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UFMT- Universidade Federal de Mato Grosso

FAET- Faculdade de Arquitetura Engenharia e Tecnologia

Departamento de Engenharia Elétrica

Projeto Conversor Buck com saída regulável 0-60V/5A

Bruno Zorzella

Bernardo Borges

Fabricio Michelin

Cuiabá –MT

Fevereiro – 2015
Bruno Zorzella

Bernardo Borges

Fabricio Michelin

Relatório do Projeto do Conversor Buck


da disciplina eletrônica de Potência do
curso de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal de Mato Grosso.

Professor: Fabricio Parra

Cuiabá – MT

Fevereiro – 2015
1. Introdução

As fontes chaveadas são idealmente não dissipativas tendo uma elevada


eficiência (70% ou mais), neste tipo de circuito, um elemento funciona como chave, o
ideal é que ele opere ora em corte (quando então a corrente é quase nula), ora em
saturação (quando a tensão entre os terminais é quase nula) assim ligando e desligando
rapidamente, de forma a manter uma tensão de saída estabilizada, o produto V.I que
corresponde à potência dissipada pelo transistor em condução permanece sempre baixo
aumentando a eficiência da fonte. Evidentemente, na prática a potência no elemento
série não é totalmente nula, mas através de técnicas de circuito e adequada escolha de
componentes, esta potência pode ser reduzida a valores relativamente baixos em
comparação com a dissipada nas fontes lineares, assim tendo uma maior eficiência,
menor tamanho e maior leveza, entretanto, são mais complexos e mais caros, e o
chaveamento da corrente pode causar problemas de ruído se não forem cuidadosamente
suprimidos, também é importante destacar, entretanto, que a ondulação de saída em
fontes chaveadas é muito maior em relação às fontes lineares (quase uma ordem de
grandeza).
Elas podem ser classificadas de acordo com a forma de onda da tensão de
entrada e de saída:

· Entrada CA, saída CC: retificador.


· Entrada CC, saída CC: conversor de tensão, ou conversor de corrente ou
conversor CC/CC.
· Entrada CA, saída CA: conversor de frequência, cicloconversor.
· Entrada CC, saída CA: inversor.

2. Projeto Conversor Buck

No circuito do conversor Buck (fig. 1) ou conversor abaixador de tensão, quando


o transistor (S1) conduz e temos o diodo (D1) polarizado reversamente, há circulação de
corrente pelo transistor e pelo indutor (L), a corrente no indutor cresce, repondo a
energia perdida durante o período em que o transistor esteve cortado (desligado), o
indutor atua como elemento de armazenamento de energia (fonte de corrente),
transferindo energia da fonte de entrada para a carga de saída, já o capacitor (C) não é
propriamente parte essencial do circuito é utilizado apenas para filtrar as componentes
alternadas de tensão na saída. Quando o transistor é colocado em corte, para não haver
interrupção na corrente pelo circuito, o indutor força a condução do diodo (conhecido
como diodo de retorno, pois tem a função de prover caminho de corrente para o indutor
durante o período de corte do transistor), neste trecho a corrente no indutor decresce
fornecendo energia à carga de saída (corrente de desmagnetização).

Fig.1 Circuito de potência Conversor Buck.

O controle escolhido para o transistor foi a modulação por largura de pulso


(PWM), a vantagem dos circuitos controladores por largura de pulso como
controladores contra os circuitos resistivos, é quanto a sua eficiência, já que o PWM
trabalha de maneira eficiente com menos de 1% de perda, para um circuito resistivo
trabalhando a 50% da carga, 50% vai realmente para alimentação da carga e 21% é
perdido em aquecimento nos resistores.
Isso é uma grande vantagem para fontes de energia renovável, outra grande
vantagem é que os pulsos no PWM estão com o valor nominal de pico, gerando um
maior torque nos motores, por exemplo, já um controlador resistivo, que deverá ter uma
tensão reduzida, poderá causar parada de um motor devido ao torque reduzido, porém o
controlador PWM tem como desvantagem a complexidade e a possibilidade de gerar
interferência de rádio frequência (RFI), mas pode ser minimizada colocando o
controlador perto da carga e em alguns casos, usando filtros adicionais.
Dados do projeto:
Va = 60 V

Ia = 5 A

Freq = 50 KHz

∆Vc = 3,7 mv

2.1. Cálculos dos parâmetros do projeto

Tensão de entrada

VS = 127V x √2 = 179,6V tensão no capacitor de entrada

Parâmetros para simulação da tensão de entrada

V ampl = 180V

Voff = 0

Freq = 60Hz

Ciclo de trabalho k

Variar Va de 0 a 60V, pior caso 60V

Devido à regulação de tensão usaremos Va=80V

Va= k x Vs

K = 80 = 0,44 = 44%

180

PWM = 44% TON


Potência de entrada:

Ps = Vs x Is

Ps = Vs x ( k x Io)

Ps = 180 x ( 0,44 x 5)

Ps = 396W

Cálculo de L

Para calcular a Indutância necessária para o circuito, foi utilizada a equação:

L= Va(VS-Va)

f x∆IxVs

Para uma variação máxima de corrente

∆I= 1,201A

Substituindo os valores, temos:

L= 80(180-80) = 740 uH

50 x10³ x 1,201x180

Lutilizado= 740 uH

Cálculo de C

O capacitor atua como um filtro no circuito, no cálculo deste foi utilizado a equação
abaixo, assim como o indutor observando sua variação de tensão de 3,7 mV e utilizando
a maior capacitância.

