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MÓDULO II – PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO S.F. E PELA C.D .

(CASAS SEPARADAS)

Unidade 1 – Proposições Legislativas


PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS
SEPARADAS)

PROJETO DE LEI

Vamos começar pelas matérias que tramitam em Casas separadas.


Nosso primeiro assunto são os projetos de lei. (As medidas provisórias
serão objeto da UNIDADE 6)

Os projetos de lei que têm origem no Senado - os Projetos de Lei do Senado


(PLS) - e os projetos de lei que se originam na Câmara e vêm à revisão do
Senado - os Projetos de Lei da Câmara (PLC) - podem ser de lei ordinária ou
de lei complementar. A Constituição Federal explicita que dispositivos precisam
ser complementados por um tipo ou outro de lei. Na forma, sua maior
diferença é o quorum de aprovação:
• Para os projetos de lei ordinária, o quorum é de maioria simples de
votos;
• Para os projetos de lei complementar, o quorum é de maioria absoluta de
votos.

PROJETO DE LEI DA CÂMARA – PLC (lei ordinária ou complementar)

Qual a origem dos PLC?

Os PLC podem ter origem em uma proposta de Deputado, de comissão da


Câmara, do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, de Tribunais
Superiores, do Procurador-Geral da República, do Ministério Público ou, ainda,
dos cidadãos. Enfim, os projetos de lei que vêm de fora do Poder Legislativo
iniciam sua tramitação pela Câmara, vindo ao Senado para revisão.

Os PLC, ao chegarem no Senado, são lidos no Período do Expediente da sessão


plenária, deliberativa (ordinária ou extraordinária) ou não deliberativa, e são
despachados, pelo Presidente, para uma ou mais comissões, segundo as
competências dessas, para serem analisados e receberem parecer. No Senado,
a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania tem até vinte dias úteis para
proferir parecer (as demais comissões têm quinze dias úteis). Esses prazos
podem ser prorrogados, por igual período, através de uma comunicação do
Presidente da Comissão à Mesa do Senado, a qual será lida no Período do
Expediente. Nova prorrogação só pode ser concedida por prazo determinado e
mediante requerimento que deve ser votado no Plenário do Senado.

Uma vez emitido o parecer da Comissão, o projeto é enviado à Mesa para


leitura no Período do Expediente, quando é numerado e tem início o prazo de
cinco dias úteis para recebimento de emendas. Caso não existam emendas, o
projeto está pronto para ser incluído na Ordem do Dia, a fim de ser discutido e
votado em turno único. Se receber emenda, o projeto volta à Comissão ou às
Comissões pelo prazo de quinze dias úteis (se houver mais de uma Comissão a
se manifestar, o prazo corre em conjunto) para receber parecer sobre essas
emendas. Dado o parecer, a matéria volta à Mesa para leitura e pode, a partir
daí, ser incluída na Ordem do Dia. Se o projeto for aprovado sem alteração ou
com alteração somente de redação, ele vai à sanção do Presidente da
República. Caso sofra alteração de mérito, essa alteração volta à Câmara para
análise.

ATENÇÃO:
Como já foi dito, se o projeto de lei ordinária, o quorum de votação é o de
maioria simples de votos. Se for de lei complementar, é de maioria absoluta.

Para que servem os autógrafos?


Para encaminhar a redação oficial do que foi aprovado, quer para o Presidente
da República, quer para a Câmara, o Senado prepara autógrafos desse texto.

Então, autógrafo é o documento oficial que reproduz o que foi aprovado.

PROJETO DE LEI DA CÂMARA (de origem do Presidente da República,


com pedido de urgência constitucional – art. 64, CF)

Qual é o prazo da urgência constitucional solicitada pelo Presidente da


República para tramitação de projeto de lei de sua iniciativa?

A urgência constitucional solicitada pelo Presidente da República para


tramitação de projeto de lei de sua iniciativa prevê para a matéria o prazo de
quarenta e cinco dias na Câmara e outros quarenta e cinco dias no Senado,
sucessivamente.
O projeto, quando chega da Câmara dos Deputados, é lido no Período do
Expediente e distribuído às Comissões, como qualquer outro projeto.
Entretanto, por tramitar em regime de urgência, o projeto recebe emendas de
todos os Senadores apenas na primeira ou na única Comissão constante do
despacho, pelo prazo de cinco dias úteis. Se mais de uma Comissão tiver que
se manifestar a respeito do projeto, os prazos correm concomitantemente.
Para emitir parecer, esses órgãos técnicos têm vinte e cinco dias. Caso não
cumpram esse prazo, a matéria será incluída na Ordem do Dia e receberá
parecer em plenário.
Esgotado o prazo de quarenta e cinco dias sem que haja deliberação sobre o
projeto, quer numa Casa, quer noutra, a proposição é incluída na Ordem do
Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos (exceção feita
às medidas provisórias, que têm precedência) até que se ultime sua votação,
que se dará por maioria simples, se for projeto de lei ordinária, ou por maioria
absoluta, se for de lei complementar.

PROJETO DE LEI DO SENADO – PLS (lei complementar) (iniciativa de


Senador)

Vamos ver o passo a passo?

1. Lido no Período do Expediente da sessão, o projeto é encaminhado


às Comissões, que têm o prazo regimental (CCJ – vinte dias úteis;
demais Comissões – quinze dias úteis) para emitir parecer. Uma vez
aprovado pela Comissão, o parecer é remetido à Mesa para leitura em
plenário, quando é numerado e determinada sua publicação em
avulsos, como qualquer outra matéria dentro do Legislativo. É iniciado
o prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas perante a
Mesa.

2. Caso existam emendas, o projeto volta para as Comissões (o prazo


é de quinze dias úteis) para receber parecer sobre elas. Só depois
estará pronto para ser agendado na Ordem do Dia. Não existindo
emendas, desde já está pronto para entrar na pauta de deliberações.

PROJETO DE LEI DO SENADO (lei ordinária ou complementar)


(iniciativa de Comissão do Senado)

Como todo projeto, este também é lido no Período do Expediente. Se a


comissão tiver competência sobre aquela matéria, como o projeto já é de
Comissão, tem início o prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas
perante a Mesa. O projeto só voltará para a Comissão que lhe deu origem caso
receba emendas. Ela, então, terá que se pronunciar a respeito das mesmas.
Se não receber emendas, ou após a leitura do parecer sobre as que tiver
recebido, a matéria encontra-se pronta para ser agendada na Ordem do Dia.

