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Livro Eletrônico

Aula Extra

Redação p/ TRT-SP (Todos os Cargos) Sem Correção

Carlos Roberto, Rafaela Freitas, Raphael de Oliveira Reis

76423344000 - Frederico Pedroso Linck


Discursivas em 10 passos
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5
PASSO 1 - Elementos para elaborar um bom texto ............................................................ 6
1.1 - Coloque suas ideias no papel .................................................................................................... 6
1.2 - Estimule a curiosidade do leitor ................................................................................................ 7
1.3 - Seja claro, objetivo e preciso ..................................................................................................... 9
1.4 - Estimule as noções de tempo, espaço e local do leitor ........................................................... 10
1.5 - Tenha informações interessantes sobre o tema ..................................................................... 10
1.6 - Mantenha a organização visual do texto761250
............................................................................... 11
PASSO 2 Cuidados ao construir sua dissertação ............................................................ 12
2.1 - Tipo de Letra ............................................................................................................................ 12
2.2 - Tamanho da letra .................................................................................................................... 13
2.3 - Tipos de Dissertação e Tópico frasal ....................................................................................... 13
2.4 - Frase, oração e período ........................................................................................................... 15
2.4.1 Tamanho dos períodos ........................................................................................................ 16
2.5 - Tamanho dos parágrafos ........................................................................................................ 17
2.6 - Espaçamento ........................................................................................................................... 18
2.7 - Divisão de sílabas e Translineação .......................................................................................... 19
2.7.1 - Divisão Silábica ..................................................................................................................... 19
2.7.2 - Translineação ....................................................................................................................... 20
2.8 - Rasuras .................................................................................................................................... 23
2.9 - Argumentos, Tese e Tema ....................................................................................................... 25
2.9.1 - Argumentos .......................................................................................................................... 25
2.9.2 - Tese ...................................................................................................................................... 26
2.9.3 - Tema ..................................................................................................................................... 27
2.10 - Impessoalidade .................................................................................................................... 29
2.11 - Vocabulário ........................................................................................................................... 30
2.12 - Rascunho ............................................................................................................................... 30
2.13 - Título ..................................................................................................................................... 31
2.14 - Siglas e abreviaturas ............................................................................................................. 32

Discursivas em 12 passos 1
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PASSO 3 - Estrutura do Texto Dissertativo ....................................................................... 34


3.1 - Estrutura Formal do Texto Dissertativo .................................................................................. 34
3.2 - Estrutura Conceitual do Texto Dissertativo ............................................................................ 36
PASSO 4 Tipos de Introdução ........................................................................................ 41
4.1 - Introdução Básica ou Simples ................................................................................................. 41
4.2 - Introdução Roteiro ................................................................................................................. 42
4.3 - Introdução Parafraseada ........................................................................................................ 43
PASSO 5 - Tipos de Desenvolvimento .............................................................................. 44
5.1 - Tipos de Desenvolvimento ...................................................................................................... 44
5.1.1 - Desenvolvimento por Fundamentação (explicação) ............................................................ 44
5.1.2 - Desenvolvimento por Causa/Consequência ......................................................................... 45
5.1.3 - Desenvolvimento por Ordenação Cronológica (fundamentação histórica) ........................ 45
5.1.4 - Desenvolvimento Confronto/Contra-argumentação ........................................................... 46
PASSO 6 Tipos de Fechamento/ Conclusão.................................................................... 47
6.1 - Tipos de Fechamento (conclusão) ........................................................................................... 47
6.1.1 - Fechamento Reforço/Retorno .............................................................................................. 47
6.1.2 - Fechamento Avanço (proposta de solução) ......................................................................... 48
6.1.3 - Fechamento Expansão ......................................................................................................... 48
PASSO 7 - Particularidades das Provas Discursivas ........................................................... 49
7.1 - COMO PRODUZIR BONS TEXTOS DISSERTATIVOS (QUALIDADES ESSENCIAIS) .......................................... 49
7.2 - Perguntas recorrentes sobre dissertação ............................................................................... 50
7.3 - Expressões que causam dúvidas ............................................................................................. 51
7.3.1 - Acerca de/ a cerca de/ cerca de/ há cerca de ...................................................................... 51
7.3.2 - A ...................................................................................... 52
7.3.3 - A fim de / A fim de que / Afim.............................................................................................. 52
7.3.4 - Afora / a fora ........................................................................................................................ 53
7.3.5 - Alfim ..................................................................................................................................... 53
7.3.6 - A maior / a menor ................................................................................................................ 54
7.3.7 - À medida que / Na medida em que ..................................................................................... 54
7.3.8 - Ante / Anti ............................................................................................................................ 55
7.3.9 - Antes de / Antes que ............................................................................................................ 55
7.3.10 - Ao ano / por ano ................................................................................................................ 55

Dissertação em 10 passos 2
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7.3.11 - Ao encontro de / de encontro a ......................................................................................... 56


7.3.12 - Ao invés de / em vez de ...................................................................................................... 56
7.3.13 - Aonde / onde ...................................................................................................................... 57
7.3.14 - Ao nível de / em nível de / em nível ................................................................................... 57
7.3.15 - Ao tempo que ..................................................................................................................... 57
7.3.16 - A par de / ao par (de) ......................................................................................................... 58
7.3.17 - A partir de .......................................................................................................................... 58
7.3.18 - A princípio / em princípio ................................................................................................... 59
7.3.19 - Aquele de / aqueles de ....................................................................................................... 59
7.3.20 - A tempo / há tempo ........................................................................................................... 59
7.3.21 - Através de .......................................................................................................................... 60
7.3.22 - Bastante ............................................................................................................................. 60
7.3.23 - Bem como........................................................................................................................... 61
7.3.24 - Percentagem ...................................................................................................................... 61
7.3.25 - Trata-se de ......................................................................................................................... 62
7.3.26 - A Distância ......................................................................................................................... 62
PASSO 8 - Atenção ao paralelismo entre as frases ........................................................... 63
8.1 - Paralelismo Sintático ............................................................................................................... 63
8.2 - Paralelismo Semântico ............................................................................................................ 63
8.3 - Paralelismo Morfológico ......................................................................................................... 64
8.4 - Paralelismo Rítmico................................................................................................................. 64
PASSO 09- Mantenha a coesão de sua dissertação .......................................................... 64
9.1 - Coesão por Referência ............................................................................................................ 65
9.2 - Coesão por Elipse .................................................................................................................... 65
9.3 - Coesão Lexical ......................................................................................................................... 65
9.4 - Coesão por Substituição .......................................................................................................... 65
9.5 - Coesão por Oposição ............................................................................................................... 66
9.6 - Coesão por Concessão ou Contradição ................................................................................... 66
9.7 Coesão por Causa ................................................................................................................... 66
9.8 - Coesão por Condição ............................................................................................................... 66
9.9 - Coesão por Finalidade ............................................................................................................. 67
9.10 - Coesão Sequencial ................................................................................................................. 67

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PASSO 10 - Não seja redundante ..................................................................................... 69


Fique de olho nas dicas .................................................................................................... 70
1 - Treine sua caligrafia ................................................................................................................... 70
2 - Leia muito e critique ................................................................................................................... 71
3 - Seja Objetivo .............................................................................................................................. 71
4 - Cuidado com os textos motivadores .......................................................................................... 71
5 - Prefira responder às perguntas na ordem apresentada ............................................................ 72
6 - Controle seu tempo .................................................................................................................... 72
7 - Mantenha-se positivo ................................................................................................................ 72
8 - Alimente-se durante a prova...................................................................................................... 72
9 - Revise seu texto .......................................................................................................................... 72
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 73

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INTRODUÇÃO
Olá, Pessoal.
Agora que vocês já fizeram nosso curso, fornecemos-lhes este material para que sirva como uma
espécie de revisão e consolidação dos conhecimentos adquiridos.
Em algum momento de sua vida, você deve ter sentido dificuldade em expressar suas ideias no
papel. Não se sinta mal ou menos capaz se sua mensagem escrita não foi compreendida até hoje
por professores ou examinadores.
Esqueça-se de concursos públicos por um instante. Pense apenas no cérebro humano como um
órgão que busca a conexão entre aquilo que conhece, sente e pensa e a forma de expressar o que
se sabe aos demais seres. A sua vontade de transmitir ideias pela escrita coincide com a da maioria
das pessoas, pois somos seres essencialmente comunicativos e escrever, sem dúvida, é uma forma
de comunicação extremamente importante.
Se é algo tão importante, por que parece um grande desafio elaborar um bom texto? A resposta é
simples: escrever bem é realmente desafiador! Mas não há motivo para pânico, caso você ainda
não tenha desenvolvido intimidade com o dom de ajeitar ideias e palavras. Existem técnicas que
podem tornar a escrita de bons textos algo possível para você também.
Os editais de concursos detalham o conteúdo programático das provas, norteando os candidatos
em seus estudos. Todavia, nem sempre abordam com clareza o conteúdo ou os quesitos avaliados
na correção de provas dissertativas, sendo enorme fonte de apreensão àqueles que pleiteiam uma
vaga no serviço público. Pensando nisto, este curso pretende proporcionar ao candidato maneiras
de melhorar o texto e conseguir mais chances de ser aprovado em um concurso público.
Porém, meu amigo, preciso ser sincera: há técnicas, mas não fórmula mágica! Escrever bem exige
esforço mental e físico, é um trabalho constante e demanda muita leitura. Textos precisam ser
lapidados como pedras preciosas até fiquem corretos, claros e objetivos. Qualquer pessoa que
queira escrever melhor deve começar a ler e passar para o papel o que entendeu de cada
parágrafo. O ideal também é pedir que alguém o corrija para eliminar os erros.
A presente obra serve como um guia que se destina à apresentação de estruturas, elementos
gramaticais e principais dificuldades encontradas por aqueles que desejam melhorar a qualidade
de suas dissertações.
O trabalho é árduo, mas adiantar-lhes-ei o seguinte: estudando estes 10 passos e exercitando a
escrita com dedicação e perseverança, você estará apto a elaborar excelentes textos dissertativos.
Com o domínio de determinados tópicos da gramática, essenciais a uma redação de qualidade,
você conhecerá as regras de produção de redação para concursos públicos, que vão desde as
técnicas de redação de um parágrafo de introdução, passando pela produção dos parágrafos de
desenvolvimento, segmento mais importante da sua dissertação, chegando até a confecção de um
parágrafo claro, coeso e objetivo de conclusão.
Independentemente da área de conhecimento em que você atue: exatas, humanas ou biomédicas,
a facilidade em escrever uma dissertação virá com o treino. E para ficar mais à vontade com a

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caneta e o papel na mão tenha em mente, antes de qualquer outra coisa, que o texto dissertativo
demanda que você tenha três atitudes fundamentais: opiniões sobre os fatos, crítica sobre a
realidade e reflexões que demonstrem profundidade na discussão iniciada.
Desejo a todos um excelente aproveitamento deste curso! Vamos começar?

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA BOA DISSERTAÇÃO

Texto
dissertativo

opiniões crítica reflexão que


sobre os sobre a demonstre
fatos realidade profundidade na
discussão.

PASSO 1 - Elementos para elaborar um bom texto

1.1 - COLOQUE SUAS IDEIAS NO PAPEL

Para sair da inércia, a solução é começar a escrever. Escreva ideias, frases e parágrafos, até que
surja um texto completo.
- Quais são as suas principais dificuldades para colocar ideias no papel?
Vários alunos têm como empecilho a insegurança. Digo que a solução é armazenar bagagem
cultural, ter informações confiáveis e muita leitura sobre o que pretende escrever. Ter domínio
sobre o assunto é ótimo antídoto para os inseguros de plantão.
Para outros, o problema é a falta de tempo. Geralmente o problema não é a falta, visto que o dia
possui o mesmo número de horas para todos os seres humanos. O problema é o mau
gerenciamento do tempo. Solução: separe um tempo do seu dia só para escrever. Simples assim.
Se você almeja progressos, não postergue o inevitável: escrever demanda tempo. Alguns terão
horas por dia, outros menos de uma hora. O importante é criar uma rotina, um hábito. Cumpra
seus compromissos. Obedeça às suas próprias regras.
Troque hábitos que tomam tempo, como navegar em redes sociais ou mandar mensagens aos
amigos pelo celular pela escrita manuscrita, diariamente. Não há uma maneira única de escrever,

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um número específico de horas para que passe a escrever bem. Cada um pode fazê-lo da forma e
na hora que lhe convir, desde que tenha disciplina com aquilo que se comprometer a fazer.
O empecilho mais difícil, ao meu ver, é a falta de vontade. Aqui estão os que não querem ler nem
manter a escrita como um hábito. Pretendem pescar fórmulas mágicas e aprender o básico para
passar em alguma prova, sem muito esforço. Solução: comece a escrever. Tome uma atitude
definitiva. Entenda que a competitividade nos concursos exige que você faça o seu melhor. Caso o
seu melhor seja algo medíocre as chances de obter sucesso serão medíocres também. Muitas
vezes a vontade vem da necessidade. A necessidade cria a disciplina. A disciplina faz você perceber
que há tempo para fazer o que priorizamos na vida.
Para iniciar nossa trajetória, tenha em mente os seguintes elementos, imprescindíveis ao colocar
as ideias no papel. Falaremos de cada um deles a seguir.

Estimule a
curiosidade
do leitor
Mantenha a
organização Seja claro,
visual do objetivo e
texto preciso

AO
COLOCAR AS
IDEIAS NO
PAPEL
Estimule as
Tenha
noções de
informações
tempo,
interessantes
espaço e
sobre o tema
local do leitor

1.2 - ESTIMULE A CURIOSIDADE DO LEITOR

Vamos falar um pouco mais sobre a importância de se estimular a curiosidade do leitor.


Certamente, este é um dos grandes desafios para quem escreve, especialmente se você precisa
escrever uma dissertação para uma banca examinadora de um concurso, que se depara com os
mesmos chavões e os mesmos lugares-comuns nos textos que lê.
Porém, para estimular a curiosidade do examinador, não é preciso apresentar ideias
espalhafatosas e teorias inéditas.
Estimule a curiosidade do leitor fugindo de ideias rasas, sem maior problematização e análise.

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Na introdução, deixe claro o tema e seu ponto de vista. Isso deixará o leitor ciente do que o texto
trata. Quando chegar no desenvolvimento, é hora de surpreender e fisgar o leitor. Mas como fazer
isso? Como fugir da mera reprodução de argumentos?
Meu amigo, mantenha-se bem informado! Saia da zona de conforto e busque conhecimento em
fontes diversas antes de formar sua própria convicção sobre o tema.
Algo muito visto em textos de candidatos é a utilização de chavões como necessário que a
população tenha consciência ou a conscientização da população é importante... não interessa
se o tema é educação infantil ou a saúde pública. Tanta denota ideias comuns,
sem qualquer profundidade.
Ao contrário, quando o examinador se depara com um texto que denota o conhecimento do
emissor sobre o assunto, o que ocorre? Sem dúvidas, uma leitura com maior interesse, valorização
dos argumentos desenvolvidos e, por fim, uma majoração na nota de seu texto.
A fim de melhorar a qualidade dos textos que você produz, anote a melhor técnica para estimular
a curiosidade do leitor:

Somente muita leitura de qualidade e informações adequadas serão capazes de fazer o seu texto
melhorar e destacar-se no universo dos que denotam falta de base e argumentação.

SAIA DO SENSO COMUM! NÃO UTILIZE :

“A violência é um problema no Brasil.”

“A sociedade precisa se mobilizar.”

“Todo político é corrupto.”

“O povo deveria dar exemplo.”

Não fique restrito aos exemplos citados e nem espere milagres ou dicas fúteis que prometam
facilitar sua vida. Leia muito e lembre-se de que tal tarefa não pode ser delegada a ninguém.

