Você está na página 1de 9

BILHETE

Mari,

Não poderei ir hoje à tarde te encontrar no centro. Tive um probleminha aqui


em casa. Depois te ligo, meu amor!
Beijos enormes! Se cuida!

Dani 21/04/1998

RECEITA

BRIGADEIRO

Ingredientes
1 Leite MOÇA® (lata ou caixinha) 395g
3 colheres (sopa) de Chocolate em Pó NESTLÉ DOIS FRADES
1 colher (sopa) de manteiga
1 xícara (chá) de chocolate granulado

Modo de preparo
1) Em uma panela, coloque o Leite MOÇA com o Chocolate em Pó DOIS FRADES e
a manteiga.
2) Misture bem e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até desprender do fundo da
panela (cerca de 10 minutos).
3) Retire do fogo, passe para um prato untado com manteiga e deixe esfriar.
4) Com as mãos untadas, enrole em bolinhas e passe-as no granulado. Sirva em
forminhas de papel.
Dica:
- Símbolo da culinária brasileira, o Brigadeiro tradicional é enrolado e coberto com
chocolate granulado.

POEMA

O Menino Azul – Cecília Meireles O menino quer um burrinho


O menino quer um burrinho que saiba inventar histórias bonitas
para passear. com pessoas e bichos
Um burrinho manso, e com barquinhos no mar.
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar. E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
O menino quer um burrinho apenas mais largo
que saiba dizer e talvez mais comprido
o nome dos rios, e que não tenha fim.
das montanhas, das flores,
– de tudo o que aparecer. (Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
ENTREVISTA

REPORTAGEM

BULA
EMAIL

MITO

O mito da criação da noite


Antigamente não havia noite. Era sempre dia. O sol brilhava esquentando a
Terra. A Lua e as estrelas eram como o Sol. Tudo era luz e claridade na aldeia e na
floresta. Os homens caçavam sem cessar e as mulheres trabalhavam sem descanso,
pois era sempre dia, noite não havia.
O Sol fazia seu percurso até o poente para então retornar pelo caminho
inverso de volta ao nascente. Mauá controlava o Sol, a Lua e as estrelas, não
permitindo que ninguém deles se aproximasse.
Certa vez, um homem quis saber como o Sol funcionava. Esperou que Mauá
saísse para caçar e aproximou-se do Sol. Ao tocá-lo, o Sol quebrou, o mesmo
acontecendo com a Lua e as estrelas. E a noite surgiu na imensidão do escuro. As
mulheres mal conseguiam encontrar suas redes dentro da maloca. Crianças e idosos
lamentavam-se do fundo da noite sem luz.
Mauá voltou para consertar o Sol. Ao ver o homem que o havia quebrado,
Mauá lançou-se sobre ele e o atirou longe. Quando caiu, o homem transformou-se
no macaquinho-mão-de-ouro, escuro como a noite e com as mãos douradas como o
Sol que havia tocado.
Não foi possível consertar o Sol para que funcionasse como antes. O Sol
caminhava para o poente, mas não conseguia retornar, sumindo no horizonte e
deixando a Terra na escuridão. Mauá então fez com que a Lua e as estrelas
surgissem na ausência do Sol para iluminar um pouco a noite. E é assim até hoje.

Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro: SBPC, n.94, ago. 1999

CONTO

A CIGARRA E A FORMIGA

Num dia soalheiro de Verão, a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso,


uma Formiga passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente
um grão de milho que arrastava para o formigueiro.
- Por que não ficas aqui a conversar um pouco comigo, em vez de te
afadigares tanto? – Perguntou-lhe a Cigarra.
- Preciso de arrecadar comida para o Inverno – respondeu-lhe a
Formiga.
– Aconselho-te a fazeres o mesmo.
- Por que me hei-de preocupar com o Inverno? Comida não nos falta…
– respondeu a Cigarra, olhando em redor.
A Formiga não respondeu, continuou o seu trabalho e foi-se embora.
Quando o Inverno chegou, a Cigarra não tinha nada para comer. No
entanto, viu que as Formigas tinham muita comida porque a tinham guardado
no Verão. Distribuíam-na diariamente entre si e não tinham fome como ela. A
Cigarra compreendeu que tinha feito mal…

BIOGRAFIA
LENDA
PIADA

CRÔNICA
NOTÍCIA
FICÇÃO

Um passeio no fim do mundo

Então um deles parou e apontou para baixo.


- O que são essas coisas? - perguntou o de macacão Prata.
O outro, de macacão Azul, que havia lido com atenção a Enciclopédia
Terráquea antes da viagem, respondeu faceiro que era um toco.
- Toco? - perguntou o Prata.
- O que sobrou de uma árvore - esclareceu o Azul.
O Prata franziu as sobrancelhas sem entender.
- Árvores, - seguiu o Azul, em tom professoral - formas de vida que cresciam do solo,
na vertical, buscando o sol.
- Sol? - duvidou o Prata.
E ambos olharam aquele céu embatumado, cinza e espesso, tão escuro que era
preciso usar lanterna.
- Bem, parece que um dia houve sol - justificou o Azul.
- E por que as árvores agora são tocos?
- Existem teorias fascinantes! Li um artigo sobre a mitologia terráquea baseado em
alguns achados arqueológicos. Parece que cultuavam uma entidade chamada Soja,
que demandava sacrifícios de recursos sem-fim em sua devoção. Legal, né?
- Mas ouvi dizer que eles adoravam um tal de Grande Boi.
- Sim! - se animou o Azul - Eles adoravam também! Há teorias que dizem que o
Cataclismo veio justamente dessa guerra de fé entre sojistas e bovinos, os dois lados
se atracando para ver quem sacrificava mais e melhor. Nisso as árvores viraram
tocos, ou nada.
O Prata ergueu as sobrancelhas, descrente naquela mitologia absurda. E ainda tinha
dúvidas.
- Tá, e as árvores cresciam pra cima e tal. E daí? Pra que serviam?
- Eram um treco bem louco. Pesquisas indicam que elas renovavam o ar, um negócio
mágico assim, ainda não sabemos direito.
- Ué, mas e eles não precisavam do ar, os sojistas e todo o resto? E aí acabaram
com todas elas?
E ambos olharam para o descampado seco, um horizonte feito só de terra, cheio de
tocos ralos, nenhuma árvore até onde a vista alcançava... Na falta de explicação,
deram de ombros.
- Vamos, ainda quero ver onde ficavam os mares.
- Mares? - duvidou o Prata.
- Sim. Há indícios de que o planeta tinha água pacas.
Diante do absurdo, que só podia ser piada, o Prata riu. E rindo seguiu o colega até a
nave.

Cesar Bueno Franco

Você também pode gostar