ATENÇÃO:
A diferença entre o projeto de lei ordinária e o projeto de lei complementar é
apenas quanto ao quorum de votação.

PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS) (lei ordinária) (iniciativa de


Senador)

O projeto é lido no Período do Expediente e encaminhado a uma ou mais


Comissões.

As comissões podem apreciar esse tipo de projeto?

A Constituição Federal de 1988 conferiu às Comissões poder de apreciar


terminativamente esse tipo de projeto, ou seja, a regra geral é que esse
projeto não venha a ser apreciado pelo Plenário do Senado, ficando apenas no
âmbito das Comissões. Esse procedimento, além de desafogar o Plenário,
agiliza a tramitação das matérias, sem, no entanto, prejudicar sua análise.
Nesse caso, todos os Senadores, mesmo aqueles que não pertencem àquelas
Comissões do despacho, podem apresentar emendas, pelo prazo de cinco dias
úteis, perante a primeira ou a única Comissão que deve emitir parecer.

Como para todas as matérias que dependem de parecer, o Presidente da


Comissão designa um Relator, que terá a metade do tempo de que dispõe a
Comissão para apresentar seu relatório sobre a matéria. Uma vez apresentado
o relatório, qualquer Senador, ou todos os Senadores membros da Comissão,
podem pedir vista do processo, que pode ser concedida por até cinco dias
úteis. Esse prazo corre em conjunto para todos. O Senador pode devolver o
processo com ou sem manifestação. Se houver manifestação, ela recebe a
nomenclatura de voto em separado.

(Poder Terminativo – prerrogativa das comissões permanentes de discutir e votar


projetos de lei, dispensada a competência do Plenário, o qual só se manifesta se houver recurso de 10% dos
membros da Casa nesse sentido. Essa prerrogativa é definida pela Mesa, quando é feita a distribuição das
proposições.)

A Comissão, nesse caso em que tem poder terminativo, vota não o parecer,
mas o próprio projeto. Ela decide sobre a matéria e comunica o fato ao
Presidente da Casa, que dará ciência ao Plenário. Terá início, então, o prazo de
cinco dias úteis para que 1/10 dos Senadores (nove) possa apresentar recurso,
no sentido de que a matéria venha a ser apreciada pelo Plenário, acabando,
desta forma, com o poder terminativo da Comissão. Se não receber recurso, a
matéria vai diretamente à Câmara, para que aquela Casa faça revisão. Se
receber recurso, tem início o prazo de cinco dias úteis para encaminhamento
de emendas à Mesa. Sem emendas, a matéria está pronta para a Ordem do
Dia. Com emendas, volta para a Comissão, para parecer sobre elas, como em
todos os outros casos que já estudamos. Dado o parecer pela Comissão, lido e
numerado em plenário, o projeto está pronto para a Ordem do Dia, quando é
discutido e votado em turno único, necessitando apenas de quorum de maioria
simples para sua aprovação. Aprovado, vai à Câmara dos Deputados para
revisão.

(Se a Câmara apresentar alterações ao projeto, essas alterações voltam ao Senado para
exame. Aquilo que o Senado aprovar vai à sanção do Presidente da República.)

PROJETO DE CÓDIGO

Os códigos são leis ordinárias e, como tais, são tratados por meio de projetos
de lei que, uma vez aprovados em ambas as Casas, são enviados à sanção do
Presidente da República. O projeto é lido no Período do Expediente de uma
sessão, oportunidade em que o Presidente designará uma comissão temporária
composta de onze membros para seu estudo e fixará o calendário de sua
tramitação.

Essa comissão temporária se reúne primeiramente para eleger seu Presidente


e Vice-Presidente, sendo, em seguida, designado um relator-geral e tantos
relatores parciais quantos necessários. Ao projeto principal são anexados os
outros que se encontrem em tramitação e que envolvam a mesma matéria. As
emendas são apresentadas perante a comissão, que deve emitir parecer sobre
todos os projetos e emendas.

Publicado o parecer e distribuído em avulsos, o projeto será incluído na Ordem


do Dia com exclusividade, obedecido o interstício regimental como nas demais
matérias. Em plenário, o projeto é discutido e votado em turno único de
discussão e votação, aprovado por maioria simples, em votação pública
simbólica.

O interstício é contado por sessões ordinárias ou por dias úteis, conforme


determinam os regimentos internos de cada Casa (exemplo: é de três dias
úteis, no Senado, e de duas sessões, na Câmara, o interstício entre a
distribuição de avulsos dos pareceres das comissões e o início da discussão ou
votação_correspondente).

(No Congresso Nacional, há projetos de lei a serem apreciados em sessão conjunta, como é o
caso das matérias orçamentárias. Esse assunto será estudado em outra oportunidade.)

Síntese:
Vimos, nesta Unidade, um pouco da tramitação, no Senado, dos projetos de lei
apresentados em Casas separadas.

Unidade 2 – Proposições Legislativas

PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS


SEPARADAS)

Continuaremos nesta UNIDADE com matérias analisadas na Câmara e no


Senado separadamente.

B) PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (PDS)

Outra matéria analisada na Câmara e no Senado, separadamente, é o projeto


de decreto legislativo, que pode ser iniciado em uma ou outra Casa. Os
assuntos constantes do art. 49 da Constituição Federal tramitam no Congresso
sob a forma de projeto de decreto legislativo. Uma vez concluída a análise do
projeto em ambas as Casas, o Presidente do Senado promulga-o.

Tanto o projeto que tem início no Senado quanto o que vem da Câmara é lido
no Período do Expediente da sessão e despachado a uma ou mais Comissões.
Com exceção do PDS sobre radiodifusão, em regime de urgência
constitucional, os demais PDS têm tramitação normal, a menos que recebam
urgência através de requerimento, como ademais pode acontecer com outras
matérias.

No PDS sobre radiodifusão ou sobre tratados, acordos e atos internacionais, as


emendas devem ser apresentadas perante a Comissão a que for distribuído.
Depois, a Comissão tem os prazos regimentais para emitir seu parecer sobre o
projeto e eventuais emendas.

