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1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO
Objetivo
• Sensibilizar os consumidores;
Público-Alvo
1.1. GLOSSÁRIO
Neste material existem alguns termos técnicos bastante específicos aos temas
tratados. Pensando nisso, apresentamos um breve glossário contendo esses
conceitos. Em caso de dúvidas, retorne ao glossário e consulte o termo desconhecido:
Chuva ácida: Chuva com elevado teor de acidez, causada pela poluição
atmosférica. As consequências mais visíveis das chuvas ácidas são a
destruição de florestas em diversas partes do planeta e a corrosão de
numerosos prédios e monumentos.
Efeito estufa: Fenômeno natural pelo qual parte da radiação solar que
chega à superfície da Terra é retida nas camadas baixas da atmosfera,
proporcionando a manutenção de temperaturas numa faixa adequada para
permitir a vida de milhares de espécies no planeta. Entretanto, devido ao
aumento da concentração de gases causadores do efeito estufa (GEE) na
atmosfera, tem ocorrido uma maior retenção dessa radiação na forma de
calor, e consequentemente, a temperatura média no planeta está
aumentando, provocando o aquecimento global e significativas mudanças
climáticas.
Erosão: Processo de perda de solo que pode ser causado pela água, pelo
vento, por práticas agrícolas inadequadas associadas à mecanização, por
estradas rurais sem manutenção, por estradas mal planejadas e por
empreendimentos imobiliários.
2. HISTÓRIA DO CONSUMO
ECONOMIA
Após a Primeira Guerra Mundial (1918), os EUA se tornaram o país mais rico do
planeta. Além das fábricas de automóveis, os EUA também eram os maiores
produtores de aço, comida enlatada, máquinas, petróleo, carvão etc.
Essa terrível crise que atravessou a década ficou conhecida como Grande
Depressão.
não teve sua indústria arrasada por bombas. Entretanto, a economia global estava em
frangalhos.
“A nossa enorme economia produtiva, exige que façamos do consumo a nossa forma de vida, que tornemos
a compra e uso de bens em rituais, que procuremos a nossa satisfação espiritual e a satisfação do nosso ego no
consumo. Precisamos que as coisas sejam consumidas, destruídas, substituídas e descartadas a um ritmo cada
vez maior”.
Extração
Produção
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 13
As não renováveis são as que existem em quantidade limitada e que por isso
sofrem sérios riscos de esgotamento, estando aí os combustíveis fósseis, tais como o
petróleo e o carvão, que hoje são a maior fonte de energia gasta no planeta.
As renováveis são as que podem ser utilizadas de modo sustentável, tais como a
biomassa, a energia hidráulica, a solar, os ventos etc.
É nessa fase que é adicionada aos recursos naturais uma vasta gama de
produtos poluentes e venenosos que passarão a integrar os produtos acabados.
Distribuição
Consumo
Todos os dias somos expostos pelos diversos tipos de mídias a mais de 3000
anúncios, que nos fazem comprar coisas que muitas vezes nem sabemos se terão
utilidade para nós.
Um dado interessante é que pesquisas apontam que pouco mais de 90% do que
se compra é descartado em até seis meses depois, ou seja, apenas 10% do que se
consome tem utilidade maior que esse prazo. Isso se deve, principalmente, a duas
estratégias: a obsolescência programada e a percebida, assuntos para a próxima lição
desse capítulo.
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 15
Descarte
Princípios da PNRS:
Portanto, em breve a maior parte dos rejeitos no Brasil será destinada aos aterros
sanitários. Obviamente, o fechamento dos lixões por si só não resolve os enormes
problemas trazidos pelo lixo. Paralelamente a essa iniciativa, tem-se promovido a
conscientização da população acerca dos problemas acarretados pelo consumo
excessivo e impensado, além de outros como o compartilhamento das
responsabilidades pela destinação final dos resíduos gerados entre os fabricantes,
importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e municípios.
