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cada vez mais pesado e põe em causa problemas como a sustentabilidade da segurança
social. A sociedade e a família não só têm de prestar cuidados ao idoso, como suportar
financeiramente esses cuidados e de contribuir com quantias mais elevadas para o Estado.
O indivíduo deve esforçar-se para acrescentar vida aos anos, acabar com a ideia de
que é na juventude que tudo acontece e que a velhice é apenas para descansar, pois todo o
ser humano pode e deve manter um espírito activo. Um idoso pode ter tantas actividades e
ocupações quantas desejar, o segredo é não deixar que as limitações superem as
potencialidades e ultrapassa-las da melhor forma. Limitações todas as pessoas têm, em
qualquer período desenvolvimental, e, mais importante do que saber viver com elas, é esforçar-
se para diminui-las ou retarda-las. Ainda que não sejas tarefa fácil, tudo depende da vontade
que cada um tem de lutar e enfrentar os obstáculos. Segundo o modelo SOC ter um
envelhecimento bem-sucedido implica que o indivíduo faça escolhas, hierarquize objectivos,
segundo critérios escolhidos pelo próprio e procure agregar todos os meios e recursos que
precisa para os atingir. Se esses meios e/ou recursos não forem suficientes, o individuo deve
procurar novos. Afirmar que se envelhece de forma satisfatória é um luxo que está ao alcance
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de quem tem uma visão optimista e entusiasta sobre a vida, mantém estilos de vida saudáveis,
estimula as capacidades cognitivas, tem um projecto de vida e o realiza. Uma das estratégias
para alcançar este bem-estar é o investir na participação social. Assim, atingir a tão desejada
velhice activa ou bem-sucedida é algo que depende dos hábitos do presente, do futuro mas,
sobretudo, do passado.
Uma vez que a gerontologia é uma ciência bio-psico-social, existem instrumentos para
avaliar questões relacionadas com estes três aspectos. Em termos biológicos, objectiva-se
medir a funcionalidade dos indivíduos, como é o caso dos instrumentos de medida das
actividades básicas de vida diária (índice de Barthel, índice de Katz, …), actividades
instrumentais (índice de Lawton, índice de Brody, …) e actividades avançadas de vida diária
(escala hierárquica de Siu y Reuben). Em termos psicológicos, existem instrumentos para
avaliar capacidades cognitivas, como o mini exame cognitivo de Lobo, teste mental de Pfeiffer,
scala de incapacidade mental de Cruz Roja, escala geriátrica de depressão de Brink, entre
outros. Para avaliar aspectos sociais existe o questionário social e a escala de Zarit. No
entanto, surgem ainda instrumentos mistos, como o caso da anamnse e do easy-care, que
avaliam recursos e bem-estar individuais, físicos e sociais. O indivíduo desenvolve-se em
determinado ambiente por isso é necessário avalia-lo também. Neste sentido, o Sistema de
Avaliação de Residências para Idosos visa avaliar o ambiente e sua interacção com os idosos.
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promover o envelhecimento bem-sucedido, através de programas de educação para a saúde e
bem-estar e a desenvolver programas de apoio aos idosos, uma vez que tem conhecimento
acerca dos processos de envelhecimento, da avaliação os problemas derivados deste
fenómeno, das politicas de apoio à população idosa, dos diferentes tipos de respostas, da
intervenção na comunidade e, da resolução problemas, entre outros. O gerontólogo deve
trabalhar a nível físico, psicológico e social, com gosto pelo seu trabalho. Os profissionais desta
área devem ser empáticos, respeitosos, gentis, ter sentido de humor, saber ouvir e serem
flexíveis. Em suma, o gerontólogo não pode ter um papel passivo mas sim, mobilizar recursos e
adaptar-se aos vários contextos em que opera, dinamizando grupos de idosos, através de
actividades que produzam benefícios a curto, médio ou longo prazo, e encaminhem as pessoas
ao envelhecimento bem-sucedido.
O facto da gerontologia social ser uma disciplina recente e os profissionais desta área
ainda não terem um estatuto claramente definido coloca alguns desafios no exercício da
profissão. A gerontologia social precisa de demonstrar a sua importância e conquistar o
respeito de todos, de modo a que as acções propostas pelos profissionais ou futuros
profissionais desta área não sejam questionadas. Estimular o desenvolvimento pessoal dos
idosos não significa trabalhar apenas e directamente com os estes, nem remediar e tratar as
suas enfermidades biológicas pois deve-se, sobretudo, potencializar os ganhos e forças de
cada indivíduo. A prevenção e a promoção são a melhor forma de evitar os problemas, o bom
profissional não deve esperar que as necessidades apareçam mas sim aproveitar todas as
oportunidades para melhorar as condições dos idosos e, naturalmente, justificar a pertinência
social desta nova profissão, sempre de forma criativa, principalmente, marcando a diferença no
modo como actuam e para que actuam. Apesar de na gerontologia social se trabalhar para
grupos, o gerontologo deve atingir todos os indivíduos nas suas especificidades. Outra tarefa
que os profissionais da gerontologia social não devem parar em momento algum é a pesquisa
e a busca por mais e melhor conhecimento, uma vez que o estudo sistemático do
envelhecimento, da velhice e do idoso permite saber o modo como este fenómeno influência o
próprio individuo e a sociedade.
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