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Hospitais - Entidades Publicas Empresariais
Hospitais - Entidades Publicas Empresariais
das Finanças e da Saúde, necessária ao adequado fun- 8 de Novembro, e da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o
cionamento do conjunto das instituições do Serviço da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Nacional de Saúde quer ao nível operacional quer ao
nível da racionalidade económica das decisões de
investimento. CAPÍTULO I
Por outro lado, deve ser inequívoca a natureza pública Entidades públicas empresariais
das instituições do Estado prestadoras de cuidados de
saúde, havendo que compatibilizar este princípio com Artigo 1.o
os instrumentos de gestão mais adequados à natureza Objecto
específica das suas actividades. Por isso, em 1998, o
XIII Governo Constitucional criou o Hospital de São 1 — São criados o Hospital de Santa Maria, E. P. E.,
Sebastião, em Santa Maria da Feira, dotando-o de meios e o Hospital de São João, E. P. E., identificados no
de gestão empresarial. mapa I do anexo I do presente decreto-lei.
Com efeito, o modelo mais adequado à prossecução 2 — São criados os seguintes centros hospitalares,
identificados no mapa II do anexo I deste decreto-lei:
daqueles objectivos é o de entidade pública empresarial,
nos termos do Decreto-Lei n.o 558/99, de 17 de Dezem- a) Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E. P. E.,
bro, que redefiniu o conceito de empresa pública que integra, por fusão, o Hospital de Egas
enquanto modalidade autónoma de organização insti- Moniz, S. A., o Hospital de Santa Cruz, S. A.,
tucional do sector público estadual. e o Hospital de São Francisco Xavier, S. A.;
b) Centro Hospitalar de Setúbal, E. P. E., que inte-
Conforme previsto no Programa de Estabilidade e
gra, por fusão, o Hospital de São Bernardo, S. A.,
Crescimento, o estatuto de entidade pública empresarial e o Hospital Ortopédico de Sant’Iago do Outão;
será progressivamente atribuído a todos os hospitais, c) Centro Hospitalar do Nordeste, E. P. E., que
incluindo os que actualmente se encontram integrados integra, por fusão, o Hospital Distrital de Bra-
no sector público administrativo e que mantêm a natu- gança, S. A., o Hospital Distrital de Macedo
reza jurídica de instituto público. de Cavaleiros e o Hospital Distrital de Miran-
Neste contexto, o presente decreto-lei procede à con- dela.
cretização da transformação em entidades públicas
empresariais dos 31 hospitais com a natureza de socie- 3 — São aprovados os Estatutos, constantes dos ane-
dade anónima abrangidos pelo Decreto-Lei n.o 93/2005, xos I e II do presente decreto-lei, das entidades públicas
de 7 de Junho, e confere a natureza de entidade pública empresariais previstas nos números anteriores, bem
empresarial ao Hospital de Santa Maria e ao Hospital como de todas as unidades de saúde com a natureza
de sociedades anónimas de capitais públicos, objecto
de São João, até agora integrados no sector público
de transformação em entidades públicas empresariais
administrativo, aprovando os respectivos Estatutos. pelo Decreto-Lei n.o 93/2005, de 7 de Junho, constantes
Por outro lado, tendo em vista uma melhor prestação do mapa III do anexo I do presente decreto-lei.
de cuidados de saúde, através da optimização dos recur- 4 — As unidades de saúde que dão origem às enti-
sos, são criados, igualmente sob a forma de entidade dades públicas empresariais previstas nos números ante-
pública empresarial, o Centro Hospitalar de Lisboa Oci- riores consideram-se extintas para todos os efeitos legais,
dental, E. P. E., integrando o Hospital de Egas Moniz, com dispensa de todas as formalidades legais.
S. A., o Hospital de São Francisco Xavier, S. A., e o
Hospital de Santa Cruz, S. A., o Centro Hospitalar de Artigo 2.o
Setúbal, E. P. E., integrando o Hospital de São Ber-
Sucessão
nardo, S. A., e o Hospital Ortopédico de Sant’Iago do
Outão, e o Centro Hospitalar do Nordeste, E. P. E., As entidades públicas empresariais abrangidas pelo
integrando o Hospital Distrital de Bragança, S. A., o presente decreto-lei, adiante designadas abreviada-
Hospital Distrital de Macedo de Cavaleiros e o Hospital mente por hospitais E. P. E., sucedem nos direitos e
Distrital de Mirandela. obrigações das unidades de saúde que lhes deram ori-
A fim de evitar a proliferação de estatutos de unidades gem, independentemente de quaisquer formalidades.
de saúde essencialmente idênticos, optou-se por aprovar
um regime jurídico e uns estatutos suficientemente fle- Artigo 3.o
xíveis para abarcar as várias unidades de saúde com Capital estatutário
a natureza de entidades públicas empresariais, sejam
hospitais sejam centros hospitalares, gerais ou especia- 1 — O capital estatutário dos hospitais E. P. E. é
lizados, deixando para os respectivos regulamentos detido pelo Estado e pode ser aumentado ou reduzido
internos os aspectos organizacionais e não estatutários, por despacho conjunto dos Ministros das Finanças e
designadamente a criação de órgãos de direcção ade- da Saúde, que constitui título bastante para todos os
quados à sua especificidade, dimensão e complexidade. efeitos legais, incluindo os de registo.
