......................................29
3.8.4 Disposições gerais ...........................................................................................30
4. METODOLOGIA................................................................................................................ 32
4.1 Característica da pesquisa ..................................................................................32
4.2 Coleta de dados ..................................................................................................33
5. RESULTADOS................................................................................................................... 34
5.1. Caracterização da área funcional selecionada para pesquisa ...........................34
5.1.1 Departamentalização........................................................................................35
5.1.2 Missão da Controladoria...................................................................................35
5.1.3 Estrutura organizacional da Controladoria da Sadia – Filial Itajaí ....................36
5.1.4 Descrição dos processos realizados nos setores da Controladoria .................37
5.2 Fluxos de processos com documentos fiscais ....................................................40
5.2.1 Fluxograma do processo registro de entrada de CTRC ...................................41
5.2.2 Fluxograma do processo de registro de entrada de notas fiscais de serviços .43
5.3 Demonstrações de irregularidades que motivam a devolução do documento fiscal
..................................................................................................................................44
5.3.1 Irregularidades – Documento I .........................................................................45
5.3.2 Irregularidades – Documento II ........................................................................47
5.3.3 Irregularidades – Documento III .......................................................................49
5.3.4 Irregularidades – Documento IV.......................................................................51
5.3.5 Irregularidades – Documento V........................................................................53
5.4 Perdas com irregularidades em documentos fiscais ...........................................55
5.4.1 Perdas financeiras com irregularidades em documentos fiscais ......................56
5.4.2 Perdas intangíveis ............................................................................................57
5.5 Pesquisa documental ..........................................................................................59
5.5.1 Documentos recebidos com irregularidades ....................................................60
5.5.1.1 Representação gráfica do quadro 2 ..............................................................60
5.5.1.2 Análise do resultado da representação gráfico do quadro 2 – Figura 9 ........61
5.5.2 Irregularidade por tipo de documento fiscal......................................................61
5.5.2.1 Representação gráfica do quadro 4 ..............................................................62
5.5.2.1.1 Análise do resultado da representação gráfica do quadro 4 – Figura 10 ...62
5.5.3 Irregularidades por fornecedores .....................................................................63
5.5.3.1 Representação gráfica I do quadro 5 ............................................................64
5.5.3.1.1 Análise do resultado da representação gráfica I do quadro 5 – Figura 11 .64
5.5.3.2 Representação gráfica II do quadro 5 ...........................................................65
5.5.3.2.1 Análise do resultado da representação gráfica II do quadro 5 – Figura 12 65
5.5.3.3 Representação gráfica III do quadro 5 ..........................................................66
5.5.3.3.1 Análise do resultado da representação gráfica III da quadro 5 – Figura 1366
5.5.4 Análise geral dos resultados da pesquisa documental.....................................67
5.5.4.1 Proposição de melhorias aos processos .......................................................69
5.5.4.2 Nota Fiscal Eletrônica .............................................................................................. 70
5.5.4.3 Resultados após as sugestões de melhorias propostas.................................... 71
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................73
7. REFERÊNCIAS.....................................................................................................74
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura Organizacional do departamento de Controladoria da Sadia ....36


Figura 2 – Fluxograma do processo de entrada de CTRC ........................................41
Figura 3 - Fluxograma do processo de entrada de Notas Fiscais de Serviços..........43
Figura 4 – Exemplo de documento fiscal com irregularidades I ................................45
Figura 5 – Documento fiscal com irregularidades II ..................................................47
Figura 6 – Documento fiscal com irregularidades III .................................................49
Figura 7 – Documento fiscal com irregularidades IV .................................................51
Figura 8 – Documento fiscal com irregularidades V ..................................................53
Figura 9 – Total de documentos recebidos com irregularidades ...............................60
Figura 10 – Irregularidades por tipo de documento fiscal..........................................62
Figura 11 – Irregularidades por fornecedor ...............................................................64
Figura 12 – Irregularidades por fornecedor em relação ao total de documentos
recebidos...................................................................................................................65
Figura 13 – Irregularidades por fornecedor em relação ao total de documentos
recebidos...................................................................................................................66
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Cálculo de perda com irregularidades por documento fiscal ..................57


Quadro 2 – Documentos Fiscais Recebidos com Irregularidades.............................60
Quadro 3 – Total de perdas no período apurado ......................................................61
Quadro 4 – Irregularidades por tipo de Documento Fiscal ........................................61
Quadro 5 – Irregularidades em documentos fiscais por fornecedor ..........................63
Quadro 6 – Quantidade de documentos recebidos com irregularidades após ações
de melhorias..............................................................................................................71
10

1. INTRODUÇÃO

A busca pela maximização dos lucros e a minimização dos custos faz com
que as empresas busquem as mais diversas formas e recursos para alcançarem
seus resultados. Por isso, muitas empresas investem em programas de qualidade.
Inegavelmente isto trás resultados benéficos a estas instituições.
Porém acreditamos que, para alcançar estes bons resultados, não podemos
direcionar estes programas de qualidade somente para as atividades internas das
organizações, pois fazemos parte de um todo, ou seja, não há empresa, que de uma
forma ou outra, não dependa de outras empresas. Como exemplos cita-se empresas
que prestam serviços a outras, na forma de serviços terceirizados, os fornecedores
de bens e materiais, transportadores, entre outros.
Por isto, a proposta, para este trabalho, é melhorar a qualidade dos
produtos/serviços adquiridos de nossos fornecedores no que diz respeito à
documentação fiscal exigida para cobertura de operações de aquisições de produtos
e serviços.
Temos percebido, nas movimentações fiscais realizadas pela empresa
estudada, que existem quantidades elevadas de erros em documentos, que
dificultam as atividades internas da organização. Estes documentos, como Notas
Fiscais de Venda de Produtos e Materiais, Conhecimentos de Fretes (CTRC) e
Notas de Serviços, preenchidos de forma indevida, têm dificultado o bom
desempenho das atividades da companhia. O resultado e o desempenho de setores
como, Contábil, Fiscal, Contas a Pagar, entre outros, estão sendo prejudicados. Não
há como negar esta realidade.
Por isso, o tema escolhido para o trabalho de conclusão de curso é: Quais os
reflexos das irregularidades em documentos fiscais nas empresas?
Esperamos, assim, além de beneficiar a empresa onde estará sendo
realizado o estágio, ampliar nossos conhecimentos, como também dos parceiros que
estarão conosco neste projeto.
11

1.2 Dados históricos da organização onde será realizado o estágio

A Sadia foi fundada por Attilio Fontana, em 1944, no oeste catarinense. Ao


longo dos anos, firmou sua excelência no segmento agroindustrial e na produção de
alimentos derivados de carnes suínas, bovina, de frango e de peru, além de massas
e margarinas. Nos últimos anos, a Sadia se especializou na produção e distribuição
de alimentos industrializados congelados e resfriados de maior valor agregado.
É uma das maiores empresas de alimentos da América Latina e uma das
maiores exportadoras do País. No mercado brasileiro tem um portifólio de cerca de
680 itens, que são distribuídos para aproximadamente 300 mil pontos de vendas.
Para o mercado externo, exporta perto de 250 produtos para 92 países.
Companhia aberta desde 1971, a Sadia lançou, em 2001, seus ADRs-
American Depositary Receipts na Bolsa de Nova York e aderiu ao Nível 1 de
Governança Corporativa da BOVESPA. No mesmo ano, foi eleita a marca mais
valiosa do setor de alimentos brasileiro, em pesquisa divulgada pela Interbrand,
consultoria inglesa conhecida pela elaboração da tradicional lista das 100 marcas
mais valiosas do mundo. No Brasil, a Interbrand avaliou 30 companhias nacionais
listadas na CVM e elegeu as 12 marcas brasileiras de maior valor no mercado. Em
2003, a Sadia foi reeleita pela consultoria como a marca mais valiosa do setor de
alimentos brasileiro.
A empresa mantém um parque fabril com 11 unidades industriais, duas
unidades agropecuárias e centros de distribuição espalhados por 14 Estados
brasileiros. No exterior, tem representações comerciais no Uruguai, Inglaterra,
Argentina, Chile, Alemanha, Rússia, Turquia, Emirados Árabes, Japão e Venezuela.
A Sadia está entre as maiores empregadoras brasileiras. Atualmente, conta
com aproximadamente 40 mil funcionários. Além disso, mantém, através de seu
Sistema de Fomento Agropecuário, parceria com cerca de 10 mil granjas integradas
de aves e suínos.
Dentre os centros de distribuição da Sadia, está a filial de Itajaí. Fundada em
29 de agosto de 1979, esta unidade atua diretamente com sua força de venda e
logística por todo litoral e planalto catarinense. As demais regiões, a empresa tem
atuação indireta, pois é representada através de empresas autônomas.
12

Com cerca de 180 funcionários diretos, a Sadia S/A – Filial Itajaí, está
localizada na rua Otto Hoier, numero 134, no bairro São Vicente.
A filial Sadia de Itajaí comercializa e distribui produtos alimentícios de maior
valor agregado, ou seja, produtos industrializados, visando benefícios e facilidades
no transporte, bem como maior margem de contribuição. Comercializa também
produtos de cortes, onde a entrega parte diretamente da produtora para o cliente,
facilitando assim o transporte e redução dos custos com armazenagens.
Exercendo também atividades de exportadora, a filial é responsável por
aproximadamente 25% de todas as exportações da Sadia, em volume, já em
faturamento representa 40%.

1.3 Missão da empresa

Segundo Maximiano (2004, p.165) “a missão estabelece o propósito ou a


razão de ser da organização. Identificar a missão é entender a qual necessidade do
mercado a organização atende”. Ainda conforme Maximiano (2004, p.166), “o
entendimento da missão possibilita compreender o papel que a organização
desempenha para seus clientes e partes relevantes”.

Missão da Sadia:

"Atender as necessidades de alimentação do ser humano, com produtos


saborosos e saudáveis. Criar valor para o acionista, para o cliente e para o
consumidor, contribuindo para o crescimento dos colaboradores”
(www.sadia.com.br).
13

1.4 Visão da empresa

Sua Visão preconiza:

“A Sadia se diferenciará pela imagem de sua marca, excelência nos serviços,


inovação e qualidade dos produtos”.
Na Perspectiva Financeira a Sadia será uma empresa uma empresa com alto
valor de mercado, baixo risco para o investidor e reconhecida pelo nível de
governança que garantirá crescimento constante com negócios rentáveis.
Na Perspectiva de Mercado e Cliente a Sadia crescerá o faturamento através
do poder de suas marcas, pelo conhecimento dos consumidores e pelo atendimento
dos diversos mercados com rentabilidade e excelentes níveis de serviços.
Na Perspectiva de Processos Internos a Sadia será uma empresa voltada
para a segurança alimentar, inovação constante em seu portifólio de produtos e
serviços, garantindo agilidade em relação à dinâmica do mercado.
Trabalhará na construção de alianças que maximizem competências.
Será agente de conservação do meio ambiente.
Na Perspectiva de Capacitação a Sadia será conhecida como empresa de
conhecimentos estruturados e preservados através de sua capacidade de atrair,
desenvolver e reter talentos em um ambiente de trabalho participativo, saudável e
seguro (www.sadia.com.br).
14

2. OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é buscar soluções para um dos grandes


problemas encontrados no dia-a–dia da vida de um Contabilista: a quantidade
excessiva de erros em documentos fiscais. Erros estes, que afetam mais
diretamente aqueles que trabalham nas áreas fiscal, contábil e financeira, de
empresas e escritórios de contabilidade.

2.1 Objetivos específicos

Como objetivos específicos:

9 Identificar os principais erros encontrados em documentos fiscais;


9 Verificar em que segmento de fornecedores de produtos e serviços ocorre
estes erros;
9 Levantar os custos decorrentes destas irregularidades;
9 Apresentar custo/benefício com os ajustes propostos;
9 Conhecer os princípios que regulamentam a emissão de documentos fiscais;
9 Padronizar, dentro do regulamento específico, a forma correta para emissão
de documentos fiscais;
9 Evitar retrabalhos nas áreas envolvidas no processo.
15

3. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA

3.1 Documentos fiscais

A nota ou o cupom fiscal, emitidos para formalizar a aquisição de um bem ou


prestação de serviço, somente se constituirá em documento fiscal hábil, capaz de
assegurar efeitos jurídicos, fiscais e acobertar a circulação de mercadorias e
prestações de serviços, se observadas as exigências quanto aos prazos de validade
fixados pelo Regulamento do ICMS de cada estado, se está sendo utilizada para
operação conforme descrito no documento fiscal, se há autorização para impressão,
confecção e utilização emitida pela autoridade fiscal competente, entre outras
obrigações acessórias.
Para emissão de documentos fiscais, empresas ou outras instituições, que
por ventura necessitarem, devem obedecer a regras impostas por regulamentos.
Documentos preenchidos de forma irregular podem trazer prejuízos aos
contribuintes através de multas devidas pelo não atendimento de obrigações
exigidas pela legislação.
Para fins de apuração e lançamento do imposto, os contribuintes são
obrigados a utilizar os documentos fiscais instituídos pela legislação tributária
vigente, quando da ocorrência dos fatos geradores do imposto.
Apesar da obrigatoriedade da emissão do documento fiscal ser do dono da
mercadoria ou prestador do serviço, os clientes, ou seja, aqueles a quem as
mercadorias ou serviços estão sendo destinados, também são co-responsáveis pela
sua emissão sempre que for obrigatória a emissão de documentos fiscais, aqueles a
quem se destinarem essas mercadorias/serviços são obrigados a exigir tais
documentos dos que devam emiti-los, contendo todos os requisitos legais.