C = ∆I

8f ∆Vc

Substituindo os valores, temos:


C = 1,201

8x50x10³x 3,7x10-3

C = 810μF

Ccomercial =820μF

Corrente na carga 3A
Indutância 740uH
Capacitância 820μF
Potencia de entrada 396W
Razão cíclica máxima 0.44

Tabela 2 – Valores encontrados em função das equações citadas acima.

2.2. Componentes Utilizados

2.2.1. Circuito proposto

O projeto na placa de circuito impresso foi feito conforme figura abaixo:


ENTRADA
U3:A TBLOCK-I2

VCC 3 2
VDD=15VCC
VSS=REF_GATILHO
4050

2
1
U3:B
BR1(+)
15VCC 5 4
5VCC
R1 FU1
4050 3A
330
U3:C
U4 R5 BR1
R3 R4 390 7 6
2 7
390R 3k3 4050
3 6 U3:D
9 10
OPTOCOUPLER-NAND
Q3 GND=REF_GATILHO
4050 B80C1000
BC548C VCC=5VCC
U3:E C1
D10 D9
LED LED Q2 11 12
BC548C 470uF
4050 C2
R9 R8 U3:F
470 470
14 15 470uF

4050

BT+
Q1
R7 IRF740
R2

REF_GATILHO
3k3
10R
BT-

R11 U1 DR1
16 17
RA7/OSC1/CLKIN RA0/AN0
10k 15 18
RA6/OSC2/CLKOUT RA1/AN1

Fig. 3 - Circuito de Potência e Controle


1 1N4007
R21 RA2/AN2/VREF BT+
REF_GATILHO

4 2
RA5/MCLR RA3/AN3/CMP1 BT-
10k 3
RA4/T0CKI/CMP2 BT_LIGAR
L2'
R31 6 10mH
RB0/INT
7
BT_LIGAR RB1/RX/DT
10k 8
RB2/TX/CK
9
RB3/CCP1
10
RB4 RC
11
RB5
12
RB6/T1OSO/T1CKI
13 10k
RB7/T1OSI
PIC16F628A C3

470uF
2
1

VCC
U2 15VCC 5VCC CARGA
U5
7805 TBLOCK-I2
7805

1 3
VI VO 1 3
VI VO

GND
D2
GND

D8 D7 D4 R6
1N4007
1N4007 1N4007

2
1N4007 470R
2

C6 C7
2
1

C4 C5 1000uF 220nF
C8 C9 C10 C11 1500uF 220nF
D1

2
1
1000uF 100nF 100uF 100nF LED
1N4007
12VAC D3 LED
TBLOCK-M2 1N4007
J4
TBLOCK-I2
D5 D6
1N4007 1N4007
REF_GATILHO
Para a montagem do projeto, os componentes encontrados foram:

Circuito de Potência

 Fusível 3A .
 Ponte retificadora para 8A para retificar a tensão de entrada.
 Capacitor eletrolítico de 470 μF para filtrar o ripple de tensão de entrada.
 O Mosfet IRFP 460 como a chave do conversor Buck, já que ele atua em altas
freqüências e baixas tensões, parâmetros esses exigidos pelo projeto.
 Diodo MUR 460
 Indutor de 740μH
 Capacitor eletrolítico de 820 μF para filtrar o ripple de tensão de saída.

Circuito de Controle
 Oscilador de 20MHz.
 O PIC 16F628A para gerar o pulso PWM do gatilho da chave.

Em que o controle da largura do pulso é feita pelo pino 1 e 2 através das botoeiras que
incrementa ou decrementa a variável responsável pelo tamanho da largura de pulso, a
alimentação é feita pelo pino 14 e o pino 9 é a saída PWM que vai para o gatilho da
chave.
 Transistor BC547B
 Buffer CD4050B

Para amplificar e quadrar a forma de onda da tensão de saída do PIC. Resistores para
limitar correntes no opto acoplador, nas bases dos transistores e de gatilho da chave.
2.2.2. Placa de circuito impresso

A placa de circuito foi confeccionada em uma placa de fenolite, além dos


componentes já citados anteriormente, foi incluído um resistor de 10K_ ligado ao Gate
e no Source do Mosfet, para garantir que o seu capacitor interno descarregue quando
desligado o circuito e um resistor na entrada do Gate para proteção do Mosfet.

Figura 5 - Placa de circuito impresso confeccionada.