2 — O capital estatutário das entidades públicas
Foram ouvidos a Associação Nacional de Municípios empresariais referidas no n.o 1 do artigo 1.o é constituído
Portugueses e as ordens profissionais, os sindicatos e por uma dotação em numerário, realizada pelo Estado,
as associações representativas do sector. fixada no mapa I do anexo I do presente decreto-lei,
Assim: ao qual acresce o montante da entrega em espécie cor-
Nos termos do n.o 3 do artigo 18.o do regime jurídico respondente ao valor do património líquido que se
da gestão hospitalar, aprovado pela Lei n.o 27/2002, de encontrava na propriedade das entidades extintas cons-
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tante do respectivo balanço reportado à data da sua c) Definir normas de organização e de actuação
extinção, aprovado por despacho conjunto dos Ministros hospitalar;
das Finanças e da Saúde. d) Homologar os regulamentos internos dos hos-
3 — O capital estatutário da entidade pública empre- pitais E. P. E.;
sarial referida na alínea a) do n.o 2 do artigo 1.o cor- e) Exigir todas as informações julgadas necessárias
responde ao somatório do montante do capital social ao acompanhamento da actividade dos hospitais
das sociedades que a antecederam, fixado no mapa II E. P. E., bem como determinar auditorias e ins-
do anexo I do presente decreto-lei. pecções ao seu funcionamento.
4 — O capital estatutário da entidade pública empre-
sarial referida na alínea b) do n.o 2 do artigo 1.o é fixado 2 — O Ministro da Saúde pode delegar os poderes
no mapa II do anexo I do presente decreto-lei e cor- referidos no número anterior nos conselhos de admi-
responde ao somatório do capital social da sociedade nistração das administrações regionais de saúde.
anónima, com uma dotação em numerário, realizada
pelo Estado, no valor de E 15 000 000. Artigo 7.o
5 — O capital estatutário da entidade pública empre-
sarial referida na alínea c) do n.o 2 do artigo 1.o é fixado Capacidade
no mapa II do anexo I do presente decreto-lei e cor- 1 — A capacidade jurídica dos hospitais E. P. E.
responde ao somatório do capital social da sociedade abrange todos os direitos e obrigações necessários ou
anónima, com uma dotação em numerário, realizada convenientes à prossecução do seu objecto e das suas
pelo Estado, no valor de E 24 960 000. atribuições.
6 — O capital estatutário das entidades públicas 2 — É da exclusiva competência dos hospitais E. P. E.
empresariais referidas no n.o 3 do artigo 1.o corresponde a cobrança das receitas e taxas provenientes da sua
ao montante do capital social das sociedades transfor- actividade.
madas, fixado no mapa III do anexo I do presente
Artigo 8.o
decreto-lei.
Órgãos sociais
Artigo 4.o
Registos Os hospitais E. P. E. dispõem dos órgãos sociais pre-
vistos nos Estatutos constantes do anexo II do presente
O presente decreto-lei e os seus anexos constituem decreto-lei.
título bastante para todos os efeitos legais, designada- Artigo 9.o
mente os de registo.
Organização
CAPÍTULO II
1 — Os hospitais E. P. E. organizam-se de acordo
Regime jurídico com as normas e critérios genéricos definidos pela tutela
em função das suas atribuições e áreas de actuação espe-
Artigo 5.o cíficas, devendo os respectivos regulamentos internos
Natureza e regime prever a estrutura orgânica com base em serviços agre-
gados em departamentos e englobando unidades fun-
1 — As entidades públicas empresariais abrangidas cionais.
pelo presente decreto-lei são pessoas colectivas de 2 — As estruturas orgânicas devem desenvolver a sua
direito público de natureza empresarial dotadas de auto- acção por centros de responsabilidade que permitam
nomia administrativa, financeira e patrimonial nos ter- a realização, internamente contratualizada, dos respec-
mos do Decreto-Lei n.o 558/99, de 17 de Dezembro, tivos programas de actividade com autonomia e res-
e do artigo 18.o do anexo da Lei n.o 27/2002, de 8 de ponsabilidade, de modo a possibilitar formas de trabalho
Novembro. centradas prioritariamente no doente, de acordo com
2 — Os hospitais E. P. E. regem-se pelo regime jurí- as boas práticas de gestão clínica.