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1.3 - SEJA CLARO, OBJETIVO E PRECISO

Faça um texto sem rodeios, que atinja seus objetivos com clareza. A dissertação geralmente deve
ser feita em cerca de 30 linhas. Portanto, considere que você deve condensar suas ideias, de modo
conciso, coeso, objetivo e claro, em um curto espaço físico.
Reafirmo o contido no item anterior. É imprescindível que você tenha domínio sobre o assunto:
conhecer o tema é peça-chave para um texto claro. Sem conhecimento sobre o tema, você terá
sérias dificuldades para fugir dos temidos chavões e do senso comum, que detonam a qualidade de
qualquer texto.
O uso correto da pontuação é fundamental para atingir a clareza textual. Preste atenção aos sinais
de pontuação, cuja função é organizar ideias e conferir sentido à mensagem do texto. Todavia,
evite abreviaturas e siglas: elas podem dificultar a compreensão da mensagem, por isso, quando
possível, evite-as.
Seja objetivo, demonstrando priorizar as construções sintáticas coesas e concisas. Observe que
frases longas quando não atrapalham a compreensão de um texto, o deixam enfadonho. Portanto,
use frases curtas.
Utilize preferencialmente a ordem direta, privilegiando a seguinte construção sintática:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO

Tenha em mente que a objetividade é fundamental para a clareza do texto. Por isso, fique atento e
não repita ideias e argumentos.
Outro ponto muito observado em textos dissertativos: o uso de palavras cujo significado a pessoa
desconhece, com o intuito de impressionar o leitor. Isso pode ocasionar um resultado catastrófico
no sentido de uma frase.
Não confunda a utilização da linguagem formal com o uso de um vocabulário rebuscado. Escreva
de forma simples, tendo em mente a necessidade de adequar seu texto à capacidade intelectual
do leitor e à intenção do texto. Esqueça de vez os coloquialismos, as gírias e as frases feitas.
Enquanto as palavras complicadas por vezes depreciam o texto, pois o leitor pode perder a linha
de raciocínio, as frases muito extensas também devem ser evitadas, por atrapalharem a coerência
textual.

Alterar a posição do adjetivo não é considerado um erro. Todavia, deve ser uma opção
bem avaliada para não confundir o leitor. Então, lembre-se de analisar também a
colocação do adjetivo. Por exemplo, homem pobre é diferente de pobre homem, uma
vez que, antes do substantivo, o adjetivo enfatiza-o. Portanto, se não for a sua intenção,
utilize o adjetivo após o substantivo.

Muitos candidatos acreditam que o que impressiona o avaliador é a utilização de


P -se que os melhores textos, aqueles que realmente

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despertam o interesse do leitor, são os que prezam pela clareza, pela simplicidade na escrita e,
sem dúvidas, pela eficácia argumentativa.

1.4 - ESTIMULE AS NOÇÕES DE TEMPO, ESPAÇO E LOCAL DO LEITOR

Explore os sentidos do seu leitor, estimulando noções visuais, de espaço e de tempo.


Para instigar a noção visual, delimite o lugar, capriche na imaginação de cenários, expressões
visuais e adjetivos.
Exemplo: Determinados grupos ou setores da sociedade brasileira hoje são
abastecidos por informações fraudulentas, mas capazes de fornecer ao sujeito
que as consome uma visão coerente do mundo – mesmo que essa visão esteja
em flagrante contradição com os dados da realidade. Esses grupos também
praticam o exercício da mentira como categoria política e isso consiste em
negar, reescrever e alterar fatos, até mesmo diante dos próprios olhos
daqueles que testemunharam os fatos. Isso é preocupante no Brasil de hoje.”1

Delimite o período ao qual a sua dissertação se refere.


Exemplo: Entre 2015 e 2017 uma mudança vertiginosa sucedeu, a qualidade da
nossa democracia foi posta em dúvida, os procedimentos democráticos
entraram em crise, as instituições estão sendo minadas e funcionando mal, a
democracia está em desamparo.”2

Defina o lugar mencionado no texto.


Exemplo: “Também é estarrecedor – e chocante – saber que, no Brasil, num
tempo que não está distante de nós, o presidente da República tinha poder de
decidir sobre a vida e a morte de seus prisioneiros políticos.” 3

1.5 - TENHA INFORMAÇÕES INTERESSANTES SOBRE O TEMA

Por meio da utilização de argumentos relevantes e dados interessantes, busque estimular a


curiosidade do leitor. Isso exige leitura, estudo sobre o tema a ser desenvolvido. Lembre-se: por
meio da leitura você terá o conhecimento necessário para prender a atenção do leitor.

1
Disponível em <http://politica.estadao.com.br/blogs/neumanne/a-sede-dos-poroes-da-ditadura-era-
o-planalto-diz-historiadora/>. Acesso em 17 de maio de 2018.
2
Idem.
3
Ib idem.

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Mas não limite seu potencial! Não basta ler. É necessário internalizar as palavras, fazer com que
elas passem a ser parte de você, daquilo que acredita e do que será capaz de transmitir ao seu
leitor.
Vencedor de um Pulitzer e um dos mais conceituados escritores do mundo, o romancista norte-
americano Philip Roth dizia que sua estratégia de escrita de décadas consistia em escrever do
começo ao fim, ampliando o rascunho, raramente acrescentando algo no meio.
Quando sentia não conseguir mais escrever, o manuscrito era lido por um grupo seleto de leitores,
que faziam críticas ao texto.
Roth definiu, em entrevista de 1984 à Paris Review, o ato de começar a escrever um livro como
desagradável.
“Me sinto completamente inseguro com relação ao personagem e seu dilema, e o personagem e
seu dilema é o que tenho para começar. Pior do que não saber seu tema é não saber como
tratá-lo, porque isso definitivamente é tudo.”
“Frequentemente tenho que escrever uma centena de páginas ou mais até que haja um parágrafo
que esteja vivo. Ok, eu digo para mim mesmo, este é o seu início, comece daí.”
Depois do início terrível, segundo o autor, “vêm os meses de despreocupada brincadeira, e depois
dela as crises, virar-se contra o material e odiar o livro”.4 (grifei)

Se para Roth o processo da escrita, durante toda sua vida, demandou mais esforço que puro
brilhantismo, não espere um milagre acontecer para que você leia e automaticamente produza
bons textos. É preciso ter informações interessantes e saber como tratá-las a fim de produzir um
texto capaz de agradar o leitor. Seja competente sobre o que deseja escrever!

1.6 - MANTENHA A ORGANIZAÇÃO VISUAL DO TEXTO

A organização do texto não envolve apenas o aspecto visual, mas que seja feito um planejamento
antes do texto final a ser apresentado. Mas como é o planejamento ideal?
O ideal é aquele mais confortável para você na hora da prova. Nem sempre o tempo permite que
seja feito um rascunho completo, escrevendo todo o texto para não perder a linha de raciocínio e,
somente após tal processo, fazer a revisão (assim fazia Roth). Não se sinta culpado.
Caso o tempo não possibilite tal processo, organize os tópicos que pretende desenvolver em forma
de um texto (delimite quais são os pontos semânticos), pontuando os
argumentos que deseja escrever em sua dissertação e lembrando-se de desenvolvê-los em
parágrafos com tamanhos semelhantes. Depois de pontuados, releia os argumentos e faça a
revisão necessária, alterando ideias ou cortando outras da versão definitiva.

4
Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/05/23/Como-escrevia-e-o-que-pensava-o-escritor-
americano-Philip-Roth>. Acesso em 12 de julho de 2018.

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O importante aqui é compreender que pular esta etapa não é boa ideia. Observe que, somente a
partir da versão original do seu texto, você
poderá conferir à sua dissertação uma organização visual.
Chegamos ao fim do primeiro passo.

PASSO 2 Cuidados ao construir sua dissertação

2.1 - TIPO DE LETRA

Uma das perguntas que mais recebemos em cursos de discursivas:

- Posso redigir meu texto em letra de forma?


A resposta é sim, desde que o edital não exija expressamente o uso exclusivo de letra cursiva e
que você diferencie com clareza as letras maiúsculas das minúsculas.
Observem que, no exemplo abaixo, o candidato optou por utilizar a letra de forma, deixando claro
ao examinador quais são as letras maiúsculas (destaques em azul).

Atenção para as regras do edital. Se o edital não dispuser expressamente sobre o tipo de letra,
pode-se usar a letra cursiva, a de forma ou a de imprensa minúscula, desde que haja legibilidade. A
maioria das bancas exige apenas que a letra seja legível, como o Cespe e a Fundação Carlos Chagas
- FCC. Outras bancas estabelecem a obrigatoriedade da letra cursiva legível. Como o edital é a lei
do concurso, o texto produzido pelo candidato deve obedecer às normas ali elencadas.
Estamos digitando muito e dificilmente escrevemos à mão. Portanto, treine. Não precisa fazer letra
de calígrafo, basta que seja legível, diferenciando maiúsculas de minúsculas e tomando alguns
cuidados.
-Mas minha letra é horrível. Nem eu consigo entender!
Se nem você consegue entender, imagine o examinador, que corrigirá a sua prova e a de centenas
de candidatos?
Não dificulte a vida do cidadão e, por conseguinte, prejudique a sua nota! Se a sua letra não for
bonita, faça um esforço para diferenciar letras maiúsculas das minúsculas, mantenha o padrão nos

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espaçamentos de parágrafos e não deixe sobrar muito espaço no final das linhas, na margem
direita. Utilize sem medo a translineação.
Alguns alunos simplesmente não acentuam as palavras
Cuidado, pois algumas bancas examinadoras apenam como
erro de ortografia!

2.2 - TAMANHO DA LETRA

Que tipo de texto receberia melhor avaliação caso precisasse corrigir centenas de dissertações
sobre o mesmo assunto em um curto espaço de tempo?
a) um texto escrito com letras muito pequenas;
b) um texto com letras enormes; ou
c) um texto com letras médias e legíveis.
Posso garantir-lhes é de longe a melhor opção!
Um texto escrito com letras muito pequenas demonstra que o candidato necessitava de mais
espaço para argumentar suas ideias e muitas vezes alguns trechos ficam praticamente ilegíveis.
O texto feito com letras enormes deixa claro ao examinador a deficiência de argumentação ou
conhecimento do candidato para dissertar sobre o tema proposto no número mínimo exigido de
linhas.
Por sua vez, a letra média e legível, além de organização, demonstra segurança do candidato e sem
dúvidas facilita o trabalho do corretor e, por conseguinte, a avaliação do candidato.

2.3 - TIPOS DE DISSERTAÇÃO E TÓPICO FRASAL

Dissertação é a exposição desenvolvida a respeito de um tema. Supõe uma sistematização e


ordenação dos dados de que se dispõe sobre o assunto e sua interpretação; pode, ainda, apenas
expor um assunto ou desenvolver uma argumentação sobre ele.
Dissertação é em síntese:
 Uma exposição, discussão ou interpretação de determinada ideia;
 Um exame crítico do assunto sobre o qual se vai escrever, com raciocínio, clareza, coerência
e objetividade de exposição.
Como sabemos, esse tipo de texto é bastante exigido em provas de concursos públicos. Por
conseguinte, é indispensável que o candidato esteja atento às boas técnicas de produção do texto
dissertativo.
Para que você compreenda o que é uma redação dissertativa, é necessário distinguir os dois tipos
de dissertação usualmente cobrados nos concursos públicos: a dissertação expositiva e
a dissertação argumentativa.

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 Dissertação expositiva: como o próprio nome já sugere, é um tipo de texto em que se


expõem as ideias ou os pontos de vista a respeito de determinado assunto. O objetivo não é
fazer o examinador concordar com eles, mas, tão-somente, considerá-los coerentes.

Exemplo de texto expositivo:


O Surgimento do Telefone Celular
A história do celular é recente, mas remonta ao passado e às telas de
cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mais
conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que
estrelou o clássico “Sansão e Dalila” (1949).
Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela foi casada
com um austríaco nazista fabricante de armas. O que sobrou de uma
relação desgastante foi o interesse pela tecnologia.
Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube que
alguns torpedos teleguiados da Marinha haviam sido interceptados
por inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a seguinte ideia: um
sistema no qual duas pessoas podiam se comunicar mudando o canal, para
que a conversa não fosse interrompida. Era a base dos celulares, patenteada
em 1940.
Vejam que, nesse tipo de texto (expositivo), não há qualquer julgamento ou manifestação de
opiniões, mas tão somente a exposição acerca de determinado assunto por meio de dados
históricos.
 Dissertação argumentativa: esse é o tipo de dissertação mais comum e conhecido por
todos. Nela o intuito é convencer o leitor, persuadi-lo a concordar com a ideia ou com o
ponto de vista exposto. Isso se faz por meio de várias formas de argumentação, utilizando-
se de dados, estatísticas, provas, opiniões relevantes, etc.

Exemplo de texto argumentativo:


A força da Lei
O Estado Democrático de Direito é um modelo de Estado criado por
cidadãos dos tempos modernos. Nesse novo tipo de Estado, pressupõe-se que os
poderes políticos sejam exercidos sempre em perfeita harmonia com as regras
escritas nas leis e nos princípios do direito.
Contudo, o que temos visto, no Brasil e em outras partes do mundo, é que
muitos cidadãos comuns do povo, bem como cidadãos eleitos ou aprovados em
concurso público para exercerem os poderes do Estado, só obedecem às leis se
elas lhes forem convenientes.
Como solução para essa questão, teremos de saber distinguir
perfeitamente o que pertence ao público e o que pertence ao privado, ou seja,

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o que é do Estado e dos cidadãos; e, principalmente, se há harmonia entre


eles, haja vista que a finalidade deve ser sempre a satisfação da coletividade.
Destarte, se considerarmos uma lei injusta, devemos nos posicionar
politicamente contra isso, mediante manifestações pacíficas e públicas, com o
intuito de termos nossas pretensões jurídicas reconhecidas para que as
legislações se direcionem ao encontro dos anseios da sociedade.
Percebam que aqui a história é diferente. Está claro que o redator apresentou uma proposta de
solução para a problemática (falta de obediência às leis) e a forma de nos posicionarmos diante
dela (manifestações públicas).
O que definirá se você terá de produzir uma dissertação expositiva ou argumentativa é o comando
da questão apresentada pela banca examinadora. Sua avaliação para a prova discursiva começa
neste momento: na interpretação do comando da questão.
Nos próximos passos, abordar-se-á o desenvolvimento dos parágrafos na estrutura do texto
dissertativo. O objetivo deste tópico, entretanto, é apresentar a o modo como cada parágrafo de
seu texto deve ser elaborado.
Em primeiro lugar, tenha em mente a importância de compreender que cada parágrafo deve ser
constituído de apenas uma ideia, a ideia-núcleo. A partir da ideia-núcleo serão desenvolvidas
ideias secundárias, as quais devem estabelecer relação dialógica com a ideia principal.
As ideias constantes em cada parágrafo devem estar correlacionadas com a ideia principal do texto
dissertativo, geralmente apresentada na introdução. Quando isso não acontece, a dissertação
passa a ser apenas um aglomerado de argumentos desconectados.
Apresente o tópico frasal no início de seu parágrafo.
- Mas o que é um tópico frasal?
O tópico frasal nada mais é do que a frase inicial de cada parágrafo, o resumo da ideia a ser
desenvolvida naquele parágrafo. O tópico frasal deve ser conciso e objetivo. Recomenda-se que
não exceda duas ou três orações, pois assim o desenvolvimento da ideia central será favorecido.
Pense em um tópico frasal como um molho de chaves. Quanto mais chaves você tiver penduradas,
mais difícil achar a chave correta para abrir uma porta específica. De maneira análoga, um tópico
frasal longo pode ocultar a palavra-chave do parágrafo. Lembre-se palavra-chave é aquela palavra
de peso que guiará o desenvolvimento das ideias. Se o seu tópico frasal apresentar múltiplas
palavras-chave, possivelmente você terá dificuldades para encontrar a palavra principal, e, por
conseguinte, levar adiante a ideia central.

2.4 - FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

Você se recorda da distinção dos conceitos de frases, oração e período? Saber tal distinção é muito
importante para que você determine a extensão dos períodos em seu texto. Então, vamos
relembrar!

