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BANCO DE QUESTÕES FILOSOFIA

1- Otto Maria Carpeaux foi um jornalista, ensaísta, crítico de arte, crítico literário, crítico de arte,
crítico musical e historiador literário austríaco, naturalizado brasileiro. Carpeaux é conhecido por
sua obra magnânima “História da Literatura Ocidental”, uma das obras mais importantes
publicadas no Brasil.
Em certo trecho de sua obra, Carpeaux destaca: “Os diálogos de Platão constituem um mundo
completo como nenhum outro poeta- além de Dante- criou.” Levando em consideração os
diálogos de Platão, principalmente o “Sofista” que, contém a participação do filósofo Sócrates,
empreende uma metodologia de busca pela verdade que se fundamenta na:

a) Maiêutica, trazendo como objetivo a visibilidade da ignorância e as contradições do


interlocutor. Só assim, percebendo na prática a máxima “só sei que nada sei”, que o interlocutor
poderia caminhar rumo à verdade, no ato em que ele estivesse pleno para clarear seu
pensamento.
b) Empirismo, só se busca a real verdade a partir as experiências fundamentadas ou não em
seu sentido particular de conhecimento.
c) Racionalismo, a verdade só pode ser conquistada e executada a partir da racionalização
daquilo que, como fim último, pretende conquistar.
d) Dialética, a verdade só pode ser conquistada quando, sempre, estiver diante de alternativas
que serão opostas entre si.
e) A verdade sendo subjetiva, é formulada por uma série de questões individuais levadas ao
consenso dos cidadãos que, com efeito, lapidam esta verdade para um fim coletivo.

2- “Perguntam qual a importância de Aristóteles para o conhecimento humano. Pois bem, É


dupla: a importância do que já nos deu, a importância do que ainda pode nos dar. A primeira
consiste das dezenas de ciências que ele fundou – a anatomia comparada, a embriologia
comparada, a lógica, a história da filosofia, a teoria literária, a psicologia, etc. – e das
concepções metafísicas que inspiraram a Idade Média Cristã.
A segunda consiste, sobretudo, da visão que ele tem de uma unidade orgânica do conhecimento
– um ideal que o sec. XX perseguiu em vão, mas para cuja realização a filosofia de Aristóteles
pode dar ainda uma ajuda substantiva.”

As palavras do filósofo, escritor, jornalista e conferencista Olavo de Carvalho expressam a


importância de Aristóteles, filósofo grego. Todavia, mesmo Aristóteles ainda sendo estudado em
pleno século XXI, muito do seu pensamento e, consequentemente, seus escritos ainda não são
compreendidos. Este fator se explica sobre o que vem a ser Filosofia e, assim, sobre o que vem
a ser um filósofo. Com isso, Aristóteles é considerado fundamental na Filosofia pois:

a) Aristóteles pode ser nomeado fundamentalmente como um materialista, pois seu objetivo
estava na busca pela explicação dos fenômenos da realidade a partir de condições estritamente
concretas e materiais, donde se pode compreender de modo racional as fontes que geram as
dinâmicas sociais, históricas, psicológicas e epistemológicas.
b) Aristóteles segue o rigor do que viria a ser considerado como Filosofia, ou seja, Aristóteles
traz dois elementos fundamentais entre tantos outros que são a anamnese, pela qual o filósofo
rastreia a origem das suas ideias e assume a responsabilidade por elas e, posteriormente, a
meditação que busca transcender o círculo de suas ideias e permite que a própria realidade lhe
fale numa experiência cognitiva originária.

3 – Michel Foucault foi um filósofo francês contemporâneo que desenvolveu estudos


relacionados ao poder e conhecimento. Estudou vários problemas sociais, como o sistema
penitenciário, sexualidade, instituições escolares e outros. Para muitos especialistas, Foucault
não poderá jamais ser taxado como somente um mero filósofo, pois seu legado abarca outras
instâncias do saber, como a história, por exemplo. Com efeito, o foco do Michel Foucault sempre
se deu:
a) Em analisar como a sociedade evolui e se adequa aos novos tempos, mediante as
instituições que aqui estão. Foucault procura entender a relação entre o homem comum e o
homem, enquanto força de trabalho, mostrando uma relação que prioriza a pacificidade.
b) Ao defender e desenvolver estudos que observam a sociedade em sua individualidade,
mostrando que o homem é um pequeno fragmento diante de um coletivo sem identidade.
c) Em analisar a sociedade mediante suas relações de poder. Para Foucault, a era moderna é
definida através da disciplina. Esta disciplina nada mais é que um meio para domesticar o
comportamento humano.
d) Em analisar a sociedade como classes burguesas e proletárias. Foucault, ao promover
críticas ao capitalismo, dispunha de ideias que complementavam o socialismo científico de Marx.
e) Foucault procurar se atentar aos problemas educacionais de seu tempo. Para ele, a
educação é um meio político que, somente pelo mesmo, pode-se vencer qualquer meio de
controle social.