Compostagem é um tipo de decomposição biológica acelerada, que trata resíduos orgânicos, produzindo
composto, excelente condicionador do solo.
Além de diminuir a quantidade de resíduos a ser aterrada, o processo tem várias vantagens:
Contribui para reeducar as pessoas em relação ao tratamento do que seria “lixo orgânico”, aliviando
preconceitos associados a mau cheiro e riscos de doenças.
Para tudo o que não foi passível de redução no consumo e reutilização, a reciclagem é uma etapa
interessante no gerenciamento dos resíduos, pois também contribui para a geração de postos de trabalho para
catadores.
Como alguns materiais podem passar pelo processo várias vezes, são, ao mesmo tempo, recicláveis e
reciclados, como é o caso das garrafas PETs e de vidro.
Para permitir a reciclagem, ou a destinação alternativa aos aterros, os resíduos devem ser agrupados nas
categorias as seguir, conforme a destinação a ser dada em cada cidade.
Recicláveis: embalagens e produtos fabricados com materiais que podem voltar a indústria (plástico, papel,
vidro e metal).
Compostáveis: resíduos orgânicos que podem ser processados por organismos e devolvidos ao solo.
Perigosos: resíduos que requerem tratamento especial, incluindo medicamentos, pilhas e baterias,
aparelhos eletroeletrônicos, lâmpadas fluorescentes, entre outros.
Rejeito: resíduos ainda não aproveitáveis; só estes poderão ser aterrados, conforme a legislação vigente.
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 17
Toda essa produção era rigorosamente controlada. Caso algum fabricante não
cumprisse com a nova regra estabelecida, ele seria multado.
Estratégia de marketing e prática industrial em que um produto é deliberadamente projetado para deixar de
funcionar certo tempo após a compra, obrigando os consumidores a comprar outro.
Para se ter uma ideia de como o tempo de vida de uma lâmpada é um assunto
que causa polêmica até hoje, em maio de 2013, foi noticiado no Portal Terra
(http://forum.outerspace.terra.com.br/index.php?threads%2Fespanhol-%C3%A9-
amea%C3%A7ado-de-morte-por-criar-l%C3%A2mpada-que-n%C3%A3o-
queima.332943%2F) que o espanhol Benito Muros está sendo ameaçado de morte por
ter inventado uma lâmpada que não queima!
Outro caso interessante ocorreu em 1940, quando surgiu uma fibra sintética
revolucionária: o nylon. Ele começou a ser utilizado na fabricação de meias para as
mulheres, que ficaram muito satisfeitas, já que as meias eram extremamente resistentes
e não desfiavam.
O problema é que elas duravam demais, o que significava baixas vendas por
parte dos fabricantes. E mais uma vez, assim como as lâmpadas, as meias resistentes
pararam de ser fabricadas e foram substituídas por meias frágeis que estragam
facilmente.
“O desejo do consumidor de possuir algo um pouco mais novo, um pouco melhor, um pouco antes do
necessário”.
O antigo enfoque europeu era criar o melhor produto e que durasse para sempre.
O enfoque americano, por sua vez, foi criar o consumidor insatisfeito com o produto de
que já tenha desfrutado, para que o venda de segunda mão (ou mesmo o jogue fora) e
compre o mais novo com a “modelagem” atualizada.
Para saber mais, assista ao vídeo “Comprar, jogar fora, comprar: a história
secreta da obsolescência programada”. Disponível em:
http://ava.mma.gov.br/comprarjogarforacomprar
Para alguns autores, a sociedade de consumo é aquela que pode ser definida por
um tipo específico de consumo, o consumo de signo, como é o caso de Jean
Baudrillard em seu livro A sociedade do consumo. Para outros, a sociedade de
consumo englobaria características sociológicas para além do consumo de signo:
“A sociedade de consumo, como o próprio nome já diz, tem como seu personagem principal o consumidor. E
engloba características como: padrões de consumo massificados, aumento das taxas de consumo e de descarte
individuais de mercadorias, influência da moda nas relações sociais, sociedade de mercado e o sentimento
permanente de insaciabilidade alimentado pelo consumismo.” (Fonte: Sociedade de consumo (Lívia Barbosa))
lazer, alimentação e bens de consumo. Todo o estilo de vida desses grupos de status
era controlado e regulado, em parte, pelas leis suntuárias.