dico aplicável às entidades públicas empresariais, com
as especificidades previstas no presente decreto-lei e
nos seus Estatutos constantes dos anexos I e II, bem CAPÍTULO III
como nos respectivos regulamentos internos e nas nor-
Regime financeiro
mas em vigor para o Serviço Nacional de Saúde que
não contrariem as normas aqui previstas. Artigo 10.o
3 — Aos hospitais E. P. E. aplicam-se as especifici-
dades estatutárias previstas no anexo I deste decreto-lei, Tutela
designadamente quanto à denominação, sede e capital Compete aos Ministros das Finanças e da Saúde:
estatutário.
Artigo 6.o a) Aprovar os planos de actividade e os orça-
mentos;
Superintendência b) Aprovar os documentos de prestação de contas;
1 — Compete ao Ministro da Saúde: c) Autorizar as aquisições e venda de imóveis, bem
como a sua oneração, mediante parecer prévio
a) Aprovar os objectivos e estratégias dos hospitais do fiscal único;
E. P. E.; d) Autorizar a realização de investimentos, quando
b) Dar orientações, recomendações e directivas as verbas globais correspondentes não estejam
para prossecução das atribuições dos hospitais previstas nos orçamentos aprovados e sejam de
E. P. E., designadamente nos seus aspectos valor superior a 2 % do capital estatutário,
transversais e comuns; mediante parecer favorável do fiscal único;
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e) Determinar os aumentos e reduções do capital normas de direito privado, sem prejuízo da aplicação
estatutário; do regime do direito comunitário relativo à contratação
f) Autorizar a contracção de empréstimos de valor, pública.
individual ou acumulado, igual ou superior a 2 — Devem os regulamentos internos dos hospitais
10 % do capital estatutário; E. P. E. garantir o disposto no número anterior, bem
g) Autorizar cedências de exploração de serviços como, em qualquer caso, o cumprimento dos princípios
hospitalares bem como a constituição de asso- gerais da livre concorrência, transparência e boa gestão,
ciações com outras entidades públicas para a designadamente a fundamentação das decisões tomadas.
melhor prossecução das atribuições dos hospi-
tais E. P. E.;
h) Autorizar a participação dos hospitais E. P. E. CAPÍTULO IV
em sociedades anónimas que tenham por
objecto a prestação de cuidados de saúde cujo Recursos humanos
capital social seja por eles maioritariamente
detido; Artigo 14.o
i) Autorizar, sem prejuízo do disposto na alínea Regime de pessoal
anterior, para a prossecução dos pertinentes
objectivos estratégicos, a participação dos hos- 1 — Os trabalhadores dos hospitais E. P. E. estão
pitais E. P. E. no capital social de outras socie- sujeitos ao regime do contrato de trabalho, de acordo
dades, nos termos do artigo 37.o do Decreto-Lei com o Código do Trabalho, demais legislação laboral,
n.o 558/99, de 17 de Dezembro; normas imperativas sobre títulos profissionais, instru-
j) Autorizar os demais actos que, nos termos da mentos de regulamentação colectiva de trabalho e regu-
legislação aplicável, necessitem de aprovação lamentos internos.
tutelar. 2 — Os hospitais E. P. E. devem prever anualmente
Artigo 11.o uma dotação global de pessoal, através dos respectivos
orçamentos, considerando os planos de actividade.
Controlo financeiro 3 — Sem prejuízo do disposto no n.o 4 do artigo 15.o,
Sem prejuízo do disposto nos artigos 12.o e 13.o do os hospitais E. P. E. não podem celebrar contratos de
Decreto-Lei n.o 558/99, de 17 de Dezembro, devem os trabalho para além da dotação referida no número
hospitais E. P. E. submeter aos Ministros das Finanças anterior.
e da Saúde: 4 — Os processos de recrutamento devem assentar
na adequação dos profissionais às funções a desenvolver
a) Os planos de actividades e os orçamentos, até e assegurar os princípios da igualdade de oportunidades,
ao final do mês de Outubro de cada ano; da imparcialidade, da boa fé e da não discriminação,
b) Os documentos de prestação de contas, até ao bem como da publicidade, excepto em casos de mani-
final do mês de Março de cada ano; festa urgência devidamente fundamentada.