2.2.3. Funcionamento do circuito de Controle

Figura 6 – Projeto Buck

O Pic 16f628a – Lê a tensão da saída das botoeiras e incrementa ou decrementa o valor


do PWM. O sinal do PWM é levado ao opto acoplador 6n137, de alta velocidade que
tem a função de isolar o circuito de comando “PIC” e o de Potencia “BUCK”. O sinal
que sai do opto acoplador é de 5 V e invertido em 180º temos o transitor bc547 junto ao
4050 que tem a função de re-inverter o sinal do PWM e amplificar a tensão para 15V, o
sinal do PWM é entregue ao 4050 que enquadra e amplifica a corrente da forma de onda
do PWM. Após isso o sinal é entregue ao mosfet IRFP 460, que chaveia o circuito do
Buck.
PROGRAMAÇÃO DO PIC16F628A

#INCLUDE <16F628A.h>
#FUSES NOWDT //No Watch Dog Timer
#FUSES HS //cristal
#FUSES INTRC_IO //Internal RC Osc, no CLKOUT
#FUSES NOPUT //No Power Up Timer
#FUSES PROTECT //Code protected from reads
#FUSES NOBROWNOUT //No brownout reset
#FUSES NOMCLR //Master Clear pin used for I/O
#FUSES NOLVP //No low voltage prgming, B3(PIC16) or B5(PIC18) used for I/O
#FUSES NOCPD //No EE protection

#use delay(clock=20000000)

INT8 TON;
void main()
{

setup_timer_0(RTCC_INTERNAL|RTCC_DIV_1);
setup_timer_2(T2_DIV_BY_1,99,1);
setup_ccp1(CCP_PWM);
setup_ccp1(CCP_OFF);
TON=1;

while(true){

if(!INPUT(PIN_A4))
{setup_ccp1(CCP_OFF);
while(!INPUT(PIN_A4)){
output_BIT(PIN_A0,0);
output_BIT(PIN_A1,1);
output_B(0x00);
DELAY_mS(250);}}
if(INPUT(PIN_A4))
{setup_ccp1(CCP_PWM);
output_BIT(PIN_A0,1);
output_BIT(PIN_A1,0);
while(INPUT(PIN_A4)){
if(INPUT(PIN_A2))
{DELAY_mS(100);
TON=TON+1;}
if(INPUT(PIN_A3))
{DELAY_mS(100);
TON=TON-1;}
if(TON<=0)
{TON=1;}
if(TON>=46)
{TON=45;}
set_pwm1_duty(TON);
}}

}
3. Formas de onda

Foi utilizado o sotware Orcad, para analisar o comportamento através das formas
de onda da tensão e corrente na carga, simulando assim três situações, a máxima, a
mínima e a nominal, logo após foi montado o circuito e comparado as formas de ondas
na Carga obtidas no software e no Osciloscópio, segue as comparações a seguir:

3.1. Formas de onda simulada

Para a simulação utiliamos uma carga que consuma 5A, colamos uma resistência
equivalente de 16 ohm, e colocamos as ponteiras nos locais indicados na figura:

Figura 7 –Simulação do conversor Buck no Orcad.

Obtivemos os seguintes gráficos:

Tensão da rede ( em verde) = 178,38 V

Tensão de entrada Vs ( em lilás) = 178,38V


Gráfico 1 – Gráfico com tensão da rede e tensão de entrada do Buck

Pela gráfico 1, percebemos que a tensão da rede está alternada com amplitude de 178,39
e frequência de 60Hz e a tensão na ponte retificadora está pulsante. Após o capacitor a
tensão é filtrada e fica mais contínua essa tensão é a tensão de entrada do Buck (Vs),
3.2. Formas de onda medida no Osciloscópio

Para compararmos os valores do Projeto com o simulado, conectamos a saída do


conversor Buck uma resistência que solicita uma corrente de 5 A.

Figura 8 – Tensão no capacitor sem e com carga

Na figura 8 podemos observar que a tensão no capacitor está próxima de 176V sem
carga e com carga a tensão tem uma oscilação de delta Vc de alguns Volts, que não foi
possível especificar.
Figura 9 – Tensão na carga
4. Conclusão

Foi observado que no projeto conversor Buck que todos os parâmetros foram
satisfeitos, para isso, no dimensionamento dos componentes do projeto, inicialmente,
deve-se aumentar uma porcentagem da tensão equivalente às perdas e oscilações de
tensão para obtermos uma tensão de saída determinada pelo projeto para que ele forneça
a potência necessária à carga.
5. Bibliografia

· http://www.lsi.usp.br/~roseli/www/psi2307_2004-Teoria-3-FCha.pdf
· Wikipedia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Fonte_chaveada,
· http://www.eecis.udel.edu/~portnoi/academic/academic-files/pwm.html
6. Anexos:

 6n137 (Optoacoplador)
 MOSFET IRFP 460 (Chave)
 PIC 16F628A
 MUR 460 (Diodo de Roda Livre)
 CD 4050 (Buffer)

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