As leis suntuárias visam regular os hábitos de consumo. São feitas com o propósito de restringir o luxo e a
extravagância. Tradicionalmente, eram leis que regulavam e reforçavam as hierarquias sociais e os valores morais
através de restrições quanto ao gasto com roupas, alimentos e bens de luxo.
Assim, a roupa, o corpo, o lazer, a comida, o carro, a casa e outros são vistos
como indicadores de uma individualidade, ou seja, o que você escolhe representa a
sua vontade individual, ao invés de uma determinação de um grupo de status.
Como já foi comentado, todos os dias somos expostos pelos diversos tipos de
mídias a uma quantidade absurda de anúncios, que nos dizem o que vestir, o que
comer, aonde ir etc.
Ou seja, o que elas vendem em primeiro lugar não são os produtos, mas sim os
sentimentos positivos associados a eles.
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 26
Outro ponto importante de ser mencionado é que a moda é dominada pela lógica
das mudanças menores. É uma variação no interior de uma série conhecida, ou seja,
novas formas de combinação no interior de uma mesma estrutura. Ela possui como
princípio regulador e constante o gosto pela novidade e não a promoção de mudanças
fundamentais.
Para ficar mais clara essa questão, assista ao vídeo “O que é sustentabilidade”,
disponível em: http://ava.mma.gov.br/oqueesustentabilidade.
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 28
Valorização:
Para saber mais, assista ao vídeo “Consciente coletivo 10”, disponível em:
http://ava.mma.gov.br/conscientecoletivo10 e acesse o link: http://www.akatu.org.br.
Um europeu gasta de 140 a 200 litros por dia, um norte-americano, de 200 a 250
litros, enquanto em algumas regiões da África há somente 15 litros de água
disponíveis a cada dia para cada morador.
Diante disso, fica claro que é preciso otimizar o consumo de água de forma a não
causar desperdício!
Bom, água virtual é aquela utilizada para produzir qualquer produto ou serviço,
mas que não é calculada formalmente nos custos e despesas de um processo
produtivo, nem na compra e venda.
A produção de 1 Kg de:
Diante disso, um modelo de agricultura que está sendo cada vez mais difundido
no Brasil é a agroecologia. Esse sistema leva em conta um conjunto de fatores, como
a preservação da biodiversidade, o equilíbrio do fluxo de nutrientes, a conservação da
superfície do solo e a utilização eficiente da água e da luz. Além disso, inclui os fatores
sociais, como a geração de trabalho e renda, a promoção de educação, do
aperfeiçoamento técnico e da qualidade de vida, além do estímulo ao associativismo e
ao cooperativismo, de forma a reforçar o enraizamento das famílias rurais.
Poluição do solo
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 32
Uma das consequências desse uso é que o nitrogênio presente nos fertilizantes
pode se acumular no solo e ser transformado, por processos químicos, em nitrato, que
é um composto cancerígeno. Além disso, os fertilizantes geralmente contêm metais
pesados, como o cádmio, e que são extremamente agressivos. Por meio dos
alimentos que comemos podemos armazenar cádmio em nosso organismo, o que
pode favorecer a osteoporose. (Fonte: Consumo Sustentável: Manual de educação. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf).
Erosão do solo
A erosão é o processo de perda de solo que pode ser causado pela água (tanto
pelo impacto da chuva quanto pelo manejo da água para irrigação), vento, por práticas
agrícolas inadequadas associadas à mecanização, por estradas rurais sem
manutenção, estradas mal planejadas e empreendimentos imobiliários.