c) Os indicadores de actividade, económico-finan-
ceiros, de recursos humanos e outros definidos
pelos Ministros das Finanças e da Saúde, com Artigo 15.o
a periodicidade que for estabelecida. Regime transitório do pessoal com relação
jurídica de emprego público
Artigo 12.o 1 — O pessoal com relação jurídica de emprego
Financiamento público que, à data da entrada em vigor do presente
decreto-lei, esteja provido em lugares dos quadros das
1 — Os hospitais E. P. E. são financiados nos termos unidades de saúde abrangidas pelo artigo 1.o, bem como
da base XXXIII da Lei de Bases da Saúde, com as alte- o respectivo pessoal com contrato administrativo de pro-
rações introduzidas pela Lei n.o 27/2002, de 8 de vimento, transita para os hospitais E. P. E. que lhes
Novembro.
sucedem, sendo garantida a manutenção integral do seu
2 — O pagamento dos actos e actividades dos hos-
estatuto jurídico, sem prejuízo do disposto no Decre-
pitais E. P. E. pelo Estado é feito através de contra-
tos-programa a celebrar com o Ministério da Saúde no to-Lei n.o 193/2002, de 25 de Setembro.
qual se estabelecem os objectivos e metas qualitativas 2 — Mantêm-se com carácter residual os quadros de
e quantitativas, sua calendarização, os meios e instru- pessoal das unidades de saúde referidas no número ante-
mentos para os prosseguir, designadamente de inves- rior, exclusivamente para efeitos de acesso dos funcio-
timento, os indicadores para avaliação do desempenho nários, sendo os respectivos lugares a extinguir quando
dos serviços e do nível de satisfação dos utentes e as vagarem, da base para o topo.
demais obrigações assumidas pelas partes, tendo como 3 — Mantêm-se válidos os concursos de pessoal pen-
referencial os preços praticados no mercado para os dentes e os estágios e cursos de especialização em curso
diversos actos clínicos. à data da entrada em vigor do presente decreto-lei.
3 — O endividamento dos hospitais E. P. E. não pode 4 — O pessoal a que se refere o presente artigo pode
exceder em qualquer momento o limite de 30 % do res- optar a todo o tempo pelo regime do contrato de tra-
pectivo capital estatutário. balho nos termos dos artigos seguintes.
1 — A aquisição de bens e serviços e a contratação A opção definitiva pelo regime do contrato de tra-
de empreitadas pelos hospitais E. P. E. regem-se pelas balho é feita, individual e definitivamente, mediante
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acordo escrito com o conselho de administração, tor- de Aposentações com a importância que se encontrar
nando-se efectiva a cessação do vínculo à função pública legalmente estabelecida para a contribuição das enti-
com a sua publicação no Diário da República, data em dades empregadoras com autonomia administrativa e
que o contrato de trabalho a celebrar com o hospital financeira.
E. P. E. passa a produzir efeitos. 3 — Os hospitais E. P. E. observam, relativamente
ao pessoal referido no número anterior, o regime pre-
visto no Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro,
Artigo 17.o e no Decreto-Lei n.o 503/99, de 20 de Novembro, para
Opção temporária os organismos dotados de autonomia administrativa e
financeira.
1 — Todos os funcionários e agentes das unidades
de saúde abrangidas pelo artigo 1.o podem optar pela CAPÍTULO V
celebração de contrato de trabalho quando para o efeito Disposições finais e transitórias
lhes seja concedida licença sem vencimento prevista nos
artigos 21.o e 22.o do Estatuto do Serviço Nacional de Artigo 20.o
Saúde, sendo-lhes asseguradas:
Hospitais universitários
a) A contagem, na categoria de origem, do tempo
de serviço prestado no respectivo hospital 1 — Até à revisão do regime jurídico aplicável aos
E. P. E.; hospitais universitários, ao Hospital de Santa Maria,
b) A opção pelo regime de protecção social da fun- E. P. E., e ao Hospital de São João, E. P. E., continuam
ção pública. a aplicar-se as normas actualmente em vigor que não
sejam incompatíveis com a natureza e o regime de enti-
dade pública empresarial.
2 — Compete ao conselho de administração do hos- 2 — Os hospitais previstos no número anterior devem
pital E. P. E. o reconhecimento casuístico do interesse implementar um sistema contabilístico que permita
público subjacente ao pedido de licença sem vencimento. identificar custos e proveitos associados à actividade de
3 — Finda a licença sem vencimento, é ainda asse- ensino universitário.
gurada:
a) A integração no quadro do serviço ou organismo Artigo 21.o
do Ministério da Saúde que careça do profis- Cessação dos mandatos e das comissões de serviço
sional em causa, se necessário, em lugar a extin-
guir quando vagar, de preferência da mesma 1 — Com a entrada em vigor do presente decreto-lei
região de saúde; cessam automaticamente os mandatos dos membros dos
conselhos de administração e dos órgãos de direcção
b) A integração no quadro de supranumerários nos técnica das unidades abrangidas pelo artigo 1.o, man-
termos legalmente estabelecidos. tendo-se os mesmos em gestão corrente até à nomeação
dos novos titulares.
