Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Querido Diário
Sinto-me exausta. Há varias noites que vejo o sol nascer. Tenho bebido e
comido palavras e tudo em prol da condição da mulher portuguesa na nossa
sociedade. Vivo há muito com o dom da palavra e da escrita sem que possa
fazer uso do mesmo. Sento-me completamente aprisionada. Sou prisioneira
dos meus pensamentos e dos meus desejos. Agora vive em mim um novo
alento. Há três dias que escrevo os meus mais profundos pensamentos e
desejos. Transcrevi-os para o papel com o nobre titulo “As mulheres
Portuguesas”. Não posso dizer que sou uma mulher feliz pois gostaria de ver
todos os meus pensamentos, por muitos apelidados de feministas sob a forma
de troça, colocados em prática. Mas não desistirei. A luta é a palavra de ordem.
Nós as mulheres não somos apenas donas de casa despidas de ideias. Não
somos apenas mães. Damos aos nossos filhos uma educação esmerada.
Sabemos que o melhor do nosso país ainda está para vir. Estamos aptas para
realizar os mesmos trabalhos que os homens, pois temos duas mão e um
cérebro que aos olhos de muitos é pequeno mas que funciona tão bem quanto
o cérebro masculino.
Não me conformo e nem baixo os braços. A minha luta jamais terá fim. Apenas
baixarei levemente os braços, quando ver que a classe feminina é respeitada
no seu todo.
Estou cansada mas feliz. Esta noite dormirei um sono merecido e gratificante,
pois na certa sonharei com as minhas reivindicações, que considero justas,
face à mulher portuguesa.