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De acordo com Ferreira5, FRASE

Exemplo: Parabéns pela aprovação!

 é frase, pois transmite uma ideia, mas não é oração (não tem verbo);
 não é período, pois não é formado por oração.

A ORAÇÃO é a frase (ou parte da frase, pois nem sempre terá sentido completo) formada por um
verbo ou uma locução verbal. O verbo é sempre a principal palavra da oração.
Exemplo: Você fez um excelente texto.

 é frase e também oração (por causa do verbo);


 é um período simples (formado por apenas uma oração).

Por sua vez, o PERÍODO é a frase formada por oração(ões). Pode ser simples (se formado só por
uma oração) ou composto (se formado por mais de uma oração) .
Exemplo: Se ainda não ficou bom, você pode treinar até o dia da prova.

 é frase, pois transmite uma ideia;


 é um período composto (formado por mais de uma oração).

2.4.1 TAMANHO DOS PERÍODOS

Faça períodos curtos. O uso de períodos muito extensos escritos, que chegam a formar um
parágrafo, torna o texto prolixo. Veja agora como a prolixidade pode acontecer quando um
período muito longo é formado. Observe o exemplo a seguir:
Exemplo: De acordo com o último levantamento realizado pela Secretaria de
Estado de Saúde do Distrito Federal, conclui-se que 40% dos médicos lotados
na Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal não faz alimentação
correta a fim de contemplar os parâmetros mínimos indicados para uma
alimentação equilibrada.

5
FERREIRA, Mauro. “Aprender e praticar gramática”. 4ª edição, São Paulo, FTD, 2014, p, 439.

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A sentença acima apresentada, confusa e cansativa, poderia ser substituída por:


Exemplo: Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, 40%
dos médicos daquele órgão alimenta-se mal.
Notou a diferença?
Dizer que os médicos não fazem uma alimentação correta e que não contemplam os parâmetros
mínimos exigidos para uma alimentação equilibrada é o mesmo que dizer: os médicos alimentam-
se mal.
É muito frequente encontrar dissertações com períodos demasiadamente longos. Parágrafos
inteiros com apenas um período. Lembrem-se, além de cansar o leitor, parágrafos intermináveis o
confundem e tornam o texto chato.
Se o seu período ultrapassar duas ou três linhas, releia e veja se pode modificá-lo. Períodos
menores são mais desejáveis para uma boa dissertação.
- Mas como evitar longos períodos em meus textos?
Para começar, você precisa de um rascunho. Uma vez elaborado, faça o seguinte exercício:
a) sintetize suas ideias em frases menores, tomando cuidado para não perder a coesão entre
elas;
b) observe se seus períodos são muito longos e se as virgulas não podem ser substituídas por
pontos finais; e
c) não tenha medo e nem preguiça para reordenar suas ideias e reorganizar sua dissertação
com o objetivo de dar objetividade e clareza.
Portanto, lembre-se: se seu período está longo demais, deve existir uma alternativa de construção
frasal mais simples. O segredo é fazer de tudo para não ser prolixo, entendido?

2.5 - TAMANHO DOS PARÁGRAFOS

Apesar de não haver um tamanho exato que defina se um parágrafo é bom ou ruim, recomenda-se
a utilização de 5 ou 7 linhas na introdução, 5 ou 6 linhas para cada parágrafo de desenvolvimento e
7 ou 8 linhas na conclusão. É óbvio que o os números apresentados são uma estimativa. Fatores
como o tamanho da linha, da letra do autor e do número de linhas previstas no edital também
devem ser considerados.
Por tais motivos, não existe um número exato de parágrafos em uma dissertação. O importante é
que haja coesão, clareza e coerência com o tema proposto. A estrutura a seguir apresentada é uma
estimativa baseada em uma dissertação de 30 linhas.

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Faça um parágrafo com 2 ou 3 frases. Comece


escrevendo qual é sua tese. Nas linhas
INTRODUÇÃO
seguintes, escreva os argumentos que
defenderá no desenvolvimento.

Utilize de 2 a 4 parágrafos. Em cada parágrafo,


explore os argumentos mencionados na
DESENVOLVIMENTO
introdução. Lembre-se de não fugir ao tema
proposto.

Elabore um parágrafo com 2, 3 ou 4 frases. Na


conclusão da dissertação, você deve finalizar a
toda a ideia proposta nos parágrafos
CONCLUSÃO
anteriores, deixando clara qual é a tese
defendida e propondo possíveis soluções ou
recomendações, se for o caso.

2.6 - ESPAÇAMENTO

Outra falha recorrente em provas discursivas é a falta de atenção e padronização quanto ao uso de
espaços, sejam eles para iniciar novos parágrafos, ou mesmo ao final de cada linha.
No início de cada parágrafo, sugerimos a utilização de 1,5 cm a 2 cm no máximo. Mais que isso,
você pode dar margem para o examinador aplicar alguma penalização.
O que não se deve fazer:

O que se deve fazer:

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Outro ponto que merece atenção é a existência de espaços ao final das linhas. Cuidado com isso!
Siga as regras de translineação e evite espaços desnecessários em seus textos.
Exemplo:

2.7 - DIVISÃO DE SÍLABAS E TRANSLINEAÇÃO

2.7.1 - DIVISÃO SILÁBICA

Conhecer bem as regras de divisão silábica é imprescindível para a translineação das palavras.

REGRA GERAL:
Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal.

REGRAS PRÁTICAS:

1) Ditongos e tritongos pertencem a uma única sílaba.

Exemplos: au-tó-dro-mo, ou-vi-ram, ga-li-nhei-ro, sal-dar, des-mai-a-do, Pa-ra-guai, etc.

2) Grupos formados por ditongo decrescente + vogal (aia, eia, oia, uia, aie, eie, oie, uie, aio,
eio, oio, uio, uiu) são separados.

Exemplos: vai-a, al-ca-tei-a, joi-a, es-tei-o, tui-ui-ú, etc.

Obs.: Não confunda com tritongo: tritongo é o encontro de uma semivogal com uma vogal e
outra semivogal (SV+V+SV).

3) Os hiatos são separados em duas sílabas.

Exemplos: hi-a-to, sa-ú-de, dis-tra-í-do, du-e-to, a-mên-do-a, etc.

4) Os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu pertencem a uma única sílaba.

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Exemplos: cha-vei-ro, chu-va, mo-lho, es-tra-nho, gue-ra, a-que-le, fi-cha, etc.

5) As letras que formam os dígrafos rr, ss, sc, sç, xs, e xc devem ser separadas.

Exemplos: car-ro, as-sa-do, des-ci-da, des-ço, ex-su-dar, ex-ce-ção, des-cer, ex-ces-so, etc.

6) Os encontros consonantais nas sílabas internas devem ser separados, exceto quando a
segunda consoante for l ou r

Exemplos: Ex.: ab-du-zir, sub-so-lo, ap-ti-dão, dig-ni-da-de, con-vic-to, es-tá-tua, etc.

Exceção: ab-rup-to.

7) Não são separáveis os grupos consonantais que iniciam palavras.

Exemplos: pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co, gnós-ti-co, etc.

8) Separam-se as vogais idênticas aa, ee, ii, oo, uu e os grupos consonantais cc, cç .

Exemplos: ca-a-tin-ga, re-pre-en-do, xi-i-ta, vo-o, in-te-lec-ção, etc.

9) Os prefixos, radicais e sufixos (in, a, des, intra, pré, supra, semi, etc.) não são
considerados na divisão silábica. Incorporados à palavra, esses elementos mórficos
passam a fazer parte da nova palavra, obedecendo às regras gerais.

Exemplos: de-sa-ten-to, pre-pa-ra-do, tran-sa-tlân-ti-co, su-ben-ten-di-do.

10) Uma sílaba jamais terminará em consoante se a seguinte iniciar por vogal. A consoante
sempre se ligará à vogal seguinte.

Exemplos: su-ben-ten-di-do, su-per-mer-ca-do, sub-lin-gual, su-pe-ra-mi-go.

2.7.2 - TRANSLINEAÇÃO

Aqui vai uma regrinha que poucos dominam, pois seu uso inadequado é recorrente em provas de
concursos públicos.
Quem nunca terminou a linha na folha definitiva de resposta no meio de uma palavra e não sabia
como dividi-la?
Translineação é a quebra de uma palavra ao final de uma linha, quando ela é muito comprida para
se ajustar ao espaço disponível. Nesse caso, apenas parte da palavra é grafada nessa linha,
juntamente com um hífen ao seu final, para indicar que o restante da palavra continua na linha
seguinte.

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Translinear é justamente dividir a sílaba no momento em que trocamos de linha na redação.


Quem nunca escreveu um texto e, ao final da linha, a palavra completa não coube e você se fez as
seguintes perguntas:
 Como devo separar a palavra?
 Devo utilizar o hífen ao lado, acima ou abaixo?
 Devo repetir o hífen na linha subsequente?
 E se a palavra já possuir hífen?

ATENÇÃO: Algumas regras da separação silábica não são aplicáveis na translineação!

Mas tenha calma, nada de ficar alongando ou encurtando a letra para que as palavras caibam na
linha sem pr - V pode usar a translineação quantas vezes forem
necessárias sem sofrer qualquer tipo de apenação por isso, desde que esteja fazendo da forma
correta.
O primeiro passo é separar a sílaba corretamente.
Ex: ser-vi-ços; ex-te-ri-or (correto)
serv-i-ços; ex-ter-i-or (errado)

No exemplo acima, o candidato seguiu corretamente a divisão silábica para proceder à


translineação. Percebam que ele a utilizou duas vezes no mesmo parágrafo (linhas 3 e 4). Na linha
1, destacamos em vermelho um pequeno espaço que ficou em branco, o qual poderia ter sido
perfeitamente preenchido pela próxima palavra (e/co/no/mi/as). Salientamos que espaços em
branco como esse, dependendo do nível de exigência do examinador, podem custar-lhes alguns
pontinhos. Portanto, reiteramos o que dissemos antes: usem a translineação quantas vezes forem
necessárias para escrever seus textos!
Após ter separado as sílabas, deve-se verificar se há espaço para inserir o hífen à frente da última
sílaba da linha. No nosso exemplo, houve espaço suficiente e o candidato optou por inserir o hífen
à frente das últimas sílabas (linha 3, vi; linha 4, ex).
Vejamos outro exemplo:

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Vejam que, nas linhas 16 e 19, não houve espaço para inserir o hífen à frente das últimas sílabas de
cada palavra. Nesses casos, o candidato optou por colocá-lo abaixo das últimas sílabas (linha 16,
qui; linha 19, da). Já na linha 17, houve espaço suficiente e o hífen foi inserido na mesma linha.
Um detalhe para o qual eu chamo a sua atenção é o seguinte: caso tenha utilizado o hífen à frente
ou abaixo da última sílaba na linha, não se deve repetir o hífen na linha subsequente. Veja o
exemplo abaixo:

Percebam que o candidato utilizou sempre dois hifens (na mesma linha e na linha subsequente)
para fazer a translineação. Nesse caso, se o examinador for bonzinho, será atribuída uma
penalidade apenas, haja vista que se trata do mesmo erro. Se o examinador for maldoso, como
costuma ser, serão três penalizações.

Na translineação de palavras compostas ou de uma combinação de palavras em que


haja hífen, deve-se repeti-lo no início da linha subsequente quando a partição coincide
com o final de um dos elementos ou membros.
Exemplos: saca-/-rolhas, melão-de-/-são-caetano, Maria-vai-/-com-as-outras.

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OUTRAS REGRAS PARA A TRANSLINEAÇÃO


1) Nunca deixe uma vogal sozinha no início ou no final da linha, ainda que a palavra esteja
obedecendo as regras de separação silábica.
Exemplos:
a) Na palavra amor, se estiver no final da linha, nunca deve ser escrita deixando a primeira
sílaba (a) em uma linha e a segunda sílaba (mor) na linha embaixo. A solução seria
escrever toda a palavra na segunda linha.
b) Na palavra humanos, caso a linha termine justamente no final da primeira sílaba, lembre-
se que apesar de possuir duas letras (hu), a primeira sílaba possui apenas um som e, por
isso, não deve aparecer sozinha no final da linha.

2) Não separe os dissílabos como ai, sai, ato, rua, etc, evitando que uma letra fique isolada no
fim ou no início da linha.

3) Não se deve, em final ou início de linha, quando a separação silábica for feita, formar
palavra estranha ao contexto. É apenas uma questão de elegância de estilo.

Exemplos: presi-/-dente, demo-/-cracia

Não custa relembrar: não deixe espaços grandes no final de cada linha e também jamais
ultrapasse a linha. Em ambos os casos, poderá haver penalização!

2.8 - RASURAS

Aqui não tem mistério. Se cometer um erro ao escrever uma palavra, nada de tentar escrever por

Deve-se apenas fazer um traço simples em cima da palavra que você queira que o examinador
desconsidere em seu texto. Isso é suficiente para o examinador perceber sua intenção e manterá
seu texto limpo e organizado.
O que não se deve fazer:

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O que se deve fazer:

Dica 1

Defina o tipo de estrutura do parágrafo: clássica ou moderna.

Dica 2

Faça recuos de cerca de 1,5cm a 2 cm entre a margem esquerda


da folha e os parágrafos. Cuidado com espaços na margem
direita. Utilize a translineação.

Dica 3

Não há número exato de frases ou de linhas para um parágrafo.


Caso tenha dificuldades para encontrar um tamanho ideal, use
três frases em cada.

Dica 4

Ao perceber que um parágrafo deixou de desenvolver sua ideia-


núcleo, é hora de finalizá-lo e iniciar outro.

Dica 5

Cuidado com as rasuras.

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2.9 - ARGUMENTOS, TESE E TEMA

2.9.1 - ARGUMENTOS

A palavra ARGUMENTO vem do latim ARGUMENTUM, que tem o tema ARGU , cujo sentido
Os
argumentos de um texto são facilmente localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê?
Argumentar é defender seu ponto de vista, sua ideia sobre algo. Assim dizemos que no texto
argumentativo, o efeito buscado pelo seu produtor é a persuasão ou o convencimento. Assim
podemos dizer que o argumento é a justificativa da tese.
- O que é dissertação argumentativa?
Há dois tipos de dissertação. Na dissertação expositiva, se expressam ideias sobre determinado
assunto, sem a preocupação de convencer o leitor. Já a dissertação argumentativa implica a defesa
de uma tese, com a finalidade de convencer o leitor, demonstrando, por meio de argumentação
consistente, a superioridade de uma tese sobre outras ou apenas a importância da tese defendida.
- O que é preciso para que eu consiga argumentar?
Para que você consiga argumentar é preciso, em primeiro lugar, ler bastante sobre o assunto sobre
o qual pretende escrever. É necessário encontrar ideias e concatená-las. Não há como fazer isso
sem bagagem cultural. Daí a importância de ler e formular uma visão crítica sobre os temas. Não
fique na superficialidade de noticiários. Pesquise. Leia. Faça anotações e críticas. Converse com
pessoas que possam ajudá-lo nesse processo de formação de ideias.
Tipos de argumentos
1) Argumento de Autoridade: é aquele que se apoia no conhecimento de um especialista da
área. Confere ao texto o peso e a credibilidade da autoridade citada.
Exemplo: Luiz Fernando Veríssimo declarou certa vez que jamais havia
usado ponto e vírgula e que o par nunca lhe fizera falta6

6
SQUARISI, Dad. SALVADOR, Arlete. Escrever melhor: guia para passar os textos a limpo. 2ª ed, São
Paulo, Ed. Contexto, 2018, p. 75.

