Você está na página 1de 24

RELATÓRIO PESQUISA

SOBRE APEGO

Turma: abril/2019
SUELY APARECIDA DE SOUZA FERNANDES

Relatório de Conclusão de Curso

Trabalho apresentado como exigência em


Pesquisa sobre Criação com Apego do
Curso de Educação Integrativa do Sono
Infantil e Bem estar familiar
Introdução

Apego

A vivência de uma relação íntima, afetiva e contínua da mãe com o seu filho, na
qual ambos encontrem satisfação e prazer, é fundamental para a saúde mental do
bebê e da criança. É nesta relação complexa, rica e compensadora entre mãe e bebê
nos seus primeiros anos de vida, enriquecida de várias maneiras pelas relações com
pais e irmãos, que está à base do desenvolvimento saudável da personalidade da
criança (BOWLBY, 1995).
Estudos evidenciam a importância da interação mãe-bebê para o
desenvolvimento da linguagem, da inteligência, dos aspectos cognitivos e da
sociabilidade da criança, sendo relacionadas estas funções psicológicas com o tipo de
vínculo que se estabeleceu da mãe com o seu filho desde a gestação até a idade
escolar. Do mesmo modo que ocorrem implicações psicológicas e afetivas, o tipo de
interação mãe-bebê pode afetar os aspectos fisiológicos, relacionados com a
diminuição ou o aumento da taxa de crescimento do bebê.
A perspectiva evolucionista afirma que o apego permite ao cérebro imaturo da
criança utilizar as funções maduras dos pais para elaborar seus próprios processos
vitais, sendo assim, o apego aumenta, visivelmente, as chances de sobrevivência
desta criança. Através do mecanismo de apego a criança espelha-se nas respostas de
seus pais aos seus sinais, estas respostas parentais ampliam e reforçam os estados
emocionais positivos da criança e diminui os estados negativos, o que lhe
proporciona segurança. A repetição destas experiências faz com que as codifique na
memória procedural da criança como expectativas que ajudam a sentir-se segura
(KANDEL, 2003).
Isto corrobora com o que psicanalistas discorrem sobre o apego, estes
compreendem a importância da relação mãe-bebê como um dos fatores prioritários
para a explicação do tipo de desenvolvimento e problemáticas associadas às idades
mais avançadas. Por exemplo, de acordo com Bowlby (2002) o mecanismo de apego
é a vinculação existente entre a criança e sua mãe, este por sua vez, permite a criança
explorar o mundo em condições seguras. Da mesma forma, Spitz (1998) considera
que é a relação constituída entre mãe e filho que possibilita a mesma oferecer as
primeiras experiências do bebê.

[...] o conjunto de comportamentos que unem uma pessoa a outra ou


a outro objeto, formando-se importante ligação entre elas pode ser
entendido como apego. Concluindo-se que a responsividade da mãe
para com os cuidados ao bebê direciona seus sistemas
comportamentais e de apego em relação a esse agente
(ZAMBERLAN, 2002, p. 400).
É através desta relação entre mãe-filho que a criança tem a possibilidade de ter
as suas primeiras experiências oferecidas pela mãe, e o que torna estas experiências
ainda mais valiosas é o fato de elas serem permeadas pelo afeto por ambas as partes
(SPITZ, 1998).
No que se refere a esta interligação entre a díade mãe-bebê, quase todos os
psicanalistas concordam que, durante o primeiro ano de vida grande parte dos bebês
estabelece um forte vínculo com a figura materna (BOWLBY, 2002).
Desta forma, Bowlby (2002, p. 329) considera que, ao nascer:

[...] um bebê está muito longe de ser uma tabula rasa. Pelo contrário, não só ele
está equipado com um certo número de sistemas comportamentais prontos para
serem ativados como cada sistema já está predisposto a ser ativado por
estímulos que se enquadram em uma vasta gama, a ser finalizado por estímulos
que se incluem numa
outra e igualmente vasta gama, e a ser fortalecido ou enfraquecido por
estímulos de ainda outros tipos. Entre esses sistemas já existem alguns que
fornecem as bases para o desenvolvimento ulterior do comportamento de
apego. Tais são, por exemplo, os sistemas primitivos do choro, sucção,
agarramento e orientação do recém-nascido.