A emissão de nota fiscal, recibo ou documento equivalente, relativo à


venda de mercadorias, prestação de serviços ou operações de alienação
de bens móveis, deverá ser efetuada, para efeito da legislação do imposto
sobre a renda e proventos de qualquer natureza, no momento da
efetivação da operação (Art.1º, Lei 8.846 de 21 de janeiro de 1994 do
CTN).
16

É importante dizer que a correta emissão e preenchimento destes


documentos fiscais asseguram que os impostos embutidos nos preços das
mercadorias ou serviços e pagos pelos adquirentes, sejam recolhidos aos cofres
públicos, alem de dar ao adquirente do bem (cidadão, empresa, ou poder publico),
de que a sua compra está corretamente formalizada em um documento que lhes
assegura todos os direitos.

Caracteriza omissão de receita ou de rendimentos, inclusive ganhos de


capital para efeito do imposto sobre a renda e proventos de qualquer
natureza e das contribuições sociais, incidentes sobre o lucro e o
faturamento, a falta de emissão da nota fiscal, recibo ou documento
equivalente, no momento da efetivação das operações a que se refere o
artigo anterior, bem como a sua emissão com valor inferior ao da operação
(Art.1º, Lei 8.846 de 21 de janeiro de 1994 do CTN).

Garantir a qualidade destes serviços é tarefa dos contabilistas, pois, de uma


forma ou de outra, o impacto destas distorções cairá sobre seus ombros.
Uma das mais comuns obrigações é a emissão de documentos fiscais, que
alem regular as operações entre contribuinte/consumidor, também serve para
facilitar o controle do Fisco. Assim, existe uma variedade de documentos que
poderão ser emitidos pelos contribuintes (vendedores de bens, mercadorias e
serviços) de acordo com a operação realizada. Conforme o RICMS/SC
(Regulamento do ICMS do Estado de Santa Catarina) em seu Anexo V, Art.15,
segue abaixo exemplos de alguns destes documentos:

• Nota fiscal, modelos 1 e 1-A;


• Nota fiscal de Venda a Consumidor;
• Nota Fiscal Avulsa;
• Cupom Fiscal;
• Nota fiscal/Conta de Energia Elétrica;
• Nota Fiscal de Serviço de Transporte;
• Conhecimento de Transporte Rodoviários de Cargas;
• Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas;
• Conhecimento Aéreo;
• Conhecimentos de Transportes Ferroviário de Cargas;
• Bilhete de Passagem Rodoviário;
17

• Bilhete de Passagem Aquaviário;


• Bilhete de Passagem Ferroviário;
• Nota fiscal de Serviço de Comunicação;
• Nota fiscal de Serviço de Telecomunicações;
• Nota Fiscal de Serviços;
• Ingressos para espetáculos artísticos, parque de diversões, entre outros.

É bom lembrar que os documentos fiscais deverão ser fornecidos sempre que
ocorrer o fornecimento de mercadorias ou prestação de serviços, ainda que a saída
ou prestação do serviço esteja isenta ou imune do pagamento de impostos.
O RICMS/SC, especificamente em transações que envolvem a circulação de
mercadorias, que os estabelecimentos deverão emitir os documentos fiscais nas
seguintes situações:

• Sempre que promoverem a saída de mercadorias;


• Na transmissão de propriedade de mercadorias, quando estas não devam
transitar pelo estabelecimento transmitente;
• Sempre que, no estabelecimento, entrarem bens ou mercadorias, real ou
simbolicamente, que exija emissão desse documento pela entrada;
• No caso de mercadorias cuja unidade não possa ser transportada de uma só
vez, desde que o imposto deva incidir sobre o todo;
• No reajuste de preços, em virtude de contrato escrito, de que decorra
acréscimo do valor das mercadorias;
• Na regularização, em virtude da diferença de preços ou de quantidade das
mercadorias;
• Nas vendas de bens e produtos a consumidor final;

Nos casos de vendas de mercadorias onde a operação esteja amparada por


algum benefício fiscal (isenção, imunidade, diferimento, suspensão, entre outros),
também será necessário a emissão de documento fiscal para acobertar o trânsito
das mesmas. Nestes casos a emissão de documento fiscal é ainda mais importante,
pois demonstrará ao fisco, através de dispositivo legal, o motivo pelo qual a
operação é isenta do imposto.
18

3.2 Controle fiscal

Como verificado anteriormente, existe uma variedade de documentos fiscais


exigidas pelo Fisco. A maioria são aqueles que servem para regularizar transações
comerciais entre comerciantes e consumidores de produtos ou serviços dos mais
diversos ramos de negócios. Muito comuns no nosso dia-a-dia, e que talvez por isso,
muitas vezes deixamos passar despercebidos, e que se devidamente emitidos pelos
contribuintes, ou exigidos por nos consumidores, ajudariam a reduzir a possibilidade
de evasão fiscal de tributos.
Existem dois tipos de impostos:

¾ Os diretos: são aqueles em que o pagamento é feito diretamente pelo


contribuinte. Quem faz o pagamento é a mesma pessoa que suporta o seu
ônus;
¾ Os indiretos: são aqueles sustentados pelo consumidor final. É aquele em
que o valor do tributo está incluso no preço da mercadoria ou serviço
adquirido pelo consumidor final. Por isso o contribuinte tem a obrigação de
emitir o documento para acobertar a respectiva operação sujeita, ou não, a
incidência de impostos.

De modo geral todos os impostos são repassados aos preços de produtos e


serviços, e uma vez cobrados pelo contribuinte de direito (aquele que realiza o
recolhimento do tributo) e não repassado aos cofres da união, estados ou
municípios, estaria este contribuintes lesando principalmente nos consumidores
finais.
Assim, os documentos exigidos pela legislação do ICMS e ISS também são
utilizados para apuração de outros impostos como IPI, PIS e COFINS, alem da CSLL
e IR. Estes dois últimos, mesmo não incidindo diretamente sobre o faturamento, têm
nele o seu ponto de partida.
19

3.3 Evasão fiscal

Segundo Gorges (2004, p.280) Evasão Fiscal “trata-se de conduta ilícita,


proibida pela legislação tributaria, configurando crime contra a ordem tributaria.
Sujeita-se às penalidades cíveis e criminais.”
Na área do ICMS, a evasão pode ocorrer de forma simples ou qualificada. Na
evasão simples, basicamente o problema aparece na divergência entre o valor
declarado pelo contribuinte ao fisco, mas não recolhido (total ou parcial).
Já na evasão qualificada, existem duas vertentes principais: aumentos
indevidos de créditos ou, redução indevida dos débitos. As mais encontradas pelo
fisco são:

• Entradas de mercadorias e serviços (com credito), mas cujas saídas serão


realizadas sem o debito do imposto;
• Credito de imposto a maior do que o destacado no documento fiscal;
• Credito de imposto destacados em documentos inidôneos;
• Créditos de imposto utilizando-se de compras fictícias
• Utilização indevida de exoneração tributária (suspensão, diferimento, isenção,
imunidade não incidência de do imposto);
• Utilização de alíquota menor que a devida para a operação ou prestação;
• Subfaturamento, consignando valores inferiores aos praticados na operação
ou prestação, descontos fictícios e consignado como bonificação em
produtos, cujo valor é efetuado “por fora”;
• Emissão de documentos fiscais com valores diferentes nas respectivas vias
(nota causada);
• Documentos não correspondentes à operação ou prestação;
• Vendas sem emissão de nota fiscal, mas com outro documento de controle
não fiscal (orçamentos, pedidos, controle internos etc.);

Para IPI a forma de evasão se assemelha ao do ICMS, excluindo-se os


produtos em que o controle do recolhimento é realizado por selos (nestes casos a
falsificação ou reutilização de selos permite a evasão).
20

Nos casos do PIS e COFINS a evasão se dará sempre que houver uma
alteração (para baixo) do valor do faturamento, o que acaba afetando no cálculo e
consequentemente na apuração da CSLL e IR da empresas.
Caso a irregularidade esteja no campo de serviços sujeitos a ISS, além do
próprio imposto, permitirá a evasão dos impostos acima, incidentes sobre o
faturamento.

3.4 Crimes contra a ordem tributária

A Lei nº 8.137 do Código Tributário Nacional, de 27 de dezembro de 1990 no


seu Capitulo I, Seções I e II define os crimes de conduta de contribuinte e
funcionários contra a ordem tributária. Segue na integra:

Dos crimes praticados por particulares

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir


tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes
condutas: (Vide Lei nº. 9.964, de 10.4.2000):

I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades


fazendárias;

II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou


omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido
pela lei fiscal;

III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou


qualquer outro documento relativo à operação tributável;

IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que


saiba ou deva saber falso ou inexato;

V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou


documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de
serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a
legislação.

Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.

Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade,


no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertida em horas em razão
da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao
atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.
21

Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei nº. 9.964, de


10/04/2000)

I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou


fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de
pagamento de tributo;

II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de


contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito
passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;

III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte


beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida
de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;

IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído,


incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de
desenvolvimento;

V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que


permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação
contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Seção II
Dos crimes praticados por funcionários públicos

Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos


previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal (Título XI, Capítulo I):

I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de


que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou
parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou
contribuição social;

II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou


indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de iniciar seu exercício,
mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal
vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou
cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a


administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Desta forma crimes contra a ordem tributária estão sujeitos não apenas a
penalidades civis e administrativas, como também sanções penais.
22

3.5 Idoneidade dos documentos fiscais

Para que um documento fiscal seja considerado idôneo, deve ser observado
pelo contribuinte, uma série de requisitos que estão dispostos nos regulamentos de
cada estado, município ou obrigações fiscais federais. Em especial, tomamos como
base o regulamento do ICMS do estado de Santa Catarina, que no seu Anexo V
descreve os procedimentos e obrigatoriedades para emissão de documentos fiscais.
Ainda, no próprio regulamento temos a definição do que este considera como
documentos fiscais inidôneos. Segue:

É considerado inidôneo para todos os efeitos fiscais, fazendo prova apenas em


favor do fisco, o documento que:

I - omita indicações obrigatórias;

II - não seja o legalmente exigido para a respectiva operação ou prestação;

III - não guarde as exigências ou requisitos previstos neste Regulamento;

IV - contenha declarações inexatas, esteja preenchido de forma ilegível ou


apresente emendas ou rasuras que lhe prejudiquem a clareza (Art.29 do Anexo
V, incisos I a IV do RICMS/SC).

A emissão de notas fiscais deverá ser feita com atendimento de todos os


requisitos legais, em especial aqueles que determinam o lançamento do imposto, ou
seja, classificação fiscal, alíquota e valor tributável. Na hipótese da nota fiscal ter
sido emitida com erros, a legislação prevê em determinados casos, a adoção de
alguns procedimentos para a sua regularização.

3.6 Indícios de irregularidade em documento s fiscais

Em algumas situações pode-se considerar um documento fiscal falso ou


irregular. Comprovado isto, cabe a nos usuários destas informações, tomar as
devidas providencias para que este fato não venha a nos prejudicar, ou prejudicar as
empresa para quem prestamos nossos serviços.
23

Considerando o disposto no Art.29 do Anexo 5 do RICMS/SC, pode-se


considerar irregularidade, ou com indício de falsidade, documento que:

• Tenha sido confeccionado sem a devida autorização fiscal;


• Documentos que embora revestido das formalidades legais, tenha sido
utilizado com intuito comprovado de fraude;
• Emitido por contribuinte fictício ou que não mais exercite suas atividades;
• Inexistência de selo fiscal quando exigido pelo regulamento;
• Selo fiscal mal colocado ou recolados sobre a primeira via do documento
fiscal (quando o selo for exigido conforme regulamento de cada estado);
• Mercadorias originárias de localidades reconhecidamente não produtora ou
distribuidora do produto constante do documento fiscal;
• Data de emissão anterior ao da impressão da NF;
• Omissão do número e data da AIDF (Autorização para Impressão de
Documentos Fiscais), no rodapé ou lateral da NF;
• Lançamento de quantidades e valores sem pontuação;
• Contenha declarações inexatas
• Preenchido de forma ilegível;
• Apresente emendas ou rasuras que lhe prejudique a clareza;
• Omissão do preenchimento das quantidades e valor do ICMS por extenso, em
se tratando de nota fiscal do produtor ou avulsa, de emissão da GERE;
• Tonalidades diferentes, nas diversas vias, em reprodução carbonadas;
• Falta da indicação da natureza da operação;
• Ausência das datas de emissão da nota fiscal e saída dos produtos;
• Código Fiscal da Operação (CFOP) incompatível para a operação;
• Vias de uma mesma nota fiscal, que não guardem correspondência em
relação aos dados obrigatoriamente impressos, à grafia ou autenticação;
• Nota fiscal acobertando mercadorias tributadas sem o destaque do ICMS;
• Nota fiscal registrando dados com valores inferiores à realidade
(subfaturamento);
• Documento fiscal emitido com grafia ou cor diferente. Ex: dados do
destinatário e dos produtos;
• Omita as indicações determinadas na legislação;
24

• Seja emitida por contribuinte cuja inscrição tenha sido baixada;


• No caso da não existência dos dados: nome da empresa, CNPJ, Inscrição
Estadual e AIDF.

