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Pena de Morte

Pena de Morte
Atualizações, Política e Cidadania, Populares José S fevereiro 17, 2020
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A pena de morte (que também é chamada de pena capital), é um tipo de condenação


criminal que consiste num processo onde uma pessoa que cometeu um determinado crime
recebe como punição a própria morte. O termo “capital” consiste em uma forma variada do
latim “capitalis”, que literalmente significa “referente à cabeça”. Isso tem como origem o
método de execução feito através da decapitação, o que era muito comum na Idade Média.
Porém, ela deve ser efetuada após uma decisão judicial condenar a pessoa à morte e
somente o Estado pode encarregar-se de cumprir a sentença. Dessa forma, para explicar o
que é pena de morte, é preciso citar que ela consiste em uma situação diferente de uma
execução, que no caso é feita sem a autorização de um processo legal.
O uso da sentença de morte como punição é uma prática realizada em diversos períodos da
história e em vários países (inclusive no Brasil, onde foi aplicada até o ano de 1876). A pena
de morte no Brasil foi usada para punir pessoas que cometiam crimes civis, mas era usada
principalmente para assustar e conter os escravos, sendo esse um dos principais motivos de
ter sido proibida no ano do 1889, quando a escravidão foi abolida oficialmente no país.
Com a proibição oficial, a pena de morte foi removida do Código Penal brasileiro. Mas,
apesar disso, de acordo com a Constituição, ela pode ser aplicada em caso de guerra
declarada, como está definido do inciso 47 do artigo 5 º. Mesmo assim, a pena de morte
não foi sequer usada durante a Segunda Guerra Mundial no Brasil.
No regime militar, houve um decreto que permitia a pena de morte nos casos de crimes
políticos violentos, mas não houve a sua aplicação (dentro dos limites jurídicos) de nenhum
dos presos políticos na época.
Como se trata de item constitucional que está inserido na temática dos direitos
fundamentais, não há a possibilidade de ser alterado, por ser considerada uma cláusula
pétrea da Carta Magna.

HISTÓRIA DA PENA DE MORTE


O primeiro conjunto de leis escritas encontrado consiste no Código de Hamurabi, que foi
criado na região da Mesopotâmia no ano de XVIII a.C. A aplicação da pena de morte nesse
tempo era feita de acordo com a proporção do crime realizado pelo condenado e era
destinada a 30 tipos de crimes, tendo como base o “olho por olho, dente por dente”.
Em 621 a.C. foi estabelecido o Código Draconiano de Atenas, onde todos os criminosos
eram sentenciados à morte. Isso aconteceu porque o legislador Drácon considerava que
nenhum tipo de crime merecia receber o perdão. Porém, esse tipo de punição passou a ser
aplicada apenas para os assassinos depois da reforma feita por seu sucessor.
Já no ano de 452 a.C. surgiu o primeiro conjunto de leis em Roma, que usava a execução de
forma a punir os criminosos, além de também ser permitido nos casos de falso testemunho
e para assassinar as crianças que nasciam com algum tipo de deformidade (onde o pai era o
encarregado de executar a sentença).
Na Idade Média, as pessoas que eram consideradas uma ameaça para as doutrinas
estabelecidas pela Igreja Católica sofriam perseguição. Os suspeitos eram então
condenados, podendo sofrer a pena de morte, que podia ser através da queima na fogueira,
evento que era realizado em praça pública para que a população pudesse acompanhar.
Entre as pessoas que eram acusadas de hereges, havia cientistas e praticantes de outras
religiões.
A guilhotina surgiu na França, sendo considerado um método “mais humano” para
decapitar os criminosos. Ela foi bastante usada na revolução Francesa. Já a cadeira elétrica,
que é usada nos EUA até os dias de hoje, faz com que que o réu receba uma descarga de
2.000 volts.
PANORAMA DA PENA DE MORTE NO MUNDO
A pena de morte ainda é praticada em alguns países (mais precisamente 58 países) embora
não seja aceita por muitas organizações voltadas aos direitos humanos. Ainda que o número
de pessoas que receberam essa pena seja difícil de ser medido, dados apontam que cerca
de 1000 condenados sofreram essa pena no ano de 2016 em 23 países.
Entre os países que ainda adotam a pena de morte estão o Paquistão, Irá, Iraque, Arábia
Saudita e China. Nos Estados Unidos, cada um dos 50 Estados que formam o país é
responsável por suas próprias leis e, por conta disso, a punição da morte é realizada em 29
Estados.
Os motivos que levam um criminoso à sentença de morte variam de país para país, sendo os
crimes mais comuns aqueles cometidos que tenham relação com drogas, estupro,
sequestro, traição, espionagem, terrorismo ou blasfêmia. Já os tipos de pena de morte no
mundo incluem o fuzilamento, apedrejamento, enforcamento ou aplicação de injeção letal
no condenado. Séculos atrás, a pena da morte era aplicada de forma lenta, torturante e com
a intenção de ser dolorosa para o condenado, o que incluía até mesmo o pisoteamento por
elefantes.
A maioria das recentes sentenças à morte aconteceu na China, sendo que o segundo lugar
ficou o Irã, seguido pela Arábia Saudita e Paquistão. Em 2016, por volta de 18.000 pessoas
estavam no corredor da morte, um número que é 37% menor do que em 2015.
Os Estados Unidos consiste no único país das Américas a realizar a aplicação da pena de
morte como forma de punição. No Oriente Médio, o número de pessoas que se encontram
no corredor da morte vem caindo nos últimos anos.
Porém, na Nigéria, o número de condenações à pena de morte dobrou de 2015 para 2016.
Nesse país, o risco de pessoas serem executadas mesmo que sejam inocentes é grande, já
que metade das absolvições que foram registradas no mundo todo no ano de 2016
aconteceram nesse país.
De acordo com especialistas no assunto e dados de pesquisas realizadas sobre a pena de
morte, países onde a sentença é aplicada não apresentam uma redução nos níveis de
criminalidade. Ainda segundo afirmam os especialistas, sua aplicação atinge de maneira
desproporcional as pessoas pobres e pertencentes a grupos que são marginalizados, além
de ser maior entre as minorias étnicas e religiosas.

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