Mais do que isso, Bowlby aponta que este vínculo mãe-filho, denominado por
ele de apego, inicia-se já na vida intra-uterina e é uma adaptação fundamental da
espécie humana, sendo uma necessidade básica assim como a satisfação da fome ou
da sede. Ao nascer, este bebê irá manifestar o apego através de comportamentos
como os mencionados acima, de forma que a criança irá buscar uma proximidade
com a figura de apego.
Na concepção de Bowlby, a premissa de que as necessidades fisiológicas são
primárias e as relações de afeto secundárias não se adéquam aos fatos, ele
argumenta que se isto fosse verídico “[...] uma criança de um ano ou dois deveria
prontamente aceitar quem quer que a alimentasse e isso, claramente, não era o
caso”.
Este autor considera ainda que, “sem o mecanismo de apego, a criança se
distanciaria dos adultos ao explorar o mundo, e ficaria exposta a seus perigos. O
apego modula o impulso exploratório, que é seu complemento, permitindo que a
criança explore o mundo em condições seguras”
Estes argumentos propostos por Bowlby derivam da sua Teoria do Apego, que é
baseado na combinação da Psicanálise e da Teoria da Evolução, em que aponta o
vínculo como função adaptativa humana, isto é, trata o sistema de apego como
instintivo.
Por conseguinte, Bowlby acredita que “o instinto é não um determinante cego e
rígido do comportamento; manifesta-se em interação com condições ambientais
particulares e, nesse caso especialmente, em interação com outros seres humanos”.
Desta forma, as estimulações maternas e os comportamentos do bebê como chorar e
sorrir são demonstrações desta interação entre mãe e bebê que decorre do sistema
adaptativo e culminará na formação vincular entre este binômio.
Além disso, Bowlby descreve que “[...] mesmo que não sejam universais em aves
e mamíferos, vínculos fortes e persistentes entre indivíduos são a regra em numerosas
espécies”. Apesar de tipos de vínculos diferirem entre as espécies, comumente existe
entre os pais e sua prole, e entre adultos de sexos opostos. Este mesmo autor afirma
que “nos mamíferos, incluindo os primatas, o primeiro e mais persistente de todos os
vínculos é geralmente entre a mãe e seu filho pequeno, um vínculo que
freqüentemente persiste até a idade adulta. Assim sendo, Bowlby diz que diante dos
resultados de seus estudos, é possível considerar a existência dos vínculos afetivos
que são formados pelos seres humanos, como sendo intensos e duradouros, quando
comparados com outras espécies conforme explicitado acima.
É desse modo que “em torno do bebê que acaba de nascer tece-se, consciente
e inconscientemente, uma rede de expectativas e desejos: as marcas fundantes da
subjetividade dessa criança, sustentadas nesse vínculo inicial mãe-bebê”

Criação com Apego

William Penton Sears, carinhosamente chamado de Dr. Bill, nasceu em 9 de


dezembro de 1939 em Illinois, EUA. Pediatra famoso, é autor ou coautor de mais de
30 livros para os pais. 
Baseada na Teoria do Apego de Bowlby, Dr. Bill é também um dos principais
defensores da filosofia do attachment parenting, ou criação com apego, a qual
consiste em atender as necessidades da criança, fazendo com que ela cresça
confiante tendo uma base forte para relacionamentos saudáveis.
Com base na criação com apego de Sears, a organização sem fins lucrativos
Attachamen tParentingInternational (API), fundada em 1994, criou oito princípios
que funcionam como ferramentas para este estilo de criação. Segundo a API, esses
princípios não devem ser encarados como regras, mas como orientações para um
apego saudável e seguro entre os pequenos e seus pais/cuidadores, fundamentado
em um “vínculo firme”, uma “receptividade coerente e sensível” e uma
“disponibilidade física e emocional”.
São eles:

*Se prepara para a gestação, nascimento e criação;


* Alimentar com amor e respeito;
* Responder com sensibilidade
* Usar o contato afetivo
* Garantir um sono seguro, física e emocionalmente;
* Cuidado consistente e amoroso
* Praticar a disciplina positiva
* Manter o equilíbrio entre a vida pessoal e familiar

[...] é a habilidade da mãe em perceber, interpretar e responder de


forma adequada e contingente aos sinais da criança. A mãe muito
sensitiva é bastante atenta aos sinais da criança e responde a eles
pronta e apropriadamente. No outro extremo, está a mãe muito
insensitiva, que parece agir quase que exclusivamente de acordo
com seus desejos, humores e atividades, podendo responder aos
sinais do bebê, mas fazendo-o com atraso (AINSWORTH, 1978 apud
BRUM e SCHERMANN, 2004).
Objetivos da Pesquisa

Durante o primeiro ano de vida grande parte dos bebês estabelece um forte
vínculo com seus cuidadores, principalmente com a figura materna. É através da
vivência desta relação entre mãe-filho, sendo esta íntima, afetiva, contínua e
prazerosa para ambos que está a base para o desenvolvimento saudável da
personalidade da criança. Porém, podem ocorrer interferências no processo de
formação vincular entre mãe-filho, como no caso da volta ao trabalho, ida à escola,
etc., o que pode gerar sentimentos de medo e angústia para ambos, colocando em
risco o estabelecimento do vínculo deste binômio mãe-filho.