3.7 Correção de irregularidades e Carta de Correção

Os erros mais comuns e não relacionados com o valor do imposto, como erro
no nome, no endereço, nos números de inscrição do destinatário, não prejudicam a
idoneidade do documento fiscal, desde que as demais indicações estejam corretas e
possibilitem a identificação da mercadoria, sua procedência e destino. No caso
desses erros, será admitido o envio de correspondência ao destinatário, dando-lhe
conhecimento da irregularidade.
O Regulamento do ICMS do estado de Santa Catarina, no seu artigo 30 e §§
1º e 2º, descreve situações em que irregularidades em documentos fiscais podem
ser corrigidas. O documento, conhecido no meio fiscal como de “Carta de Correção”
ou “Comunicação de Irregularidades”, deve ser emitido com a descrição de todos os
dados incorretos e ser dirigido ao emitente do documento irregular. Este por sua vez,
deverá visá-lo devolvendo ao emissor da carta para o arquivamento junto com o
documento irregular.
Mas há certa limitação para emissão de Cartas de Correções. O fisco não
permite regularizações quando o erro estiver ligado diretamente ou indiretamente ao
imposto e a identificação do destinatário. Também, segundo o regulamento, Cartas
de Correções não são permitidas após o inicio de qualquer procedimento fiscal.
Então, como podemos verificar os documentos mencionados acima para correções
em documentos, não tem muita abrangência na questão de regularizações. São
limitados a simples dados cadastrais.

Os estabelecimentos que adquirirem mercadorias ou serviços


acompanhados de documentos fiscais apresentando irregularidades
poderão regularizá-las por carta dirigida ao emitente, com descrição
minuciosa dos dados incorretos, da qual uma via, depois de visada pelo
emitente do documento fiscal, será arquivada juntamente com o documento
fiscal a que se referir.
§ 1° Não será admitida a regularização na forma deste artigo quando o erro
for relativo à base de cálculo, à alíquota, ao valor do imposto destacado ou
à identificação do destinatário.
§ 2° Não produzirá efeitos a regularização efetuada após o início de
qualquer procedimento fiscal (Art.30 do Anexo V do RICMS/SC).
25

Para o estado do Paraná a Carta de Correção além de ser permitida para


correções de imposto destacado a maior em documentos fiscais (sem prejuízo do
disposto no § 2º do art. 51 de seu regulamento e devidamente visada pela repartição
fiscal de origem), poderá ainda ter correção de outras indicações preenchidas
incorretamente no documento fiscal, exceto quando relacionada a valor e quantidade
de mercadoria ou serviço ou para substituir ou suprimir a identificação das pessoas
nele consignadas. Para estes casos é dispensado o visto da repartição fiscal de
origem (parágrafo único do Art.180 do RICMS/PR).
Nos casos em que o erro é percebido antes da saída da mercadoria do
estabelecimento, a nota fiscal errada deverá ser cancelada devendo ser emitida
nova nota fiscal. Caso a nota fiscal já tenha sido lançada no livro Registro de Saídas,
será necessário o estorno do lançamento e, em seguida, o cancelamento da nota. A
nota fiscal cancelada deverá permanecer em arquivo, com todas as suas vias sendo
anotada a razão do cancelamento, e o número do novo documento fiscal emitido em
substituição, se for o caso.

Quando o documento fiscal for cancelado, conservar-se-ão todas as suas


vias, com declaração dos motivos que determinaram o cancelamento e
referência, se for o caso, ao novo documento emitido, sob pena de
exigência do imposto como se a operação houvesse sido realizada (Art.31
do Anexo V do RICMS/SC).

Se o erro for percebido após o envio da mercadoria, a nota fiscal não poderá
ser mais cancelada, e a empresa poderá se aproveitar de alguns procedimentos
para a sua regularização.
O destinatário ao receber as mercadorias adquiridas, deve verificar se a
mesma está acompanhada dos documentos exigidos e se estes foram regularmente
emitidos.
Erros relacionados com o valor do imposto, a maior ou a menor, referem-se a
erros de cálculo do imposto, erros na aplicação da alíquota, mercadoria em
quantidade divergente da nota fiscal etc. Para estes tipos de erros existem formas de
regularização, que podem ser através de notas fiscais de complementos, ou cartas
notificando aos envolvidos na operação do fato ocorrido, esta ultima quando houver
erro por destaque a maior do imposto no documento. Desta forma a carta servirá
para comprovar que o destinatário não se apropriou do valor a maior do imposto
destacado no documento fiscal.
26

O que temos observado, também, é que em determinadas operações, como


por exemplo, serviços de transporte de mercadorias, o número de erros de
preenchimento de documentos, no caso o CTRC – Conhecimento de Transporte
Rodoviários de Cargas é muito elevado. Talvez em função do setor não estar bem
estruturado, ou até mesmo as operações não estarem bem regulamentadas.
Nota-se que o próprio documento (CTRC) dificulta o preenchimento. Não há
um padrão, como o já definido para notas fiscais modelos 1 e 1A. Igualmente
podemos dizer para notas fiscais de prestações de serviços.

3.8 Infrações e penalidades

Tomando como base o Regulamento do ICMS do Estado de Santa Catarina,


elencaremos a seguir uma serie de infrações e penalidades, as quais acredita-se
sejam as mais interessantes para nosso trabalho.
Conforme a Lei nº. 10.297/96, no capitulo X, artigos 51 a 71 e artigos 91 a 97
o RICMS/SC dispõe assim sobre as infrações e penalidades relativas ao ICMS:

Obs: A multas ou valores expressos em Unidades Fiscais de Referência na


legislação tributária passam a ser expressos em Reais, na proporção de R$
1,0641 (um real e seiscentos e quarenta e um décimos milésimos) para
cada UFIR, desprezando-se os centavos (Art. 2º da Lei nº. 13.194/04 do
RICMS/SC).

A seguir relaciona-se os artigos do Regulamento do ICMS do Estado de


Santa Catarina onde estão descritas as infrações e penalidades para os casos de
descumprimento das obrigações exigidas pelo fisco:

3.8.1 Infrações em geral

Art. 51. Deixar de recolher, total ou parcialmente, o imposto:

I. Apurado pelo próprio sujeito passivo;


II. Devido por responsabilidade ou por substituição tributária;
III. Devido por estimativa fiscal:

Multa de 50% (cinqüenta por cento) do valor do imposto.


27

Art. 52. Deixar de submeter, total ou parcialmente, operação ou prestação


tributável à incidência do imposto:

Multa de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto.

Parágrafo único. A multa prevista neste artigo será reajustada para:

I. 100% (cento por cento) do valor do imposto, quando não tiver sido
emitido documento fiscal;
II. 150% (cento e cinqüenta por cento) do valor do imposto, quando a
operação ou prestação estiver consignada em documento fiscal:

a) Com numeração ou seriação repetida;


b) Que indique, nas respectivas vias, valores ou destinatários diferentes;
c) Que indique valor inferior ao efetivamente praticado na operação ou
prestação;
d) Que descreva de forma contraditória, nas respectivas vias, os dados
relativos à especificação da mercadoria ou serviço;
e) De outro contribuinte ou de empresa fictícia, dolosamente constituída
ou cuja inscrição foi baixada ou declarada nula segundo edital
publicado pela administração tributária;
f) Indicando tratamento tributário vinculado à destinação da mercadoria
ou do serviço e que não tenha chegado ao destino nele declarado.

Art. 53. Submeter tardiamente operação ou prestação tributável à


incidência do imposto ou recolher o imposto apurado, pelo próprio
contribuinte, ou o devido por estimativa fiscal, após o prazo previsto na
legislação, antes de qualquer procedimento administrativo ou medida de
fiscalização:

Multa de 0,3% (três décimos por cento) ao dia, até o limite de 25% (vinte e
cinco por cento).

Art. 54. Deixar de registrar, na escrita fiscal, documento relativo à entrada


de mercadoria ou à prestação de serviço:
Multa de 20% (vinte por cento) do valor da mercadoria ou serviço.

Parágrafo único. A multa prevista neste artigo somente será aplicada se o


documento não tiver sido contabilizado.

Art. 55. Apropriar crédito de imposto considerado indevido pela legislação


tributária:

Multa de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do crédito indevido.

Parágrafo único. A multa prevista neste artigo será reajustada para:

I. 100% (cento por cento) do valor do crédito quando o imposto estiver


destacado em documento fiscal declarado inidôneo em edital publicado
pela administração tributária;
II. 150% (cento e cinqüenta por cento) do valor do crédito quando:

a) O imposto estiver destacado em documento fiscal fraudulento;


b) Não corresponder a uma entrada efetiva de mercadoria no
estabelecimento;
c) Não corresponder a uma efetiva prestação de serviço;
d) A empresa emitente não existir ou for dolosamente constituída.
28

Art. 56. Deixar de estornar crédito de imposto, quando determinado pela


legislação tributária:

Multa de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do crédito indevido.

Art. 57. Antecipar o momento de apropriação do crédito do imposto:

Multa de 10% (dez por cento) do valor do crédito antecipado, por mês ou
fração.

Art. 58. Transferir ou receber em transferência, irregularmente, crédito do


imposto:

Multa de 75% (setenta e cinco por cento) do crédito transferido.


Art. 59. Deixar o agente arrecadador ou o estabelecimento bancário de
repassar o imposto arrecadado:

Multa de 100% (cem por cento) do valor do imposto.

3.8.2 Infrações referentes a transporte, posse, guarda, entrega e


recebimento de mercadorias e a prestação de serviço de transporte

Art. 60. Transportar mercadoria:

I. Sem documento fiscal, com documento fiscal fraudulento ou com via


diversa da exigida para acompanhar o transporte;
II. Que não corresponda à descrição contida no documento fiscal;
III. Em quantidade maior ou menor que a descrita no documento fiscal;
IV. Antes do início ou após o término do prazo de validade, para fins de
transporte ou de emissão, do documento fiscal;
V. Procedente de outro Estado ou do Distrito Federal, sem o comprovante
de recolhimento do imposto, quando for devido por ocasião da entrada
da mercadoria no território do Estado;
VI. Destinada à venda fora do estabelecimento, sem portar os documentos
fiscais a serem emitidos por ocasião das vendas;

Multa de 30% (trinta por cento) do valor da mercadoria.

§ 1º Nas hipóteses previstas nos incisos I, II e III, a multa será reduzida


para 5% (cinco por cento) do valor da mercadoria, se esta gozar de isenção
ou não-incidência em todas as operações, independente de sua origem,
destino ou dos intervenientes.

§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, a multa será aplicada sobre a


quantidade excedente ou faltante.

§ 3º A penalidade prevista neste artigo será aplicada contra o emitente do


documento fiscal quando:

I. O tipo ou espécie da mercadoria transportada for diverso da descrita no


documento fiscal e a comprovação dependa de classificação;
II. A mercadoria estiver acondicionada em volumes fechados, verificada
qualquer das hipóteses previstas nos incisos II e III do “caput”;
29

III. A fraude identificada for relativa à emissão do documento fiscal;


IV. No caso de venda fora do estabelecimento, por meio de veículos,
inclusive na hipótese prevista no inciso IV do “caput”;
V. Por ocasião da entrada no Estado, em relação à mercadoria sujeita à
substituição tributária, proveniente de Estado signatário de convênio ou
protocolo, for constatado que o imposto substituído não foi retido
antecipadamente, ou retido a menor, pelo estabelecimento remetente e
o transporte estiver desacompanhado de comprovante de
recolhimento, ou recolhido parcialmente.

Art. 61. Prestar serviço de transporte sem documento fiscal, com


documento fiscal fraudulento ou com via diversa da exigida para
acompanhar o transporte:

Multa de 30% (trinta por cento) do valor do frete.

Art. 62. Entregar, receber ou manter em estoque ou depósito, em local


inscrito ou não no cadastro de contribuintes do imposto, mercadoria sem
documento fiscal ou com documento fiscal fraudulento:

Multa de 30% (trinta por cento) do valor da mercadoria.

Art. 63. Entregar mercadoria por meio de veículo utilizado na venda fora do
estabelecimento sem emitir documento fiscal:

Multa de 30% (trinta por cento) do valor da mercadoria.


Parágrafo único. Aplica-se à hipótese prevista neste artigo o disposto no §
1º do art. 60.
Art. 64. Transportar mercadoria destinada à venda ambulante sem portar o
respectivo documento de arrecadação, nas hipóteses previstas em
regulamento.

MULTA de 30% (trinta por cento) do valor da mercadoria.

Art. 65. Remeter mercadoria ou prestar serviço de transporte, sujeitos ao


recolhimento do imposto por ocasião de sua saída ou início da prestação,
sem o respectivo comprovante de recolhimento.

Multa de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto.

Art. 66. Entregar ou receber mercadoria em estabelecimento diverso do


indicado no documento fiscal como destinatário:

Multa de 30% (trinta por cento) do valor da mercadoria.

Art. 66-A. Entregar ou comercializar em território catarinense, mercadoria


acompanhada de Passe Fiscal Interestadual, destinada a outro Estado ou
ao Distrito Federal.

Multa de trinta por cento do valor da mercadoria.

3.8.3 Infrações relativas à emissão de documentos fiscais

Art. 67. Emitir documento fiscal sem o destaque, quando compulsório, do


total ou de parte do imposto devido, ou indicando indevidamente que se
trata de operação sem débito do imposto:
30

Multa de 100% (cem por cento) do valor do imposto não destacado.


Art. 68. Emitir documento fiscal com destaque de imposto indevido, ou com
destaque de imposto maior que o devido:

Multa de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto


indevidamente destacado ou destacado a maior.

Parágrafo único. A penalidade prevista neste artigo não será aplicada se o


agente da infração comprovar, mediante intimação da autoridade
fazendária, com prazo mínimo de 10 (dez) dias, que deverá preceder a
lavratura da notificação, que o destinatário não aproveitou o crédito relativo
ao imposto indevidamente destacado.

Art. 69. Emitir documento fiscal consignando declaração falsa quanto ao


estabelecimento remetente da mercadoria ou prestador de serviço, ou
quanto ao destinatário da mercadoria ou usuário do serviço:

Multa de 30% (trinta por cento) do valor da operação ou prestação.