Os projetos de decreto legislativos relativos a radiodifusão, por força


constitucional – art. 223 –, têm o prazo de tramitação, na Câmara e no
Senado, de quarenta e cinco dias em cada Casa, consecutivamente. O
Presidente da República envia à Câmara dos Deputados uma mensagem.
Aquela Casa analisa o processo e elabora o projeto de decreto legislativo
correspondente. Uma vez aprovado, o projeto é enviado ao Senado, onde a
matéria é despachada à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação,
Comunicação e Informática – CCT (Resolução nº 1, de 2007). Inicia-se, então,
o prazo de cinco dias úteis para que os Senadores apresentem emendas. Por
força de aprovação, pelo Plenário do Senado, em 25.03.03, do Parecer nº 34,
de 2002, da CCJ, esse projeto de decreto legislativo passa a tramitar em
apreciação terminativa na Comissão. Depois de aprovado o projeto na
Comissão, seu Presidente oficia ao Presidente da Casa. Lido o parecer no
Período do Expediente, numerado e publicado, inicia-se o prazo de 5 dias úteis
para apresentação de recurso por 1/10 dos Senadores. Se não houver recurso,
o Presidente do Senado promulga o decreto legislativo. Se for apresentado
recurso, a matéria será incluída na Ordem do Dia para deliberação pelo
Plenário. Em caso de não renovação de concessão ou permissão, a matéria não
tramitará com caráter terminativo na Comissão.

Sobre os PDS de tratados, acordos ou atos internacionais: esses projetos só


terão iniciado o curso de sua tramitação no Senado se estiverem
acompanhados de cópia autenticada do texto, em português, do ato
internacional respectivo, bem como da mensagem de encaminhamento e da
exposição de motivos. Lidos no Período do Expediente, são publicados e
distribuídos em avulsos, como de resto qualquer outra matéria, e despachados
à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, perante a qual todos os
Senadores podem apresentar emendas no prazo de cinco dias úteis. A
Comissão tem o prazo de quinze dias úteis, prorrogável por igual período, para
opinar sobre o projeto. Publicados o parecer e as emendas, que também serão
distribuídos em avulsos, e decorrido o interstício regimental, a matéria será
incluída na Ordem do Dia. Caso não seja emitido o parecer pela Comissão, e se
faltarem dez dias ou menos para o término do prazo no qual o Brasil deva se
manifestar sobre o ato em questão, o projeto é incluído na Ordem do Dia para
receber parecer em plenário por relator designado pelo Presidente da Casa.
Como os outros projetos de decreto legislativo, uma vez aprovado em ambas
as Casas do Poder Legislativo, o decreto legislativo dele oriundo é promulgado
pelo Presidente do Senado.
Uma outra matéria que tramita na forma de PDS diz respeito ao art. 49, XV:
autorizar referendo e convocar plebiscito. A Lei nº 9.709, de 18.11.98, dispõe
que para dar início a esse projeto é necessário que 1/3 dos Senadores o
assinem. Quanto às demais etapas de tramitação, equivale a um outro PDS em
rito normal, com aprovação por maioria simples.

Há outros casos de PDS, como, por exemplo, o destinado a sustar atos do


Poder Executivo (CF, art. 49, V). Depois de submetido à Comissão competente
que emitirá parecer sobre a matéria, esse parecer será lido em Plenário,
numerado e publicado no DSF e em avulsos. A seguir, tem início o prazo de
cinco dias úteis para que a Mesa receba emendas. Se não houver emendas, o
projeto está pronto para agendamento na Ordem do Dia. Caso sejam
apresentadas emendas, as Comissões deverão apresentar parecer. Depois que
o parecer tenha sido emitido, lido, numerado e publicado, observado o
interstício regimental de três dias úteis entre sua publicação e o início da
discussão da matéria, o projeto pode ser incluído na Ordem do Dia.

C) PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO (PRS) - Apreciado somente


pelo Senado(Não é submetido à revisão pela Câmara dos Deputados) Existem
vários tipos de projeto de resolução. Vejamos:

I. Alteração do Regimento Interno do Senado (RISF):


a) O RISF pode ser alterado por iniciativa de qualquer Senador ou da Comissão
Diretora.
Como toda proposição legislativa, o projeto é lido no Período do Expediente. É
aberto prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas perante a Mesa.
Havendo ou não emendas, o projeto é remetido à CCJ e, em seguida, à
Comissão Diretora (CDIR). Caso o projeto seja de origem da própria CDIR, o
projeto só voltará a ela se tiver recebido emendas. Uma vez que já tenham
sido dados os pareceres, eles são lidos no Período do Expediente, numerados e
publicados no DSF e em avulsos para distribuição aos Senadores. Esse é o
procedimento usual. Decorrido o interstício regimental, o projeto está pronto
para ser incluído na Ordem do Dia para turno único de discussão e votação.
b) O RISF pode ser alterado ou reformado como um todo. Nesse segundo caso,
é constituída uma comissão temporária especial de Senadores aprovada pelo
Plenário, destinada a analisar e elaborar um projeto de resolução. Dessa
comissão deverá fazer parte um membro da Comissão Diretora. Uma vez lido o
projeto em plenário, tem início o prazo de cinco dias úteis para
encaminhamento de emendas à Mesa. Recebendo ou não emendas, o projeto
vai à CCJ e, se ali receber emendas, volta à Comissão Especial para emissão
de parecer. Os pareceres são lidos no Período do Expediente, numerados e
publicados. Depois do interstício regimental, o projeto pode ser agendado na
Ordem do Dia.
II. A CCJ apresenta projeto de resolução suspendendo, no todo ou em parte,
lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, como conclusão
de seu parecer a um Ofício S (Senado) sobre a matéria que foi enviada ao
Senado pelo STF. Essa matéria tramita somente no Senado e tem caráter
terminativo na CCJ.
Como toda matéria que tramita em rito terminativo, uma vez aprovada pela
Comissão, seu Presidente comunica o fato, através de ofício, ao Presidente da
Casa, que dá ciência ao Plenário, no Período do Expediente. Inicia-se o prazo
de cinco dias úteis para interposição de recurso por 1/10 de Senadores. Se não
houver recurso, como a matéria é de competência privativa do Senado, o
Presidente da Casa promulga a resolução. Se houver recurso, a matéria ainda
deve ser apreciada pelo Plenário do Senado. Antes de ir a plenário, abre-se
prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à Mesa. Sem
emendas, passado o interstício regimental, o projeto pode ir para a Ordem do
Dia. Com emendas, volta à CCJ para, só depois do parecer emitido, lido,
numerado e publicado, ser incluído na Ordem do Dia.