Essas partículas de solo, quando levadas pelas chuvas, podem chegar aos rios e
outros corpos d’água, causando assoreamento. Além da perda de solos propriamente
dita, os processos erosivos resultam na migração de matéria orgânica e de insumos
químicos (agrotóxicos e fertilizantes químicos) para outras áreas.
Assoreamento: acúmulo sedimentar de areia, terra, detritos etc. em rio, canal, lago, baía etc., diminuindo
sua profundidade e, no caso de águas correntes, causando redução ou obstrução da correnteza, o que por sua vez
torna mais intenso o processo, com prejuízo do equilíbrio ecológico, da economia e das condições ambientais
(dificuldade de navegação, enchentes etc.).
Poluição do ar
Inversão térmica
Chuva ácida
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Efeito estufa
Aquecimento global
Lixo
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Enchentes;
Doenças etc.
Exigir que o município faça o tratamento adequado dos resíduos através, por
exemplo, de coleta seletiva e reciclagem e estações de recebimento de
produtos tóxicos agrícolas e domiciliares.
Nunca jogar lixo nas praias. Esse lixo pode ser levado pela maré antes que a
limpeza adequada do local seja realizada.
Para saber mais, assista ao vídeo “Carona solidária: uma atitude positiva”,
disponível em: http://ava.mma.gov.br/caronasolidaria.
Dar preferência aos transportes coletivos que não emitam gases tóxicos, como
o trem e o metrô.
o Construir ciclovias;
Papelão, latas, vidros e plásticos também podem ser reciclados. Para facilitar o
trabalho de encaminhar material pós-consumo para reciclagem, é importante fazer a
separação no lugar de origem – a casa, o escritório, a fábrica, o hospital, a escola etc.
A separação também é necessária para o descarte adequado de resíduos.
Separe entre lixo seco e lixo úmido. Este é composto de resíduos orgânicos, já
aquele se refere aos resíduos que podem ser reciclados (papel, plásticos, metal e
vidro).
Deixar os pneus velhos nas oficinas de troca; pois elas são responsáveis pela
destinação final adequada;
Para saber mais a respeito dos impactos ambientais e quais são as possíveis
soluções, consulte o Manual de Educação Consumo Sustentável, disponível através do
endereço: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf.
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 43
Simplicidade voluntária
Muita gente hoje em dia está optando por uma nova postura, um modo de vida
mais simples e, ao mesmo tempo, mais pleno, relaxado e intenso, com maior
participação comunitária e menos materialista.
Ecovilas.
Elas ressaltam que o acúmulo de bens materiais não tem nada a ver com o bem-
estar individual. Em uma ecovila, ninguém tenta aumentar a própria renda. Nessas
comunidades, tudo é concebido e planejado com o objetivo de reduzir o uso energético
e o consumo de materiais.
Nas ecovilas a qualidade de vida tende a ser alta. Isso porque elas criam e
valorizam outros tipos de “capital”, acima de tudo o “capital social”, por exemplo:
relações humanas consistentes, identificação com o grupo e busca por objetivos em
comum, o trabalho não é apenas um meio para um fim, e sim uma parte prazerosa da
vida.
Além do mais, o modo de vida dos residentes de ecovilas não é apenas bom, é
sustentável também. Diversos estudos recentes confirmam que o impacto ambiental das
ecovilas é muito menor do que o das comunidades convencionais.
4. CRIANÇAS E CONSUMO
Desenvolvimento
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 45
Portanto, são nessas fases que os pais podem auxiliar imensamente na formação
da criança, transmitindo os valores positivos que foram apresentados nesse curso.
Período de Latência
Dos 5 aos 10 anos a criança volta-se para o mundo externo, como escola, jogos,
amizades e outras atividades fora do ambiente familiar, passando a buscar novos
ídolos e heróis fora de casa.