Art. 70. Emitir documento fiscal de forma ilegível, com omissões,


incorreções ou que apresente emendas ou rasuras que dificultem ou
impeçam a verificação dos dados nele apostos:

Multa de 5 (cinco) Unidades Fiscais de Referência - UFIR por documento,


não inferior a 100 (cem) Unidades Fiscais de Referência - UFIR, limitada a
1.000 (mil) Unidades Fiscais de Referência - UFIR.

Parágrafo único: A imposição da multa prevista neste artigo não elide a


exigência do imposto e da multa cabíveis.

Art. 71. Deixar de emitir documento fiscal, estando a operação ou


prestação submetida à incidência do imposto e registrada no livro fiscal
respectivo:

Multa de 3% (três por cento) do valor da operação ou prestação, não


inferior a 150 (cento e cinqüenta) Unidades Fiscais de Referência - UFIR.

3.8.4 Disposições gerais

Art. 91. Constitui infração toda ação ou omissão que importe


descumprimento de obrigação tributária, principal ou acessória, prevista na
legislação.

Art. 92. Para caracterização das infrações previstas neste Capítulo é


irrelevante a intenção do agente ou o efeito econômico ou tributário do ato
ou omissão.

Art. 93. Considera-se fraude, para os fins deste Capítulo, toda ação ou
omissão tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o fato
gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar qualquer
de suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do
imposto ou a evitar ou postergar o seu pagamento.
31

Art. 94. Considera-se inidôneo, para os efeitos desta Lei, fazendo prova
apenas em favor do fisco, o documento fiscal que contenha vícios que o
tornem impróprio para documentar a operação ou prestação a que se
refere.

Art. 95. Considera-se transportador, para os fins previstos neste Capítulo,


a pessoa identificada como tal no documento relativo ao transporte ou, na
sua falta:

I. O proprietário do veículo transportador;


II. O arrendatário, se o veículo estiver submetido a arrendamento
mercantil;
III. O devedor fiduciante, se o veículo estiver submetido à alienação
fiduciária em garantia.

Art. 96. As mercadorias transportadas ou estocadas sem documentação


fiscal ou com documentação fraudulenta poderão ser retidas em depósito
até a identificação do seu proprietário, que poderá levantá-las, mediante
assunção de responsabilidade pelo crédito tributário, caso em que contra
ele será lavrada a notificação.

Parágrafo único. Caso o sujeito passivo não seja domiciliado neste


Estado, deverá ser garantido o crédito tributário, mediante fiança idônea ou
depósito de bens, valores ou títulos mobiliários.

Art. 97. As multas previstas neste capítulo serão majoradas em 50%


(cinqüenta por cento) em caso de reincidência.

§ 1º Considera-se reincidência o cometimento de nova infração ao mesmo


dispositivo, no prazo de cinco anos contados da data:

I. Da decisão condenatória irrecorrível, na esfera administrativa, referente


à infração anterior;
II. Do deferimento do pedido de parcelamento;
III. Do ciente da notificação, caso não ocorra nenhuma das hipóteses
anteriores.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica às multas proporcionais previstas


neste capítulo.
32

4. METODOLOGIA

4.1 Característica da pesquisa

O tipo de pesquisa que será utilizada neste trabalho será uma abordagem
quali-quantitativa.
Na situação de pesquisa qualitativa, faremos um levantamento a fim de
buscar informações necessárias para o desenvolvimento, análise, interpretações e
explicações sobre o tema escolhido. Neste tipo de pesquisa caberia a pergunta:
“Como ocorre o problema?”.
Já pesquisa quantitativa, porque através da reunião dos dados coletados,
classificaremos e analisaremos informações de forma, a saber, se existe um
seguimento, ou atividade, em que as irregularidades são mais evidenciadas e os
problemas são mais encontrados.
A estratégia de pesquisa que será adotada será na forma de estudo de caso,
com o intuito de apurar e obter informações sobre a questão-problema. Segundo Gil
(1991), o estudo de caso diferencia-se pelo estudo com ênfase em um determinado
assunto, de modo que torne possível a sua capacidade de compreensão e
conhecimento detalhado.

O estudo de caso como uma estratégia de pesquisa pode ser utilizado de


modo exploratório (visando levantar questões e hipóteses para futuros
estudos, através de dados qualitativos), descritivos (buscando associações
entre variáveis, normalmente com evidencia de caráter quantitativo) e,
mesmo, explanatório (ROESCH, 1996, p.147).

Quanto ao objetivo, o método de pesquisa que será utilizado será a pesquisa


exploratória, que visa aprimorar idéias a respeito de um determinado assunto ou
descobrir fatos a respeito do problema de pesquisa.
33

4.2 Coleta de dados

Para realização deste trabalho, serão realizadas coletas de dados primários.


Segundo Mattar (1996, p.48) “dados primários são aqueles que não foram antes
coletados, estando ainda em posse dos pesquisadores, e que são coletados com o
propósito de atender às necessidades específicas da pesquisa em andamento”.
Para Marconi e Lakatos (2006, p.32) a coleta de dados é a “etapa da pesquisa em
que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas,
a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos.
Serão levantadas informações que possam auxiliar na melhoria dos
processos da Supervisão de Controladoria e consequentemente, nos processos de
outras supervisões. E com a análise e interpretação destes dados poderemos
verificar onde ocorrem os desvios e sugerir melhorias.
Na coleta de dados para realização deste trabalho, faremos analises
documentais e aplicaremos planilhas, a fim de dispor em tabelas informações como:
tipo de erro, fornecedores, tipo de documento, entre outros dados. Estas coletas de
dados serão realizadas diretamente nos setores da empresa que estão envolvidos
nos processos de conferências e análise de documentos. Para Marconi e Lakatos
(2006), à tabulação de dados possibilita maior facilidade na verificação das inter-
relações entre eles.
Também, para melhor entender e dar uma solução adequada ao problema,
faremos uma pesquisa junto aos nossos fornecedores, para conhecermos as
dificuldades destes com relação ao assunto estudado.
Com isto, buscaremos coletar o máximo de informações necessárias para um
bom desenvolvimento de nosso projeto.
34

5. RESULTADOS

Verifica-se neste capítulo a pesquisa realizada pelo estagiário nos setores


envolvidos nos processos de entrada e registros de documentos fiscais na empresa
Sadia S/A – Filial Itajaí, sendo que esta inicia pela apresentação da área funcional
onde foi feita a pesquisa. Serão elencados também os setores sob responsabilidade
desta área, como também a apresentação dos resultados dos levantamentos de
dados e informações, sugestões de melhorias e conclusões, com o propósito de
atender aos objetivos deste trabalho.

5.1. Caracterização da área funcional selecionada para pesquisa

A Supervisão do Departamento de Controladoria da Sadia Itajaí engloba o


setor Fiscal, Contabilidade, Financeiro, Células de Entrada e Saídas dos Mercados
Externo e Interno. Todos estes setores estão sob a responsabilidade de uma
Supervisão de Controladoria local, e prestam serviços a clientes internos e externos
da empresa, como também são clientes de fornecedores internos e externos de
outras áreas ou instituições. As divisões dos trabalhos são de acordo com a
especialização de cada área. Para cada setor há um colaborador especialista na
função.
Segundo Maximiano (2004, p.211) as divisões de tarefas distintas, permitem
que as Organizações realizem objetivos complexos. Para Freeman e Stoner (1994,
p.230) a divisão do trabalho simplifica as tarefas e podem ser aprendidas
rapidamente. Por outro lado se as tarefas forem divididas em passos pequenos e
separadas, e se cada trabalhador é responsável por apenas um passo, pode surgir a
ausência da sensação de controle.
Já Attie (1998, p.116) enfatiza que para um sistema de controle interno
funcionar corretamente, não basta apenas planejamento efetivo, eficiência dos
procedimentos ou praticas instituídas pela empresa, mas também a competência
das pessoas.
35

5.1.1 Departamentalização

Segundo Maximiano (2004, p.228), o processo de organizar consiste em


dividir tarefas entre blocos de trabalho chamado departamentos. A escolha das
tarefas que serão atribuídas aos departamentos baseia-se nos critérios de
departamentalização. Assim, os departamentos são criados de forma a facilitar o
fluxo de informações em uma organização. Por exemplo, todas as atividades
realizadas por uma empresa têm efeito na tesouraria pelo fato de afetar uma entrada
ou saída de numerário. Dessa forma, uma venda realizada à vista movimenta
diretamente a disponibilidade e, na mesma linha, as compras de materiais,
recebimentos de contas, folha de pagamento, obrigações sociais e tributarias e
assim por diante. Um critério de departamentalização é uma forma de atribuir tarefas
e de especializar os blocos de trabalhos da organização. Na estrutura organizacional
do departamento de controladoria da Sadia, podemos verificar dos tipos de critérios
de departamentalização. São os seguintes:
¾ Departamentalização Territorial – Mostrada nos níveis acima da Supervisão
de Controladoria (gráfico 1). O critério geográfico ou territorial pode ser
utilizado quando a organização opera numa área grande, ou em locais
diferentes, e em cada local é necessário disponibilizar certo volume de
recursos ou certa autonomia.
¾ Departamentalização Funcional - Mostrada nos níveis abaixo da
Supervisão de Controladoria. Ocorre pelo fato de que cada integrante é
responsável por uma função especifica: fiscal, célula de entrada ME,
Contabilidade e assim por diante. A departamentalização funcional consiste
em atribuir a cada uma das unidades de trabalho a responsabilidade por uma
função organizacional.

5.1.2 Missão da Controladoria

A missão da Controladoria é:
“Preservar o patrimônio e a continuidade da empresa, garantindo, com
integridade, o suporte e a origem das informações econômico-financeiras
de natureza fiscal, societária e gerencial para viabilização das operações
da companhia e promover o crescimento das pessoas.” (Controladoria –
Sadia)
36

5.1.3 Estrutura organizacional da Controladoria da Sadia – Filial


Itajaí

Segundo Araújo (1992, p.158), o organograma é um gráfico que representa a


estrutura formal de uma organização. Ainda conforme Araújo (1992, p.158), o
objetivo do organograma e demonstrar, de forma a permitir uma análise
organizacional, a divisão do trabalho, a relação superior-subordinado, e o trabalho
desenvolvido pelas frações organizacionais.
Assim, como se observa no organograma abaixo, a Supervisão de
Controladoria da Sadia – Filial Itajaí está subordinada a outras estruturas superiores
e, por sua vez, sob sua subordinação, estão os setores que desenvolvem e
operacionalizam todas as atividades e processos de responsabilidade desta
supervisão.
Segue organograma:

GERENCIA DE CONTABILIDADE E ORÇAMENTO


(CURITIBA)

GERENCIA DE CONTROLADORIA UNIDADES DE


VENDAS (CURITIBA)

SUPERVISÃO DE CONTROLADORIA REGIONAL


SUL

SUPERVISÃO DE CONTROLADORIA SADIA –


FILIAL ITAJAÍ

CELULA DE CELULA DE CELULA DE CELULA DE SETOR SETOR SETOR


ENTRADA ME SAIDA ME SAIDA MI ENTRADA MI FISCAL CONTABIL FINANCEIRO

Figura 1 - Estrutura Organizacional do departamento de Controladoria da Sadia


Fonte: elaborado pelo estagiário
37

5.1.4 Descrição dos processos realizados nos setores da


Controladoria

Para um melhor entendimento de como ocorre o problema, nesta etapa estão


relacionadas diversas práticas e atividades realizadas pelos setores que são mais
afetados na Supervisão de Controladoria Sadia – Filial Itajaí.
Os problemas gerados pelas irregularidades em documentos fiscais são
mais evidenciados nos setores de Célula de Entrada Mercado Externo, Célula de
Entrada Mercado Interno, Contabilidade, Financeiro e com mais intensidade o Setor
Fiscal, que é onde são geradas todas as informações aos fiscos federal, estaduais e
municipais, alem do setor de Custeio da Supervisão de Operações Portuárias, que é
um dos maiores fornecedores de informações e serviços a Controladoria, e onde
também são realizadas atividades de conferencias e validação de documentos.
Nos setores de Célula de Saída ME e Célula de Saída MI, o impacto dos
problemas são reduzidos, pois tratam-se de atividades controladas de dentro para
fora. Ou seja, o processo se inicia na filial e para que não ocorram anomalias, a todo
um controle das atividades que envolvem as emissões de documentos fiscais de
saídas.
Segundo Attie (1986, p.215), “a eficiência do sistema de controle interno como
um todo deve permitir detectar não somente irregularidades de atos intencionais,
como também erros de atos não intencionais”. Ainda conforme Attie (1986, p.201), “a
importância do controle interno fica patente a partir do momento em que se torna
impossível conceber uma empresa que não disponha de controles que possam
garantir a continuidade do fluxo de operações e informações proposto”. Ainda
continuando, Attie (1992, p.215), “o controle é parte integrante de cada segmento da
organização e cada procedimento correspondente a uma parte do conjunto de
controle interno”.
Cada setor é responsável por diversos processos, que devem ser garantidos
a fim de evitar retrabalhos aos processos seguintes. Conforme Campos (1994, p.17),
”processo é um conjunto de causas (que provoca um ou mais efeitos)”. Afirma
Campos que, ”uma empresa é um processo e dentro dela existem vários processos
de serviço”.
38

Seguem agora a descrição dos processos realizados nos setores envolvidos:

Setor: Célula de Entrada – Mercado Externo

• Processos desenvolvidos pelo setor:


9 Registrar entradas por transferências de produtos com fim específico de
exportação;
9 Registrar entradas de compras de mercadorias com fim específico de
exportação;
9 Registrar devoluções de remessas para armazenagens;
9 Registrar remessas por conta e ordem;
9 Controlar saldo de ICMS sobre remessas de armazenagens.