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2) Argumento de consenso: algumas afirmações não precisam de embasamento teórico, pois


são consenso. Não há necessidade de um especialista para provar o conteúdo. Nesse caso,
não precisamos citar uma fonte de confiança.
Exemplo: A maioria dos vestibulandos acham difícil usar ponto e vírgula na
redação

3) Argumento pela experiência ou observação: argumentação fundamentada na


documentação com dados que comprovam ou confirmam sua veracidade.
Exemplo: Após uma viagem que a família Dumont realizou para Paris em
1891, o idealizador Santos Dumont começou a despertar-se para a área
mecânica, principalmente para o motor de combustão interna, que culminou
posteriormente com a construção de um balão (sem motor), e mais tarde
chegou à criação de seu avião 7.

4) Argumento utilizando a fundamentação lógica: argumentação com base no raciocínio


lógico, tais como as implicações de causa e efeito.
Exemplo: O sentimento das pessoas no País é de que a corrupção e os
desmandos do governo estão acelerando. Se isso se expande, a economia vai
perdendo força, fica menos eficiente e bem mais defasada 8. Note que a ideia que
o autor tentou passar foi a de que: o sentimento de corrupção e de desmandos do governo
estão acelerando. Para isso, foi mencionado o caso de tal sentimento se expandir, o que
ocasionará a perda de força econômica no País.
Qualquer um desses tipos de argumentos citados é válido na construção de um texto
argumentativo.

2.9.2 - TESE

TESE é a ideia defendida sobre o assunto. Só existe argumentação porque há a possibilidade de


discordância da tese inicial defendida. Isso justifica o trabalho de uma argumentação que defenda
de modo convincente um determinado ponto de vista. Dessa forma, pode-se dizer que não existe
imparcialidade na dissertação argumentativa. Quando o autor não se posiciona, comete um grave
erro. Lembre-se que o desenvolvimento deve destinar-se à apresentação de argumentos
favoráveis à tese defendida e só é possível mostrar argumentos contrários se estes forem seguidos
de contra-argumentos mais fortes, capazes de derrubar a oposição.

7
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Santos_Dumont>. Acesso em 10 de julho de 2018.
8
Disponível em: <https://www.dm.com.br/opiniao/2017/05/os-males-da-corrupcao-na-
economia.html>. Acesso em 10 de julho de 2018.

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RELAÇÃO ENTRE TESE E ARGUMENTO


De modo geral, a relação entre tese e argumento pode ser compreendida de duas maneiras
principais:

á T á T
ou
Tese porque Argumento T á

á T
Exemplo: O brasileiro gasta, todos os anos, milhões de reais em importações de
mercadorias chinesas; a duvidosa qualidade dos produtos comprados nem de
longe compensa o dinheiro gasto com essas compras. Além disso (Ainda, e,
também ), as
empresas chinesas utilizam mão de obra escrava e comercializam produtos
falsificados como se fossem originais, colocando em risco a saúde da
população e a sobrevivência das empresas nacionais. Portanto (logo, por
conseguinte, por isso, então
um silogismo), é mister que sejam proibidas quaisquer importações de
mercadorias chinesas sem a aprovação da ANVISA.

T á
Exemplo: A ANVISA deve imediatamente proibir toda e qualquer
importação de mercadorias chinesas, porque (uma vez que, já que, dado que,
pois os produtos sem inspeção ou controle de qualidade
colocam em risco a saúde da população; e, muito embora (ainda que, não
obstante, mesmo que -se as concessivas para refutar o
argumento oposto) o preço final ao consumidor brasileiro seja mais atrativo,
nem de longe eles compensam possíveis problemas que tais mercadorias
podem trazer à população.

2.9.3 - TEMA

Tema: é o detalhamento do assunto abordado no texto, a ideia a ser defendida.

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Estabelecer relações consistentes e pertinentes entre o tema e o nosso ponto de vista, por meio do
uso de outras situações e leituras, mostra o quanto sabemos acerca daquele tema e o quanto
somos capazes de irmos além da coletânea de textos motivadores.
Como já dissemos anteriormente, devemos adequar o nosso texto ao tema da proposta de
redação; não devemos tangenciar e muito menos fugir do tema.
Para sustentarmos o nosso ponto de vista principal, isto é, nossa tese, devemos recorrer às
estratégias argumentativas e devemos escolhê-las da maneira mais crítica possível, a fim de
estabelecermos relações consistentes com o tema proposto e com a nossa tese.
Muitos alunos confundem o título com o tema, quando a prova exige que seja utilizado o título.
Então, atenção: título é apenas uma vaga referência ao assunto bordado. Não coloquem título, a
não ser se expressamente previsto no comando da questão ou previsto no edital do seu concurso.
Combinado?
Exemplificando o tema: Suponha que a proposta para dissertar sobre a ONU e a pena de morte no
Direito Internacional.
O título poderia ser: A votação na ONU sobre a pena de morte.
E o tema poderia ser assim desenvolvido na Introdução:
A Assembleia Geral das Nações Unidas- ONU avançou rumo à abolição da
pena de morte, ao pedir uma moratória a nível mundial na aplicação de tal
pena. Tal ação demonstra a efetivo avanço na proteção dos direitos humanos
e na inviolabilidade da pessoa. A Assembleia Geral lançou sérias dúvidas
sobre o suposto efeito dissuasor da pena de morte sobre a criminalidade e
salientou o perigo de se cometerem erros na aplicação da pena capital e as
consequências obviamente irreparáveis de tais erros que, como os métodos da
medicina forense têm repetidamente demonstrado, ocorrem, de fato, mesmo
em países que dispõem de sistemas de investigação e jurídicos sofisticados.
Para resumir, podemos dizer que:

TEMA é o assunto sobre o qual irá escrever;

TESE é seu ponto de vista, sua opinião sobre o tema;

ARGUMENTOS são as justificativas de sua tese, de seus pontos de vista.

Exemplo: TEMA: A ONU e a pena de morte


TESE: ONU avançou rumo à abolição da pena de morte, ao pedir uma moratória a
nível mundial na aplicação de tal pena

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ARGUMENTOS:
1) Dúvidas sobre o suposto efeito dissuasor da pena de morte sobre a
criminalidade;
2) Perigo de se cometerem erros na aplicação da pena capital; e
3) Consequências obviamente irreparáveis de tais erros.

2.10 - IMPESSOALIDADE

A impessoalidade em uma dissertação ocorre quando há um claro distanciamento entre o autor e


o assunto abordado. Os fatos são tratados de forma objetiva.
A fim de conferir maior credibilidade aos argumentos apresentados, busca-se sempre manter o
caráter impessoal do texto em dissertações. Para isso utilize a 3ª pessoa do singular.
Esteja atento também para evitar o uso:
a) de expressões enfáticas ou opiniões pessoais:
Exemplo: Espantosamente, enquanto professora, posso dizer que as provas estão mais fáceis.
Opte por: As provas estão mais fáceis.
b) de adjetivos no grau absoluto sintético.
Exemplo: Aquela questão é facílima de ser resolvida.
Opte por: Aquela questão é muito fácil de ser resolvida.
c) da 1ª pessoa do singular:
Exemplo: Acredito que a criminalidade seja o problema mais sério atualmente.
Opte por: A criminalidade é um problema muito sério enfrentado atualmente.

Checklist:
1) Rascunhe um plano para abordar o assunto;
2) Compreenda o tema, formule e escreva a sua tese, eixo central da sua dissertação;
3) Escreva uma lista com todos os argumentos que serão abordados do início ao fim do
processo;
4) Releia seus argumentos e selecione os mais importantes, que serão tratados no
desenvolvimento;
5) Escreva as causas e consequências para cada argumento selecionado;
6) Se cabível, elabore proposta de soluções para a tese defendida;
7) Construa o texto a partir dessas ideias, não esquecendo de fazer a conclusão com o
fechamento (apresente solução para a tese defendida ou perspectiva)

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2.11 - VOCABULÁRIO

Não há fórmula mágica. Adquirir um bom vocabulário prescinde de muita leitura. Mas o que fazer
se você não criou o hábito desde a época da escola, se não sente verdadeiro encanto pelo mundo
das palavras ou jamais trocou um filme ou novela por um bom livro?
A dica aqui é a seguinte: comece a ler temas de seu interesse. Gosta de cinema? Leia críticas sobre
os filmes que estão em cartaz. Gosta de carros? Procure um livro que conte a história de alguma
fábrica de automóveis ou de algum piloto que admira.
Certamente essas leituras não trarão benefícios imediatos na sua maneira de escrever. Porém,
serão capazes de despertar em você o interesse pelos livros e, a partir de então, o enriquecimento
do vocabulário será certo.
Quanto maior sua disponibilidade para leitura, melhores serão seus textos.

2.12 - RASCUNHO

Saber montar um bom rascunho é fundamental para a elaboração de uma boa dissertação. Muitos
erros podem ser evitados com o investimento no rascunho. É por meio do rascunho que muitas
alterações podem ser antes de passar o texto para a folha definitiva.
Porém, em um concurso, o curto espaço de tempo para a elaboração da dissertação faz com que
muitos optem por escrever o texto diretamente na folha definitiva de resposta.
Passei por uma experiência traumatizante por menosprezar o valor do rascunho em um dos
concursos que prestei. Já estava aproximadamente na linha 15 de meu texto, quando reli o
comando e percebi que havia optado pela peça jurídica errada. Precisei riscar todas as linhas,
escrever uma nova peça bem menor nas linhas disponíveis na folha definitiva e passar meses
torcendo pela boa vontade do examinador, uma vez que corri o risco de minha dissertação ter sido
anulada. Até hoje, lembro-me da agonia daquela situação.
Por isso, recomendo fortemente aos que não terão tempo para desenvolver o rascunho de forma
completa, que no mínimo sigam o roteiro abaixo.
Na folha de rascunho, defina e escreva o tema sobre o qual dissertará. Daí, escreva abaixo, em
tópicos, todas as memórias e dados que conseguir lembrar sobre o tema. Feito este trabalho,
escolha quais serão os principais argumentos defendidos em cada parágrafo e a ideia defendida na
conclusão.
O ideal é, a partir do desencadeamento de ideias acima, elaborar os parágrafos, pois assim, você
terá noção de quantas linhas seu texto ocupará, diminuirá a chance de rasuras ou poderá alterar
algum argumento.
A dica aqui é a seguinte: sempre dê preferência ao rascunho. Na absoluta falta de tempo, opte por
fazer apenas o roteiro. Jamais escreva diretamente na folha definitiva de resposta. Ademais,
desaconselho escrever a lápis na folha definitiva e depois escrever por cima a caneta, pois, ainda

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que você apague, marcas ficarão e isso poderá comprometer a apresentação de sua dissertação,
coisa que ninguém deseja, a não ser seu concorrente, certo?

2.13 - TÍTULO

A obrigatoriedade ou não de colocar título na dissertação deverá constar no edital do certame.


Caso exigido, o título deve ser uma frase nominal (sem verbo). Também não deve vir seguido de
ponto. Recomendo não colocar título, caso não haja expressa solicitação na instrução da questão
ou no edital.
Seguem as principais dúvidas sobre o título.

Antes de tudo, leia as instruções da sua prova.


É obrigatório colocar título em uma redação? É ali que está determinada ou não a
obrigatoriedade. Se for obrigatório, coloque-o,
claro! Se não, NÃO UTILIZE.

Em caso de obrigatoriedade, não pule linha


Devo pular linha após o título?
entre o título e o início do texto.

Recomendo escrevê-lo após o término do


texto, pois o título é o maior resumo da sua
Qual o melhor momento para escrever o
redação, responsável por dar ao seu leitor uma
título? Antes ou depois de escrever a
ideia geral do texto. E, claro, quando seu texto
dissertação?
estiver pronto, esse trabalho será muito mais
fácil.

Se você optou por colocar o título após redigir


o texto, pode correr esse risco. Para evitar,
escreva a lápis a palavra T , caso haja a
O título era obrigatório, mas esqueci de possibilidade de usar lápis na prova. Se não,
colocá-lo. Minha redação será anulada? faça o lembrete na folha de rascunho e preste
Perderei muitos pontos? muita atenção para não esquecer. A falta do
título, quando obrigatório, não anula a
questão, a não ser que esteja expresso no
edital. Geralmente a penalização é pequena.

Use pontuação apenas se o seu título utilizar


Devo usar pontuação (ponto final, verbo. Caso contrário, deixe sem pontuar.
interrogação, exclamação) no meu título? Ex.: A economia está piorando.
A decadência da economia

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2.14 - SIGLAS E ABREVIATURAS

Utilize apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no
texto seja acompanhada de explicitação de seu significado.
Quanto às abreviaturas, deve-se avaliar, ainda, se serão de fácil compreensão por seu destinatário.
O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros.

Um erro que o aluno comete bastante em provas discursivas é a utilização das siglas de forma
espúria.

Sigla é o nome dado ao conjunto de letras iniciais dos vocábulos (normalmente os principais) que
compõem o nome de uma organização, uma instituição, um programa, um tratado, entre outros.

Na utilização de siglas, observam-se os seguintes critérios:


a) Quando mencionadas pela primeira vez no texto, deve-se escrever primeiramente a forma por
extenso, seguida da sigla entre parênteses, ou separada por hífen.
 A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a universidade mais antiga do Brasil;
 A Universidade Federal do Paraná UFPR é a universidade mais antiga do Brasil.
Vejam este exemplo:

Perceba que o candidato utilizou, com propriedade, no primeiro parágrafo, as duas formas (hífen e
parênteses). Ademais, no segundo parágrafo, repetiram-se apenas as siglas, haja vista que elas já
foram escritas por extenso no primeiro parágrafo.

b) Deve-se citar apenas siglas já existentes ou consagradas; a sigla e o nome que a originou são
escritos de maneira precisa e completa, de acordo com a convenção ou designação oficial.
 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ECT (e não EBCT);
 Receita Federal do Brasil RFB;
 Câmara Legislativa do Distrito Federal CLDF;
 Tribunal de Contas do Estado da Paraíba TCE-PB;
 Superior Tribunal de Justiça (STJ);
 Tribunal de Contas dos Municípios TCM.

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c) Não são colocados pontos intermediários e ponto final nas siglas.


 Banco Central do Brasil BCB (e não B.C.B.).

d) Siglas com até três letras são escritas com todas as letras maiúsculas.
 ONU Organização das Nações Unidas;
 IML Instituto Médico Legal;

e) Siglas com quatro letras ou mais devem ser escritas com todas as letras maiúsculas quando
cada uma de suas letras ou parte delas é pronunciada separadamente, ou somente com a inicial
maiúscula, quando formam uma palavra pronunciável.
 BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;
 Masp Museu de Arte de São Paulo;
 Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária;
 Abin Agência Brasileira de Inteligência.

f) Deve-se manter com maiúsculas e minúsculas as siglas que originalmente foram criadas com
essa estrutura para se diferenciarem de outras, independentemente de seu tamanho.
 Conselho Nacional de Pesquisa CNPq (para diferenciá-lo de Conselho Nacional do Petróleo
CNP).

g) No caso de siglas de origem estrangeira, deve-se adotar a sigla e seu nome em português
quando houver forma traduzida, ou adotar a forma original da sigla estrangeira quando esta não
tiver correspondente em português, mesmo que o seu nome por extenso em português não
corresponda perfeitamente à sigla.
 ONU Organização das Nações Unidas;
 FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.

h) Deve-se adicionar a letra s (sempre minúscula) para indicar o plural das siglas somente quando a
concordância gramatical assim o exigir.
 O trabalho das ONGs vem repercutindo cada vez mais na sociedade.

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PASSO 3 - Estrutura do Texto Dissertativo

3.1 - ESTRUTURA FORMAL DO TEXTO DISSERTATIVO

Para ser bem compreendido, um texto dissertativo precisa ter uma estrutura organizada. Por
nervosismo na hora da prova ou mesmo por falta de preparo e treino adequados, muitas vezes
observa- ideias caoticamente na folha de respostas, sem
criar uma linha de raciocínio, sem relacionar uma ideia com outra, sem provar absolutamente
nada.
A progressividade textual (ou progressividade temática) 9 é um dos itens avaliados em seu texto.
Ao organizar uma sequência de ideias, cada parágrafo deve ser estruturado de maneira a
dialogar com um parágrafo escrito anteriormente.
Além disso, é importante observar os parágrafos posteriores para que eles se articulem um ao
outro no texto num processo progressivo, por meio de elementos coesivos, seguindo uma lógica
em relação ao que foi e ainda não foi dito, de modo que o texto faça sentido ao leitor/examinador.
Existe um modelo já consagrado de dissertação que se organiza em três partes: introdução,
desenvolvimento e fechamento (conclusão). A essa estrutura, damos o nome de Estrutura Formal
C T D 10.