III. A Comissão de Assuntos Econômicos apresenta projeto de resolução como


conclusão de seu parecer, quando do exame de matérias financeiras como
pedido de autorização para operações externas de interesse da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios ou de aval em
contratação de operação de empréstimo externo por entidade autárquica
subordinada aos governos Federal, Estadual ou Municipal. O processo, que tem
início com a documentação encaminhada pelo Banco Central, recebe a
denominação, no Senado, de Ofício S, e vai à CAE para parecer. Uma vez lido o
Projeto de Resolução (objeto de parecer da CAE) em plenário, numerado e
publicado, tem início o prazo de cinco dias úteis para emendas. Sem emendas,
vai à Ordem do Dia; com emendas, à CAE para parecer, que será lido,
numerado e publicado para posterior inclusão na Ordem do Dia.
IV. A Comissão de Assuntos Econômicos:
•Por proposta do Presidente da República, apresenta projeto de resolução
como conclusão de seu parecer, fixando limites globais para o montante
da dívida consolidada da União, dos Estados, do DF e dos Municípios;
•Por proposta do Presidente da República ou de 1/3 dos membros do
Senado, apresenta à Comissão, em conclusão de seu parecer, PRS
estabelecendo alíquotas aplicáveis às operações e prestações
interestaduais e de exportação, devendo ser aprovado por maioria
absoluta de votos do Plenário do Senado;
•por iniciativa de 1/3 dos membros do Senado, a CAE apresenta,
também, em conclusão de parecer, PRS que, para ser aprovado, precisa
da maioria absoluta de votos favoráveis da Casa, estabelecendo alíquotas
mínimas nas operações internas; por iniciativa da maioria absoluta dos
membros do Senado, a CAE ainda apresenta PRS em conclusão de seu
parecer, que deve ser aprovado por 2/3 da composição da Casa, fixando
alíquotas máximas nas operações internas para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados e do DF.
Em todos esses casos, o procedimento é o mesmo que para outro projeto de
resolução advindo de conclusão de parecer. Lido no Período do Expediente, é
numerado e publicado, ficando sobre a Mesa para recebimento de emendas
durante cinco dias úteis. Com emendas, o projeto volta à CAE para parecer
antes de ser agendado. Sem emendas, já estará pronto para o agendamento.
Ainda sobre matéria financeira, a CAE apresenta PRS dispondo sobre limites
globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União,
dos Estados, DF e Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo poder público federal; ou dispondo sobre limites e condições
para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e
interno; ou estabelecendo limites globais e condições para o montante da
dívida mobiliária dos Estados, DF e Municípios; ou, ainda, fixando alíquotas
máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer
bens ou direitos.
Uma vez lido o projeto no Período do Expediente da Sessão, e tendo em vista
já ser ele da Comissão, inicia-se o prazo para encaminhamento de emendas à
Mesa. O projeto somente voltará à CAE, se receber emendas. Caso contrário,
já está pronto para a Ordem do Dia, respeitado o interstício regimental.

Unidade 3 – Proposições Legislativas

PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS


SEPARADAS)

D) PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO (PEC)

Quem pode dar início a uma proposta de emenda à Constituição?


Um terço de Deputados, na Câmara; um terço de Senadores, no Senado; o
Presidente da República, na Câmara; e mais da metade das Assembleias
Legislativas das Unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas,
pela sua maioria relativa, no Senado ou na Câmara.

No Senado, vinte e sete Senadores, no mínimo, são autores de uma PEC. Se


algum Senador apuser sua assinatura e especificar que é para apoiamento,
essa assinatura não é computada como de autor. Significa que o Senador apoia
a iniciativa de se apresentar uma proposta para debater determinado assunto,
mas que não quer ser autor.

A PEC – quer de origem de Senador quer da Câmara dos Deputados – é lida no


Período do Expediente e despachada, individualmente, à Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania, que tem até trinta dias úteis para emitir seu
parecer. Lá, seus membros podem apresentar emendas. Caso a Comissão
conclua seu parecer aprovando alguma emenda, esta deverá conter também
vinte e sete assinaturas.

Após a leitura em plenário, o parecer é numerado e publicado no Diário do


Senado Federal e em avulsos. Decorrido o interstício, que, neste caso, é de
cinco dias, a matéria pode ser incluída na Ordem do Dia para cinco sessões
deliberativas ordinárias consecutivas de discussão em primeiro turno.
Durante esse período, poderão ser oferecidas emendas em plenário também
por, no mínimo, vinte e sete Senadores.

Se a Comissão não emitir parecer no prazo nem requerer sua prorrogação, o


Presidente da Casa pode incluir a matéria na Ordem do Dia, para que o relator
designado pelo Presidente profira oralmente o parecer.

Encerrada a discussão sem recebimento de emendas, a PEC será votada em


primeiro turno, com o quorum qualificado de 3/5 de votos favoráveis (49 votos
“sim”). Se houver emendas, será necessário que a CCJ emita parecer sobre
elas. Após a leitura e publicação desse novo parecer, a PEC está pronta para
ser votada em primeiro turno, juntamente com as emendas.

O interstício entre o primeiro e o segundo turnos é de, no mínimo, cinco


dias úteis. Vencido esse prazo, a PEC pode entrar na Ordem do Dia para um
segundo turno de discussão (três sessões ordinárias) e votação, sendo
aprovada também por nova deliberação por 3/5 de votos favoráveis. Durante a
discussão, vinte e sete Senadores, no mínimo, podem apresentar emendas que
não envolvam o mérito. E o procedimento é o mesmo para todas as matérias:
sem emendas, pode ser votada em segundo turno; com emendas, vai à CCJ
para parecer, antes de ir à votação em segundo turno. A CCJ tem cinco dias
improrrogáveis para isso.

Se houver redação final (em caso de ter tido alteração), a CCJ apresenta a
redação final no prazo de três dias, a qual será votada com qualquer número,
independentemente de sua publicação.

Se a PEC for de origem do Senado, vai à Câmara para revisão. Se for de


origem da Câmara e tiver sofrido alteração, volta àquela Casa. Se não tiver
sofrido alteração no Senado, o Presidente do Senado convoca sessão solene do
Congresso Nacional, para que as Mesas das duas Casas promulguem a emenda
constitucional.

A matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Uma outra limitação
constitucional a respeito deste assunto é a proibição de que seja apresentada
PEC tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto,
universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e garantias
individuais, que constituem as cláusulas pétreas, ou seja, aquelas que não
podem ser modificadas por meio das formas secundárias de alteração
constitucional (emenda ou revisão). Apenas o poder constituinte originário
(uma nova Assembleia Constituinte) teria competência para tanto.

Unidade 4 – Proposições Legislativas

E) REQUERIMENTO – Apreciado somente pelo Senado (não há revisão


pela Câmara dos Deputados)

Há diversos tipos de requerimento. Citaremos alguns exemplos:


· adiamento da discussão;

· adiamento da votação;

· comparecimento de Ministro de Estado;

· constituição de comissão temporária;

· destaque para aprovação de emenda;


· destaque para rejeição de dispositivo do projeto;

· destaque para rejeição de emenda;

· destaque para votação em separado de parte do projeto, de emenda


ou de parte de emenda;

· dispensa de discussão;

· dispensa de interstício e prévia distribuição de avulsos para


inclusão;

· da matéria em Ordem do Dia;

· dispensa de publicação da redação final para a imediata apreciação


pelo Plenário;

· encerramento da discussão;

· esclarecimento sobre atos da administração da Casa;

· extinção de urgência;

· homenagem de pesar;

· inclusão em Ordem do Dia de matéria em condições de nela figurar;

· inclusão em Ordem do Dia de matéria sem parecer;

· informações a serem prestadas por Ministros de Estado ou titulares


de órgãos diretamente vinculados à Presidência da República;

· inversão da Ordem do Dia;

· leitura de qualquer matéria sujeita a conhecimento do Plenário;

· licença para exercer missão no País ou no exterior;

· licença para tratar de interesses particulares.

E) REQUERIMENTO – APRECIADO SOMENTE PELO SENADO (Não há


revisão pela Câmara dos Deputados)
Há diversos tipos de requerimento. Outros exemplos:
· licença para desempenhar missão política ou cultural de interesse
parlamentar;
· licença para se ausentar dos trabalhos, a serviço do Senado;
· não realização de sessão em determinado dia;
· permissão para falar sentado;
· preferências diversas;
· prorrogação de prazo para apresentação de parecer;
· prorrogação do tempo regimental da sessão;
· publicação de informações oficiais no Diário do Senado Federal;
· realização de sessão especial;
· realização de sessão secreta;
· reconstituição de proposição;
· remessa a determinada comissão de matéria despachada a outra;
· retificação de ata;
· retirada de proposição em curso no Senado;
· sobrestamento de estudo de proposição;
· tramitação em conjunto de dois ou mais projetos em curso no
Senado regulando a mesma matéria;
· transcrição de documentos do Diário do Senado Federal;
· urgências;
· verificação de votação;
· votação do projeto em partes;
· votação em globo ou por grupos de dispositivos das emendas da
Câmara dos Deputados a projeto do Senado Federal;
· votação nominal;
· voto de aplauso, censura ou semelhante.

Outros requerimentos não previstos expressamente no Regimento podem ser


apresentados. Nesse caso, a decisão cabe ao Presidente após submeter o
requerimento a votos no Plenário.

ATENÇÃO:
Nas sessões conjuntas do CN, a maioria dos requerimentos deve ser
apresentada por líderes. Como não há previsão de requerimento de urgência,
utilizam-se os regimentos subsidiários, ou seja, do Senado e da Câmara, nessa
ordem.

F) PROPOSTA DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE


A proposta pode ser apresentada por qualquer membro ou Senador à
Comissão, com específica indicação do ato e fundamentação da providência
objetivada. (RISF, art. 102-B, I)

(O relator designado apresentará parecer prévio quanto à oportunidade e conveniência da


proposta e quanto ao alcance jurídico, administrativo, político, econômico, social ou
orçamentário do ato impugnado.)

Relatório final será encaminhado, conforme o caso, à Mesa, ao Ministério


Público, à Advocacia-Geral da União, ao Poder Executivo, à comissão
permanente que tenha pertinência, à Comissão Mista de Planos, Orçamentos
Públicos e Fiscalização – CMO ou ao TCU.

G) INDICAÇÃO

Corresponde a uma sugestão de Senador ou Comissão para que o assunto nela


focalizado seja objeto de providência ou de estudo pelo órgão competente da
Casa, com a finalidade de seu esclarecimento ou de uma formulação de
proposição legislativa. Por exemplo: as alas do Senado receberam nome de
Nilo Coelho, Alexandre Costa, Teotônio Vilela, Rui Carneiro, Filinto Müller; o
Pavilhão do Serviço Médico recebeu o nome de Lourival Baptista. Foram feitas
tais homenagens através de indicações.

H) PARECER

Os pareceres que vimos até agora são instrumento de instrução de outra


matéria, não têm vida própria. Os pareceres que constituem proposição
legislativa devem ser discutidos e votados.

E quais são eles? Exemplos:


•Para escolha de autoridade;
•Por consulta do Presidente da Casa.
I) EMENDA

São proposições secundárias que não têm vida própria, pois estão vinculadas a
uma proposição principal. Por isso, seguem o rito, o quorum e o tipo de
votação dessa proposição principal.

Há três instâncias para apresentação de emendas:


•Nas Comissões;
•Perante a Mesa;
•No Plenário.
A PEC recebe emendas na CCJ, por seus membros, e, no Plenário, por 1/3 dos
Senadores.
Unidade 5 – Proposições Legislativas

PROPOSIÇÕES APRECIADAS EM SESSÃO CONJUNTA DO CONGRESSO NACIONAL

A) VETO PRESIDENCIAL

Todos os projetos de lei, inclusive o de conversão de uma medida provisória,


uma vez aprovados pelo Poder Legislativo, são encaminhados ao Presidente da
República para sua manifestação. Este tem um prazo de até quinze dias úteis
para manifestar-se, no sentido do acordo (sanção) ou do desacordo (veto),
que pode ser, neste último caso, total ou parcial. Após o prazo mencionado, se
o Presidente não se pronunciar, o projeto de lei é considerado como tendo sido
tacitamente sancionado (sanção tácita). Entretanto, o veto deverá ser aposto
em texto integral de artigo ou de parágrafo ou item, e nunca sobre expressão.
Em caso de o projeto ser considerado inconstitucional ou contrário ao interesse
público, no todo ou em parte, o Presidente poderá vetá-lo, fazendo publicar
suas razões no Diário Oficial da União com comunicação do fato ao Presidente
do Senado, que dará ciência aos parlamentares em sessão conjunta, no prazo
de 72 horas. Na mesma oportunidade, será designada comissão composta por
três Senadores e três Deputados para emitir relatório sobre o veto. É de todo
conveniente que dessa comissão participem os relatores da matéria em cada
uma das Casas.