Esta pesquisa teve como objetivo analisar como as famílias criam seu filhos, a
importância que dão às necessidades deles. A importância do sono na família.

Sabemos que apego da teoria se desenvolve paulatinamente entre os 6 e os


12 meses, a partir das experiências cotidianas do bebê. Quando a criança comprova
que, habitualmente (não “sempre”, porque isso é impossível, na prática), alguém a
consola quando chora; que, quando chama, alguém responde e suas necessidades
são atendidas, ela desenvolve um apego seguro. Ela tem a segurança de que será
atendida e, portanto, chora relativamente pouco. Consolá-la é fácil.

Há décadas, quando poucas mães nas sociedades industriais davam o peito e


eram “proibidas” de pegar os bebês no colo ou dormir com eles, a maioria das
crianças tinha um apego seguro. Isso porque é possível acolher um bebê que chora,
é possível sorrir para ele, cantar para ele, embalá-lo e consolá-lo, ainda que nos
tenham proibido de dar colo. Por outro lado, muitos daqueles que tiveram bastante
colo e foram amamentados por anos têm um apego inseguro, porque também é
possível ignorar a criança em nossos braços ou dar o peito só para que fique quieta,
ainda que o que ela esteja pedindo seja outra coisa.
Metodologia da Pesquisa

A escolha da amostra ocorreu de acordo com a acessibilidade das mães que se


dispuseram a participar da Pesquisa.
A coleta das informações se deu por meio de questões estruturadas de acordo
com o objetivo proposto.
Esta se caracteriza por partir de certos questionamentos básicos, embasados em
teorias e hipóteses, que são relevantes a pesquisa. Assim, enquanto o informante
segue espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do
foco principal esclarecido pelo investigar, ele participa na elaboração do conteúdo da
pesquisa.

A partir da pesquisa realizada com dez famílias, procedeu-se a análise de


conteúdo das respostas. Foram realizadas questões indicadas abaixo na tabela:

Dados de identificação:

Família 1 (F1)
Família 2 ( F2)
Família 3 (F3)
Família 4 (F4)
Família 5 (F5)
Família 6 (F6)
Família 7 (F7)
Família 8 (F 8)
Família 9 (F9)
Família 10(F10)

Tabela

Pergunta Familia Respostas


Orde s
m
1 Quantas crianças (filhos) tem na sua família? F1 1
F2 1
F3
1
F4
3
F5
2
F6
2
F7
1
F8 2
F9
2
F10 2
2 Quantos anos tem o seu filho mais novo? F1 1 a 2 anos
F2 2 - 5 anos
F3 1 a 2 anos
F4 6-12 meses
F5 2 - 5 anos
F6 1 a 2 anos
F7 2 - 5 anos
F8 2 - 5 anos
F9 Recém-nascido
F10 3-6 meses
3 Com quem/onde o seu filho passa o dia? F1 Com um parente ( avó, tia ou outro)
F2 Com a mãe e com o pai
F3 Outro
F4 Com um parente ( avó, tia ou outro)
F5 Creche em tempo integral
F6 Outro
F7 Meio período com a mãe/pai e outro período na
creche/escola

F8 Meio período com a mãe/pai e outro período na


creche/escola

F9 Com a mãe
F10 Com um parente ( avó, tia ou outro)
4 Como é o aleitamento? F1 Fórmula e aleitamento em livre demanda
F2 Aleitamento materno exclusivo em livre demanda
F3 Fórmula
F4 Fórmula
F5 Outro: Leite integral
F6 Fórmula
F7 Outro: Não há mais
F8 Outro: Leite integral A
F9 Aleitamento materno exclusivo em livre demanda
F10 Fórmula e aleitamento em horários regulares
5 Você é a favor da amamentação prolongada ( acima de 2 anos de F1 Sim e pratico
idade)?

