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UFMT- Universidade Federal de Mato Grosso

FAET- Faculdade de Arquitetura Engenharia e Tecnologia

Departamento de Engenharia Elétrica

Projeto Conversor Buck com saída regulável 25 A 60V

Cuiabá/MT

Fevereiro de 2015
Alunos: Jefferson Marcos Santos

Jusiel Preza Fontes

Larissa Melo

Victor Hugo Taques

Relatório do Projeto do Conversor Buck da


disciplina eletrônica de Potência do curso
de Engenharia Elétrica da Universidade
Federal de Mato Grosso.

Professor: Fabricio Parra

Cuiabá / MT

Fevereiro / 2015
1. Introdução
Os conversores DC-DC são dispositivos eletrônicos utilizados para converter uma fonte
de tensão contínua de um nível para outro. Trata-se de uma classe de conversores de
potência que utilizam comutação de sinal e armazenamento de energia através de
elementos semicondutores e armazenadores (indutor ou capacitor), respectivamente.
Devido à característica de comutação, também são conhecidos como reguladores chaveados
ou fontes chaveadas (Chryssis, 1984). O advento dos semicondutores de potência,
especificamente transístores e diodos, foi fundamental para a prática da conversão por
comutação (Sedra, 2000). A conversão é realizada através do armazenamento temporário
da energia de entrada e da liberação na saída com uma tensão diferente. Esse método de
conversão é mais eficiente em relação à regulação linear de tensão, alcançando valores
superiores a 80% de eficiência. Sendo assim, aumenta-se o tempo de operação de
dispositivos supridos por bateria.

A utilização desta técnica também proporciona uma redução do tamanho dos


dispositivos em relação aos lineares. Atualmente, estão disponíveis versões de conversores
DC-DC na forma de circuito integrado, implicando em redução de componentes adicionais.
Por outro lado, a desvantagem da utilização de conversores DC-DC inclui maior custo,
complexidade e emissão de ruídos. A conversão pode ser realizada para diminuir a tensão
de saída em relação à tensão de entrada ou o contrário. São chamados de step-down e step-
up, respectivamente. Além disso, pode-se variar a polaridade entre entrada e saída (Luo,
2003).

Os conversores DC-DC são largamente utilizados em dispositivos eletrônicos portáteis,


pois tais dispositivos eletrônicos frequentemente contêm diversos subcircuitos que exigem
diferentes níveis de tensão em relação ao fornecido pela bateria. Estas características
possibilitam a utilização de uma única bateria para gerar múltiplas tensões controladas. Com
isso economiza-se espaço em relação a utilização de múltiplas baterias para abastecer as
diferentes partes dos dispositivos eletrônicos. Existem diversas topologias de conversores
DC-DC. Cada uma possui características específicas, cabendo ao projetista determinar aquela
que melhor se aplica.

2. Projeto Conversor Buck

A figura 1 apresenta a topologia de um conversor DC-DC Step-down. O transístor T, ao


ser comutado, recorta a tensão de entrada E. Pela ação de filtragem suficientemente eficaz
do capacitor de saída, considera-se Vo praticamente constante. Sendo assim, a ondulação da
corrente que passa pela carga Ro é desprezível, mantendo apenas o nível DC. No período em
que o transístor conduz, o diodo D segue cortado, ocasionando uma transferência de energia
da fonte para o indutor L, aumentando io, e para o capacitor, quando io > Vo /Ro. Quando T
passa para o estado de corte, o diodo conduz, mantendo a corrente na carga constante. A
carga e o capacitor recebem a energia armazenada em L. O capacitor será carregado enquanto
o valor instantâneo da corrente pelo indutor for maior do que a corrente da carga. Quando a
corrente for menor, o capacitor se descarrega a fim de manter constante a corrente na carga,
supondo constante a tensão Vo. A tensão E deve ser suportada, tanto pelo transístor quanto
pelo diodo.

Fig.1 Circuito de potência Conversor Buck.

Se a corrente do indutor não se anula durante a condução do diodo, diz-se que o circuito opera
no modo contínuo. Caso contrário tem-se o modo descontínuo. O modo contínuo é bastante
utilizado, pois, neste caso, há uma relação bem determinada entre a largura de pulso e a
tensão média de saída. A figura 2 mostra as formas de onda típicas de ambos os modos de
operação.

2. Projeto Conversor Buck

Os estudos e análises realizadas anteriormente supunham o caso ideal. Em determinados


projetos de conversores é exigido uma maior atenção quanto aos seguintes aspectos:
A. O capacitor de saída não é capaz de eliminar toda a ondulação (ripple) da tensão de saída.
B. As tensões sobre o transístor e o diodo não são nulas, e devem ser levadas em consideração
em caso de projetos refinados.
C. Devido à comutação no transístor e no diodo ocorrem perdas, que em determinados casos
devem ser determinadas com intuito de minimizá-las.
D. As perdas relacionadas ao circuito de controle podem ser desconsideradas, porém em
relação ao circuito de potência não devem.
O não cumprimento destes requisitos, em determinados projetos, pode acarretar em perda
de eficiência e mau funcionamento do dispositivo. Sendo assim, cabe ao projetista avaliar a
necessidade de se levar em conta estas questões. No contexto deste trabalho, tratando-se do
estudo e desenvolvimento de um conversor Buck, não serão levadas em consideração todas
estas características realísticas citadas anteriormente, podendo ser uma proposta para um
trabalho futuro.
2.1. Cálculos dos parâmetros do projeto

