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Tipologia Textual: Conheça Os 5 Tipos Textuais e as Principais

Características e Regras Gramaticais de Cada Tipo

Primeiro, vamos entender o que é uma língua. Para Marcuschi (2005) a língua é uma

“atividade social, histórica e cognitiva”. Uma língua só existe a partir das interações entre

seus falantes e essas interações se dão através de determinados “modelos” adaptados às mais

diversas situações comunicativas. Dizemos que esses modelos ou “ações sócio-discursivas”

são os géneros textuais ou gêneros discursivos; são textos nas formas que encontraremos em

nosso quotidiano, definidos por sua composição usual, suas funções comunicativas, estilo etc. 

Quando você fala de um gênero discursivo estará falando de uma carta, de uma entrevista, de

uma aula expositiva, de um chat etc.


São duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa
vida, seja na forma oral ou escrita.

Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou


seja, seguem regras gramaticais, algo mais formal.

Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando
em consideração a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de
comunicação. São inúmeros os gêneros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião,
carta do leitor, noticia, biografia, seminário, palestras, etc.

O Que É Tipologia Textual?

Para começarmos o nosso estudo mais aprofundado desta nossa competência devemos

primeiro saber o que é um tipo textual. Equivocadamente no nosso dia-a-dia ao lermos, por

exemplo, uma receita ou um e-mail, dizemos que ambos se constituem em tipos de textos,

quando na verdade estes textos são gêneros textuais com finalidades e estruturas específicas

para comunicar algo.

O tipo textual se constitui de forma mais restrita e mais estável que os gêneros, e classifica-

se em: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo e expositivo. Por exemplo, dentro de um


texto que classifico como narrativo, posso encontrar vários gêneros como: carta pessoal,

conto, fábula, romance, novela, etc. Ou seja, a tipologia textual não dá conta da quantidade de

textos existentes dentro das nossas atividades comunicativas, mas nos guia para um tipo de

sequência de base, e assim nos ajuda para a produção textual coerente e coesa. Ainda

utilizando o texto narrativo como exemplo, a sequência de base deste tipo textual tem como

traço central a organização temporal dos fatos. E assim, “ (...) entre as características básicas

dos tipos textuais está o fato de eles serem definidos por seus traços linguísticos

predominantes.” (MARCHUSCHI, 2002, p. 27)


Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com
as regras gramaticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas
de um texto: A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também
a exposição e a injunção. Ao todo são 5 (cinco) tipos textuais.

Géneros Textuais

Ao pensarmos em uma definição de géneros textuais, temos que ter em mente a


palavra ação, ou seja, eles são os textos produzidos socialmente dentro de uma situação
comunicativa, inseridos num tempo e espaço e com uma finalidade. A apropriação dos
géneros textuais é fundamental para socialização, uma vez que, visa efetivar o processo
comunicativo. Estes não podem ser classificados numa lista fechada, visto que, os mesmos
são atividades socioculturais construídos num tempo, por isso são relativamente estáveis.

Os géneros se reinventam conforme mudanças históricas, por exemplo, uma


conversa por telefone em que os interlocutores começam a conversa com um “alô”, só foi
possível após a invenção do aparelho. Assim acontece com os gêneros textuais que surgiram
após o computador como: e-mail, chat, blog, etc., denominados de hipertextos.

Outro ponto importante no estudo dos gêneros textuais é a sua adequação para as
situações e contextos, pois cada gênero deve ser usado conforme a situação social, que o
tornará adequado para a mesma. Por exemplo, numa reunião de negócio em que alguém
apresenta um conteúdo sério sobre a empresa, não cabe a quem está assistindo contar uma
piada, pois esta atitude seria no mínimo considerada uma falta de educação. Podemos concluir
que não basta apenas saber produzir um gênero textual, mas também saber adequá-lo a um
contexto comunicativo.

TIPOS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS

1. Constructos teóricos definidos por 1. Realizações linguísticas concretas


propriedades linguísticas intrínsecas. definidas por propriedades socio
comunicativas.

2. Constituem sequências linguísticas 2.Constituem textos empiricamente


ou sequências de enunciados no interior dos realizados cumprindo funções em situações
gêneros e não são textos empíricos. comunicativas.