É consenso no Estratégia Concursos a RECOMENDAÇÃO de utilização dessa estrutura textual para


textos dissertativos em que o examinador disponibiliza um espaço de 30 linhas ou mais, de forma

9
Progressividade Temática: processo de crescimento contínuo aplicado ao texto por meio de
uma sequência lógica do pensamento.
10
As imagens utilizadas nesta aula foram gentilmente cedidas pelo Prof. Carlos Roberto,
Coordenador de Discursivas do Estratégia Concursos, em junho de 2018.

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que o candidato tenha mais liberdade para se preocupar com a progressividade textual. Trata-se
de recomendação, pois não é obrigatório.
Entretanto, para textos menores, como é o caso das questões discursivas, podem-se ignorar, em
alguns casos, os parágrafos de introdução e de fechamento, concentrando-se apenas nas respostas
aos tópicos questionadores (parágrafos de desenvolvimento).
Essa nova estrutura, a qual denominamos de Estru F M T D ,
está sendo cada vez mais aceita pelas bancas examinadoras (com boas avaliações).

Deve-se analisar cada caso para saber exatamente o tipo de estrutura que será empregado em seu
texto. Como fazemos isso? É simples!
Há provas discursivas em que a banca nos apresenta Temas sem Tópicos questionadores. São
cujos tópicos são definidos pelo próprio candidato para fundamentar sua Tese.
Para esse tipo de prova, recomenda-se utilizar a Estr F C pois o candidato
deverá demonstrar, nos parágrafos de introdução e de desenvolvimento, a delimitação do Tema
que justifique a utilização dos argumentos apresentados no texto.
Exemplo:
Redija, de forma fundamentada, um texto dissertativo acerca da inviolabilidade domiciliar,
garantida pela Constituição Federal no art. 5.º, inciso XI.
Aqui, o examinador pediu ao candidato, de forma aberta, para redigir um texto dissertativo sobre a
inviolabilidade domiciliar. Perceba que os Tópicos a serem abordados serão escolhidos pelo
próprio redator. É muito importante defini-los, na folha de rascunho, antes de iniciar a produção
do texto.
Todavia, apesar de fortemente recomendado, sabemos que nem sempre o tempo permite fazer
um rascunho. Caso isso aconteça, organize os tópicos com que pretende desenvolver, faça um
-se de produzir parágrafos com tamanhos semelhantes.
Por outro lado, há provas discursivas nas quais o examinador apresenta os Tópicos questionadores
de forma enumerada. Para esse tipo de prova, o candidato pode utilizar a Estrutura Formal

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M
dispensando-se os parágrafos de introdução e de desenvolvimento.
Exemplo:
Redija, de forma fundamentada, um texto dissertativo acerca da inviolabilidade domiciliar,
garantida pela Constituição Federal no art. 5.º, inciso XI. Em seu texto, aborde,
necessariamente, os seguintes aspectos:
Conceito de domicílio para a Constituição Federal;
Autoridades com poder de ordenar a violação domiciliar;
Hipóteses de admissibilidade de violação domiciliar.
Pessoal, é bom ficar claro que, com essas duas estruturas, você poderá obter excelente pontuação.
Não há regra absoluta! Observe a proposta da prova e analise a melhor forma de trabalhar! Você
deve tomar cuidado, obviamente, é para que seu texto esteja bem estruturado e com argumentos
convincentes.
Como desenvolver a estrutura clássica?
 Na introdução, delimite o Tema. Inicialmente, apresente uma afirmativa suficientemente
definida e limitada, sem nenhum argumento, prova ou razão. Em seguida, faça um breve
comentário sobre o tema por meio da apresentação de uma Tese ou de um Pressuposto
Orientador, o qual servirá de base para a sua argumentação (mais adiante você entenderá
o porquê dessas cores).
 No desenvolvimento, não há mistério. Nada de inventar assuntos diversos que não estejam
relacionados com o seu texto. Normalmente, há perguntas para serem respondidas e você
deve se prender a elas. Siga o roteiro apresentado pela banca, dê consistência aos seus
argumentos e organize a sequência lógica do pensamento e a progressividade textual.
 No fechamento, reforce o pressuposto orientador do seu texto. Você pode retomar a tese,
falar sobre perspectivas futuras, apresentar propostas de enfrentamento do problema etc.
Para o desenvolvimento do tema, as bancas examinadoras costumam dar aos candidatos algumas
orientações, partindo de um roteiro pré-definido, de uma situação hipotética ou de textos de
apoio.

3.2 - ESTRUTURA CONCEITUAL DO TEXTO DISSERTATIVO

Esta parte é extremamente importante para que você possa analisar com detalhes a estrutura do
texto, segundo seus aspectos semânticos. Visitaremos as etapas da construção dos textos e tenho
a convicção de que isso contribuirá muito para que você realize redações impecáveis.
Neste momento, faremos um estudo teórico e algumas explanações para que você compreenda
bem como irá funcionar. O primeiro detalhe para o qual chamo a sua atenção é o fato de algumas
provas definirem, mediante perguntas diretas (tópicos questionadores), o que você deve
necessariamente responder. Cada tópico possuirá uma pontuação e a sua nota estará relacionada
com a abordagem escorreita ou não desses tópicos.

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P , o qual será utilizado pelo


á
é clara: quanto mais respostas corretas você apresentar, maior será sua nota.

No tópico anterior, falamos sobre a E F C do texto dissertativo (introdução,


desenvolvimento e fechamento). Agora, gostaria de conversar com você sobre a Estrutura
C C da dissertação. Essa estrutura possui 4 (quatro) pontos semânticos
essenciais, quais sejam:

Costumamos quarteto fantástico “


você dominá-los e souber aplicá-los em seu texto, certamente terá uma excelente pontuação.

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Inicialmente, vamos conversar sobre Assunto e Tema. Provavelmente você já deve ter lido nos
editais o seguinte: . Pois bem! Para
que isso não aconteça com você, é preciso saber diferenciar Assunto de Tema.
á Assunto é a Generalização e o Tema é a Especificação.
O Assunto tem um significado mais amplo, mais genérico e pode ser desdobrado em Temas. O
Tema, por conseguinte, é a delimitação do Assunto.
Vamos exemplificar para você compreenda melhor:
Exemplo de Assunto: Educação.
Exemplo de Tema: Institui padrão de qualidade da merenda escolar na rede púbica de ensino
do Distrito Federal.

Exemplo de Assunto: Saúde.


Exemplo de Tema: Institui a política de diagnóstico e tratamento da depressão pós-parto na
rede pública e privada de Saúde do Distrito Federal.
Uma curiosidade é que um Assunto pode ser originador de um Tema e, ao mesmo tempo, ser
Tema originário de outro Assunto. Vamos explicar!
Os problemas do Brasil é um Assunto do Tema Educação, que, por sua vez, é Assunto do Tema A
influência da televisão na educação dos filhos.

Portanto, neste primeiro momento, resta claro que discorrer sobre um Assunto é extremamente
complexo, por ser muito abrangente. Em textos dissertativos, o melhor a se fazer é partir da
generalização para a especificação, ou seja, do Assunto para o Tema.
A Tese é um detalhamento do Tema por meio de uma proposta de discussão/argumentação sobre
ele. O Pressuposto Orientador também é um detalhamento do Tema, mas por meio de
análise/exposição. Vamos ver exemplos para elucidar a questão:
Exemplo de Assunto: Licitação.
Exemplo de Tema: Regime Diferenciado de Contratações Públicas.
Exemplo de Tese: O RDC é mais célere que as licitações ordinárias.

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Verifiquem que a Tese levantou uma discussão: O RDC é mais célere que as licitações ordinárias?
Por quê?
Percebam que a função do redator será justamente defender essa Tese por meio de argumentos
convincentes ao longo do texto.
Vejamos outro exemplo:
Exemplo de Assunto: Licitação.
Exemplo de Tema: O processo licitatório das autarquias públicas federais.
Exemplo de Pressuposto Orientador: Os depósitos para garantia de obrigações decorrentes
de participação em licitação realizada por autarquias federais.
Aqui não há discussão ou argumentação. O Pressuposto Orientador não tem a finalidade de
convencer o examinador de algo. Ao contrário da Tese, ele apensa delimitou o Tema e apresentou
um direcionamento sobre o qual se vai expor ao longo do texto.
Em concursos públicos, o Tema aparece, normalmente, expresso no enunciado da questão. Em
algumas situações, ele pode vir nos textos motivadores apresentados pela banca examinadora.

Seu objetivo é, após delimitar o Tema, o qual pode ser informado pela banca examinadora, montar
a Tese ou o Pressuposto Orientador.
Esse é o ponto de partida para você elaborar seu texto com propriedade e organização. Algumas
perguntas poderão auxiliá-lo:

• 1) O que você quer defender sobre o Tema?


• 2) Qual será o seu posicionamento?
• 3) Você quer convencer o leitor (examinador) de algo?

A resposta a essas perguntas é o que definirá a Tese ou o Pressuposto Orientador acerca de


determinado Tema.
O próximo passo será definir os Tópicos que você utilizará para defender a Tese ou fundamentar o
Pressuposto Orientador sobre o qual se vai expor. Tópicos são os argumentos utilizados para
organizar seu texto e funcionam como forte mecanismo de coesão e coerência entre os parágrafos
de desenvolvimento.
Numa ordem de detalhamento, teríamos o seguinte:

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Agora falaremos da E C M , a qual poderá ser utilizada em certames que


contenham questões dissertativas. Esse tipo de Estrutura Conceitual é cabível na hipótese de
utilizarem a E F M . Como não haverá parágrafos de introdução e de
fechamento, seu trabalho será apenas responder aos tópicos questionadores, preferencialmente,
na ordem apresentada pela banca.
Dessarte C M

O C M á
breve explicação basta para que você tenha conhecimento sobre outras formas de elaboração de
texto.

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PASSO 4 TIPOS DE INTRODUÇÃO


A principal dificuldade de candidatos em provas discursivas é iniciar o texto, ou seja, escrever o
primeiro parágrafo de introdução, para aqueles que optarem pelas estruturas clássicas. Conforme
mencionamos anteriormente, não há uma regra rígida e absoluta, mas algumas diretrizes são
fundamentais para que você saiba exatamente o que fazer nesse momento.
Independentemente da forma como você irá apresentar a introdução em seu texto, o importante é
que nela esteja presente a tese a ser defendida (dissertação argumentativa) ou o pressuposto
orientador sobre o qual se vai expor (dissertação expositiva). A seguir, apresentaremos algumas
possibilidades. Não se predam ao conteúdo em si, pois são assuntos diversos, mas à forma como
eles estão sendo abordados.

4.1 - INTRODUÇÃO BÁSICA OU SIMPLES

Consiste na apresentação sucinta da tese a ser abordada no texto ou do pressuposto sobre o qual
se vai expor:
Exemplo de introdução simples em uma dissertação argumentativa:

As relações humanas vêm sofrendo uma mutação na vida


contemporânea. [TEMA] Impulsionadas pelos avanços tecnológicos, as
pessoas têm tido contatos muito mais instantâneos e, teoricamente,
eficazes. Toda essa evolução, porém, ocasiona um crescente
distanciamento entre os seres humanos que prejudica muito as relações
interpessoais. [TESE]

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Nesse tipo de introdução, podemos perceber que o autor apresenta um TEMA (mutação das
relações humanas na vida contemporânea) e, em seguida, a TESE (essa mutação prejudica as
relações interpessoais).
Assim, nos parágrafos de desenvolvimento do texto, o objetivo do autor será defender a sua TESE,
ou seja, explicar ao leitor os motivos que estão provocando o distanciamento entre os seres
humanos e convencê-lo de que isso realmente está acontecendo.
Exemplo de introdução simples em uma dissertação expositiva:

O Plano Plurianual – PPA é o mecanismo utilizado para determinar


a visão estratégica do representante do executivo quanto ao
desenvolvimento do país. [TEMA] Nesse sentido, traduz, de um lado, o
compromisso entre as táticas e o projeto futuro do governo e, do outro,
a alocação real e concreta dos recursos orçamentários nas funções, nas
áreas e nos órgãos públicos. Esse instrumento é o elo entre as ações de
longo prazo e as necessidades imediatas. [PRESSUPOSTO
ORIENTADOR]

No texto expositivo, a conversa é a mesma: o autor apresenta o TEMA (O PPA é um instrumento


de estratégia para o desenvolvimento do país utilizado pelo chefe do executivo) e, em seguida, o
PRESSUPOSTO ORIENTADOR (o PPA é o elo entre as ações de longo prazo e as necessidades
imediatas) sobre o qual se vai expor.
Assim, nos parágrafos de desenvolvimento, o objetivo do autor não será convencer o leitor acerca
de determinada opinião, mas tão- PPá
entre as ações de longo prazo e as necessi Não há
argumentação/convencimento. Há exposição de conceitos!

4.2 - INTRODUÇÃO ROTEIRO

Nesse tipo de introdução, além de apresentar a TESE ou o PRESSUPOSTO ORIENTADOR,


enumeram-se os argumentos/tópicos ou as bases expositivas que constituirão o desenvolvimento
do texto.

A mensuração da desigualdade da distribuição de renda exige que


se defina a unidade que será considerada e qual a renda. [TEMA] É
necessário especificar qual é a variável e qual é a população analisada.
[TESE] Entre outras, podemos analisar as seguintes distribuições: o
rendimento de todas as fontes de pessoas economicamente ativas,
[TÓPICO I] o rendimento de famílias residentes em domicílios
particulares, [TÓPICO II] o rendimento “per capta” de pessoas de
famílias residentes em domicílios particulares. [TÓPICO III]

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Ao optar por esse tipo de introdução, o autor deverá, necessariamente, abordar todos esses
argumentos/tópicos nos parágrafos de desenvolvimento do texto, ou seja, o roteiro do texto é
apresentado ao leitor já na introdução.

4.3 - INTRODUÇÃO PARAFRASEADA

Em alguns casos, a banca examinadora apresenta o tema como uma afirmação. Assim, você pode
utilizar-se da paráfrase para desenvolver a introdução do seu texto.
Paráfrase é um recurso de interpretação textual que consiste na reformulação de um texto,
trocando as palavras e expressões originais, mas mantendo a ideia central da informação. É um
modo diferente de transmitir determinada mensagem que já foi dita anteriormente, alterando
apenas algumas palavras por seus sinônimos, por exemplo. Em síntese, você pode, também,
reescrever o texto com suas próprias palavras. Esse é um exercício muito importante, pois, em
muitos casos, também é uma técnica bastante utilizada para construir introduções em textos.
Vejamos abaixo um exemplo, baseado em um caso real de prova discursiva em Direito
Administrativo:

AJAJ TRT3 O órgão estadual foi responsável pela elaboração de um processo


licitatório de uma obra de infraestrutura viária na região perif
B H BR-381. A licitação destina-se a
garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a seleção da proposta
mais vantajosa. Após a abertura do processo de licitação foi identificado o empate, ou
seja, a igualdade de condições entre duas empresas de engenharia. Esse processo
licitatório de execução da obra foi autorizado porque apresentava um projeto básico.
No mesmo órgão estadual, pretende-se licitar uma obra de construção de uma
passarela utilizando carta convite com valor estimado para a contratação de R$
350.000,00. Responda, fundamentadamente: a. Como critério de desempate indique
dois indicadores que assegurem a preferência pela escolha do serviço. b. Segundo a
Lei no 8.666/1993, em quais condições o projeto básico deve estar apresentado? c
P
J O
de realizar uma contratação de uma empresa para fechamento de um poço de visita
com valor estimado em R$ 14.600,00. O valor para contratação da empresa para
fechamento do poço permite que a licitação seja dispensável? Justifique a resposta.