4 — Os agentes retomam o seu contrato administra- 2 — Cessam igualmente as comissões de serviço dos
tivo de provimento até ao seu termo. titulares dos cargos de direcção e chefia, mantendo-se
os respectivos titulares até à designação dos novos titu-
Artigo 18.o lares, nos termos previstos no Código do Trabalho.
Mobilidade
Artigo 22.o
1 — Os funcionários e agentes dos serviços e orga- Regulamentos internos
nismos do Ministério da Saúde podem ser contratados
pelos hospitais E. P. E., nos termos dos artigos 21.o Os regulamentos internos dos hospitais E. P. E. devem
e 22.o do Estatuto do Serviço Nacional de Saúde, apli- ser elaborados e submetidos a homologação do Ministro
cando-se o disposto no artigo anterior e competindo da Saúde no prazo de 120 dias a contar da data de
ao Ministro da Saúde o reconhecimento do respectivo entrada em vigor do presente decreto-lei.
interesse público, ouvidos os dirigentes máximos dos
serviços ou organismos de origem e dos hospitais E. P. E. Artigo 23.o
em causa. Entrada em vigor
2 — Aplica-se aos hospitais E. P. E. o regime de
comissão de serviço previsto no artigo 17.o do Decre- O presente decreto-lei entra em vigor no dia 31 de
to-Lei n.o 558/99, de 17 de Dezembro. Dezembro de 2005.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 7
Artigo 19.o de Dezembro de 2005. — José Sócrates Carvalho Pinto
de Sousa — Fernando Teixeira dos Santos — Francisco
Regime de protecção social
Ventura Ramos.
1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1 do artigo 15.o,
no n.o 1 do artigo 17.o e no n.o 1 do artigo anterior, Promulgado em 21 de Dezembro de 2005.
o regime de protecção social dos hospitais E. P. E. é Publique-se.
o regime geral da segurança social.
2 — Relativamente aos funcionários e agentes que O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
não optem pelo regime do contrato de trabalho ou que,
nos termos do número anterior, mantenham o regime Referendado em 22 de Dezembro de 2005.
de protecção social da função pública, os hospitais O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
E. P. E. contribuem para o financiamento da Caixa Geral Sousa.
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ANEXO I
Espeficidades estatutárias
MAPA I
Capital estatutário
Designação Anterior designação Sede
(euros)
Hospital de Santa Maria, E. P. E. . . . . . . Hospital de Santa Maria . . . . . . . . . . . . . Avenida do Prof. Egas Moniz, Lisboa . . . 133 000 000
Hospital de São João, E. P. E. . . . . . . . . . Hospital de São João . . . . . . . . . . . . . . . . Alameda do Professor Hernâni Mon- 112 000 000
teiro, Porto.
MAPA II
Capital estatutário
Designação Anterior designação Sede
(euros)
Centro Hospitalar de Lisboa Ociden- Hospital de Santa Cruz, S. A. . . . . . . . . . Estrada do Forte do Alto do Duque, 126 860 000
tal, E. P. E. Hospital de São Francisco Xavier, S. A. Lisboa.
Hospital de Egas Moniz, S. A . . . . . . . .
Centro Hospitalar de Setúbal, E. P. E. . . . Hospital de São Bernardo, S. A. . . . . . . Rua de Camilo Castelo Branco, Setúbal 44 930 000
Hospital Ortopédico de Sant’Iago do
Outão.
Centro Hospitalar do Nordeste, E. P. E. Hospital Distrital de Bragança, S. A. . . . Avenida do Abade de Baçal, Bragança 34 940 000
Hospital Distrital de Macedo de Cava-
leiros.
Hospital Distrital de Mirandela . . . . . . .
MAPA III
Capital estatutário
Designação Anterior designação Sede
(euros)
Centro Hospitalar da Cova da Centro Hospitalar da Cova da Quinta do Alvito, Covilhã . . . . . . . . . . . . 19 950 000
Beira, E. P. E. Beira, S. A.
Centro Hospitalar de Vila Real/Peso da Centro Hospitalar de Vila Real/Peso da Avenida da Noruega, Vila Real . . . . . . . 19 950 000
Régua, E. P. E. Régua, S. A.