3. Sua nomeação abrange um 3. Sua nomeação abrange um


conjunto limitado de categorias teóricas conjunto aberto e praticamente ilimitado de
determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, designações concretas determinadas pelo
relações lógicas, tempo verbal. canal, estilo, conteúdo, composição e função.

4. Designações teóricas dos tipos: 4.Exemplos de gêneros: telefonema,


narração, argumentação, descrição, injunção e sermão, carta comercial, carta pessoal, aula
exposição. expositiva, romance, reunião de condomínio,
lista de compras, conversa espontânea,
cardápio, receita culinária, inquérito policial
etc.

Para começarmos a distinção devemos lembrar que a interação social não seria possível sem a
utilização de textos, a produção de gêneros serve para um determinado propósito
comunicativo. Entendemos que, “ (...) texto é uma entidade concreta realizada materialmente
e corporificada em algum gênero textual.” (MARCHUSCHI, 2002).

Neste tópico, é importante esclarecer a diferença entre tipos e géneros textuais, visto
que, há uma confusão em distingui-los, e equívocos acontecem, muitas vezes, pela falta de
clareza entre os dois conceitos.

No quadro acima, encontramos os tipos textuais dentro de um âmbito mais teórico,


dividido em categorias mais estáveis como: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo,
dissertativo e expositivo. O que distingue um tipo textual do outro são as relações lógicas, os
aspectos lexicais, o tempo verbal utilizado, e a sintaxe. É importante frisar que tipo textual
não é texto! Ou seja, não é o texto concreto que utilizamos no nosso dia-a-dia, e sim teorias
que norteiam a produção textual.

Os géneros textuais, por sua vez, estão mais próximos do nosso dia-a-dia permeando
nossas vidas quotidianas com cartas pessoais, telefonemas, cardápio e etc., ou seja, os géneros
constituem-se em textos materialmente corporificados, não estão na teoria, circulam dentro de
nossas interações sociais, fazendo parte do nosso quotidiano e servindo a um propósito
comunicativo concreto. Podemos concluir que, tipos textuais, como são restritos a seis
categorias, não dão conta da diversidade de textos produzidos socialmente, e não podem ser
considerados textos, enquanto os géneros textuais estão mais próximos da nossa realidade, se
concretizam no momento em que nos comunicamos com o mundo.

NARRAÇÃO
Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou
aconteceu com outros, pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos
contar/relatar. Seja na forma escrita ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem
desde os tempos das cavernas quando o homem registrava seus momentos através dos
desenhos nas paredes.

Regra gramatical para este tipo de texto (NARRAÇÃO):

Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São


apresentadas ações e personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.

Segue a seguinte estrutura:

Personagens (com quem/ quem vive a história – reais ou


NARRAÇÃO/NARRAR  imaginários)  
(CONTAR) Enredo (o que/ como – fatos reais ou imaginários)  
Espaço (onde? /quando?)

Exemplo:

Minha vida de menina

Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como
está, coitadinha e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se
esquecerá de sua avozinha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e
eu larguei dos braços dela e vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.

Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece
de mim e de meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por
tudo, aqui nesta hora, que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e
que me quer tanto.

Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas
lições? Então vá se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus".
Helena Morley

DESCRIÇÃO
A intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma
imagem do que está sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição.
São eles:

A-) A enumeração:

Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma
ideia de ausência de ações dentro do texto.

B-) A comparação:

Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que
percebemos, podemos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o
leitor associe a imagem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor.
Utilizamos comparações do tipo: o objeto tem a cor de..., sua forma é como..., tem um gosto
que lembra..., o cheiro parece com...., etc.

C-) Os cinco sentidos:

Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos
utilizando também os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para
criação desta imagem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o
local ou a pessoa descrita.

Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa
praia. O que você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza
das pessoas à sua volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons
produzidos pelas pessoas ao redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não
somente estes dois, você pode utilizar também os outros sentidos para caracterizar o objeto
que você quer descrever.

Regra Gramatical para este tipo de texto (Descrição):Descrever é apresentar as


características principais de um objeto, lugar ou alguém.