4- No ano de 1783, o jornal germânico Berlinische Monatschrift perguntava: O que é o


esclarecimento? Diversas respostas foram enviadas. Todavia, nenhuma resposta soou mais
clara se comparada à que foi enviada pelo filósofo Immanuel Kant, filósofo alemão. Em
determinado trecho, Kant ressalta:

A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois
que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha (naturaliter maiorennes),
continuem, no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que
explicam por que é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles. É tão cômodo ser
menor. Se tenho um livro que faz as vezes de meu entendimento, um diretor espiritual que por
mim tem consciência, um médico que por mim decide a respeito de minha dieta, etc., então não
preciso esforçarme eu mesmo. Não tenho necessidade de pensar, quando posso simplesmente
pagar; outros se encarregarão em meu lugar dos negócios desagradáveis. A imensa maioria da
humanidade (inclusive todo o belo sexo) considera a passagem à maioridade difícil e além do
mais perigosa, porque aqueles tutores de bom grado tomaram a seu cargo a supervisão dela.
Depois de terem primeiramente embrutecido seu gado doméstico e preservado cuidadosamente
estas tranqüilas criaturas a fim de não ousarem dar um passo fora do carrinho para aprender a
andar, no qual as encerraram, mostram-lhes, em seguida, o perigo que as ameaça se tentarem
andar sozinhas. Ora, este perigo na verdade não é tão grande, pois aprenderiam muito bem a
andar finalmente, depois de algumas quedas. Basta um exemplo deste tipo para tornar tímido o
indivíduo e atemorizá-lo em geral para não fazer outras tentativas no futuro.

Com efeito, Kant procura fazer entender que:

a) Kant aqui defende que desde cedo é necessário que o indivíduo detenha de todos os
suportes que compõem sua vida, afim de que evite ser condicionado ao modo particular de
outrem.
b) Kant procura mostrar a importância de um indivíduo que constantemente vence seus apelos
inferiores, como a preguiça e a covardia.
c) Kant entende que, uma vez tendo a consciência da real evolução que se adquiri mediante
esforços reais, o indivíduo, primeiramente, deve entender o perigo que consiste a preguiça e a
covardia, para só assim, buscar meios de combater tais vícios. A ignorância priva o indivíduo de
entender o que se passa e o quão mergulhado ele está na dependência de fatores que lhe tiram
a capacidade de responder assiduamente.
d) Kant, como fundador da Filosofia Crítica, aborda este trecho de maneira questionadora,
estabelecendo críticas ao altruísmo.
e) “É tão cômodo ser menor”, Kant assim assinala uma visão determinista de que o indivíduo,
configurando-se em determinada posição, ali é preferível ficar. Por isso, este “menor”,
representa a consciência do lugar em que o indivíduo deve ocupar.

5- Antonin- Dalmace Sertillanges, conhecido também como Antonin Sertillanges, foi um filósofo e
teólogo francês considerado um dos maiores expoentes do neotomismo da primeira metade do
século XX. Em sua obra “A vida Intelectual”, Sertillanges procura esboçar orientações de como
entrar na vida dos estudos. O livro vai além e também oferece um exemplo de vida bem
sucedida no mundo intelectual. Aqui se encontra determinado trecho do livro:

Eis-me aqui, homem do século XX, contemporâneo de um drama permanente, testemunha de


transtornos como talvez nunca o globo havia visto desde que sugiram os montes e que os mares
foram perseguidos para dentro de seus antros. O que devo fazer por esse século resfolegante?
Mais do que nunca o pensamento aguarda os homens e os homens o pensamento. O mundo
está em perigo por falta de máximas de vida. Estamos num trem propelido a toda velocidade,
sem nenhuma sinalização à vista, nenhum agulheiro. O planeta não sabe para onde está indo,
sua lei o largou: quem vai lhe restituir o sol?

Em resumo, Sertillanges mostra que:

a) A vida é uma unidade. Logo, trazendo nas palavras de São Tomás de Aquino: “Quero que
decidas entrar no mar pelos regatos, não diretamente”, mostra que uma vida bem sucedida é
aquela que, antes de tudo, orienta-se na sensatez e na clareza prática das vivências.
b) Como colocava o filósofo existencialista Jean- Paul Sartre, “O homem está condenado a ser
livre”. Ou seja, o indivíduo não somente pode, como deve viver sua existência de acordo com os
padrões que ela mesma cria, padrões não somente imutáveis, como necessários para uma
identidade própria.
c) O planeta não sabe para onde está indo, pois não se sabe quem deve conduzir.
d) A sinalização que fala Sertillanges, se deve ao esclarecimento de quais rotas a vida comum
deve tomar para o bem prazer e satisfação pessoal.
e) O sol, ou seja, a solução das coisas, será somente contemplada quando os homens
souberem manusear suas vidas num processo de opiniões próprias.