Setor: Célula de Entrada – Mercado Interno

• Processos desenvolvidos pelo setor:


9 Compra de materiais de uso e consumo;
9 Criação de pedidos e folha de serviços (fretes, serviços, materiais);
9 Registrar entradas por transferências de produtos para venda no mercado
interno;
9 Registrar entradas por compra de materiais de consumo;
9 Registrar entradas por compras de serviços de fretes;
9 Registrar entradas por compras de outros serviços.

Setor: Contabilidade

• Processos desenvolvidos pelo setor:


9 Conciliar, compor e validar saldos das contas patrimoniais;
9 Validar Gastos Fixos;
9 Validar faturamento de vendas;
9 Controlar Ativo Imobilizado da filial;
9 Controlar e validar estoques de itens produtivos e improdutivos;
39

Setor: Financeiro

• Processos desenvolvidos pelo setor:


9 Recebimento de vendas a vista;
9 Elaboração do Fluxo de Caixa Realizado, Diário e Projetado;
9 Pagamentos a fornecedores;
9 Pagamentos diversos;
9 Conciliação bancaria.

Setor: Fiscal

• Processos desenvolvidos pelo setor:


9 Validar movimentos de entradas e saídas de notas fiscais;
9 Apurar impostos (ICMS, IRRF, PIS, COFINS, CSLL e ISS);
9 Liberar arquivos SINTEGRA;
9 Controlar Regimes Especiais e Certidões Negativas;
9 Elaborar DIME.

Alem dos setores citados acima, que estão sob a supervisão de Controladoria
Sadia - Filial Itajaí, também o setor de Custeio está envolvido nas questões de
movimentação fiscais.
Está célula está sob o comando da Supervisão de Operações Portarias, e é
um setor importante na conferência e liberação de informações para Controladoria.
Com isso, se faz necessário e importante descrever as atribuições deste
setor, que facilitará também entender o fluxo dos documentos entre as áreas
envolvidas pela empresa.
Assim segue descrição das atividades deste setor:

Setor: Custeio

• Processos desenvolvidos pelo setor:


9 Conferência e liberação de despesas portuárias;
9 Gerenciamento dos gastos do setor;
40

9 Controle de ponto dos colaboradores da área;


9 Fechamento dos custos portuários;
9 Análise das quebras, omissões e transferências de container;
9 Recuperação de despesas de responsabilidade de terceiros;

5.2 Fluxos de processos com documentos fiscais

A seguir serão descritas as movimentações dos documentos fiscais entre os


setores. Visualizar como ocorre este fluxo trará um melhor entendimento dos
problemas que podem ocorrem quando se verifica anomalias entre os processos
envolvidos. Para isto foram elaborados fluxogramas dos principais processos onde
ocorre o maior fluxo de documentos de entradas nesta filial da empresa Sadia. Para
Campos (1992, p.55), “o estabelecimento de fluxograma é fundamental para a
padronização e, por conseguinte, para o entendimento do processo”. Attie (1986,
p.228), afirma que “os fluxogramas permitem representar graficamente os ciclos
operacionais”. Em comparação com outros métodos o fluxograma apresenta as
seguintes vantagens:

• Efetuar o levantamento numa seqüência lógica e ordenada;


• Visualizar, num lance de olhos, as áreas em conjunto, o que não se
pode obter com o uso de questionários, normalmente divididos em seções
e, muito menos, com o método descritivo;
• Evitar a duplicidade de descrições que quase sempre exigem o uso
de formulários quando várias áreas são alcançadas por determinada
operação;
• Facilitar a identificação de deficiências de controle interno em
especial, pois evidenciam aspectos relacionados com a eficiência
operacional, que podem passar despercebidos quando se empregam
questionários;
• Evitar problemas de semântica, que ocorrem na utilização de
métodos narrativos, desde que a simbologia utilizada seja perfeitamente
definida e não suscite dúvidas (ATTIE, 1986, P.228).
41

5.2.1 Fluxograma do processo registro de entrada de CTRC

PRESTADOR DE SERVIÇO CUSTEIO CÉLULA DE ENTRADA MI SETOR FISCAL

Envia CTRC
para Recebe Recebe
Recebe
empresa CTRC do CTRC para
CTRC do
tomadora do Prestador da Célula
Custeio
serviço de Serviço de Entrada

Confere CTRC
(preço do Valida
serviço e Registra CTRC fiscalmente
impostos CTRC
incidentes)

Arquiva
Não Envia CTRC CTRC
CTRC
para Setor
Ok?
Fiscal

Sim

Aprova
pagamento

Envia CTRC
para Célula
de Entrada
MI

Figura 2 – Fluxograma do processo de entrada de CTRC


Fonte: elaborado pelo estagiário

Como se vê neste fluxograma, o processo de validação dos Conhecimentos


de Transportes Rodoviários de Cargas inicia-se na Célula de Custeio, onde são
verificadas as seguintes informações:

9 valor do frete, que deve estar de acordo com a tabela de valores pré-
aprovados pela empresa;
9 base de calculo, alíquota e valor do ICMS;
42

9 dados cadastrais da empresa origem e destino do frete, como: razão social,


CNPJ, Inscrição Estadual, endereço;
9 dados da mercadoria transportada: peso, quantidade, valor da mercadoria e
numero da nota fiscal transportada;
9 informações sobre o veiculo transportador da mercadoria: placa do veiculo,
motorista e numero do container (quando é o caso);
9 verificação da modalidade de pagamento se o frete “pago” ou “a pagar” e qual
unidade da empresa deverá registrar o documento.

Como observado, neste estágio do processo de entrada do CTRC, as


conferencias são bem detalhadas. Desta forma a possibilidade de algum documento
seguir para uma próxima etapa com alguma irregularidade é muito pouca.
Assim, concluídas as atividades do Custeio, o documento em enviado para
Célula de Entrada onde são executadas basicamente seguintes atividades:

9 criação do pedido do serviço de frete no sistema da empresa;


9 registro financeiro, contábil e fiscal do documento.

Conforme informado pelos colaboradores responsáveis por este processo,


também nesta etapa são verificadas anomalias que impedem o registro do
documento. Verificado isto, o documento fiscal é devolvido ao setor de Custeio para
que este tome as devidas providencias para regularização. Com o processo da
Célula de Entrada concluído o documento é enviado ao setor Fiscal para validação
do registro do documento nos livros próprios. Após esta validação o documento é
arquivado.
Caso haja alguma divergência entre as informações do documento e o
registro no livro, as ações deste setor são as seguintes:
9 devolver para Célula de Entrada caso o erro seja no documento fiscal;
9 corrigir o livro caso o erro seja no registro fiscal.

Também, conforme os colaboradores deste setor, a casos em que a


irregularidade é passível de regularização por Carta de Correção. Assim sendo, o
documento é registrado e enviado ao setor Fiscal para que seja providenciado o
documento e encaminhado ao prestador do serviço para protocolo.
43

5.2.2 Fluxograma do processo de registro de entrada de notas


fiscais de serviços

PRESTADOR DE SERVIÇO CUSTEIO CÉLULA DE ENTRADA MI SETOR FISCAL

Envia NF
Serviço para Recebe Recebe
Recebe Nota
empresa Nota de Nota de
de Serviço
tomadora do Serviço do Serviço do
da Célula de
serviço Prestador Custeio
Entrada MI

Confere Nota de Registra Nota


Serviço (preço de Fiscal de
do serviço e Serviço(fiscal/ Valida
impostos contabil/financ fiscalmente a
incidentes) eiro) Nota de Serviço

Envia Nota Arquiva a


Não Nota de de Serviço Nota de
Serviço para Setor Serviço
Fiscal

Sim

Insere
requisição no
sistema

Aprova e libera
pagamento
(supervisor)

Envia Nota
de Serviço
para Célula
de Entrada
MI

Figura 3 - Fluxograma do processo de entrada de Notas Fiscais de Serviços


Fonte: elaborado pelo estagiário

A exemplo do processo de validação dos Conhecimentos de Transportes


Rodoviários de Cargas, as Notas Ficais de Serviços também tem suas conferencias
iniciadas na Célula de Custeio, sendo estas as seguintes:
44

9 confirmar se o valor do serviço corresponde ao valor contratado, ou se esta


de acordo com a tabela de valores pré-aprovados pela empresa no caso de
fretes intramunicipal;
9 base de calculo, alíquota e valor do ISS;
9 dados cadastrais da empresa: razão social, CNPJ, Inscrição Estadual,
endereço;
9 informações sobre o serviço realizado;

Após estas atividades, basicamente este tipo de documento segue os


mesmos passos do documento analisado anteriormente (CTRC), ou seja, é
encaminhado a Célula de Entrada e Setor Fiscal, tendo o mesmo tratamento em
caso de irregularidades ou não.

5.3 Demonstrações de irregularidades que motivam a devolução do


documento fiscal

“Um problema é o resultado indesejável de um processo”, (Campos, 1992


p.20). E em meio aos processos de conferencias de documentos é que são
localizadas e identificadas as anomalias que interferem no andamento normal das
atividades dos setores envolvidos.
Assim, serão apresentados nestes capitulo, exemplos das irregularidades em
documentos fiscais verificadas durante a coleta de dados, bem como algumas
amostras de documentos fiscais irregulares que foram selecionados e copiados a fim
de uma melhor visualização.
Estes exemplos são importantes para se ter uma idéia de como os problemas
são apresentados nos documentos fiscais e, também trará base para que se possa
demonstrar como ocorrem as irregularidades.
Por solicitação da empresa onde está sendo realizado o estagio, a fim de
garantir o sigilo quanto a identificação dos fornecedores de matérias ou prestadores
de serviços, foram ocultados todos os dados que pudessem de alguma forma
identificá-los.
45

5.3.1 Irregularidades – Documento I

• Tipo de documento fiscal: CTRC – Conhecimento de Transporte


Rodoviário de Carga.

Observação: as informações do emitente deste documento foram ocultadas por solicitação da


empresa objeto de pesquisa do presente estágio.

Figura 4 – Exemplo de documento fiscal com irregularidades I


Fonte: Sadia S/A

• Irregularidades encontradas no documento

Ö 1. Falta de informações sobre os produtos/mercadorias transportados:

9 Quantidade dos produtos/mercadorias;


9 Espécie de produtos/mercadorias;
9 Peso, metro cúbico, litros, etc.
46

Ö 2. Falta de informações sobre o(s) documento(s) dos


produtos/mercadorias transportados:

9 Numero da Nota Fiscal dos produtos/mercadorias transportadas;


9 Data da Nota Fiscal dos produtos/mercadorias transportadas;
9 Valor das mercadorias.

Ö 3. Preenchimento irregular da composição do valor do frete:

9 Campo “Frete/Peso/Vol” preenchido indevidamente;


9 Campo “Frete Valor” sem preenchimento;
9 Campo “Total da Prestação” preenchido de forma mecânica, enquanto o
restante do documento foi preenchido eletronicamente.

• Possíveis penalidades aplicáveis:

9 Prestar serviço de transporte sem documento fiscal, com documento fiscal


fraudulento ou com via diversa da exigida para acompanhar o transporte (Art.
61. do RICMS/SC):
Multa de 30% (trinta por cento) do valor do frete.

9 Emitir documento fiscal de forma ilegível, com omissões, incorreções ou que


apresente emendas ou rasuras que dificultem ou impeçam a verificação dos
dados nele apostos (Art. 70. do RICMS/SC):
Multa de 5 (cinco) Unidades Fiscais de Referência - UFIR por documento,
não inferior a 100 (cem) Unidades Fiscais de Referência - UFIR, limitada a
1.000 (mil) Unidades Fiscais de Referência - UFIR.

• Ação tomada para regularização do problema:

9 Como a prestação de serviço já havia ocorrido, foi solicitado ao


transportador uma Carta de Correção para complementação dos dados
faltantes.
47

5.3.2 Irregularidades – Documento II

• Tipo de documento fiscal: CTRC – Conhecimento de Transporte Rodoviário


de Carga.

Observação: as informações do emitente deste documento foram ocultadas por solicitação da


empresa objeto de pesquisa do presente estágio.

Figura 5 – Documento fiscal com irregularidades II


Fonte: Sadia S/A
48

• Irregularidades encontradas no documento:

Ö 1. Documento ilegível:

9 CTRC com quase todos os campos rasurados, impossibilitando, quase que


total, a identificação das informações nele contidas;

Ö 2. Informações dos produtos/mercadorias transportadas preenchidos de


forma inadequada:

9 Os campos “Peso”, “Nota Fiscal nº.” e “Valor da Mercadoria” preenchido de


forma mecânica, enquanto o restante do documento foi preenchido
eletronicamente.

Ö 3. Falta da observação quanto ao Direito Fiscal de isenção da não


tributação da operação:

9 Como mostrado nos campos “Base de Calculo”, “Alíquota” e “ICMS”, não


houve destaque do valor do ICMS referente a prestação do serviço de frete,
mas, em contra-partida, não a menção do Direito Fiscal que isenta ou não
tributa esta operação.

• Possíveis penalidades aplicáveis:

9 Emitir documento fiscal de forma ilegível, com omissões, incorreções ou que


apresente emendas ou rasuras que dificultem ou impeçam a verificação dos
dados nele apostos (Art. 70 do RICMS):
Multa de 5 (cinco) Unidades Fiscais de Referência - UFIR por documento,
não inferior a 100 (cem) Unidades Fiscais de Referência - UFIR, limitada a
1.000 (mil) Unidades Fiscais de Referência - UFIR.