Centro Hospitalar do Alto Minho, Centro Hospitalar do Alto Minho, S. A. Estrada de Santa Luzia, Viana do Cas- 29 930 000
E. P. E. telo.
Centro Hospitalar do Baixo Alen- Centro Hospitalar do Baixo Alen- Rua do Dr. António Fernando Covas 39 950 000
tejo, E. P. E. tejo, S. A. Lima, Beja.
Centro Hospitalar do Barlavento Algar- Centro Hospitalar do Barlavento Algar- Sítio do Poço Seco, Portimão . . . . . . . . . 29 950 000
vio, E. P. E. vio, S. A.
Centro Hospitalar do Médio Tejo, E. P. E. Centro Hospitalar do Médio Tejo, S. A. Avenida de Maria de Lourdes Mello e 29 930 000
Castro, Tomar.
Instituto Português de Oncologia de Instituto Português de Oncologia de Avenida de Bissaya Barreto, 98, Coim- 19 950 000
Coimbra Francisco Gentil, E. P. E. Francisco Gentil — Centro Regional bra.
de Oncologia de Coimbra, S. A.
Instituto Português de Oncologia de Lis- Instituto Português de Oncologia de Rua do Prof. Lima Basto, Lisboa . . . . . . 49 880 000
boa Francisco Gentil, E. P. E. Francisco Gentil — Centro Regional
de Oncologia de Lisboa, S. A.
Instituto Português de Oncologia do Instituto Português de Oncologia de Rua do Dr. António Bernardino de 39 900 000
Porto Francisco Gentil, E. P. E. Francisco Gentil — Centro Regional Almeida, Porto.
de Oncologia do Porto, S. A.
Hospital de Nossa Senhora do Rosá- Hospital de Nossa Senhora do Rosá- Avenida do Movimento das Forças 29 930 000
rio, E. P. E. rio, S. A. Armadas, Barreiro.
Hospital Garcia de Orta, E. P. E. ...... Hospital Garcia de Orta, S. A. . . . . . . . . Bairro do Matadouro, Pragal, Almada 49 880 000
Hospital de Santo André, E. P. E. ...... Hospital de Santo André, S. A. . . . . . . . Rua das Olhalvas, Pousos, Leiria . . . . . . 29 930 000
Hospital de São Gonçalo, E. P. E. ...... Hospital de São Gonçalo, S. A. . . . . . . . Largo de Sertório de Carvalho, Ama- 9 980 000
rante.
Hospital de Santa Maria Maior, E. P. E. Hospital de Santa Maria Maior, S. A. . . . Campo da República, Barcelos . . . . . . . 9 980 000
Hospital de Santa Marta, E. P. E. . . . . . . Hospital de Santa Marta, S. A. . . . . . . . Rua de Santa Marta, Lisboa . . . . . . . . . . 29 930 000
Hospital de São Sebastião, E. P. E. . . . . Hospital de São Sebastião, S. A. . . . . . Rua de Cândido de Pinho, Santa Maria 29 930 000
da Feira.
Hospital de São Teotónio, E. P. E. . . . . . Hospital de São Teotónio, S. A. . . . . . . . Avenida do Rei D. Duarte, Viseu . . . . . 39 900 000
Hospital Distrital da Figueira da Hospital Distrital da Figueira da Gala, Figueira da Foz . . . . . . . . . . . . . . . 19 950 000
Foz, E. P. E. Foz, S. A.
Hospital Distrital de Santarém, E. P. E. Hospital Distrital de Santarém, S. A. . . . . Avenida de Bernardo Santareno, San- 29 930 000
tarém.
Hospital Geral de Santo António, E. P. E. Hospital Geral de Santo António, S. A. Largo do Prof. Abel Salazar, Porto . . . . 79 790 000
Hospital Infante D. Pedro, E. P. E. . . . . . Hospital Infante D. Pedro, S. A. . . . . . . Avenida de Artur Ravara, Aveiro . . . . . 29 930 000
Hospital da Senhora da Oliveira, Guima- Hospital Nossa Senhora da Oliveira, S. A. Rua dos Cutileiros, Creixomil, Guima- 29 930 000
rães, E. P. E. rães.
Hospital Padre Américo, Vale do Hospital Padre Américo — Vale do Lugar do Tapadinho, Guilhufe, Pena- 19 950 000
Sousa, E. P. E. Sousa, S. A. fiel.
Hospital Pulido Valente, E. P. E. . . . . . . . Hospital Pulido Valente, S. A. . . . . . . . . Alameda das Linhas de Torres, Lisboa 29 930 000
N.o 249 — 29 de Dezembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7329
Capital estatutário
Designação Anterior designação Sede
(euros)
Hospital São João de Deus, E. P. E. . . . . Hospital São João de Deus, S. A. . . . . . Rua de Cupertino de Miranda, Vila 9 980 000
Nova de Famalicão.
