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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

BIANCA VIEIRA, KÍSSIA BERTOLUCI, LETÍCIA WINCK E THAYSE MACEDO

DETERMINAÇÃO DA CURVA DE ESCOAMENTO


Trabalho Conformação Mecânica

Agosto, 2016.
Introdução
Descrever o comportamento do material durante o regime plástico (acima do
limite de escoamento). O levantamento da curva de escoamento do material é
necessário para o cálculo da força e do trabalho de conformação, assim como o
dimensionamento de matrizes.
A tensão de escoamento de um metal é influenciada por fatores relacionados
com o processo de deformação (como temperatura do material, deformação e
velocidade de deformação) e os não relacionados com o processo (como a composição
química, microestrutura do material, fases, tamanho do grão, segregação, tratamentos
térmicos anteriores, etc.).

Procedimento experimental

Materiais e Métodos:

Ensaio de Compressão

•Material: AISI 1020


•Dimensões da amostra:
–Diâmetro inicial (d0): 10,01 mm
–Altura inicial (h0): 14,96 mm
•Temperatura: ambiente (25°C)
•Lubrificante: micro-óleoM1
•Velocidade: 3mm/min
•Máquina Universal de Ensaios EMIC 600 kN
•Matrizes
•Computador (software para aquisição de dados)

Ensaio de Tração

•Material: AISI 1020


•Dimensões da amostra:
–Diâmetro inicial (d0): 12,7mm
–Altura da seção reduzida inicial (h0): 50 mm
•Temperatura: ambiente
•Norma ASTM E8/E8M - 15a
•Velocidade: 3mm/min

Resultados

Experimento 1 – Ensaio de Compressão

A partir do experimento determinamos a equação da curva de tensão de escoamento


(feita a partir de Hollomon (𝑘𝑓=𝐶×𝜑𝑛)) que resultou em Kf = 680,926 x 𝜑 ^ 0,2872.
Usamos os dados estabelecidos pela equação da reta do gráfico abaixo que relaciona o
Log ϕ e Log Kf.

Log kf X Logφ
2.9

2.85
f(x) = 0.29 x + 2.83
2.8
R² = 1
2.75
Log Kf

2.7

2.65

2.6

2.55

2.5
-0.8 -0.7 -0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1
Log φ

E para determinarmos a Tensão de Escoamento kf0, para 𝝋=0,002, usamos a formula


obtida acima que resultou em kf0 =680,926 x (0,002) ^ 0,2872 = 114,276 .

Tensão Verdadeira X Deformação Verdadeira


800

700

600

500
Tensão

400

300

200

100

0
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20
Deformação Verdadeira
Região de Escoamento
800
700
600
500
Tensão

400
300
200
100
0
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20
Deformação

Experimento 2 - Ensaio de Tração

Fazendo os mesmos cálculos que foram feitos no ensaio de compressão, obtemos os


seguintes resultados:

Tensão x Deformação Convencional


900
800
700
600
500
Tensão

400
300
200
100
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
Deformação
Tensão x Deformação Verdadeira
1000
900
800
700
600
Tensão

500
400
300
200
100
0
0.000 0.050 0.100 0.150 0.200 0.250 0.300
Deformação

Região de Escoamento Homogêneo


940
920
900
880
Tensão

860
840
820
800
780
0.19 0.20 0.21 0.22 0.23 0.24 0.25 0.26
Deformação

Com os dados coletados acima determinamos a equação da curva de


escoamento, (zona de deformação plástica homogênea), a partir da equação de
Hollomon (𝑘𝑓=𝐶×𝜑𝑛), resultando em Kf= 522,396 x ϕ ^ 0,3641. Usamos os dados
estabelecidos pela equação da reta do gráfico abaixo que relaciona o Log ϕ e Log Kf. E
para a determinação da Tensão de Escoamento kf0, para 𝝋=0,002, usamos a formula
do kf obtida acima que resultou kf0 =522,396 x (0,002) ^ 0,3641 = 54,363.
Log ϕ x log Kf
2.97
f(x) = − 0.36 x + 2.72
R² = 0.91 2.96

2.95

2.94

2.93

2.92

2.91

2.9
-0.72 -0.7 -0.68 -0.66 -0.64 -0.62 -0.6 -0.58

Discussão

No ensaio de compressão, observamos que conseguimos obter facilmente a


curva de escoamento do material.
No ensaio de tração pode-se perceber que, devido ao seu maior alongamento,
é um material mais dúctil. Sua tensão máxima durante o ensaio obteve resultados
medianos e a sua ruptura ocorreu da mesma maneira.

Algumas considerações:

O que representa o coeficiente de encruamento?


Quer informar que quanto maior for o coeficiente de encruamento maior será a
capacidade do material se deformar, em tração, sem que ocorra a estricção. Assim, o
coeficiente de encruamento é uma medida da ductilidade do material importante a
considerar, principalmente quando se realiza uma operação com forte componente de
estiramento

Qual a influência do atrito no experimento?


Este atrito gera tensões na superfície de contato, impedindo o movimento dos
elementos situados nesta superfície, e provocando a alteração do formato original
cilíndrico do corpo de prova durante o processo. Mais longe da superfície de contato
os elementos fluem radialmente para fora numa taxa proporcional à sua distância ao
centro do corpo. Este é o abaulamento ou efeito barril.
É desejável em algumas circunstâncias que o teste ocorra sem atrito.
Idealmente, nesta situação existiria no corpo de prova somente a tensão normal de
compressão e o corpo deformado manteria a sua forma cilíndrica original. A condição
é denominada estado uniforme de tensões, que significa o mesmo estado de tensões
(uniaxial compressiva) para todos os pontos do corpo.
O abaulamento pode ser evitado ou minimizado pelo uso de lubrificação nas
superfícies de contato. Para testes conduzidos à temperatura ambiente é
recomendado o uso de teflon ou óleo de alta viscosidade. Para altas temperaturas
indica-se grafite dissolvido em óleo (ligas de alumínio) e vidro moído (para aços e
titânio).

Diferenças entre a curva tensão-deformação de engenharia (convencional) e tensão-


deformação verdadeira.
Diagrama Tensão x Deformação é o gráfico obtido através dos resultados do
ensaio, podem-se calcular vários valores de tensão e deformação correspondente no
corpo de prova, como se fosse uma tabela de tensões e deformações correspondentes
e depois basta se plotar o gráfico.
Diagrama Tensão x Deformação convencional Tensão nominal ou de
engenharia:
Determina-se com os dados registrados, dividindo-se a carga aplicada P pela área da
seção transversal inicial do corpo de prova Ao. (Tensão=F/Ao)
Curva Tensão-Deformação Verdadeira: A curva tensão-deformação verdadeira
considera a área instantânea da seção ao invés da área inicial do corpo de prova.
(Tensão=F/Ai).
Bibliografia

 Callister , William D. Jr. Fundamentos da Ciência e Engenharia de Materiais, 2ª


Ed, Editora LTC
 Material obtido no site http://www.ufrgs.br/ldtm/

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