• Ação tomada para regularização do problema:

9 Foi solicitado ao prestador de serviço a emissão de um novo documento.


49

5.3.3 Irregularidades – Documento III

• Tipo de documento fiscal: NFS – Nota Fiscal de Serviço

Observação: as informações do emitente deste documento foram ocultadas por solicitação da


empresa objeto de pesquisa do presente estágio.

Figura 6 – Documento fiscal com irregularidades III


Fonte: Sadia S/A
50

• Irregularidades encontradas:

Ö 1. Valor dos Serviços diferente do Valor Total da Nota:

9 O valor do ISS não pode ser somado ao valor do serviço para compor o total
da nota fiscal. Assim, no caso acima, o valor total da nota fiscal deveria ser
R$ 490,00 e não R$ 514,50;
9 O campo da nota fiscal denominado “ISS” tem somente a finalidade de
destacar o valor do imposto.

• Possíveis penalidades aplicáveis:

9 As infrações às normas da legislação tributária sujeitam o infrator às


seguintes penalidades:
I - multa de 20 (vinte) UFM , aos que:
f) consignarem em documento fiscal importância inferior à receita
efetivamente auferida (Art. 112 da Lei Complementar 20 do Código
Tributário do Município de Itajaí).
Obs: valor da UFM em 30/05/07 é de R$ 88,98.

• Ação tomada para regularização do problema:

9 Através de contato com o prestador do serviço, foi comprovado que o valor


real do serviço era R$ 490,00 e, portanto, o valor do ISS estava destacado
corretamente conforme alíquota aplicável para este tipo de serviço. Assim,
para que posteriormente não houvesse duvidas quanto ao valor total do
serviço, a empresa contratante emitiu uma carta de correção comunicando o
prestador do serviço sobre a anomalia verificada, solicitando também nesta
carta, assinatura do responsável para comprovação do recebimento e ciência
do problema ocorrido.
51

5.3.4 Irregularidades – Documento IV

• Tipo de documento fiscal: NF – Nota Fiscal Modelo 1A

Observação: as informações do emitente deste documento foram ocultadas por solicitação da


empresa objeto de pesquisa do presente estágio.

Figura 7 – Documento fiscal com irregularidades IV


Fonte: Sadia S/A
52

• Irregularidades encontradas:

Ö 1. Numero da Nota Fiscal diferente do numero do “Canhoto”.

9 Neste caso percebe-se claramente que houve um erro na impressão dos


formulários de notas fiscais. Erro da própria gráfica que prestou o serviço de
impressão dos blocos de notas.

• Possíveis penalidades aplicáveis:

9 Emitir documento fiscal de forma ilegível, com omissões, incorreções ou que


apresente emendas ou rasuras que dificultem ou impeçam a verificação dos
dados nele apostos (Art. 70 do RICMS):
Multa de 5 (cinco) Unidades Fiscais de Referência - UFIR por documento,
não inferior a 100 (cem) Unidades Fiscais de Referência - UFIR, limitada a
1.000 (mil) Unidades Fiscais de Referência - UFIR.

• Ação tomada para regularização do problema:

9 Foi solicitado ao emissor do documento uma verificação da numeração de


todo bloco de notas fiscais, o qual atestou que tal problema ocorreu de forma
geral (em todo o bloco). Com isto, foi orientado ao cliente que fizesse contato
o seu contador responsável, para que este formalizasse junto a Secretaria da
Fazenda o fato ocorrido, informando neste comunicado também, o
cancelamento das notas não utilizadas do bloco. E para regularização das
notas já emitidas, foi solicitada a emissão de carta de regularização. E ainda
fazer constar todas estas informações do no livro Registro de Utilização de
Documentos Fiscais e Termos de Ocorrência - RUDFTO, modelo 6
53

5.3.5 Irregularidades – Documento V

• Tipo de documento fiscal: CTRC – Conhecimento de Transporte Rodoviário


de Carga.

Observação: as informações do emitente deste documento foram ocultadas por solicitação da


empresa objeto de pesquisa do presente estágio..

Figura 8 – Documento fiscal com irregularidades V


Fonte: Sadia S/A

• Irregularidades encontradas no documento:

Ö 1. Documento sujeito à Substituição Tributária:

9 O transportador é contribuinte inscrito no estado do Paraná. Portanto o


imposto deve ser recolhido pelo tomador do serviço inscrito no estado Santa
Catarina ou, recolhido pelo transportador antes do inicio do transporte.
Assim, o documento deixa duvidas quanto a quem deveria ter a
responsabilidade pelo recolhimento do imposto:
54

Art. 124. Na prestação de serviço de transporte promovida por transportador


autônomo ou por transportador não inscrito como contribuinte neste Estado,
fica atribuída a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto
devido na prestação de serviço de transporte de carga:

I - ao alienante ou remetente da mercadoria, inscrito como contribuinte neste


Estado;

II - ao depositário, a qualquer título, estabelecido neste Estado, na saída de


mercadoria ou bem depositado;

III - à empresa transportadora contratante, desde que inscrita como


contribuinte neste Estado, na hipótese de subcontratação, observado o
disposto no Anexo 5, art. 68 (Anexo VI do RICMS/SC).

Art. 60. O imposto será recolhido até o 10° (décimo) dia após o
encerramento do período de apuração, ressalvadas as hipóteses previstas
nesta Seção.

§ 1° Nos seguintes casos, o imposto será recolhido:

I - por ocasião do fato gerador


:
e) na prestação, realizada por transportador não inscrito como contribuinte
deste Estado, de serviço de transporte:

1. rodoviário de cargas, exceto quando sujeito à substituição tributária


(RICMS/SC).

• Possíveis penalidades aplicáveis:

9 Emitir documento fiscal com destaque de imposto indevido, ou com destaque


de imposto maior que o devido:
Multa de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto indevidamente
destacado ou destacado a maior.

• Ação tomada para regularização do problema:

9 Como o transportador é contribuinte e outro estado; como no documento de


transporte (CTRC) há um carimbo informado que o responsável pelo
recolhimento do imposto é a empresa contratante; como na nota fiscal da
mercadoria transportada foi também mencionado que o ICMS sobre o serviço
de frete seria recolhido por substituição tributaria, a empresa assumiu esta
responsabilidade pelo recolhimento do imposto.
55

5.4 Perdas com irregularidades em documentos fiscais

Por meio das observações realizadas nos documentos fiscais, verifica-se uma
série de irregularidades que são onerosas tanto para o vendedor ou prestador de
serviço, como também para o comprador ou tomador do serviço. Por isso é
importante elaborar um cálculo dos custos que envolvem estas irregularidades.
Cumpre-se observar também, que as penalidades possíveis e previstas nos
regulamentos, não serão consideradas neste cálculo, já que a maioria das empresas
solicita as regularizações antes mesmo do registro do documento. Também vale
lembrar que não é objetivo deste trabalho analisar irregularidades do ponto de vista
do fisco, mas sim minimizar o impacto (perdas) que estas irregularidades trazem as
empresas nos seus processos internos. Talvez ai esteja um ponto importante para
as organizações, já que nestes períodos de programas de redução de despesas,
toda e qualquer oportunidade de economia deve ser observada.
Assim, a partir dos dados observados, foram relacionadas abaixo, as
possíveis perdas que se pode ter em conseqüências das irregularidades. Segue:

Perdas do recebedor do documento:

9 Mão de obra dos funcionários responsáveis pelas conferencias, validações e


registros dos documentos;
9 Ligações telefônicas para comunicação das irregularidades aos fornecedores;

Perdas do emissor do documento:

9 Mão de obra do funcionário responsável pela emissão do documento;


9 Custo do formulário de Nota Fiscal;
9 Despesa pela coleta do documento irregular que está em posse do cliente;
9 Despesa para reenvio do novo documento ao cliente;
56

5.4.1 Perdas financeiras com irregularidades em documentos


fiscais

Como visto anteriormente, dentro dos processos internos da empresa


ocorrem eventos que impedem a circulação normal dos documentos. Estes eventos,
ou anomalias, que chamamos de irregularidades em documentos fiscais, além de
interferirem nos processos internos da empresa, também causam perdas
financeiras.
Para mensurar tais perdas, tomamos como base os fluxos de entradas
demonstrados nos subtítulos 5.2.1 e 5.2.2, medindo-se as perdas de cada setor
quando da verificação de documentos irregulares. Assim podem-se ter perdas no
Setor de Custeio, Célula de Entrada e Setor Fiscal quando as irregularidades nos
documentos não são barradas nos setores anteriores.
Quando um setor verifica um erro, devolve toda documentação ao setor
responsável pela tarefa anterior. Quando o erro é localizado no setor subseqüente,
as perdas aumentam, pois ocupam mais tempo de mão-de-obra de outras pessoas,
além de outros materiais necessários para execução da tarefa.
Apresenta-se abaixo, os valores apurados para possíveis perdas quando da
verificação de irregularidades em documentos fiscais. É bom colocar que, estas
perdas não são exclusivas para ocorrências de irregularidades em documentos
fiscais. Todo processo, onde ocorre uma anomalia, esta sujeito a perdas, pois nele é
despendido tempo de pessoas para solução e correção do problema. Estas
anomalias podem ser decorrentes de falhas internas ou falhas externas (terceiros).
O calculo foi feito de forma individual, ou seja, por documento fiscal recebido
com irregularidade. Também foram considerados neste este calculo, além do tempo
da mão de obra empregada pelos colaboradores para execução da tarefa, o FGTS,
férias, 13º salário e os encargos sociais incidentes sobre estas verbas salariais.
Os valores para cálculos foram informados pela empresa, sendo estes, uma
média entre os salários dos responsáveis pelas as atividades envolvidas no
processo de conferencia, registro e validação do documento.
57

Segue quadro demonstrativo de perdas:


PERDAS SETOR CUSTEIO
Mão de Obra Qtd. UM Vlr.Base Total
Salário médio (em minutos) 10 min R$ 0,09 R$ 0,90
INSS 20 % R$ 0,90 R$ 0,18
FGTS 8,5 % R$ 0,90 R$ 0,08
Férias + 1/3 (1/12) 11,12 % R$ 0,90 R$ 0,10
Encargos s/ férias 28,8 % R$ 0,10 R$ 0,03
13º Salário (1/12) 8,34 % R$ 0,90 R$ 0,08
Encargos s/13º Salário 8 % R$ 0,08 R$ 0,01
Total Mão de Obra R$ 1,37
GASTOS COM TELEFONIA Qtd. UM Vlr.Base Total
Custo do tempo gasto ao telefone (ligação p/fornecedor) 7 min R$ 0,41 R$ 2,87
Total gasto telefonia R$ 2,87
Total de Perdas Setor Custeio R$ 4,24
PERDAS CELULA DE ENTRADA
Mão de Obra Qtd. UM Vlr.Base Total
Salário médio (em minutos) 8 min R$ 0,09 R$ 0,72
INSS 20 % R$ 0,72 R$ 0,14
FGTS 8,5 % R$ 0,72 R$ 0,06
Férias + 1/3 (1/12) 11,12 % R$ 0,72 R$ 0,08
Encargos s/ férias 28,8 % R$ 0,08 R$ 0,02
13º Salário (1/12) 8,34 % R$ 0,72 R$ 0,06
Encargos s/13º Salário 8 % R$ 0,06 R$ 0,00
Total de Perdas Célula de Entrada R$ 1,09
PERDAS SETOR FISCAL
Mão de Obra Qtd. UM Vlr.Base Total
Salário médio (em minutos) 6 min R$ 0,09 R$ 0,54
INSS 20 % R$ 0,54 R$ 0,11
FGTS 8,5 % R$ 0,54 R$ 0,05
Férias + 1/3 (1/12) 11,12 % R$ 0,54 R$ 0,06
Encargos s/ férias 28,8 % R$ 0,06 R$ 0,02
13º Salário (1/12) 8,34 % R$ 0,54 R$ 0,05
Encargos s/13º Salário 8 % R$ 0,05 R$ 0,00
Total de Perdas Setor Fiscal R$ 0,82

Perda acumulada (por documento) R$ 6,15


UM = Unidade de Medida
Quadro 1 – Cálculo de perda com irregularidades por documento fiscal
Fonte: elaborado pelo estagiário

5.4.2 Perdas intangíveis

Além das Perdas Monetárias (materiais e valores de serviços somados aos


preços finais dos custos), que normalmente é o que mais as empresas olham, Elton
(2005, Noticias) afirma que “a prestação de serviços gera no consumidor outros
58

custos, como os Temporais, os Físicos, os Psicológicos e os Sensoriais,


responsáveis por sensações (intangíveis) que o consumidor possui na experiência
de um serviço”.
As perdas, então, afetam de modo direto o patrimônio financeiro das
empresas e podem também comprometer o conceito e a reputação das
mesmas junto aos clientes. Nesse caso, são originadas as chamadas
perdas intangíveis, uma vez que elas se relacionam a elementos nem
sempre fáceis de serem mensurados concretamente (PASSOS, 2006, p.3).