Unidade Local de Saúde de Matosi- Hospital Pedro Hispano, S. A. . . . . . . . . Rua do Dr. Eduardo Torres, Mato- 29 930 000
nhos, E. P. E. sinhos.
ANEXO II CAPÍTULO II
ESTATUTOS Órgãos sociais
Artigo 5.o
CAPÍTULO I
Órgãos
Princípios gerais
São órgãos do hospital E. P. E.:
Artigo 1. o a) O conselho de administração;
b) O fiscal único;
Natureza e duração c) O conselho consultivo.
1 — O hospital E. P. E. é uma pessoa colectiva de
direito público de natureza empresarial dotada de auto- SECÇÃO I
nomia administrativa, financeira e patrimonial, nos ter-
mos do Decreto-Lei n.o 558/99, de 17 de Dezembro, Conselho de administração
e do artigo 18.o do anexo da Lei n.o 27/2002, de 8 de
Novembro. Artigo 6.o
2 — O hospital E. P. E. é constituído por tempo Composição e mandato
indeterminado.
1 — O conselho de administração é composto pelo
Artigo 2.o presidente e um máximo de seis vogais, em função da
dimensão e complexidade do hospital E. P. E., sendo
Objecto um deles, obrigatoriamente, o director clínico e outro
o enfermeiro-director.
1 — O hospital E. P. E. tem por objecto principal
2 — Os membros do conselho de administração são
a prestação de cuidados de saúde à população, desig-
nomeados por despacho conjunto dos Ministros das
nadamente aos beneficiários do Serviço Nacional de
Finanças e da Saúde de entre individualidades de reco-
Saúde e aos beneficiários dos subsistemas de saúde, ou
nhecido mérito e perfil adequado, sendo o director clí-
de entidades externas que com ele contratualizem a pres-
nico um médico e o enfermeiro-director um enfermeiro.
tação de cuidados de saúde, e a todos os cidadãos em
3 — Pode ainda integrar o conselho de administração
geral.
um vogal não executivo a nomear por despacho conjunto
2 — O hospital E. P. E. também tem por objecto dos Ministros das Finanças e da Saúde, sob proposta
desenvolver actividades de investigação, formação e do município onde se situa a sede do hospital E. P. E.
ensino, sendo a sua participação na formação de pro- 4 — O mandato dos membros do conselho de admi-
fissionais de saúde dependente da respectiva capacidade nistração tem a duração de três anos, sendo renovável
formativa, podendo ser objecto de contratos-programa por iguais períodos, permanecendo aqueles no exercício
em que se definam as respectivas formas de finan- das suas funções até efectiva substituição.
ciamento.
Artigo 3.o Artigo 7.o
Atribuições Competências do conselho de administração
dores e dos titulares dos cargos de direcção e b) Garantir a correcta execução das deliberações
chefia; do conselho de administração;
e) Autorizar a realização de trabalho extraordiná- c) Submeter a aprovação ou a autorização dos
rio e de prevenção dos trabalhadores do hospital membros do Governo competentes todos os
E. P. E., independentemente do seu estatuto, actos que delas careçam;
bem como autorizar o respectivo pagamento; d) Representar o hospital E. P. E. em juízo e fora
f) Designar o pessoal para cargos de direcção e dele e em convenção arbitral, podendo designar
chefia; mandatários para o efeito constituídos;
g) Aprovar o regulamento disciplinar do pessoal e) Exercer as competências que lhe sejam dele-
e as condições de prestação e disciplina do gadas.
trabalho;
h) Apresentar os documentos de prestação de con-
tas, nos termos definidos na lei; 2 — O presidente do conselho de administração é
i) Aprovar e submeter a homologação do Ministro substituído nas suas ausências e impedimentos pelo
da Saúde o regulamento interno e fazer cumprir vogal por si designado.
