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'11 vida seria infinitamente mais feliz se pudéssemos nascer com 80 anos
e fôssemos lentamente atingindo os 18."
MarkTwain
Toda organização possui uma cultura própria que a identifica e que forma o
conjunto que realça os seus costumes - seu way of life -, suas crenças e seus valores.
É pela sua cultura que uma empresa fixa a marca do seu perfil e também orienta
ou controla o comportamento daqueles que a formam.
Ao tratarmos dos indivíduos dizemos, que cada pessoa tem a sua própria cultura
e a sua própria personalidade, características que os diferenciam dos demais. Nas
organizações é possível traçar uma analogia com os indivíduos, já que cada empresa
tem a sua própria cultura e a sua própria sintalidade, 1 que a torna igualmente dife-
renciada das demais.
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i~i Parte 3 O Recursos humanos em nível estratégico
2
ULLMANN, R Antropologia: o homem e a cultura. Rio de Janeiro: Vozes, 1991.
3
LARAIA, R de B. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p. 90.
4
MOTTA, F. C. P. ln: FREITAS, Maria Ester. Cultura organizacional. São Paulo: Makron Books, 1991.
5
SCHEIN, E. Organizational culture and leadership. California: Jossey-Bass Publisher, 1997.
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Capítulo 23 O Cultura organizacional t93
É interessante notar que esse conceito traz à tona reflexões que precisam ser con-
sideradas pela importância, enquanto parâmetros de comparação e de avaliação de
grupos. Não há grupos de trabalho sem cultura ou sem um mínimo resquício (seria
apenas um agregado de indivíduos e não um grupo), assim como não há que se falar
em cultura fora da observação grupal. Para esclarecer mais detalhadamente o que
Schein explica como ((cultura organizacional': vamos analisar a Figura 23.1, a qual
tem o papel de elucidar com maior profundidade o processo de formação de uma
cultura. Nela, é possível concluir que uma cultura se forma de maneira consensual, à
medida que os membros de um grupo encontram uma resposta adequada ao padrão
do grupo a que pertence e, em aceitando essa solução, passa não só a adotá-la, mas,
principalmente, a difundi-la para os demais membros como o ((padrão ideal" para
obter a resposta desejada naquele particular.
O looping que se forma na repetição constante dessa prática cria o conjunto de
valores e crenças que denominamos "cultura organizacional". Esse conjunto é obvia-
mente mutável, dinâmico e dependente das mudanças dos cenários que permeiam
o interno e o externo da empresa, fazendo com que se entenda a cultura como um
processo constante de adaptação às contínuas mudanças que o tempo e o espaço
produzem por meio das mutações dos próprios sistemas de valores que o sustentam.
Um Valor _ le_
va____ Co mpo rta menta ,______._
u_ e _c_na
_ u_
m_a_ So Iução
que produz
na medida em ue é Pressuposto
respostas aprendidas
subjacente
(como são as coisas realmente)
como
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1~4 Parte 3 O Recursos humanos em nível estratégico
Seriedade e honestidade 90
Valores organizacionais Peso 0/o
-----------
ºcliente acima de tudo 90
Preocupação com a qualidade 80
Segurança 80
Imagem da empresa 70
Relacionamento interpessoal 60
Prioridade para o planejamento em curto prazo 50
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Capítulo 23 O Cultura organizacional L9Ó
6
ULLMANN, 1991, p.195.
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1~ij Parte 3 O Recursos humanos em nível estratégico
23.6 Contracultura
O fenômeno da contracultura acontece quando é observada a adversidade
entre um sistema de valores e outro. Quando surge entre os componentes da es-
trutura organizacional a necessidade ou o sentimento de valores contraditórios
àqueles já instalados, inicia-se o movimento - consciente ou inconscientemente -
da contracultura.
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Capítulo 23 O Cultura organizacional t91
Ullman 7 define a contracultura como uma manifestação, por parte de grupos
maiores ou menores, de cunho reacionário contra valores culturais tradicionais, que
revelam insatisfação, daí a busca por inovação.
Atitudes de não integração ou não participação entre áreas de trabalho podem
estar sinalizando, no fundo, um resquício de contra-cultura ou de "contra-acultura-
ção': isto é, de resistência à adoção de valores comuns para o atingimento de objetivos
comuns.
7
lJLL~, 1991,p.322.
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1~~ Parte 3 O Recursos humanos em nível estratégico
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FREITAS, M. E. Cultura organizacional: formação, tipologias e impacto. São Paulo: Makron Books, 1991.
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Capítulo 23 O Cultura organizacional t99
O Definição de perfis compatíveis com os valores que orientarão o R&S.
O Desenho de programa de treinamento e de desenvolvimento que passam a
enfatizar a história da organização, incluindo depoimentos de heróis e fil-
mes que fazem o primeiro trabalho de inculcação socializante.
O Elaboração de sistemas de recompensas e status que visam a premiar não so-
mente a competência, mas também - e às vezes principalmente - a lealdade
e o comprometimento com os valores esposados.
O Definição de carreiras e critérios para avaliação, buscando reforçar a filoso-
fia, as crenças e os mitos existentes.
O Recuperação de ((desviantes", esclarecendo e aconselhando quanto às nor-
mas de comportamento exemplar.
O Preparação de solenidades para celebrar heróis e destacar o reconhecimento
do comportamento exemplar.
O Veiculação de histórias que revigorem os valores, as prioridades, os mitos
eleitos etc.
O Definição e interpretação de mensagens adequadas através da "imprensa internà:
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