F2 Não
F3 Não

 
  F4 Sim, mas não pratico
  F5 Sim, mas não pratico
  F6 Sim, mas não pratico
  F7 Sim
  F8 Outro: Meu mamou até 2 anos
  F9 Sim e pratico
  F10 Sim, mas não pratico
6 Vocês tem momentos de contato pele a pele? Marque quantas F1 Tomamos banho juntos

quantas forem necessárias   Utilizamos a amamentação como momento de


conexão

    Dormimos juntos
F2 Brincamos juntos, somente nós, sem objetos e
brinquedos

 
  F3 Tomamos banho juntos
    Brincamos juntos, somente nós, sem objetos e
brinquedos

  F4 Brincamos juntos, somente nós, sem objetos e


brinquedos

  F5 Tomamos banho juntos


    Dormimos juntos
  F6 Tomamos banho juntos
  Brincamos juntos, somente nós, sem objetos e
brinquedos

    Dormimos juntos
  F7 Brincamos juntos, somente nós, sem objetos e
brinquedos

  F8 Tomamos banho juntos


    Brincamos juntos, somente nós, sem objetos e
brinquedos

    Dormimos juntos
    F9 Utilizamos a amamentação como momento de
conexão
      Dormimos juntos

    F10 Utilizamos canguru/sling


      Utilizamos a amamentação como momento de
conexão

      Brincamos juntos, somente nós, sem objetos e


brinquedos

7 Onde seu bebê dorme? F1 Praticamos cama compartilhada desde o


nascimento

F2 Próprio quarto desde o nascimento


F3 Praticamos cama compartilhada desde o
nascimento

F4 Praticamos co-sleeping ( o bebê dorme no mesmo


quarto que os pais,porém no próprio berço ou
cama)

F5 Praticamos cama compartilhada desde o


nascimento

F6 Praticamos cama compartilhada desde o


nascimento

F7 Quarto compartilhado com os irmãos, mas sem os


pais

F8 Outro: Quarto compartilhado com irmãos e


mamãe faz dormir.... dormindo junto

F9 Praticamos cama compartilhada desde o


nascimento

F10 Quarto compartilhado com os irmãos, mas sem os


pais

8 Se sua criança dorme com você, o que influenciou essa escolha? Marque F1 É menos cansativo para mim/
quantas opções forem
  A criança dorme melhor assim/
  Considero importante para nosso vínculo/
  Tenho medo de deixá-la dormir sozinha
F2 A criança dorme melhor assim
F3 É natural para mim
  É menos cansativo para mim/
  A criança precisa disso
  A criança dorme melhor assim/
  Tenho medo de deixá-la dormir sozinha
F4 Minha criança não dorme comigo
F5 É menos cansativo para mim
F6 É menos cansativo para mim
   
F7  
  É natural para mim
F8
 
  Considero importante para nosso vínculo
  Outro: Quando era bebezinho, era menos
cansativo, não precisava ir até o quarto só tirar o
peito para fora
 
  É natural para mim
F9
  Eu sempre dormi com meus pais
 
 
  Considero importante para nosso vínculo
  Tenho medo de deixá-la dormir sozinha
 
    F10 Minha criança não dorme comigo
9 Se sua criança não dorme com você, explique o motivo da sua escolha F1  
F2 Ela dorme quando acorda de madrugada
F3 Ela dorme comigo e somos felizes assim
F4 Manter o conforto e privacidade
F5  
F6  
F7 Tanto a criança como a mãe precisam de
descanso e assim poder curtir um ao outro
durante o dia. Mas o descanso também é
fundamental.

F8  
F9  
F10 Quis acostumar desde o nascimento no berço
para não haver mal costume na cama dos pais,
penso também na privacidade do casal.

10 Você está satisfeito com a qualidade do sono do seu filho? F1 Não


F2 Sim
F3 Sim
F4 Sim
F5 Não
F6 Não
F7 Sim
F8 Não
F9 Sim
F10  Sim
11 Se sua criança dorme com você, você tem vontade de mudar isso e por F1 Sim, pois estou muito cansada e ninguém dorme
que? Marque quantas respostas necessitar bem

F2  
F3 Não, pois estamos felizes assim
F4 Minha criança não dorme comigo
F5 Sim, pois estou muito cansada e ninguém dorme
bem

F6 Sim, pois estou muito cansada e ninguém dorme


bem

  Sim, pois acho que está na hora de desapegar


  Talvez, quem sabe mais pra frente
F7 Minha criança não dorme comigo
F8 Sim, pois estou muito cansada e ninguém dorme
bem

