Você está na página 1de 18

BLOCO II: CONTROLE

MOTOR

Curso de Fisioterapia
Disciplina: Controle Motor e Neurociências
Prof. Dra Ana Luiza Ferreira Donatti
Controle motor
• O controle motor é a principal função do sistema nervoso, que pode ser
definido como a geração de sinais, para coordenar a contração da
musculatura do corpo e da cabeça, para manter a postura ou realizar um
movimento.
• As contrações das fibras musculares esqueléticas são responsáveis pelo
movimento do corpo. Essas fibras são inervadas por neurônios grandes,
chamados de neurônios motores α, presentes no corno ventral da medula
e nos núcleos dos nervos cranianos.
• Os axônios motores são distribuídos para os músculos esqueléticos
apropriados pelos nervos periféricos, terminando em sinapses chamadas
junções neuromusculares ou placas motoras nas fibras musculares
esqueléticas.
• A unidade motora é um neurônio motor α e todas as fibras musculares
esqueléticas que seu axônio inerva.
Controle motor
• Outro tipo de neurônio motor é conhecido como neurônio motor γ,
que são menores que os neurônios motores α.
• Estão localizados no mesmo núcleo motor que os neurônios motor α
que inervam esse músculo, porém eles fazem sinapses com fibras
musculares estriadas especializadas, as fibras musculares
intrafusais, encontradas nos fusos musculares.
• O fuso tem, basicamente, a função de informar a alteração na
velocidade e na extensão (comprimento) muscular. Nessas
condições reage a qualquer quantidade de alongamento.
Controle segmentar da Motricidade
Voluntária - Reflexos medulares
• É uma resposta involuntária, relativamente previsível e estereotipada,
ao estímulo.
• São utilizados para identificar e classificar os neurônios medulares,
determinar sua conectividade e estudar as propriedades de suas
respostas.
• O circuito básico do reflexo é o arco reflexo, que pode ser dividido
em três partes:

1. Ramo aferente: receptores e axônios sensoriais, que transporta a


informação para o SNC.
2. Componente central: sinapses e interneurônios no SNC
3. Ramo eferente: neurônios motores, responsável pela resposta
motora.
Reflexo miotático ou de estiramento
• É fundamental para a manutenção da postura e ajuda a superar
quaisquer impedimentos inesperados durante o movimento
voluntário.
• Reflexo de estiramento fásico e o reflexo de estiramento tônico

• Reflexo de estiramento fásico (Ia) ocorre em resposta a


estiramentos muito rápidos e transitórios do músculo, como o teste
do martelo ou por um obstáculo inesperado do movimento.
• Desencadeado pelas terminações primárias dos fusos musculares.
• É provocado por um estiramento rápido do músculo originando um
sinal potente transmitido pelas terminações nervosas aferentes que
causam uma contração reflexa do mesmo músculo que originou o
sinal.
Reflexo de estiramento fásico

A organização do arco reflexo do


estiramento garante que o conjunto
de neurônios motores α seja ativado
e o grupo oposto seja inibido.

Inervação recíproca
Reflexo miotático ou de estiramento
• Reflexo de estiramento tônico ocorre em resposta ao estiramento
mais lento ou constante aplicado ao músculo.
• Pode ser desencadeado pela flexão passiva de uma articulação.
• Contribui para o tono muscular.
• Também contribui para a nossa capacidade de nos mantermos
eretos.
Reflexo miotático inverso (Ib)
• Pode ser considerado um sistema de feedback que ajuda a manter
os níveis de força no músculo.
• É controlado pelo órgão tendinoso de Golgi que é um receptor de
estiramento localizado tendão do músculo.
• Os órgãos tendinosos de Golgi monitora os níveis de força sobre o
tendão no qual estão presentes.
Reflexos de flexão e locomoção
• O reflexo de flexão se inicia com a ativação de receptor, ou de vários, entre a
grande variedade de receptores sensoriais, incluindo nociceptores.
• As vias aferentes fazem com que os interneurônios ativem os neurônios
motores α que inervam os mm flexores no membro ipsilateral, e fazem com
que os interneurônios inibitórios inibam os neurônios motores α que inervam
os mm antagonistas extensores.
• Interneurônios evocam padrão oposto de atividade no lado contralateral da
medula, levando à extensão do membro oposto, o reflexo de extensão
cruzada.
• Ajuda a manter o equilíbrio ao permitir que o membro contralateral suporte o
peso adicional que é transferido para ele quando o membro flexionado é
levantado.

Locomoção
Reflexos de flexão e locomoção
Controle suprassegmentar do movimento
voluntário - córtex cerebral
• Base neural para movimentos mais complexos, os movimentos
voluntários, para alcançar algum objetivo.
• Esses movimentos, geralmente, variam quando são feitos de maneira
repetitiva e, com frequência, são iniciados por processos cognitivos e
não por estímulos externos.

Participação das áreas motoras do córtex cerebral

1. Identifique seu alvo e o localize no espaço externo


2. A trajetória para o braço, com base na sua representação interna.
3. Diversas forças necessárias para gerar a trajetória desejada devem
ser determinadas.
Controle motor pelo córtex cerebral

Área motora suplementar


Área pré-motora

Córtex occipital Córtex parietal APM e AMS Córtex motor


primário

Movimento Neurônios motores Vias descendentes


Controle motor pelo cerebelo
• Lesões no cerebelo causavam déficits de coordenação motora, incapacidade
para realizar os movimentos adequadamente.
• Papel importante no aprendizado e na execução dos movimentos voluntários
e de alguns movimentos reflexos.
Paleocerebelo: juntamente com a
pirâmide e a úvula, informa sobre o
grau de contração muscular,
importante para a regulação de
tônus e da postura.

Neocerebelo: controle dos


movimentos assimétricos,
sofisticados e delicados, o que
requer uma complexa coordenação
nervosa, movimentos finos.

Arquicerebelo: informa sobre a


posição do corpo e coordena a
atividade muscular, de modo a
manter o equilíbrio.
Controle motor pelos gânglios da base
• Regulam a atividade motora recebendo informações diretamente do córtex
cerebral.
• Os principais constituintes dos gânglios da base são: corpo estriado
(caudado e putâmen), globo pálido, núcleo subtalâmico e substância
negra.
• Os neurônios do estriado começam a disparar antes que ocorra o
movimento, sugerindo que estes ajudam a selecionar o movimento que deve
ser feito.
• A atividade do putâmen está relacionada à ocorrência de movimentos do
corpo.
• A atividade do núcleo caudado está relacionado aos movimentos oculares.
• Os impulsos corticais para o estriado se originam no córtex motor, que
influencia o tálamo por duas vias: direta e indireta.
Controle motor pelos gânglios da base
• Via direta: a acentuação da atividade motora é ação da via direta dos
gânglios da base para as áreas motoras do córtex.
• Via indireta: redução da atividade dos neurônios nas áreas motoras do
córtex cerebral.

• As alterações decorrentes dos diversos distúrbios dos gânglios da base


incluem:
- Movimentos anormais (discinesias): tremor, atetose, coréia, balismo e
distonia.
- Aumento do tônus muscular (rigidez em roda denteada)
- Lentidão para iniciar os movimentos (bradicinesia)
Gânglios da base

Córtex occipital Córtex parietal APM e AMS Córtex motor


primário

Movimento Neurônios motores Vias descendentes

Você também pode gostar