Justamente por isso é que a influência dos pais é mais importante ainda, visto
que as crianças conhecerão outros ambientes que não o familiar, e caso a formação
que os pais deram, e continuam dando a seus filhos, não seja consistente, as crianças
correm o risco de terem influências negativas advindas de outros ambientes que não o
familiar.
É a fase onde a transição está ocorrendo e não é mais criança, mas ainda não é
jovem (fase infanto-juvenil), desejando em alguns momentos permanecer num estado
de despreocupação, liberdade e aventura, e em outros, total inércia.
Adolescência
Erikson aponta como sendo a fase da Identidade X Confusão de Papéis, uma vez
que há um grande desejo de ser valorizado por possuir ou realizar algo que seja só
seu, algo inédito, que lhe traga um destaque no grupo; porém o medo de não ser
capaz está sempre presente.
É uma fase de muita criatividade, com críticas ao que acontece ao seu redor, ou
no planeta como um todo, tendo necessidade de falar sobre o que pensa, mas só
quando o desejar, como se precisasse constantemente provar sua liberdade de falar
ou calar-se.
Portanto, o ECA é uma lei (Lei nº 8.069/90) e define criança como o indivíduo com
até 12 anos (incompletos) e adolescente como o indivíduo de 12-18 anos.
Ou seja, é dever de todos garantir que a criança seja respeitada em seus direitos.
Ou seja, é dever de todos garantir que a criança seja respeitada em seus direitos,
entretanto é a família a maior responsável por isso.
Muitas vezes, a busca e a não realização dos ideais propostos pode contribuir
para que um indivíduo entre em apatia ou mesmo depressão. Induzidas pela lógica da
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 49
Para crianças e adolescentes, o risco dessa falsa verdade é ainda maior: caso
não consigam obter tais objetos ou serviços, eles podem ficar deprimidos, tendem a
buscar substitutos para a insatisfação, distanciando-se do contato afetivo familiar e
deixando-se absorver pelas promessas de felicidade instantânea veiculadas nas
mídias.
Outro fator importante que pode trazer consequências negativas para a criança
(futuro adulto) é a permissividade dos pais quando se trata de consumir.
Por isso é importante que os pais sejam firmes ao negar algo aos filhos o que
eles acham que não irá contribuir de forma positiva para a formação deles. É
importante para as crianças lidarem com frustrações e obstáculos para que possa se
desenvolver de forma independente quando adulto.
5. PUBLICIDADE INFANTIL
Figura 32: “Agora que sua mãe não está aqui, vou confidenciar um segredo. Amanhã faça que te comprem
o modelo mais recente...”
Para deixar mais claro o poder de influência das mídias sobre seus filhos, assista
ao vídeo “Criança, a alma do negócio (Parte 1)”, disponível em:
http://ava.mma.gov.br/criancaaalmadonegocioparte1.
De acordo com a escritora e educadora Ann Cooper, todo esse problema teve
início nos EUA após a Segunda Guerra Mundial.
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 54
Diante dessa situação fique atento à alimentação das crianças, há várias formas
de incentivá-las a comerem de forma saudável. Veja algumas sugestões a seguir:
Evite dar dinheiro para seus filhos comprarem lanche na escola, prepare uma
lancheira com alimentos saudáveis para eles.
Dê o exemplo. É muito importante que seu filho veja seus hábitos alimentares
saudáveis para poder repeti-los.
Ainda que muitos produtos não sejam tipicamente do universo infantil ou usados
por crianças, é bastante comum que a publicidade dos produtos e serviços se utilize
de recursos de fantasia, animação, personagens licenciados, músicas infantis, dentre
outros recursos atrativos às crianças. Esta estratégia contribui para induzi-las ao
desejo incessante e insaciável de diversos produtos.