Pode ser:

Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo


de descrição não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se
privilegiar o que é visto, em detrimento do sujeito que vê.

Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos


de quem descreve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que
foi descrito.
Características do texto descritivo

É um retrato verbal;

 Ausência de acção e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases;


 As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções
adjetivas;
 Como na narração há a utilização da enumeração e comparação;
 Presença de verbos de ligação;
 Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado);
 Emprego de orações coordenadas.

A estrutura do texto descritivo

A descrição apresenta três passos básicos:

1. Introdução: apresentação do que se pretende descrever.


2. Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
3. Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Exemplo:

Alguns dados sobre Rudy Steiner

“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado,
olhos azuis esbugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava
sempre com fome. Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”

DISSERTAÇÃO

Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é
debater. Este tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista,
predomina a apresentação detalhada de determinados temas e conhecimentos.

Para construção deste tipo de texto há a necessidade de conhecimentos prévios do


assunto/tema tratado.

Regra gramatical para esse tipo de texto (Dissertação):

Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um


ponto de vista sobre um tema, por meio de argumentos.

Estrutura da dissertação
ARGUMENTATIVA 
EXPOSITIVA 
Predomínio do uso de argumentos,
Predomínio da exposição,
visando o convencimento, à adesão do
explicação
leitor.
Apresentação do assunto sobre Apresentação do assunto sobre o qual se
Introdução o qual se escreve (Apresentação escreve (apresentação da tese) e do ponto
da tese). de vista assumido em relação a ele.
Exposição das informações e
A fundamentação do ponto de vista e sua
conhecimentos a respeito do
Desenvolvimento defesa com argumentos. (Defende-se a
assunto (é o momento da
tese proposta)
discussão da tese)
Finalização do texto, com o Retomada do ponto de vista para fechar o
Conclusão
encerramento do que foi dito texto de modo mais persuasivo

Exemplo:

Redução da maioridade penal, grande falácia

O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança
na maioridade penal.

Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi


praticado por um adolescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos
27 do CP, 104 do ECA e 228 da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela
redução da maioridade penal, mas logo descobrirá que a criminalidade continuará a existir,
e haverá mais discussão, para reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a legislação de 57
países, constatou-se que apenas 17% adotam idade menor de 18 anos como definição legal
de adulto.

Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos,


estamos admitindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e
não lhes deu a proteção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que
retira o indivíduo infrator da sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o,
para depois reintegrá-lo. Com a redução da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário
entrará em colapso.

Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o
patrimônio ou por atuarem no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por
atentarem contra a vida. Afirmar que os adolescentes não são punidos ou responsabilizados
é permitir que a mentira, tantas vezes dita, transforme-se em verdade, pois não é o ECA que
provoca a impunidade, mas a falta de ação do Estado. Ao contrário do que muitos pensam,
hoje em dia os adolescentes infratores são punidos com muito mais rigor do que os adultos.

Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a


modificação do disposto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia,
pois o artigo 60, § 4º, inciso IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de
deliberação de emenda à Constituição os direitos e garantias individuais, pois se trata de
cláusula pétrea.

A prevenção à criminalidade está diretamente associada à existência de políticas


sociais básicas e não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a
criminalidade, mas sim a certeza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão social. 
Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013 
Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013

EXPOSIÇÃO
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa
e esclarece sem a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.

Regras gramaticas para este tipo textual (Exposição):

Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos;
expõe ideias; explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que
haja sua opinião a respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos
verbos está no presente do indicativo.

INJUNÇÃO
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como
por exemplo quando adquirimos um aparelho eletrónico e temos que verificar manual de
instruções para o funcionamento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou
ainda quando lemos a bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. Os textos
injuntivos são aqueles textos que nos orientam, nos ditam normas, nos instruem.

Regras gramaticais para este tipo de texto (Injunção):

Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica
principal a utilização de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:

-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma


ordem.

-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma


imposição.