as disposições legais e regulamentares aplicá-
veis; Artigo 9.o
j) Decidir sobre a realização de ensaios clínicos Director clínico
e terapêuticos, ouvida a comissão de ética, sem
prejuízo do cumprimento das disposições apli- Ao director clínico compete a direcção de produção
cáveis;
clínica do hospital E. P. E., que compreende a coor-
l) Acompanhar e avaliar sistematicamente a acti-
denação da assistência prestada aos doentes e a qua-
vidade desenvolvida pelo hospital E. P. E., desig-
lidade, correcção e prontidão dos cuidados de saúde
nadamente responsabilizando os diferentes sec-
tores pela utilização dos meios postos à sua dis- prestados, designadamente:
posição e pelos resultados atingidos, nomeada- a) Coordenar a elaboração dos planos de acção
mente em termos da qualidade dos serviços
apresentados pelos vários serviços e departa-
prestados;
mentos de acção médica a integrar no plano
m) Tomar conhecimento e determinar as medidas
adequadas, se for caso disso, sobre as queixas de acção global do hospital;
e reclamações apresentadas pelos utentes; b) Assegurar uma integração adequada da activi-
n) Decidir sobre a admissão e gestão do pessoal; dade médica dos departamentos e serviços,
o) Autorizar a aplicação de todas as modalidades designadamente através de uma utilização não
de regimes de trabalho legalmente admissíveis; compartimentada da capacidade instalada;
p) Exercer a competência em matéria disciplinar c) Propor medidas necessárias à melhoria das
prevista na lei, independentemente da relação estruturas organizativas, funcionais e físicas dos
jurídica de emprego; serviços de acção médica, dentro de parâmetros
q) Acompanhar a execução do orçamento, apli- de eficiência e eficácia reconhecidos, que pro-
cando as medidas destinadas a corrigir os des- duzam os melhores resultados face às tecno-
vios em relação às previsões realizadas; logias disponíveis;
r) Assegurar a regularidade da cobrança das dívi- d) Aprovar as orientações clínicas relativas à pres-
das e autorizar a realização e o pagamento da crição de medicamentos e meios complemen-
despesa do hospital E. P. E.; tares de diagnóstico e terapêutica, bem como
s) Tomar as providências necessárias à conserva- os protocolos clínicos adequados às patologias
ção do património afecto ao desenvolvimento mais frequentes, respondendo perante o con-
da sua actividade e autorizar as despesas ine- selho de administração pela sua adequação em
rentes, previstas no plano de investimentos. termos de qualidade e de custo-benefício;
e) Propor ao conselho de administração a reali-
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior zação, sempre que necessário, da avaliação
e em normas especiais, o conselho de administração externa do cumprimento das orientações clíni-
detém, ainda, as competências legalmente atribuídas aos cas e protocolos mencionados, em colaboração
titulares dos cargos de direcção superior de 1.o grau com a Ordem dos Médicos e instituições de
da administração central do Estado relativamente aos ensino médico e sociedades científicas;
funcionários e agentes da Administração Pública. f) Desenvolver a implementação de instrumentos
3 — O conselho de administração pode delegar as de garantia de qualidade técnica dos cuidados
suas competências nos seus membros ou demais pessoal de saúde;
de direcção e chefia, com excepção das previstas nas g) Decidir sobre conflitos de natureza técnica entre
alíneas a) a j) do n.o 1, definindo em acta os limites
serviços de acção médica;
e condições do seu exercício.
h) Decidir as dúvidas que lhe sejam presentes sobre
deontologia médica, desde que não seja possível
Artigo 8.o o recurso, em tempo útil, à comissão de ética;
Presidente do conselho de administração i) Participar na gestão do pessoal médico, desig-
nadamente nos processos de admissão e mobi-
1 — Compete ao presidente do conselho de admi- lidade interna, ouvidos os respectivos directores
nistração: de serviço;
a) Coordenar a actividade do conselho de admi- j) Velar pela constante actualização do pessoal
nistração e dirigir as respectivas reuniões; médico;
N.o 249 — 29 de Dezembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7331
CAPÍTULO III
Artigo 25.o
Avaliação, controlo e prestação de contas
Documentos de prestação de contas
o
Artigo 22.
Os instrumentos de prestação de contas do hospital
Instrumentos de gestão previsional E. P. E., a elaborar anualmente com referência a 31 de
Dezembro de cada ano, são, designadamente, os seguin-
A gestão financeira e patrimonial do hospital E. P. E. tes:
rege-se, designadamente, pelos seguintes instrumentos
de gestão previsional: a) Relatório do conselho de administração e pro-
posta de aplicação dos resultados;
a) Planos plurianuais e anuais de actividades, de
b) Relatório sobre a execução anual do plano plu-
investimento e financeiros, com um horizonte
de três anos; rianual de investimentos;
b) Orçamento anual de investimento; c) Balanço e demonstração de resultados;
c) Orçamento anual de exploração, desdobrado d) Anexo ao balanço e demonstração de resul-
em orçamento de proveitos e orçamento de tados;
custos; e) Demonstração de fluxos de caixa;
d) Orçamento anual de tesouraria; f) Relação dos empréstimos contraídos a médio
e) Balanço previsional; e longo prazos;
f) Contratos-programa externos; g) Certificação legal de contas;
g) Contratos-programa internos. h) Relatório e parecer do fiscal único.