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A marioneta no Mundo
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pôr d o Sol. São-lhe atribuídos cerca de cento e setenta textos, disputando <£
' a preferência d o pübl.co c o m o mais popular gênero dramático japonês, o g
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A E u r o p a d e Leste constitui u m caso único no panorama do teatro |
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( de marionetas m u n d i a l . Até ao séc. XX, a sua act.v.dade era esscnual- 4—•
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172 MANUAL DE TEATRO
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sura; a marionette, de fios, destinada a um público aristocrata e burguês e os
puppi, bonecos com uma vara de ferro à cabeça e um fio numa mão ou joe- 2
lhos, típicos da Sicília e famosos pelos dramas de cavalaria como o Orlando fc
Furioso. c
í»ao os teatros itinerantes italianos que introduzem importantes figuras £
no resto da Europa. Chegaram a França no séc. XVII, onde mais tarde, em §
^808, o Pulcinella se transformou em Guignol pelas mãos de Laurent O
^ r g u e t . Pietro Gimonde, de Bolonha, introduz o Pulcinella em Inglaterra, £
an o origem ao Punch, que assim foi representado pela primeira vez em ffi
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MARIONETAS E FANTOCHES 173
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" " " " • « " " documento exposto no Museu da Marioneta, em 1 isboa.
são já eventos de presença obrigatória por parte dos muitos espectadores que
esgotam as salas dos seus espectáculos.
Novos rumos
Nas formas populares de teatro, assim como nos rituais orientais e afri-
canos, a marioneta sobrepunha-se ao marionetista, que apenas servia de
impulso físico à sua grande espiritualidade e poder mágico. Hoje, o mario-
netista apresenta-se como artista, como performer dotado de capacidades
expressivas alargadas a todo o espectro do evento cênico. O seu corpo faz
parte do espectáculo a par da marioneta ou dos objectos quotidianos, pois
tudo é passível de ser teatralizado.
A manipulação de objectos enquanto formas abre novos caminhos esté-
ticos, criando um teatro que já não é só de marionetas, mas sim de figuras
animadas. Sem excluir a figura tradicional, antes integrando-a num nível de
significação mais complexo, revelando-se mais interessanre quer para os artis-
tas, quer para o público adulto iniciado. Os objectos não vêm reclamar o
lugar da marioneta, visto que funcionam a um nível simbólico distinto: a sua
acção é mais do domínio plástico do que propriamente teatral, sendo aí que <
reside o seu poder.
Este novo entendimento da marioneta tem a sua origem nas vanguardas
do início do século, quando artistas plásticos, músicos e dramaturgos se inte-
ressam pela sua capacidade transfiguradora. Desde a supermarioneta de E. G.
Craig até às sessões futuristas de Marinetti (anos 10), ou o Cabaret Voltaire
de Zurique (1916), animado pelo movimento do dadaísmo, onde começa a
idéia de retirar os objectos quotidianos do seu contexto funcional, carregan-
do-os de sentimentos exteriores a si, relevando-os para o mundo das formas,
cores e símbolos.
Em 1906, Meyerhold utiliza marionetas na sua encenação de Little Fair
Theatre de Alexander Blok, e üskar Schlemmer, no teatro da Bauhaus, faz
experiências onde os conceitos de «arquitectura móvel» e «homens artificiais»
estão profundamente ligados ao jogo formal da marioneta. Segundo
Schlemmer, a abstracção separa as partes do todo, cada parte é assim poten-
cializada tornando-se maior, primordial e profunda.
Mais tarde, nos anos sessenta e setenta, o interesse analítico consagrado
às marionetas sistematiza esta idéia através da sua decomposição em três pon-
tos essenciais: a força plástica da figura, a sua manipulação e a voz. A toma-
da de consciência destes factores gera uma nova relação entre os componen-
tes do espectáculo e entre estes e o público, ao qual não é alheia a cisão figu-
rativa operada pelo cubismo, surrealismo e expressionismo, oferecendo ao
espectador não um espectáculo acabado, polido, mas uma experiência criati-
va que se forma no momento, com a sua participação.
O texto não assume aqui a importância que tem no teatro de actores,
o gesto e a voz encontram sentido num território não verbal, ou pré-verbal.
«A marioneta é um conceito; não é um actor»\ ela não representa, ela é, pois
não existe fora da acção dramática, não trazendo para a performance nada que
não esteja na sua forma, movimento e voz. É o actor ideal segundo a teoria
do já citado E. G. Craig. Cria um «outro espectáculo», que se situa no espaço
que permite intensificar as contradições entre real/artificial, verdadeiro/falso.
vida/representação, simples/complexo. É teatro concentrado, em pó, q u e
exige do espectador uma acção criativa e agregadora, cm estado liquido.
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Conclusão
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