MODELO DE INTRODUÇÃO:

O processo licitatório de órgãos públicos estaduais é realizado


mediante apresentação prévia de projeto básico com o objetivo de
selecionar a proposta mais vantajosa ao ente público, além de garantir

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o cumprimento do princípio constitucional que estende a todos (pessoa


física e jurídica) o direito de serem tratados sem distinção de qualquer
natureza: o princípio da isonomia.

Na introdução parafraseada, não há acréscimo de informação. O autor apenas reescreve as ideias


que já contam no texto, porém com suas próprias palavras e sem fazer qualquer juízo de valor.
Esses tipos de introdução que apresentamos são extremamente eficientes, e tudo é uma questão
de treino. A depender do comando da questão e da tipologia textual exigida, você poderá utilizá-
las em seus textos com propriedade.

PASSO 5 - TIPOS DE DESENVOLVIMENTO

5.1 - TIPOS DE DESENVOLVIMENTO

Desenvolvimento é a parte do texto em que ideias, conceitos, informações e argumentos de que


você dispõe são desenvolvidos de forma organizada e criteriosa. O desenvolvimento deve nascer
da introdução: nesta, apontam-se as questões relativas ao assunto que será abordado; naquele,
essas questões devem ser desenroladas, avaliadas deforma gradual, respeitando-se a estrutura
diafórica e a progressividade temática de seu texto. A introdução já anuncia o desenvolvimento,
que retoma, ampliando e desdobrando, o que lá foi colocado de forma sucinta.

5.1.1 - DESENVOLVIMENTO POR FUNDAMENTAÇÃO (EXPLICAÇÃO)

Essa é disparada a forma de desenvolvimento mais utilizada pelos alunos. Como o próprio nome
diz, explicitam-se, em cada parágrafo, as fundamentações ou explicações para os Tópicos
apresentados na proposta de redação. Quando queremos mostrar nosso ponto de vista a respeito
de determinado Tema, seja ele favorável ou contrário, devemos fundamentar as respostas que
dermos às perguntas ou o que escrevermos sobre o assunto em questão de forma a confirmar a
Tese ou o Pressuposto Orientador expostos na introdução. Em outras palavras, temos de
desenvolver nossa afirmativa para que ela tenha valor.
É a forma mais prática e simplificada de montar a Estrutura Conceitual do texto dissertativo. Basta
identificar os Tópicos questionadores e respondê-los, em cada parágrafo de desenvolvimento, de
forma alinhada e coesa com o direcionamento que você quer dar ao texto.

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5.1.2 - DESENVOLVIMENTO POR CAUSA/CONSEQUÊNCIA

Outro tipo de desenvolvimento bastante utilizado em provas discursivas é a relação de


causa/consequência para fundamentar seu ponto de vista. Nessa modalidade, expõem-se as
causas e os efeitos da questão tratada, dividindo-se em parágrafos cada um deles.
Observe:
A decisão do governo em negociar aumento de salário com os policiais
militares por causa da paralização na prestação do serviço de segurança
pública abre um precedente perigoso para o bom funcionamento de serviços
essenciais à sociedade.

Percebam que essa breve introdução representa a causa para alguns problemas (consequências)
que serão explicitados nos parágrafos de desenvolvimento.
- Quais consequências seriam essas?
Aí é o momento em que a criatividade deve entrar em cena para convencer o leitor que esse

Vejamos algumas que poderíamos utilizar nos parágrafos de desenvolvimento:

 Outras categorias podem se sentir no direito de agir da mesma forma para exigir
suas reinvindicações;
 Sindicatos podem se organizar e mobilizar certas categorias para exercerem o
direito de greve;
 C

 A população seria diretamente prejudicada na prestação dos serviços públicos


essenciais (segurança, educação, saúde).

Percebeu como funciona? Na introdução, você apresenta a causa de uma problemática. Nos
parágrafos de desenvolvimento, você pode explicitar cada consequência de forma coesa e
progressiva.

5.1.3 - DESENVOLVIMENTO POR ORDENAÇÃO CRONOLÓGICA (FUNDAMENTAÇÃO HISTÓRICA)

Nesse tipo de desenvolvimento, o aluno utiliza-se da relação passado, presente e futuro para
fundamentar bem suas ideias. Trata-se de um desenvolvimento comparativo entre os momentos
históricos acerca de determinado assunto, de forma a demonstrar ao examinador domínio do
conteúdo quanto aos aspectos temporais.

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Exemplo:
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/1998),
conhecida como constituição cidadã, é a norma maior que rege todo o
ordenamento jurídico brasileiro na atualidade. Entretanto, a carta maior é o
resultado de muitas lutas e conquistas do povo brasileiro que acarretaram
transformações históricas importantes.
Estamos diante de uma introdução que faz alusão a algo atual (CF/1988), mas que passou por

abordados e explicitados nos respectivos parágrafos de desenvolvimento.


- Quais acontecimentos históricos seriam esses?
Novamente a criatividade e o conhecimento devem entrar em cena para resgatar os fatos
históricos importantes que o Brasil passou até a promulgação da CF/1998. Vejamos alguns
acontecimentos que poderíamos utilizar nos parágrafos de desenvolvimento para justificar o

Fim do regime militar:


- Consolidado após o longo período de abertura política;
- Necessária após o fim do milagre econômico;
- Ruiu, pois o crescimento não foi acompanhado por desenvolvimento.
Elaborada Durante a Presidência de Sarney:
- Tomou posse após a morte de Tancredo Neves;
-E
- Trouxe o sistema presidencialista de governo;
- Fortaleceu o Poder Judiciário;
- Internacionalismo estatal e nacionalismo econômico;
- Assistencialismo social e ampliação dos direitos dos trabalhadores.

Assim, no desenvolvimento por ordenação cronológica você deve elencar os fatos históricos que
dão fundamento ou que justifiquem a informação trazida inicialmente no parágrafo de introdução.

5.1.4 - DESENVOLVIMENTO CONFRONTO/CONTRA-ARGUMENTAÇÃO

Nessa modalidade de desenvolvimento, o aluno apresenta algum argumento pré-estabelecido do


qual discorda e, em seguida, confronta-o por meio de outro argumento que julga ser mais
persuasivo, confrontando-o, negando-o ou corrigindo-o.
Observe o seguinte exemplo de contra-argumentação:

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Exemplo:
O aborto apresenta-se como possível solução para a gravidez indesejada e
evita que uma criança nasça em meio a graves problemas familiares
[ARGUMENTAÇÃO]. Entretanto, há soluções mais responsáveis e eficazes de
preveni-la, tais como os métodos anticoncepcionais.
[CONTRA-ARGUMENTAÇÃO]

Sem querer entrar no mérito polêmico do aborto, a contra-argumentação nada mais é do


que contestar o argumento opositor.

PASSO 6 TIPOS DE FECHAMENTO/ CONCLUSÃO

6.1 - TIPOS DE FECHAMENTO (CONCLUSÃO)

O fechamento é a parte final do texto, um resumo forte e sucinto de tudo aquilo que já foi dito.
Além desse resumo, que retoma e condensa o conteúdo anterior do texto, o fechamento deve
expor claramente uma avaliação final do assunto discutido. Nessa parte, também se podem fazer
propostas de ação.
Ademais, o fechamento liga-se ao desenvolvimento por uma ideia que deve estar claramente
enunciada e ter relação com a proposta inicial, pois ele é a resposta a uma pergunta que nos
propusemos ao iniciar o texto, que deve estar implícita em todo o desenvolvimento das ideias
centrais.

6.1.1 - FECHAMENTO REFORÇO/RETORNO

É o que volta a algo que já tenha sido apresentado no texto. É a forma mais elementar de
arrematar a redação, pois se utiliza do que já foi produzido. Reforça o ponto de vista apresentado
na introdução (dissertação argumentativa) ou sintetizam-se bases expositivas (dissertação
expositiva).
Exemplo:
O ciclo orçamentário [TEMA] compreende o período de tempo em que se
processam as atividades típicas do orçamento público [ASSUNTO]: a
elaboração, a discussão, a aprovação, a execução orçamentária e financeira
e o controle e avaliação do orçamento público. [PRESSUPOSTO
ORIENTADOR]

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.......
Por fim, após a discussão, a votação e a aprovação pelo Poder Legislativo,
o projeto de lei retorna ao Poder Executivo para sanção ou veto, a fim de que
possa prosseguir nas etapas de execução e avaliação e controle do ciclo
orçamentário. [FECHAMENTO COM RETOMADA DO PRESSUPOSTO
ORIENTADOR]

6.1.2 - FECHAMENTO AVANÇO (PROPOSTA DE SOLUÇÃO)

Essa modalidade vai além do que está no texto. Deve-se ter o cuidado com a conexão lógica, que,
obrigatoriamente, deve ser mantida. Apresentar a solução consiste em indicar um caminho viável
para a problemática. Esse tipo de fechamento é bastante utilizado em pareceres e estudos de
caso.
Em um texto que questionava as propostas de soluções para os problemas da educação brasileira,
por exemplo, tem-se o seguinte fechamento avanço com destaque da solução para a
problemática:

Exemplo:
Por fim, quanto às propostas de soluções para os problemas de educação
brasileira, destaca-se que a universalização e a melhoria da qualidade da
educação, em todos os níveis, são citadas como muito importantes por
especialistas do setor. Outras propostas são a melhoria do nível de
aprendizagem, a redução da evasão escolar, a escola de tempo integral, a
reforma do ensino médio, um maior investimento público em educação, a
melhoria do gasto público em educação, a reforma do currículo, a ampliação
da educação profissionalizante, uma melhor formação dos professores,
melhores salários para os professores, uma melhor infraestrutura para os
estabelecimentos de ensino, entre outras.

6.1.3 - FECHAMENTO EXPANSÃO

Esse tipo de fechamento é excelente para situações em que o seu desenvolvimento acabou
ocupando uma quantidade de linhas superior àquela inicialmente planejada e você precisa
encerrar o texto, mas não dispõe de muito espaço para isso. Nessa situação, deve-se estabelecer
conexão com o último parágrafo de desenvolvimento e promover o esgotamento da discussão.

Exemplo:

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Ademais, ao Poder Executivo não é mais permitido contingenciar despesas


de outros Poderes e nem do Ministério Público. Em face do exposto, cada
Poder emite um ato próprio, a fim de contingenciar as suas despesas, segundo
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias (LDO).

PASSO 7 - Particularidades das Provas Discursivas


Agora vamos conversar a respeito das características essenciais para produzir um bom texto
dissertativo.

7.1 - COMO PRODUZIR BONS TEXTOS DISSERTATIVOS (QUALIDADES ESSENCIAIS)

Algumas habilidades são necessárias para a produção de bons textos. Dentre elas, destacamos
duas que julgamos serem as mais relevantes:

Entre as qualidades que qualquer texto deve possuir, estão a clareza, a concisão e a correção, às
quais se reduzem, de certo modo, todas as demais.
A importância da clareza decorre da própria finalidade maior da linguagem: propiciar ao homem a
comunicação de seus pensamentos.

Q
será sua linguag

A concisão é a qualidade que nos ensina a prezar a economia verbal, sem prejuízo da mais
completa e perfeita eficácia da comunicação do pensamento. Ela contribui muito para a clareza.

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Porém, se nos preocupamos exageradamente com ela, corremos o risco de beirar o laconismo
que conduz à obscuridade e à imprecisão.
Dentro da diversidade de usos atinentes a toda língua diversidade decorrente de fatores
individuais, sociais, temporais ou geográficos , não pode deixar de haver um padrão de
linguagem que sirva de instrumento geral de comunicação: a norma culta, com
sua correção gramatical.
Além desses aspectos, precisamos destacar a importância da Coerência Textual. Quando se produz
um texto com vistas a determinado objetivo, faz-se de modo que o conteúdo nele expresso faça
algum sentido. Fazer sentido, em outras palavras, é ser coerente! Este é um critério essencial para
que a compreensão seja estabelecida.
Há alguns tipos de coerência, dentre as quais destaco as seguintes: coerência sintática, coerência
semântica, coerência temática.
 A coerência sintática é aquela que prima pelo uso correto das estruturas linguísticas, ou
seja, da combinação das escolhas lexicais com os recursos de coesão (pronomes, conectores
etc.);
 A coerência semântica preocupa-se com a relação de sentido entre as expressões num
determinado texto;
 Outro tipo de coerência que deve ser considerado é a coerência temática. Quando se
escreve acerca de determinado tema, espera-se que o interlocutor condicione sua resposta
ao que está sendo perguntado ou abordado. O não atendimento a essa coerência é erro
gravíssimo em concursos públicos e podem atribuir nota zero à redação por Fuga ao Tema.
O emprego inadequado de qualquer tipo de coerência compromete o outro, já que existe uma
relação direta entre eles. Se você peca na coerência sintática, escolhendo de forma errônea os
conectivos que ligam os períodos, provavelmente estará danificando a coerência semântica, pois
haverá comprometimento do sentido. Assim, é necessário conhecer e fazer o uso adequado de
todos os tipos para que o produto final seja coerente. Trabalharemos bastante alguns aspectos
gramaticais para que você se sinta seguro nas construções textuais.

7.2 - PERGUNTAS RECORRENTES SOBRE DISSERTAÇÃO

A seguir, reproduzimos algumas perguntas recorrentes em nosso fórum de dúvidas do Estratégia


Concursos. A dúvida de um aluno também pode ser a sua!

- Posso pular linhas?


A resposta é, definitivamente, NÃO! Não se pulam linhas em dissertações em concursos públicos11.

11
Exceção para alguns casos de Redação Oficial.

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Deve-se estar atento a esse detalhe dentro do mesmo parágrafo ou entre um parágrafo e outro.
Independentemente da situação, não pule linhas, pois isso custará alguns pontinhos preciosos que
o examinador tirará de você.

- Se a quantidade de linhas for insuficiente para o meu texto, posso utilizar


a margem da folha?
Você só pode utilizar o número de linhas determinado pela banca examinadora. Sempre
observando a quantidade mínima e máxima.
Conforme expressamente informado pela banca no edital, será desconsiderado, para efeito de
avaliação, qualquer fragmento de texto que for escrito fora do local apropriado e(ou) que
ultrapassar o número máximo de linhas estabelecido.
Há provas em que a banca delimita o limite máximo, mas não o mínimo. A despeito de não haver
esse limite mínimo, lembre-se que, para a preservação da boa progressividade textual, a utilização
de poucas linhas não é aconselhável.

- Há a necessidade de marcar os parágrafos?


Não há essa necessidade em textos dissertativos.
Em alguns casos, como em provas de Redação Oficial, deve-se numerar para respeitar o Padrão
Ofício.
Para a prova discursiva, em geral, não há essa necessidade.

7.3 - EXPRESSÕES QUE CAUSAM DÚVIDAS

7.3.1 - ACERCA DE/ A CERCA DE/ CERCA DE/ HÁ CERCA DE

Acerca de é locução prepositiva equivalente a sobre, a respeito de:


 Já tenho informações acerca da taxa de juros;
 A discussão acerca da legalidade da posse do ministro será no âmbito do
Supremo Tribunal Federal.

A cerca de indica distância ou tempo futuro aproximado:


 Os manifestantes estão a cerca de dois quilômetros deste quarteirão;

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 O ciclista desistiu da prova a cerca de dez quilômetros da linha de chegada;


 De hoje a cerca de um mês, estudarei com contumácia para concursos
públicos.

Cerca de corresponde a próximo de, perto de, quase, aproximadamente:


 Cerca de cinco mil manifestantes protestaram contra o governo;
 A instituição financeira teve cerca de cinquenta fraudes comprovadas no
exercício anterior.