  Sim, pois acho que está na hora de desapegar


F9 Não, pois estamos felizes assim
    F10 Minha criança não dorme comigo
12 Como a criança adormece? F1 Dorme mamando
F2 Dorme no bercinho/ cama de forma independente

F3 Outro: Digo para ele dormir, e ele já entende e


adormece naturalmente

F4 Dorme sendo ninada


F5 Dorme no bercinho/ cama de forma independente

F6 Dorme no bercinho/ cama de forma independente

F7 Outro: Adormece na minha cama e depois eu


coloco na cama dele

F8 Dorme no bercinho/ cama de forma independente

F9 Dorme no bercinho/ cama de forma independente

F10 Dorme mamando


13 Você acredita que o sono do seu filho pode interferir no F1 Em ambos, comportamento e desenvolvimento
comportamento e no desenvolvimento dele? F2 Em ambos, comportamento e desenvolvimento

  F3 Em ambos, comportamento e desenvolvimento


F4 Em ambos, comportamento e desenvolvimento

 
  F5 Apenas no comportamento
  F6 Em ambos, comportamento e desenvolvimento
  F7 Em ambos, comportamento e desenvolvimento
  F8 Em ambos, comportamento e desenvolvimento
  F9 Em ambos, comportamento e desenvolvimento
  F10 Em ambos, comportamento e desenvolvimento
14 Como vocês encaram o choro da criança? F1 Acolhe e valida
F2 Acolhe e valida
F3 Acolhe e valida
F4 Acolhe e valida
F5 Repreende (diz para parar de chorar)
F6 Acolhe e valida
F7 Acolhe e valida
F8 Acolhe e valida
F9 Acolhe e valida
F10 Outro: Deixo chorar um pouco e depois atendo

15 Como você se sente em relação à consultorias de sono infantil? F1 Nunca procurei


? Quais são seus pensamentos, medos e expectativas? F2 Eu gostaria que ela dormisse na cama dela a noite
inteira, o que tem ocorrido em parte da noite só
agora aos 4 anos

  F3 Motivador
  F4 Não tenho ideia de como funcona uma consultoria
de sono

  F5 Às vezes penso que minha filha tem algum


problema, e precise de tratamento

  F6 Nunca fui atrás


  F7 Desconheço essas consultorias
  F8 Terapia essencial do sono e quaidade de vida
  F9  
  F10 Ajuda de um profissional é sempre válido
16 Se seu filho acorda várias vezes durante a noite e voe não está feliz F1 Provável

com a atual situação, qual a probabilidade de contratar ajuda F2 Pouco provável

profissional de uma consultora do sono? F3 Meu filho dorme bem

  F4 Meu filho dorme bem


  F5 Muito provável
  F6 Provável
  F7 Meu filho dorme bem
  F8 Muito provável
  F9 Meu filho dorme bem
  F10 Meu filho dorme bem
17 Se você procurasse ajuda profissional como uma Educadora F1 Receber recomendações que eu concorde em
seguir

Integrativa do Sono Infantil, o que você esperaria? Marque   Receber direcionamento para resolver os
problemas de sono da minha criança

quantas forem   Ajudar minha criança a dormir a noite toda


  F2 Receber direcionamento para resolver os
problemas de sono da minha criança
F3 Ter minha filosofia de parentalidade respeitada

 
    Receber incentivo com as minhas próprias
decisões

    Receber direcionamento para resolver os


problemas de sono da minha criança

  F4 Ter minha filosofia de parentalidade respeitada


    Receber incentivo com as minhas próprias
decisões

  F5 Receber direcionamento para resolver os


problemas de sono da minha criança

    Ajudar minha criança a dormir a noite toda


  F6 Ter minha filosofia de parentalidade respeitada
      Receber incentivo com as minhas próprias
decisões

      Receber recomendações que eu concorde em


seguir

      Apenas ouvir os meus problemas

    F7 Receber direcionamento para resolver os


problemas de sono da minha criança

    F8 Receber direcionamento para resolver os


problemas de sono da minha criança
      Ajudar minha criança a dormir a noite toda

    F9 Receber recomendações que eu concorde em


seguir
      Ajudar minha criança a dormir a noite toda

    F10 Receber incentivo com as minhas próprias


decisões
      Receber recomendações que eu concorde em
seguir

      Receber direcionamento para resolver os


problemas de sono da minha criança

      Ajudar minha criança a dormir a noite toda

18 Para você, o que é realmente Criação com Apego? F1 Ser firme e gentil ao mesmo tempo (Disciplina
Positiva)
Marque quantas respostas precisar   Usar toque e contato afetivo
    Alimentar com amor e respeito
    Preparar para a gestação, nascimento e criação
dos filhos