As Perdas Intangíveis são de difícil mensuração. Estas perdas não podem ser
calculadas com precisão. Normalmente estes custos são avaliados por estimativa.
Como medir, por exemplo, a insatisfação de um cliente, vendas perdidas? Da
mesma forma, como quantificar financeiramente a medição do nível de qualidade em
relação à satisfação do consumidor no tocante ao tempo médio de atendimento ao
cliente, ao percentual de entregas dentro do prazo correto? Como medir o abalo à
reputação ou credibilidade da empresa perante um cliente insatisfeito com maus
serviços ou produtos e sua possível influência junto a outros potenciais clientes ou
consumidores permanentes? Os efeitos desse tipo de custo permanecem por longo
tempo e causam perdas consideráveis à empresa tanto em termos de imagem,
quanto, provavelmente, em termos de lucratividade. O que temos que ter em mente
é que qualidade não deve estar somente inserida nos produtos em forma de preço
baixo, ou outro elemento físico agregado ao produto.
Dentre os elementos patrimoniais intangíveis, a imagem da empresa
assume grande valor, tendo em vista a influência que ela exerce sobre os
consumidores. As organizações, concorrendo entre si, oferecem uma
grande variedade de bens e serviços ao mercado e assim possibilitam a
liberdade de escolha. Por sua vez, o cliente, ao optar por um produto ou
serviço, leva em consideração fatores objetivos como o preço e as
condições de pagamento. Porém, habitualmente, são os elementos de
cunho subjetivo como a tradição e a segurança da empresa, a indicação de
amigos e parentes que facilitam o seu processo decisório. Ou seja, ele
costuma utilizar parâmetros geralmente associados a uma imagem
organizacional (PASSOS, 2006, p.3).

Os consumidores, mais do que nunca, exigem qualidade também nos


serviços prestados. Investir na capacitação de pessoas, através de cursos e
treinamentos, agregará em muito no produto final, quer seja em uma empresa
prestadora de serviço ou fornecedora de produtos. Alias, penso que este é um dos
grandes diferenciais das empresas hoje, já que a tecnologia aplicada aos
produtos/serviço é muito parecida entre as empresas.
59

Neste trabalho, os Custos Intangíveis mais evidentes e, observados durante


as pesquisas, estão relacionados com a insatisfação pelos serviços prestados,
aliados a conseqüente perda de credibilidade do prestador pelo tomador.

5.5 Pesquisa documental

Nesta pesquisa foram encontrados diversos tipos de irregularidades. Assim,


relaciona-se abaixo, as mais relevantes, consideradas problemáticas numa visão
fiscal, financeira e contábil.
As principais irregularidades encontradas na coleta de dados foram:
9 Informações do destinatário incorretas (endereço, CNPJ, Inscrição Estadual);
9 Natureza da Operação e CFOP (Código Fiscal de Operação) incompatíveis
com a operação realizada;
9 Falta da observação quanto ao Direito Fiscal em operações com isenção ou
não tributação;
9 Bases de calculo, Alíquotas e valores de ICMS destacados incorretamente
(pra maior ou pra menor);
9 Falta de informações sobre os produtos/mercadorias transportados no caso
de CTRC;
9 Falta de informações sobre o(s) documento(s) dos produtos/mercadorias
transportados no caso de CTRC;
9 Preenchimentos irregulares da composição dos valores de fretes;
9 Documentos ilegíveis;
9 Valor de Serviços diferentes do valor total da Nota;
9 Numero da Nota Fiscal diferente do numero do “Canhoto”;
9 Documento sujeito à Substituição Tributária com destaque do imposto;

A seguir apresentam-se os resultados da pesquisa documental realizada.


Estes dados foram coletados nos setores fiscal e custeio da empresa. Com isto
buscou-se analisar de forma clara e objetiva todas as informações importantes para
a continuidade deste trabalho.
Com este levantamento pode-se ter uma idéia de quanto a empresa perde
com problemas verificados em documentos recebidos de terceiros.
60

5.5.1 Documentos recebidos com irregularidades

O quadro a seguir mostra a quantidade de documentos recebidos de


terceiros. Estas informações foram coletadas no período de dois meses. Os
documentos onde foram coletadas as informações são referentes a compras de
materiais e compra de serviços, como por exemplo, serviços de armazenagens,
serviços de monitoramento de container, fretes intramunicipais, intermunicipais e
interestaduais. Assim pode-se analisar a relevância do numero de irregularidades
em relação à quantidade de documentos recebidos.

TOTAL DE DOCUMENTOS TOTAL DE DOCUMENTOS


TOTAL DE DOCUMENTOS RECEBIDOS SEM RECEBIDOS COM
RECEBIDOS NO PERIODO IRREGULARIDADES IRREGULARIDADES

2117 1880 237


Quadro 2 – Documentos Fiscais Recebidos com Irregularidades
Fonte: elaborado pelo estagiário

5.5.1.1 Representação gráfica do quadro 2

Na Figura 9 demonstra-se o percentual de documentos recebidos com


irregularidades:

TOTAL DE DOCUMENTOS RECEBIDOS COM IRREGULARIDADES

237
11,20%

DOCUMENTOS SEM
IRREGULARIDADES
DOCUMENTOS COM
1880 IRREGULARIDADES
88,80%

Figura 9 – Total de documentos recebidos com irregularidades


Fonte: elaborado pelo estagiário
61

5.5.1.2 Análise do resultado da representação gráfico do quadro 2 –


Figura 9

Como podemos verificar no gráfico acima, a quantidade de documentos


fiscais recebidos com irregularidades no período analisado foi de 237, representando
assim, 11,20% sobre o total de documentos recebidos no período.
Outro fato relevante que deve ser destacado, é que conforme levantamento
dos custos oriundo de irregularidades demonstradas anteriormente, estas 237
anomalias registradas neste período de tempo, representaram para companhia uma
perda de no mínimo R$ 1.004, 04.
Abaixo segue quadro com a simulação de perdas caso estas fossem
verificadas nos outros níveis acima da célula de Custeio:

Total de documentos irregulares no período 237


Perda Setor de Custeio R$ 1.004,04
Perda Setor de Custeio + Célula de Entrada R$ 1.263,13
Perda Setor de Custeio + Célula de Entrada +Setor Fiscal R$ 1.457,44
Quadro 3 – Total de perdas no período apurado
Fonte: elaborado pelo estagiário

5.5.2 Irregularidade por tipo de documento fiscal

Detalhar o problema por tipo de documento fiscal, facilita a identificação do


seguimento de prestação de serviço ou fornecimento de materiais onde estão
localizadas o maior numero de irregularidades.

% %
DOCUMENTOS DOCUMENTOS
TOTAL DE TOTAL DE IRREGULARES IRREGULARES
TIPO DE DOCUMENTOS DOCUMENTOS x TOTAL X TIPO
DOCUMENTO RECEBIDO NO RECEBIDOS COM DOCUMENTOS DOCUMENTOS
FISCAL PERIODO IRREGULARIDADES RECEBIDOS IRREGULARES
CTRC 1217 153 12,57% 64,56%
NF SERVIÇO 673 67 9,96% 28,27%
NF 227 17 7,49% 7,17%
TOTAL 2117 237 11,20% 100,00%
Quadro 4 – Irregularidades por tipo de Documento Fiscal
Fonte: elaborado pelo estagiário
62

5.5.2.1 Representação gráfica do quadro 4

Na Figura 10 demonstra-se o total de irregularidades por tipo de documento


fiscal:

IRREGULARIDADE POR TIPO DE DOCUMENTO FISCAL

17
CTRC
7,17%
NF SERVIÇO
NF
67
28,27%

153
64,56%

Figura 10 – Irregularidades por tipo de documento fiscal


Fonte: elaborado pelo estagiário

5.5.2.1.1 Análise do resultado da representação gráfica do quadro 4


– Figura 10

Conforme dados coletados e demonstrados no quadro e no gráfico anteriores,


o maior número de ocorrências por irregularidades em documentos fiscais encontra-
se no tipo de documento CTRC – Conhecimento de Transporte Rodoviário de
Cargas, que apresenta um percentual de 64,56% sobre o total de irregularidades
encontradas.
63

5.5.3 Irregularidades por fornecedores

Abaixo, observa-se o quadro com as informações de documentos fiscais


recebidos com irregularidades por fornecedor. Também neste quadro, as
informações foram coletas no período de dois meses.
Com está informação poderemos verificar se há um fornecedor específico, ou
um seguimento de atividade especifica onde as irregularidades são mais freqüentes.
Desta forma será facilitada a aplicação de uma ação corretiva a fim de minimizar a
causa do problema.

%
% IRREGULARIDADES
TOTAL DE TOTAL DE
DOCUMENTOS DE CADA
DOCUMENTOS DOCUMENTOS
FORNECEDOR IRREGULARES FORNECEDOR
RECEBIDOS RECEBIDOS COM
POR SOBRE TOTAL DE
NO PERIODO IRREGULARIDADES
FORNECEDOR DOCUMENTOS
IRREGULARES

A 396 68 17,17% 28,69%


B 237 59 24,89% 24,89%
C 196 24 12,24% 10,13%
D 188 17 9,04% 7,17%
E 172 15 8,72% 6,33%
F 150 15 10,00% 6,33%
J 117 12 10,26% 5,06%
H 88 10 11,36% 4,22%
DIVERSOS 573 17 2,97% 7,17%
TOTAL 2117 237 11,20% 100,00%

Quadro 5 – Irregularidades em documentos fiscais por fornecedor


Fonte: elaborado pelo estagiário
64

5.5.3.1 Representação gráfica I do quadro 5

Na Figura 11 demonstra-se a quantidade de irregularidades em documentos


por fornecedore:

IRREGULARIDADES POR FORNECEDOR

700

600 573
OCORRENCIAS

500

396
400

300
237
196 188
200 172
150
117
88
100 68 59
24 17 15 15 12 10 17
0
A B C D E F J H DIVERSOS
FORNECEDOR

TOTAL DE DOCUMENTOS RECEBIDOS NO PERIODO


TOTAL DE DOCUMENTOS RECEBIDOS COM IRREGULARIDADES

Figura 11 – Irregularidades por fornecedor


Fonte: elaborado pelo estagiário

5.5.3.1.1 Análise do resultado da representação gráfica I do quadro


5 – Figura 11

O gráfico anterior demonstra a quantidade de irregularidades em documentos


fiscais recebidas por fornecedor, onde podemos verificar que o fornecedor “A”
aparece em primeiro com 68 ocorrências, o fornecedor “B” em segundo com 59
ocorrências e o fornecedor “C” com 24 ocorrências. Outros fornecedores
apresentaram quantidades de ocorrências irrelevantes.
65

5.5.3.2 Representação gráfica II do quadro 5

Na Figura 12 demonstra-se o percentual de documentos irregulares por


fornecedor:

%% DOCUMENTOS IRREGULARES POR FORNECEDOR

700

573
600
OCORRENCIAS

500
396

400

300
237

196

188

172

200
7% 9% 150
,1

117
17 4,8
2

88
100 4% 0%
,2 04
% % 6% 6% %
12 9, 72 ,0 ,2 ,3 97
8, 10 10 11 2,
0
A B C D E F J H DIVERSOS
FORNECEDOR

TOTAL DE DOCUMENTOS RECEBIDOS NO PERIODO % DOCUMENTOS IRREGULARES POR FORNECEDOR

Figura 12 – Irregularidades por fornecedor em relação ao total de documentos recebidos


Fonte: elaborado pelo estagiário

5.5.3.2.1 Análise do resultado da representação gráfica II do quadro


5 – Figura 12

Nesta analise o fornecedor “B” apresentou o maior percentual de


irregularidades sobre o seu total de documentos recebidos. Sendo que do total de
237 documentos recebidos deste fornecedor 24,89% estavam irregulares. Já para o
fornecedor “A”, que na analise anterior apresentou o maior numero de
irregularidades em quantidade, nesta ficou em segundo com 17,17% de documentos
com problemas sobre o seu total recebido no período analisado.
66

5.5.3.3 Representação gráfica III do quadro 5

Na Figura 13 demonstra-se o percentual de irregularidades de cada


fornecedor sobre o total de documentos irregulares:

% IRREGULARIDADES DE CADA FORNECEDOR SOBRE TOTAL DOCUMENTOS IRREGULARES

700

573
600
OCORRENCIAS

500
396

400

300
237

196

188

172

200
150

117
9%

9%

88
,6

,8

3%

100
28

24

%
%

%
,1

17

33

33

17
06

22
10

7,

6,

6,

7,
5,

4,
0
A B C D E F J H DIVERSOS
FORNECEDOR

TOTAL DE DOCUMENTOS RECEBIDOS NO PERIODO


% IRREGULARIDADES DE CADA FORNECEDOR SOBRE TOTAL DOCUMENTOS IRREGULARES

Figura 13 – Irregularidades por fornecedor em relação ao total de documentos recebidos


Fonte: elaborado pelo estagiário

5.5.3.3.1 Análise do resultado da representação gráfica III da quadro


5 – Figura 13

Neste gráfico observa-se que os fornecedores “A”, “B” e “C” contribuíram com
63,71% do total de irregularidades em documentos recebidos pela empresa. Com
isto, torna-se irrelevante neste momento, uma analise mais detalhada nas
quantidades de documentos irregulares apresentadas pelos outros fornecedores,
que totalizou 36,29%.
67

5.5.4 Análise geral dos resultados da pesquisa documental

Com as informações obtidas na pesquisa documental, pode-se observar que


a maioria das irregularidades foram encontradas nas atividades relacionadas a
transportes de mercadorias, onde, como já dito anteriormente, 67,71% dos
problemas estão concentrados em três fornecedores de serviços de fretes.
Conforme Campos (1995, p.17) sempre que se verifica um problema ou
ocorre algo anormal no processo, existe um conjunto de causas responsáveis que
podem ter influenciado.
Assim de posse destas informações e, com intuito de levantar os motivos
para tão elevado numero de erros, realizou-se uma entrevista com funcionários de
fornecedores, como também colaboradores internos. .Do lado dos fornecedores
foram escolhidos funcionários ligados a áreas ou setores responsáveis pelas
emissões de documentos fiscais. Já pelo lado da empresa, foram selecionados os
funcionários responsáveis pelas atividades de recebimento de documentos e
prestadores de informações aos fornecedores.
Esta pesquisa foi um pouco mais abrangente, não se limitando somente as
empresas que apresentaram os maiores índices de irregularidades em seus
documentos. Também foram relacionadas empresas com menores índices de
irregularidades. Assim buscou-se a possibilidade de analise de um maior numero de
erros de diferentes tipos. Com isto, relacionrei abaixo as causas mais prováveis que
justificam o elevado numero de anomalias.
Assim seguem:

• Desconhecimento da legislação (ICMS, ISS e outros): conforme a


entrevista verificou-se que a maioria dos funcionários não tinha conhecimento
claro da legislação tributaria. Alguns desconheciam até as noções básicas
para o preenchimento correto do documento fiscal;

• Falta de pessoal especializado para execução a atividade: poucos destes


profissionais tinham uma formação ligada à atividade que exerciam, como em
Ciências Contábeis ou Administração;
68

• Falta de padrões nos procedimentos operacionais: nestas empresas não


foram encontrados padrões operacionais que descrevessem detalhadamente
como funcionava o processo de emissão de documentos;

• Sistema falho e com poucos recursos: Sistemas não atendem as


necessidades das empresas no que diz respeito ao preenchimento do
documento. Há informações que não podem ser inseridas nos documentos
por falha do sistema utilizado. Muitas destas empresas, por serem pequenas,
não possuem sistema eletrônico de emissão de documentos e assim, emitem
manualmente o documento, aumentando ainda mais a possibilidade de erro;

• Alto índice de Torn-Over: o elevado giro de funcionários também contribui


para a ocorrência de anomalias nestes processos.