Há cerca de corresponde a faz aproximadamente (tempo decorrido):


 Há cerca de três anos, a lei foi promulgada;
 Há cerca de seis meses, o Banco Central mantém a taxa de juros alta;

7.3.2 - ADVÉRBIOS TERMINADOS EM MENTE

Quando há mais de um advérbio terminado em mente na oração, usa-se o sufixo apenas no último,
ficando os demais na forma original do adjetivo ou no feminino, quando houver:

 O auditor agiu ilegal, fraudulenta e injustamente;


 O diretor da instituição respondeu as indagações dos inspetores calma,
tranquila e prudentemente.

Quando se quer dar ênfase às circunstâncias, costuma-se omitir a conjunção e pôr o sufixo em
todos os advérbios:

 O auditor agiu fraudulentamente, injustamente, ilegalmente.

7.3.3 - A FIM DE / A FIM DE QUE / AFIM

A locução prepositiva a fim de e a locução conjuntiva a fim de que são usadas para indicar
propósito, intenção, finalidade:
 O agente fiscalizador aplicou a penalidade a fim de suspender as práticas
ilícitas na instituição financeira;

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 Solicitei a documentação a fim de embasar o parecer;


 Poupamos durante a vida a fim de que possamos dar maior conforto aos
nossos filhos.

O adjetivo afim é usado para significar parecido, semelhante ou para exprimir relação de
parentesco:
 Durante a preparação para concursos públicos, estudamos diversas
disciplinas afins;
 A cultura brasileira não tem nada afim com a do povo japonês;
 Os parentes afins também foram lembrados em seu discurso de aniversário.

7.3.4 - AFORA / A FORA

Afora
 Os deputado fugiu porta afora com a mala de dinheiro (para o lado de
fora);
 O diretor abordou diversos temas, afora instituições não bancárias
(além de);
 No dia da posse dos diretores, compareceram todas as chefias, afora
(exceto, à exceção de) a presidência;
 Continuarei estudando pela vida afora (em frente).

A fora é expressão somente usada em oposição a dentro:


 Os policiais revistaram a empresa de dentro a fora.

7.3.5 - ALFIM

Alfim é advérbio e significa ao fim, ao cabo, finalmente, afinal:


 Alfim, a inflação apresentou indícios de retração;
 Os desafios eram enormes, mas, alfim, as recompensas foram
satisfatórias.

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7.3.6 - A MAIOR / A MENOR

A expressão a maior significa em excesso, a mais, além do devido:


 As multas pagas a maior pela instituição financeira serão restituídas;
 Apresentaram-se documentos a maior do que fora solicitado pelos
auditores.

A menor significa a menos, em quantidade inferior:


 Preparou slides a menor do que lhe fora solicitado para a reunião;
 Os impostos foram cobrados a menor pelo fiscal de tributos.

7.3.7 - À MEDIDA QUE / NA MEDIDA EM QUE

A locução conjuntiva à medida que, de caráter proporcional, é usada com o sentido de à


proporção que, conforme (verbo indicativo):
 À medida que a taxa de juros subia, a inflação era controlada;
 À medida que o Banco Central aumenta a fiscalização, o Sistema
Financeiro Nacional torna-se mais estável.

A locução na medida em que pode ser usada com valor condicional, causal e proporcional:

 Só é possível utilizar a inteligência na medida em que ela exista


(condicional);
 Aprender línguas estrangeiras é útil na medida em que possamos
praticá-las constantemente (condicional);
 Na medida em que não houve tempo para que finalizássemos o
trabalho, vamos solicitar a prorrogação do prazo (causal);
 Na medida em que há leis, não se pode agir com arbitrariedade
(causal);
 Na medida em que os alunos estudam, os resultados aparecem
gradativamente (proporcional).

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7.3.8 - ANTE / ANTI

Ante como preposição nunca vem acompanhado da preposição a (jamais ante à, ante ao):
 Ficou nervoso ante a chefia;
 Não disse toda a verdade ante o juiz.

Ante como prefixo significa anterioridade, e anti, ação contrária. Ligam-se por hífen somente a
palavras iniciadas por h ou pelas vogais e e i respectivamente. Se antecederem palavras iniciadas
por r ou s, essas consoantes são dobradas:
Ante-histórico, anti-horário, ante-estreia, anti-ibérico, anterrosto, antirroubo, antessocrático,
antissemita, anteprojeto, antidemocrático.

7.3.9 - ANTES DE / ANTES QUE

A locução prepositiva antes de (tempo anterior) precede palavras ou orações reduzidas:


 Antes da palestra, os bombeiros vistoriaram o auditório;
 Antes de sair, apague as luzes da sala de reunião;
 Antes de contratar os novos funcionários, os gerentes fizeram
prolongada entrevista;
 Antes de assinar o cheque, verificou-se se o cliente era bom pagador.

A locução conjuntiva antes que (antevisão, prioridade no tempo) é usada para encabeçar orações
desenvolvidas com o verbo no subjuntivo:
 Antes que os presos se confrontem, é melhor separá-los;
 Chame a polícia antes que o banco seja assaltado.

7.3.10 - AO ANO / POR ANO

Quando em referência a taxas de juros, deve-se usar a expressão ao ano, bem como outras
similares (ao dia, ao mês):
 Paguei juros de 9% ao ano no financiamento do meu apartamento;
 Pagarei juros de 3,5% ao mês no empréstimo bancário.

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Nos demais casos, usam-se por ano, por mês, por dia:
 Os analistas do Banco Central faziam inspeções quatro vezes por ano;
 Teremos quatro aulas por mês;
 A ginástica laboral será, no mínimo, uma vez por dia.

7.3.11 - AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A

Ao encontro de significa em procura de, na direção de ou indica situação favorável:


 A mãe foi ao encontro da filha;
 Suas ideias de gestão vieram ao encontro das minhas.

De encontro a significa contra, em oposição a:


 O aumento da taxa de juros foi de encontro ao anseio da sociedade;
 As propostas do governo vão de encontro ao desejo dos cidadãos.

7.3.12 - AO INVÉS DE / EM VEZ DE

Usa-se ao invés de para indicar ideias antônimas (contrárias); significa, pois, ao contrário de:
 Ao invés de fazer sol, como disse a previsão do tempo, choveu;
 Ao invés de entrar na agência bancária, saiu;
 Ao invés de emagrecer, engordou.

Em vez de significa em lugar de:


 Em vez de chamar a atenção do funcionário, o gerente preferiu ajudá-
lo;
 Em vez de ir à reunião, a supervisora teve de cuidar do filho.

Em vez de também pode significar ao contrário de, ao inverso de:


 Em vez de ficar feliz, demonstrou tons de tristeza;
 Em vez de acelerar, freou.

Se estiver em dúvida com relação a qual expressão usar, use sempre em vez de.

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7.3.13 - AONDE / ONDE

Usa-se aonde com verbos que expressam movimento. Tem o valor de a que lugar, para que lugar:
 Aonde iremos chegar com essa crise econômica?
 Os policiais não sabem aonde foram os bandidos.

Emprega-se onde para indicar lugar fixo. Tem o valor de em que lugar:
 Onde encontro os dados bancários?
 Sei exatamente onde deixei os documentos.

7.3.14 - AO NÍVEL DE / EM NÍVEL DE / EM NÍVEL

A expressão ao nível de deve ser utilizada quando significar à altura de:


 Sua declaração o colocou ao nível dos ignorantes;
 Salvador localiza-se ao nível do mar.

As expressões em nível / em nível de significam na instância, na esfera, no âmbito, no grau de e


são empregadas quando se sabe que há diferentes níveis de uma escala:

 Em nível administrativo (na instância), o servidor poderá sofrer


punições;
 Em nível estadual (no âmbito), não há leis que disciplinem essa
matéria;
 O futuro da taxa de juros será discutido em nível de (no âmbito)
diretoria;
 Os novos concursados prestarão serviços em nível de (em grau de)
excelência.

7.3.15 - AO TEMPO QUE

Trata-se de uma locução conjuntiva temporal que significa na mesma ocasião que, quando:
 Agradeço o atencioso convite, ao tempo que lhe envio cumprimentos;

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 Aguardo o recebimento do ofício, ao tempo que começarei a redigir a


resposta.

7.3.16 - A PAR DE / AO PAR (DE)

A par de significa ao lado um do outro, ciente:


 A par dessa resolução, o regimento interno da instituição bancária
também prevê as responsabilidades dos diretores;
 O gerente está a par do problema?

Ao par (de) é utilizada para indicar equivalência cambial:


 Houve apreciação deixando o real ao par do dólar;
 Elevou a moeda deixando o câmbio ao par.

7.3.17 - A PARTIR DE

Essa locução significa a começar de e só deve ser usada quando se referir ao início de uma ação
progressiva:
 Ela iniciará as apresentações a partir de janeiro;
 O prazo para impetração do recurso começará a partir de segunda-
feira;
 A lei vigorará a partir de amanhã (certo, pois a lei vigorará a partir
de amanhã por um prazo que se estenderá no tempo).

É inadmissível o uso da expressão em construções como estas:


 A lei entrará em vigor a partir de amanhã (errado, pois a lei entra em vigor
em um único dia);
 O curso terá início a partir da próxima semana (errado, pois o início
ocorrerá em um dado momento, e não de forma contínua).

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7.3.18 - A PRINCÍPIO / EM PRINCÍPIO

A princípio significa na fase inicial, inicialmente:


 A princípio, faremos uma análise dos controles internos;
 A princípio, é necessário conferir o caixa da instituição.

Em princípio significa de maneira geral, antes de qualquer consideração, em tese:


 Em princípio, não encontramos irregularidades na instituição
financeira em análise;
 Em princípio, não podemos aplicar multa sem comprovar a
irregularidade.

7.3.19 - AQUELE DE / AQUELES DE

Aquele de exige o verbo no singular:


 Aquele de nós que saiu primeiro não estava se sentindo bem;
 Aquele de vocês que solicitou participação no curso será dispensado do
trabalho;
 Aquele dentre os escriturários que não atingir a meta fará hora extra.

Aqueles de exige que o verbo concorde com a palavra que o persegue:


 Aqueles de nós que trabalhamos no feriado teremos dias de folga;
 Aqueles dentre os novos empregados que se destacarem serão
promovidos.

Entretanto, há uma tendência moderna de deixar o verbo sempre na terceira


pessoa do plural:
 Aqueles de nós que foram trabalhar serão recompensados;
 Aqueles de vós que estudaram passarão no próximo concurso.

7.3.20 - A TEMPO / HÁ TEMPO

A tempo significa no momento oportuno, dentro do prazo, em boa hora:

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 Chegamos ao jogo do Brasil a tempo de ouvir o hino nacional;


 Aplicamos o dinheiro a tempo de conseguirmos bons rendimentos.

Há tempo indica tempo decorrido e pode ser substituído por faz tempo:
 Esta agência bancária possui o mesmo gerente há tempo;
 O Banco não contrata novos escriturários há tempo.

7.3.21 - ATRAVÉS DE

Essa locução deve ser usada para significar de um lado para outro, ao longo de:
 Um feixe de luz passou através da fechadura da porta;
 A bala perdida passou através da janela;
 Através dos anos, ele adquiriu muita experiência no trabalho;

Deve-se evitar, pois, seu uso com o sentido de por intermédio de, por meio de, mediante:
 Conseguimos as informações através do site (inadequado);
 Obtivemos proteção através da equipe de segurança (inadequado).

7.3.22 - BASTANTE

Como advérbio, bastante acompanha verbos, advérbios e adjetivos. Nesses casos, é invariável e
significa muito, satisfatoriamente, de maneira acima da média:
 Estudamos bastante para o concurso e fomos aprovados;
 Na prova discursiva, deve-se escrever bastante bem para conseguir
uma boa pontuação;
 Para defender sua opinião, a pessoa ficou bastante irritada.

Como adjetivo, bastante acompanha substantivo e é variável. Significa suficiente, satisfatório,


numeroso, abundante:
 Separamos informações bastantes para fazermos o trabalho;
 Assistimos a aulas bastantes para esclarecer o assunto.

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Como pronome indefinido, também acompanha o substantivo e é variável. Significa muito:


 A supervisora dedica bastantes horas ao trabalho;
 Ele comeu bastantes docinhos na festa de aniversário.

7.3.23 - BEM COMO

A concordância do verbo com o sujeito composto ligado por bem como pode ser feita de duas
formas:
i. No singular, quando se quer destacar o primeiro elemento:
 O presidente, bem como os ministros, emitiu parecer favorável;
 O diretor, bem como os funcionários, assistiu ao vídeo educativo.

ii. No plural, retiram-se as vírgulas para atribuir a mesma importância aos dois
elementos:
 O presidente bem como os ministros emitiram parecer favorável;
 O diretor bem como os funcionários assistiram ao vídeo educativo.

7.3.24 - PERCENTAGEM

A dúvida aqui já surge na própria palavra. Alguns chamam de percentagem, outros de


porcentagem. Ambos estão corretos. Passamos agora para o problema nos algarismos, não é
mesmo?
- Isso! Em uma dissertação, devo escrever noventa por cento ou 90%?
Utilize 90% por conferir maior clareza ao texto e por ser de leitura mais rápida. Caso precise citar
mais de um valor de percentagem, não economize nos sinais, repita o símbolo de percentagem
após cada número.
Veja os exemplos:
 A seleção brasileira de futebol errou entre 30 e 40% dos passes na Copa
do Mundo da Rússia. (errado)
 A seleção brasileira de futebol errou entre 30% e 40% dos passes na
Copa do Mundo da Rússia. (certo)
O problema com a percentagem pode estar na concordância.
Vamos ver alguns exemplos para que não pairem dúvidas.

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 A imprensa falou que 50% dos jogadores da seleção brasileira de


futebol voltarão para o Brasil após a eliminação da Copa. (certo)
 A imprensa falou que 50% dos jogadores da seleção brasileira de
futebol voltará para o Brasil após a eliminação da Copa. (certo)
Todavia, se o numeral foi determinado, a concordância só poderá ser feita com ele.
 Cerca de 90% dos jogadores da seleção brasileira de futebol acharam
que poderiam ter jogado melhor da Copa. (certo)
 A imprensa falou que 1% achou que a Bélgica ganharia aquele jogo.
(certo)
 A imprensa falou que 1% acharam que a Bélgica ganharia aquele jogo.
(errado)
Quando o número percentual aparece após o verbo, a concordância se faz obrigatoriamente com o
numeral:
 Abstiveram-se de dar declaração após a eliminação 80% dos jogadores.
(certo)
 Permaneceu na Rússia 1% dos torcedores brasileiros, após a
eliminação. (certo)

7.3.25 - TRATA-SE DE

A dúvida aqui é se a construção admite plural. Não confunda a voz passiva pronominal com o

 Encaminham-se provas com gabarito. (certo)


 As provas com gabarito são encaminhadas. (certo)
Por sua vez:
 Trata-se de provas com gabarito. (certo. Não admite variação)
 Tratam-se de provas com gabarito. (errado)

7.3.26 - A DISTÂNCIA

á V C
esqueça a crase e Simples assim!
Exemplos:
 Moro à distância de 100 metros da escola. (certo)
 Já eu, estudo a distancia. E a distancia, tudo é mais difícil. (certo)

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PASSO 8 - ATENÇÃO AO PARALELISMO ENTRE AS FRASES


Paralelismo é a simetria da frase. É uma sequência de expressões com uma estrutura paralela, ou
seja, simétrica. O paralelismo é algo muito importante em uma boa dissertação e ocorre quando
há um encadeamento harmonioso e lógico entre as diferentes partes da oração e do texto. É um
erro muitas vezes cometido por distração do aluno e, por isso, pedimos que prestem muita
atenção para não cometer novamente os erros por falta de paralelismo.

Cuidado! Para que você consiga construir um texto com paralelismo, é necessário prestar atenção
se há correspondência e semelhança entre duas palavras, ideias, termos que possam ser
comparadas entre si.
Os dois principais tipos de paralelismo são os encontrados principalmente estruturas sintáticas e
semânticas.
Não obstante sejam os principais, alguns autores identificam também o paralelismo morfológico e
o paralelismo rítmico.

