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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE LONDRINA/PR.
 
 
 
 

 
 
JOÃO (...), brasileiro, convivente, rurícola, residente e domiciliado na Rua das
Bromélias, n. 100, Zona Rural, em Londrina/PR, inscrito no CPF sob o n. (...), com
endereço eletrônico (...), intermediado por seu mandatário ao final firmado,
instrumento procuratório acostado, esse com endereço eletrônico e profissional
inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 287,
caput, do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o
devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no art. 1.241, parágrafo
único c/c art. 1.239, um e outro do Código Civil e art. 191, caput, da Constituição
Federal, ajuizar a presente

AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL

em face de JULIÃO (...), brasileiro, casado, profissão (...), residente e domiciliado (...),
cidade (...), inscrito no CPF sob o n. (...), com endereço eletrônico (...), bem assim sua
esposa RUTH (...), brasileira, casada, profissão (...), residente e domiciliado (...), cidade
(...), inscrito no CPF sob o n. (...), com endereço eletrônico (...),pelos motivos de fato e
de direito aduzidos a seguir:
 
I. Do Benefício da Justiça Gratuita.
A parte Autora não tem condições de arcar com as despesas do
processo, uma vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as
despesas processuais, inclusive o recolhimento das custas iniciais.

Destarte, o Demandante ora formula pleito de gratuidade da justiça, o


que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine,
ambos do CPC, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento
procuratório acostado.

II. Dos Fundamentos.

O autor João (...) e seu convivente Marcos (...), residem no imóvel, aqui
descrito, há aproximadamente 09 (nove) anos. Apesar tamanha quantidade de tempo
no imóvel em apreço, nenhum dos possuidores, até então, procurou obter o registro
do mesmo junto ao devido cartório.

O referido imóvel é localizado na área rural e tem extensão de 35 (trinta


e cinco) hectares, fazendo divisa com a Fazenda da Paz, cujo proprietário é a pessoa
jurídica denominada Fazenda da Paz Ltda., e também com uma propriedade rural
pertencente aos cônjuges Francisco e Rosa.

Urge asseverar, ainda, que o autor e sua família estão na posse


contínua, mansa e pacífica do bem.

Ademais, o mesmo é utilizado para fins residenciais e, além disso, para o


propósito de obter-se, da lavoura, recursos suficientes à manutenção de si e de sua
família.

Consta ainda, que o possuidor, logo que veio a residir no imóvel, passou,
até mesmo, a pagar os carnes de IPTU deixados na propriedade, tudo ora devidamente
anexados (docs. xxx). Isso, sem sombra de dúvidas, evidencia uma postura de animus
domini do usucapiente.
O autor ainda, acostou a planta do imóvel e memorial descritivo
elaborada por profissional habilitado junto ao CREA (fls. Xxx). Nesse memorial
descritivo há individualização completa do bem, especialmente quanto à sua
confrontação, área, a qual não supera 35 (trinta e cinco) hectares. 

De outra banda, o Autor afirma não possuir quaisquer outros imóveis


em seu nome.

III. Dos Direitos

Ressalte-se que os requisitos da usucapião especial urbano estão


previstos na Constituição Federal em seu art. 191, bem como no art. 1239 do Código
Civil, que preveem:

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou


urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família,
tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. (destaquei)

Como se pode observar o caso em tela possui todos os requisitos


elencados nos arts. 191, da Constituição Federal e 1.2439, do Código Civil, quais sejam,
o imóvel está localizado na zona urbana e sua área é inferior a 50 hectares, sendo ele
utilizado para moradia dos autores há mais de 05 (cinco) anos, sem ininterrupção ou
oposição, e sem a existência de propriedade em nome do autor.

A jurisprudência também anuncia os requisitos do usucapião especial


rural, conforme julgado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG):

DIREITO CIVIL – USUCAPIÃO PRO LABORE – REQUISITOS – ART. 191


DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – MORADIA E TRABALHO – SUSTENTO
DA FAMÍLIA – AUSÊNCIA -Para que se adquira a propriedade pelo
usucapião pro labore, mister que se preencham os seguintes
requisitos: [1] – posse usucapionem; [2] – imóvel rural de no máximo
cinquenta hectares; [3] – ser o imóvel explorado pela família,
servindo-lhe de moradia; [4] – não ser o requerente proprietário de
outro imóvel. – Não demonstrando o requerente que necessita do
imóvel usucapiendo para moradia e sustento seu e de sua família,
não há como fazer jus ao benefício previsto na Constituição Federal,
que reduz o prazo para aquisição da propriedade pelo uso para 5
anos. (TJMG – Número do processo: 2.0000.00.424027-1/000 1.
Relator: SEBASTIAO PEREIRA DE SOUZA Data do acordão:
17/09/2004. Data da publicação: 30/09/2004)

III. 1- Do “Animus Domini”

Através dos documentos aqui trazidos a colação como, as contas de


água, luz e IPTU, todos pagos pelo autor e em seu nome, desde o inicio de sua posse
no imóvel, bem como, fica assim mais do que evidenciado o referido animo de dona
em conformidade com a jurisprudência dominante.

USUCAPIÃO ESPECIAL - REQUISITOS - ART. 183 DA CF - ANIMUS


DOMINI - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO - SENTENÇA MANTIDA. Para
fazer jus à aquisição da propriedade por usucapião especial,
indispensável a comprovação da existência do animus domini.
(Número do processo:2.0000.00.490110-6/000 1.Relator: IRMAR
FERREIRA CAMPOS Data do acórdão:08/09/2005. Data da
publicação: 14/10/2005)

Portanto, satisfeito o requisito legal para aquisição da propriedade


previsto para usucapião especial rural, vêm o autor propor a presente ação,
objetivando ver reconhecida a sua propriedade sob o imóvel.

IV. Dos Pedidos

Ante o exposto, requer:

a. Que seja concedido aos requerentes os benefícios da Justiça Gratuita,


uma vez que declaram-se necessitados na forma da lei, não podendo prover as custas
processuais sem desfalque do necessário à própria sobrevivência;

b. A citação dos confinantes, conforme especificações já citadas;


c. A intimação pessoal do representante do Ministério Público para
intervir como fiscal da ordem jurídica, com fulcro no artigo 178, I do CPC;

d. Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante


mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório
de Registro de Imóveis.

Pretendem os requerentes provar suas argumentações fáticas por todos


os meios de prova em direito admitidos, em especial a documental e testemunhal,
cujo rol segue em anexo, além das demais provas que se fizerem necessárias para
demonstrar o alegado.

Dá à causa o valor de R$ (...).

Termos em que requer deferimento.

Londrina/PR, dia/mês/ano.

Advogada
___________________________________
OAB/XXX 0000
(assinado digitalmente)

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