• Falta de treinamento: verificou-se também que quase não há investimentos


destas empresas em treinamento a seus funcionários, a fim de especializados
em suas tarefas.

• Comunicação falha: observou-se que problema também ocorre por falta de


comunicação entre cliente e fornecedor. Algumas informações não ficam bem
claras, o que dificultam o entendimento e causam problemas.

• Documento (CTRC) confuso: alguns colaboradores mencionaram certa


“confusão” quanto ao entendimento do documento fiscal, mas
especificamente o CTRC – Conhecimento de Transporte Rodoviário de
Cargas. Não há um padrão nos campos a serem preenchidos. O que pode
ser comprovado nas cópias inseridas neste trabalho (subtítulos 5.3.1 e 5.3.2)
onde se verifica que em um mesmo tipo de documento fiscal, os campos para
preenchimento não são padronizados.
69

5.5.4.1 Proposição de melhorias aos processos

Após a análise de todos os dados e informações obtidas na pesquisa,


juntamente com colaboradores das áreas envolvidas nos processos de entradas de
documentos na empresa Sadia, foram elaboradas sugestões de melhorias, onde
pudessem abranger alem das atividades internas, também trabalhar de forma
preventiva nos processos realizados por fornecedores.
Desta forma, juntamente com todas as áreas, foram criadas as seguintes
sugestões:

ƒ Manual Fiscal: em consenso com as supervisões das áreas internas da


empresa Sadia, sugeriu-se a criação de um manual com informações para o
correto preenchimento de documentos fiscais, sendo este manual
apresentado as áreas recebedoras e de conferencia de documentos e
posteriormente enviados aos principais fornecedores. Para fornecedores com
menor movimentação, estas informações podem ser apresentadas a medida
que necessário. Desta forma busca-se bloquear possíveis irregularidades já
na origem do problema ou na entrada das informações na empresa, já que
mais funcionários internos estariam aptos a reconhecer possíveis
irregularidades;

ƒ Treinamento: além do manual, é necessário também treinar. Criando um


grupo de trabalho com membros de cada área chave (Setor Fiscal, Contábil,
Financeiro e Custeio) para que este grupo repasse e treinem as pessoas com
as informações contidas no manual, alem de servir como apoio e consultoria
para outras áreas da empresa e terceiros. Desta forma, alem do treinamento,
buscou-se disseminar a importância do correto preenchimento do conteúdo
disposto no manual. Para o treinamento dos colaboradores internos sugeriu-
se a criação de grupos com membros das áreas ligadas ao recebimento e
conferencia de documentos. Para os fornecedores, foram selecionados os
com maior movimentação, que receberam treinamento a parte;
70

ƒ Padrão Operacional: sugeriu-se aos terceiros, a criação de padrões


operacionais para seus processos internos, com ajustes periódicos caso
necessário, a fim de manter todas as atividades ajustadas. A criação de
padrões significa um melhor controle das execuções de tarefas. Com padrões
operacionais detalhados e definidos, todo colaborador que necessitar realizar
praticas diferentes das suas, estará apto a exercê-las, basta mante-los
atualizados. Isto resolve também problema gerado pelo alto nível de torn-over
nestas empresas;

ƒ Canal de Consultoria: por fim sugere-se a criação de um canal permanente


de consultoria entre empresa e fornecedor, com a finalidade de esclarecer as
dúvidas quanto ao preenchimento de documentos, alíquotas de impostos
aplicáveis às operações, entre outras informações importantes. Com isto
ganha-se agilidade no processo e alinhamento com as exigências da empresa
contratante.

Com a aplicação destas sugestões de melhorias, acredita-se que a empresa tende a


ganhar não só financeiramente, mas também em agilidade e qualidade em seus
produtos/serviços internos, deixando seus colaboradores mais satisfeitos, sem falar
também nos reflexos positivos que todas estas medidas causariam em seus
fornecedores.

5.5.4.2 Nota Fiscal Eletrônica

Outra possível solução para os problemas de documentos irregulares é a


Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Este é um documento de natureza exclusivamente
digital, emitido e armazenado eletronicamente, com a finalidade de documentar
operações de circulação de mercadorias ou prestações de serviços ocorridas entre
as partes. A validade jurídica deste documento digital é assegurada pela assinatura
digital do emitente e pelo fisco através da recepção antes do fato gerador.
O processo de emissão de uma NF-e ocorre quando a empresa emissora
gera um arquivo eletrônico contendo as informações fiscais da operação, o qual e
assinado digitalmente de maneira a garantir a integridade dos dados e a autoria do
emissor. Este arquivo é transmitido via internet, para Secretaria de Fazenda do
71

estado onde o contribuinte está localizado, onde é validado e em seguida emite a


Autorização de Uso da NF-e necessário pra a emissão do documento para o
acompanhamento do transito físico da mercadoria, que é chamado de DANFE
(Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica).
A NF-e também é transmitida para a Secretaria da Receita Federal, onde
serão arquivadas todas as NF-e emitidas. No caso de operações interestaduais,
também é transmitida para Secretaria de Fazenda do estado destino e SUFRAMA,
se as mercadorias forem enviadas às áreas incentivadas. No caso de exportações, a
NF-e é transmitida para UF onde se dará o embarque das mercadorias.
A NF-e poderá ser uma grande aliada na diminuição, ou talvez até na
erradicação dos problemas ocorridos na emissão de documentos fiscais, alem de
outro fator importante como o da evasão fiscal. Mas é claro que isto irá demandar de
maior investimento por parte do fisco, no sentido de incluir também as pequenas
empresas, que hoje não se encontram em condições tecnológicas e estruturais para
aderirem a um programa deste tipo. Talvez este seja maior desafio do fisco.

5.5.4.3 Resultados após as sugestões de melhorias propostas

O quadro a seguir mostra a quantidade de documentos recebidos de terceiros


entre os meses de fevereiro e março/2007. Este levantamento foi realizado após a
execução das ações de melhorias propostas. Com isto pode-se comparar o
resultado do antes e depois. Vale ressaltar que, à medida que este trabalho estava
sendo desenvolvido, algumas ações corretivas já vinham sendo aplicadas, o que já
trouxe ótimos resultados para empresa durante o período em que o estágio estava
sendo realizado.

% DOCUMENTOS % DOCUMENTOS
TOTAL DE TOTAL DE TOTAL DE TOTAL DE
IRREGULARES IRREGULARES
DOCUMENTOS DOCUMENTOS DOCUMENTOS DOCUMENTOS
SOBRE TOTAL SOBRE TOTAL
RECEBIDOS DE RECEBIDOS DE RECEBIDOS COM RECEBIDOS COM
DOCUMENTOS DOCUMENTOS
TERCEIROS NA TERCEIROS NA IRREGULARIDADES IRREGULARIDADES
RECEBIDOS RECEBIDOS
COLETA DE DADOS COLETA DE NA COLETA DE NA COLETA DE
COLETA DE DADOS COLETA DE DADOS
ANTERIOR DADOS ATUAL DADOS ANTERIOR DADOS ANTERIOR
ANTERIOR ATUAL

2117 1560 237 34 11,20% 2,18%

Quadro 6 – Quantidade de documentos recebidos com irregularidades após ações de melhorias


Fonte: elaborado pelo estagiário
72

Como se pode observar no quadro anterior, houve significativa melhora nos


processos de entradas relacionadas a documentos recebidos com irregularidades,
onde, na coleta de dados anterior apresentava um percentual de 11,20% de
documentos irregulares sobre o total de documentos recebidos de terceiros, na
coleta de dados pós-implementação das melhorias, apresentou o percentual de
2,18% provando assim a efetividade das ações de melhorias propostas.
73

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Toda e qualquer oportunidade de conhecimento que possamos adquirir ao


longo de nossas vidas, é sempre muito importante. Não importa o tempo, não
importa como. Sejam eles positivos, sejam eles negativos. O que interessa é
sabermos aprovei-los da melhor maneira possível.
A realização de um trabalho de estágio traz uma grande oportunidade de
ampliação de conhecimentos, como assim me trouxe este. Tenho a certeza de que
todas estas informações, coletadas ao longo deste trabalho, me serão úteis em
minha vida profissional.
Todo sistema organizacional esta sujeito à falhas. Isto é inevitável, pois
mesmo que tenhamos os melhores sistemas, as melhores ferramentas, a sempre o
fator humano que deve ser observado. Mas, no entanto, aceitar estas falhas de
forma passível, acredito não ser prudente para os gestores nestes dias de
concorrências tão acirradas. Mesmo que nem todas as falhas sejam igualmente
relevantes, ou com o mesmo grau de importância, as organizações devem estar
atentas, pois a perdas que hoje podem ser insignificantes, amanhã podem ter
dimensões desastrosas.
Como o exemplo deste trabalho, as perdas provenientes das irregularidades
em documentos fiscais, em um primeiro momento podem não parecer tão relevantes
assim, não comprometendo a sobrevivência da empresa. Neste caso os valores das
perdas não são tão expressivos. No entanto, a situação teria outras dimensões caso
tivéssemos um fisco mais atuante. Principalmente para nossos fornecedores.
Dentro desta idéia se faz necessário que gestores dotem suas organizações
de medidas e ferramentas eficazes, que possam evitar ou reduzir ao máximo as
falhas internas. Tais procedimentos devem ser feitos de forma que todos na
organização possam assimilá-los e se comprometerem com responsabilidade. Estas
medidas não garantem somente a sobrevivência das instituições, mas também a
sobrevivência intelectual de cada indivíduo nelas inseridos.
74

7. REFERÊNCIAS

ARAUJO, Luiz Carlos R. V. Introdução a Administração. Porto Alegre: Editora


UFRGS, 1992.

ATTIE, Willian, Auditoria Interna. 1.ed. São Paulo: Atlas, 1986.

ATTIE, Willian, Auditoria – Conceitos e Aplicaçoes. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1998.

CAMPOS, Vicente F. TQC: Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). 5.


ed. Belo Horizonte: Fundação Cristiano Otoni. Escola de Engenharia da UFMG, Rio
de Janeiro: Bloch Ed., 1992.

CAMPOS, Vicente F. TQC: Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). 6. ed.
Belo Horizonte: Fundação Cristiano Otoni. Escola de Engenharia da UFMG, Rio de
Janeiro: Bloch Ed., 1994.

FONTANELLA, Francisco Ricieri, Finanças públicas: lições introdutórias


destinadas aos docentes do programa de educação fiscal. Florianópolis, SEF,
2001.

FREEMAN, R. Edward; STONER, James A.F. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC S.A., 1994.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1991.

GORGES, Almir José, Dicionário do ICMS-SC: O ICMS de A a Z. 5. ed. Blumenau:


NOTADEZ, 2004.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa: planejamento e


execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise
e interpretação de dados. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MAXIMIANO, Antonio César Amaru, Introdução à Administração. 6. ed. São


Paulo: Atlas, 2004.

MATTAR, Frauze N. Pesquisa de Marketing. Edição compacta. São Paulo: Atlas,


1996.
75

Código Tributário do Município de Itajaí/SC, Lei Complementar nº 20 de


30/12/2002. Disponível em: <http://www.itajai.sc.gov.br> Acesso em 30 mai. 2007.

ROESCH, Sylvia M. A. Projetos de estágio de curso de administração: guia para


pesquisas, projetos, estágios e trabalhos de conclusão de curso. 1. ed. São Paulo:
Atlas, 1996.

SADIA – A EMPRESA, Missão da Sadia. Disponível em:


<http.www.sadia.com.br/br/empresa/empresa.asp> Acesso em 01 mai. 2006.

SEF, Legislação_Tributária. Disponível em: <www.sef.sc.gov.br> Acesso em 01


mai. 2006.

SOUZA, Elton B. Os custos intangíveis da prestação de serviços. Disponível em:


< http://www.espm.br/email_mkt/newsletter/dezembro/noticia1.htm>. Acesso em 25
mar. 2007.

PASSOS, Jaduhy C. Riscos e Perdas Patrimoniais no Contexto Organizacional


<http://www_cesuc_br_revista_ed-_RISCOS_E_PERDAS_PATRIMONIAIS_pdf[2]>.
Acesso em 08 mai.2007

Você também pode gostar