  Equilíbrio entre vida pessoal, vida do casal e vida


familiar

 
    Oferecer cuidados consistentes e amorosos
    Garantir um sono seguro, físico e
emocionalmente

  F2 Responder a criança com sensibilidade


    Usar toque e contato afetivo
    Alimentar com amor e respeito
    Equilíbrio entre vida pessoal, vida do casal e vida
familiar

    Oferecer cuidados consistentes e amorosos


  F3 Responder a criança com sensibilidade
    Ser firme e gentil ao mesmo tempo (Disciplina
Positiva)

    Usar toque e contato afetivo


    Alimentar com amor e respeito
    Equilíbrio entre vida pessoal, vida do casal e vida
familiar

  F4 Responder a criança com sensibilidade


    Ser firme e gentil ao mesmo tempo (Disciplina
Positiva)

    Alimentar com amor e respeito


      Equilíbrio entre vida pessoal, vida do casal e vida
familiar

      Garantir sono seguro, físico e emocioalmente

    F5 Ser firme e gentil ao mesmo tempo (Disciplina


Positiva)
      Usar toque e contato afetivo
      Equilíbrio entre vida pessoal, vida do casal e vida
familiar

    F6 Ser firme e gentil ao mesmo tempo (Disciplina


Positiva)
      Fazer cama compartilhada por no mínimo 1 ano
      Usar toque e contato afetivo
      Amamentar de hora em hora
      Alimentar com amor e respeito

    F7 Responder a criança com sensibilidade


      Ser firme e gentil ao mesmo tempo (Disciplina
Positiva)

      Usar toque e contato afetivo


      Alimentar com amor e respeito
      Oferecer cuidados consistentes e amorosos

    F8 Fazer cama compartilhada por no mínimo 1 ano


    F9 Preparar para a gestação, nascimento e criação
dos filhos
      Equilíbrio entre vida pessoal, vida do casal e vida
familiar

      Oferecer cuidados consistentes e amorosos

    F10 Fazer cama compartilhada por no mínimo 1 ano


19 Qual sua relação com a criança? F1 Mãe
F2 Mãe
F3 Mãe
F4 Mãe
F5 Mãe
F6 Mãe
F7 Mãe
F8 Mãe
F9 Mãe
F10 Mãe

20 Qual sua idade? F1 25 -35 anos


F2 36-49 anos
F3 25 -35 anos
F4 26 -35 anos
F5 25 -35 anos
F6 36-49 anos
F7 36-49 anos
F8 25 -35 anos
F9

 36-49 anos
F10 36-49 anos
Discussão dos Dados

Após analisar as respostas obtidas na pesquisa, o que é perceptível é que várias


famílias dizem estar criando os filhos com apego, mas a maioria tem dúvidas do que
seja esse tipo de criação. Outros fazem a Criação com Apego mesmo sem nunca ter
lido algo à respeito, somente seguindo seus instintos.

E na realidade, criar com apego pretende-se a criação de seres seguros,


autoconfiantes e empáticos justamente porque à eles foi dada total segurança
emocional. Acredito que os cuidados infantis que acompanha a humanidade há
séculos e que é totalmente variável entre as culturas, embora se baseie num mesmo
ponto, o respeito.

Dr. Sears, por se dedicar a falar sobre o assunto e por basear sua prática nisso,
tornou-se o disseminador ocidental da ideia, não seu "criador".
As práticas envolvidas na criação com apego são encontradas em comunidades
antigas e tradicionais, e se baseiam no respeito, na empatia, na conexão e no afeto
como base para uma criação emocionalmente segura.

Diz-se muito que a criação com apego subentende, obrigatoriamente, a


realização de algumas práticas, como compartilhar o leito, transportar a criança em
slings, amamentar continuadamente até mais de 2 anos, não escolarizar tão cedo,
entre outras.

Mas, na verdade NÃO HÁ REGRAS!

A criação com vínculo não é um manual, um guia, nem pretende ser.


