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FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

SINARA MARIA GORETE DE OLIVEIRA VALIM - 21826224031 – 00

O PAPEL DO ESTADO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL

FACULDADE PAULISTA DE SÃO CAETANO DO SUL


SÃO PAULO
2018
FACULDADE PAULISTA DE SÃO CAETANO DO SUL

Trabalho mensal da disciplina de Políticas Públicas de


Saúde, apresentada à professora Jeniffer M. Amorim
como exigência para o curso de pós graduação Políticas
públicas de Saúde pela Faculdade Paulista de São
Caetano do Sul.

SÃO CAETANO DO SUL


2018
SUMÁRIO

DESENVOLVIMENTO................................................................................04
CONCLUSÃO.............................................................................................08
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA................................................................09
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De acordo com a Constituição Federal de 05 de outubro de 1988, a saúde é


um direito de todas as pessoas, sendo que o Estado deve garantir a saúde da
população, reduzindo riscos de doenças e outros agravos e facilitando o acesso às
ações e serviços que visem promoção, prevenção e proteção à saúde por meio de
políticas sociais e econômicas.

A participação da comunidade no SUS, assim expressa


na Constituição Federal de 1988, com suas diversas
roupagens, hoje consolidadas nas instâncias de controle social
em todo o território brasileiro, desde as primitivas formas de
participação, através das CIS – Comissões Interinstitucionais
de Saúde, ainda no período autoritário, passando pela
Plenária Nacional de Saúde, desde o período constituinte até
1997, até chegar à Plenária Nacional de Conselhos de Saúde,
desde 1995 até hoje; é a marca indelével da democracia
participativa na construção do SUS (Brasil, 2006, p. 8).

Porém, como veremos, o direito à saúde nem sempre fez parte dos direitos
humanos, muito menos esteve presente na Constituição Federal do Brasil.

O reconhecimento da saúde como bem-estar, satisfação do


bem coletivo e direito, configura um paradigma civilizatório da
humanidade, construído num processo de embates de
concepções e de pressões dos movimentos sociais por
estabelecerem uma ruptura com as desigualdades e as
iniqüidades das relações sociais, numa perspectiva
emancipatória, levando-se em conta, evidentemente, as
diferentes culturas e formas de cuidado do ser humano (Brasil,
2006, p. 18).
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Sabemos que o controle social é praticado pelos conselhos de saúde que são
órgãos decisório, constituídos de usuários na sua maioria (50%), profissionais de
saúde (25%), prestadores de serviço e representantes do governo (25%).

Ao poder médico, ao poder dos agentes de saúde e ao poder


dos gestores, voltados seja para a eficiência e/ou eficácia ou
para a redução de custos, confrontam-se o poder das
empresas e o poder do Estado, ao mesmo tempo em que se
agrega o poder da sociedade organizada, da sociedade civil
enquanto conjunto de cidadãos, sujeitos de direitos. É esse o
eixo das lutas pela participação, que abre novos espaços
públicos, repõe a questão da saúde fora do mundo privado da
casa, do mundo da magia, dos consultórios, dos gabinetes,
das mãos das elites e do mercado, embora os tenha como
postos, buscando novos pressupostos (Brasil, 2006, p. 19).
.
As pessoas que atuam nos conselhos de saúde devem formular estratégias e
controlar a efetivação das políticas de saúde, incluindo aspectos financeiros, nas
três esferas de governo, ou seja, municípios, estados, Distrito Federal e Ministério
da Saúde. O conselho de saúde, por meio da participação popular, permite que a
população acompanhe, fiscalize, pressione as ações do Estado, bem como exponha
os interesses da população.
Como o Estado não atendia ao clamor da população por melhores condições
de acesso à saúde, igualitário e universal, várias classes assalariadas se uniram
contra o governo na busca por seus direitos. Vejamos:

A democracia participativa do conselho de saúde permite


ao povo falar em seu próprio nome, expressar seus
interesses diretamente, pressionar, acompanhar e
fiscalizar as ações do Estado. A democracia participativa
traz às “ruas” para dentro do Estado, para os espaços do
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próprio poder executivo, e, no início do século XXI,


timidamente para o poder judiciário, com o Conselho
Nacional de Justiça ​(Brasil, 2006, p. 19).

A época antes da constituição, na área da saúde, era constituída de


movimentos sociais que preconizavam o indivíduo na tomada de decisões,
participando e tornando-se ativo e trabalhando coletivamente e não individualmente.
Assim, houve a repolitização crítica das políticas em saúde. Com o controle social, o
Estado, que antes era lugar de poder somente das elites e dos dominantes, passa a
ser também um lugar público. A mudança no sistema de saúde do Brasil na década
de 80 tinha o objetivo de introduzir a população, em seus diversos setores, nas
decisões das políticas públicas de saúde, com embasamento crítico e de oposição
ao sistema dominante. E como produto do trabalho desses movimentos sociais e da
mudança acima exposta, a participação da comunidade foi introduzida na
Constituição Federal de 1988 como uma diretriz.
As Conferências Nacionais de Saúde acontecem desde 1941. As
Conferências Municipais de Saúde devem acontecer, no máximo, a cada dois anos.
As Conferências Estaduais de Saúde também a cada dois anos e as Conferências
Nacionais de Saúde a cada quatro anos.
O conselho de saúde é um órgão deliberativo com situação constante,
constituído de usuários na sua maioria, prestadores de serviço, profissionais de
saúde e representantes do governo. As pessoas que atuam nos conselhos de saúde
devem formular estratégias e controlar a efetivação das políticas de saúde, incluindo
aspectos financeiros, nas três esferas de governo, ou seja, municípios, estados,
Distrito Federal e Ministério da Saúde.
O conselho de saúde, através da democracia participativa, permite que a
população acompanhe, fiscalize, pressione as ações do Estado, bem como exponha
os interesses da população.
A organização da sociedade civil, por meio dos conselhos de saúde, vai além
de partido político ou sindicalismo. Os conselhos lutam pela transformação das
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desigualdades e iniquidades da população. A sociedade se organiza em


movimentos reivindicatórios com interesses coletivos e comuns de cada segmento.
A democracia participativa toma forma a partir de um poder popular, fiscalizatório,
com voz, com pressão popular, com confronto de interesses, os quais ao mesmo
tempo em que instigam o conflito, propõem soluções.
No controle social as divergências entre os diversos interesses são
explicitados, os conflitos são aceitos e as ideias formuladas para efetivação dos
direitos conquistados. Visa sempre à melhoria e novos direitos com agendamento e
institucionalização. Ele avalia o que está sendo realizado e o que deve ser
realizado, com vistas aos direitos que a população possui em relação à saúde. O
que dá força ao controle social é que ele é regulado pela lei, e o governo é o
responsável e a sociedade mostra seu interesse e sua força, sendo protagonistas
de suas conquistas.
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CONCLUSÃO

O conhecimento a respeito do controle social sobre as ações do estado é


muito importante em dois pontos: para os trabalhadores da saúde, que podem a
qualquer momento ter que lidar com a questão em seu ambiente de trabalho e para
os usuários do Sistema Único de Saúde, pois sabendo que existe e como funciona o
controle social, poderão lutar pelos seus direitos. Devemos reconhecer também que
as particularidades culturais, econômicas e sociais têm impacto nas prioridades
estabelecidas para um determinado território e, assim, na forma de implementação
das políticas públicas de saúde.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. A


construção do SUS: histórias da Reforma Sanitária e do Processo Participativo /
Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa - Brasília:
Ministério da Saúde, 2006.

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