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Ainda pelo fim dos anos 40, Muddy Waters, ainda McKinley
Morganfield, foi contatado pelo pesquisador Alan Lomax, que
naquela altura produzia uma série de gravações da música folk
americana pelo sul dos Estados Unidos da América, sob encomenda
para a biblioteca do congresso americano.
Todo esse processo foi sentido pela Chess Records e a gravadora que
foi a casa de grandes nomes da música negra americana acabou
sendo vendida em 1969, o fim de uma era chegava ao fim, e de algum
modo o disco Electric Mud (1068) seria um marco final desse
processo, deixando claro hoje que não se tratava nunca de
acompanhar a evolução, o problema que levou a Chess a falência. É
bom lembrar que nesse período, o rock era bastante plural
musicalmente, contando já com diversos sub gêneros, e não seria
exagero dizer que a psicodelia era uma linguagem de bastante
sucesso. Infiltrada em diversos desses sub gêneros mas também no
funk e no soul, não é exagero dizer que a psicodelia era então o
espirito da época.
A Electric Mud Band, era uma banda da pesada e isso fica bastante
evidente nas construções musicais que os caras operam com
bastante ousadia em clássicos do próprio Mud, assim como em
versões presentes no disco. Transitando num blues chapado,
misturando andamentos funkeados, a Electric Mud Band conseguiu
de fato, não modernizar o blues que já era moderno em sua essência,
como queria Marshall Chess, e muito menos abrir um filão de
mercado. Pelo contrário, Muddy Waters junto a essa banda, criou
um hibrido irrepetível, singular e fruto de uma humildade artistica
impressionante.
Talvez uma das mais loucas faixas desse discos, She’s Allright, é um
outro exemplar maravilhoso do trabalho da Electric Mud Band e da
força do grande Muddy Waters, Talvez um dos exemplares que mais
comuniquem hoje com as novas gerações. Como diz o rapper Chuck
D, que no documentário Godfathers & Sons (2003) da série The
Blues produzida pelo Martin Scorcese, conta como foi esse disco
que o fez querer conhecer o trabalho de Muddy.
O disco possui 8 faixas e nenhuma está abaixo da qualidade do
grande mestre Muddy Waters pelo contrário, é um passeio onde um
velho mestre da cultura encontra e se entrega – por exigências do
produtor – a juventude negra que então dominava a tal da
psicodelia.
Lado 1
Lado 2
Lado 3
CD 1
CD 2
CD 3
CD 4
Apesar da bela edição, a edição sofreu críticas de ninguém menos que o próprio
Teo Macero, por três problemas básicos:
Teo está certo. Boa parte do CD2 e todas as canções inclusas no CDs 3 e 4, foram
gravadas entre 19 de novembro de 1969 e 6 de fevereiro de 1970. Mas, apesar do
erro histórico, o resultado é excelente para quem gosta de Miles. Foram nessas
gravações posteriores que aparece o percussionista brasileiro Airto Moreira.
Vale ressaltar que algumas dessas composições foram usados em discos posteriores
de Miles, como Big Fun, Live-Evil e Circle In The Round.
Discografia
Discos de estúdio
Discos ao vivo