6- Leia este fragmento da Quinta Via racional da existência de Deus, colocada por São Tomás
de Aquino:

Vemos que as coisas que não têm inteligência, como, por exemplo, os corpos naturais, agem
para uma finalidade, o que se mostra pelo fato de sempre ou frequentemente agirem da mesma
forma, para conseguirem o máximo, donde se segue que não é por acaso, mas
intencionalmente, que atingem seu objetivo. As coisas, entretanto, que não têm inteligência só
podem procurar um objetivo dirigidas por alguém que conhece e é inteligente, como a flecha
dirigida pelo arqueiro. Logo, existe algum ser inteligente que ordena todas as coisas da natureza
para seu correspondente objetivo: a este ser chamamos Deus.

a) São Tomás de Aquino mostra que a existência de Deus é uma verdade racional em uma
explicação empírica.
b) São Tomás possibilita a ideia de que os seres precisam de uma condição para sua
existência, a partir de algo que tão somente é e independe de outra coisa primeira.
c) São Tomás de Aquino coloca sua quinta via em base platônica, demonstrando a existência
de Deus e sua criação em dois mundos.
d) Só se consegue afirmar a existência de Deus, mediante a iluminação.
e) A existência de Deus é colocada de acordo com a crença fundamental dos seres que
conseguem racionalizar sua fé.

7- Louis Lavelle foi um filósofo francês. Em seus escritos, abordou temas como a axiologia,
estética, problema do mal, a moral e a liberdade do espírito. Sua obra “A consciência de Si” faz
uma reflexão sobre o EU, aguçando seu autoconhecimento psicológico e moral. Adiante, Lavelle
fala um pouco sobre o amor.

O amor verdadeiro abole todas as separações. Apazigua-nos e ilumina-nos, estabelece a


unidade em nossa alma ao unir-nos com o outro ser e, por meio dele, com todo o universo.
Difunde-se até sobre aqueles de quem deveria separar-nos: torna-nos subitamente sensíveis à
sua humanidade. Nessa perfeita intimidade que fez cair miraculosamente, entre dois seres, as
barreiras da individualidade, todos os outros seres podem receber uma acolhida espiritual: essa
é a forma visível de um amor feliz e conforme à sua verdadeira finalidade.

a) Lavelle destaca que o amor se estabelece na complementação de dois seres que se ajudam
na busca pela felicidade.
b) O filósofo Olavo de Carvalho resume as palavras do Lavelle ao ofertar um amor que se
fortifica na doação em sua assertiva: “A coisa mais bonita do mundo é o amor que não se pede
nem espera retribuição. Se eu te amo, o problema não é teu, é meu”.
c) Lavelle demonstra que existe amor em uma primeira vista e que indivíduos estão
condicionados ao amor certeiro.
d) Lavelle estipula o amor como algo que tem de mais valioso no mundo.
e) Lavelle demonstra que a verdadeira finalidade do amor seria unificar ideais.

8- Sêneca e Arthur Schopenhauer possuem importantes aforismos em seus escritos. Aforismos


são sentenças, frases curtas de grande impacto. Diante dos aforismos de ambos, a relação dos
dois filósofos se dá por meio de:

Sêneca: As coisas que nos assustam são em maior número do que as que efetivamente nos
fazem mal, e afligimo-nos mais pelas aparências que pelos fatos reais.
Arthur Schopenhauer: Se quisermos avaliar a situação de uma pessoa pela sua felicidade, deve-
se perguntar não por aquilo que a diverte, mas pelo que a aflige.
a) Ambos os filósofos mostram que a situação do que se pensa, ainda que não tenha a mesma
força determinante da situação real, se coloca como critério para sempre se preocupar mais do
que a situação real.
b) A felicidade, para ambos os filósofos, consiste num desapego total de qualquer
preocupação.
c) Sêneca coloca o entendimento de que a preocupação somente será válida se a situação real
for realmente o pensado.
d) Arthur Schopenhauer em seu aforismo define a felicidade como algo que se adquire pela
capacidade de selecionar aquilo que se deve sofrer.
e) Ambos os filósofos mostram que a situação abordada no imaginário rouba maior força vital,
enquanto que a situação real, verdadeira causa de preocupação, se move em direção ao êxito,
uma vez que o indivíduo sofre por antecipação.
f)
9- José Ortega y Gasset foi um ensaísta, jornalista e ativista político, fundador da Escola de
Madrid. Ortega é amplamente considerado o maior filósofo espanhol do Século XX. Foi o
principal expoente do perspectivismo e da teoria da razão vital e histórica, situada no movimento
novecentista. Ortega em uma de suas assertivas, expressa: “Eu sou eu e minhas
circunstâncias”. Trazendo esta expressão para os relatos cotidianos do indivíduo, enquanto ser
vivente, qual uma melhor explicação?
a) A vida consiste numa constante negociação entre a nossa realidade e a individualidade, na
qual estamos inseridos.
b) A vida consiste numa constante negociação entre a nossa realidade e um ideal coletivista,
uma vez que as circunstâncias dependem de contextos que nem sempre podemos controlar.
c) A vida consiste entre determinar aquilo que se quer, ao mesmo tempo que se submete ao
processo natural das coisas que lhe compõem
d) A vida consiste em usufruir daquilo que automaticamente o curso das coisas oferece.
e) A vida consiste em naturalizar aquilo que se pretende com aquilo que já se tem.

GABARITO:
1. A
2. B
3. C
4. C
5. A
6. B
7. B
8. E
9. A

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