Exemplo:

BOLO DE CENOURA

Ingredientes 
Massa 
3 unidades de cenoura picadas 
3 unidades de ovo 
1 xícaras (chá) de óleo de soja 
3 xícaras (chá) de farinha de trigo 
2 xícaras (chá) de açúcar 
1 colheres (sopa) de fermento químico em pó 
Cobertura 
1/2 xícara (chá) de leite 
5 colheres (sopa) de achocolatado em pó 
4 colheres (sopa) de açúcar 
1 colher (sopa) de Margarina 
Como fazer 
Massa 
Coloque os ingredientes no liquidificador, e acrescente aos poucos a farinha. 
Leve para assar em uma forma untada. 
Depois de assado cubra com a cobertura. 
Cobertura 
Misture todos os ingredientes e leve ao fogo e deixe ferver até engrossar.

Breve Resumo Para Fixação


Narração: Personagens, Enredo, Espaço...

Descrição: Enumeração, Comparação, Retrato Verbal...

Dissertação: Expositiva, Argumentativa, Debater...

Injunção: Instrucional (Manuais, Receitas, Bulas...)

Exposição: Fatos, Impessoal (Notícias Jornalísticas)

Ainda, conforme Marcuschi (2005), os géneros se caracterizam por exercer uma


função social específica (qualidade esta que os diferencia do tipo textual). Os usuários de uma
língua, intuitivamente, sabem qual género usar em momentos específicos de interação, de
acordo com a função social dele. Imagine, por exemplo, que você precise deixar um recado
para seu irmão que não se encontra em casa. Nessa situação, você, intuitivamente, poderá
lançar mão do gênero “bilhete”, que corresponderá à expectativa e cumprirá sua função social.

Entendeu que, conforme a necessidade, você recorre a um gênero específico? Pois é,


cada género poderá ser enquadrado nas seguintes esferas tipológicas:

1. TIPO NARRATIVO:

Contos, contos de fadas, fábula, lenda, crónica, ficção científica, novela, biografia,
anedota etc.
A marca fundamental do Texto Narrativo é a existência de um enredo, do qual se
desenvolvem as ações das personagens, marcadas pelo tempo e pelo espaço.

Assim, a narração possui um narrador (quem apresenta a trama), as personagens


(principais e secundárias), o tempo (cronológico ou psicológico) e o espaço (local que se
desenvolve a história).

Sua estrutura básica é: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.

2. TIPO DESCRITIVO:
O Texto Descritivo expõe apreciações e observações, de modo que indica aspectos,
características, detalhes singulares e pormenores, seja de um objeto, lugar, pessoa ou fato.
Dessa maneira, alguns recursos linguísticos relevantes na estruturação dos textos
descritivos são: a utilização de adjetivos, verbos de ligações, metáforas e comparações.

3. TEXTO DISSERTATIVO
O Texto Dissertativo busca defender uma ideia e, logo, é baseado na argumentação e
no desenvolvimento de um tema.

4. TIPO EXPOSITIVO:
Conferências, seminários, resenhas, relatório científico, comunicação oral, entrevista
de especialista, exposição oral etc.

5. TIPO ARGUMENTATIVO:
Ponto de vista, carta de leitor, carta de solicitação, carta de reclamação, artigo de
opinião, crônica argumentativa, editorial, debate regrado, editorial, ensaio, assembleia,
discurso de defesa, discurso de acusação etc.

6. TIPO INJUNTIVO
Instruções de uso, instruções de montagem, receitas, regulamentos, regras de jogo,
propaganda, bula de remédio, fatura de água, luz, telefone etc.

Determinados capítulos de livros de autoajuda, manual de instruções de um


eletrodoméstico, receita de bolo, bula de remédio etc.
Como deve ter observado, os géneros são inúmeros, pois estão vinculados ao
domínio de nossa atividade humana. Eles refletem as condições específicas e as finalidades de
nossas atividades. Além disso, conforme já afirmamos, são mais as funções comunicativas
que caracterizam os gêneros do que suas particularidades linguísticas e estruturais (ainda que
esses elementos não sejam excludentes).

Tipos de texto Géneros orais e escritos


Narração Conto, fábula, lenda, mito, biografia, romance, novela,
piada, crônica, notícia, relato...
Argumentação Editorial, carta de leitor, assembleia, debate, resenha,
ensaio, texto de opinião...
Exposição Artigo científico, seminário, palestra, verbete,
reportagem, resumo, fichamento...
Injunção Manual de instruções, receita de bolo, regulamento,
regras de jogo, receita médica...
Descrição Laudo, guia de viagem, perfil em comunidade virtual,
relatório, texto publicitário...

