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GUIA DAS PROFISSÕES

Gerontologia, recente no país,


mira envelhecimento saudável
Área, que carece de regulação, estuda aspectos social
e psicológico de idosos

20.set.2023 às 23h15

EDIÇÃO IMPRESSA

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Fernanda Ravagnani

SÃO PAULO O profissional gerontólogo é aquele que


estuda o envelhecimento não só pelo ponto de
vista de saúde, como fazem os médicos geriatras,
mas também sob os aspectos social e psicológico,
para então propor, implementar e gerenciar
programas que atendam a idosos nas esferas
pública e privada.

"Os formandos trabalham, por exemplo, em


instituições de longa permanência para o idoso
(ILPIs). Há outros em planos de saúde e há ex-
alunos que fundaram empresas, para planejar
toda a gestão de cuidados e fornecer cuidadores",
explica a professora Mônica Sanches Yassuda,
uma das fundadoras do primeiro curso de
graduação de gerontologia no país, na USP.

O curso foi criado em 2005, no então novo


campus da zona leste, a Escola de Artes e
Ciências Humanas (EACH-USP). "Quando houve a
requisição de expansão, a USP se debruçou sobre
grandes desafios da sociedade e o fato de não
termos recursos humanos com qualificação
suficiente para lidar com o envelhecimento era
um deles", explica ela.

A gerontóloga Thais Silva (ao centro) com idosos da


Fundação Cesp, na zona sul de São Paulo - Jardiel Carvalho/
Folhapress

A gerontóloga Thais Bento Lima da Silva,


formada no curso em 2009, é um exemplo da
diversidade de áreas de atuação. Ela trabalha
com grupos de idosos em associações e núcleos
de convivência, com ações de estimulação
cognitiva, de forma presencial e também virtual,
como no projeto USP 60+, junto com monitores
que ainda estão na graduação.

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"Também dei treinamento e suporte para


cuidadores de pessoas com demência e para
instituições como o Sesc e a Prefeitura de São
Paulo, levando atualizações e técnicas para
pessoas que trabalham com idosos", afirma ela.

Além da USP, a UFSCar (Universidade Federal de


São Carlos) é a outra única instituição pública
que oferece a graduação em gerontologia.

Ambas são presenciais, com duração de quatro


anos e forte vocação para pesquisa. A própria
Thais, depois de fazer mestrado e doutorado,
passou a dar aulas na USP.

Com a população brasileira ficando mais velha, a


gerontologia, que trata tanto da gestão do
envelhecimento saudável quanto do
envelhecimento fragilizado, é vista como uma
das profissões do futuro.

Mas ainda está envolta em uma confusão


regulatória. A atividade não está regulamentada,
o que acaba afugentando os vestibulandos e
restringindo seu campo de atuação no SUS.

Existem alguns cursos de pós-graduação em


gerontologia, que podem ser feitos por
profissionais oriundos de outras áreas do
conhecimento, como psicólogos, fisioterapeutas
e enfermeiros.

Há uma certificação de especialista em


gerontologia emitida pela SBGG (Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia).

Desde 2018, também surgiu uma enxurrada de


cursos privados na modalidade a distância, que
formam milhares de tecnólogos em gerontologia.

São mais de 20 mil vagas por ano em programas


desse tipo de tecnólogo em gerontologia, em
contraste com as cem disponíveis anualmente
considerando as graduações da USP e da UFSCar.

A maioria das formações de tecnólogo tem dois


anos de duração e é feita totalmente a distância,
com aulas pré-gravadas que o aluno acompanha
na velocidade que quiser, e com pouca interação
com professores ou atividades práticas.

Se por um lado há carência no país de


profissionais especializados no envelhecimento,
por outro há preocupação com a qualidade desse
tipo de formação.

Algumas instituições chegam a oferecer mais de


5.000 vagas por ano de tecnólogo em
gerontologia, de acordo com o cadastro nacional
do MEC (Ministério da Educação), e
praticamente nenhum curso passou por alguma
avaliação oficial.

Já a procura para os cursos públicos de


bacharelado em gerontologia da USP e da UFSCar
está entre as mais baixas dos vestibulares.

Atividade física na terceira idade

Os motivos são a falta de regulamentação da


atividade e a perspectiva incerta de salário de
uma profissão nova. E o preconceito,
principalmente por parte dos jovens.

"Ainda temos uma sociedade idadista", afirma a


gerontóloga Thais Lima da Silva.

"Existe uma dificuldade das pessoas em trabalhar


com o fim da vida e o envelhecimento", diz a
professora Mônica Yassuda.

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MARIA ISABEL CARVALHO Há 1 hora

É um paradoxo a ser enfrentado: precisamos de pessoas


preparadas para difundir as boas práticas relacionadas
ao envelhecimento saudável, mas as pessoas não se
sentem atraídas pela área porque têm preconceito com
o envelhecimento 9idadismo/etarismo). O célebre
"velho é o outro". Daí a importância de efetivarmos a
determinação do art 22 do Estatuto da Pessoa Idosa e
tratarmos do processo de envelhecimento nas escolas e
Faculdades, públicas e privadas, bem como nos meios
de comunicação (art 24).

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