Por outro lado, o público dos 13 aos 18 anos distingue o real do fantástico e pode
seguir o modelo de comportamento do seu personagem favorito, que na maioria das
vezes é divertido e denota muita ação. Em ambos os casos, o adolescente participa
ativamente da divertida brincadeira do comercial de TV, seja cantando, desenhando,
participando de concursos etc.
Constituído por publicitários e profissionais de outras áreas, o Conar é uma organização não governamental
que visa promover a liberdade de expressão publicitária e defender as prerrogativas constitucionais da propaganda
comercial.
As denúncias são julgadas pelo Conselho de Ética, com total e plena garantia de direito de defesa aos
responsáveis pelo anúncio. Quando comprovada a procedência de uma denúncia, é sua responsabilidade
recomendar alteração ou suspender a veiculação do anúncio.
O Conar não exerce censura prévia sobre peças publicitárias, já que se ocupa somente do que está sendo
ou foi veiculado.
Mantido pela contribuição das principais entidades da publicidade brasileira e seus filiados – anunciantes,
agências e veículos –, tem sede na cidade de São Paulo e atua em todo o país. Foi fundado em 1980.).
O Conar não aplica leis e não pode penalizar as empresas, aplica apenas as
penalidades existentes no código que ele mesmo criou, já os órgãos estatais aplicam
leis, e, inclusive, podem levar as questões ao Poder Judiciário.
Esse tipo de argumento é frágil e faz com que, na prática, a lei não seja seguida
e as crianças continuem sendo bombardeadas pela publicidade.
Suécia
Inglaterra
É proibido o uso de efeitos especiais que insinuem que o produto possa fazer
mais do que efetivamente faz.
Bélgica
Estados Unidos
Alemanha
Noruega
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Canadá
Irlanda
Dinamarca
Holanda
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Itália
Grécia
(Fonte: http://biblioteca.alana.org.br/banco_arquivos/Arquivos/downloads/ebooks/por-que-a-
publicidade-faz-mal-para-as-criancas.pdf)
Em casa
Você pode criar o hábito de fazer coisas junto com seus filhos que não
envolvam as mídias, como, ler, contar histórias, jogar cartas, brincar com
jogos de tabuleiro, cozinhar juntos, tocar instrumentos etc.
Na comunidade
Nas escolas
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 69
Não dar dinheiro para o lanche, evitando que a criança compre refrigerante e
alimentos ultra-processados ou salgadinho industrializados sem valor nutritivo.
Enquanto cidadãos
Você deve compreender que seu próprio uso de mídia pode ter efeitos
negativos sobre seus filhos. Uma televisão direcionada a você que esteja
ligada quando uma criança pequena está no cômodo distrai tanto você como
ela.
Dividir o tempo frente à TV com outros membros de sua família pode levar a
conflitos, mas também pode ajudar seus filhos a aprender regras importantes
como negociação, cooperação e comprometimento.
Às vezes na correria do dia a dia, nesse mundo cada vez mais agitado em que
vivemos, nos falta tempo para conversar com as crianças. Entretanto, tente se dedicar
o máximo possível para reservar um tempinho de diálogo com seus filhos. Afinal de
contas, a publicidade, e a sociedade em geral, estão o tempo todo conversando com
ele.
Além destas, outras atitudes podem contribuir para a proteção das crianças frente
ao consumismo:
"Os pais não podem dar duplo comando: ter um discurso diferente da prática.
Fazer um combinado com o filho na hora de ir às compras e sair do shopping
cheio de sacolas. Têm que ser coerentes", diz Laís Fontenelle Pereira, psicóloga
do Instituto Alana.
É importante explicar a seu filho que a publicidade tem como objetivo fazer com
que ele compre produtos nem sempre necessários. E que para isso, muitas
vezes, tenta criar hábitos e valores que não são saudáveis para uma criança.