A Constituição prevê prazo de trinta dias para que o Congresso decida sobre o
veto, que só pode ser rejeitado pela maioria absoluta de cada uma das Casas,
em votação aberta. Nesse caso, o Presidente do Senado comunicará o
resultado da votação ao Presidente da República, encaminhando-lhe o projeto
para promulgação e publicação.

Se o veto, entretanto, não for apreciado pelo Congresso, em sessão conjunta,


no prazo de trinta dias, o § 6º do art. 66 da Constituição determina que as
demais matérias sejam sobrestadas, tais como os projetos de lei sobre temas
orçamentários (LDO, LOA, PPA e créditos).

B) PROJETO DE RESOLUÇÃO DO CONGRESSO (PRN)


I – Assim como no Senado, para se alterar o Regimento Comum, no caso do
Congresso, o instrumento legislativo utilizado é o projeto de resolução, de
iniciativa das Mesas do Senado e da Câmara ou por iniciativa de cem
parlamentares, sendo no mínimo oitenta Deputados e vinte Senadores.
Em ambos os casos (iniciativa parlamentar ou das Mesas), o projeto é lido e
numerado no Expediente de uma sessão conjunta e publicado no Diário do
Congresso Nacional em avulsos. Esse procedimento é o mesmo para todas as
proposições, quer no Senado quer no Congresso.
Se for de iniciativa das Mesas, o Presidente do Senado convoca sessão
conjunta para iniciar sua discussão e votação em turno único, podendo
qualquer parlamentar apresentar emendas em plenário, até o encerramento da
discussão. Se tiver emendas, o projeto volta às Mesas para parecer sobre elas.
Havendo concordância das Mesas, o parecer pode ser único, com relator único.
Uma vez emitido parecer, a matéria estará pronta para a Ordem do Dia, em
fase de votação.
Se for de iniciativa de parlamentares, o projeto vai às Mesas para parecer, que
poderá ser único. Após publicação, o projeto pode entrar na Ordem do Dia,
recebendo emendas também durante a discussão. Se tiver emendas, volta às
Mesas para parecer, após o que retorna ao plenário em fase de votação.

Depois de aprovado o projeto, o Presidente do Senado (nesse caso, Presidente


da Mesa do CN) promulga a resolução decorrente.
II – Também é por intermédio de projeto de resolução que o Congresso delega
ao Presidente da República poderes para legislar sobre determinado assunto: é
a lei delegada.
O processo tem início quando o Presidente da República remete ao Presidente
do Senado o pedido de autorização do Congresso Nacional para baixar lei. O
Presidente do Senado convoca, no prazo de setenta e duas horas, sessão
conjunta para que o Congresso tome conhecimento da proposta. Nessa mesma
sessão, a matéria é distribuída em avulsos e é constituída uma comissão mista
paritária, composta de onze Senadores e onze Deputados, para emitir parecer
sobre a proposta, concluindo com a apresentação de um projeto de resolução,
no qual será especificado o conteúdo da delegação, os termos para o seu
exercício e o prazo, que não deve ser superior a quarenta e cinco dias, para
que o Presidente da República promulgue e publique a lei.

Esse projeto de resolução pode conter, ainda, a obrigatoriedade de o


Presidente da República enviar ao Congresso a proposta de lei, para que este
examine se está dentro dos limites delegados. Nesse caso, o parecer da
comissão mista se restringirá a estar de acordo ou não com os termos do
projeto, não cabendo emendas.
Em ambos os casos, o projeto de resolução é discutido e votado no plenário,
em sessão conjunta, uma vez aprovado, o Presidente da Mesa do CN promulga
a resolução e comunica o fato ao Presidente da República, que, devidamente
autorizado pelo Congresso, editará a lei delegada.
ATENÇÃO:
Não cabe delegação sobre matéria de competência exclusiva do Congresso
Nacional ou de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal, bem como sobre organização dos juízos e tribunais e as garantias da
Magistratura, sobre nacionalidade, cidadania, direito eleitoral e matérias
orçamentárias.

C)MATÉRIA_ORÇAMENTÁRIA

Ainda são tratados em sessão conjunta do Congresso Nacional os projetos de


lei referentes à matéria orçamentária:
projeto de lei do plano plurianual (PPA);
projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO);
projeto de lei do orçamento anual da União (LOA);
projetos de lei de créditos adicionais (créditos suplementares, créditos
extraordinários, créditos especiais).

Esses projetos de lei são de iniciativa vinculada ao cargo de Presidente da


República, e a Constituição estabelece prazos para que ele os remeta ao
Congresso.

Assim, o projeto de PPA tem que estar no Congresso até quatro meses antes
do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato do Presidente da
República (31 de agosto) e deve ser devolvido para sanção até o encerramento
da sessão legislativa ordinária (22 de dezembro) correspondente. O PPA tem
vigência de quatro anos. No primeiro ano de mandato, o Presidente da
República trabalha com o Plano Plurianual do Presidente anterior e encaminha
ao Congresso o seu próprio plano, que vigorará durante os restantes três anos
de seu mandato e durante o primeiro ano do mandato do Presidente
subsequente.

A LDO é uma lei que vigora durante um ano. O projeto deve ser encaminhado
ao Congresso até oito meses e meio antes do encerramento do exercício
financeiro (15 de abril), e o Congresso o devolve para sanção até o
encerramento do primeiro período da sessão legislativa ordinária (17 de julho).
Se o Congresso não deliberar sobre a matéria até essa data, a sessão
legislativa não é interrompida, ou seja, não há recesso parlamentar até que se
ultime a deliberação.

A LOA também é uma lei de vigência anual. O projeto correspondente deve ser
encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro
(31 de agosto) e devolvido à sanção até o encerramento da sessão legislativa
ordinária (22 de dezembro).
Quanto aos créditos adicionais, o prazo limite para que o Poder Executivo os
envie ao Congresso é estipulado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

As mensagens do Presidente da República encaminhando esses projetos são


recebidas pelo Presidente do Senado e encaminhadas à Comissão Mista de
Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) no prazo de quarenta e oito
horas após sua comunicação às duas Casas do Congresso, para que a comissão
emita seu parecer.