E quando lembramos que grande parte das famílias está, justamente, buscando um
manual, com regras claramente delimitadas, então se explica, em grande parte, um
dos motivos da "polêmica" em torno do assunto. Como se pode achar bacana, ou ao
menos despertar o interesse, algo que não oferece o que eu quero: regras?!
Jamais devemos negar a individualidade, a liberdade, características ímpar
como ser humano.
É assim que uma criança se sente, sem ter a capacidade de formular um
pensamento tão elaborado quanto.  Mas o registro emocional disso fica guardado
em locais que, no futuro, o mais breve gatilho é capaz de disparar.
É também por isso que a criação com vínculo não subentende regras.
Porque regras são para pessoas iguais.
E as crianças são seres muito diferentes.
Assim também como as famílias são diferentes e tem suas realidades.
Conseguimos perceber que as famílias ainda tem medo de praticar as coisas de
acordo com sua realidade, de seguir seus instintos. Há uma pressão muito grande da
sociedade em ditar as regras de como as coisas devem ser feitas em casa.
É importante que se diga: não é necessário que ninguém crie uma forma de
cuidado parental, nem que se dê um nome a isso. As pessoas precisam se
desconectar mais dos rótulos e se conectar mais com seus próprios valores e
escolhas.
Quando analisamos as respostas de forma detalhada, podemos perceber isso:

 Muitos pais dão fórmulas para seus bebês, embora em sua maioria aprove o
aleitamento materno acima dos dois anos

Mas porque a prática é diferente da teoria?

 Porque a sociedade diz que é feio amamentar uma criança maiorzinha;


 Porque o bebê vai ficar mal acostumado e infantilizado;
 Porque o bebê vai ficar viciado no peito e vai fazer ele de “chupeta”
 Porque o bebê não vai dormir querendo peito.
 Porque o leite é fraco e não sustenta.
A amamentação, seja no seio ou por fórmula, é um ponto muito importante que
fica sob a responsabilidade das mães, mas, ao mesmo tempo, configura-se como um
aspecto de preocupação e dificuldade na realização e, também, gera ansiedade para
aquelas que não podem amamentar no seio. Pois, a amamentação é um dos
principais papéis desempenhados pelas mães e estas desejam realizá-lo
independente do cansaço, dores e desconfortos. Este é o momento em que elas
podem ser mães. Além disso, o comportamento de sucção desempenhado pelo
bebê no momento da amamentação é um dos principais sistemas comportamentais
de apego entre mãe e filho.
Muitas mães gostariam de amamentar por longo período, mas precisam voltar a
trabalhar e acabam desmamando ou introduzindo a fórmula. Além do que é difícil
agir por seus instintos com tanta pressão da família, dos amigos e sociedade em
geral.
Por experiência própria, passei por muitos episódios de reprovação por
amamentar minhas filhas. Quando a criança completa um ano, a pressão se
intensifica pelo desmame. E normalmente a criança nessa idade já está tomando
fórmula através da mamadeira.

A introdução da mamadeira ajuda para que outro possa ficar coma criança já
que a mãe precisa retornar ao trabalho.
Assim como a maioria das entrevistadas responderam:
 Meu filho passa o dia com outras pessoas

Muitos pediatras atestam que seria importante a criança estar sob os cuidados
exclusivos de seus pais pelo menos até os 3 anos de idade. Principalmente da mãe.
É muito importante para o desenvolvimento de um vínculo forte, saudável e seguro
com os pais. E, o estabelecimento desse vínculo requer uma presença quase
constante destes na vida da criança. Sobretudo durante os primeiros dois anos de
vida, a criança está quase exclusivamente focada no seu relacionamento com os pais
e, principalmente, com a mãe.

Por vezes, questões profissionais, as mães são obrigadas a deixar seus filhos.
Uma triste realidade de nossa sociedade atual. Realidade essa que pode gerar
insegurança, ansiedade e gerar uma importante mudança na figura de apego dessa
criança. Às vezes fica mais apegada com a babá, com a tia, com a avó.
Mas é muito importante os pais compreenderem que mesmo após um dia de
ausência prolongada, é fundamental que essa relação seja reparada, através de muita
aproximação e conexão.

Outra questão importante :


 Faço cama compartilhada ou co-sleeping

Apesar de na pesquisa a maioria das mães terem respondido que dormem com
seus filhos, normalmente as pessoas não costumam expor esse comportamento.
Porque sentem vergonha dessa situação. Como se fosse um problema dividir a cama
ou o quarto com eles.
Mas essas respostas ao mesmo tempo, gera um sentimento de alívio, porque
apesar dos olhares e comentários contrários, se a família está feliz, então ela fez a
escolha certa.
Apesar de a Sociedade Brasileira de Pediatria e outros profissionais se
posicionarem contra à cama compartilhada, e sabemos que isso influencia muitos
pais a desistirem, há também muitos benefícios: facilita a amamentação, maior
vigilância dos pais, reforça o vínculo com os pais, trás segurança emocional, melhora
o sono, etc