Para execução do projeto consideramos os seguintes parâmetros:

Va = 25 a 60 V

Ia = 5 A

Freq = 50 KHz

∆Vc = 5 mv

Tensão de entrada

VS = 127V x √2 = 179,6V tensão no capacitor de entrada

Parâmetros para simulação da tensão de entrada

V ampl = 180V

Voff = 0

Freq = 60Hz

Ciclo de trabalho D

Como a tensão no conversor irá variar de 25 a 60V, temos:

Va= D x Vs, sendo:

Va – Tensão de Saída
Vs – Tensão de Entrada
D – Ciclo de Trabalho

Desconsiderando as perdas na ponte retificadora e temos a tensão de entrada Vs = 127x√2 = 180V

Dmáx = 60/180 = 0,33

Ton máx = 0,34x16,67ms = 5,55us

Dmin = 25/180 = 0,138

Ton min = 0,138x16,67ms = 2,31us


Potência de entrada:

Potência máxima

Ps mx = Vs x Is

Ps mx= Vs x (D x Io)

Ps mx = 180 x (0,33 x 5)

Ps mx = 279W

Potência mínima

Ps min = Vs x Is

Ps min = Vs x (D x Io)

Ps min = 180 x (0,138 x 5)

Ps min = 124,2W

Cálculo de L

Para calcular a Indutância necessária para o circuito, foi utilizada a equação:

L= Va(VS-Va)
f x∆IxVs

Sendo:

∆I= (40/100)x5 = 2A

Substituindo os valores, temos:

L= 60(180-60) = 400 uH
50 x10³ x 2x180

Utilizamos um indutor de 1,8mH, pois já possuíamos este indutor em estoque e quanto


maior o indutor menor o ripple de corrente, logo não irá interferir em nosso projeto.

Cálculo do Capacitor

C = ∆I
8f ∆Vc

Substituindo os valores, temos:


C = __2__
8x60x10³x 140x10-3

C = 29,76μF

Utilizamos um capacitor de 220uF.

Segue abaixo tabela com os valores medidos a simulação:

f=50kHz Tensão Tensão Corrente Corrente Potência


Função Espec. tempo tempo
D=0,33 pico Média pico Média Média
V1 Fonte 177,2 V x x x 5,0 A 7 us 1,7 A 309 W
R3 Snubber 47 Ω 120 V 500 ns 640 mV 2,5 A 500 ns 14 mA 0,9 W
C2 Snubber 2,2 nF 178,6 V 13 us 117,5 V 4,7 A 150 ns 675 uA x
D2 Snubber 1N4148 120 V 470 ns 650 mV 4,6 A 100 ns 14 mA 0,73 W
M1 Chave IRF740 178,5 V 13 us 116 V 40 A 100 ns 1,7 A 4,3 W
D1 Roda livre MUR1560 175 V 7 us 63 V 5,0 A 13 us 3,3 A 4,5 W
115 V 7 us
L1 Filtro 1,8 mH 900 mV x x 5,0 A 5,6 W
-61 V 13 us
C1 Filtro 220 uF 221 mA 0 x
59,8 V x 59,8 V
R2 Carga 12 Ω x x 5,0 A 298W
2.2. Componentes Utilizados

Circuito de Potência

• Fusível 5A.
• Ponte retificadora para 8A para retificar a tensão de entrada.
• Capacitor eletrolítico de 2.2 μF para filtrar o ripple de tensão de entrada.
• O Mosfet IRFP 460 como a chave do conversor Buck, já que ele atua em altas
freqüências e baixas tensões, parâmetros esses exigidos pelo projeto.
• Diodo MUR 460
• Indutor de 1,8mH
• Capacitor eletrolítico de 220 μF para filtrar o ripple de tensão de saída.

Circuito de Controle
Utilizamos o circuito integrado SG3525A, segue abaixo esquema simplificado do circuito:
2.2.2. Placa de circuito impresso

A placa de circuito foi confeccionada em uma placa de fenolite, segue abaixo:

Figura 5 - Placa de circuito impresso confeccionada.


3. Formas de onda

Foi utilizado o sotware Orcad, para analisar o comportamento através das formas
de onda da tensão e corrente na carga, simulando assim três situações, a máxima, a
mínima e a nominal, logo após foi montado o circuito e comparado as formas de ondas
na Carga obtidas no software e no Osciloscópio, segue as comparações a seguir:

3.1. Formas de onda simulada

Para a simulação utilizamos uma carga que consuma 5A, colamos uma resistência
equivalente de 12 ohm, e analisamos as formas de onda de corrente e de tensão dos
principais componentes do circuito eletrônico abaixo:

Figura 7 –Simulação do conversor Buck


3.1.2 Resultados da Simulação:

Forma de Onda de corrente no capacitor C1


Forma de onda de corrente no capacitor C2 (Snubber)
Forma de onda de tensão no capacitor C2 (Snubber)
Corrente no Diodo D1
Tensão no Diodo D1
Corrente na Carga (R2)
Tensão na Carga (C1//R2)
Corrente no diodo D2
Corrente na chave – IRF740
Tensão na chave – IRF740
Corrente no Indutor L1
Tensão no Indutor L1
Corrente R3 (Snubber)
Tensão em D2//R3

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