No plenário da sessão conjunta, a deliberação sobre essas matérias ocorre em


turno único de discussão e votação, sendo aprovadas em votação pública
simbólica, por maioria simples de votos em cada Casa, resguardado o direito
de votação nominal por requerimento ou por pedido de verificação de votação.

A votação do projeto de lei é feita nos termos do parecer que vier da CMO,
sendo ele conclusivo e final com respeito às emendas, salvo requerimento para
que elas sejam submetidas ao Plenário do Congresso, devendo tal
requerimento ser assinado por no mínimo 1/10 de congressistas (60
assinaturas) e apresentado à Mesa do Congresso até o dia anterior ao
estabelecido para a discussão da matéria em plenário.

A CMO ainda examina as contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo, que
inclui, além das suas, as dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, do Poder Judiciário (STF, STJ, Tribunais Regionais Federais,
Tribunais do Trabalho, Tribunais Eleitorais, Tribunais Militares e as contas do
Chefe do Ministério Público).

A Comissão conclui seu parecer apresentando um projeto de decreto


legislativo, ao qual podem ser apresentadas emendas perante a Comissão. Tão
logo esses órgãos enviem ao Congresso as suas contas, elas são enviadas ao
TCU para que emita parecer prévio e, no prazo de 60 dias, o encaminhe ao
Congresso.

No início dos trabalhos do segundo período de cada sessão legislativa (agosto),


a Comissão realiza audiência pública com o Ministro-Relator do TCU, para que
ele faça uma exposição sobre esse parecer prévio. É com base nesse
documento e nessas informações que a comissão elaborará seu parecer.
Unidade 6 – Medidas Provisórias

MEDIDAS PROVISÓRIAS – Apreciadas separadamente em cada Casa


(desde a promulgação da Emenda Constitucional nº 32, DE 2001)
Nesta Unidade 6, vamos estudar as medidas provisórias, que, depois da
Emenda Constitucional nº 32, de 2001, são analisadas em Comissão mista,
mas apreciadas em Casas separadas, começando sempre pela Câmara dos
Deputados.
Uma vez editada pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da
União, a Presidência da Mesa do Congresso Nacional dispõe de 48 horas para
publicar e distribuir os avulsos da proposição e para designar a Comissão Mista
que emitirá parecer sobre ela.
Essa Comissão é integrada por 12 senadores e 12 deputados, e igual número
de suplentes, indicados pelos líderes partidários, segundo a proporcionalidade.
Caso as bancadas minoritárias não consigam vaga na Comissão, por terem um
número pequeno de parlamentares, a elas é destinada uma vaga em cada
casa. Se houver mais que uma bancada nessa situação, haverá rodízio no uso
dessa vaga suplementar. Esse princípio de vaga suplementar é válido para
todas as Comissões Mistas. Se a Medida Provisória versar sobre abertura de
crédito extraordinário ao orçamento da União, ela será encaminhada à
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.

Curiosidade: O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, recentemente, limitar


a interpretação que o Poder Executivo vinha tendo sobre a edição de medidas
provisórias em matéria orçamentária. De acordo com o STF, somente cabe
medida provisória em caso de créditos extraordinários para atender despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou
calamidade pública. Essa decisão, aliás, apenas espelha o que está expresso
no § 3º do art. 167 da Constituição, mas precisou ser ratificada pela Corte.

Na Comissão, seu Presidente designará um relator, que deverá ser um


parlamentar pertencente à Casa diversa da sua, e um relator-revisor,
pertencente à Casa diversa da do relator e, preferencialmente, do mesmo
partido que o do relator. Para emitir o parecer, a Comissão dispõe de até 14
dias, a contar da data da publicação da Medida Provisória no Diário Oficial,
sendo que, nos seis primeiros dias, qualquer parlamentar pode apresentar
emendas à MP. Nesse prazo de recebimento de emendas, se um parlamentar
tiver algum projeto tramitando, ele pode solicitar à Comissão que ele tramite
em conjunto com a MP, sob forma de emenda. Ao final da tramitação da MP,
esse projeto será declarado prejudicado, exceção feita no caso de a MP ter sido
rejeitada por inconstitucionalidade. Nesse caso, o projeto retorna à tramitação
normal.
A Comissão, ao emitir seu parecer, falará sobre a relevância e urgência da
Medida Provisória, sobre seu mérito e sobre sua adequação financeira e
orçamentária. Aprovado o parecer na Comissão, o processo será encaminhado
à Câmara dos Deputados, que terá até o 28º dia da vigência da MP para
deliberar.

Caso a Comissão não emita seu parecer até o 14º dia, o processo será mesmo
assim encaminhado à Câmara. Nesse caso, o parecer será oferecido em
Plenário, pelo relator ou pelo relator-revisor.

A matéria é deliberada em um só turno de discussão e votação, por maioria


simples. Caso tenha sido aprovada, será remetida ao Senado, que terá até o
42º dia de vigência para deliberar. Se o Senado aprovar emendas, essas
retornarão à Câmara, que disporá de 3 dias para apreciá-las.

A medida provisória tem vigência de 60 dias, sendo prorrogado esse prazo,


pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional, por igual período, caso não
tenha sido apreciada. Esses prazos não são contados durante o recesso
parlamentar.
ATENÇÃO:
Se a Medida Provisória não for apreciada em 45 dias, entra em regime de
urgência, sobrestando todas as demais deliberações legislativas da Casa em
que estiver tramitando.

Caso o prazo de vigência, inclusive com a prorrogação, tenha se esgotado sem


que tenha havido apreciação, a Medida Provisória perde a eficácia, devendo o
Presidente da Mesa do Congresso comunicar o fato ao Presidente da República.
Nessa situação, no caso de ela ter sido rejeitada ou ainda no caso de se
aprovar um projeto de lei de conversão, a Comissão Mista deve elaborar um
projeto de decreto legislativo regulando as relações jurídicas decorrentes no
período de sua vigência. Se o decreto legislativo não for editado em até 60
dias após a rejeição ou a perda da eficácia da MP, essas relações jurídicas
continuarão sendo reguladas pela Medida Provisória, mesmo que ela não esteja
mais em vigor.