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 72
Crianças entre três a seis anos devem receber pouco dinheiro, de preferência
apenas uma vez por semana. O ideal é que se crie um calendário para que elas
aprendam sobre a noção de tempo.
A partir dos doze anos, os adolescentes podem passar a receber mesada com
valor certo, e para que lhe seja concedido um aumento, os pais devem incentivá-los a
justificarem por que eles precisam ter mais dinheiro.
CRIANÇAS
Brincadeiras
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 74
Respeitar o tempo das crianças e permitir que até os 12 anos elas vivenciem
todas as fases do desenvolvimento com plenitude é uma maneira de fortalecê-las. O
brincar é essencial nesse período.
Então, atenção: brincadeira é coisa séria! Além de toda a relevância que o brincar
tem na formação de cada ser humano, há ainda os impactos do consumo desenfreado
de produtos infantis que muitas vezes são tidos como imprescindíveis para atividade
lúdica. Será que são mesmo?
Incentive seu filho a desligar um pouco a TV, a internet e sair para rua em busca
de espaços divertidos para brincar. Além de não gastar quase nada, um passeio na
praça ou no parque pode ajudá-lo a fazer novos amigos e aprender brincadeiras
diferentes. Mas alerte-o de que a cidade é de todos! Nada de lixo na rua!
Ganhou, doou!
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 76
Para que os armários não fiquem cheios de coisas guardadas que as crianças
não usam mais e ocupem espaço, que tal fazer um combinado com seu filho? Para cada
brinquedo ou roupa nova que ele ganhar ou comprar que tal doar aquilo que ficou antigo
para outras crianças? E o mais legal é que para o novo dono, tudo será novo de novo!
Será que eles precisam de todas as coisas e podem comprar tudo o que querem?
Por isso, que tal combinar primeiro o que vai ser comprado ou se será comprado
algo antes de levar seu filho para passear num shopping ou supermercado? Assim,
ninguém fica triste. Outra ideia bacana é fazer uma economia junto com seu filho para
comprar algo que ele quer muito ou escolher uma data bem especial para esse
presente.
Será que seu filho pode escolher o lanche de maneira mais saudável e que não
deixe tanto lixo?
Frutas, sucos naturais e sanduíches feitos em casa são uma boa opção para a
saúde deles e para a natureza. Uma boa ideia é incentivá-lo a escolher lanches não só
pelos personagens que estão nas embalagens, mas pelas coisas boas que esses
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 77
alimentos podem trazer para a saúde deles. Usar lancheiras ou potinhos também
contribui para diminuir o lixo.
Você sabia que crianças de outros lugares e países adoram trocar coisas em
feiras?
Praias, bosques, trilhas, lagos, rios. Tudo isso existe na vida dele, mas parece
esquecido. Sugira que ele se passe por um detetive e redescubra espaços ao ar livre
para brincar. A curiosidade e imaginação são muito importantes para a criança. Muitas
vezes é preciso que ela desligue os botões da TV, da internet e dos jogos eletrônicos
para descobrir novidades da natureza e da imaginação dela.
CRIANÇAS E O CONSUMO SUSTENTÁVEL 78
Proponha a seu filho tentar dar um final mais feliz para as embalagens.
Quase tudo que compramos hoje vem dentro de uma embalagem que pode ser
caixa, garrafa, saquinho ou lata. E para onde vão todas essas embalagens?
Para o lixo! Mas seu filho pode dar um destino mais feliz para elas! Estimule seu
filho a separar as embalagens por material (plástico, vidro, papel e metal) antes de
jogar no lixo, pois assim elas poderão se recicladas e transformadas em coisas novas.
Outra ideia é reutilizar as embalagens: caixas, por exemplo, podem ser úteis depois de
vazias. Encoraje seu filho a criar, inventar, usar de novo!
Depois de apresentar todas essas dicas, ainda falta uma, a mais importante:
Se você é consumista, como impedir que seus filhos queiram comprar coisas o
tempo todo?