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Campo Grande/MS
2013
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1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
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Seguindo por este viés, Lukács caracteriza o heroi de Scott que também
segue sua tendência mediadora:
Lukács traz uma citação de Belinski, que analisou algumas obras de Scott ,
que diz, entre outras coisas que “o herói da epopeia é a própria vida, e não o
homem” (BELINSKI apud LUKÁCS Pp.52) como justificativa ao fato de Scott não
exaltar seu heroi, deixando quase que como pano de fundo para outras histórias e
personagens. Desta forma, ele apresenta as grandes crises da vida histórica por
meio de um heroi que precisa mediar os extremos da luta presente no romance que
representa uma sociedade de modo ficcional.
Lukács ainda discorre sobre Tostói, destacando que sua genialidade está em
selecionar e figurar episódios das campanhas de napoleônicas de modo que a
condição do exército, e por consequência do povo russo, fossem expressas de
maneira precisa. Contudo, Tolstói se perde quando tenta tratar dos problemas
políticos e estratégicos da guerra, atribuindo a Napoleão uma atitude historicamente
falsa e desta forma não o compreendendo historicamente e fazendo isso também
por razões literárias. Tolstói, na visão de Lukács, era grande demais para deixar um
sucessor, então, quando o seu material ultrapassa o que é passível de figuração
ficcional, ele “abandona” a literatura e lida com o tema por meio de conceitos.
Assim, para ele, o representante mais eficaz deste estilo seria Tolstói, com
Guerra e Paz, obra que perpassa o realismo histórico novecentista. Jameson elenca
as características do romance histórico recorrendo a Paul Recoeur, que o define
como romance cujo fio condutor são os eventos históricos paradigmáticos e que
podem ser realizados em três planos distintos: o plano existencial, o plano histórico
e o plano do tempo cosmológico e do universo, sendo que o tempo aparece como
um conector entre os planos existencial( individual) e histórico( coletivo) que
polarizam o texto.
[..] podemos estar certos de que, por mais longo que seja o curso
percorrido, o nosso tempo não é nem o do fim da história, nem o do fim da
política e nem mesmo o do fim da arte, e de que no que toca ao romance
histórico a necessidade irá produzir mais invenção, de modo que
insuspeitadas novas formas do gênero inevitavelmente irão abrir seus
caminhos.” ( FREDRIC, 2007, p.203)
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS
ANDERSON, Perry. Trajetos de uma forma literária. Trad. de Milton Ohata. Novos
estudos CEBRAP, São Paulo, nº 77, 205-220, 2007.