Mas percebemos em outra resposta que os pais tentam promover um


adormecer mais independente, quando a maioria respondeu:
 Meu filho adormece diretamente no bercinho (e provavelmente vão para a
cama dos pais no meio da noite)

Sabemos que o bebê sabe dormir desde o ventre. O que acontece é que muitas
crianças precisam de seus pais para se sentir seguros. Principalmente no adormecer.
Seja no bercinho, seja na cama dos pais, é a criança que adormece. Ninguém faz o
outro dormir. O que fazemos é facilitar esse sono. E para a maioria das crianças, um
bom sono, depende da presença dos pais.

Mas, então surge a pergunta: Se sua criança dorme com você, você tem vontade
de mudar isso e por que? Marque quantas respostas necessitar

E a maioria das respostas:


Sim, pois estou muito cansada e ninguém dorme bem.

E logo na sequência uma contradição à esta resposta:

Quando surge a pergunta: Você procuraria a ajuda de um profissional de sono, a


maioria dos pais responde:

 Meu filho dorme bem


Há ainda um receio muito grande sobre as consultorias de sono. É Claro, que há
profissionais e profissionais. Como em toda profissão, há profissionais sérios e outros
negligentes. Então não podemos generalizar.
Muitos pais acabam sendo influenciados pelas redes sociais, ou mesmo por
outras pessoas, que é normal um bebê não dormir de forma saudável e a mãe ter
que passar por privação constante de sono.
Frases como:
-É assim mesmo!
- Depois passa!
Quando passa? Será que passa?

O resultado disso: Muitas mães esgotadas física e mentalmente, famílias


exaustas, com problemas de relacionamentos.

Os pais precisam de informações corretas e entender que a consultoria trás


melhor qualidade de vida para todos, desde que respeitadas as necessidades da
criança.

É difícil para as mães aceitarem e assimilarem o dificuldades de adormecer ou


permanecer dormindo em seus filhos, seja por quais motivos forem, e isto provoca
diferentes reações e sentimentos nestas mulheres, como ficou perceptível nas suas
respostas. Há mães que negam a realidade e tentam convencer a si mesmas que não
há nada de errado, ou que tudo se resolverá com o tempo, e isto, pode provocar
sentimentos de tristeza, culpa, angústia e manifestações de não aceitação da
realidade .

O mais importante é não ter medo de buscar ajuda!


E que não podemos dar conta de tudo! Somos humanos!
Queremos ser os melhores pais do mundo, mas também precisamos estar bem
e saudáveis para nossos filhos. Famílias esgotas tem como resultado problemas de
relacionamentos.

E Apego é relacionamento! Relacionamento saudável!


Apego é estar no relacionamento para o seu próprio bem estar.

Apesar de algumas discussões até aqui levantadas, é perceptível em todas as


respostas obtidas, uma preocupação das entrevistadas em estar presente para sua
criança. Mesmo que o tempo e as atividades impeçam um tempo de maior
qualidade. Mesmo que seja apenas no adormecer, no banho, no amamentar, na
validação do choro ou nas brincadeiras de conexão. Todas essas opções foram
levantadas como forma de prática dessas famílias. Por isso, concluí-se que há sim
uma busca por suprir as necessidades destas crianças. Necessidades de proximidade,
proteção e previsibilidade.

Desta forma, vê-se que as rotinas familiares que de alguma forma buscam
favorecer o vínculo entre os cuidadores e seus filhos, devem ser preservadas e, na
medida do possível, repensar e reorganizar os outros aspectos que estão de alguma
forma interferindo de forma negativa na promoção deste vínculo, já que este é de
fundamental importância para o desenvolvimento da saúde mental do bebê e da
criança.

Para estas famílias entrevistadas, estabeleceu-se então o Apego!

Apego não é forma de criação, e sim relacionamento (Jéssica Moura).

Bibliografia

BOWLBY, J. Apego e perda; Apego: A natureza do vínculo ( volume 1 da trilogia). 3ª


Ed., São Paulo: Martins Fontes, 2002,

KANDEL, E. R. A biologia e o futuro da psicanálise um novo referencial intelectual


para a psiquiatria revisitado. Revista de psiquiatria, Rio Grande do Sul, v. 25, n. 1, p.
139-165, jan./abr. 2003

FAMILY WELNESS INTERNATIONAL INSTITUTE. 2019

Você também pode gostar