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- Este não pode ser templo dos bretões – resmungou Wulfhere. – Achei
que quase todos fossem de uma doentia seita nova, chamada cristãos.
- Pelo sangue dos deuses – ele disse –, nós nos deparamos com uma
abominação... ou, do contrário, estou louco! Da escuridão interior, ele
veio saltando e dando cabriolas... subitamente... e quase me agarrou,
antes que eu tivesse percepção suficiente para puxar a lâmina e golpear.
Pulava e piruetava como um bode, mas corria ereto... e, à luz fraca, não
era diferente de um homem.
- Você está louco – disse Wulfhere inquieto; sua mitologia não incluía
sátiros.
- Ele caiu ali – disse Cormac, apontando com sua espada – e... pelos
deuses negros!
- Agora vejo a cilada – ele disse. – Essa laje foi equilibrada sobre
algum tipo de eixo, e aqui está o trinco que o sustentava. Como ele
funcionava, eu não sei dizer, mas este trinco foi solto, e a laje caiu,
segura num lado pelo eixo...
- Acho que você não viverá muito, bom senhor – disse Cormac. – Diga-
nos qual o seu nome e onde fica sua aldeia, para que possamos contar ao
seu povo sobre sua morte.
- Pelo Sangue de Odin – bufou Wulfhere –, não saio deste lugar, até
saber quem é que trata seres vivos de forma tão repugnante.
Com sua estranha espada curta e curva, ele tentou deter o ataque
impetuoso do gaélico – mas Cormac, com sua fúria vermelha, empurrava
seu inimigo diante de si, como palha diante do vento. O que quer que
fosse esse sumo sacerdote, ele era mortal, pois recuava e praguejava
numa língua estranha, enquanto a longa e estreita lâmina de Cormac o
empurrava inexoravelmente, até hesitar na própria beirada do buraco
aberto – e lá, quando a ponta da espada do gaélico lhe adentrou o peito,
cambaleou e caiu para trás, com um grito selvagem...
Por um longo momento, aquele grito ressoou para o alto, cada vez
mais fraco, desde profundezas invisíveis – então, cessou abruptamente.
E, de lá de baixo, se ergueram sons de um festim medonho. Cormac
sorriu ferozmente.