8.1 - PARALELISMO SINTÁTICO

O paralelismo sintático ocorre quando há simetria entre as estruturas sintáticas presentes numa
frase. Também é chamado de paralelismo gramatical.
Exemplos:
 Gostei de toda a programação da viagem no panfleto e da loja. (errado)
 Gostei de toda a programação da viagem no panfleto e na loja. (certo)

8.2 - PARALELISMO SEMÂNTICO

O paralelismo semântico ocorre quando há simetria entre as ideias presentes numa frase.
Exemplos:
 Gosto de Paris, de Roma, de Londres e de sapatos. (errado)
 Gosto de Paris, de Roma, de Londres e de Santiago. (certo)

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8.3 - PARALELISMO MORFOLÓGICO

Ocorre paralelismo morfológico quando há um uso harmonioso de palavras da mesma classe


gramatical.
Exemplos:
 Proibido crianças e fumar. (errado)
 Proibido crianças. Proibido fumar. (certo)
 Proibido entrar com crianças e fumar. (certo)

8.4 - PARALELISMO RÍTMICO

O paralelismo rítmico acontece quando há um ritmo constate e harmonioso de palavras da mesma


classe gramatical.
Exemplos:
 Tinha uma criança no balanço, um cachorro na grama e uma velha.
(errado)
 Tinha uma criança no balanço, um cachorro na grama e uma velha
no banco da praça. (certo)

PASSO 09- MANTENHA A COESÃO DE SUA DISSERTAÇÃO


Coesão é algo fundamental para que você consiga fazer uma dissertação com qualidade.
Enquanto a unidade seleciona ideias, centrais e secundárias, escolhendo as mais importantes,
a coerência organiza a sequencia das ideias, de modo que o leitor perceba como são
importantes para o desenvolvimento do parágrafos.
Ainda que todos os períodos do parágrafo possuam relação, ou baseiem a ideia central, se
não houver uma organização de ideias, haverá um texto confuso, incoerente.
Quando falamos em coesão, estamos falando sobre uma ligação harmoniosa que deve haver
entre os parágrafos, criando uma relação de significância entre eles. Já a coerência refere-se
à lógica interna do texto.
Coerência é também sinônimo de organização. A coesão é a afinidade, por assim dizer, entre
ideias e palavras.

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9.1 - COESÃO POR REFERÊNCIA

Os pronomes, advérbios e os artigos são os elementos de coesão que proporcionam a


unidade do texto.
 O jogador foi à Rússia. Na Rússia o jogador recebeu vários prêmios.
Note que o texto é repetitivo e sem coesão. Observe a atuação do advérbio e do pronome no
processo de e elaboração do texto.
 O jogador foi à Rússia. Lá, ele foi premiado.
Veja que o texto ganhou agilidade e est O L -se a Moscou e
jogador, foram usados a fim de tornar o texto coeso.
==b9da2==

9.2 - COESÃO POR ELIPSE

A coesão por elipse acontece quando se omite um termo a fim de evitar sua repetição.
 O jogador foi à Rússia. Lá, o jogador foi premiado.
 O jogador foi à Rússia. Lá, foi homenageado.
Observe que neste caso omitiu-se as palavras o jogador são subentendidas no
contexto.

9.3 - COESÃO LEXICAL

A coesão lexical ocorre quando são utilizadas palavras ou expressões sinônimas de algum
termo subsequente.
 O jogador foi à Rússia. No país sede da Copa do Mundo de 2018, foi
homenageado por torcedores e pela imprensa local.

V R país sede da Copa do Mundo de 2018


repetição e dar um efeito mais significativo ao texto.

9.4 - COESÃO POR SUBSTITUIÇÃO

A coesão por substituição é utilizada para abreviar sentenças inteiras, substituindo-as por uma
expressão com significado equivalente.

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 O jogador foi à Rússia mês passado e o técnico do time o fez


também.

á foi à Rússia

9.5 - COESÃO POR OPOSIÇÃO

A coesão por oposição ocorre quando utilizam-se alguns termos com valor de negação ou
oposição (mas, contudo, todavia, porém, entretanto, contudo) para tornar o texto
compreensível.
 Fomos à Rússia, todavia não vimos o Brasil ganhar a Copa do
Mundo.

9.6 - COESÃO POR CONCESSÃO OU CONTRADIÇÃO

A coesão por concessão ou contradição ocorre quando utilizamos termos que expressam
concessão ou contradição (embora, ainda que, se bem que, apesar de, conquanto, mesmo
que) a fim de conferir sentido ao período. Observe que ao contrário da oposição, aqui não há
negação explícita.
 Embora o Brasil tenha perdido a Copa do Mundo, gostamos de
conhecer a Rússia.

9.7 COESÃO POR CAUSA

A coesão por causa ocorre quando empregamos as expressões: porque, pois, como, já que,
visto que, uma vez que.
 Gostamos de conhecer a Rússia, porque o país estava bem
organizado para a Copa do Mundo.

9.8 - COESÃO POR CONDIÇÃO

A coesão por condição ocorre quando: caso, se, a menos que, contanto que.
 Caso estivesse na Rússia no dia da abertura da Copa,
provavelmente teria levado a bandeira do Brasil.

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9.9 - COESÃO POR FINALIDADE

Na coesão por finalidade, utiliza-se principalmente os seguintes elementos de ligação de


ideias: para que, para, a fim de, com o objetivo de, com a finalidade de, com intenção de.
 Estávamos na Rússia com o objetivo de ficar até o encerramento
da Copa.

Portanto, vimos que tanto os mecanismos de coesão como os de coerência devem ser
empregados com atenção, pois a unidade do texto depende praticamente da aplicação
correta desses mecanismos.

9.10 - COESÃO SEQUENCIAL

Na coesão sequencial, utilizamos conectivos que têm o objetivo de dar significado ao


encadeamento textual. A lista a seguir apresentada contém alguns exemplos de conectivos e suas
relações semânticas.
 Afirmação: Consistir, constituir, significar, denotar, mostrar, traduzir-se por, expressar,
representar, evidenciar.

 Alternância: Ou,

 Causa, consequência e explicação: Assim, de fato, com efeito, que, já que, uma vez que,
visto que, por conseguinte, logo, pois (posposto ao verbo), em vista disso, diante disso, em
vista do que, por consequência, co

pois, como, por causa de, já que, uma vez que, porquanto; na medida em que, visto que.

 Causalidade: Causar, motivar, originar, ocasionar, gerar, propiciar, resultar, provocar,


produzir, contribuir, determinar, criar.

 Certeza, ênfase: De certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente,


sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.

 Condição, hipótese: Se, caso, eventualmente, desde que, contanto que, a não ser que, salvo
se, como, conforme, segundo, de acordo com, em conformidade com, consoante, para, em
consonância.

 Conclusão: Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, então, deste modo, desta
maneira, em vista disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em

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conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois,
portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira,
dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.

 Contraste, oposição, restrição, ressalva: Pelo contrário em contraste com, salvo, exceto,
menos, mas, contudo, todavia, entretanto, embora, apesar, ainda que, mesmo que, posto
que, conquanto que, se bem que, por mais que, por menos que, porém, contudo, todavia,
entretanto, no entanto, não obstante, senão, opor-se, contrariar, negar, impedir, surgir em
oposição, surgir em contraposição apresentar em oposição, ser contrário.

 Dúvida: Talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo,
se é que.

 Explicação: Pois, porque, por, porquanto, uma vez que, visto que, já que, em virtude de.

 Finalidade: Visar, ter em vista, objetivar, ter por objetivo, pretender, tencionar, cogitar,
tratar, servir para, prestar-se para.

 Ilustração, esclarecimento: Por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por
outra, a saber.

 Inclusão: Também, inclusive, igualmente.

 Lugar, proximidade, distância: Perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro fora, mais
adiante, além, acolá, lá, ali, algumas preposições e os pronomes demonstrativos.

 Propósito, intenção: Com o fim de, a fim de, com o propósito de.

 Resumo: Em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa
maneira, por isso, assim sendo, por conseguinte.

 Semelhança, comparação: Igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo,


similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de
conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal
qual, tanto quanto, como, assim como.

 Surpresa, imprevisto: Inesperadamente, de súbito, surpreendentemente.

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 Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posteridade): Então, enfim,


logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, pouco antes, pouco depois,
anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente,
hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes,
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse
ínterim, nesse meio tempo, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre
que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas.

PASSO 10 - Não seja redundante


Abordamos até agora passos primordiais para a criação de um texto dissertativo de qualidade. Não
poderíamos deixar de abordar um dos vícios de oralidade mais comuns, a saber: a redundância.
A redundância ocorre quando uma ideia é repetida assim que acabou de ser lançada. É o famoso:
á
pensando que jamais cometeria tal equívoco.
Outras, porém, deix Para evitar o uso de vícios de
linguagem, mais especificamente de redundâncias, é preciso compreender o motivo de serem
consideradas expressões redundantes. É importante que se pense sobre as palavras que utilizamos
e no significado que possuem.
Por isso, prestem muita atenção na lista de substituições que preparamos para exterminar os casos
mais comuns de redundância que encontramos na correção de textos.

AQUI ESTÁ REDUNDANTE! COMO RESOLVER?

Continue dividindo as contas com o marido ou


com a esposa rs. Mas, ao dividir algo pela
metade, as duas partes só podem ser "iguais"!
Eu e meu marido dividimos as contas Então, ao mencionar metade, esqueça a
da casa em metades iguais. palavra iguais
Eu e meu marido dividimos as contas
da casa pela metade.

A conclusão é o fim. Não existe outro tipo de


Chegamos à conclusão final que assim conclusão, correto?
é melhor para o casamento. Chegamos à conclusão que assim é
melhor para o casamento.

O casal encarou de frente todos os Seria possível que eles encarassem "de trás"?
problemas que surgiram no casamento. Portanto,

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O casal encarou todos os problemas que


surgiram no casamento.

Não há como inaugurar algo velho, não é?


A inauguração do novo espaço foi um
sucesso. A inauguração do espaço foi um
sucesso.

Se é canja que você toma, só pode ser "de


Adoro tomar canja de galinha. galinha"!
Adoro tomar canja.

O elo de ligação era muito forte.

E como ele poderia fazer para exportar para


O estado exportou para fora menos "dentro"?
calçados este ano. O estado exportou menos calçados este
ano.

É uma pena. Tomara que não tenha sido em


Meu filho repetiu de novo a nota Português rs.
baixa.
Meu filho repetiu a nota baixa.

Você já viu amanhecer a "noite"?


Quando amanheceu o dia, o sol
brilhava forte. Quando amanheceu, o sol brilhava
forte.

Alguém já viu um "pé" ser decapitado?


Tiradentes teve sua cabeça Decapitação só existe da cabeça mesmo!
decapitada.
Tiradentes foi decapitado.

Fique de olho nas dicas

1 - TREINE SUA CALIGRAFIA

Conforme vimos neste livro, não costumamos escrever longos textos manuscritos em
nosso dia a dia. Assim, é comum o aluno cansar logo nos primeiros parágrafos.
Ademais, a letra tende a piorar com o cansaço, o que pode custar alguns pontos em

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apresentação textual. Para evitar essa situação, comece a escrever. Troque alguns hábitos pela
disciplina com a escrita e treine aos poucos até conseguir escrever, no mínimo, dois textos por
semana até o dia da sua prova. Porém tenha em mente que não adianta escrever uma dissertação
por dia, caso continue cometendo os mesmos erros em todas elas. Sempre que possível, peça ajuda
a um professor de língua portuguesa, ou a alguém com algum conhecimento na área para fazer a
correção e apontar os seus erros.

2 - LEIA MUITO E CRITIQUE

Depois de todos os pontos vistos neste livro, você já deve ter percebido que não existe
para escrever bem. Ninguém começa a escrever com maestria do dia
para a noite. É um processo que vai depender do esforço de cada um, mas, geralmente,
só é bom escritor quem for um bom leitor. Portanto, ler é o principal caminho. Procure
saber quem são os melhores autores, pesquise e critique as informações. Isso formará sua bagagem
cultural e sem dúvidas ajudará bastante na hora de argumentar em uma prova.

3 - SEJA OBJETIVO

Alguns candidatos priorizam respostas longas, acreditando que assim explicarão melhor
os tópicos. Contudo, aqui você pode cometer um erro gravíssimo: estender-se em
aspectos que não foram perguntados. Prenda-se apenas às informações fundamentais
para o entendimento da resposta, haja vista que você possui limitação do número de linhas para
isso.

4 - CUIDADO COM OS TEXTOS MOTIVADORES

É muito comum verificarmos candidatos detalhando os textos motivadores e se


esquecendo do tema apresentado no comando da questão. Prestem bastante atenção,
pois, em muitos casos, os temas não estão diretamente relacionados a esses textos. Seu
foco deverá estar no TEMA!

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5 - PREFIRA RESPONDER ÀS PERGUNTAS NA ORDEM APRESENTADA

Como o examinador possui um roteiro (padrão de resposta) para cada item na mesma
ordem da prova, é recomendável que você também siga essa sequência, pois facilitará a
vida de quem estiver avaliando seu texto ao identificar se os tópicos foram devidamente
abordados. Ajudando o examinador, você estará se ajudando!

6 - CONTROLE SEU TEMPO

É muito importante que você esteja atento ao uso do tempo durante a prova. Durante
seu treinamento, certamente você irá adquirir a experiência necessária para reconhecer o
tempo que irá despender para fazer uma excelente prova discursiva. Assim, tenha tudo
sob controle! Esquematize sua estratégia e seja fiel a ela.

7 - MANTENHA-SE POSITIVO

É imprescindível que você mantenha uma postura positiva durante a prova, mesmo se
vier um tema difícil. Lembre-se que a dificuldade é para todos e somente quem
conseguir se manter motivado é que apresentará as melhores respostas ao examinador.

8 - ALIMENTE-SE DURANTE A PROVA

É normal e até recomendável os candidatos fazerem a prova discursiva por último.


Assim, ao se depararem com o tema, provavelmente algumas horas irão transcorrer e
seu organismo estará cansado e com fome. Antes de iniciar, faça uma breve pausa
para comerem e beberem algo (uma barrinha de cereal, um isotônico, etc.). Isso
ajudará a manter o seu cérebro cheio de energia e evitará que a fome seja mais um empecilho
durante a produção do texto.

9 - REVISE SEU TEXTO

Antes de passar seu texto a limpo e entregá-lo ao fiscal de prova, faça uma boa revisão e
verifique se todos os tópicos foram respondidos com boa progressividade temática, ou
seja, se os tópicos estão se relacionando de forma alinhada com a Tese ou com o
Pressuposto Orientador apresentados no parágrafo introdutório.

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Essas dicas parecem ser simples, mas funcionam como uma engrenagem e, se uma delas falhar,
todo o restante desanda. Estejam atentos a todos esses detalhes e façam uma excelente prova!
Bom, chegamos ao final deste livro. Esteja certo de que alcançar a tão sonhada aprovação no cargo
público é um objetivo extremamente possível de se realizar. Para isso, mantenha-se motivado,
focado e disciplinado.

BIBLIOGRAFIA

MANUAL DE REDAÇÃO: Folha de São Paulo, 21. edição. São Paulo. Editora Publifolha, 2018.
MARCHIONI, Rubens. Escrita criativa: da ideia ao texto. São Paulo. Editora Contexto, 2018.
PAIVA, Marcelo. Redação Discursivas e Oficial. 4. ed. Brasília. Editora Alummus, 2017.
SQUARISI, Dad e CUNHA, Paulo José. 1001 dicas de português: manual descomplicado. 1. ed. São
Paulo. Editora Contexto, 2015.
SQUARISI, Dad e SALVADOR, Arlete. Escrever melhor: guia para passar os textos a limpo. São Paulo.
Editora Contexto, 2018.

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