A Medida Provisória pode ser aprovada nos mesmos termos em que foi editada
pelo Presidente da República. Nesse caso, o Presidente da Mesa do Congresso
a promulga, e o texto é enviado para publicação como lei.
Se, entretanto, houver alterações à MP, é apresentado um projeto de lei de
conversão que, se aprovado, deverá ir à sanção do Presidente da República,
como qualquer outro projeto de lei. O Presidente da República poderá
sancioná-lo ou vetá-lo. Neste segundo caso, o veto ainda deverá ser apreciado
pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta.

De acordo com a Emenda Constitucional nº 32, o Presidente da República não


poderá reeditar, na mesma sessão legislativa, Medida Provisória rejeitada ou
que tenha perdido eficácia por decurso de prazo. Além disso, há vedação de
edição de Medida Provisória sobre as matérias relativas a:
•Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral;
•Direito penal, processual penal e processual civil; organização do Poder
Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
membros;
•Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos
adicionais e suplementares;
•Detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro
ativo financeiro.
Além disso, é vedada também a edição de MP referente a matéria que deva ser
objeto de lei complementar e de matéria que já tenha sido disciplinada em
projeto de lei aprovado pelo Congresso, que esteja pendente de sanção ou
veto.

Uma outra restrição prevista na Emenda Constitucional nº 32 diz respeito à


instituição ou elevação de alguns impostos. Uma vez aprovado, esse tipo de MP
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte.

As medidas provisórias editadas antes da promulgação da Emenda


Constitucional nº 32 continuam em vigor até sua apreciação definitiva pelo
Congresso Nacional, em sessão conjunta, ou até que outra medida provisória
as revogue explicitamente.

A apreciação das medidas provisórias está regulamentada pela Resolução nº 1,


de 2001-CN.
Unidade 7 – Destino das Proposições

Toda matéria, após ser deliberada, tem um destino a seguir.

Pode ser:

•à sanção;
•à promulgação;
•à Câmara dos Deputados;
•Ao Senado Federal;

•Ao arquivo.

Toda vez que o Congresso Nacional aprova um projeto de lei, ele deve ser
encaminhado ao Presidente da República, nos termos do caput do art. 66 da
Constituição, para sua manifestação. Se estiver de acordo, o Presidente a
sancionará; se não, no todo ou em parte, o vetará total ou parcialmente. Para
essa manifestação, o Presidente dispõe de quinze dias úteis, a partir do
recebimento da matéria no Palácio do Planalto.

Esgotado esse prazo sem que o Presidente tenha se manifestado formalmente


em qualquer sentido, haverá a sanção tácita, ou seja, a transformação
automática do projeto em lei.

Assim, a sanção poderá ser formal, quando o Presidente da República se


manifesta, aquiescendo com o projeto; ou tácita, quando ele não se manifesta
dentro do prazo constitucional.

O veto, entretanto, só poderá ser formal. Não existe veto tácito. E o


Presidente tem, por força da Constituição, que apresentar as razões pelas
quais veta o projeto, que só podem ser de duas ordens:
•Ordem jurídica – quando o projeto de lei for inconstitucional; e
•Ordem política – quando o projeto de lei for contrário ao interesse da
sociedade brasileira.
No caso de sanção tácita, o Presidente ainda dispõe de quarenta e oito horas
para promulgar a lei.

Curiosidade: A promulgação sempre ressalta que a lei é eficaz e produzirá seus


efeitos.
Se Sua Excelência não promulgar, enviará a lei ao Presidente do Senado, que
dispõe de outras quarenta e oito horas para promulgá-la; e, se este também
não o fizer, o Vice-Presidente do Senado o fará.

Existem outros casos de promulgação. Todas as matérias referentes aos arts.


49, 51, 52, 60, 62, 66 e 223 da Constituição são levadas à promulgação (sem
serem submetidas à sanção do Presidente da República):
•as do art. 49, de competência exclusiva do CN, são tratadas em projeto
de decreto legislativo – o decreto legislativo dele decorrente é
promulgado pelo Presidente do Senado;
•as do art. 51, privativas da CD, são tratadas em projeto de resolução da
Câmara – a resolução dele decorrente é promulgada pelo Presidente da
Câmara dos Deputados;
•as do art. 52, privativas do SF, são tratadas em projeto de resolução do
Senado – a resolução dele decorrente é promulgada pelo Presidente do
Senado;
•as do art. 60 são tratadas em proposta de emenda à Constituição - a
emenda constitucional dela decorrente é promulgada pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
•as do art. 62, as medidas provisórias, se aprovadas nos termos em que
foram editadas pelo Presidente da República, são promulgadas pelo
Presidente da Mesa do CN e enviadas ao Presidente da República para
serem publicadas como lei – se sofrerem alteração, transformam-se em
projeto de lei de conversão, que são enviados à sanção do Presidente da
República;
•as do art. 66, os vetos, se forem rejeitadas pelo Legislativo, são
enviadas ao Presidente da República para promulgação e publicação;
•as do art. 223, referentes à radiodifusão, são tratadas em projeto de
decreto legislativo - o decreto legislativo dele decorrente é promulgado
pelo Presidente do Senado.
Os projetos de lei, de decreto legislativo, as propostas de emenda à
Constituição que têm origem no Senado, uma vez aprovados, vão à Câmara
dos Deputados para revisão.

E matérias de origem da Câmara que vêm ao Senado para revisão e aqui


sofrem alteração de mérito, voltam à Câmara para análise dessas alterações.
As matérias que têm origem na Câmara vêm ao Senado para revisão.
E as que têm origem no Senado que foram para a Câmara e lá sofreram
alteração de mérito, voltam ao Senado para análise dessas alterações.
Vão ao arquivo as matérias:
•Ao final da tramitação total;
•Se rejeitadas;
•Se retiradas pelo autor e aprovada sua retirada pelo Plenário;
•se prejudicada (por haver perdido oportunidade; em virtude de
prejulgamento pelo Plenário em outra deliberação);
•ao encerramento da legislatura, nos termos do art. 332 do RISF.
Para o envio de matérias ao Presidente da República, ao Presidente da Câmara
ou ao Presidente do Senado, ou à promulgação, o Senado ou a Câmara
preparam autógrafos, documento oficial que reproduz o que foi aprovado.

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