Texto
A comunicação faz-se por meio de texto (orais ou escritos), produzidos por um ou
por vários emissores (a que também se pode chamar autores, sobretudo quando se trata de
textos literários).
Os textos são produzidos em determinado contexto social (Ex.: jornalístico,
académico-cientifico, literário), em situações concretas e com determinadas intencionalidade
comunicativas (ex.: informar, explicar, expressar uma opinião ou um sentimento, convencer).
Trata-se de unidades comunicativas globais, isto é, de unidade com sentido completo
(funcionando como um todo com princípio, meio e fim), e que são organizadas logicamente e
construídas de acordo com as regras de determinado modelo (género de texto). Possuem uma
estrutura própria, que depende do género de texto.

Texto Narrativo
CATEGORIAS DA NARRATIVA
Relevo  Central
 Secundária
1. Acção Delimitação  Fechada (solucionada até ao
pormenor)
 Aberta (acção não solucionada, isto
é, não se conhece o
desfecho)
Organização  Encadeamento (estabelece entre as
Das sequências acções uma relação de causa / efeito)
narrativas  Alternância (várias sequências
narrativas vão-se alternando entre si
e só posteriormente mostram
pertencer à mesma história
 Encaixe (introdução de uma acção
noutra)
Relevo  Central (Protagonista / Antagonista)
 Secundária (intervém sem ter papel
2. Personagens de destaque)
 Figurante (figura decorativa; não
intervém na acção)
 Tipo (representa um grupo social.)
Caracterização  Directa (feita pelo narrador, pela
própria personagem acerca de si
própria, ou por outras personagens);
 Indirecta (deduções feitas pelo leitor
acerca da personagem, a partir de
atitudes ou acções da personagem).
3. ESPAÇO Físico O lugar onde decorre a acção.
Existências condicionadas pelo estado
emocional das personagens. (Ex: um
Psicológico acidente pode tornar-se um espaço
psicológico de medo e angústia).

Meio social a que pertencem as personagens


Social
Cronológico Tempo que pode ser contabilizado em
horas, dias meses ou anos.
4. TEMPO Histórico Enquadramento histórico das acções em
épocas (por exemplo, Escravatura,
colonialismo, II Guerra Mundial, etc.)
Psicológico Tempo filtrado pelas emoções das
personagens podendo ser longo ou curto,
consoante o estado de espírito.
Do discurso O narrador pode apresentar os
acontecimentos de forma linear (isocronia),
fazer recuos no tempo para relatar factos
anteriores ao presente da acção (analepse),
antecipar acontecimentos (prolepse), dar
saltos no tempo, omitindo acontecimentos
(elipse), ou relatar os acontecimentos de
forma breve, de modo a que a velocidade do
tempo do discurso seja superior à do tempo
cronológico (resumo ou sumário). Se o
tempo não for linear, estamos perante uma
anisocronia.
Presença Autodigético – Participante na acção como
protagonista;

Homodiegético – Participante como


5. Narrador personagem secundária;

Heterodiegético – Não participante na acção


Posição Objectivo - narra sem tomar posição, não dá
opinião;

Subjectivo - narra os acontecimentos,


declara ou sugere a sua posição,
intrometendo-se na história, faz
comentários...
Ciência Omnisciente - sabe tudo o que se passa na
história, até os pensamentos e emoções das
personagens;

Não omnisciente - só narra aquilo que vê.


6. MODOS DE Narração Momentos de acção
REPRESENTAÇÃ Descrição Momentos de pausa ou catálise narrativa.
O DA NARRATIVA
Reflexão, O narrador faz uma reflexão sobre o
comentário acontecimento ou emite opiniões sobre o
ocorrido.
Diálogo Falas das personagens em discurso directo
(por vezes, o narrador opta por reproduzir
essas falas, aparecendo, assim, discurso
indirecto)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MARCUSCHI,António. Géneros Textuais: definição e funcionamento.In Dionísio, Ângela et

al. Géneros Textuais e Ensino.Rio de Janeiro,2002.

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